Notas de Aula.

Minimização de custos
Microeconomia

Anderson M. Teixeira

Economia

Junho, 2018

Anderson M. Teixeira (UFG) Notas de Aula. Minimização de custos Junho, 2018 1 / 13

Minimização de Custos
Vamos agora dividir o problema da firma em duas etapas. Na
primeira a firma ”minimiza” o seu custo de produção, para um dado
nı́vel de produção fixo.
Na segunda, a firma ”escolhe o nı́vel de produção ótimo” que
maximiza lucros. Essa análise traz novos insights sobre o problema da
firam e é mais geral do que a feita anteriormente, pois a primeira
etapa é válida para qualquer tipo de firma, desde que tomadora de
preços no mercado de insumos.(lembre-se que a análise de
maximização de lucros anterior só é válida para firmas competitivas).
A minimização de custos é válida não somente para firmas
competitivas, mas também para firmas que possuem algum controle
sobre o preço do seu produto, como é oc aso de monopólios e
oligopólios.
Vamos continuar supondo apenas dois bens, a fim de simplificar a
notação.

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Minimização de Custos

Queremos resolver o seguinte problema agora:

min w1 x1 + w2 x2 sa y = f (x1 , x2 )
O lagrandeano desse problema é:
L = w1 x1 + w2 x2 + λ(y − f (x1 , x2 ))
onde λ é o multiplicador de lagrangeano do problema . As CPO são:
w1 = λf1 (x1∗ , x2∗ )
w2 = λf2 (x1∗ , x2∗ )
y = f (x1∗ , x2∗ )

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Minimização de Custos

Se dividirmos a CPO do insumo i pela CPO do insumo 2, obtemos:

equação:
Essa condição também é válida para o caso de maximização do lucro.
Note que se ela não é válida, a firma pode diminuir o seu custo
mantendo o mesmo nı́vel de produção y.
Por exemplo, se vale:
equação
Então, o insumo 1 está caro em relação ao insumo2, levando-se em
conta a relação entre as produtividades marginais desses dois insumos.

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Minimização de Custos

Se a firma diminuir o uso do insumo 2 o nı́vel de produção não se

altera PMg 1 (x1 , x2 ) = PMg 2 (x1∗ , x2∗ ) = 1 porém a firma economiza
R$1 já que w2 = 2, w2 = 1.
Portanto, se a firma escolhe quantidades de insumos tais que a
relação de preços entre dois insumos é diferente da sua taxa
técnica de Substituição afirma não está minimizando custos”,
As demandas derivadas do problema de minimização de custos da
firma se existirem, são demandas condicionais (no nı́vel de produção
y),
x1 = x1 (w1 , w2 , y ) e x2 = x2 (w1 , w2 , y )
uma observação importante:

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Minimização de Custos

Essas demandas são funções diferentes das demandas derivadas para

o problema de maximização de lucros;
A demanda condicional x (w1 , w2 , y ) diz a quantidade ótima de
insumos que minimiza o custo de se produzir y aos preços dos
insumos w2 , w2 .
A demanda x (p, w1 , w2 ) diz a quantidade ótima de insumos que
maximiza o lucro da firma quando o preço do produto é p, e os preços
dos insumos são w1 , w2 .
Graficamente, o problema de minimização de custo é encontrar o
menor custo possı́vel para a isoquanta gerada pela escolha do nı́vel de
produção desejada (similar ao problema de minimização do dispêndio
do consumidor).
Uma reta de isocusto é a combinação de insumos que tem o mesmo
custo, ou seja, é o conjunto Ic = (x1 , x2 ) : w1 x1 + w2 x2 = c

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Minimização de custos
Graficamente o problema é ilustrado na figura abaixo:

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Função Custo

A função c(w1 , w2 , y ) é definida como:

c(w1 , w2 , y ) = w1 x1 (w1 , w2 , y ) + w2 x2 (w1 , w2 , y )
A função custo c(w1 , w2 , y ) diz qual é o custo mı́nimo de se
produzir a quantidade y de produto, quando os preços dos
insumos são w1 , w2 .
Essa função satisfaz as seguintes propriedades:

1 c(w1 , w2 , 0) = 0;
2 Crescente em y, não decrescente em w1 , w2 ;
3 Homogênea de grau 1 nos preços dos insumos w1 , w2 ;
4 Côncava nos preços dos insumos w1 , w2
5 Lema de Shepard

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Propriedades da função custo

Se usar nada o custo será 0;

O aumento no preço do insumo i obriga a gastar mais;
Se todos os custos dobram então então o (gasto mı́nimo dobra);
garante escolha ótima o gasto mı́nimo
derivada com respeito ao custo do insumo i, são as demandas
condicionais

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Propriedades das funções demanda condicionais

xi (w1 , w2 , y ) é homogênea de grau o, em w1 , w2 .

Não existem insumos de Giffen.
Os efeitos preço-cruzados são iguais.
A prova é similar a que fizemos nos casos anteriores.
Note que para os dois tipos de demanda por insumos, incondicional e
a condicional, não é possı́vel ocorrer que o preço de um insumo
aumente e que a firma passe a usar uma quantidade maior desse bem.

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Exemplos

Vamos achar a função custo para várias funções diferentes de

produção supondo que existam apenas dois bens:
Tecnologia Linear
Leontief
Cobb-Douglas

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Rendimentos Constantes de Escala e Função Custo

Existe uma ligação intuitiva entre rendimentos constantes de escala

(RCE) e a função custo.
Lembrem-se que uma tecnologia que apresenta RCE pode ser
representada por uma função de produção homogênea linear:
f (tx2 , tx2 ) = tf (x1 , x2 ) , para todo t > 0
Vamos denotar por c(w1 , w2 , 1) o menos custo de se produzir 1
unidade do bem final (y=1). O seguinte resultado é válido.
Teorema:Se a firma possui uma tecnologia que apresenta RCE, então
a função custo dessa firma pode ser escrita como:
c(w1 , w2 , y ) = yc(w1 , w2 , 1)

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O resultado do teorema é intuitivo?

sim.
Se a firma apresenta RCE, então o custo de se produzir cem unidades
do seu produto é apenas cem multiplicado pelo custo de produzir uma
unidade desse produto.
O que ocorre se a tecnologia da firma apresenta rendimentos
crescentes de escala (RCrE)?
Nesse caso, o custo aumenta numa proporção menor do que o
aumento na produção: por exemplo, aumenta a produção em 10
vezes o custo aumento em menos de 10 vezes.
O inverso ocorre se a tecnologia apresenta rendimentos decrescentes
de escala:
Se a firma aumenta a produção em 10 vezes, o custo aumentará em
mais de 10 vezes.

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