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Análise e Gestão de Custos

Aula 01

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Aula 01: Definições e classificações básicas do custo

Objetivo: Esta aula tem o objetivo de apresentar ao aluno as definições e as


classificações básicas aplicadas ao assunto custo, com o intuito de fazê-lo conhecer
os termos, palavras e expressões de caráter técnico e que sejam facilmente
compreendidos, sem lhe causar embaraços nos estudos contidos nesta disciplina.

Definições básicas de custo

“Despesa com matéria-prima” ou “Custos de matéria-prima”?


“Gastos” ou “Despesas de Fabricação”?
“Gastos” ou “Custos de Materiais Diretos”?
“Despesas” ou “Gastos com Serviços”?
“Custos” ou “Despesas de Depreciação”?

Gastos, Custos e Despesas são três palavras sinônimas ou dizem respeito a


conceitos diferentes? Confundem-se com Desembolso? E Investimento tem alguma
similaridade com elas? Perda se confunde com algum desses grupos?
No meio desse emaranhado todo de nomes e ideias, normalmente o
principiante se vê perdido, e às vezes o experiente, embaraçado, assim conheça as
seguintes definições:

a. Gasto – é o valor dos insumos adquiridos pela empresa, independentemente


de terem sido utilizados ou não.
b. Desembolso – é o ato do pagamento e que pode ocorrer antes no
(pagamento antecipado), no momento (pagamento à vista) ou depois
(pagamento a prazo) da consumação do gasto.
c. Investimento – é o gasto que se destina à obtenção de bens de uso da
empresa (computadores, veículos, entre outros) ou a aplicações de caráter
permanente (ações e outras empresas, imóveis, entre outros). Existem ainda
os bens destinados à troca (mercadorias), transformação (matérias-primas,
embalagens, entre outras) ou consumo (materiais de expediente, higiene e
limpeza), enquanto esses bens ainda não forem trocados, transformados ou
consumidos.
d. Despesa – é o valor dos insumos consumidos com o funcionamento da
empresa e não identificados com a fabricação. Geralmente aparece
distribuída entre administrativa (conta de telefonia móvel da diretoria),
comercial (comissão dos vendedores) e financeira (juros sobre pagamento
com atraso).
e. Custo – é o gasto relativo ao bem ou serviço utilizado na produção de outros
bens e serviços. Normalmente é composto dos seguintes componentes:

i. Materiais – são os objetos utilizados no processo (matéria-prima;


embalagem).
ii. Mão de obra – é o esforço aplicado na produção de bem ou
serviço.
iii. Demais custos – compreendem os demais gastos necessários
para a produção de bem ou serviço, os quais, pela própria
natureza, não se enquadram como materiais ou como mão de
obra.
f. Perda – normalmente é vista como o valor dos insumos consumidos de
forma anormal e involuntária, que pode ser causada internamente (aparas e
rebarbas do processo produtivo) e externamente (enchentes, geadas).

É importante salientar que as definições aqui mencionadas dizem respeito à


área denominada custos e que em outras áreas de estudo e aplicabilidade as
terminologias poderão apresentar outras finalidades.

Classificações básicas de custo

Os custos normalmente se subdividem em:

a. Custo Fixo
b. Custo Variável
c. Custo Direto
d. Custo Indireto
Os custos fixos e variáveis se relacionam com o nível de atividade, em que:

i. Custo Fixo é aquele que dentro de uma determinada escala de


produção permanece constante, não se alterando com as modificações
de quanto foram produzidos. Conhecidos também como custo de
infraestrutura e instalações.

O gráfico 1 facilita a compreensão desse conceito, pois ele representa o


comportamento do custo fixo: em qualquer volume de produção entre 0 (zero) e 10
(dez) toneladas, esse custo fixo não se altera.

ii. Custo Variável é aquele que acompanha o volume produzido na


mesma proporção e tem algumas características:

 Seu montante total varia em proporção direta com o


volume produzido.
 Apresenta valor constante por unidade, independente da
quantidade.
 É fácil a sua obtenção de valores por setores em que é
processado, por meio de acompanhamentos e
apontamentos realizados neles, seja manual ou
automaticamente.
 O controle de seu consumo é efetuado com facilidade.

O gráfico 2 facilita a compreensão desse conceito, pois ele representa o


comportamento do custo variável: à medida que aumenta o volume de produção
entre 0 (zero) e 10 (dez) toneladas, esse custo variável se altera.
A somatória dos custos fixos e custos variáveis totalizam os custos da
empresa e passam a ter a seguinte representação gráfica:
Percebe-se no gráfico 3 que o custo fixo se mantém o mesmo ao não se
produzir ou produzindo-se dez toneladas, já o custo variável surge a partir da
primeira unidade produzida e acompanha todo o volume de produção.

Quanto à incidência, os custos podem ser: direto ou indireto:

i. Custo Direto considera todo o material, mão de obra e insumos


que são aplicados diretamente na execução de um bem ou serviço.
Medida objetiva de consumo.
ii. Custo Indireto considera todo material empregado nas atividades
auxiliares da produção e trabalho realizado nos setores não
pertinentes especificamente a nenhum bem ou serviço. São aqueles
que não podem ser identificados no bem ou serviço e não alocados,
normalmente por meio de um critério de rateio definido pela área de
custos juntamente à administração da empresa.
Conforme a representação do esquema de custos, percebe-se que os custos
incidem de forma direta e também de forma indireta aos produtos produzidos e, no
caso de prestação de serviços, a estrutura é similar. Os custos diretos são aqueles
perfeitamente identificados nos produtos e/ou serviços. Já os custos indiretos como
não são identificados diretamente aos produtos, mas fazem parte dos custos totais,
também precisam ser alocados aos produtos e serviços da empresa. Para que isso
aconteça usam-se as bases de rateios que são medidas que servem de parâmetro
para a distribuição dos custos indiretos aos produtos.
Para escolher a base de rateio ideal, é preciso relacionar o custo com o
motivo que o gerou, por exemplo: o gasto com energia elétrica poderá decorrer da
necessidade de iluminar o ambiente ou da necessidade de fazer funcionar máquinas
e equipamentos. Quando decorrer da necessidade de iluminar o ambiente, esse
será o motivo da sua existência, logo, a base de rateio poderá ser a quantidade de
bicos de luz em área ou setor; se o gasto decorrer da necessidade de movimentar
máquinas e equipamentos, esse será o motivo de sua ocorrência, logo, a base de
rateio mais indicada poderá ser o número de horas trabalhadas pelas máquinas e
equipamentos.

REFERÊNCIAS

BEULKE, Rolando; BERTÓ, Dalvio José. Gestão de custos. São Paulo: Saraiva,
2006.
BORNIA, Antonio Cezar. Análise gerencial de custos em empresas modernas. Porto
Alegre: Bookman, 2002.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade gerencial. 6. ed. 11. reimpr. São Paulo: Atlas,
2008.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MEGLIORINI, Evandir. Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2007.
PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de
informação contábil. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de custos. São Paulo: Saraiva, 2009.
WERNKE, Rodney. Análise de custos e preços de venda: ênfase em aplicações e
casos nacionais. São Paulo: Saraiva, 2005.
Análise e Gestão de Custos
Aula 02

Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho


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O acesso às atividades, conteúdos multimídia e interativo, encontros virtuais, fóruns de
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Aula 02: Métodos de custeio

Objetivo: Esta aula tem o objetivo de apresentar ao aluno os métodos de custeio


existentes, com o intuito de fazê-lo conhecer os conceitos, particularidades, formatos
e formas de aplicabilidade nas mais diversas empresas, auxiliando o melhor
entendimento e aprendizagem dos estudos contidos nesta disciplina.

Método de custeio

Método é um vocabulário de origem grega e resulta da soma das palavras


meta (resultado que se deseja atingir) e hodós (caminho). É, portanto, o caminho
para chegar aos resultados pretendidos. Custeio significa atribuir valor de custo a
um produto, mercadoria ou prestação de serviço. Para efetuar tal atribuição de valor
os métodos de custeio.
Os métodos de custeio mais conhecidos ou utilizados são os seguintes:

Os métodos de custeio possuem virtudes e limitações específicas, cabendo à


organização que pretende utilizá-los averiguar qual se adapta melhor às
necessidades informativas e às peculiaridades das operações executadas.
Custeio por absorção

O custeio por absorção designa o conjunto de procedimentos realizados para


atribuir todos os custos fabris, quer em fixos ou variáveis, diretos ou indiretos, aos
produtos fabricados ou serviços prestados em um determinado período. Esse
método é mais adequado para finalidades contábeis, pois sua utilização tem sido
exigida pela legislação brasileira e por determinação legal devem compor o custo
dos bens ou serviços vendidos:

a) Os valores gastos com matérias-primas e quaisquer outros bens ou serviços


aplicados ou consumidos na produção.
b) Os valores despendidos com a mão de obra utilizada, até mesmo de
supervisão direta, manutenção e proteção das instalações.
c) O montante relativo aos custos de locação, manutenção e reparo, bem como
os encargos de depreciação dos bens aplicados na produção, como prédios,
máquinas, equipamentos, ferramentas, entre outros.

Entre as vantagens que podem ser associadas ao custeio por absorção,


merecem ser enfatizados os seguintes pontos:

1. Atende à legislação fiscal (Imposto de Renda) e deve ser utilizado quando a


empresa busca o uso de sistema de custos integrado à contabilidade. A
integração do sistema de custos à contabilidade ocorre quando (i) os valores
apropriados de custos estão inseridos na contabilidade, (ii) quando a
apropriação é realizada com a observância dos princípios contábeis e (iii) os
valores de custo de cada produto estão apoiados em registros, cálculos e
mapas que evidenciam o trajeto desde a origem (registros contábeis) até o
destino (produtos acabados).
2. Permite a apuração dos custos por centros de custos.
3. Por absorver todos os custos de produção, permite a apuração do custo total
de cada produto.

Relativamente à sua capacidade de ofertar informações de natureza


gerencial, porém, tem sido alvo de diversas opiniões que o desqualificam. Isso se
deve ao fato de que o custeio por absorção utiliza rateios para distribuir os custos
entre produtos e/ou serviços. Como nem sempre os critérios são objetivos e
adequados a todos os fatores de custos, pode distorcer a rentabilidade do produto
e/ou serviço, penalizando alguns e beneficiando outros.

Aplicabilidade do custeio por absorção

Suponha que o Sr. Rosendo, analisando os gastos do seu negócio, tenha


desenvolvido a seguinte tabela:

Os custos diretos referem-se às matérias-primas, mão de obra aplicada,


materiais de acabamento, embalagens, e já estão considerados os tributos e fretes
envolvidos nas aquisições.
Sabe-se ainda que existem os custos indiretos de R$3.500,00 por mês e que
são distribuídos aos produtos proporcionalmente aos seus custos diretos totais.
Os cálculos efetuados foram os seguintes: multiplicaram-se as quantidades
de cada produto por seus respectivos valores de custos diretos. Em seguida, dividiu-
se cada valor de custo direto total do produto pela soma total dos custos diretos do
negócio, assim encontrou-se a participação percentual de cada produto. Em
seguida, aplicaram-se esses percentuais em cada um dos produtos para identificar
quanto cada um deve receber de custos indiretos. Com as informações e cálculos
efetuados, o Sr. Rosendo já sabe quais são os custos diretos e indiretos de cada
produto, bastando apenas consolidá-los e encontrar os valores de custos totais do
negócio, custos totais por produto e custo unitário por produto.
Concluindo, o custeio por absorção considera todos os custos diretos,
indiretos, fixos e variáveis em sua composição.

Custeio baseado em atividades

O ABC (Activity-Based Costing) – Custeio Baseado em Atividades – é um


sistema de custeio que se caracteriza pela atribuição dos custos indiretos aos
produtos por meio de atividades. Atividade é um conjunto de tarefas decorrentes da
combinação de recursos humanos, financeiros, materiais e tecnológicos que visa à
produção de bens ou a prestação de serviços.
O sistema fundamenta-se no fato de que as atividades consomem recursos e
os produtos consomem atividades, por esse motivo, os custos indiretos devem ser
transferidos aos produtos com base nas atividades que cada um consumiu.

Direcionadores de custos e de atividades

Direcionador é o fator que indica a relação entre o consumo do recurso e a


atividade ou entre as atividades e os produtos. Existem dois tipos de direcionadores:
os de primeiro estágio – que são utilizados para a alocação dos custos às atividades
e indicam como as atividades consomem recursos; e os de segundo estágio – que
são utilizados para a alocação dos custos acumulados nas atividades para os
produtos e indicam como os produtos consomem as atividades.

A concepção teórica do ABC é a de que produtos consomem atividades para


serem elaborados e são essas atividades que geram custos à empresa, pelo
consumo necessário de recursos para serem executadas.

Custeio por unidade de esforço de produção

Unidades de esforço de produção é uma metodologia de custeio por meio do


qual o custo de transformação é atribuído a cada unidade de produto fabricada com
base no esforço despendido pela empresa para a fabricação da respectiva unidade.
O custo de transformação representa o valor que a empresa agrega ao custo
da matéria-prima para a composição do custo de fabricação de cada produto. Para
fins de aplicação do método UEP, o custo de fabricação é dividido em duas partes:
de um lado, o custo da matéria-prima adquirida, normalmente de terceiros e, de
outro, o esforço da empresa necessário para a transformação da matéria-prima em
produtos.

Aplicação do método UEP


Para a aplicação do método devem-se observar os seguintes passos:

 Primeiro passo: divisão da fábrica em postos operativos, que são os locais


onde ocorrem as operações de transformação da matéria-prima em produtos.
 Segundo passo: cálculo do custo hora (em unidade monetária) por posto
operativo.
Fórmula: CTH = CTP / HTP
em que:
CTH = custo de transformação por hora em R$;
CTP = custo de transformação por posto em R$;
HTP = número de horas de trabalho do posto.

Considera-se custo de transformação do posto operativo todos os custos


incorridos durante um período no respectivo posto, exceto com materiais diretos
(matéria-prima e embalagem).

 Terceiro passo: levantamento do tempo de maturação por unidade em cada


posto operativo.

Custeio variável ou direto

Pela concepção do custeio variável ou direto somente podem ser apropriados


aos produtos ou serviços os gastos a eles associados. Assim, os demais gastos
necessários para manter a estrutura produtiva não devem ser considerados quanto
ao custeamento dos produtos fabricados ou dos serviços prestados.
Esse método assume que somente os gastos variáveis de produção e de
comercialização do produto ou serviço devem ser considerados no custeamento da
produção. Todos os demais gastos, que não facilmente associáveis a determinado
produto ou serviço, devem ser transferidos à demonstração do resultado do
exercício (DRE) como despesas do período, sem serem apropriados aos produtos
fabricados ou serviços prestados.
O custeio variável ou direto também é conhecido como custeio marginal, uma
vez que a forma de apurar os valores que cabem a cada produto conduz à margem
de contribuição (assunto que será abordado nas próximas aulas), obtida pela
diminuição dos custos e despesas variáveis do preço de venda do produto ou
serviço prestado.
É importante salientar que, no Brasil, o uso do custeio variável se restringe a
fins gerenciais, uma vez que, oficialmente, tanto por determinação do fisco quanto
pela observância dos princípios de contabilidade, para o custeamento dos produtos
fabricados e serviços prestados, deve-se adotar o sistema de custeio por absorção,
que como já visto, contempla como custo de produção tanto os custos diretos
(variáveis) quanto os custos indiretos (fixos).

Custeio departamental

Custeio departamental é um sistema de atribuição de custos indiretos aos


produtos por meio de departamentos que são divisões, seções ou setores que
compõem um estabelecimento comercial, industrial ou prestador de serviços.
Atuação como comercial, administrativa e de produção, entre outras. Para
custos, departamento é a menor unidade administrativa da empresa, composta por
pessoas e bens, capaz de realizar tarefas homogêneas.
Para realizar suas tarefas, os departamentos geram gastos que podem ser
classificados como despesas quanto como custos. Quando os gastos gerados nos
departamentos beneficiam a produção, eles são classificados como custos. Por esse
motivo são também denominados centros de custos e cada departamento
corresponde, no mínimo, a um centro de custos. Portanto, centro de custos é a
menor unidade da empresa considerada para fins de acumulação de custos.

Custeio por meta


O custo meta ou custo-alvo (target cost) é um processo de planejamento de
lucros, preços e custos que parte do preço de venda para chegar ao custo, razão
pela qual se diz que é o custo definido de fora para dentro.
O preço de mercado possibilita, na verdade, a situação inversa da formação
de preços de venda; assumindo a condição de que o preço que ele está pagando é
o máximo que a empresa pode atribuir ao seu produto. Assim, o preço de mercado
passa a ser o elemento fundamental para a formação dos custos e despesas.
Diante disso, parte do preço de venda deduz-se a margem mínima que a
empresa quer obter, bem como os custos financeiros de financiamento da produção
e os efeitos monetários sobre o capital de giro, e se obtém o valor máximo que pode
custar, internamente, tal produção para a empresa.
A partir da obtenção desse dado, se a empresa se vê em condições de
produzir o produto ou serviço e vendê-lo com o lucro desejado, o custo obtido passa
a ser o custo meta, o qual, em linhas gerais, é expresso pela seguinte fórmula,
considerando dados hipotéticos:

É importante comentar que, para obtenção do custo meta, é necessário um


modelo decisório baseado em método de custeio que contemple todos os custos e
despesas da empresa.
REFERÊNCIAS

BEULKE, Rolando; BERTÓ, Dalvio José. Gestão de custos. São Paulo: Saraiva,
2006.
BORNIA, Antonio Cezar. Análise gerencial de custos em empresas modernas. Porto
Alegre: Bookman, 2002.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade gerencial. 6. ed. 11. reimpr. São Paulo: Atlas,
2008.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MEGLIORINI, Evandir. Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2007.
PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de
informação contábil. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de custos. São Paulo: Saraiva, 2009.
WERNKE, Rodney. Análise de custos e preços de venda: ênfase em aplicações e
casos nacionais. São Paulo: Saraiva, 2005.
Análise e Gest ão de Cust os
Aula 03

Os direit os dest a obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho


Este material é parte integrante da disciplina oferecida pela UNINOVE.
O acesso às atividades, conteúdos multimídia e interativo, encontros virtuais, fóruns de
discussão e a comunicação com o professor devem ser feitos diretamente no ambiente
virtual de aprendizagem UNINOVE.

Uso consciente do papel.


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Aula 03: Custos em empresa comercial e empresa prestadora de
serviço

Objetivo: Esta aula tem o objetivo de apresentar ao aluno as características dos


custos em uma empresa comercial e também em uma empresa prestadora de
serviços, tratando as suas particularidades e semelhanças no processo de apuração
dos custos, auxiliando o melhor entendimento nos estudos contidos nesta disciplina.

1. Empresa comercial

A empresa comercial incorre diariamente em uma série de gastos para


realizar suas atividades operacionais. Esses gastos incluem a compra de
mercadorias para revenda, a aquisição de material de escritório, o recolhimento de
tributos, a manutenção dos bens patrimoniais, a folha de pagamento, entre outros.
Em uma demonstração de resultados típica de uma empresa comercial,
também encontram-se os custos e as despesas lançadas separadamente:
A empresa comercial apenas revende as mercadorias sem alterá-las, no
mesmo estado em que as recebe de seus fornecedores. Os custos nas empresas
comerciais correspondem aos gastos relativos à aquisição das mercadorias; na
demonstração de resultados, os custos à quantidade vendida. As despesas referem-
se aos gastos relacionados à administração da empresa e à geração de receitas.

1.1 Custos e despesas na empresa comercial

De modo geral, o custo das mercadorias compreende todos os gastos com a


aquisição, deduzindo os tributos passíveis de recuperação, como o ICMS (Imposto
sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços), o PIS (Programa de Integração
Social) e a COFINS (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social). Assim,
se considerar apenas o ICMS como imposto recuperável, o custo de uma
mercadoria pode ser obtido mediante o seguinte calculo:

Esse será o custo lançado no estoque de mercadorias para revenda. O


controle dos estoques físico e monetário pode ser realizado por um dos seguintes
métodos de valoração: PEPS (primeiro que entra é o primeiro que sai), ou FIFO (first
in first out), ou ainda CUSTO MÉDIO. Ao retirar as mercadorias do estoque em
função das vendas realizadas, o custo dessas mercadorias corresponde ao custo
das mercadorias vendidas.
As despesas na empresa comercial podem ser classificadas em:

• Despesas diretas das mercadorias: são aquelas que podem ser


identificadas imediatamente com as mercadorias vendidas, como por
exemplo, as comissões sobre as vendas.
• Despesas diretas dos departamentos: são aquelas que podem ser
identificadas com os respectivos departamentos em que ocorrem (como
salários e encargos, material de escritório) e são apropriadas de forma direta
a eles.
• Despesas indiretas de departamentos: são as despesas comuns aos
departamentos administrativos, comerciais ou a ambos, como aluguel e
energia elétrica. São apropriadas aos departamentos por meio de rateio.

Exemplo de custeio em empresa comercial:

Considere uma empresa que comercializa três linhas de mercadorias em


departamentos especializados: alimentos, limpeza e utensílios de cozinha.
Para facilitar a apropriação das despesas diretas e indiretas, deve-se elaborar
um mapa identificando nele os departamentos que compõem a administração da
empresa e os que compõem a divisão de vendas. Com base nos critérios de rateio
definidos, deve-se proceder aos trabalhos.
As despesas dessa empresa em certo mês foram:
Por simplificação, apresentam-se apenas os departamentos comerciais
especializados, com as despesas diretas e indiretas já apropriadas.

Determinadas as despesas dos departamentos especializados, elas podem


ser rateadas entre mercadorias comercializadas, com base, por exemplo, no valor
da receita de cada uma delas.
Da receita de vendas de cada departamento são deduzidos o custo das
mercadorias vendidas, as despesas diretas com essas mercadorias e as despesas
departamentais, chegando ao resultado do período da empresa comercial.

Dica de leitura complementar:

http://www.sebraesp.com.br/TenhoUmaEmpresa/Biblioteca/OutrosConteudos/saiba
mais/Paginas/custos_comercio.aspx?publicoAlvo=TenhoUma

2. Empresa prestadora de serviço

A empresa prestadora de serviço também incorre diariamente em uma série


de gastos para realizar suas atividades operacionais, como a compra de materiais a
ser aplicada na execução dos serviços, a aquisição de material de escritório, o
recolhimento de tributos, a manutenção dos bens patrimoniais, a folha de
pagamento, entre outros.
Em uma demonstração de resultados típica de uma empresa prestadora de
serviços, os custos e as despesas também são lançados separadamente:
Os custos, nas empresas prestadoras de serviços, correspondem aos gastos
relativos à execução dos serviços. As despesas correspondem aos gastos
relacionados à administração da empresa e à geração de receitas incorridas durante
o exercício.

No mercado encontram-se diferentes tipos de serviços que são oferecidos:


manutenção predial, vigilância, transporte de pessoas e mercadorias,
entretenimento, entre muitos outros. Embora cada tipo apresente suas
particularidades, a apuração dos custos nas empresas prestadoras de serviços se
assemelha à realizada nas empresas industriais. Há situações em que os serviços
necessitam da aplicação de material (hospital, laboratório), em outras, isto não
ocorre (consultoria, auditoria).

Os serviços realizados por essas empresas podem ser classificados em:

• Serviços repetitivos: são aqueles executados continuamente, envolvendo


sempre as mesmas operações.
• Serviços específicos: são aqueles executados de acordo com a solicitação
dos clientes.

2.1 Custos na empresa prestadora de serviço


Custo do material aplicado nos serviços

Caso a empresa prestadora de serviços seja contribuinte do ICMS, a


determinação do custo do material aplicado nos serviços será semelhante à
determinação do custo da mercadoria na empresa comercial. Se não for
contribuinte, não haverá dedução do ICMS do valor de aquisição do material.
O controle físico e monetário do estoque pode ser realizado pelos métodos de
valoração PEPS (primeiro que entra é o primeiro que sai) ou FIFO (first in first out)
ou ainda CUSTO MÉDIO.

Custo da mão de obra aplicada nos serviços

Nas empresas prestadoras de serviços a mão de obra pode ser classificada


em direta e indireta.
A mão de obra direta compreende os funcionários que atuam diretamente na
execução dos serviços, ao passo que a mão de obra indireta, embora esteja
envolvida na prestação de serviços, não o executa.
Os critérios de determinação do custo da mão de obra e apropriação aos
serviços são discutidos com a administração da empresa, e esta com o bom senso
irão decidir qual será a mais conveniente.

Custos indiretos apropriados aos serviços

Os custos indiretos compreendem os materiais indiretos, a mão de obra


indireta e outros custos indiretos, como aluguel de equipamentos, depreciação de
equipamentos e manutenção.
Para apropriar os custos indiretos, as empresas prestadoras de serviços
podem dividir seus departamentos em auxiliares e produtivos e em seguida aplicar
os conceitos de apropriação de custos indiretos, adotando as mais diversas bases
de rateios.

Dica de leitura complementar:


http://www.sebraesp.com.br/TenhoUmaEmpresa/Biblioteca/OutrosConteudos/saiba
mais/Paginas/custos_prestacao_servicos.aspx?publicoAlvo=TenhoUma

REFERÊNCIAS

BEULKE, Rolando; BERTÓ, Dalvio José. Gestão de custos. São Paulo: Saraiva,
2006.
BORNIA, Antonio Cezar. Análise gerencial de custos em empresas modernas. Porto
Alegre: Bookman, 2002.
MEGLIORINI, Evandir. Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2007.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de custos. São Paulo: Saraiva, 2009.
Análise e Gestão de Custos
Aula 04

Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho


Este material é parte integrante da disciplina oferecida pela UNINOVE.
O acesso às atividades, conteúdos multimídia e interativo, encontros virtuais, fóruns de
discussão e a comunicação com o professor devem ser feitos diretamente no ambiente
virtual de aprendizagem UNINOVE.

Uso consciente do papel.


Cause boa impressão, imprima menos.
Aula 04: Margem de contribuição

Objetivo: Esta aula tem o objetivo de apresentar ao aluno a aplicabilidade da


margem de contribuição nas mais diversas empresas, seja em um produto, linha de
produtos, departamentos, matriz e filiais, unidades de negócio, sempre apoiando a
tomada de decisão empresarial; bem como auxiliar a aprendizagem dos estudos
contidos nesta disciplina.

Margem de contribuição

A Margem de Contribuição também é conhecida como Ganho Bruto sobre as


Vendas. Ela indica para o gestor quanto sobra das vendas para que a empresa
possa pagar seus custos e suas despesas fixas e ainda gerar um resultado positivo.
Essa sobra é considerada a Margem de Contribuição.

Em qualquer que seja o segmento: indústria, comércio ou prestação de


serviços, é possível se apurar o valor e o percentual respectivo da Margem de
Contribuição.

Decifrando o nome “Margem de Contribuição”.

 Margem porque é a diferença entre o valor de venda (preço de venda) e os


valores dos custos e das despesas específicas destas vendas, ou seja,
valores também conhecidos como custos e despesas variáveis da venda.

 Contribuição porque representa em quanto o valor da margem contribui para


o pagamento dos custos fixos e das despesas fixas e também para gerar um
resultado positivo.

Conhecer a margem de contribuição que as vendas proporcionam, mesmo


antes de serem realizadas, é fundamental para o planejamento de qualquer
empresa, principalmente se considerarmos que uma previsão desse tipo pode ser
aplicada no momento do cálculo do preço de venda dos produtos ou prestação de
serviços; além disso, esse conhecimento é essencial para a tomada de decisões.

Cada atividade empresarial, em função de sua natureza e das características


comerciais, apresenta diferentes elementos que representam custos e despesas, os
quais precisam ser analisados um a um, para que se saiba se são variáveis ou fixos.
Se a margem de contribuição é conhecida, a empresa também pode estar vendendo
muito e tendo prejuízo. Para calcular a margem, é preciso realizar a seguinte conta:
margem de contribuição é igual ao valor das vendas menos o valor dos custos
variáveis e das despesas variáveis.

O cálculo da margem de contribuição total da empresa representa também a


margem média ponderada que computa tudo que é vendido. É normal existirem em
uma empresa produtos e serviços com preços, custos e despesas diferentes uns
dos outros. Por isso, é muito importante apurar a margem de contribuição de cada
produto e serviço.

Ao analisar a margem de contribuição unitária de qualquer produto ou serviço


em sua empresa, nenhum deles deverá apresentar margem que não contribui, isto
é, que é negativa. Em outras palavras, quando o valor do preço de venda é inferior à
soma dos valores dos custos variáveis e das despesas variáveis, não contribuindo,
portanto, para pagar os custos fixos, despesas fixas e principalmente gerar um
resultado positivo.

A margem que não contribui pode ser aceitável em uma empresa se estiver
relacionada a alguma estratégia promocional de vendas, isto é, com total
conhecimento de seus gestores e como resultado de uma decisão consciente. Mas,
ainda assim, deve-se avaliar se as vendas de outros produtos e serviços, agregados
ou não à promoção, apresentam margens que compensem a margem de
contribuição negativa de alguns produtos e serviços que estejam nessa condição.

Entretanto, o objetivo principal do gestor, geralmente, deve ser a busca da


melhor margem de contribuição para seus produtos e serviços, e isso depende das
negociações que puder fazer para reduzir os seus custos fixos, os valores de custos
variáveis e também das despesas variáveis, entre outras coisas, ter o valor do preço
de venda aumentado é também uma saída, mas isso não poderá ser feito se o novo
preço deixar de proporcionar competitividade frente aos concorrentes.

Aplicabilidade da margem de contribuição

Uma empresa produz os produtos XX, YY e ZZ. Em outubro de 2012 esses


produtos foram fabricados e vendidos com os preços de vendas, despesas e custos
da tabela a seguir:

Existe o valor de R$ 55.000,00 de custos e despesas fixas no período. Com


as informações calculadas até o momento, segue a tabela com o resultado final.
Outra maneira de demonstrar o resultado seria:
Margem de contribuição, custos fixos identificados e despesas fixas
identificadas

Em algumas situações, um produto, uma linha de produtos, um segmento da


empresa, entre outros, podem exigir custos fixos próprios para a produção ou
despesas próprias para comercialização. Suponha, por exemplo, que a fabricação
de determinado produto demande uma máquina específica. No caso, a depreciação
dessa máquina deve ser identificada apenas com esse produto.
Nessas circunstâncias, tanto os custos fixos como as despesas fixas devem
ser deduzidos, juntamente com os custos e despesas variáveis, das receitas do
produto, linhas de produtos etc., que suportam tais custos e despesas, para
obtenção de sua rentabilidade. Desse modo, haveria diferentes níveis de margem de
contribuição, como apresentado no quadro a seguir:

A aplicabilidade desse modelo de margem de contribuição com custos fixos e


despesas fixas identificadas ajuda na melhor gestão dos produtos, linhas de
produtos, divisões, departamentos da área e, também, quando existem matriz e
filiais de uma mesma organização.
REFERÊNCIAS

BEULKE, Rolando; BERTÓ, Dalvio José. Gestão de custos. São Paulo: Saraiva,
2006.
BORNIA, Antonio Cezar. Análise gerencial de custos em empresas modernas. Porto
Alegre: Bookman, 2002.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MEGLIORINI, Evandir. Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2007.
PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de
informação contábil. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de custos. São Paulo: Saraiva, 2009.
WERNKE, Rodney. Análise de custos e preços de venda: ênfase em aplicações e
casos nacionais. São Paulo: Saraiva, 2005.
Análise e Gestão de Custos
Aula 05

Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho


Este material é parte integrante da disciplina oferecida pela UNINOVE.
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Aula 05: Ponto de equilíbrio e margem de segurança operacional

Objetivo: Esta aula tem o objetivo de apresentar ao aluno as ferramentas de gestão


em questão que facilitam o dia a dia das empresas quando estas se deparam com
alguma dificuldade em decidir qual produto ou serviço deve ser produzido e em qual
quantidade. Apresentar ao aluno uma forma de análise criteriosa para apoiar a
tomada de decisão.

Ponto de equilíbrio (PE)

Ponto de equilíbrio representa o volume de atividade operacional em que o


total da quantidade vendida se iguala aos custos e despesas. Outra forma de
entender o conceito é a seguinte: o ponto de equilíbrio mostra o nível de atividade ou
volume operacional em que a receita total das vendas se iguala ao somatório dos
custos e despesas variáveis totais mais os custos e despesas fixos. Assim,
evidencia os parâmetros que mostram a capacidade mínima em que a empresa
deve operar para não ter lucro nem prejuízo. O ponto de equilíbrio é também
denominado ponto de ruptura (break-even point).

Ponto de equilíbrio e gestão de curto prazo

O conceito de ponto de equilíbrio costuma ser utilizado para a gestão de curto


prazo da empresa. É importante ressaltar esse enfoque. O ponto de equilíbrio é
aquele em que a empresa, operando, tem lucro igual a zero. Nesse ponto de
capacidade de operação, ela consegue cobrir os custos e despesas variáveis das
unidades vendidas ou produzidas e também todos os custos e despesas de
capacidade ou estrutura, os fixos.
Perceba que estamos nos referindo a uma condição aceitável apenas no
curto prazo, porque não se pode pensar em um planejamento de longo prazo para
uma empresa em que não haja resultado positivo e nem sejam remunerados os
detentores de suas fontes de recursos.

Equação, gráfico do ponto de equilíbrio

Como o ponto de equilíbrio é aquele em que o lucro líquido é igual a zero, a


equação fica assim:
Representação gráfica do ponto de equilíbrio

Ponto de equilíbrio em quantidade

O ponto de equilíbrio em quantidade tem o objetivo de determinar a


quantidade mínima que a empresa deve produzir e vender. Abaixo dessa quantidade
de produção e vendas, seguramente estará operando com prejuízo. Partindo da
equação mostrada, a fórmula do ponto de equilíbrio em quantidade é a seguinte:
Ponto de equilíbrio em valor

Em determinadas situações, notadamente quando o leque de produtos é


muito grande e há dificuldades de se obter o mix ideal de produtos e suas
quantidades no ponto de equilíbrio, bem como existem dificuldades de identificar os
custos e despesas fixos para cada produto, temos de nos valer de uma informação
de caráter global expressa em denominador monetário. Assim, traduz-se o ponto de
equilíbrio em valor de vendas, ou seja, calcula-se qual será o valor mínimo a ser
vendido para que a empresa não tenha lucro nem prejuízo em um determinado
momento.
Para esse cálculo, é necessário sabermos a margem de contribuição em
percentual sobre o preço de venda, que se dá por meio da conta: margem de
contribuição unitária dividida pelo preço de venda unitário.

Tipos de ponto de equilíbrio

Na literatura são encontradas diversas modalidades de ponto de equilíbrio


que permitem suprir a necessidade de informações dos administradores e gestores
em vários aspectos. Para tanto, as fórmulas de cálculo utilizadas são adaptadas ao
contexto da informação requerida, por meio da:

a) Retirada de alguns fatores da fórmula de cálculo (como alguns tipos de custos


ou despesas não desembolsáveis (depreciação));
b) Introdução do valor do lucro que se pretende atingir (determinando-se uma
meta a ser alcançada); ou

c) Inserção de pagamentos a serem efetuados no período analisado (quando,


por exemplo, se deseja adquirir algum bem ou liquidar alguma dívida no
período).

Com isso, dependendo da necessidade de informações e da fórmula como é


calculado, o ponto de equilíbrio recebe denominações distintas:

 PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil

 PEE – Ponto de Equilíbrio Econômico

 PEF – Ponto de Equilíbrio Financeiro

Nas três modalidades citadas, o ponto de equilíbrio pode ser calculado em


valor e em quantidades.

Ponto de equilíbrio contábil (PEC)

Fórmulas do ponto de equilíbrio contábil (PEC):

Exemplo de aplicabilidade do ponto de equilíbrio contábil (PEC):


Se uma empresa tem as seguintes características:
 Custos + Despesas Variáveis: $600,00/unidade
 Custos + Despesas Fixas: $4.000.000,00/ano
 Preço de Venda: $800,00/unidade

Ponto de equilíbrio econômico

Fórmulas do ponto de equilíbrio econômico (PEE):


Exemplo de aplicabilidade do ponto de equilíbrio contábil (PEC):

Um resultado contábil significa que economicamente a empresa pode estar


perdendo pelo menos os juros do capital próprio aplicado. Supondo que essa
empresa tenha tido um Patrimônio Líquido no início do ano de $10.000.000,00,
colocados para render um mínimo de 10% a.a., temos um lucro mínimo desejado de
$1.000.000,00. Assim, se esta é a taxa de juros do mercado, concluímos que o
verdadeiro lucro da atividade será obtido quando contabilmente o resultado for
superior a esse retorno. Logo, haverá um ponto de equilíbrio econômico (PEE)
quando houver um lucro contábil de $1.000.000.
Ponto de equilíbrio financeiro

Fórmulas do ponto de equilíbrio financeiro (PEF):

Exemplo de aplicabilidade do ponto de equilíbrio financeiro (PEF):


Por um lado, se a empresa estiver operando com um volume intermediário
entre 20.000 e 25.000 unidades, estará obtendo resultado positivo, mas estará
economicamente perdendo, por não conseguir recuperar sequer o valor dos juros do
capital próprio investido. Por outro lado, o resultado contábil e o econômico não são
coincidentes, necessariamente, com o resultado financeiro. Por exemplo, se dentro
dos custos e das despesas fixas de $4.000.000,00 existir uma Depreciação de
$800.000,00 sabe-se que essa importância não irá representar desembolso de caixa
do período. Dessa forma, os desembolsos fixos serão de $3.200.000,00/ano.

Portanto, o ponto de equilíbrio financeiro (PEF) será obtido quando


conseguirmos obter uma Margem de Contribuição Total nessa importância.

Margem de segurança operacional (MSO)

Margem de segurança operacional é a quantia (ou índice) das vendas que


excede as vendas da empresa no ponto de equilíbrio. Ela representa quanto as
vendas podem diminuir sem que a empresa incorra em prejuízo e pode ser expressa
em valor, unidade ou percentual.
Seu cálculo ocorre com a seguinte fórmula:
Exemplo de aplicabilidade da margem de segurança operacional (MSO)

A empresa de notícias possui as seguintes informações que devem ser


usadas para calcular a margem de segurança operacional:
 Quantidade de exemplares vendidos = 10
 Preço de venda por unidade = R$4.000,00
 Custos e despesas variáveis por unidade = R$2.000,00
 Custos e despesas fixas totais = R$12.000,00
Resolução:
PEC (qtde.) = R$12.000,00 / (R$4.000,00 (–) R$2.000,00)
PEC (qtde.) = 6
Logo,
MSO = (10 (–) 6) / 10
MSO = 40,0%
REFERÊNCIAS

BEULKE, Rolando; BERTÓ, Dalvio José. Gestão de custos. São Paulo: Saraiva,
2006.
MEGLIORINI, Evandir. Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2007.
WERNKE, Rodney. Análise de custos e preços de venda: ênfase em aplicações e
casos nacionais. São Paulo: Saraiva, 2005.
Análise e Gestão de Custos
Aula 06

Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho


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Aula 06: Tomada de decisão considerando a TOC (Theory of
Constraints) Teoria das Restrições

Objetivo: Esta aula tem o objetivo de propor ao aluno o conhecimento sobre as


diversas situações em que a empresa passa em seu dia a dia no que diz respeito à
falta de insumos e necessidade de decidir qual será o seu mix de produto ou serviço
produzido e/ou prestado e em qual quantidade; e essa decisão deve proporcionar a
melhor otimização dos recursos e resultado da empresa.

Margem de contribuição e fatores limitantes de produção

O modelo de decisão de margem de contribuição deve ter sua utilização


complementada com o conceito de fatores limitativos ou restritivos. Uma série de
variáveis, internas ou externas, pode afetar o fluxo operacional da empresa,
impondo restrições para a produção e venda dos produtos e serviços.
Quando essas restrições afetam o volume de vendas a ser produzido e
vendido, de um ou mais produtos e serviços, devem ser incorporados ao modelo. O
conceito adequado é avaliar a margem de contribuição de cada produto ou serviço,
não de forma isolada, mas sim em relação à restrição ou restrições encontradas.
Conhecida como teoria das restrições, a TOC (theory of constrainsts) trata da
identificação dos gargalos dos sistemas produtivos com o objetivo de otimizar a
produção nesses pontos e assim maximizar o resultado da empresa.
As restrições mais comuns que podem afetar as variáveis do modelo estão na
Figura 1 e também explicitadas a seguir:
Figura 1 – restrições comuns às empresas
(Fonte: o próprio autor)

 Demanda de mercado: o mercado não aceita quantidades maiores do(s)


produto(s) ou serviço(s).
 Matérias-primas e componentes: os fornecedores, temporariamente, estão
com a capacidade produtiva esgotada e não têm condições de aumentar sua
produção.
 Mão de obra direta: temporariamente, há escassez de mão de obra
especializada e a empresa não tem condições internas de aumentar sua
produção.
 Utilização de equipamentos: os equipamentos não têm capacidade de
atender ao acréscimo de produção, temporariamente.
 Distribuição e logística: os distribuidores dos produtos não têm condições
de aumentar de imediato a capacidade de distribuição dos produtos.
 Investimentos: as instalações operacionais, no seu conjunto, estão
trabalhando no limite da capacidade, e só um novo investimento em novas
fábricas e escritórios possibilitará atender ao aumento da demanda e
produção prevista.
 Capital de giro: a empresa está sem caixa para financiar o capital de giro
necessário para aumento de produção e vendas.
 Financiamento externo: o mercado financeiro não tem linhas de crédito para
financiar um aumento das vendas dos produtos da empresa.

Quando a empresa opera no limite da capacidade instalada ou existem fatores


limitantes de produção

Imagine que a empresa Sempre Verde Ltda. fabrique e venda quatro tipos
diferentes e o gestor possua as seguintes informações:

Quadro 1 – Informações disponíveis


(Fonte: o próprio autor)

A empresa Sempre Verde Ltda. realizou uma pesquisa de mercado e


identificou a demanda existente para o período para cada modelo de armário. Em
seguida, o gestor, com o conhecimento das horas-máquina necessárias para a
produção, preparou um demonstrativo de necessidades de horas-máquina:
Quadro 2 – Cálculo de demanda de horas-máquina
(Fonte: o próprio autor)

De acordo com o Quadro 2, a empresa necessita de 103.150,0 horas-


máquina para suprir toda a demanda pesquisada. No entanto, a empresa dispõe
somente 97.000,0 horas-máquina, ou seja, faltam 6.150,0 horas-máquina. Isso
significa que o gestor de custos terá de informar a redução de algum tipo de armário
para a produção.

Como o gestor de custos deverá proceder diante dessa questão?

Se o gestor tomar sua decisão baseada na Margem de Contribuição que já


está calculada no Quadro 1, não hesitaria em diminuir a produção do armário
modelo DD, pois é este que traz a menor margem de contribuição.
Existe, porém, outra informação que o gestor não pode desconsiderar antes
de tomar sua decisão. O modelo DD mesmo sendo o menor contribui na margem.
Também é o modelo de armário que consome menos horas-máquina entre todos os
modelos, ou seja, 3,5 horas-máquina por unidade e esse é o fator de limitação no
momento.
O que o gestor deve fazer?

Para tomar a melhor decisão e fazer com que a empresa Sempre Verde Ltda.
alcance o melhor resultado possível, o gestor de custos deve usar os valores de
margem de contribuição (já calculados) e dividi-los individualmente pelo tempo de
horas-máquina de cada modelo de armário e, a partir dessa informação, tomar a sua
decisão.

Quadro 3 – Cálculo da margem de contribuição por hora-máquina


(Fonte: o próprio autor)

Com a ajuda desse cálculo, o gestor de custos pode apoiar a tomada de


decisão, pois já sabe que em razão do fator de limitação horas-máquina de
(6.150,0h), deverá optar por diminuir a produção do armário modelo AA e, então,
obter o melhor resultado possível, pois esse modelo demonstra uma margem de
contribuição na restrição de R$2,11.

Como saber a quantidade que será diminuída de cada modelo considerando o


fator de limitação já conhecido?

O raciocínio é mesmo que foi feito anteriormente, só que ao invés de utilizar o


valor calculado da margem de contribuição, o gestor de custos deve trabalhar com a
quantidade de horas-máquina que não dispõe e dividi-lo individualmente pelo tempo
de horas-máquina de cada modelo.

Quadro 4 – Cálculo da quantidade a ser reduzida pela restrição de horas-máquina


(Fonte: o próprio autor)

Já se sabe que o modelo de armário a ter sua produção reduzida é o modelo


AA. Conforme os cálculos de quadro 3 e conforme os cálculos do quadro 4, essa
redução será de 647 unidades.
Quadro 5 – Cálculo do resultado do período

Assim, o gestor de custos pode gerar a demonstração de resultado do


período e gerar o melhor resultado, otimizando assim, todos os recursos existentes e
considerando a restrição apresentada.
REFERÊNCIAS

BEULKE, Rolando; BERTÓ, Dalvio José. Gestão de custos. São Paulo: Saraiva,
2006.
BORNIA, Antonio Cezar. Análise gerencial de custos em empresas modernas. Porto
Alegre: Bookman, 2002.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade gerencial. 6. ed. 11. reimpr. São Paulo: Atlas,
2008.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MEGLIORINI, Evandir. Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2007.
PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de
informação contábil. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de custos. São Paulo: Saraiva, 2009.
WERNKE, Rodney. Análise de custos e preços de venda: ênfase em aplicações e
casos nacionais. São Paulo: Saraiva, 2005.
Análise e Gest ão de Cust os
Aula 07

Os direit os dest a obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho


Este material é parte integrante da disciplina oferecida pela UNINOVE.
O acesso às atividades, conteúdos multimídia e interativo, encontros virtuais, fóruns de
discussão e a comunicação com o professor devem ser feitos diretamente no ambiente
virtual de aprendizagem UNINOVE.

Uso consciente do papel.


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Aula 07: Precificação

Objetivo: Propor ao aluno o conhecimento das diversas maneiras de formar o preço


de venda dos produtos e serviços das empresas, bem como apresentar conceitos,
princípios, métodos e políticas existentes para a melhor escolha e adaptabilidade
empresarial no ambiente em que está localizada.

Introdução

Há alguns anos, as empresas estavam acostumadas a estipular seus preços


de qualquer forma, usando métodos empíricos e muitas vezes cobrando preços
abusivos. Os clientes, na maioria das vezes, não tinham outra opção: necessitando
dos produtos, pagavam os valores que lhes eram cobrados.
Entretanto, com o passar do tempo, tornaram-se mais exigentes,
conhecedores dos seus direitos. A abertura do mercado brasileiro também contribuiu
para que as empresas se modernizassem e melhorassem seus preços. A meta das
empresas passou a ser maior qualidade, menor preço, maior lucratividade, descobrir
o que o cliente espera de um produto ou serviço e quanto está disposto a pagar.
Assim, a formação de preço é mais que o processo de acumulação de custos
e acréscimo uma margem de lucro, e, para que o preço calculado produza
consequências satisfatórias, alguns princípios devem ser observados.

Princípios básicos da precificação

Os principais princípios a serem considerados na formação de preços são os


seguintes:

• Distribuição dos custos comuns entre produtos e serviços: em


linguagem técnica, a distribuição dos custos comuns é denominada rateio dos
custos indiretos, e o melhor a fazer é escolher o critério de rateio mais
aplicável às características da empresa e do processo de operação, mas sem
perder de vista que o objetivo final do rateio é que o total dos custos comuns
seja coberto.
• Volume de produção para cálculo do custo unitário: várias partes de custo
são inicialmente conhecidas pelo seu valor total, e este deve ser dividido pelo
volume de operação para se chegar ao custo unitário. Para fins de formação
de preço, o volume a ser considerado é aquele para o qual os custos foram
consumidos, isto significa que devem ser consideradas a capacidade de
produção e a quantidade que foi produzida.
• Tributação: os tributos devem ser cuidadosamente avaliados e considerados
corretamente nos preços, uma vez que são relevantes e se constituem num
pesado encargo para as empresas. Deve-se avaliar, entre outros aspectos, a
distinção entre tributos cumulativos e não cumulativos. Os tributos não
cumulativos permitem o aproveitamento posterior do tributo pago na etapa
anterior (compra de insumos ou mercadorias utilizadas no processo de
produção ou comercialização). Além desses fatores, existem muitos outros,
como tributos incidentes sobre produtos específicos, alíquotas diferenciadas,
particularidades regionais, além das constantes mudanças na legislação, que
obrigam as empresas a se preocuparem constantemente com a questão
tributária. As características mais comuns dos tributos, que precisam ser
consideradas para a formação do preço, são as alíquotas e a base de
incidência.
• Inclusão de todos os custos de oportunidade: o valor real do trabalho dos
sócios (custo de oportunidade) deve ser considerado para fins de formação
de preço. Em geral, o custo de oportunidade mais significativo é o custo do
capital investido.

Métodos de precificação

Entre os vários métodos de precificação existentes na literatura, destacam-se


os seguintes:
Figura 1 – Métodos de precificação

• Determinação do preço pelo custo total: o pressuposto básico para esse


método é que o mercado estaria disposto a absorver os preços de venda
determinados pela empresa, que, por sua vez, são calculados em cima de
seus custos totais e dos investimentos realizados.

• Determinação do preço pelo custeio direto/variável: nesse método,


tomam-se como base os custos diretos ou variáveis e as despesas variáveis
do produto ou serviço que possam ser identificadas, após isso a margem a
ser aplicada deverá cobrir, além da rentabilidade mínima almejada, os custos
e despesas fixas que ainda não foram alocadas.

• Método orientado para a demanda: considera-se que esse método leva


uma ligeira vantagem sobre os demais por levar em conta o preço que o
comprador está disposto a pagar; outra determinação consiste na venda de
produtos e serviços a preços diferentes para consumidores diferentes; na
negociação entre vendedor e comprador chegam ao acordo final que resulta
em preço diferente para cada comprador.

• Método orientado para a concorrência: esse método parte do levantamento


dos preços dos concorrentes, colocando o preço da empresa na média;
considera também o posicionamento do produto ou serviço na mente do
consumidor, ou seja, se um produto é diferenciado na mente do consumidor e
ele percebe a qualidade, não haverá a necessidade de o preço ser orientado
pela média de preço dos concorrentes.

Determinação das políticas de precificação

Conhecer os consumidores do seu produto ou serviço é uma condição muito


favorável para a empresa, e ela pode trabalhar com mais assertividade em sua
escolha das políticas de formação de preços.

• Preço costumeiro: é o preço que os consumidores estão acostumados a


pagar, logo a empresa deverá mantê-lo caso queira ingressar no mercado ou
segui-lo.
Um exemplo disso são os chocolates e doces: os consumidores estão
acostumados a pagar um determinado preço por tais produtos e, se houver
elevação do preço, dificilmente aceitarão.
• Preço de linha: no caso de uma política de preços de linha para os
consumidores de uma faixa e outra linha de preços superiores para outra
faixa de consumidores, estas diferenças permitem maior cobertura do
mercado com preços diferenciados para cada segmento.
• Preço psicológico: são os famosos preços picados, para dar uma ideia de
mais barato, como por exemplo: um brinquedo na loja “LL” custa R$100,00, já
na outra loja “MM” custa R$ 99,95, a segunda gera na cabeça do consumidor
um valor mais baixo, ou seja, mais barato, embora a diferença seja mínima,
de R$ 0,05.
• Preço único: são preços utilizados pelos vendedores para todos os
consumidores e não permitem diferenciação entre os compradores. Essa
política é inflexível e permite a perda de algumas negociações. Pode
favorecer o comprador em alguns casos, como também desfavorecer em
outros, dependendo do custo/benefício encontrado naquilo que se está
comprando.
• Preço negociado: pode gerar insatisfação por parte dos consumidores, pois
alguns pagam mais do que outros. As empresas trabalham com diferentes
políticas de preços de acordo com a segmentação de mercado.

Seleção do método para determinar os preços

A determinação do preço deve considerar as políticas e os preços a serem


seguidos pela empresa. A maioria delas considera inicialmente o preço de mercado,
outras estabelecem o preço a partir dos custos de operação.

• Método markup: consiste em um percentual adicionado ao custo para se


chegar ao preço final; geralmente expresso na forma de um índice ou
percentual. Definido o custo, o preço de venda pode ser calculado das
seguintes maneiras:

1. Preço de venda = Custo/Markup


2. Preço de venda = Custo X Markup

No item 1, tem-se o markup divisor, e, no item 2, tem-se o markup


multiplicador. Uma vez conhecido o valor do custo, qualquer um leva ao
mesmo preço de venda.
No exemplo, considere que a empresa tem a seguinte estrutura:

Nesse caso, temos os seguintes markups:


 Markup divisor:
[(100,00 (–) 55,65) / 100,00] = 0,4435

 Markup multiplicador
(1 / 0,4435) = 2,25479

Considerando o custo unitário de R$ 50,00 para o produto XX, calculado pelo


método de custeio por absorção, o preço de venda à vista seria:

 Usando o markup divisor:

Preço de venda à vista = Custo / Markup


Preço de venda à vista = R$ 50,00 / 0,4435
Preço de venda à vista = R$112,74

 Usando o markup multiplicador:

Preço de venda à vista = Custo X Markup


Preço de venda à vista = R$ 50,00 X 2,25479
Preço de venda à vista = R$112,74

• Método preço geográfico: outro componente que não deve ser esquecido é
a inclusão do valor do transporte das mercadorias e dos produtos no preço.
• Método preço final: além das considerações geográficas para determinar o
preço, é muito comum que os fabricantes estabeleçam preços de lista para
evitar que o produto seja vendido a diferentes preços de mercado.
Em ocasiões especiais, a empresa poderá ainda contar com outro aliado na
formação dos preços, que são os descontos:
 Descontos para intermediários: esse tipo é muito recomendado se o
preço está determinado para o varejo e grandes compradores estão
mais aptos a pedir um desconto maior em função da quantidade
adquirida.
 Descontos por quantidades: nesse caso, o fabricante faz uma tabela
e estipula de acordo com a quantidade comprada o valor dos
descontos, permite uma unificação de condições.
 Descontos por pagamentos à vista: são comuns em determinadas
ocasiões, principalmente em épocas de inflação: a empresa oferece o
pagamento em três vezes mensais iguais pelo mesmo preço à vista; o
comprador goza de desconto, pois a inflação para o período e os
custos está embutida no preço final.
 Descontos sazonais: são descontos ou reduções do preço para os
compradores que adquirem mercadorias, produtos e serviços fora da
estação; por exemplo: hotéis e companhias aéreas oferecem
descontos sazonais para clientes em períodos de baixa estação (fora
da época de férias).
Políticas de precificação

As empresas se utilizam de diversas estratégias para determinar o preço de


seus produtos e serviços. Uma vez que o custo é um determinante de oferta
importante, muitas empresas baseiam seus preços nele. Outras ainda usam uma
estratégia de custo-alvo, ou estratégias baseadas nas condições iniciais de
mercado.

• Precificação baseada em custos: parte-se da premissa de que a receita de


uma empresa deve cobrir o custo e a despesa a fim de realizar um resultado
positivo; muitas empresas iniciam com o custo para determinar o preço. Ou
seja, algumas calculam o custo do produto e acrescentam o lucro desejado. A
margem (markup) é uma porcentagem aplicada ao custo-base e inclui o lucro
desejado e quaisquer custos não incluídos no custo-base. A precificação por
margem tem a vantagem de ser um processo simples e fácil de ser aplicado.
• Precificação baseada em custeio-alvo: o custeio-alvo é um método de
determinar o custo de um produto ou serviço baseado no preço (preço-alvo)
que os consumidores estejam dispostos a pagar.
A partir da definição das características e dos preços aceitáveis para um
produto, segundo pesquisas efetuadas junto ao consumidor, a empresa começa a
projetá-lo e desenvolvê-lo, de maneira que o custo e o lucro possam a ser cobertos
por aquele preço. O custeio-alvo é um processo iterativo. A empresa deve revisar os
componentes de custo, objetivando identificar as reduções possíveis. Essa revisão
deve ser efetuada por meio de ciclos, até que se atinja o custo-alvo ou se determine
que não é possível fazê-lo. O custeio-alvo permite uma chance de se desenvolver
um mercado lucrativo, chance essa que poderia não existir caso se definisse o preço
com base no custo inicial.

Outras políticas de precificação

Existem outras políticas de precificação, como a política do preço de


penetração, que consiste em um preço de um produto novo a um preço inicial
baixo, talvez até mais baixo que o custo, para construir rapidamente a participação
no mercado. Também é possível citar o preço por desnatamento, que consiste em
cobrar um preço mais alto quando da introdução de um produto ou serviço. Usado
quando o produto é novo, um pequeno grupo de consumidores o valoriza e a
empresa desfruta de uma vantagem monopolística. Próximo ao preço por
desnatamento está o preço abusivo. Considera-se que o preço é abusivo quando
empresas com poder de mercado precificam seus produtos com valor elevado muito
superior ao custo. Nesses casos, as empresas têm dificuldades em explicar sua
estrutura de custo e mostrar os custos que os consumidores podem não perceber
que existam.

Precificação e a concorrência

A precificação depende, também, do ambiente em que o produto está inserido


e, consequentemente, da análise dos preços do mercado, das práticas comerciais e
das estruturas de custos dos concorrentes, dentre outros. Nesse sentido, é
importante que uma análise do mercado seja constantemente efetuada, visando
compreender e prever os movimentos de preço da concorrência. Todavia, uma
análise mais aprofundada requer quantidade de dados muitas vezes de difícil
obtenção. Uma análise mais criteriosa da concorrência pode identificar alguns
fatores que interferem na decisão de preço adotada, como o grau de rapidez de
reação do concorrente, além das oportunidades existentes. Esses fatores, quando
correta e tempestivamente identificados, asseguram a percepção da estabilidade
dos preços aplicados pelo mercado e garantem a estratégia de preço adequada.

Precificação e o ciclo de vida

Apenas a análise dos aspectos econômicos e mercadológicos não garante a


eficácia da precificação. Essas análises são estáticas, efetuadas num determinado
momento do ciclo comercial do produto. Como integrante de um processo contínuo,
o produto possui um ciclo de vida que precisa ser considerado quando da definição
das estratégias de custo. De nada adianta investir pesadamente em um produto que,
passados alguns meses, poderá não gerar mais valor para o mercado.
O ciclo de vida de um produto pode ser dividido em quatro estágios:
introdutório, crescimento, maturidade e obsolescência tecnológica.

• O estágio introdutório caracteriza-se pela demanda reduzida, constante


necessidade de recursos financeiros e incerteza de sucesso.
• No estágio do crescimento a demanda pelo produto aumenta, assim como a
competição.
• O crescimento não será mais acentuado no estágio da maturidade. Nesse
estágio o objetivo da empresa é o aumento da participação de mercado.
• O último estágio, o da obsolescência tecnológica, é marcado pelo declínio da
demanda. Percebe-se a contração de mercado ao produto e a reciclagem de
hábitos de consumo. É a morte do produto e o início da vida de outro.

REFERÊNCIAS

BEULKE, Rolando; BERTÓ, Dalvio José. Gestão de custos. São Paulo: Saraiva,
2006.
BORNIA, Antonio Cezar. Análise gerencial de custos em empresas modernas. Porto
Alegre: Bookman, 2002.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MEGLIORINI, Evandir. Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2007.
PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de
informação contábil. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de custos. São Paulo: Saraiva, 2009.
WERNKE, Rodney. Análise de custos e preços de venda: ênfase em aplicações e
casos nacionais. São Paulo: Saraiva, 2005.
Análise e Gestão de Custos
Aula 08

Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho


Este material é parte integrante da disciplina oferecida pela UNINOVE.
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Aula 08: Formação do preço de venda no comércio e prestação de
serviços

Objetivo: propor ao aluno o conhecimento sobre as diversas formas de formar o


preço de venda no comércio e na prestação de serviços, considerando suas
particularidades e especificidades, como montar seu markup (percentual), com
exemplos práticos para elucidar o conteúdo e formação do preço de venda.

Fatores que influenciam a formação de preço no comércio

A formação de preço de venda das mercadorias, elemento essencial da


gestão econômico-financeira e mercadológica das empresas comerciais, envolve
diversos fatores em sua composição, entre eles: a estrutura de custo, a demanda
(mercado), a ação da concorrência, o governo e os objetivos pretendidos (mercado
alvo e posicionamento).
O custo constitui, a rigor, o piso do preço da mercadoria, mas não deve ser
tratado isoladamente, pois a condição de demanda é um fator importante e neste
contexto é oportuno o exame de sua elasticidade.
Entende-se por elasticidade a variação no volume de demanda, em razão da
variação nos preços. Diferentes tipos de mercadorias possuem elasticidades
diversas, ou seja, as variações de preços das mercadorias apresentam oscilações
diferenciadas em seu volume de venda. A elasticidade das mercadorias está ligada
pelo menos a três fatores básicos:

i. Características intrínsecas da própria mercadoria – cada mercadoria


possui, devido à sua natureza, diferentes graus de elasticidade, assim ao se
estabelecer os níveis de preços é importante verificar o nível de sensibilidade
da mercadoria em termos de volume.

ii. Renda dos consumidores – a renda e, principalmente, a sua variação,


exerce diferentes efeitos sobre a demanda dos bens. Pode-se em principio
afirmar que as mercadorias incluídas nas necessidades básicas dos
consumidores são menos sensíveis às variações de renda do que aquelas de
natureza mais supérfluas e periféricas.

Assim, é bastante provável que uma variação de renda afete mais a demanda
de produtos conhecidos como “linha branca” do que a demanda do pão ou do leite.
A existência ou não de bens substitutos e sua amplitude afetam diretamente a
sensibilidade às variações de preços. Quanto maior a existência de alternativas
diretas ou indiretas de substituição, tanto maior é a sensibilidade da demanda às
oscilações do preço e a recíproca também é verdadeira.

iii. Intensidade da demanda – certas mercadorias possuem maior intensidade


de demanda em determinadas épocas, influenciando nas variações dos
preços, são os artigos consumidos em datas comemorativas, como festa
junina, dia das mães, Natal, Ano Novo, ou em estações do ano como verão e
inverno.

Ao lado da demanda, outro fator que influencia o estabelecimento e a política


de preços é a concorrência. Essa variável está associada, principalmente, ao
número e ao tamanho dos comerciantes de um lado e do número e do tamanho dos
consumidores de outro. Destas relações, podem surgir inúmeros tipos de
comportamentos competitivos e é importante para a empresa conheça o tipo em que
se enquadra e qual a sua posição em relação aos concorrentes, pois isso é
determinante na sua política de formação de preços.

Formação de preço no comércio com custeio por absorção

Nesse sistema, a identificação do custo é o inicio da formação de preço, e a


partir do seu conhecimento podem-se estabelecer as condições para calcular o
custo total e do resultado quando o preço for conhecido e o cálculo do preço de
venda, quando este não for conhecido, devendo-se estabelecer previamente o
resultado desejado.
Figura 1 - Fórmula de cálculo do markup e do preço de venda.
Fonte: adaptado de Beulke (2006).

Considerando o exemplo prático a seguir, o custo unitário pago ao fornecedor


com tributos e frete foi R$220,00, as receitas previstas para o período são
R$16.000.000,00; as despesas operacionais R$1.600.000,00 (10%) e as despesas
administrativas R$960.000,00 (6%). O índice de despesa financeira do giro 3%;
índices de despesas tributárias diretas 3,65%; comissão de vendas 4%; locação do
imóvel 3%; índice de rentabilidade pretendido 5%. Vamos calcular o markup e em
seguida o preço de venda.

Quadro 1 - cálculo do markup e do preço de venda.


Fonte: o próprio autor.
Formação de preço no comércio com custeio direto ou variável

Nesse sistema, as situações de cálculo se assemelham às do custeio por


absorção com as devidas adaptações, nesta modalidade, não se apropriam as
despesas fixas às mercadorias, assim o ponto de partida é o custo variável, que
nesse caso também é o próprio custo de aquisição da mercadoria. A partir do
cálculo do custo variável podem ser estabelecidas as condições para a margem de
contribuição quando o preço de venda é conhecido. Quando este não for conhecido
deve-se estabelecer previamente a margem de contribuição pretendida, que
geralmente é derivada das metas orçamentárias da empresa.

Figura 2 - Fórmula de cálculo do markup e do preço de venda.


Fonte: adaptado de Beulke (2006).

Considerando o exemplo prático a seguir, o custo unitário pago ao fornecedor


com tributos e frete foi R$220,00, as receitas previstas para o período são
R$16.000.000,00; o índice de despesa financeira do giro 3%; índices de despesas
tributárias diretas 3,65%; comissão de vendas 4%; locação do imóvel 3%; índice de
margem de contribuição pretendido 20%. Vamos calcular o markup e, em seguida, o
preço de venda.
Quadro 2 - cálculo do markup e do preço de venda.
Fonte: o próprio autor.

Fatores que influenciam a formação de preço na prestação de serviços

Os três componentes monetários básicos da estrutura de custos de serviço


podem ser calculados independentemente de se conhecer ou não o seu preço.

Por essa razão, a soma do custo desses três componentes recebe a


denominação de custo independente do preço e tem a seguinte composição:

 Custo do material aplicado no serviço – para realizar as atividades e


podem ser específicos para determinados serviços esporádicos (avulsos) e
também genéricos para serviços de operações que são contínuas
(periódicas).

 Custo da operação (mão de obra aplicada no serviço) – refere-se à mão de


obra direta ou indireta aplicada nos serviços executados.
 Custo administrativo – aqui tem os custos de material de informática e
material de escritório, taxas de funcionamento, manutenção de veículos, entre
outros.

Formação de preço na prestação de serviços com custeio por absorção

No custeio por absorção, o elemento de partida para a formação de preço de


venda é a identificação co custo independente de preço. A partir disso estabelecem-
se as condições para o cálculo do preço de venda.
Figura 3 - Fórmula de cálculo do markup e do preço de venda.
Fonte: adaptado de Beulke (2006).

Considerando o exemplo prático a seguir, o custo independente de preço foi


R$80,00, o índice de despesa financeira do giro 4%; índices de despesas tributárias
diretas 8,65%; comissão de vendas 6%; locação do imóvel 5%; índice de resultado
pretendido 25%. Vamos calcular o markup e em seguida o preço de vendado
serviço, lembre-se que este é o valor por hora trabalhada.

Quadro 3 - cálculo do markup e do preço de venda.


Fonte: o próprio autor.
REFERÊNCIAS

BEULKE, Rolando; BERTÓ, Dalvio José. Gestão de custos. São Paulo: Saraiva,
2006.

BORNIA, Antonio Cezar. Análise gerencial de custos em empresas modernas. Porto


Alegre: Bookman, 2002.

MEGLIORINI, Evandir. Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2007.

PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de


informação contábil. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
Análise e Gestão de Custos
Aula 09

Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho


Este material é parte integrante da disciplina oferecida pela UNINOVE.
O acesso às atividades, conteúdos multimídia e interativo, encontros virtuais, fóruns de
discussão e a comunicação com o professor devem ser feitos diretamente no ambiente
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Aula 09: Comércio eletrônico – Custos e precificação

Objetivo: Proporcionar ao aluno um conhecimento sobre uma modalidade de


negócio (comércio eletrônico), que é, de certa forma, inovadora, atraente, com
grande potencial de crescimento e principalmente de fácil manuseio. A aula traz
conceitos de custos e formas de precificação desta modalidade com aplicação
simples e objetiva para o melhor aproveitamento e entendimento.

Comércio eletrônico: conceituação e características

Dentre as tecnologias de informação, a internet merece destaque, pois tem se


expandido muito e levado um número crescente de consumidores e empresas a
participar de um mercado on-line. A internet tem permitido uma ligação direta entre a
empresa e qualquer pessoa que esteja em qualquer lugar, estabelecendo um
relacionamento interativo entre clientes e fornecedores, propiciando a venda e a
entrega de produtos, mercadorias e serviços.
A rede é uma imensa vitrine, visível em qualquer lugar do mundo, o que
possibilita que um gigantesco número de pessoas veja e conheça produtos,
mercadorias e serviços de qualquer natureza.
O intenso crescimento do comércio eletrônico vem modificando como as
empresas negociam e a forma de compra dos consumidores.
Os processos podem ser realizados de forma completa ou parcial, incluindo
as transações negócio a negócio, negócio a consumidor e intraorganizacional, em
uma infraestrutura predominante pública, de fácil e livre acesso e a baixo custo.

Composição dos custos e despesas no comércio eletrônico

De modo geral, os principais componentes de custos e despesas no comércio


eletrônico são:
 Custo da mercadoria adquirida: quando o comerciante eletrônico adquire a
mercadoria de determinado fornecedor, o procedimento é igual ao
convencional. Existe nesta circunstância um estoque intermediário e
consequentemente um controle físico-monetário.
 Custo de armazenamento: para as empresas que adquirem a mercadoria de
um fornecedor e a armazenam, esse componente abrange todas as despesas
relativas a esta operação (recepção, sua guarda, limpeza, conservação,
controle, manuseio, entre outras).
 Custo da pré-venda: pode compreender dois grandes grupos: a) despesas
de organização, manutenção e atualização do site (software operacional),
publicidade, campanhas promocionais, remessa de catálogos. Constituem
despesas operacionais; b) despesas com link (é uma despesa variável em
degraus), crescem em razão do aumento de consultas.
 Custo de distribuição: compreendem as despesas relativas às atividades
operacionais e administrativas de preparação e encaminhamento da
distribuição das mercadorias.

 Despesas financeiras e tributárias: conforme o tipo e tamanho da empresa


e a modalidade de negociação, podem ocorrer despesas financeiras e
tributárias atreladas, direta e especificamente, ao ato da venda.
 Despesas com o pós-venda: são despesas que podem ocorrer em certas
empresas, envolvendo explicações, auxílio técnico, reclamações, devoluções;
são de diferentes naturezas, relevâncias e tratamento.
 Despesas administrativas e operacionais gerais: são despesas
eminentemente fixas e indiretas e constituem um agrupamento de despesas
estruturais, como contabilidade, limpeza, entre outras.

Precificação no comércio eletrônico

No comércio eletrônico, a influência da variável preço tende a ser mais


acentuada do que no comércio convencional, pois na sua essência visa propiciar
mais conveniência de tempo, conveniência de deslocamento (lugar) e acesso pronto
e rápido a um catálogo maior de mercadorias. Esses fatores no conjunto acabam
dotando a variável preço, nesse canal, de uma maior importância no processo
decisório da compra.
Nesta modalidade de comercialização, o custo continua sendo o piso do
preço e este piso está condicionado ao sistema de custeio utilizado pela empresa.

Formação do preço com custeio por absorção

Figura 1 – Fórmula do cálculo com rentabilidade % sobre o preço de venda


Fonte: o próprio autor

Na montagem do preço, os itens custo da mercadoria adquirida e custo da


embalagem agregada compõem o que denominamos “valor independente de preço”.
Considerando o exemplo prático a seguir, o custo da mercadoria adquirida foi
R$ 50,00; o custo da embalagem agregada foi R$ 10,00; o índice de custo de
armazenagem foi 5%; o índice de custo de pré-venda foi 1%; o índice de despesas
operacionais e administrativas de distribuição foi 3%; o índice de despesas
operacionais e administrativas gerais foi 2%; o índice de despesas diretas de
distribuição foi de 2,5%; o índice de despesa financeira do giro, 3%; o índice de
despesas tributárias diretas, 3,65%; o índice de custo de pós-venda foi 2,5%; o
índice das devoluções foi 3%; e o índice de rentabilidade pretendido ,15%. Vamos
calcular o markup e em seguida o preço de venda.
Quadro 1 – Cálculo do markup e do preço de venda
Fonte: o próprio autor

Formação do preço com custeio direto ou variável

Figura 2 – Fórmula do cálculo com rentabilidade % sobre o preço de venda


Fonte: o próprio autor
Considerando o exemplo prático a seguir, o custo da mercadoria adquirida foi
R$ 50,00, o custo da embalagem agregada foi R$ 10,00; a parte variável do custo de
armazenagem foi R$ 2,50; a parte variável do custo de pré-venda foi R$ 4,50; o
índice de despesas diretas de distribuição foi 2,5%; o índice de despesa financeira
do giro, 3%; o índice de despesas tributárias diretas, 3,65%; o índice de custo de
pós-venda foi 1,5%; o índice das devoluções foi 3%; e o índice de margem de
contribuição pretendido, 25%. Vamos calcular o markup e em seguida o preço de
venda.

Quadro 2 – Cálculo do markup e do preço de venda


Fonte: o próprio autor

Política de preços no comércio eletrônico

A partir do estabelecimento dos preços, segundo os critérios abordados,


podem ser implementadas diversas práticas de movimentações desses preços.
Dentre essas, algumas merecem destaque:

 Manutenção dos níveis de preços em patamares semelhantes aos do


comercio convencional – É um procedimento bastante usual nas empresas
que desenvolvem simultaneamente o comércio eletrônico e o convencional. A
política é manter os preços mais ou menos semelhantes em ambas as
modalidades, com o objetivo de não desestimular as vendas pelo canal
convencional.
 Promoções de preços em datas ou eventos especiais – Consistem em
oferecer vantagens especiais de ocasiões. A partir de um calendário de
eventos, são oferecidos benefícios de diferentes formas: presentes, viagens,
descontos de preços, entre outros.
 Promoções de preços por freqüência de compras – Uma das
características do canal eletrônico é a facilidade de controle da frequência de
compras por parte de consumidor. Isso possibilita a introdução de uma
espécie de fidelização do cliente, oferecendo-lhe uma política de preços
diferenciada.
 Promoção de preços por volume de compras – É outra modalidade de
incentivo ao consumidor. Nessa alternativa, maiores volumes possibilitam,
também, a obtenção de condições diferenciadas de preços.
 Segmentação de preços por categoria – Certas empresas podem
concentrar mais atenção em determinadas categorias de consumidores, por
considerá-los de grande potencial. Fixa-se um preço único final e oferecem-se
descontos especiais para certos segmentos (idosos, gays, professores,
crianças, entre outros).
 Promoções de preços, visando redução de estoques – A existência de
grandes estoques constitui outro fator de promoção de preços, visando
justamente sua redução.

REFERÊNCIAS

BEULKE, Rolando; BERTÓ, Dalvio José. Gestão de custos. São Paulo: Saraiva,
2006.
BORNIA, Antonio Cezar. Análise gerencial de custos em empresas modernas. Porto
Alegre: Bookman, 2002.
MEGLIORINI, Evandir. Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2007.
WERNKE, Rodney. Análise de custos e preços de venda: ênfase em aplicações e
casos nacionais. São Paulo: Saraiva, 2005.

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