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Indice.

CAPITULO I: INTRODUÇÃO.......................................................................................................2
1.1. Contextualização...................................................................................................................2
1.2. Problema de Pesquisa............................................................................................................4
1.3. Objectivos de pesquisa..........................................................................................................5
1.3.1. Objectivo Geral:.............................................................................................................5
1.3.2. Objectivos Específicos:..................................................................................................5
1.3.3. Perguntas de Pesquisa:.......................................................................................................5
1.4. Justificativa...............................................................................................................................6
1.5. Estrutura do projecto.............................................................................................................7
CAPITULO II: REVISÃO DE LITERATURA..............................................................................8
2.1. Conceitos básicos da pesquisa..............................................................................................8
2.2. Objectivos Da Higiene E Segurança No Trabalho..............................................................10
2.3. Reflexão histórica da Higiene e Segurança no trabalho.....................................................10
2.4. Tipo de riscos segundo Matos (2012):................................................................................12
2.4.1. Riscos mecânicos associados às máquinas......................................................................13
2.5. Métodos de Análise e Avaliação do Risco..........................................................................13
2.6. Normas regulamentadoras......................................................................................................15
2.6.1. A Legislação da saúde e segurança no trabalho...............................................................15
2.7. Principais motivos para ocorrerem acidentes no trabalho..................................................16
2.8. História Da Manutenção.....................................................................................................17
2.8.1. Definição de Manutenção................................................................................................17
2.9. Tipos de Manutenção Segundo Cabral (2009)....................................................................18
2.9.1. Manutenção Correctiva................................................................................................19
2.9.2. Manutenção Preventiva................................................................................................19
2.9.3. Manutenção Sistemática...............................................................................................19
2.9.4. Manutenção Condicionada...........................................................................................20
CAPITULO III: METODOLOGIA...............................................................................................21
3. Descrição do local de estudo..................................................................................................21
Missão, visão e objectivos.........................................................................................................21

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Organograma actual da organização..........................................................................................22
3.1. Classificação da Pesquisa....................................................................................................23
a) Quanto à natureza............................................................................................................23
a) Quanto aos objectivos.....................................................................................................23
a) Quanto à abordagem.......................................................................................................23
a) Quanto aos procedimentos..............................................................................................23
3.2. Técnicas e instrumentos de Recolha de dados....................................................................24
3.3. População, Amostra e Amostragem....................................................................................24
3.4. Análise de dados.................................................................................................................25
3.5. Limitações de Estudo..........................................................................................................26
3.6. Questões Éticas...................................................................................................................26
Referências bibliográficas.............................................................................................................28

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CAPITULO I: INTRODUÇÃO.

1.1. Contextualização.

Com o aparecimento da primeira máquina de fiar, a Revolução Industrial Inglesa entre 1760 e
1830 veio a mudar profundamente toda a história da humanidade transformando o trabalho em
emprego. Os trabalhadores passaram a trabalhar por salários e afirma-se que o direito do trabalho
e o contrato de trabalho passaram a desenvolver nesta fase. O advento das máquinas, que fiavam
em ritmo muitíssimo superior ao do mais hábil artífice, a improvisação das fábricas e a mão-de-
obra destreinada, constituída principalmente de mulheres e crianças, resultou em problemas
ocupacionais extremamente sérios. Os acidentes de trabalho passaram a ser numerosos, quer pela
falta de proteção das máquinas, pela falta de treinamento para sua operação, pela inexistência da
jornada de trabalho, pelo ruído das máquinas monstruosas ou pelas más condições do ambiente
de trabalho (Amaro, 2013).

A industrialização no século XV trouxe grandes invenções, a mecanização de processos, a


interação do homem com a máquina e a necessidade de se pensar em segurança. Nesta fase a
jornada de trabalho era muito longa, chegando até 18 horas no verão, porém, na maioria das
vezes terminava com o pôr do sol, por questão de qualidade e não por proteção aos
trabalhadores.

Hoje as máquinas parecem estar em todo lugar, trazendo progresso e conforto, cada vez mais
sofisticadas e seguras, dispondo de procedimentos operacionais detalhados, contando ainda com
profissionais mais especializados e com maior grau de escolaridade na sua operação e
manutenção. Mas por que, mesmo assim, ainda temos que conviver com elevadas taxas de
acidentes de trabalho? É consenso entre a comunidade de Engenharia que se quisermos alcançar
um estado de excelência, é fundamental fazer uma abordagem científica e multidisciplinar do
comportamento humano, conjugando diversos campos do conhecimento (Amaro, 2013).

Actualmente, a ergonomia é solicitada, quotidianamente, a intervir em situações cujas


problemáticas variam desde a concepção de salas de controle, extremamente automatizadas,
passando por questões referentes ao trabalho manual ou, ainda, por queixas relacionadas ao

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ambiente físico de trabalho, sem deixar de lado os problemas de saúde, em particular, os
decorrentes das lesões por esforços repetitivos.
Os procedimentos de Higiene e Segurança no Trabalho e o controle das doenças ocupacionais
compete primariamente ao pessoal de engenharia que, ao determinar a magnitude dos riscos,
conhecer a toxicologia das substâncias químicas e os efeitos sobre a saúde dos demais factores
que acondicionam o ambiente de trabalho, estão em posição adequada para aplicar os diversos
métodos e equipamentos de controle. O pessoal médico ajuda, para um melhor êxito, o controle
das ditas doenças por meio de exames médicos pré-admissionais, periódicos e de diagnóstico
precoce, pela seleção e colocação dos operários de acordo com suas habilidades e adequação
pessoal, pela educação e ensino de hábitos de higiene pessoal. Além disso, é necessário contar
com a cooperação das gerências e dos trabalhadores para assegurar um contínuo interesse,
supervisão, inspeção e manutenção destas práticas (Vieira, 2005).

Segundo o artigo 59o e 216o da Lei do Trabalho, 1 de Agosto 27/2007, cada empregado tem o
direito de desfrutar de ``medidas adequadas de protecção, segurança e higiene no trabalho,
capazes de garantir a sua integridade física, moral e mental. Os empregadores são responsáveis
pela criação e desenvolvimento de meios adequados para proteger a integridade física e mental
dos colaboradores e melhoria contínua das condições de trabalho. Os empregadores também são
obrigados a tomar todas precauções adequadas para assegurar que todos os postos de trabalho e
meios de acesso e de saída para o trabalho sejam seguro e livres de riscos para segurança e saúde
dos trabalhadores.

Em um ambiente de trabalho existem diversas situações que podem ocasionar acidentes, entre
eles, máquinas e equipamentos, ferramentas manuais, eletricidade e manuseio de produtos
perigosos. Os riscos de acidentes variam conforme a natureza de atividade e as medidas de
controle existentes e dessa maneira é de suma importância a análise de fatores de risco em todas
as tarefas e em todas as operações
Com isso os conceitos básicos de segurança devem estar incorporados em todas as etapas do
processo produtivo de uma empresa, pois é a presença dessa concepção que irá garantir a
continuidade e segurança dos processos, uma vez que os acidentes geram horas e dias perdidos e
é neste sentido que é elaborado esta pesquisa cujo objectivo é analisar os procedimentos de

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Higiene e segurança no trabalho na manutenção de automóveis na Companhia Transportadora
jeovájireh Transporte, LDA.

1.2. Problema de Pesquisa.

A higiene e segurança no trabalho têm como maior das finalidades promover melhor qualidade
de vida e produtividade no ambiente laboral, salientando que as acções ou medidas preventivas
adoptadas podem ser de carácter técnico, administrativas, educativas, de engenharia,
organizacionais, ambientais. Ainda para corroborar esta visão, Lima (2014), diz que as
motivações que levam as empresas a adoptarem SGSST (Sistema de Gestão de Segurança e
Saúde no Trabalho) se devem, principalmente, a factores como melhoria contínua, melhoria na
imagem, aumento da competitividade, chances de reduzir os custos com gestão, novas
oportunidades de mercado, produtividade mais alta e melhorias nos produtos.

Todo investidor ou empresa tem como objectivos ter um empreendimento viável e


consequentemente fonte de rendimento dos seus investimentos. Nesse âmbito a empresa em
causa conta com a falta de controle dos procedimentos de higiene e segurança no trabalho nas
oficinas, o que tem permitido um aumento considerável de acidentes de trabalho. Observa-se o
derramamento de lubrificantes, combustíveis, produtos químicos, minerais ferrosos, bem como a
emissão de gases e poluentes na instituição em estudo, nos últimos anos tem preocupado bastante
a oficina no que diz respeito a questão ambiental e saúde ocupacional naquele sector de trabalho.
Para a identificação de perigos devem verificar-se as fontes possíveis de causar danos, bem como
as áreas que poderão ser afectadas e as potenciais consequências dos perigos identificados,
estabelecendo uma ordem decrescente das fontes susceptíveis de causar danos mais graves para
os menos graves (Couto, 2009).
Os mecânicos de veículos automóveis estão sujeitos a riscos ocupacionais, tais como: os riscos
químicos; riscos físicos; os riscos ergonómicos e psicossociais; e por último, os riscos de
acidentes. É importante ressaltar, que o desconhecimento dos riscos à qual estão expostos
configura um factor causal significativo na ocorrência dos acidentes e diante do cenário descrito
o presente estudo será norteada pela questão: que impacto a falta dos procedimentos de higiene e
Segurança no trabalho tem na manutenção de automóveis na oficina da jeovájireh Transporte,
LDA?
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1.3. Objectivos de pesquisa.

Para Marconi e Lakatos (2002), toda pesquisa deve ter um objectivo determinado para saber o
que se vai procurar e o que se pretende alcançar. Na elaboração dos objectivos a escolha do
verbo é importantíssimo, pois ele vai manifestar a intenção do pesquisador no desenvolvimento
da pesquisa. É necessário utilizar verbos no infinitivo, que apresente apenas uma interpretação e
que seja de acção, nunca de estado. E para elaboração dos objectivos desta pesquisa consultou-se
a Taxonomia de Bloom. E o presente estudo será orientado a luz dos seguintes objectivos:

1.3.1. Objectivo Geral:


 Analisar procedimentos usados de higiene e segurança no trabalho na manutenção de
automóveis na oficina da jeovájireh Transporte, LDA.

1.3.2. Objectivos Específicos:


 Identificar os riscos de Higiene e Segurança na recepção e na manutenção de automóveis;

 Identificar a fonte de geração dos riscos de Higiene e segurança na manutenção de


automóveis;

 Explicar a Relação entre Higiene e segurança no trabalho e Problemas Mecânicos dos


automóveis;

 Elaborar procedimentos para minimização dos riscos de higiene e segurança na


manutenção dos automóveis.
1.3.3. Perguntas de Pesquisa:
1. Que Riscos de Higiene e Segurança são observados na recepção e na manutenção de
Automóveis?
2. Quais são as fontes de geração de riscos de higiene e segurança na manutenção de
automóveis?
3. Que relação se estabelece entre a Higiene e Segurança no trabalho e problemas
mecânicos dos automóveis?
4. Que procedimentos podem ser adoptados para a minimização dos riscos higiene e
segurança na manutenção dos automóveis?

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1.4. Justificativa.

O sector automóvel tem necessidade de prevenir riscos de higiene e segurança no trabalho pois
impactam directamente na produtividade e na competitividade das empresas. As oficinas de
reparação de veículos automotores constituem ramo de actividade que requer estratégias de
intervenção voltada à prevenção de acidentes e de doenças. As medidas de segurança do trabalho
são essenciais para integrar a qualidade de vida dos colaboradores e devem ser metodicamente
integradas na gestão organizacional, actuando-se de forma proactiva e não reactiva.
De acordo com Matos (2012), os programas de saúde e segurança no trabalho ocorreram no
Brasil em 1943, com a Consolidação das Leis do Trabalho CLT e em sequência, em 1978 surge a
Portaria número 3.214, constituída por 28 normas relacionadas a equipamentos e máquinas de
Protecção, insalubridades, entre outros.

O sector de Segurança no Trabalho tem como objectivo principal a prevenção dos riscos
profissionais. Diante desses fatos, muitas dúvidas têm sido levantadas sobre os riscos de
acidentes. Isso se faz, no caso das empresas, com uma política de segurança e saúde dos
trabalhadores que tenha por base a acção de profissionais especializados, antecipando,
reconhecendo, avaliando e controlando os riscos de acidentes no trabalho.
A escolha de uma oficina automóvel como caso de estudo para o desenvolvimento deste trabalho
prendeu-se com o facto de este ser um local onde o risco está presente nas suas inúmeras
actividades diárias. Neste sentido, considerou-se pertinente a realização de um estudo de
identificação de perigos e avaliação de riscos, pois não só os trabalhadores da oficina estão
expostos ao mesmo, mas também os seus clientes. E com esta pesquisa este trabalho trara
seguintes contribuições:

Ao nível institucional, espera-se que a pesquisa contribua na desmistificação da situação da


higiene e segurança no trabalho ao nível da empresa, identificando as fragilidades, as possíveis
questões a serem melhoradas, visando simultaneamente propiciar a instauração de novas
políticas.

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Socialmente esta pesquisa torna-se importante porque, visa trazer a luz a situação da higiene e
segurança no trabalho, esperando-se que as entidades empregadoras em Moçambique tomem
mais em conta essa questão, pois dela depende o bom funcionamento, a produtividade e
competitividade do pessoal dentro das organizações.

Assim como toda boa pesquisa científica, prevê-se que esta pesquisa ao nível científico, possa
servir de base teórica para estudos futuros voltados à caracterização e compreensão da questão da
Higiene e Segurança no Trabalho e a sua influência no desempenho dos colaboradores.

1.5. Estrutura do projecto.


O projecto de pesquisa é feita de uma estrutura, constituída por partes, e cada uma com os seus
objectivos e exigências, mas que todas estas partes juntas constituem um todo que visa a
obtenção dos resultados sobre o tema em estudo.

Capitulo I: Parte Introdutória - Este é o capítulo que fornece a visão geral do trabalho, faz
uma breve apresentação e contextualização do tema de modo a familiarizar o leitor com o
assunto a ser pesquisado, encontrara-se também a formulação do problema que dará as balizas do
que pretende resolver-se com a pesquisa, e ainda serão aqui feitas as questões de pesquisa que
são as perguntas específicas que o estudo visa responder, far-se-á igualmente a delimitação
espacial. Na fase seguinte apresentar-se-á a justificativa na qual será feita a abordagem de forma
explicativa da relevância, e o contributo do tema de pesquisa tendo em conta a vertente da
ciência na actualidade e o impacto que o mesmo trará no âmbito social, e como forma de
conclusão do capítulo introdutório serão apresentados os objectivos da pesquisa.

Capitulo II: Referencial Teórico - Este Capitulo compreende informações vitais resultantes do
levantamento bibliográfico, estas trazem junto pontos de vista de vários autores que já
escreveram sobre aspectos ligados ao tema em abordagem.

Capitulo III: Metodologia da pesquisa - Descreve as metodologias, materiais e procedimentos


usados na colecta e tratamento de dados da pesquisa, esclarece ainda o curso da pesquisa, a
população, amostra e técnicas usadas para recolha e análise de dados.

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CAPITULO II: REVISÃO DE LITERATURA.
O desenvolvimento deste capítulo tem finalidade de fornecer sustentação teórica a pesquisa
proposta, apresentando os conceitos teóricos que servirão de base para o estudo.

2.1. Conceitos básicos da pesquisa.

De acordo com o Portal de Educação a higiene no trabalho refere-se ao conjunto de normas e


procedimentos que visa á protecção da integridade física e mental do trabalhador, preservando-o
dos riscos de saúde inerente as tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são executadas, e para
corroborar, referem que o termo higiene no trabalho é utilizado para expressar um conjunto de
factores que visam a preservação da saúde no ambiente de trabalho, sendo utilizado no sentido de
evitar doenças (Amaro, 2013).

É um “conjunto de métodos não médicos que visam a prevenção de doenças profissionais, através do
controlo da exposição aos agentes físicos, químicos e biológicos” A higiene no trabalho é necessária para
combater, do ponto de vista não médico, as doenças profissionais, identificando os factores que podem
afectar o ambiente do trabalho e o trabalhador, visando eliminar ou reduzir os riscos profissionais
(condições inseguras de trabalho que podem afectar a saúde, segurança e bem estar do trabalhador). Ela
avalia o conjunto de normas e procedimentos visando a protecção da integridade física e mental nos
ambientes de trabalho e primando pelo bem-estar dos trabalhadores (Amaro, 2013).

Para garantir uma boa higiene no trabalho é necessário que os estaleiros de obras estejam providos de
instalações sanitárias, balneários, refeitórios, vestiário, sistema de abastecimento de água potável e de
esgotos. Todas as instalações devem ter ventilação e iluminação, de preferência natural, e limpeza diária.

Na visão de Batalha (2012), a questão da higiene e segurança no trabalho surge de forma cada
vez mais sonante nas organizações em função da evolução das leis de protecção ao trabalhador
no local do trabalho, passando a ser cada vez mais uma área de destaque. Tal como se afirma a
HST é actualmente uma questão juslaboral, constituindo um dever para as organizações o
cumprimento delas.

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Segurança e Saúde no Trabalho: De acordo com Ali (2008), é o conjunto das intervenções que
objectivam o controlo dos riscos profissionais e a promoção da segurança e saúde dos
trabalhadores da organização (incluindo trabalhadores temporários, prestadores de serviços e
trabalhadores por conta própria), visitantes ou qualquer outro indivíduo no local de trabalho.

Para Act (2018), um SGSST (Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho) pode ser
definido como parte do sistema de gestão maior de uma organização utilizada para desenvolver e
implantar sua política e gerenciar seus riscos de SST. De um modo genérico, a Higiene e
Segurança no Trabalho compõe duas actividades intimamente relacionadas, no sentido de
garantir condições pessoais e materiais de trabalho capazes de manter certo nível de saúde dos
empregados.

Incidente: segundo Matos (2012), incidente é um acontecimento relacionado com o trabalho em


que ocorreu, ou poderia ter ocorrido, lesão, afeção da saúde (independentemente da gravidade)
ou morte.
Acidente de trabalho: segundo Matos (2012), é aquele que se verifique no local e no tempo de
trabalho e produza directa ou indirectamente lesão corporal, perturbação funcional ou doença de
que resulte redução na capacidade de trabalho ou de ganho ou a morte.
Perigo: é a propriedade intrínseca de uma instalação, actividade, equipamento, um agente ou
outro componente material do trabalho com potencial para provocar dano (Batalha, 2012).
Risco: combinação de probabilidade e da (s) consequência (s) da ocorrência de um determinado
acontecimento perigoso (Batalha, 2012).
Análise dos riscos: de acordo com Lima (2014), é uma forma de verificar as causas de acidentes
no sistema Homem/Máquina/Ambiente.

A prevenção: segundo Lima (2014), consiste em reduzir os riscos profissionais através de


medidas concretas que reduzam o contacto dos trabalhadores com o risco (em termos de
intensidade e probabilidade), para que as consequências sejam mínimas.

Saúde no Trabalho: A Organização Mundial da Saúde define saúde como “o estado de bem-
estar físico, mental e social completo e não somente a ausência de dano ou doenças (Andaque,
2000).

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Doença profissional: é considerada uma “lesão corporal, ou perturbação funcional directa da
actividade exercida pelo trabalhador e não represente normal desgaste do organismo" (DGR,
2018).

2.2. Objectivos Da Higiene E Segurança No Trabalho.

A higiene do trabalho tem carácter eminentemente preventivo, pois objectiva a saúde e o conforto do
trabalhador, evitando que adoeça e se ausente provisória ou definitivamente do trabalho. Os principais
objectivos são:
 Eliminação das causas das doenças profissionais;
 Prevenção de agravamento de doenças e lesões;
 Manutenção da saúde dos trabalhadores e aumento da produtividade por meio do controle
do ambiente de trabalho; e
 Redução dos efeitos prejudiciais provocados pelo trabalho em pessoas doentes ou
Portadoras de Necessidades Especiais (PNE).

2.3. Reflexão histórica da Higiene e Segurança no trabalho.

Até meados do século XIX, prevalecia uma mentalidade focada para a produtividade, ignorando
as condições de trabalho, independentemente de implicar riscos para a saúde ou mesmo a morte
de trabalhadores. Nessa altura o valor da vida humana era desvalorizado e havia uma ausência de
leis que protegessem o trabalhador.

Em Portugal, a legislação sobre esta temática terá surgido a partir de meados do século XIX, no
entanto foi com o surgimento da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 1919, que
ocorreu a evolução da mentalidade para as questões de bem-estar e segurança no trabalho, uma
vez que veio regulamentar e obrigar os países subscritores a constituir serviços de inspecção nos
locais de trabalho e cujas convenções adoptadas tiveram relevante importância na legislação das
condições de SST (Couto, 2009).

Em 2007 foi criada a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) que extingue o Instituto
para a Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho e a Inspeção-Geral do Trabalho. A ACT tem por

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missão a promoção da melhoria das condições de trabalho, o controlo e fiscalização das normas
em matéria laboral e de SST. Actualmente, o Código do Trabalho e o Decreto-Lei n.º 102/2009,
de 10 de Setembro, estabelecem o enquadramento geral da segurança e saúde do trabalho,
respectivamente quanto às empresas e ao Estado (ACT, 2018).
Assim, ao longo do tempo foram criadas normas e guias para orientar as organizações a
implementar um sistema de gestão em segurança e saúde no trabalho (SGSST), com o objectivo
de favorecer a cultura de prevenção de riscos, melhorar as condições de trabalho e o desempenho
em SST.

De entre todas normas, destaca-se a OHSAS 18001, criada em 1999 pelo Instituto de
Normalização Britânico (BSI), que consiste em especificações para a implementação de SGSST
numa organização. Esta norma foi substituída pela OHSAS 18001:2007 com a introdução de
novas exigências e novos requisitos para a investigação de acidentes (Couto, 2009).

Recentemente, surgiu a norma ISO 45001:2018 que veio substituir a norma OHSAS 18001,
dando maior ênfase na participação e envolvimento da gestão de topo e trabalhadores. Neste
sentido, a nova norma vem facilitar e simplificar a integração do SGSST com outros sistemas de
gestão, superando desta forma as dificuldades encontradas no passado pela OHSAS 18001
(Couto, 2009).
Miguel citado por Quintas (2014), refere que o conceito de segurança quando surgiu era visto
como um sinónimo de prevenção de acidentes. No entanto, o conceito evoluiu para uma
perspectiva de prevenção onde constam diversos impactos negativos originários da actividade
laboral.
O autor vê a prevenção com o objetivo de informar, aconselhar, motivar e coordenar,
considerando a hierarquia a principal responsável pela implementação das soluções neste âmbito.
Na actividade industrial está sempre associada a vertente humana, daí a necessidade da
implementação de procedimentos de Higiene e Segurança no Trabalho (HST) de modo a evitar
acidentes de trabalho e condições inadequadas (Couto, 2009).
Actualmente existe legislação específica que regulamenta a protecção de quem integra as
actividades industriais, devendo a sua aplicação ser entendida como um melhoramento das
condições de trabalho tanto da entidade empregadora como dos colaboradores. No entanto, todos

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os requisitos impostos pela legislação devem salvaguardar aspectos relacionados com as
condições ambientais e de segurança de cada posto de trabalho.

Segundo Coutinho (2008), Segurança do Trabalho pode ser definida como a ciência que, através
de metodologias e técnicas apropriadas, estuda as possíveis causas de acidentes do trabalho,
objectivando a prevenção de sua ocorrência, cujo papel é assessorar o empregador, buscando a
preservação da integridade física e mental dos colaboradores e a continuidade do processo
produtivo.

Na perspectiva de Vieira (2005), existem quatro processos de controlo de riscos. A primeira


passa por limitar e eliminar o perigo, o segundo por evolver o perigo, o terceiro por afastar o
Homem do perigo e o quarto por proteger o Homem do perigo

2.4. Tipo de riscos segundo Matos (2012):


Tendo em consideração a tema do presente trabalho, considerou-se importante abordar os tipos de riscos
existentes, de forma a adquirir-se uma melhor percepção dos riscos a que os trabalhadores da mecânica-
auto estão expostos diariamente. Neste sentido, os tipos de riscos profissionais existentes são os
seguintes:
a) Riscos de acidentes: são as situações de perigo que tem potencial de afectar a integridade, o bem-estar
físico e moral dos indivíduos presentes no ambiente laboral.
b) Riscos Químicos: são as poeiras, fumos, gases, névoas, neblinas, vapores, substâncias, compostos ou
produtos químicos em geral que podem ser absorvidos por via cutânea, via digestiva e pela via
respiratória que causam danos à saúde e a integridade física do trabalhador. Esses agentes são capazes de
ocasionar diversas doenças ao mecânico automotivo, tais como: dermatoses e irritações na pele, doenças
crónicas, problemas respiratórios, entre outras.
c) Riscos Ergonómicos: são aqueles relacionados com factores fisiológicos e psicológicos. Em outros
termos os riscos ergonómicos são conhecidos como sendo a relação entre o homem e a máquina.
d) Riscos Físicos: são os agentes físicos inerentes ao ambiente de trabalho que influenciam no
desempenho de cada trabalhador. Estes riscos podem contribuir para o aparecimento das doenças ou
provocar acidentes lesivos para os mesmos.

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e) Riscos Mecânicos: derivam dos riscos físicos, podendo enumerar alguns como: queda de pessoas,
materiais ou objectos, operações de movimentação manuais, uso de ferramentas manuais, partes móveis
de máquinas, veículos, electricidade, radiações, ruído e vibrações.

2.4.1. Riscos mecânicos associados às máquinas.

A ABNT NBR 12.100 identifica os perigos para a avaliação dos principais riscos das máquinas e
equipamentos, sendo de extrema importância para garantir a segurança dos trabalhadores. Esta
identificação nada mais é do que a verificação dos perigos presentes numa dada situação de trabalho
(durante a operação com máquinas e equipamentos) e suas possíveis consequências, em relação à
probabilidade de lesões aos trabalhadores expostos (Vilela, 2000).

Existem muitos riscos mecânicos, provocados por partes móveis dos diferentes tipos de máquinas, sendo
o contacto com essas partes a maior causadora de acidentes. As partes das máquinas que transmitem
movimento para que ela realize o trabalho desejado, podem ser: volantes, polias, correias, junções,
engates, fusos, manivelas e partes responsáveis por realizar movimentos transversais enquanto trabalham,
podem ser grandes causadoras de acidentes (Vilela, 2000).

2.5. Métodos de Análise e Avaliação do Risco.

Para que seja possível obter uma adequada hierarquização dos riscos e consequente controlo dos mesmos,
deve-se realizar de forma eficiente na apreciação dos riscos. Assim, nas fases de estimativa e valoração
do risco, podem ser utilizados vários métodos de análise e avaliação dos riscos distintos, que são
classificados em qualitativos, quantitativos ou semi-quantitativos.

Para Amaro (2013), Os métodos qualitativos consistem em análises sistemáticas nos locais de trabalho
com o objectivo de identificar todas as situações perigosas com potencial de causar danos. Estes métodos
de análise e avaliação de riscos são adequados para situações simples, em que os perigos sejam facilmente
identificados e logo adoptar medidas preventivas através das boas práticas, especificações e normas
Alguns exemplos de métodos qualitativos são:
Análise Preliminar de Riscos (Preliminary Hazard Analysis) consiste numa antecipação dos riscos, por
forma a evitar a ocorrência de possíveis acidentes ou quase-acidentes;

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Análise do Modo de Falhas e Efeitos (Failure Modes and Effects Analysis) que consiste num processo de
identificação de perigos que considera de forma ordenada todos os modos de falha dos componentes ou
características de um sistema;
Listas de verificação (Checklists) englobam um conjunto de requisitos a analisar

Ainda o mesmo autor refere que os métodos quantitativos consistem em obter uma resposta numérica da
magnitude do risco, recorrendo a técnicas de cálculo de probabilidades. Estes métodos têm utilidade
quando existe necessidade de justificar o custo ou dificuldade na aceitação de algumas acções
preventivas. São exemplos o índice de fiabilidade e matriz de riscos.
Por outro lado, quando os métodos qualitativos são insuficientes para obter a adequada valoração de
riscos, assim como a complexidade subjacente aos métodos quantitativos não justifica o custo associado,
pode recorrer-se aos métodos semi-quantitativos. Alguns exemplos de métodos semi-quantitativos são:
Método de William T. Fine permite a avaliação de riscos industriais sempre que o tempo de exposição
dos trabalhadores à situação de risco é uma característica importante. Este método parte do conceito geral
de risco para determinar o grau de perigosidade de um risco;

Método de avaliação simplificado é semelhante ao estabelecido por William T. Fine, mas não
considera o factor exposição;

Análise por árvore de falhas (Fault Tree Analysis – FTA) também dominada muitas vezes de
análise por árvore de causas, corresponde a um método que partindo de um evento final não
desejado, se desenvolve e identifica o modo lógico das falhas intermédias em cadeia que possam
conduzir à ocorrência, segundo um diagrama lógico.

A selecção do melhor método de análise e avaliação de riscos pode tornar-se difícil devido à diversidade
de métodos disponíveis. Assim, deve-se optar pelo método mais adequado de acordo com a natureza dos
eventos, dos dados e do tempo disponível.

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2.6. Normas regulamentadoras.
2.6.1. A Legislação da saúde e segurança no trabalho
De acordo com Araújo (2006), os programas de saúde e segurança no trabalho ocorreram no
Brasil em 1943, com a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT e em sequência, em 1978 surge
a Portaria número 3.214, constituída por 28 normas relacionadas a equipamentos e máquinas de
protecção, insalubridades, entre outros.
As acções de segurança e saúde do trabalhador deixaram de ser acções isoladas de segurança da
sociedade e passaram a integrar a relação de direitos dos trabalhadores, que consta na
Constituição Brasileira (Vieira, 2005).

Oliveira (2005), salienta que todos trabalhadores têm direito a um trabalho seguro e saudável, e,
no caso de prestadoras de serviço e terciarização, devem seguir as orientações e recomendações
da Consolidação das Leis Trabalhistas e das Normas Regulamentadora da Portaria n. 3.214, de 8
de Junho de 1978, a responsabilidade solidária também é aplicada nas questões relacionadas com
a segurança e a saúde dos trabalhadores.

O autor destaca as seguintes obrigações necessárias para a empresa seguir em relação à saúde e
segurança do trabalhador: instalação de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, da
adopção do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional e do Programa de Prevenção
de Riscos Ambientais, das Medidas de Protecção Colectiva e dos Equipamentos de Protecção
Individual - EPI’s e Comunicação de Acidentes de Trabalho - CAT.

DGR (2018), a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) tem como objectivo a
prevenção, redução e eliminação de acidentes no trabalho, sendo essencial que os gestores em
geral e o de pessoas devem estar preparados e atentos na realização do planejamento do
programa de prevenção aos acidentes no trabalho, auxiliando na redução e eliminação de
acidentes, e que isso ocorra naturalmente pelas pessoas da organização, com os esforços e apoio
desses gestores.

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2.7. Principais motivos para ocorrerem acidentes no trabalho.

Segundo Lima (2014), as principais causas de acidentes de trabalho podem ser divididas em duas
categorias:
a) Causas objectivas - englobam as causas que se prendem aos métodos e utensílios de trabalho. São as
condições perigosas de trabalho que colocam em risco as máquinas, os equipamentos e a integridade
física e mental do trabalhador.

b) Causas subjectivas – compreendem as causas que dependem do trabalhador. São atos sem segurança
que, conscientes ou não, podem provocar algum dano a ele ou às máquinas e aos materiais e
equipamentos.

Os factores internos e externos, isolados ou conjuntamente, podem gerar acidentes, mesmo que com
reflexos diferentes sobre o trabalhador. Esses factores podem ser reunidos em cinco grupos:

1º) Acidentabilidade: se refere à aptidão da pessoa a sofrer acidentes - predisposição é entendida como as
circunstâncias, ou conjunto de circunstâncias, que levam alguns indivíduos, quando colocados num grupo
com condições iguais de trabalho, sofrerem mais acidentes que os demais.
2º) Idade e antiguidade profissional: a experiência profissional contribui para entender melhor sobre a
necessidade de se ter uma atitude permanente no sentido de se evitar o acidente. Quando não se tem a
mesma experiência que as pessoas mais velhas, ocorre uma maior tendência de que os jovens sofram mais
acidentes.
3º) Aptidão profissional: se o profissional é instruído para a tarefa que vai realizar, as chances de ocorrer
um acidente são bem baixas.
4º) Influência social: o convívio social, as relações com a família, educação, salário, posição no meio
social e os costumes, podem ocasionar traumas psíquicos, que podem degenerar em neuroses e acabar
afectando o comportamento do empregado, assim o expondo a acidentes.
5º) Factores ambientais: formado pelas condições anormais do ambiente de trabalho ou dos sistemas de
trabalho.

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2.8. História Da Manutenção.

A conservação de instrumentos e ferramentas e uma pratica observada, historicamente, desde os


primórdios da civilização, mas, efectivamente, foi somente após a invenção das primeiras
máquinas têxteis, a vapor, no século XVI, que a função da manutenção emergiu. Naquela época,
aquele que projectava as maquinas, treinava as pessoas para operarem e consertarem, intervindo
apenas em casos mais complexos. Ate então, o operador era o responsável pela manutenção.
Somente no século passado, quando as maquinas passam a ser movidas, também, por motores
eléctricos, e que surgiu a figura do electricista de manutenção (Ferreira, 2006).

Assim, com a necessidade de se manter em bom funcionamento todo e qualquer equipamento,


ferramenta ou dispositivo para uso no trabalho, em épocas de paz, ou em cenários bélicos em
tempos de guerra, houve a consequente evolução das formas de manutenção. Na era moderna,
após a Revolução Industrial, Fayol propõe seis funções básicas na empresa, destacando a função
técnica, relacionada com a produção de bens ou serviços, da qual a manutenção e parte
integrante (Ferreira, 2006).

"O termo "Manutenção" tem a sua origem no vocábulo militar, cujo sentido era "manter, nas
unidades de combate, o efectivo e o material num nível constante". E evidente que as unidades
que nos interessam no presente trabalho são as unidades de produção, e o combate e antes de
tudo económico. O aparecimento do termo "manutenção" na indústria ocorreu por volta do ano
1950 nos Estados Unidos da América. Em Franca, esse termo sobrepõe-se progressivamente a
palavra "conservação" (Ferreira, 2006).

2.8.1. Definição de Manutenção.

Pode-se definir a manutenção como o conjunto das acoes destinadas a assegurar o bom
funcionamento das máquinas e das instalações, garantindo que são intervencionadas nas
oportunidades e com alcance certos, de forma a evitar que avariem ou baixem o seu rendimento
e, no caso de tal acontecer, que sejam repostas em boas condições de operacionalidade com a
maior brevidade, tudo a um custo optimizado (Ferreira, 2006).

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A manutenção e a combinação das acoes de gestão, técnicas e económicas, aplicadas aos bens
para a optimização dos seus ciclos de vida, entendendo-se por bem o produto concebido para
assegurar uma determinada função. A manutenção traduz-se, portanto, no conjunto das
reparações e reacondicionamentos necessários para compensar a deterioração e desgaste
provocados pelo movimento relativo das pecas, pela oxidação ou perda de função dos
equipamentos, matérias ou seus elementos protectores. A boa manutenção consiste em assegurar
todas estas operações a um custo global optimizado (Ferreira, 2006).

Reconhece-se, hoje, na manutenção uma das áreas mais importantes e actuantes da actividade
industrial através do seu contributo para o bom desempenho produtivo, a segurança, a qualidade
do produto, as boas relações interpessoais, a imagem da empresa, a rentabilidade económica do
processo produtivo e a preservação dos investimentos. Este reconhecimento e adicionalmente
reforçado pelas crescentes exigências das normas da qualidade relativamente a manutenção dos
equipamentos produtivos. As acções de manutenção têm sofrido grandes mudanças nos últimos
tempos. O aumento de complexidade e a grande inserção da automação para os mais diversos
sistemas de produção, enfatizam a grande importância da manutenção para os mais diversos
sistemas, a fim de mantê-los em níveis de desempenho desejados, reduzir paralisações não
planeadas e os altos custos provenientes destas (Ferreira, 2006).

2.9. Tipos de Manutenção Segundo Cabral (2009).

Em função de manutenção da acção relativamente ao instante da avaria classificam-se as


seguintes forma de Manutenção:
 Manutenção Correctiva;
 Manutenção Preventiva;
 Manutenção Sistemática;
 Manutenção Condicionada.

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2.9.1. Manutenção Correctiva.

A manutenção correctiva compreende as acções que são desencadeadas após a ocorrência de


uma avaria visando repor as condições de operacionalidade. Apesar de estas acções não serem
programadas, os serviços realizados podem ser preparados previamente desde que o tipo de
avaria em causa seja frequente e/ou a sua resolução seja demorada ou tecnologicamente
complicada. A manutenção correctiva e a forma mais primária e mais cara de manutenção.
Apesar disto, torna-se impossível elimina-la completamente, pois não se pode prever o momento
exacto em que ocorrera a falha que obrigara a uma manutenção correctiva.

2.9.2. Manutenção Preventiva.

Este tipo de manutenção e a única forma de assegurar ao máximo a continuidade do trabalho.


Tecnicamente falando, o ideal seria que um serviço de manutenção trabalhasse totalmente de
forma preventiva, mas para determinados componentes e maquinaria de tipo universal. assim
compreendendo todas as acções de manutenção que são realizadas antes da ocorrência de uma
previsível falha. Trata-se pois de intervenções que são sempre programadas. Este tipo de
manutenção pode ser baseado no tempo ou na condição. Será baseada no tempo quando as
actividades para manter as capacidades funcionais dos equipamentos ou sistema forem planeadas
para serem realizadas em pontos específicos no tempo, sendo neste caso uma manutenção
preventiva sistemática.

2.9.3. Manutenção Sistemática.

Inserem-se nesta forma de manutenção as intervenções preventivas de carácter cíclico que se


desencadeiam a intervalos de tempo (ou de unidades de uso) regular. Este tipo de manutenção
implica o conhecimento do padrão típico da evolução da falha, seja por análise estatística da
informação recolhida por registos anteriores, seja por informação fornecida pelo fabricante do
equipamento. São exemplo de manutenção sistemática dos automóveis, as mudanças de óleo ou
filtros feitas a intervalos de quilometragem regulares.

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2.9.4. Manutenção Condicionada.

A manutenção condicionada compreende as acoes de manutenção que são desencadeadas quando


se atingem valores críticos de parâmetros associados ao funcionamento do equipamento e que
reflectem o seu estado. Esta forma de manutenção requer a vigilância periódica ou permanente
dos equipamentos, através de sensores adequados, cuja informação e confrontada com valores de
alarme predefinidos. Quando se alcançam os valores de alarme e programada a intervenção de
manutenção. Exemplos simples deste tipo de manutenção são a substituição das plaquetas de
travão ou o controlo de nível de óleo, quando avisadores luminosos informam que se esta a
atingir o limite de utilização das plaquetas ou que se atingiu o nível mínimo de óleo.

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CAPITULO III: METODOLOGIA.

A presente pesquisa é científica. Segundo Gerhardt e Silveira (2009), a pesquisa científica é


baseada num inquérito ou exame minucioso, com o objectivo de resolver um problema, no nosso
caso é Analisar procedimentos usados de higiene e segurança no trabalho na manutenção de
automóveis na oficina da jeovájireh Transporte, LDA.

3. Descrição do local de estudo.

A Jeová Jireh Transportes, Limitada (JJT,LDA), é uma empresa virada para a área de transporte
de pessoas e mercadorias por via rodoviária. Presta serviços de rente-a-car para outras empresas
de diversas áreas e singulares. A empresa possui uma gerência com larga escala de experiência
ao longo de 26 anos na área de transportes e composta por um universo de 123 trabalhadores, em
que todos eles são moçambicanos, prestando serviços de transporte de trabalhadores para
diversas empresas públicas e privadas.

Missão, visão e objectivos:

Missão

Oferecer serviços seguros, de qualidade com eficiência e eficácia.

Visão

Trabalhar para bem servir e satisfazer o cliente.

Objectivo

Trabalhar para proporcionar durabilidade, robustez, confiança à nossa empresa.

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Organograma actual da organização.

Director Geral

Conselho Consultivo

Administração Manutenção

Combustível Operações
Gestão de RH
Chefe da Oficina

Contabilidade Gestão de
combustíveis e Supervisor de
Mecânicos
lubrificantes frotas
Tesouraria
Controladores Auxiliares
Assistente das frotas mecânicos
Jurídico
Chefe de turnos Bate chapa e
Assistente de HST
pintura

Motoristas CarWash/
Assistente
Lavadores
Administrativo
Auxiliares Gerais
Guardas

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3.1. Classificação da Pesquisa.
a) Quanto à natureza

Quanto à natureza, a presente pesquisa é aplicada. Gerhardt & Silveira (2009), definem a
pesquisa aplicada como uma que gera conhecimentos com aplicação prática.

a) Quanto aos objectivos

Quanto ao objectivo, a pesquisa é explicativa. A pesquisa explicativa tem como objectivo


principal explicar o porquê das coisas através dos resultados obtidos (Gerhardt & Silveira, 2009).

a) Quanto à abordagem

Quanto à abordagem, a pesquisa é mista: qualitativa e quantitativa. A pesquisa qualitativa


permite perceber o comportamento de grupos sociais e membros de organizações e exprimir o
que convêm ser feito (Gerhardt & Silveira, 2009). Este método concentra-se em aspectos reais
que não podem ser quantificados como motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes. Espera-
se com o uso de técnicas quantitativas/qualitativas interpretará a problemática da pesquisa.

O método quantitativo considera o que pode ser quantificável. Permite traduzir as opiniões,
acontecimentos e informações em números para depois analisá-las com recurso a técnicas
estatísticas (média, moda, mediana, desvio padrão, percentagem, análise de regressão e outros)
(Gil, 2009).

a) Quanto aos procedimentos

O procedimento incluirá a pesquisa bibliográfica e o estudo de caso. A pesquisa bibliográfica dá


vida a todas pesquisas científicas e consiste na consulta de fontes devidamente analisadas e
publicadas electronicamente como livros, artigos científicos e páginas de website (Gil, 2009).
Através desta técnica, esperamos identificar fazer um levantamento de referências teóricas de
estudos similares, que poderão sustentar a base teórica, análise e discussão dos resultados do
estudo do caso.

O estudo de caso incluirá um estudo profundo e exaustivo da problemática em pesquisa.

24
3.2. Técnicas e instrumentos de Recolha de dados.

Como técnica de recolhas de pesquisa para presente pesquisa propõe-se o uso da pesquisa
bibliográfica, Questionários, Entrevistas.

A pesquisa bibliográfica consistirá na consulta de fontes bibliográficas relacionadas com a


temática em estudo.

As entrevistas serão semi-estruturadas, permitindo que o entrevistado opine livremente sobre


assuntos que possam surgir durante a entrevista. Os questionários serão constituídos por
perguntas abertas e fechadas dirigidas aos colaboradores da empresa. As perguntas fechadas
servirão para o levantamento estatístico

Segundo Gil (2009), A entrevista é uma técnica de colecta de informação sobre um determinado
assunto directamente solicitados aos sujeitos pesquisados. Já a entrevista do tipo semi-
estruturada que será o tipo privilegiado nesta pesquisa, o entrevistador trabalha com uma serie de
perguntas abertas pré-estabelecidas ou esquema definido no decorrer da entrevista pode incluir
outros aspectos que considere relevantes.

Segundo Marconi e Lakatos (2008), O Questionário é uma forma de colectas de dados,


constituído por várias perguntas, que devem ser respondidas por escrito, é também uma técnica
vantajosa, porque economiza o tempo, viagens e obtém grande número de dados, obtém
respostas mais rápidas e mais precisas.

3.3. População, Amostra e Amostragem.

Segundo Gil (2009), por mais que o estudo de todos os elementos da população possibilite um
preciso conhecimento das variáveis que estão sendo pesquisadas, nem sempre é possível obter as
informações de todos os elementos da população. Limitações de tempo, custo e vantagem do uso
de técnicas de inferência justifica o uso de amostras. De forma concisa a amostra pode ser
definida, segundo Levieneet al (2008), como parcela de uma população seleccionada para fins de
análise.

25
Para que os dados obtidos num levantamento sejam significativos, é necessário que a amostra
seja constituída por um número adequado de elementos.

A estatística dispõe de procedimentos que possibilitam estimar esse número. Para tanto, são
realizados cálculos diversos. Entre tanto, uma razoável estimativa que foi feita consultada a
tabela em anexo que determina a amplitude de uma amostra tirada de uma população infinita
com margem de erro de 1%, 2%, 3%, 4%, 5%, e 10% na hipótese de p=0.5. Amplitude da
população do (universo) a ser estudada nesta pesquisa sobre são os colaboradores da instituição
em estudo, que é considerada finita, assim com o coeficiente de confiança de 95,5%. Amplitude
de amostra com as margem de erro de ± 10%, logo amostra determinada a ser usada será de
61Colaboradores.

Para o presente projecto de pesquisa usar-se-á a amostragem probabilística, em que os


componentes são extraídos da população de acordo com probabilidades conhecidas assim como,
permite tratamento estatístico e pode compensar erros da amostra.

3.4. Análise de dados.

Nesta etapa afere-se se a semelhança entre a informação colhida e as hipóteses/questão de


pesquisa, se a semelhança entre a teoria e a prática for muito elevada conclui-se que a hipótese
em estudo foi confirmada, caso contrário faz-se uma avaliação profunda para determinar as
causas da não confirmação da hipótese (Gerhardt & Silveira, 2009).

A análise interpretativa será apoiada com base em três aspectos fundamentais, ou seja, nos
resultados alcançados no estudo, na fundamentação teórica e na experiencia pessoal do
entrevistador (estudante).

Após a colecta de dados o programa a ser usado para compilar a informação será o SPSS
(Statistical Package for the Social Sciencies) versão 16, apoiando-se no Excel para a elaboração
de gráficos.

Usar-se-á como recurso ao programa de produção de quadros e gráficos para apresentação dos
dados estatísticos, ilustrações que serão úteis para a descrição de dados e recorrer-se-á aos
gráficos circulares pois todas as variáveis de base assumem gráficos circulares. O Gráfico de

26
barras é a representação mais utilizada para visualizar a informação de um conjunto de dados
qualitativos ou quantitativos discretos, organizados na forma de uma tabela de frequências.

As tabelas contêm informações que facilitam a compreensão do texto. Essas Informações podem
ser numéricas ou textuais, organizadas de forma ordenada em colunas e linhas e devem ser
nítidas o suficiente para serem lidas, com espaçamento simples entre linhas (as tabelas não
utilizam bordas externas). Os quadros contêm Informações que podem ser numéricas ou textuais,
organizadas de forma ordenada em colunas e linhas e devem ser nítidas o suficiente para serem
lidas, com espaçamento simples entre linhas (Os quadros utilizam bordas externas).

3.5. Limitações de Estudo.

Durante o processo de realização da presente pesquisa identificar-se-ão algumas limitações que


possam por em causa os resultados da pesquisa, são eles, insegurança nas respostas obtidas
devido o anonimato no que concerne a sinceridade, dúvidas por parte dos questionados que põem
em causa a veracidade das respostas, reduzida atenção nas questões pelo facto de a abordagem
ser realizada em horário comercial.
Embora haja limitações da pesquisa não se verificam problemas que invalidam os resultados a
serem apurados.

3.6. Questões Éticas.

Quanto aos aspectos éticos o projecto de pesquisa será submetido à comissão de ética e aspectos
metodológicos, de modo a verificar os procedimentos exigidos no modelo APA para a produção
dos trabalhos de final de curso.

A pesquisa será realizada levando em conta os princípios éticos por envolver seres humanos,
tomando assim em consideração e o cuidado de verificar as questões que podem ferir a ética
durante a pesquisa ou na administração dos instrumentos, tais como, crenças, valores e hábitos.
Ainda em relação aos aspectos éticos, o projecto de pesquisa respeitará as directrizes e critérios
estabelecidos para zelar com a legitimidade das informações, privacidade e sigilo das
informações, quando necessárias tornando os resultados desta pesquisa públicos serão
considerados em todo o processo da construção do trabalho.

27
Respeitara ainda as condições e escolhas dos intervenientes deste processo com vista a garantir
que os resultados sejam exclusivamente para o enriquecimento dos conhecimentos académicos,
sem qualquer intenção maléfica de prejudicar a empresa envolvida, os participantes bem como a
Universidade. Compromete-se ainda a respeitar os valores da organização e dos participantes de
modo a que haja equidade.

28
Referências bibliográficas.

1. ACT. (2018). Evolução histórica. Consultado a 25 de Maio de 2018 em:


http://www.act.gov.pt/(ptPT)/SobreACT/QuemSomos/EvolucaoHistorica/Paginas/
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3. Amaro, A. (2013). Identificação de Perigos, Avaliação de Riscos e Determinação de
Medidas de Controlo Numa Oficina Automóvel.47pp, 22ªEdição, Tese de Mestrado.
Escola Superior de Ciências Empresariais;
4. Andaque, V. (2000). Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho.UEM - FE- IAS
5. Batalha, A. (2012). Identificação de Perigos e Avaliação de Riscos João Vaz das Neves,
Lda.55pp, 20ª Edição, Tese de Mestrado. Escola Superior de Ciências Empresariais;
6. Cabral, J. S. (2009). Organização e Gestão de Manutenção: Dos Conceitos a Pratica.
Lisboa, LIDEL.
7. Couto, H. A. (2009). Ergonomia aplicada ao trabalho. Manual técnico da máquina
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8. Coutinho, B. (2008). Segurança e Saúde na Construção: Gestão documental. Monografia
apresentada à Universidade Fernando Pessoa; Porto. Portugal.

9. DGR, (2018). Manual de Segurança e Saúde no Trabalho.43pp, Inspecção- Geral das


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10. Ferreira, L. S. (2006). Uma Introdução a Manutenção. Porto, Edição Publindustria,
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11. Kardec, A.; Nacif, J. (2009). Manutenção: função estratégica. 384pp, 3ª Edição.Rio de
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12. Lima, Paulo (2014), Segurança de Máquinas e Equipamentos de Trabalho, Setúbal,
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13. Matos, C. (2012). Análise e Avaliação de Riscos para Acidentes de Trabalho e Doenças
Profissionais numa Indústria Transformadora de Polímeros. Faculdade de Ciências e
Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa;

29
14. Marconi, M.A. &Lakatos, E. M. (2007). Fundamentos da metodologia Científica. 5ª ed.
São Paulo: Editora Atlas
15. Prodanov, C. & Freitas, E. (2013). Metodologia do Trabalho Científico: Métodos e
Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Académico, 2ª ed. Novo Hamburgo: Feevale

16. Sousa, M. A (sd). Manutenção Industrial. 46pp, pós graduação;


17. Vieira, S. I (2005). Manual de Saúde e Segurança do Trabalho: Qualidade de vida no
trabalho. São Paulo.V.2.

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