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CONTABILIDADE E
GESTÃO DE CUSTOS
TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO
PROEAD - 2022
24
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Semana 3
Custos: conceitos, classificações e terminologia
Objetivos da Semana
Material Didático
Como ponto de partida, vale ressaltar que a contabilidade é uma ciência com o objetivo
de mensurar, registrar, interpretar e avaliar as mudanças que possam vir a ocorrer na estrutura
patrimonial de uma organização. Isso significa dizer que a contabilidade fornece aos seus
usuários dados e informações sobre a situação econômica e financeira da empresa.
Muitas vezes termos como custo, despesas, gastos, investimentos são vistos como não
dissociados, ou seja, são tratados como se fossem a mesma coisa. Afinal, a empresa não terá
que pagar por tudo isso? Mas com a contabilidade de custos a proposta é separar esses termos,
Gastos se refere aos desembolsos necessários para se adquirir um bem ou um serviço, ou até
mesmo realizar investimentos. Em linhas gerais, toda a saída de dinheiro do “bolso” da empresa se
caracteriza como gasto.
O custo, por sua vez, se caracteriza como um gasto necessário para se produzir um produto ou
serviço, ou seja, são gastos que estão envolvidos diretamente na concepção do produto da empresa.
Por exemplo, a matéria-prima no setor de produção: para produzir o produto, é necessário que haja
essa matéria-prima, a qual, portanto, será um custo, pois é essencial para que o produto possa
existir.
No tocante às perdas, podem ser definidas como uma anormalidade decorrente de um processo
executado de forma errônea, que pode gerar um gasto inesperado, como, por exemplo, mercadorias
vencidas no estoque. É um bem ou serviço consumido de forma anormal e involuntária.
A despesa, por sua vez, são os gastos que a empresa possui, mas não estão envolvidos diretamente
com a produção, e sim, com o funcionamento da empresa e os gastos que ela terá para vender seus
produtos. Por exemplo as despesas com material de escritório são características de setores que não
estão diretamente ligados ao processo produtivo. Ou ainda as despesas com marketing e
progaganda.
Os investimentos também são definidos como um gasto. Entretanto, gastos dessa natureza são
destinados para estruturação da empresa, bens com durabilidade maior, não sendo adquiridos com
a finalidade de venda no curto prazo, como ocorre com os estoques da empresa.
EXEMPLO 1
Acompanhe a seguir alguns gastos típicos industriais. Considerem que a empresa é um pequeno
fabricante de calçados. O objetivo, então, é classificar os gastos industriais em Custo (C),
Investimento (I) e Despesas (D), que são os seguintes:
• Couro (C)
• Pregos (C)
• Embalagem (C)
>>> Tomando os gastos elencados no exemplo, temos: a) O que a empresa faz? Sapatos; então
ela precisa do couro para fazer os sapatos? Sim! Logo, o couro é um custo. Se tomarmos o
exemplo do salário da secretária, a dica será a mesma: b) O que a empresa faz? Sapatos; então
ela precisa da secretária para fazer os sapatos? Não! Logo, o salário da secretária será uma
despesa.
É claro que em alguns casos essa dica pode não ser aplicada em razão da multiplicidade
dos serviços prestados, bem como da complexidade dos processos envolvidos nas atividades
operacionais da empresa. Para esses casos, o mais acertado é buscar o melhor sistema de
classificação, aquele mais adequado à realidade da organização.
.
EXEMPLO 2
Separe os custos das despesas e determine o valor unitário do custo do serviço sabendo que
para esses gastos o número de atendimentos será de 35 veículos.
Resolução:
Custos do Serviço
Material (tintas) R$ 15.400,00
Funileiro R$ 2.700,00
Capô com antenas R$ 1.100,00
Para-lama R$ 300,00
Total R$ 19.500,00
Volume de atendimentos 35
Custo Unitário por Veículo = 19500/35 = R$ 557,14
Pode-se citar o custo de produção, que consiste na composição do custo direto e do custo
indireto necessários no processo de produção ou elaboração do produto. Para entender essa
questão, imagine que, para se fazer um produto, existem itens sem os quais o produto não
existiria; por outro lado, há custos que são parte componente do processo de elaboração, pois
referem-se a itens que incorrem de maneira indireta – que não têm uma participação direta no
fazer, embora ajudem a fazer o referido produto.
EXEMPLO 1
A seguir, temos os gastos gerais de uma empresa. Inicialmente é necessário fazer a separação
entre custos e despesas. Depois disso, iremos classificar os custos em diretos e indiretos.
Gasto Valores ($)
Matéria-prima 341.600,00
Engenharia (produção) 84.900,00
R.H. 67.100,00
Financeiro 69.300,00
Serviços públicos(produção) 9.600,00
Mão de obra (produção) 94.600,00
Embalagem 78.600,00
Comissões sobre vendas 21.600,00
Controle de qualidade 86.600,00
Bônus (diretoria) 34.600,00
Depreciação (produção) 12.600,00
Seguro 17.600,00
Material de escritório 4.600,00
PCP (produção) 75.380,00
Brindes promocionais 13.600,00
Vendas/Marketing 104.200,00
Vamos responder a seguinte pergunta: o gasto faz parte do processo de produção? Se a resposta
for positiva, ele será considerado gasto de produção. Se a resposta for negativa, vamos
considerá-lo despesa das áreas de apoio, certo?
Ao fazer essa primeira separação dos gastos com produção das despesas com as áreas de
apoio, então, perceberemos que, ao considerarmos como custo de produção aqueles gastos que
fazem parte do processo de elaboração do produto ou serviço, as despesas se referem apenas
aos departamentos que estão fora do setor de produção.
ATENÇÃO!
Custos de Produção: consiste na composição do custo direto e do custo indireto
necessários no processo de produção ou elaboração do produto.
Custos Diretos: referem-se aos gastos necessários para se produzir ou
elaborar o produto ou o serviço.
Custos Indiretos: definem-se como aqueles gastos não associados à elaboração do produto
em si, mas que são parte processo de elaboração.
ATENÇÃO!
Se o gasto for necessário para “fazer” o produto, ele será caracterizado como custo direto.
Itens como matéria-prima, energia elétrica, embalagem são típicos gastos relacionados ao
custo direto.
Se o gasto for necessário para “ajudar” a fazer o produto, ele será caracterizado como custo
indireto. Itens como setores de apoio à produção, ou seja, de planejamento, controle de
EXEMPLO 2
A rede de lavanderia “Clean Master” precisa organizar as suas informações gerenciais. Para
tanto, os gastos de operação precisam ser identificados e classificados. Como primeiro passo,
você levantou os dados referentes aos gastos do empreendimento, listados a seguir:
• Energia R$ 2.400,00 (produção).
• Telefone (adm.) R$ 350,00.
• Salário (adm.) R$ 6.200,00.
• Materiais e insumos para lavar roupas R$ 12.600,00.
• Brindes e desconto fidelidade R$ 1.200,00.
• Transporte R$ 2.500,00.
• Despesa financeira R$ 860,00.
• Água R$ 990,00 (produção).
• Mão de obra direta R$ 9.700,00.
• Cabides descartáveis R$ 570,00.
• Embalagem R$ 190,00.
• Aluguel R$ 3.500,00.
• Material de escritório R$ 250,00
A expectativa do proprietário é que haja um volume de 1.200 peças a serem lavadas e passadas.
Diante dos dados expostos, pede-se para:
a) Separar os custos das despesas.
b) Classificar os custos em diretos e em indiretos.
c) Determinar o custo unitário direto e indireto.
d) Determinar o custo unitário (direto + direto).
RESOLUÇÃO
a) Separar os custos das despesas
Pergunta: o gasto faz parte do processo de produção ou elaboração? Se sim, será um custo. Se
não, será uma despesa.
Energia => é parte do processo de produção ou elaboração – (Custo).
Telefone=> não é parte do processo de produção ou elaboração – (Despesa).
Salário => não é parte do processo de produção ou elaboração –(Despesa).
Videoaula(s) da Semana
Você aprendeu sobre os fundamentos da contabilidade de custos, suas funções, a formação dos
custos, as terminologias utilizadas no setor industrial bem como no setor de serviços.
Desenvolveram as competências no que concerne à classificação, à nomenclatura dos gastos,
aos elementos que compõem os custos, como: material direto, mão de obra direta, custos
indiretos de produção e as despesas de operação, além dos fatores que podem alterar o valor de
compra e venda dos materiais.
Bibliografia da semana
BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. A contabilidade empresarial (slides de apoio ao
livro). São Paulo: Atlas, 2006.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 10.ed. São Paulo: Atlas, 2010.
PAIM, Wilson Moisés. Análise de Custos. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A.,
2016.