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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

PIMES - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA

MICROECONOMIA I

Prof. Francisco S. Ramos francisco.ramos@ufpe.br


Lista de Exercícios 12 23/06/2023

1. Um oligopólio contém N firmas idênticas. A função custo é convexa no output. Mostre que
se as firmas agem como concorrentes de Cournot, então quando N cresce, o preço de mercado
converge para o preço competitivo.

2. Considere um duopólio de Cournot com rendimentos constantes de escala, onde os custos das
firmas diferem. Seja cj os custos da firma j por unidade de output produzido, onde c1 > c2 .
A função demanda é dada por p(q) = a − bq, com a > c1 .

(a) obtenha o equilíbrio de Nash para este modelo. Sob que condições apenas uma firma
produz? Qual seria?
(b) quando o equilíbrio envolve ambas as firmas produzindo, como o output de equilíbrio e os
lucros variam quando os custos da firma 1 variam?
(c) considere agora o caso geral de J firmas. Mostre que os lucros da indústria divididos pela
receita da indústria em qualquer equilíbrio de Nash em estratégia pura é exatamente H/ϵ,
onde ϵ é a elasticidade da curva de demanda de mercado ao preço de equilíbrio e H, o
índice de concentração de Herfindahl, é igual a soma das partes de mercado ao quadrado
das firmas j (qj∗ /Q∗ )2 .
P

3. É suposto que n empresas idênticas concorrem a la Cournot em um mercado cuja função


demanda é dada por P (Q) = max{0; a−bQ}, onde Q = q1 +...+qn é a soma das quantidades
produzidas por cada empresa. Por hipótese, as firmas têm o mesmo custo marginal de produção
dado por γ.

(a) Determine a quantidade Q∗ produzida no equilíbrio, a quantidade qi∗ produzida pela em-
presa i no equilíbrio e o preço p∗ . Deduzir o lucro da empresa i. Examinar a influência de
n.
(b) Seja f o custo fixo de produção. Calcular W (n) o bem-estar social.
(c) Determinar o número limite de empresas, denotado por ñ, tal que se n < ñ, então a
entrada da empresa n + 1 é rentável, ao passo que se n > ñ a entrada de uma nova
empresa não é mais lucrativa pois o lucro se torna inferior ao custo fixo.
(d) Comparar ñ com n∗∗ , o número de empresas que maximiza W (n).

4. Uma indústria com bens homogêneos tem duas firmas potenciais. A demanda de mercado é
dada por Q = S(1 − P ), onde S é o tamanho do mercado e Q o output da indústria. As firmas
têm custo marginal zero mas incorrem em custos fixos k ∈ (0, S/9) se são ativas. Elas jogam
da formas seguinte: inicialmente, elas decidem se entram ou não. Então, elas concorrem no
mercado de produto. Considere três diferentes casos de concorrência no produto: i) as firmas
não cooperativamente escolhem quantidades (Cournot); ii) as firmas não cooperativamente
escolhem preços (Bertrand); iii) um cartel é permitido: as firmas colocam quantidades (ou
1
preços) de forma a conjuntamente maximizar seus lucros (monopólio). Considere as estratégias
puras e encontre as quantidades, preços, lucros, excedente do consumidor e bem-estar para
cada um dos três casos acima, no quadro de equilíbrio perfeito. Mostre que para custos fixos
suficientemente baixos a competição de Cournot propicia maior bem-estar que a competição de
Bertrand, e que o monopólio sempre fornece o menor bem-estar no equilíbrio.

5. Considere uma indústria com um monopolista incumbente, atualmente produzindo, e um poten-


cial entrante. Há um conjunto de tecnologias de produção disponíveis, diferindo tanto no custo
marginal quanto no custo fixo. Cada tecnologia apresenta custo marginal constante entre 1 e
3 por unidade. Para a tecnologia com custo marginal constante c (na faixa de 1 a 3) os custos
fixos são 15 − 4c. Ou seja, custos marginais menores estão associados com custos fixos mais
elevados. As firmas nesta indústria podem escolher qualquer tecnologia que desejem empregar,
mas só podem fazer esta escolha uma única vez. A escolha tecnológica de qualquer firma é
conhecida por todos os potenciais concorrentes. Há 2 períodos de produção. Em cada um, a
demanda é dada por D(p) = 9 − p. No primeiro período, a firma incumbente é definitivamente
uma monopolista, e começa o período escolhendo sua tecnologia de produção e, em seguida,
produz. No segundo período, o concorrente decide se entra ou não. Caso entre, ele escolhe sua
tecnologia de produção e, em seguida, os dois concorrem à la Cournot, escolhendo simultanea-
mente as quantidades. Se não entra, o monopolista mantém seu poder de monopólio e escolhe
a quantidade que deseja vender. O concorrente só entra se acredita que fará lucros positivos, e
o monopolista incumbente age de forma a maximizar a soma de seus lucros nos dois períodos.

(a) suponha que não há ameaça de entrada: que tecnologia o monopolista escolherá?
(b) se o monopolista escolhe a tecnologia do item anterior, o concorrente entrará? Se sim,
com qual tecnologia?
(c) se o monopolista, no primeiro período, escolhe uma tecnologia que desencoraja a entrada
do concorrente no segundo período, diz-se que o monopolista bloqueou a entrada. Existe
uma tecnologia que o monopolista poderia escolher no primeiro período que bloquearia a
entrada? Se sim, que conjunto de tecnologias faria isto?
(d) dada a ameaça de entrada, qual a trajetória ótima de ação para o monopolista? Como o
entrante responde a isto? (que conceito solução você está usando?)

6. O proprietário de uma firma contrata um gestor para executar um projeto. O projeto pode dar
dois diferentes resultados, medidos em termos de lucros do proprietário, π1 e π2 , onde π1 < π2 .
A probabilidade de cada resultado depende do esforço do gestor. Suponha que existe apenas
dois níveis de esforço: alto esforço eH e baixo esforço eL = 0. Sob alto esforço a probabilidade
de obter o bom resultado π2 é p, e assim a probabilidade de obter o resultado π1 é 1 − p.
Por outro lado, sob baixo esforço o resultado é sempre π1 . Exercer alto esforço implica em
uma desutilidade para o gestor de v, enquanto baixo esforço não tem desutilidade. A função
√ √
utilidade do gestor é U (w, eH ) = w − v, ou U (w, 0) = w, dependendo de se ele exerce
esforço alto ou baixo. Se o gestor decide não trabalhar no projeto, tem garantido uma utilidade

de reserva de U = w0 , onde w0 é seu salário de reserva.

(a) Suponha que o esforço do gestor é observável e verificável. Descreva o contrato ótimo para
o proprietário da firma se ele prefere baixo esforço e se ele prefere alto esforço. Quando o
proprietário demandará cada nível de esforço?
(b) Agora suponha que o esforço do gestor não é verificável, e portanto a única variável
que pode aparecer no contrato é o resultado final obtido. Qual o contrato ótimo que
o proprietário oferece quando ele requer que o gestor exerça um esforço e = 0? Se ele
requer que o gestor exerça alto esforço, qual o problema de maximização sob restrição
que o proprietário deve resolver para obter o contrato ótimo? Descreva o contrato ótimo
neste caso.
2
(c) Quais são os lucros do proprietário para cada nível de esforço? Descreva o que o proprietário
deve comparar a fim de decidir que nível de esforço demandar.
(d) Agora suponha que w0 = 4; v = 2 e p = 1. Analise a decisão do proprietário quanto ao
nível de esforço demandar quando esforço é verificável e quando não é, para as seguintes
situações: (d1 ) π1 = 50 e π2 = 100; (d2 ) π1 = 50 e π2 = 80; (d3 ) π1 = 50 e π2 = 60.
Comente os resultados.

7. Identifique em algum periódico (jornal, revista etc) ou blog (reputado) de notícia algo que você
associa a algum assunto visto na disciplina durante esta semana. Anexe à sua lista e comente.

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