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Área de Inovação e Tecnologia – Experimentação

Análise de custos de processo produtivo


Mauricio dos Santos Borsatto mat: 0228922
Rodrigo Dapont de Quadros mat: 0234899

Jeferson Dihel

18 de maio de 2018

1. Objetivo
Através de fluxogramas, descrever e possibilitar ao leitor o entendimento dos cálculos
realizados para definição dos custos de processo existentes em produtos comercializados. Relatar de
forma clara e sucinta a importância de cada taxa e os impactos que poderão ocorrer caso exista
divergências nestas definições.

2. Introdução Teórica
Este estudo de caso trata-se economicamente de valores agregados ao produto, a fim de
custear e construir o preço final de processo, abaixo segue definições teóricas de grandes
conhecedores da atividade e os conceitos utilizados para esta finalidade.

2.1 Depreciação

De uma forma ampla o termo depreciação nos remete ao reconhecimento da perda ou


diminuição de capacidade de geração de caixa dos bens. Sendo esse ocorrido com bens tangíveis.
Para Leite (1997, p. 310) é fundamental que destaquemos a depreciação como uma das
questões mais importantes da contabilidade de hoje.
Existem três possíveis causas para concretização desse fenômeno: as causas físicas, as causas
funcionais ou as causas excepcionais.

2.1.1Causas Físicas

Os bens vão se desgastando ou perdendo sua eficiência funcional devido à ação do tempo.
Situação está que deve ser considerada a partir exposição a intempéries, horas de utilização e
manutenções ocorridas durante este período.

2.1.2 Causas Funcionais

À medida que há evolução tecnológica eles vão perdendo sua capacidade de geração de
caixa, vão se tornando obsoletos, ou seja, os bens vão perdendo sua eficiência funcional.
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2.1.3 Causas Excepcionais

Os bens perdem seu valor devido a fatores que fogem ao controle humano, como acidentes,
incêndios, tempestade, entre outros.
Para contabilidade, a depreciação tem seu reconhecimento de perda ou desgaste pelo regime de
competência onde dependendo da situação pode ser diferenciada como:
- Custo: Situação onde o desgaste ocorre em bens utilizados na produção;
- Despesa: Devido desgaste que ocorre em bens cuja sua utilização não esteja relacionada à
produção.

2.2 Custos diretos

Essa categoria abrange todos os custos relacionados com a fabricação do produto ou serviço
como matéria-prima, mão-de-obra direta, tributos e comissões sobre vendas etc., porém os demais
gastos são transferidos para apuração de resultado como despesas, sem serem apropriados aos
produtos fabricados (WERNKE, 2001).
Já, para Calderelli (2002) custo direto é aquele que consiste nas aplicações diretas a
produção. São apresentados, a seguir, alguns exemplos de custos diretos: matérias-primas usadas na
fabricação do produto, mão-de-obra direta, serviços subcontratados e aplicados diretamente nos
produtos ou serviços. Contudo, pode ser constatado que o custo direto é aquele que contribui
diretamente para a finalização do produto.

2.3 Custos indiretos

Caracterizam-se por apresentar dificuldades na identificação para cada unidade de produto


fabricado ou comercializado sendo apropriados aos produtos finais como, por exemplo, aluguel da
unidade fabril de uma organização ou a conta de energia elétrica de uma empresa que fabrica seus
produtos, pois a organização só terá um custo se a mesma fabricar algo, caso contrário, a mesma
ocasionará despesa (MARTINS, 2003).
Por outro lado, é considerado custo indireto todo o item de custo que precisa de um
parâmetro para ser identificado e debitado ao produto ou objeto do custeio. São debitados
indiretamente por meio de taxas de rateio ou critérios de alocação. Assim, tem-se o custo indireto
como aquele item que precisa de critério de rateio para sua identificação ao produto ou objeto cujo
custeio é desejado.
Sendo que, para Wernke (2005), custos indiretos são os gastos apresentados para a empresa
exercer suas atividades, afim de não ter ligação direta com o produto específico, (aqueles no qual,
não se identifica na produção) nas empresas que são objeto de fabricação de apenas um produto.
Um exemplo de custo indireto é o aluguel da fábrica, o supervisor geral da fábrica, ou seja, o
mesmo está indiretamente ligado ao produto.
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2.4 Custos fixos

Com base no pensamento de Martins (2003), o qual afirma que não existe custo ou despesa
eternamente fixo, pode-se constatar que custo fixo é a soma de todos os fatores fixos de produção. É
claro que, os custos fixos podem mudar, isso não os torna variáveis. Sendo que, torna-os fixos a
uma nova taxa: ou mais alta ou mais baixa (MOWEN; HANSEN, 2003).
Já, para Meglorini (2001), os custos fixos são aqueles decorrentes da estrutura produtiva
instalada da empresa, que independem da quantidade que venha a ser produzida dentro do limite da
capacidade instalada. Como por exemplo: salário dos operários da fábrica, depreciação das
máquinas da produção, aluguel do prédio utilizado para produção da fábrica, dentre outros.

2.5 Custos variáveis

Estes custos, também são conhecidos como custos marginais em razão da exclusão das
"cargas fixas". Imputa-se, na apuração do custeio direto: os materiais diretos, a mão-de-obra direta e
os custos gerais variáveis. Este tipo de custos está diretamente ligado ao volume de produção ou de
vendas. Sendo que, quanto maior for seu volume de produção maior serão os custos variáveis totais
(WERNKE, 2001). Nesse sentido, segundo Mowen et al. (2003), custo variável é definido como
aquele que, no total, varia na proporção direta à mudança em um direcionador de atividade. Um
exemplo é a matéria-prima, pois se para produzir uma caneta se gasta R$1 ao produzir duas canetas
serão R$ 2.

3. Descrição da Atividade

Para desenvolvimento desta atividade, foi utilizado um estudo de caso já realizado, este com
o objetivo de viabilizar economicamente e financeiramente a transferência de componentes
eletrônicos produzidos na região de São Paulo para o Rio Grande do Sul. Para que isso fosse
possível a análise foi realizada desde o começo, situação que necessita investimentos e cálculos que
construiriam os custos necessários para desenvolvimento, implantação e produção dos itens em
discussão.
Na representação dos fluxogramas de processo, foi utilizado o Microsoft Visio, software
aplicado na criação de fluxos.
Para facilitar o entendimento, foram utilizados fluxogramas para detalhar os tópicos, que
constituem os custos fixos, custos variáveis e depreciação de máquinas e equipamentos.

3.1 Custos Fixos

Custos fixos que durante todo o processo de fabricação dos itens relacionados, não variam
de forma a impactar no custo final do produto. Quando existem certas alterações, estas de forma
somatória ao custo calculado inicialmente, o mesmo não é repassado ao mercado, ou seja, a margem
de lucro concedida ao fabricante diminui.
Abaixo segue Fluxograma 1 que descreve como os Custos Fixos Indiretos de determinado
produto eletrônico são calculados, e Fluxograma 2 que define o Custo Fixo Direto levado em
consideração durante o estudo econômico.
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Fluxograma 1- Custos Fixos Indiretos

Nesta situação em específico o fluxograma pode descrever de forma clara quais as variáveis
levadas em consideração durante o cálculo de custo fixo indireto, momento que representou em R$
o custo com mão de obra operacional a fim de realizar a produção de determinado produto.

Fluxograma 2 –Custos Fixos Diretos


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Conhecido como GGF Fixo ou Custos Fixos Diretos, são valores agregados ao produto final
comercializado, números estes que dizem respeito ao processo de produção e trazem consigo quatro
variáveis imprescindíveis: Limpeza, Material de Manutenção, Aluguel de Equipamento e Mão de
Obra Indireta (MOI). A grande maioria das empresas considera através de rateio a diluição dos
custos com MOI, neste caso em específico é feito desta forma, ou seja, o valor gasto com este
serviço é diluído uniformemente considerando o volume de horas do centro de custos. As demais
variáveis são calculadas através das horas de produção anual e a estimativa de gastos para
manutenção em geral do processo.

3.2 Custos Variáveis

Custos variáveis de produção, estes podem ser alterados conforme o volume a ser produzido,
material utilizado e energia elétrica.
Abaixo segue Fluxograma 3 que descreve através do fluxograma as variáveis levadas em
consideração durante os cálculos para definir os valores do processo de produção do item.

Fluxograma 3 – Custo Variável

Custo este que vária conforme o volume de produção do item, as variáveis levadas em
consideração para realizar o cálculo são: Consumo de Energia Elétrica, Consumo de Matéria Prima.
Considerando estas duas variáveis pode-se dizer que quanto menor o gasto com estes produtos,
maior será o lucro obtido para o fabricante, muitas indústrias atualmente, adquirem energia durante
leilões, assim reduzindo o valor pago pelo KW/h e aumentando a margem líquida absorvida, já para
matéria prima, o fornecedor que permanece na carta de compras é aquele que apresenta a melhor
oferta.
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3.3 Depreciação de Máquina e Equipamento

Não existe uma regra que defina o tempo utilizado para depreciar um bem ou patrimônio
adquirido, normalmente o cálculo leva como base de 8 a 10 anos, porém todos os valores
adicionados a este equipamento devem depreciar no mesmo formato, para exemplificar e detalhar o
cálculo realizado segue Fluxograma 4 com as variáveis utilizadas e acrescidas nesta taxa.

Fluxograma 4- Custos com depreciação

4. Análise dos Resultados


Para que fosse possível representar todos os cálculos realizados e as taxas consideradas,
abaixo seguem os tópicos subdivididos e equacionados para exemplificar de forma clara os
resultados obtidos.

4.1 Custos Hora para Produção


Para o cálculo do custo variável foi utilizado o valor R$19.163,00, que representa os gastos
de energia e limpeza anual, divididos pelas horas trabalhadas no período de 1 ano, resultando em
um custo de 5,10 Reais/hora.

19.163,00
á = = $ 5,10
3.758
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Para o cálculo do custo fixo foi utilizado o valor R$18.000,00, que representa os gastos de
material de manutenção anual, divididos pelas horas trabalhadas no período de 1 ano, resultando em
um custo de 4,79 Reais/hora.

18.000,00
= = $ 4,79
3.758

Para o cálculo do custo da depreciação do equipamento foi utilizado o valor R$27.000,00,


que representa 10% do custo total, divididos pelas horas trabalhadas no período de 01 ano,
resultando em um custo de 7,39 Reais/hora.

27.000,00
! " = = $ 7,39
3.758

Para o cálculo do custo da taxa de mão-de-obra foi utilizado o valor R$13.4217,40, que
representa os gastos mão-de-obra anual, divididos pelas horas trabalhadas no período de 01 ano,
resultando em um custo de 35,72 Reais/hora.

134.217,00
$ %& = = $ 35,72
3.758

Ao final da análise o valor hora para produção dos itens resulta em R$ 53,00, neste valor
estão embutidas todas as variáveis demonstradas na Tabela 1, abaixo segue cálculo realizado e
Gráfico 1, que representam os valores resultantes de cada parcela.

'()* * = 35,72 + 4,79 + 5,10 + 7,39 = $ 53,00

Tabela 1- Custeio hora de produção

CUSTEIO HORA

R$ GGF FIXO Hr
4,79
R$ 5,10
GGF VARIÁVEL Hr

R$ 7,39
TAXA DE DEPRECIAÇÃO
R$ 35,72 Hr
TAXA MOD hr

Gráfico1- Parcelas Custeio Hora


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4.2 Custos Ano para Produção


Custo da produção anual é representado pelos custos: mão-de-obra, depreciação, custo fixo e
custo variável, que somados foi obtido um valor de R$199.130,65.

Abaixo segue as equações que representam as variáveis que constituem o valor total ano
gasto com a produção do volume considerado de itens.

$ %& ,- = 35,72 ∗ 3.758 = $ 134.217,40

,- = 4,79 ∗ 3.758 = $ 18.000,00

á ,- = 5,10 ∗ 3.758 = $ 19.163,00

! " ,- = 7,39 ∗ 3.758 = $ 27.000,00

Após calcular de forma parcelada os custos de produção ano, é necessária a junção destes
valores, exemplificados conforme equação abaixo.

'()* * ,- = 134.217,40 + 18.000,00 + 19.163,00 + 27.000,00 = $ 199.130,65

Na Tabela 2 a seguir estão os valores recebidos após o termino da análise, variáveis estas
que são imprescindíveis para a construção das parcelas demonstradas no Gráfico 2.

Tabela 2- Custeio Ano para Produção

CUSTEIO ANO
R$
27.750,00000

R$
19.163,25000 CUSTO MOD
CUSTO FIXO
R$
R$ 134.217,40004 CUSTO VARIÁVEL
18.000,00000 CUSTO C\ DEPREC

Gráfico 2 – Parcelas Custeio Ano


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4.3 Custo Unitário para Produção


Para obter o valor do custo unitário da peça produzida, foi calculado o valor de cada custo,
conforme apresentado nos cálculos abaixo, onde o volume de peças ano é de 27.054.000, e este
divido pelo custo anual de cada taxa.

134.217,40
$ %& /- *á = = $ 0,00496
27.054.000
18.000,00
/- *á = = $ 0,00067
27.054.000

19.163,00
á /- *á = = $ 0,00071
27.054.000
27.000,00
! " /- *á = = $ 0,00103
27.054.000

A partir dos valores obtidos de cada parcela, pode-se concluir o estudo de custo a fim de
definir qual o valor unitário de produção. Abaixo equação utilizada para chegar ao custo total
unitário.

'()* * /- *á = 0,00496 + 0,00067 + 0,00071 + 0,00103 = 0,00736

Para maior entendimento das taxas obtidas, abaixo segue Tabela 3 com todos os valores
finais calculados, volume de peças ano e capacidade máxima de produção de peças.

Tabela 3 – Custeio Unitário para Produção

CUSTEIO UNITÁRIO

R$
0,00103
R$ CUSTO MOD
0,00071 CUSTO FIXO
R$ 0,00067 CUSTO VARIÁVEL
R$ 0,00496
CUSTO C\ DEPREC

Gráfico 3- Parcelas Custeio Unitário


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No Gráfico 3 exemplificado a cima, nota-se as parcelas que constituem o custo de produção


do item, a partir disso é possível observar que a taxa com maior influência no custo final unitário é
o custo MOD, esta caracteriza mais de 50% do valor.

5. Conclusão
Ao fim do estudo afirma-se que a definição dos custos de processo, quando bem executadas,
podem trazer grandes benefícios a indústria brasileira, tornando assim o país ainda mais competitivo
quando comparado a países altamente tecnológicos.
Analisando graficamente os custeios realizados, nota-se que a grande parcela constituinte do
valor final diz respeito à mão-de-obra, esta diretamente atrelada ao custo fixo de processo do
produto, neste caso em especifico, trata-se de valores muito pequenos, porém a quantidade de horas
produtivas possui grande valor em escala de volume. Isso explica a grande busca por tecnologias
que substituam o trabalho humano, pois estas com o tempo depreciam e aumentam o lucro do
empresário, já a MOD permanece a mesma e tende a aumentar no passar dos anos.

6. Referências Bibliográficas

CALDERELLI, A. Enciclopédia contábil e comercial brasileira. 27ª. ed. São Paulo: CETEC,
2002.

LEITE, Hélio de Paula. Contabilidade para administradores. 4ª Ed. São Paulo: Atlas, 1997.

MARTINS, E. Contabilidade de Custos. 9º ed. São Paulo: Atlas, 2003.

MEGLIORINI, E. Custos. São Paulo: Makron Books, 2001.

MOWEN, M. M.; HANSEN, D.R. Gestão de Custos: Contabilidade e controle. 3 ed. São
Paulo: Thomson, 2003.

WERNKE, R. Gestão de Custos: uma abordagem prática. São Paulo: Atlas, 2001.

WERNKE, R. Análise de custos e preços de venda: ênfase em aplicações e casos nacionais.


São Paulo: Saraiva, 2005.

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