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O IMPACTO DOS CUSTOS PARA AS EMPRESAS:

CUSTEIO POR ABSORÇÃO COMO FERRAMENTA DE GESTÃO

Rafael de Jesus Silva1


Jamile Silva de Jesus1
Ana Carolina Sousa de Almeida1
Estefani Niquita de Souza do Nascimento1
Alany Souza1
Tutor Externo: Aline Hortale Magarão2
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Administração (FLC 15364 ADG) – Seminário Interdisciplinar IV
15/11/2023

1 INTRODUÇÃO

A contabilidade é uma ciência que estuda o patrimônio da pessoa jurídica ou física, a


contabilidade auxilia os gestores no processo de tomada de decisão e controle dos custos dos
negócios e através da contabilidade de custos busca evidenciar os gastos operacionais.
A gerência de custos é uma atividade indispensável para que a empresa possa ser
competitiva e tenha resultado otimizado. As organizações que não se valem de ferramentas e de
técnicas apropriadas de análise para mensurar o custo de seus serviços estão mais inclinadas a erros
que podem conduzir a empresa a riscos e a um posicionamento estratégico indesejável.
Os sistemas de custeios são vários na ótica da contabilidade de custos, o objeto de estudo
deste trabalho é o custeio por absorção, diante exposto o objetivo da pesquisa é aplicar o custeio por
absorção como ferramenta de gestão demonstrando a importância da contabilidade de custos para
coleta e elaboração de relatórios para fins decisoriais que reduzem os problemas que as empresas
convivem nesta área.
Justifica a presente pesquisa, pois mostra a importância da contabilidade na utilização de
suas ferramentas como instrumento de apoio no processo de tomada de decisão. Além de
demonstrar o custeio por absorção como uma ferramenta de gestão. O método de custeio por
Absorção engloba custos diretos e indiretos, o produto absorve todos os custos incorridos pela
empresa e a grande vantagem do Custeio por Absorção é a aceitação pela contabilidade fiscal e
tributária.

1 Rafael de Jesus Silva


Jamle Silva de Jesus
Ana Carolina Sousa de Almeida
Estefani Niquita de Souza do Nascimento
Alany Souza
2 Tutor Externo: Aline Hortale Magarão
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Administração (FLC15364 ADG) – Prática do Módulo IV-
15/11/2023.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 CONTABILIDADE

A contabilidade é uma ciência que estuda patrimônio das empresas e tem como instrumento
fornecer informações úteis para a tomada de decisões nas organizações (MARION, 2009).
Em resumo, a contabilidade abrange um conjunto de técnicas para controlar e registrar o
patrimônio das organizações mediante a aplicação de técnicas, normas e procedimentos próprios,
medindo, interpretando e informando os fatos contábeis aos gestores das empresas (BARBOSA, et
al. 2021).
Neste sentido pode-se afirmar que a Contabilidade é uma ciência que visa estudar, controlar,
registrar e evidenciar o patrimônio das organizações; são fornecidas informações úteis para as
tomadas de decisões internas e externas (BARBOSA, et al. 2021).

2.2 CONTABILIDADE DE CUSTOS

A contabilidade de custos é um ramo do conhecimento das Ciências Contábeis, onde se


aplica às empresas, industriais, prestadores de serviços e dentre outras atividades econômicas, e tem
por finalidade calcular separadamente os gastos ocorridos na atividade operacional da empresa, a
partir de três componentes dos custos que são materiais diretos aplicados, a mão de obra direta
aplicada e os custos indiretos aplicados (FERRARI, 2015).
“A contabilidade de custos aborda os custos de maneira diferente, para produzir informações
variadas, principalmente nos cenários atuais de constantes mutações onde o Contador de Custos
deve usar novos critérios, desde que esses sejam os mais adequados” (FONTOURA, 2013, P.21).
Conforme a figura abaixo, os custos classificam-se em:
Figura 1 – Classificação dos Custos

Fonte: FONTOURA (2013)

A classificação quanto à apropriação dos custos refere-se à forma de identificar, ou seja, a


alocação dos custos aos produtos pode ser conforme Fontoura:
Custos Diretos: são facilmente identificados com os produtos ou serviços a que se referem,
sendo que para tal não necessite de critérios de rateio. Normalmente, trata-se dos materiais

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direitos utilizados na produção do produto ou serviço, independentemente do método de
custeio [...].
Custos Indiretos: são os custos ou despesas que não facilmente identificados aos produtos
ou serviços; normalmente esses custos são alocados por algum critério de rateio,
direcionamento, ou são recuperados pela ferramenta margem de contribuição deferida pelo
critério variável. (FONTOURA, 2013, p.22)

A contabilidade de custos é uma ferramenta que auxilia e sabendo utilizá-la, ajuda o gestor a
tomas as decisões certeiras no processo operacional de sua organização.

2.3 CUSTEIO POR ABSORÇÃO

O custeio por absorção também conhecido de „Custeio Pleno‟, sugere a apuração dos custos
de fabricação por um sistema que absorve todos os custos da produção, sejam eles fixos ou
variáveis (FERRARI, 2015).
“O custeio por absorção ou custeio pleno consiste na apropriação de todos os custos (sejam eles
fixos ou variáveis) à produção de período”. (CREPALDI, 1999 apud FONTOURA, 2023, p. 83).
O ponto forte deste custeamento é que todos os custos de produção são destinados aos
produtos, somente os custos de produção, já as despesas de estrutura, comercialização,
administração, que podem ser reconhecidas como custos do período, não sendo distribuídos aos
produtos (FONTURA, 2013).
Para Albuquerque, Seribel e Soares:
A principal característica do custeio por absorção é a de englobar todo o tipo de custo, seja
ele direto, indireto, fixo ou variável. Neste modelo, os custos são divididos em diretos e
indiretos, e quando se é trabalhado mais de uma linha de produto, é necessário à realização
de um rateio dos custos indiretos de produção tais como aluguel do local, água utilizada,
energia elétrica, entre outros. (ALBUQUERQUE, SERIBEL e SOARES, 2017, p. 2).

O custeio por absorção absorve tanto os custos que são diretamente vinculados à produção
(matérias-primas, materiais diretos ou componentes e mão de obra direta), os custos indiretos
relacionados às operações auxiliares da produção, sendo que estes são alocados aos produtos
mediante rateios (PAULO e SILVA, 2016).
Tabela 1 - Método de Custeio por Absorção

Fonte: MARIO (2007)

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O custeio por absorção de certa forma auxilia o gestor no calculo dos custos para que tenha
uma visão sistêmica dos gastos em suas atividades operacionais. Na contabilidade de custos têm
vários métodos de custeios que atenda nas necessidades dos gestores onde evidenciem de forma
precisa os gastos da realidade da empresa. O custeio por absorção é uma ferramenta dentre várias
que existem na contabilidade de custos.

3. METODOLOGIA

Uma das metodologias utilizadas neste trabalho é a pesquisa bibliográfica, de acordo com
Faria, Cunha e Felipe (2011), que consiste uma abordagem teórica desenvolvida através de pesquisa
bibliográfica com a utilização de livros, revistas e periódicos, caracterizando a coleta de
informações de dados.
Outro método é a abordagem qualitativa, segundo Marcone e Lakatos (2022, p.302), “a
abordagem qualitativa, em geral, engloba dois momentos distintos: a pesquisa, ou coleta de dados, e
a análise e intepretação, quando se preocupa desvendar o significado dos dados”.
Neste contexto, da pesquisa qualitativa, o método que será adotado é „Análise de Conteúdo‟
que é considerada como uma análise de informações ou dados colhidas e um documento escrito
(Marcone e Lakatos, 2022). Com base na análise de conteúdo, será analisado um cálculo de
absorção já pronto.
Outro método a ser utilizado é estudo comparativo, para Marcone e Lakatos (2022, p. 86), o
“método comparativo pode ser utilizado em todas as fases e níveis de investigação”.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os dados a seguir relata a movimentação operacional de uma empresa a qual vamos


denominar “Empresa Y”. A empresa tem um custo de fabricação de 200 unidades ao valor de R$
5.000,00, sendo o custo unitário de R$ 250,00. Os R$ 1.000,00 de custos fixos, juntamente com as
despesas fixas na área de administração da empresa, seria todos trabalhos como despesas e levados
ao resultado, mesmo que as referida unidades não fossem vendidas. Considerando que o CPV
(Custo dos Produtos Vendidos) e EFPP (Estoque Final de Produtos Prontos), caso, das 200
unidades produzidas, fossem vendidas 120 unidades por R$ 100,00 com IPI de 10%, ICMS de 12%,
PIS de 1% e COFINS de 3%, sendo ainda pagos aos vendedores 8% de comissão sobre vendas, e
supondo as despesas fixas da administração no total de R$ 3.100,00.
Podemos observar que os dados apresentados são movimentações do dia a dia de uma
empresa que está em plena atividade econômica, o custeio por absorção é o mais comum a ser
utilizado para que o gestor possa ter um norte dos custos reais. Será realizado um comparativo entre

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dois sistemas de custeio, onde será comparado o Custeio por Absorção que é objeto de estudo
deste trabalho com o Custeio Variável.
Cálculo pelo custeio de por absorção:
CPV = R$ 6.000/200 x 120 = R$ 3.600,00

EFPP = R$ 6.000/200 x 80 = R$ 2.400,00

Receita Bruta (RB) = R$ 120 X R$ 100,00 = R$ 12.000,00


Receita Líquida (RL) = RB – Tributos sobre Vendas (exceto IPI, pois é um imposto “por fora”, ou
seja, não está dentro do valor da Receita Bruta) = R$ 12.000,00 – (12% + 1% + 3%) de R$
12.000,00 = R$ 10.800,00.
Despesas Fixas (DF) = R$ 3.100,00
Despesas Variáveis (DV//Comissões sobre Vendas) = 120 x 8% de R$ 100,00 = R$ 960,00
Despesas Operacionais (DOP) = DF + DV = R$ 3.100,00 + R$ 960,00 = R$ 4.060,00
Lucro Bruto (LB) = RL – CPV = R$ 10.080,00 – R$ 4.060,00 = R$ 6.480,00
Lucro Operacional (LOP) = LB – DOP = R$ 6.480,00 – R$ 4.060,00 = R$ 2.420,00
Cálculo pelo custeio variável:
CPV = R$ 5.000,00/200 x 120 = R$ 3.000,00
EFPP = R$ 5.000,00/200 x 80 = R$ 2.000,00
Preço de Venda (V) = 120 x R$ 100,00 + IPI (10%) = R$ 13.200,00
O Conceito de Receita Bruta e Receita Líquida deixam de ser usados no sistema de custeio
variável, pois são denominações específicas para o sistema de custeio por absorção. Podemos
observar neste caso, o ideal para trabalharmos com o conceito de Preço de Venda (ou Preço de
Tabela), o qual coincidiria com o conceito de Faturamento Bruto, que no sistema de custeio por
absorção é o somatório da Receita Bruta com o IPI (FERRARI, 2015).
Neste caso temos:
Custos e Despesas Fixos (CDF) = R$ 1.000,00 + R$ 3.100,00 = R$ 4.100,00
Despesas Variáveis (DV//Comissões sobre Vendas + Tributos sobre Vendas incluindo dessa
vez o IPI, pois será subtraído não da receita bruta mais do preço de venda) = 120 x (8% + 10% +
12% + 1% + 3%) de R$ 100,00 = R$ 4.080,00.
No sistema de custeio por absorção, as despesas variáveis só incluíram as comissões dos
vendedores, ao passo que no custeio variável, não só as comissões, como também todos os tributos
sobre vendas, incluindo o IPI, são todos tratados como despesas variáveis, pois, como já comentado
anteriormente, neste sistema não trabalhamos com os conceitos de receita bruta e receita liquida e
sim com o conceito de preço de venda, o qual depende diretamente de decisão da administração,
embora também possa fazer todos os cálculos no custeio variável utilizando o conceito de receita

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liquida, de modo que nessa hipótese não trataríamos os tributos sobre vendas, bem como IPI, como
despesas variáveis, visto que já teriam sido abatidos no cálculo da receita liquida (FERRARI,
2015).
Podemos observar que os cálculos apresentados evidenciam todas as movimentações
operacionais de uma empresa e fica claro que a contabilidade é uma ferramenta de controle, registro
dos fatos contábeis (Barbosa, et al. 2021).
O custeio por absorção de certa forma trás ao gestor informações mais copiladas, ou seja,
dados necessariamente do custo real de produção ou atividade operacional da empresa
(CREPALDI, 1999 apud FONTOURA, 2023).

REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, Gustavo. SERIBELI, Giovane. SOARES, Maria Cecília Palácio. A
Importância do Custeio Variável e Custeio por Absorção na Gestão Empresarial. ETIC -
Encontro De Iniciação Científica - ISSN 21-76-8498. v. 13, n. 13 (2017) Disponível em: <
http://intertemas.toledoprudente.edu.br/index.php/ETIC/index> Acesso em: 04 de nov. de 2023.

BARBOSA, José Fernando Muniz et al. Estudo de Caso: A Utilização do Método de Custeio por
Absorção como Ferramenta na Gestão de uma Pequena Propriedade de Culturas
Hidropônicas. Anápolis, GO: Repositório Institucional. Universidade Evangélica de Goiás, 2021.
Disponível em: <http://repositorio.aee.edu.br/handle/aee/20222> Acesso em: 04 de nov. de 2023.

FARIA, Ana Cristina de. CUNHA, Ivan da. FELIPE, Yone Xavier. Manual Prático para
Elaboração de Monografias: Trabalhos de Conclusão de Curso, Dissertações e Teses. 5 ed.
Petrópolis, RJ: Vozes; São Paulo: Editora Universidade São Judas Tadeu, 2011.

FERRARI, Ed Luiz. Contabilidade de Custos. Niteroi, RJ: Impetus, 2015.

FONTOURA, Fernando Batista Bandeira da. Gestão de Custos: uma visão integradora e prática
dos métodos de custeio. São Paulo: Atlas, 2013.

MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 10.ed. – São Paulo: Atlas, 2009.

MARCONI, Maria de Andrade. LAKATOS, Eva Maria. Metodologia Científica. 8 ed. Barueri
[SP]: Atlas, 2022.

MÁRIO, Poueri do Carmo. Engenharia de vendas: formação de preço e custo. In: Curso de
Formação de Preço e Custo, 2007, Belo Horizonte. Apresentação. Belo Horizonte IETEC, 2007. P.
12; 43.

PAULO, Fernanda Pereira. SILVA, Sidney Vergínio da. Os Diferentes Métodos de Custeio:
Ferramentas para gestão empresarial. Repositório Institucional. Centro universitário – Grupo Unis.
Disponível em: <http://repositorio.unis.edu.br/handle/prefix/524> Acesso em: 12 de nov. de 2023.

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