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APRESENTAÇÃO ....................................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO................................................................................................ 4
2 O PROCESSO DE TRABALHO E SUAS PERDAS........................................ 4
3 O ACIDENTE DE TRABALHO E A GESTÃO DA PRODUÇÃO ..................... 6
3.1 Definição legal ................................................................................................ 6
3.2 Definição científica.......................................................................................... 8
4 CONCEITOS BÁSICOS SOBRE SEGURANÇA DO TRABALHO .................. 9
4.1 O conceito de acidente de trabalho .............................................................. 10
4.1.1 Definição legal .............................................................................. 10
Prezado aluno,
Bons estudos!
1 INTRODUÇÃO
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Por se tratarem de atos conscientes, resultantes de decisões previamente
tomadas por quem os concebem, os processos de trabalho precisam ser planejados,
de forma a fazer o melhor uso dos seus componentes (materiais, espaços físicos,
força de trabalho, equipamentos etc.), procurando obter melhores resultados em
termos da qualidade do produto ou serviço, do cumprimento de seus prazos, em
menor custo da produção, na promoção da saúde e segurança do trabalhador, na
preservação do meio ambiente, entre outros.
Quando o processo de trabalho não é devidamente planejado gera perdas em
seus ativos tangíveis e intangíveis. A perda de ativos intangíveis, como saúde e
segurança no trabalho, leva a acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e outros
problemas de saúde para os trabalhadores. Portanto, um indicador de um
planejamento insuficiente do processo de trabalho consiste no índice de ocorrência
de acidentes de trabalho na organização.
Ao estudar um processo de trabalho, vale observar que, em suas etapas de
execução, entre coisas, a existência de “gargalos” em seus postos de trabalho e
atividades que não agregam valor ao produto, como o transporte de materiais,
armazenagem intermediária e tempos de espera.
Os “gargalos” são pontos de tensão e conflito na produção. Estes são os locais
onde ocorre a perda, entre eles estão os acidentes de trabalho. Os transportes, por
movimentar pessoas, materiais e equipamentos, podem apresentar riscos de
acidentes, causados por quedas de materiais e pessoas, colisões entre pessoas,
materiais, equipamentos e estruturas construtivas. Já os estoques intermediários e as
esperas, além de ocuparem espaços físicos em áreas produtivas, restringindo o
aproveitamento de áreas nobres, podem também apresentar outros fatores de riscos
para os postos de trabalho e com isso expor os trabalhadores a situações que levem
a ocorrências de acidente e/ou doença, como são os casos de materiais aquecidos,
aguardando o seu resfriamento, ou pintados aguardando a secagem.
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3 O ACIDENTE DE TRABALHO E A GESTÃO DA PRODUÇÃO
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consequência de um acidente, perda de tempo no processo produtivo e danos
materiais também são consequências de acidentes.
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3.2 Definição científica
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• ... é mantida porque o convívio frequente incorporou-a à normalidade da
tarefa.
• ... é mantida porque quem a criou não se sente responsável por sua correção.
• ... porque nunca houve acidente que a envolvesse e justificasse a
necessidade da correção pela percepção de quem tinha o poder de fazê-lo.
• ... porque a representação dos trabalhadores (sindicatos) nada faz para
negociar a sua correção.
• ... porque nunca houve qualquer interpelação judicial ou fiscalização que
exigisse sua correção.
• ... porque a preocupação é maior com a produção em detrimento das
condições de trabalho.
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4.1 O conceito de acidente de trabalho
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Assim, o saber acumulado permite tecer algumas críticas àquela definição
legal. Uma delas é a de que ela nada diz sobre o evento em si: a definição legal se
limita a definir o AT a partir de um fato antecedente (o exercício de trabalho a serviço
de empresa) e de uma consequência (a lesão corporal ou perturbação funcional).
Ambas as características mencionadas (antecedente e consequente) se
reportam ao trabalhador: isto permite dizer que a Lei 8.213/91 é uma definição mais
de acidentado do que de acidente. Quando se percebe que a lei citada (e as que a
antecederam) foi construída para servir como base a um sistema previdenciário, ou
seja, para permitir definir quem faz jus a receber auxílios reparatórios de perdas por
AT, este desvio do foco do acidente para o acidentado se torna compreensível. No
entanto, este desvio deixa a definição legal como algo pouco útil para a prevenção da
ocorrência destes eventos.
Buscando criar uma base que possibilite a prevenção de acidentes, vários
estudos levam à formulação de conceitos como os de quase acidente e/ou de
incidente de trabalho. Assim, ao lado do conceito legal de AT é vantajoso se
considerar também outro conceito de AT, o conceito prevencionista.
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4.2 Segurança do Trabalho
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Funções da Higiene do Trabalho:
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pública, podem efetivar em qualquer momento o registro do mesmo juntamente à
previdência social, que não exclui a possibilidade de aplicação da multa à empresa.
Após esse período, o trabalhador não recebe mais o auxílio doença
acidentários mas recebe o auxílio doença comum.
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Posteriormente, passou-se a perceber que o AT em geral não é um evento
decorrente de uma única causa. Ao contrário, em geral o AT é um evento multicausal,
que decorre de uma combinação de fatores, ou seja, rompe-se assim com a dicotomia
fatores técnicos x fatores humanos como explicativos do acidente. A prevenção passa
a demandar o enfrentamento de múltiplas causas, e, por isso mesmo, composta por
um conjunto de medidas, e não por uma ação isolada.
Avanços posteriores mostraram que aquelas múltiplas causas (técnicas e/ou
humanas) não são onipresentes, não acontecem sempre da mesma forma. Ao
contrário, há uma diferença entre os trabalhos prescrito (o trabalho modelado, tal
como projetado) e real (o trabalho efetivamente executado). Esta diferença decorre
do contexto de trabalho, ou seja, das condições em que o trabalho é feito, condições
estas fixadas complexamente a partir de múltiplos fatores (cansaço do trabalhador,
temperatura do ambiente de trabalho, necessidade de recuperar atrasos na produção
etc.), fatores que variam continuamente. Em outras palavras, um mesmo trabalho
(genérico) pode ser feito de várias formas diferentes: por exemplo, nem todas as
ultrapassagens feitas por um motorista durante uma viagem são feitas da mesma
forma, mesmo que contendo os mesmos elementos (sinalizar, acelerar, mudar de
faixa, ultrapassar, sinalizar, retornar à sua faixa de rolamento). Estas diferenças fazem
com que o trabalho seja executado às vezes em condições especiais, nem sempre de
uma forma segura: grande parte dos ATs ocorre em situações especiais, que não
representam mais do que 5% da duração total do tempo de trabalho.
Mais recentemente, ancorado no desenvolvimento da Teoria de Sistemas,
passou-se a encarar o acidente segundo o conceito de Confiabilidade de Sistemas,
que considera cada um dos desvios há pouco citados (as diferenças entre o planejado
e o executado) como disfunções do sistema produtivo, ou seja, falhas que
comprometem a confiabilidade do todo.
4.6.2 Causas de AT
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somam – no sentido probabilístico – propagando-se e amplificando-se até atingirem
uma situação em que a introdução de algum novo fator (o evento disparador) provoca
a ocorrência do acidente.
Uma definição preliminar e simplista de disfunção é centrada nas falhas ou
quebras: o não funcionamento de um sistema é evidentemente uma disfunção. Se a
lâmpada da lanterna traseira de freio de um automóvel queimar, a sua função de
alertar os demais veículos sobre a mudança de velocidade não será cumprida, e é
claro que isso comprometerá a segurança não só daquele veículo, mas de todos os
que circulam em sua volta. Assim, aquela queima de lâmpada seria uma disfunção.
Mas, além disso, as disfunções podem ocorrer mesmo sem que aconteçam
quebras. Qualquer anomalia no funcionamento de um sistema (ou de algum de seus
componentes) fará com que ele não funcione como planejado: isso é uma disfunção.
Um alarme (planejado para disparar a uma temperatura de 100 °C) que dispare a
99 °C, representa uma disfunção.
As disfunções podem ser introduzidas num sistema de diversas formas, não
excludentes entre si. É possível, por exemplo, que ela derive de uma falha de
planejamento: se as técnicas da Engenharia de Métodos e da Ergonomia (que
permitem a estimativa do tempo padrão de uma operação) não forem empregadas
corretamente, pode-se criar uma determinada meta de produção que seja inatingível.
Nesses casos, como o trabalho prescrito seria impraticável, o atraso seria um
continuum, impondo ritmo mais rápido do que o proposto ou a movimentação de
funcionários entre departamentos para compensar o atraso, etc, de qualquer forma, o
sistema estava desestruturado. À guisa de lembrete, isto pode acontecer por se
subestimar os tempos normais de operação ou por não se observar as tolerâncias
para necessidades fisiológicas, pausas etc. O mesmo efeito será observado se a
prescrição do trabalho ignorar algum aspecto, afinal, o montante horário a ser
produzido por cada pessoa é uma informação probabilística, que pode oscilar ao longo
do tempo, em função de eventos como feriados, interrupções no fornecimento de
energia, atrasos na entrega de materiais, etc.
A variabilidade aqui lembrada afeta em particular as pessoas. Elas
naturalmente se fadigam (reduzindo o seu rendimento dentro do dia ou da semana),
variam sua produtividade por circunstâncias externas (doenças na família, Copa do
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Mundo etc.), se comportam de forma não planejada (o trabalhador pode se apresentar
ao trabalho alcoolizado ou insone, por exemplo). Da mesma forma, as características
ambientais interferem neste rendimento, nos ambientes quentes e/ou barulhentos, por
exemplo, as produtividades decrescem: parâmetros ambientais aceitáveis do ponto
de vista da salubridade podem não ser satisfatórios em termos de produtividade.
Como se vê, vários elementos podem levar ao surgimento de disfunções e,
consequentemente do AT. Em princípio, todo fator envolvido no processo de trabalho
é uma fonte potencial de problemas. Assim, a prevenção de disfunções leva a uma
atenção com os fatores pessoais e com as condições ambientais, devido aos
materiais, equipamentos, instalações, edificações, métodos e organização do
trabalho, tecnologia e macroclima.
Por envolver uma vasta gama de possíveis agentes geradores de disfunções,
esta concepção tende a fazer com que o processo de identificação destes agentes
seja demorado. Em alguns casos – como frequentemente se verifica na construção
civil – esta característica (longo tempo de investigação) pode ser desinteressante: se
o local de trabalho apresentar riscos facilmente identificáveis, e principalmente se
estes riscos forem graves (geradores de casos fatais ou incapacitantes) não se
justifica adiar a implantação de soluções preventivas.
Assim, podem existir contextos em que seja interessante adotar,
emergencialmente, concepções mais antigas e difundidas, que tendem a reunir as
causas dos ATs em dois grandes grupos, conceituando que estas seriam (i) as
condições inseguras e (ii) os atos inseguros.
Cabe aqui registrar que há uma diferença entre o agente do acidente (ou seja,
o que provoca o acidente) e a fonte da lesão (ou seja, o que provoca o ferimento).
Imagine que você esteja carregando uma panela com água fervente, leve um
escorregão e derrame um pouco do líquido em sua perna, queimando-a: neste
exemplo, a fonte da lesão seria uma – a água quente – mas outros elementos podem
ser identificados como agentes do acidente (como o piso escorregadio), ampliando-
se as chances de se obter soluções eficazes e viáveis.
Por fim, há que se lembrar que o processo produtivo é dinâmico, e isso também
vale para os seus componentes. Todos possuem um ciclo de vida, com variações
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significativas em cada uma de suas fases, assim, um material que seja inofensivo
durante o uso poderá se revelar problemático durante o descarte, por exemplo.
5 TIPOS DE RISCOS DE AT
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Neste aspecto, não existe apenas uma forma de classificação para estes riscos.
Por exemplo, Ivar Odonne em sua obra Ambiente de Trabalho, a luta dos
trabalhadores pela saúde divide os fatores nocivos em quatro grupos:
I- Os fatores ambientais que também existem fora dos locais de trabalho (luz, calor
etc.);
II- Os fatores ambientais que em geral só existem nos locais de trabalho;
III- A atividade muscular;
IV- As condições que determinam efeitos estressantes.
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Tem-se como exemplos de agentes que causam riscos mecânicos, os materiais
aquecidos, que podem provocar queimaduras, materiais penetrantes, como agulhas
e pregos, os materiais cortantes que foi citado anteriormente, o estilete, partes de
móveis de máquinas ou materiais em movimento, que podem causar contusões,
materiais ou instalações energizadas que podem causar choques, entre outros tipos
de materiais.
Buracos em pisos, também pode ser considerado como riscos mecânicos,
apesar de o contato com esse agente não ocaciona lesões, mas, ele pode causar uma
queda, que pode levar à uma lesão. Irregularidades no piso e obstáculos em vias de
circulação, são considerados geradores de riscos mecânicos, o que também
acontecem com elementos que introduzem os riscos de incêndio no ambiente de
trabalho.
A legislação integra estes agentes à categoria dos riscos de acidentes, aqui
essa denominação foi adotada em parte por compreender que todas as categorias
também podem ocacionar acidentes e para não se perder a lógica da ação do agente.
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São exemplos de riscos físicos: ruídos, que podem gerar danos ao aparelho
auditivo, como a surdez, além de outras complicações sistêmicas; temperaturas
extremas, sejam elas muito elevadas ou muito baixas; vibrações; pressões anormais;
radiações, sejam elas ionizantes como os raios X ou não como a radiação ultravioleta.
Por fazer parte do espectro eletromagnético, a luz visível é aqui também
entendida como uma forma de risco físico. Já a legislação prefere colocar a iluminação
inadequada como um exemplo de risco de acidente, por entender que ela interfere na
visibilidade e, assim, pode levar à ocorrência de acidentes típicos.
É importante ressaltar que a gravidade e a existência dos riscos deste tipo,
dependem de sua concentração no local de trabalho, por exemplo, uma fonte de
ruídos, pode não se constituir em um problema e por vezes é a solução contra
inconvenientes como a monotonia, mas pode vir a se constituir em uma fonte geradora
de uma surdez progressiva, e até mesmo de uma surdez instantânea, no caso de um
ruído de impacto que perfure o tímpano, tudo depende da intensidade e demais
características físicas do ruído por ela gerado.
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Essas substâncias penetram no organismo principalmente por meio do
aparelho respiratório, da pele e pelo aparelho digestivo.
As características do progresso tecnológico têm elevado a importância deste
tipo de risco, já que cada vez mais os processos industriais lançam mão da tecnologia
química (e, por decorrência, de substâncias tóxicas). Stelman e Daum (1975) já
estimavam em 3.000 o número de substâncias novas lançadas anualmente no
mercado, várias das quais sem que se conheça adequadamente os riscos envolvidos
pelo seu manuseio.
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exemplo, na realização da atividade no levantamento manual das cargas, utilizando o
método das costas curvadas que pode ocasionar graves problemas lombares.
Os riscos ergonômicos são conhecidos por terem uma ação direta em
determinados pontos do ambiente, e por atuarem somente nas pessoa que exercem
sua atividade. Na maioria das vezes, os riscos ergonômicos provocam lesões
crônicas, que podem ser de natureza psicofisiológica.
Alguns exemplos de riscos ergonômicos são: postura viciosa de trabalho,
provocada pelo uso de equipamentos projetados sem levar em conta os dados
antropométricos da população usuária; dimensionamento e arranjo inadequado das
estações de trabalho, provocando uma movimentação corpórea excessiva; conteúdo
mental do trabalho inadequado às características do trabalhador, seja por gerar uma
sobrecarga (estresse), seja por ser desprovido de conteúdo (monotonia), etc.
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5.7 Riscos ambientais
A evolução tecnológica tem feito com que os riscos gerados nos ambientes
industriais estejam ampliando os seus raios de alcance, em parte pelo uso cada vez
mais intenso de substâncias químicas e de formas energéticas mais concentradas.
Além disso, os sistemas produtivos se tornam cada vez mais integrados, o que
eleva, por um lado, as chances de que se tenha interferências destrutivas de uma
empresa sobre outra e, por outro lado, que a área se torne potencialmente atingível
por problemas criados pelas empresas. Em função disto, pode-se fazer uma distinção
entre acidentes normais e acidentes ampliados (catástrofes, como as que ocorreram
em Bophal, Tchernobyll etc.).
Repare-se que aqui não se discute o tipo de agente. O descarte de efluentes
em cursos de água pode ser, usando a linguagem adotada até agora, um problema
físico (caso de descarte de materiais aquecidos), ou químico (caso de descarte de
materiais tóxicos), ou de outra natureza. A diferença primordial aqui está na questão
espacial: o risco ser oriundo de um espaço (empresa) e manifestar sua nocividade em
outro local (meio ambiente). A responsabilidade pelo problema continuará sendo da
empresa, mas a medida preventiva e/ou reparatória a ser implantada já transcenderá
o ambiente da empresa. Por exemplo, a empresa poderá obrigar os seus empregados
a usarem equipamento de proteção individual (EPI) para se protegerem contra
eventuais vazamentos de substâncias tóxicas que ocorram no perímetro da empresa:
esta medida não poderá ser implantada (sem prévia negociação) no caso de
vazamentos extramuros.
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de soluções alternativas, avaliação das mesmas e implantação da solução escolhida),
abordada pela Engenharia de Métodos.
Antes, porém, de começar a abordar estes passos é necessário que se
comente que esta metodologia não conduz a uma receita de bolo, que possa ser
utilizada em qualquer situação. Afinal, o método a ser seguido em cada caso
específico depende tanto da concepção de AT que seja adotada, quanto do conjunto
de riscos existentes no local estudado, entre outros fatores.
Feitas estas colocações, pode-se agora iniciar a discussão sobre as atividades
a serem realizadas na tentativa de resolver o problema dos acidentes de trabalho.
Grosso modo, o trabalho se inicia com o planejamento de suas ações,
passando posteriormente para a fase de execução de projetos propriamente dita.
O planejamento inicial se justifica por duas razões concorrentes: (i) as unidades
produtivas têm vários problemas de segurança e (ii) os seres humanos só conseguem
resolver um problema de cada vez. É crucial, assim, que se trace um plano de ação,
dentro do qual se encontra estabelecida uma sequência cronológica, identificando
qual problema deve ser atacado em primeiro lugar, qual o que fica em segundo,
terceiro etc.
Isto equivale a dizer que, a princípio, deve-se considerar o problema como um
todo (tratando a empresa inteira) de forma a transformá-lo em um conjunto coerente
de subproblemas concretos e específicos, de menor abrangência, sobre o qual se irá
depois operar com o intuito de estabelecer prioridades de ação, quando então seguirá
a metodologia geral de resolução de problemas.
Este processo pode ser colocado da seguinte forma:
1. Levantamento geral de informações, reunindo dados sobre as condições de
segurança da empresa e identificando os subproblemas.
2. Análise geral, ordenando os subproblemas e criando um plano de ação.
3. Levantamento específico de informações, relativos ao problema a ser
enfocado naquele momento, de acordo com o plano de ação.
4. Análise específica, procurando obter a completa compreensão de como
aquele problema enfocado é criado e se propaga.
5. Geração de soluções alternativas, criando um espaço-universo de soluções
que apresente grandes probabilidades de conter a solução ótima para o problema.
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6. Seleção da melhor alternativa.
7. Especificação e implantação da alternativa escolhida.
Depois de implantada a solução para o primeiro subproblema, ou seja, depois
de teoricamente solucioná-lo, passa-se, em geral, para o segundo subproblema, e
assim por diante. Porém, recomenda-se que de tempos em tempos o retorno se dê
para a fase de planejamento, com o intuito de checá-lo e adaptá-lo às novas
condições.
A necessidade de planejamento periódico é ditada pela própria dinâmica da
empresa, que naturalmente se modifica, substituindo produtos, métodos, processos,
equipamentos etc. Deve-se considerar ainda que as próprias soluções implantadas
modificam a estrutura da empresa, num processo em que pode ser gerado um novo
risco (mais grave até do que algum dos antes existentes) e/ou eliminado/reduzido
algum outro tipo de risco.
A periodicidade do replanejamento não pode ser aprioristicamente
determinada, pois ela depende de múltiplos fatores. Ela depende, por exemplo, da
velocidade com que a empresa se renova, ou seja, da frequência com que são
introduzidas modificações: as empresas que apresentam uma produção estável ao
longo do tempo (em termos de volume e tipo de produtos gerados, processos,
equipamentos etc.) admitem maior espaçamento entre análises gerais do que aquelas
que vivem um processo de contínuas mudanças. Outro fator de influência é também
o impacto das medidas preventivas adotadas: por exemplo, soluções que abordam
principalmente o fator humano (especialmente aquelas que envolvem ações como a
conscientização do conhecimento/educação) tendem a ter uma resposta mais longa
(mais demorada para alcançar sua implementação) versus soluções que atuam nos
elementos físicos do processo.
Como, paralelamente, existe a necessidade de se ter um acompanhamento do
rendimento do próprio Serviço de Segurança, ou ainda a de se substituir os seus
membros (p. ex., segundo a NR-05, o mandato dos membros das CIPAs é de um ano),
sugere-se que se aproveite estes momentos para se proceder a uma checagem do
plano de ação.
Os próximos capítulos irão, com maior ou menor intensidade, apresentar
técnicas de reconhecimento, métodos de avaliação, critérios de análise e alternativas
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para a geração de técnicas preventivas etc. Assim, trataremos aqui apenas dos
elementos que não são abordados nas outras disciplinas, o que envolve basicamente
os passos I, II e V citados.
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com potencial infinito de respostas, apesar de que com a vantagem de deixar explicito
a existência de fatores coadjuvantes na ocorrência de acidentes.
O grupos de métodos prospectivos possuem como ferramenta básica a
inspeção de segurança.O seu ponto de partida é a situação atual, onde se procura
perceber/antever quais riscos existem nos locais analisados. Tais métodos podem,
por sua vez, ser subdivididos entre os que usam a tipologia de riscos já apresentada
como eixo básico (e, consequentemente, procuram nas inspeções verificar a
existência dos mesmos) e os que adotam a fonte de riscos como eixo (já que eles
investigarão cada um dos elementos que participam do processo de trabalho para
concluir se eles são ou não potencialmente nocivos). Aqui também o primeiro dos
métodos citados (por tipo de risco) é mais rápido que o segundo, já que ele inclui um
processo analítico que relaciona o risco com a sua fonte, o que não se dá no primeiro.
Várias propostas de roteiros para levantamento de informações, incluindo
checklists e/ou formulários a serem utilizados, podem ser obtidas na internet. A opção
pelo grupo prospectivo ou pelo retrospectivo como meio de elaboração do plano de
trabalho depende:
a. de existir ou não existir um sistema para registrar acidentes na empresa,
caso não exista o registro ou o mesmo não seja confiável, os métodos prospectivos
precisam ser preferidos;
b. do uso de novas tecnologias na empresa: afinal, como existem riscos que
demandam tempo para se manifestar, o fato de a empresa usar
métodos/técnicas/equipamentos novos deve apontar no sentido de usar métodos
prospectivos;
c. da gravidade da situação: A existência de sérios e evidentes riscos,
primeiramente é preciso iniciar a intervenção concreta e a utilização de métodos
retrospectivos mais indicados.
De forma geral, recomenda-se que seja feita uma combinação de métodos,
incorporando no planejamento não só a realização de inspeções periódicas como a
análise, sistemática e documentada, de todos os acidentes.
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6.2 Critérios de análise
Onde:
N = Número de acidentes ocorridos no período analisando
HH = Número de homens-hora de exposição ao risco
A ideia de se fazer a comparação através da gravidade (o que demanda o
registro de um número maior de informações, já que é necessário se saber também
qual a consequencia dos acidentes) decorrente do fato de que nem todos os casos
são igualmente prejudiciais. Existem, por exemplo, acidentes que são fatais, ao lado
de outros que geram apenas lesões superficiais, rapidamente superáveis: segundo a
ótica da frequência pura e simples, ambos os casos seriam idênticos, o que é uma
simplificação exagerada.
Alguns autores propõem a utilização da irreversibilidade (ou seja, da
incapacidade orgânica de superar o trauma criado pelo acidente) como forma de medir
a gravidade. Nesta linha, um local que apresenta, por exemplo, três tipos diferentes
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de possíveis acidentes fatais seria mais crítico do que outro local com quatro tipos
diferentes de acidentes geradores de incapacidades temporárias.
Uma alternativa são os índices de morbidade e mortalidade, sejam eles
absolutos ou relativos (aos casos ocorridos ou à exposição ). São mais utilizados os
índices “Taxa de gravidade” (G) e “Índice de avaliação de gravidade” (IAG), calculados
por:
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b. que o profissional procure participar de algum curso de criatividade cuja
ementa inclua técnicas como a de brainstorming, na medida em que tal ferramental é
essencial à proposição de novos métodos preventivos.
No momento, cabe apenas citar que existem várias formas de se atacar um
mesmo problema, e alertar para o fato de que nem sempre a primeira solução que
nos vem à mente é a melhor.
Para possibilitar uma busca mais sistemática de soluções, podemos dizer que
estas podem ser classificadas quanto ao:
a. tipo de elemento preventivo: físicas ou organizacionais;
b. ponto de inserção: na fonte, no meio ou no receptor;
c. momento de utilização: preventivas ou corretivas.
No primeiro caso, o que se pretende lembrar é que é possível se pensar em
soluções que demandem a introdução de novos elementos físicos no processo de
trabalho, o que caracteriza as soluções físicas. É o caso, por exemplo, de atacarmos
o problema do ruído em uma sala de tecelagem através:
a. da substituição dos teares por outros modelos mais silenciosos;
b. a colocação de painéis absorventes acústicos, que torna a propagação de
som difícil;
c. do fornecimento de protetores auriculares.
No entanto, é possível também se pensar em soluções em que não sejam
necessários novos elementos físicos, bastando apenas se modificar a forma de
utilização daqueles mesmos recursos, ou seja, em soluções organizacionais. Para o
mesmo problema anteriormente citado poderíamos ter como soluções:
a. alterar o sistema de manutenção de corretiva para preventiva;
b. a modificação do layout da seção;
c. a redução da jornada de trabalho naquela seção, impondo aos trabalhadores
menores períodos de exposição ao ruído.
No segundo caso, a ideia básica é a de que os riscos se originam em algum
ponto concreto do processo de trabalho (a fonte do risco) e se propagam pelo
ambiente (através do seu meio específico) até que atinjam alguma pessoa (o receptor
ou vítima da agressão): tal concepção permite vislumbrar soluções que atuem nos
diversos pontos deste processo de criação/propagação/concretização de riscos. As
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soluções aqui apontadas para o problema do ruído são exemplos típicos de cada uma
destas opções.
Deve ser registrado, a existência de profundas diferenças entre as opções. Do
ponto de vista técnico, as ações sobre a fonte de risco tendem a ser mais eficientes
do que as sobre o meio de propagação e, principalmente, sobre o receptor: afinal,
nestes dois últimos o risco continuará presente no local de trabalho. Além disso, há
que se registrar que existem EPIs que não atendem às especificações de proteção
e/ou que provocam novos problemas. Por exemplo, temos protetores auditivos que
causam dermatite de contato e luvas que reduzem a capacidade de segurar
ferramentas.
No entanto, do ponto de vista financeiro, as ações de fontes de risco tendem
a ser mais caras do que as outras duas, principalmente EPIs. Ainda do ponto de vista
da complexidade técnica, a opção de proteger o destinatário é geralmente mais
simples do que as outras opções, nomeadamente a opção de atacar a fonte do risco,
pois neste caso é necessário modificar o processo de fabrico.
São estas características (baixo custo relativo, simplicidade de projeto e
reduzida interferência no processo produtivo) que fazem com que o uso de EPIs seja
a técnica preventiva mais difundida. Tecnicamente, porém, esta opção só deve ser
utilizada em conjunto com outra técnica mais forte (sobre o meio ou a fonte de risco)
ou como solução temporária. (enquanto uma solução mais eficiente é desenvolvida).
Já no terceiro caso, a ideia é a de que nem sempre se poderá garantir que as
medidas preventivas implantadas terão êxito, sendo necessário pensar também em
soluções que evitem a propagação dos danos. Técnicas relacionadas a primeiros
socorros e combate a incêndios são os principais exemplos de soluções corretivas.
Vale salientar que a opção ideal, na verdade, é a criação de um “sistema” de
soluções de tipos diferentes, de sorte que mesmo que algum de seus componentes
venha a falhar (o que é bastante plausível), o sistema produtivo não entre em colapso.
Por exemplo, um bom sistema de ataque à questão dos incêndios inclui medidas como
sistemas de alarme (acionados pela presença de fumaça ou a partir de uma
determinada temperatura), de extintores portáteis (para combate aos focos iniciais de
fogo), de combate automático (tipo rede de sprinklers) e manual, além das óbvias
medidas preventivas (como controle dos materiais, arranjo físico etc. ).
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6.4 As fases finais
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7 NORMAS REGULAMENTADORAS
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A modernização da NR-10 encontra-se em processo de discussão de forma
tripartite, a fim de atender às demandas sociais, tanto no escopo técnico, como na
seara da fiscalização do ambiente laboral do setor energético.
NR 11 – Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais:
Estabelece os requisitos de segurança a serem observados nos locais de trabalho, no
que se refere ao transporte, à movimentação, à armazenagem e ao manuseio de
materiais, tanto de forma mecânica quanto manual, objetivando a prevenção de
infortúnios laborais.
Dentre as alterações da NR-11, duas foram de fundamental importância e de
grande impacto para a melhoria das condições de segurança e saúde no trabalho do
setor: a revisão de 2003, quando foi introduzido o Anexo I, contendo o regulamento
técnico de procedimentos para movimentação, armazenagem e manuseio de chapas
de mármore, granito e outras rochas, onde se estabeleceram mecanismos de
prevenção para eliminar ou reduzir o grande número de acidentes do trabalho que
ocorriam nas serrarias de rochas ornamentais; e a revisão de 2016, quando foi
revisado esse anexo, tendo sido estabelecidas maiores exigências para essas
atividades.
NR 12 – Máquinas e equipamentos: Esta Norma Regulamentadora - NR e seus
anexos definem referências técnicas, princípios fundamentais e medidas de proteção
para resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores e estabelece
requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho nas fases
de projeto e de utilização de máquinas e equipamentos, e ainda à sua fabricação,
importação, comercialização, exposição e cessão a qualquer título, em todas as
atividades econômicas, sem prejuízo da observância do disposto nos demais NRs
aprovadas pela Portaria MTb n.º 3.214, de 8 de junho de 1978, nas normas técnicas
oficiais ou nas normas internacionais aplicáveis e, na ausência ou omissão destas,
opcionalmente, nas normas Europeias tipo “C” harmonizadas.
Em julho de 2019 a portaria SEPRT nº 916, realizou a última alteração
substancial da NR-12, reordenando sua estrutura de modo a facilitar seu
entendimento e aplicação, incorporando cortes temporais específicos para máquinas
novas e usadas, simplificando obrigações para micro e pequenas empresas e
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recepcionando as normas técnicas europeias harmonizadas do tipo C, quando
inexistentes as respectivas normas técnicas nacionais ou internacionais.
NR 13 – Caldeiras, vasos de pressão, tubulações e tanques metálicos de
armazenamento: Estabelece requisitos mínimos para gestão da integridade estrutural
de caldeiras a vapor, vasos de pressão, suas tubulações de interligação e tanques
metálicos de armazenamento nos aspectos relacionados à instalação, inspeção,
operação e manutenção, visando à segurança e à saúde dos trabalhadores.
A portaria SEPRT nº 915, de 30 de junho de 2019, altera parcialmente a NR-
13, fazendo sua harmonização e simplificação em relação à nova NR-01 –
Disposições Gerais.
NR 14 – Fornos: Estabelece as recomendações técnico-legais pertinentes à
construção, operação e manutenção de fornos industriais nos ambientes de trabalho.
Desde a sua publicação, a NR-14 passou por uma única revisão, promovida pela
Portaria SSMT nº 12, de 06 de junho de 1983, que, simultaneamente, revisou diversas
normas regulamentadoras.
NR 15 – Atividades e operações insalubres: Descreve as atividades, operações
e agentes insalubres, inclusive seus limites de tolerância, definindo, assim, as
situações que, quando vivenciadas nos ambientes de trabalho pelos trabalhadores,
ensejam a caracterização do exercício insalubre e, também, os meios de proteger os
trabalhadores de tais exposições nocivas à sua saúde.
Seu texto sofreu diversas alterações pontuais ao longo de mais de 40 anos de
vigência, como se segue:
Portaria SSMT n.º 12, de 12 de novembro de 1979, publicada no DOU de
23/11/79 (alterações no Anexo n° 14 - Agentes Biológicos);
Portaria SSMT n.º 01, de 17 de abril de 1980, publicada no DOU de 25/04/80
(inclusão de trabalho sob vibrações em conveses de navios como atividade insalubre);
Portaria SSMT n.º 05, de 09 de fevereiro de 1983, publicada no DOU de
17/02/83 (detalhamento de trabalhos sob ar comprimido e dos trabalhos submersos);
Portaria SSMT n.º 12, de 06 de junho de 1983, publicada no DOU de 14/06/83
(revogada pela Portaria SEPRT n.º 1.067, de 23 de setembro de 2019 (DOU de
24/09/19);
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Portaria SSMT n.º 24, de 14 de setembro de 1983, publicada no DOU de
15/09/83 (aborda “Trabalho Sob Condições Hiperbáricas”);
Portaria MTE n.º 3.751, de 23 de novembro de 1990, publicada no DOU de
26/11/90 (introdução de alterações na NR-17, especialmente, no caso da NR-15,
sobre iluminação no trabalho);
Portaria DSST n.º 01, de 28 de maio de 1991, publicada no DOU de 29/05/91
(altera o Anexo nº 12 da NR-15, que institui os "limites de tolerância para poeiras
minerais" – asbestos);
Portaria DNSST n.º 08, de 05 de outubro de 1992, publicada no DOU de
08/10/92 (inclui no Anexo n° 2 da NR-15 as operações com manganês e seus
compostos e revigora o item sílica livre cristalizada);
Portaria DNSST n.º 09, de 05 de outubro de 1992, publicada no DOU de
14/10/92 (inclui no Anexo n° 11 da NR-15 o agente químico Negro de Fumo, no quadro
n.º 1 - Tabela de Limites de Tolerância);
Portaria SSST n.º 04, de 11 de abril de 1994, publicada no DOU de 14/04/94
(altera o Anexo n° 5 sobre radiações ionizantes);
Portaria SSST n.º 22, de 26 de dezembro de 1994, publicada no DOU de
27/12/94 (altera a redação do item 12.1 do Anexo n° 12 - Limites de Tolerância para
Poeiras Minerais – Asbestos);
Portaria SSST n.º 14, de 20 de dezembro de 1995, publicada no DOU de
22/12/95 (altera o item "Substâncias Cancerígenas" do Anexo n° 13 e inclui o Anexo
n° 13-A – Benzeno);
Portaria SIT n.º 99, de 19 de outubro de 2004, publicada no DOU de 21/10/04
(inclui no Anexo nº 12 da NR-15 a proibição do processo de trabalho de jateamento
que utilize areia seca ou úmida);
Portaria SIT n.º 43, de 11 de março de 2008, republicada no DOU de 13/03/08
(inclui no Anexo n° 12 da NR-15 previsão de que nos processos de corte e
acabamento de rochas ornamentais devem ser adotados sistemas de umidificação);
Portaria SIT n.º 203, de 28 de janeiro de 2011, publicada no DOU de 01/02/11
(altera os itens 3, 4 e 5 do Anexo n° 13-A - Benzeno);
Portaria SIT n.º 291, de 08 de dezembro de 2011, publicada no DOU de
09/12/11 (altera o Anexo n° 13-A - Benzeno);
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Portaria MTE n.º 1.297, de 13 de agosto de 2014, publicada no DOU de
14/08/14 (altera o Anexo n° 8 – Vibração);
Portaria MTb n.º 1.084, de 18 de dezembro de 2018, publicada no DOU de
19/12/18(altera o Anexo n° 5 - Radiações Ionizantes);
Portaria SEPRT n.º 1.359, de 09 de dezembro de 2019, publicada no DOU de
11/12/19 (altera o Anexo nº 3 - Limites de Tolerância para Exposição ao Calor).
NR 16 – Atividades e operações perigosas: Regulamenta as atividades e as
operações legalmente consideradas perigosas, estipulando as recomendações
prevencionista correspondentes.
A norma é composta de uma parte geral, contendo definições e procedimentos
para pagamento do adicional de periculosidade, e anexos que tratam das atividades
perigosas em específico.
NR 17 – Ergonomia: Visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação
das condições de trabalho às condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo
a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.
A norma possui dois anexos, ambos passaram por modificação em 2021, o
anexo I trata sobre o trabalho dos operadores de Checkout e o anexo II é destinado
ao trabalho em tele atendimento / telemarketing.
NR 18 – Segurança e saúde no trabalho na indústria da construção: Estabelece
diretrizes de ordem administrativa, de planejamento de organização, que objetivem a
implantação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos
processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção
civil.
Desde a sua publicação, o texto da NR-18 sofreu vinte e quatro alterações
pontuais e duas grandes reformulações, estas em 1995 e em 2020, que merecem
destaque. Estimativas da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia
apontam para uma redução de custos de quase R$ 5 bilhões na indústria da
construção, em 10 anos, com a entrada em vigor da nova redação da NR-18.
NR 19 – Explosivos: Estabelece as disposições regulamentadoras acerca do
depósito, manuseio e transporte de explosivos, objetivando a proteção da saúde e
integridade física dos trabalhadores em seus ambientes de trabalho.
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Já em 2011, a portaria SIT nº 228, de 24 de maio de 2011, reorganizou o corpo
da norma e alterou o Anexo II, que apresenta, para o processo de fabricação, as
tabelas com as quantidades máximas de explosivos que podem ser armazenados e
as respectivas distâncias que devem ser observadas. Essas alterações foram
submetidas para avaliação pela CTPP, durante a 64ª Reunião Ordinária, realizada em
30 e 31 de março de 2011.
NR 20 Segurança e saúde no trabalho com inflamáveis e combustíveis:
Estabelece requisitos mínimos para a gestão da segurança e saúde no trabalho contra
os fatores de risco de acidentes provenientes das atividades de extração, produção,
armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquido.
NR 21 – Trabalho a céu aberto: Tipifica as medidas prevencionistas
relacionadas com a prevenção de acidentes nas atividades desenvolvidas a céu
aberto, como em minas ao ar livre e em pedreiras.
NR 22 – Segurança e saúde ocupacional na mineração: Tem por objetivo
disciplinar os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de
trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento da
atividade mineira com a busca permanente da segurança e saúde dos trabalhadores.
Após o rompimento da Barragem em Brumadinho MG, fato ocorrido em janeiro
de 2019, foi aprovada uma nova alteração na NR – 22, para inclusão de itens
específicos referentes à vedação de concepção, a construção, a manutenção e o
funcionamento de instalações destinadas a atividades administrativas, de vivência, de
saúde e de recreação localizadas nas áreas à jusante de barragem sujeitas à
inundação em caso de rompimento. Essa alteração foi publicada pela portaria SEPRT
nº 210, de 11 de abril de 2019. Na 25ª e última** Reunião Ordinária da CPNM,
realizada em 15 e 16 de abril de 2019, foi aprovada e encaminhada à CTPP proposta
de alteração do item 22.35 (Capacitação) da norma, que, por sua vez, não foi
aprovada naquela comissão.
NR 23 – Proteção contra incêndios: Estabelece as medidas de proteção contra
incêndios, que devem dispor os locais de trabalho, visando à prevenção da saúde e
da integridade física dos trabalhadores.
Desde sua publicação, a norma passou por quatro revisões, em que 3 foram
pontuais e a última em 2011, foi uma revisão ampla, onde foi alterado profundamente
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o texto da norma, que passou a exigir o cumprimento das legislações estaduais em
que se refere às medidas de prevenção de incêndios. Foram mantidos itens relativos
às informações aos trabalhadores e às saídas de emergência.
NR 24 – Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho: Disciplina
os preceitos de higiene e de conforto a serem observados nos locais de trabalho,
especialmente no que se refere a banheiros, vestiários, refeitórios, cozinhas,
alojamentos e ao tratamento da água potável, visando à higiene dos locais de trabalho
e à proteção da saúde dos trabalhadores.
NR 25 – Resíduos industriais: Estabelece as medidas preventivas a serem
observadas pelas empresas no destino final a ser dado aos resíduos industriais
resultantes dos ambientes de trabalho, de modo a proteger a saúde e a integridade
física dos trabalhadores.
Desde sua publicação, 2 revisões foram efetuadas, ambas no ano de 2011,
onde se conferiu nova redação que foi liberada, a segunda revisão atualizou e
aprimorou a regulamentação existente, incorporando novas medidas de prevenção de
acidentes e adoecimentos relacionados aos resíduos industriais, como no tratamento
dos rejeitos radioativos e biológicos, consignando a necessidade de atendimento das
legislações específicas que regulam a disposição desses resíduos.
NR 26 – Sinalização de segurança: Revisada duas vezes, a norma estabelece
a padronização das cores a serem utilizadas como sinalização de segurança nos
ambientes de trabalho, de modo a proteger a saúde e a integridade física dos
trabalhadores.
Em uma de suas revisões passou a ser obrigatório a classificação de produtos
químicos de acordo com o sistema globalmente harmonizado (SGH), assim como a
obrigação da elaboração e disponibilização pelo fabricante ou fornecedor da ficha com
dados de segurança do produto químico (FISPQ) para todos os produtos químicos
classificados como perigosos.
NR 27 – Registro profissional do Técnico em Segurança do Trabalho:
Estabelece os requisitos a serem satisfeitos pelo profissional que desejar exercer as
funções de Técnico em Segurança do Trabalho, em especial no que diz respeito ao
seu registro profissional como tal, junto ao Ministério do Trabalho.
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As modificações decorrentes da Portaria SSST nº 13/1995 permaneceram
vigentes até o ano de 2008, quando da publicação da portaria MTE nº 262, de 29 de
maio de 2008, que revogou por completo a NR-27. Essa portaria atribuiu a
competência de emissão do registro profissional dos Técnicos de Segurança do
Trabalho ao Setor de Identificação e Registro Profissional das unidades
descentralizadas do então Ministério do Trabalho e Emprego, retirando essa
competência da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT).
NR 28 – Fiscalização e penalidades: Estabelece os procedimentos a serem
adotados pela fiscalização em Segurança e Medicina do Trabalho, tanto no que diz
respeito à concessão de prazos às empresas para a correção das irregularidades
técnicas, como também, no que concerne ao procedimento de autuação por infração
às Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho.
A norma passou por duas amplas revisões e, devido a sua natureza
operacional, que elenca todas as infrações relacionadas à segurança e saúde no
ambiente de trabalho, a NR-28 também passou por diversas alterações pontuais,
notadamente no que diz respeito ao seu Anexo II, em face das alterações das
disposições das demais normas regulamentadoras.
NR 29 – Norma regulamentadora de segurança e saúde no trabalho portuário:
Tem por objetivo regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças
profissionais, facilitar os primeiros socorros a acidentados e alcançar as melhores
condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários.
NR 30 – Norma regulamentadora do trabalho aquaviário: Regula a proteção
contra acidentes e doenças ocupacionais objetivando melhores condições e
segurança no desenvolvimento de trabalhos aquaviários.
A última alteração realizada na NR-30 ocorreu com a publicação da portaria
MTb nº 1.186, de 20 de dezembro de 2018, que aprovou a Norma Regulamentadora
nº 37 (NR-37) - Segurança e Saúde em Plataformas de Petróleo, e revogou o Anexo
II da NR-30 que até então regulamentava a matéria.
NR 31 – Segurança e saúde no trabalho na agricultura, pecuária, silvicultura,
exploração florestal e aquicultura: Estabelece os preceitos a serem observados na
organização e no ambiente de trabalho rural, de forma a tornar compatível o
planejamento e o desenvolvimento das atividades do setor com a prevenção de
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acidentes e doenças relacionadas ao trabalho rural. Se aplica a quaisquer atividades
da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura, verificadas as
formas de relações de trabalho e emprego e o local das atividades.
NR 32 – Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde: Tem por
finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de
proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como
daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral.
Ao longo dos seus quinze anos de existência, a NR-31 passou por dois
processos de revisão, os quais ocorreram após sucessivas reuniões de negociações
tripartites no âmbito da Comissão Permanente Nacional Rural (CPNR). Todas as
revisões atenderam aos variados pleitos apresentados pelas três bancadas que
compunham a Comissão Permanente Nacional Rural (CPNR).
NR 33 – Segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados: Esta Norma
tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços
confinados, seu reconhecimento, monitoramento e controle dos riscos existentes, de
forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores.
A NR-33 é uma norma para trabalhos confinados, que estabelece medidas de
prevenção, medidas administrativas, medidas pessoais, capacitação e medidas para
situações de emergências, sendo a primeira norma regulamentadora a prever a
realização de avaliação dos fatores de riscos psicossociais na sua redação.
Como principais avanços em relação às normas internacionais, destacam-se a
não classificação dos espaços confinados e a obrigatoriedade de emissão de
Permissão de Entrada e Trabalho (PET) para a realização de qualquer trabalho em
espaço confinado.
NR 34 - Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção,
reparação e desmonte naval: Esta Norma Regulamentadora estabelece os requisitos
mínimos e as medidas de proteção à segurança, à saúde e ao meio ambiente de
trabalho nas atividades da indústria de construção, reparação e desmonte naval.
A NR-34 trouxe avanços importantes, como medidas de segurança e saúde
para trabalhos com: radiações ionizantes, face aos efeitos nocivos dos processos de
radiografia e gamagrafia; hidrojateamento, considerando a utilização de alta pressão
em diversos serviços; montagem e desmontagem de andaimes, devido à variabilidade
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de formas e medidas das plataformas de petróleo; e a adoção de soluções alternativas
referentes às medidas de proteção coletiva, às técnicas de trabalho e ao uso
equipamentos, tecnologias e outros dispositivos, desde que garantida a realização das
tarefas e atividades de modo seguro e saudável.
NR 35 – Trabalho em altura: Esta Norma estabelece os requisitos mínimos e
as medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a
organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos
trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade.
De acordo com a norma considera-se trabalho em altura toda atividade
executada acima de 2,00 m (dois metros) do nível inferior, onde haja risco de queda.
NR 36 - Segurança e saúde no trabalho em empresas de abate e
processamento de carnes e derivados: Tem como objetivo estabelecer os requisitos
mínimos para a avaliação, controle e monitoramento dos riscos existentes nas
atividades desenvolvidas na indústria de abate e processamento de carnes e
derivados destinados ao consumo humano, de forma a garantir permanentemente a
segurança, a saúde e a qualidade de vida no trabalho, sem prejuízo da observância
do disposto nas demais Normas Regulamentadoras - NR do Ministério do Trabalho e
Emprego.
NR 37 - Segurança e saúde em plataformas de petróleo: Estabelece os
requisitos mínimos de segurança, saúde e condições de vivência no trabalho a bordo
de plataformas de petróleo em operação nas Águas Jurisdicionais Brasileiras - AJB.
8 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
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Segundo Tavares (2009), se considera equipamento de proteção coletiva, os
equipamentos que atendem dois ou mais trabalhadores ao mesmo tempo, esses
equipamentos são para proteção dos trabalhadores à riscos que venham ameaçar a
saúde e segurança no trabalho.
A principal característica dos EPC é de beneficiar um grupo de trabalhadores
sem distinção, dependendo da situação, eles podem reduzir os riscos ou até mesmo
eliminá-los.
Podemos citar alguns exemplos de EPC:
• Redes de Proteção (nylon)
• Sinalizadores de segurança (como placas e cartazes de advertência, ou fitas
zebradas)
• Extintores de incêndio
• Lava-olhos
• Chuveiros de segurança
• Exaustores
• Kit de primeiros socorros
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8.2 Equipamento de proteção individual
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para comprovar sua eficácia. O Ministério do Trabalho atesta a qualidade de um EPI
através da emissão obrigatória do “Certificado de Aprovação” (C.A.).
Os tipos de equipamento de proteção individual são: proteção da cabeça;
proteção dos olhos e da face; proteção auditiva; proteção das vias respiratórias;
proteção dos membros superiores; proteção dos membros inferiores; proteção do
tronco; proteção contra quedas com diferença de nível.
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9 BIBLIOGRAFIA
Segurança e Medicina do Trabalho, 86ª ed, São Paulo: Editora Atlas Ltda, 2021.
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