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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

PEDRO LEHMKUHL DAMIANI

MUDANÇA DE POLÍTICAS DE SEGURANÇA DO TRABALHO EM UMA


EMPRESA DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Florianópolis
2019
PEDRO LEHMKUHL DAMIANI

MUDANÇA DE POLÍTICAS DE SEGURANÇA DO TRABALHO EM UMA


EMPRESA DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Monografia apresentada ao Curso de Pós


Graduação em Engenharia de Segurança do
Trabalho da Universidade do Sul de Santa
Catarina como requisito parcial à obtenção do
título de Engenheiro de Segurança do Trabalho.

Orientador: Prof. José Humberto Dias de Tolêdo, Ms.

Florianópolis
2019
PEDRO LEHMKUHL DAMIANI

MUDANÇA DE POLÍTICAS DE SEGURANÇA DO TRABALHO EM UMA


EMPRESA DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Monografia apresentada ao Curso de Pós


Graduação em Engenharia de Segurança do
Trabalho da Universidade do Sul de Santa
Catarina como requisito parcial à obtenção do
título de Engenheiro de Segurança do Trabalho.

Florianópolis, 15 de outubro de 2019

______________________________________________________
Professor e Orientador: Prof. José Humberto Dias de Tolêdo, Ms.
Universidade do Sul de Santa Catarina
Este trabalho é dedicado aos meus pais e minha irmã,
Alice, Marcelo e Marcela
AGRADECIMENTOS

Ao professor e orientador, José Humberto Dias de Toledo, por esse período de orientação
e incentivo que nos foi passado.

À minha família, por todo amor, dedicação, companheirismo e apoio dado durante
toda a caminhada pós-acadêmica, profissional e pessoal, sempre depositando confiança em
minha capacidade.
“Sonhos determinam o que você quer. Ação determina o que você conquista.”
(Aldo Novak)
RESUMO

Pesquisa sobre a implantação de uma nova política de Saúde e Segurança do


Trabalho dentro de uma empresa de construção civil da Grande Florianópolis, Santa Catarina.
Devido à construção civil ser o segundo maior setor da economia brasileira e empregar cerca
de 8,9 milhões de pessoas é importante que existam normas reguladoras para os tipos de
trabalho, com o intuito de reduzir ou acabar com os acidentes de trabalho. Este estudo
caracteriza-se como uma pesquisa de campo de natureza exploratória, quanto à abordagem do
problema em qualitativa. Foi aplicado um questionário como base para obtenção da pergunta
chave da pesquisa, cujo referencial teórico foi obtido com base em dados de órgãos públicos
como previdência social, ministério do trabalho e emprego, manuais de segurança e saúde do
trabalho e as normas regulamentadoras número 1, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 12, 15, 18 e 35. Foi visto que
as maiores dificuldades da implantação do sistema foram o alto custo inicial e global, já que se
trata de um investimento a longo prazo. Ao fim, foi visto que o investimento aumentou a
segurança dos trabalhadores, aumentou a produção e agilizou a entrega das obras, foram
modificados produtos adquiridos com melhor qualidade que trouxeram economia devido a
durabilidade, a empresa zerou os acidentes de trabalho e teve o retorno de todo o investimento
devido a economia com impostos.

Palavras-chave: Segurança e Saúde do Trabalho. Construção Civil. SAT, FAP e Economia.


ABSTRACT

Research on the implementation of a new Occupational Health and Safety policy


within a construction company in Grande Florianópolis, Santa Catarina. Because civil
construction is the second largest sector in the Brazilian economy and employing about 8.9
million people, it is important that there are regulatory standards for types of work in order to
reduce or eliminate work accidents. This study is characterized as an exploratory field
research on the qualitative approach to the problem. A questionnaire was applied as a basis
for obtaining the key research question, the theoretical framework of which was based on data
from public agencies such as social security, ministry of labor and employment, occupational
safety and health manuals and regulatory standards number 1, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 12, 15, 18 and
35. It was seen that the biggest difficulties of the system implementation were the high initial
and global cost, since it is a long term investment. In the end, it was seen that the investment
increased worker safety, increased production and speeded delivery of works, modified
products purchased with better quality that brought savings due to durability, the company
zeroed the work accidents and had the return of all investment due to tax economy.

Keywords: Occupational Safety ans Health. Construction. SAT, FAP and Economics.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Certificado de Aprovação inserido no EPI.................................................................14


Figura 2 - Serra Circular............................................................................................................33
Figura 3 - Guarda Corpo............................................................................................................33
Figura 4 - Bandejas Primárias e Secundárias.............................................................................34
Figura 5 - Elevador Tipo Cremalheira.......................................................................................35
Figura 6 - Elevador de cabo de aço.............................................................................................35
Figura 7 - Andaime simplesmente apoiado................................................................................36
Figura 8 - Acidentes de Trabalho por situação de registro e motivo, em 2013............................42
Figura 9 - Média de acidentes e doenças do trabalho na Região Sul, de 1990 a 2013.................43
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Setores da indústria com mais acidentes de trabalho entre os anos de 2015-2017
................................................................................................. ..Erro! Indicador não definido.
Nenhuma entrada de índice de ilustrações foi encontrada.Tabela 4 – Rastreamento das
Avaliação por Ano.......................................................................55
Tabela 5 – Investimentos...........................................................................................................57
Tabela 6 – Comparativo entre as trocas de botinas na empresa ............................................. ..58
Tabela 7 – Comparativo das Luvas de Segurança .................................................................. ..58
Tabela 8 – Estudo de SAT e FAP da Empresa ....................................................................... ..59
Tabela 9 – Análise Global ...................................................................................................... ..60
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 13
1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO .............................................................................................. 13
1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 14
1.3 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA ................................................................................ 14
1.4 OBJETIVOS .................................................................................................................... 15
1.4.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 15
1.4.2 Objetivos Específicos................................................................................................... 15
1.5 METODOLOGIA ............................................................................................................ 16
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................... 17
2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................ 18
2.1 HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO ............................ 18
2.2 SEGURANÇA DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ..................................... 19
2.3 LEGISLAÇÃO E REFERÊNCIAS NORMATIVAS...................................................... 21
2.3.1 NR 1 – DISPOSIÇÕES GERAIS ............................................................................... 21
2.3.2 NR 4 – SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA
E EM MEDICINA DO TRABALHO ................................................................................... 22
2.3.3 NR 5 – COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES – CIPA ... 22
2.3.4 NR 6 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI ......................... 23
2.3.4.1 CERTIFICADO DE APROVAÇÃO – CA ................................................................ 24
2.3.4.2 TIPOS DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ................................ 25
2.3.5 NR 7 - PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL –
PCMSO .................................................................................................................................... 25
2.3.6 NR 9 - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS – PPRA .. 27
2.3.7 NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS DE
ELETRICIDADE ................................................................................................................... 28
2.3.8 NR 12 – SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
29
2.3.9 NR 15 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES ....................................... 30
2.3.10 NR 18 – CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA
DA CONSTRUÇÃO ............................................................................................................... 31
2.3.10.1 COMUNICAÇÃO PRÉVIA (18.2) ............................................................................ 31
2.3.10.2 PROGRAMA DE CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA
INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO - PCMAT (18.3) .............................................................. 32
2.3.10.3 ÁREAS DE VIVÊNCIA (18.4) .................................................................................. 32
2.3.10.4 CARPINTARIA (18.7) ............................................................................................... 33
2.3.10.5 MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS DE ALTURA (18.13) ............... 34
2.3.10.6 MOVIMENTAÇÃO E TRANSPORTE DE MATERIAIS E PESSOAS (18.14) ..... 35
2.3.10.7 ANDAIMES E PLATAFORMAS DE TRABALHO (18.15) ................................... 37
2.3.10.8 SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA (18.27) ............................................................. 38
2.3.10.9 TREINAMENTO (18.28)........................................................................................... 38
2.3.11 NR 35 – TRABALHO EM ALTURA ........................................................................ 38
2.4 ESTATÍSTICAS DE ACIDENTE DE TRABALHO ...................................................... 40
2.5 ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE NA SEGURANÇA DO TRABALHO ..... 44
2.5.1 CNAE – CLASSIFICAÇÃO NACIONAL DE ATIVIDADES ECONÔMICAS .. 44
2.5.2 SAT – SEGURO CONTRA ACIDENTES DE TRABALHO ................................. 45
2.5.3 FAP – SEGURO CONTRA ACIDENTES DE TRABALHO ................................. 45
3 RESULTADOS E ANÁLISES......................................................................................... 46
3.1 CAMPO DE PESQUISA ................................................................................................. 46
3.2 QUESTIONÁRIO SEGURANÇA DO TRABALHO ..................................................... 46
3.3 RESULTADOS E ANÁLISES ........................................................................................ 47
3.3.1 NR 1 .............................................................................................................................. 47
3.3.2 NR 4 .............................................................................................................................. 48
3.3.3 NR 5 .............................................................................................................................. 48
3.3.4 NR 6 .............................................................................................................................. 49
3.3.5 NR 7 .............................................................................................................................. 49
3.3.6 NR 9 .............................................................................................................................. 50
3.3.7 NR 10 ............................................................................................................................ 50
3.3.8 NR 12 ............................................................................................................................ 51
3.3.9 NR 15 ............................................................................................................................ 51
3.3.10 NR 35 ............................................................................................................................ 52
3.3.11 NR 18 ............................................................................................................................ 52
3.3.12 ANÁLISE GLOBAL ................................................................................................... 54
3.3.13 ANÁLISE FINANCEIRA........................................................................................... 58
4 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 62
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 64
APÊNDICES ........................................................................................................................... 68
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DE SEGURANÇA DO TRABALHO ...................... 69
13

1 INTRODUÇÃO

A construção civil tem um papel vital na sociedade, alavancando grandes avanços


importantes para o desenvolvimento e continuação da vida. Há o compromisso de construir
produtos com qualidade para usufruto da sociedade e também de coexistência com o meio
ambiente diminuindo os danos ao mesmo. A construção civil tem a função de elevar o progresso
social visando à utilização de meios sustentáveis que acompanhem o crescimento global.
Seguido pelo preceito de setor de desenvolvimento, a construção civil tem um
importante papel para a economia nacional brasileira, segundo dados do IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística) a construção civil em 2014 teve participação no PIB de
aproximadamente 17%, tornando o segundo maior setor econômico do país, ficando atrás
apenas da indústria agropecuária.
Tratando-se de empregos se faz necessário abordar o tema da mão de obra, escuta-
se muito a respeito da falta de qualificação dessa mão de obra, e o crescimento do setor da
construção acaba sendo mais rápido do que a oferta de mão de obra qualificada. Esse fator vem
ao encontro com o tema que será abordado no trabalho, visto que a desqualificação e
desinformação da mão de obra podem acarretar no acontecimento e aumento dos acidentes de
trabalho.
Essa desqualificação e desinformação da mão de obra passam por treinamentos
admissionais e periódicos que por muitas vezes não são realizados devido aos empresários
entenderam isso como um “gasto” para a empresa. Esse termo não pode ter mais espaço nos
dias de hoje.
Empresas que investem na segurança do trabalho já demonstraram que o número
de acidentes diminui drasticamente e os colaboradores trabalham mais pela empresa por se
sentirem uma parte dela mesma. Hoje, quem está desqualificado e desinformado são os próprios
empresários, pois a grande maioria não conhece a existência do FAP (Fator Acidentário de
Prevenção), um fator que pode trazer economia para a empresa.

1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO

A pesquisa trata de métodos e políticas de segurança e saúde do trabalho


implantados na Construção Civil, trazendo aspectos positivos para a produção e impactos
financeiros numa empresa.
14

1.2 JUSTIFICATIVA

O setor da construção civil é o segundo maior da economia nacional brasileira,


empregando um altíssimo número de empregos, de acordo com dados da Comissão Brasileira
da Indústria da Construção (CBIC), o setor emprega aproximadamente 11,6 milhões de pessoas,
dessa forma mostrando a importância do setor para desenvolvimento socioeconômico nacional.
Portanto, é importante a existência e a aplicação das Normas Regulamentadores
(NR’s), já que o setor emprega uma grande parcela de pessoas. As normas estabelecem
requisitos mínimos e medidas de proteção preventivas para o trabalho. Porém, para seguir à
risca todas as exigências que a legislação pede, é necessário um investimento do empresário e
é nesse momento que muitas decisões favoráveis a segurança pode ser barradas.
Percebido a dificuldade que se tem para implantar uma política de segurança do
trabalho em uma empresa, a falta de conhecimento e visão dos empresários de que o termo
“gastar” em segurança do trabalho não existe mais e que a médio prazo, investindo dinheiro e
tempo em treinamentos, conscientização e equipe, a balança se torna favorável para todos os
lados.
Com isso, a pesquisa se justifica já que investir em segurança do trabalho pode
trazer aspectos positivos para o trabalhador, na questão produtiva e de saúde, e para o
empresário, na questão de retorno financeiro. Como implantar métodos e políticas de segurança
do trabalho que tragam benefícios para o colaborador e que tragam retorno financeiro para a
empresa?

1.3 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA

Segundos dados retirados do Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho – AEAT


da Previdência Social, a construção civil, considerando os anos de 2015, 2016 e 2017, foi o 6º
setor com mais acidentes do trabalho, conforme Tabela 1 abaixo:
15

Tabela 1 – Setores da indústria com mais acidentes de trabalho entre os anos de


2015-2017
Fonte: Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho – Previdência Social
2015 2016 2017 Média 2015-2017
Setores
Quantidade % Quantidade % Quantidade % Quantidade %
Acidentes Totais 622379 - 585626 - 549403 - 1757408 -
Construção de Edifícios 13559 2,18 11917 2,03 9178 1,67 34654 1,97
Abate de Suínos 10123 1,63 9797 1,67 10492 1,91 30412 1,73
Comércio Varejista (Super e
20317 3,26 21614 3,69 21332 3,88 63263 3,60
Hiper)
Transporte Rodoviário 13028 2,09 13135 2,24 12729 2,32 38892 2,21
Atividades de Correio 14364 2,31 14738 2,52 12580 2,29 41682 2,37
Restaurantes 8840 1,42 9872 1,69 10054 1,83 28766 1,64
Administração Pública 15344 2,47 16629 2,84 16917 3,08 48890 2,78
Atendimento Hospitalar 57204 9,19 55870 9,54 53524 9,74 166598 9,48

Os números de acidentes do setor vêm melhorando nos últimos anos, porém ainda
há a necessidade de melhora.
Com isso, essa pesquisa tem o intuito de encontrar a resposta para a seguinte
questão: Quais os principais métodos que devem ser implantados para que essa nova política
de segurança do trabalho funcione? E, uma empresa mudando a cultura, passando a investir
nesse setor, pode ter algum retorno financeiro?

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

Avaliar as diversas formas de métodos e políticas que foram adotados para que
fosse criado uma cultura de Saúde e Segurança do Trabalho em uma empresa.

1.4.2 Objetivos Específicos

A fim de se alcançar o objetivo geral exposto acima, temos os seguintes objetivos


específicos:
• Estudar o seguimento das NR’s aplicáveis para a construção civil;
• Identificar as mudanças realizadas no setor administrativo (documentação);
• Analisar as políticas adotadas no setor de produção (EPC, EPI, máquinas);
16

• Entrevistar colaboradores sobre os impactos das mudanças na SST;


• Demonstrar o impacto financeiro que o investimento em SST pode causar.

1.5 METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa de campo de natureza exploratória,


quanto a abordagem do problema, em qualitativa, que Rodrigues (2007) define como:

Qualitativa é a pesquisa que – predominantemente – pondera, analisa e interpreta


dados relativos à natureza dos fenômenos, sem que os aspectos quantitativos sejam a
sua preocupação precípua, a lógica que conduz o fio de seu raciocínio, a linguagem
que expressa as suas razões. Também não denota filiação teórico-metodológica, nem
implica o uso de hipótese, de experimentação ou qualquer outro detalhe. Sintetizando:
qualitativa é a denominação dada à pesquisa que se vale da razão discursiva.

Do ponto de vista dos procedimentos, ela se caracteriza em um estudo de caso, que


conforme Araújo et al. (2008) “o estudo de caso trata de um enfoque metodológico de
investigação especialmente adequada quando procuramos compreender, explorar ou descrever
acontecimentos e contextos complexos, nos quais estão simultaneamente envolvidos diversos
fatores”.
Da mesma forma, Ponte (2006, apud ARAÚJO et al. 2008) considera que:

É uma investigação que se assume como particularista, isto é, que se debruça


deliberadamente sobre uma situação específica que se supõe ser única ou especial,
pelo menos em certos aspectos, procurando descobrir a que há nela de mais essencial
e característico e, desse modo, contribuir para a compreensão global de certo
fenômeno de interesse.

Para responder a principal questão da pesquisa terá duas vertentes, uma teórica e
outra prática.
Teórica: Foi estudado o que se tem de disponível sobre as Normas
Regulamentadoras utilizadas no setor para identificação de mudanças na administração e na
produção. Essa base teórica será apresentada no capítulo 2 desse trabalho.
Prática: com objetivo de responder à questão chave, serão realizadas entrevistas
estruturadas aplicadas em uma empresa de construção civil de médio porte da grande
Florianópolis, SC. Essas entrevistas irão trazer todas as mudanças na qual essa empresa teve
que passar nos últimos anos, opiniões sobre colaboradores que estão na empresa desde que a
nova política passou a ser implementada e por fim um demonstrativo de retorno financeiro para
empresa através do FAP.
17

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO

A estrutura do trabalho é composta por 4 capítulos, sendo eles Introdução, Revisão


de Literatura, Resultados e Análises e Conclusão.
O capítulo da Introdução foi dividido em Tema e Delimitação, Justificativa,
Definição do Problema, Objetivos gerais e específicos e Metodologia.
A Revisão de Literatura de cinco capítulos, sendo eles: Histórico e evolução da
Segurança do Trabalho, Segurança do Trabalho na Construção Civil, Legislação e Referências
Normativas (NR-1, NR-4, NR-5, NR-6, NR-7, NR-9, NR-10, NR-12, NR-15, NR-18, NR-35),
Estatísticas de Acidente de Trabalho e CNAE, SAT e FAP.
O capítulo de Resultados e Análises foi composto de Campo de Pesquisa, Tabela
Comparativa com as mudanças de política da empresa, Questionário SST, Cálculo de Retorno
Financeiro e Resultados e Análises.
Por fim, o trabalho é finalizado com o capítulo da Conclusão, seguido das
Referências da pesquisa e Apêndices.
18

2 REVISÃO DE LITERATURA

Com a ampliação da população dos grandes centros e a necessidade de obras de


grande porte, sendo de caráter privativo ou de infraestrutura pública, a certeza é que o setor da
construção civil é um dos que mais emprega pessoas, devido a isso um número grande de NR’s
devem ser atendidas para a proteção e segurança de todos os trabalhadores que atuam nesse
campo de trabalho.
Nesta revisão mostraremos um breve histórico e a evolução do trabalho na
construção civil, de formas de trabalho a equipamentos, assim como dados e estatísticas de
acidentes que ocorrem devido a essa função.
Em seguida citaremos as principais Normas Regulamentadoras que devem ser
implementadas num canteiro de obra para que se tenha não apenas a proteção e segurança dos
trabalhadores, mas também um monitoramento e a prevenção de todos dentro das áreas de
segurança.
Por fim, detalharemos um pouco sobre a parte contábil e financeira, como o
enquadramento do CNAE, e por consequência o SAT que ele gera, de uma empresa pode afetar
nos impostos que são pagos para a Previdência Social e o importante controle do FAP,
ferramenta multiplicadora que o governo inventou para premiar as empresas que mantém os
trabalhadores seguros e punir financeiramente as que ainda tem muito a melhorar.

2.1 HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO

Conforme Rocha (1999), as primeiras menções sobre segurança do trabalho no


mundo surgiram com filósofos do período pré-cristão. Entre este período e o cristão, encontram-
se relatos sobre doenças de trabalhadores relacionadas ao chumbo e estanho, com
recomendações para utilização de máscaras.
No século XVII, Bernardino Ramazzini (1633-1714), estudou os riscos
ocupacionais e as doenças associadas a mais de 50 profissões. Ramazzini publicou o livro “As
Doenças dos Trabalhadores” que descreve com precisão as doenças relacionadas com o trabalho
(MENDES, 2003).
Segundo Oliveira (2009, p. 2);

A história da segurança do trabalho remonta dos idos de 1700, com a publicação, na


Itália, pelo médico Bernardino Ramazzini, da obra as doenças dos trabalhadores, em
que descreve inúmeras doenças relacionadas a algumas profissões existentes na época.
19

Essa obra teve repercussão mundial, razão pela qual Ramazzini é considerado o “Pai
da Medicina do Trabalho”.

Ainda no século XVII, por volta de 1760 surge a revolução industrial na Inglaterra
e se difunde pela Europa e América. Devido ao surgimento de novas tecnologias e formas de
trabalho em 1802, é elaborada a primeira lei trabalhista a Lei de Peel (MIRANDA, 2013 e
NETO, 2011).
No século XIX as construções nos Estados Unidos e Europa cresciam em ritmo
acelerado, muitos trabalhadores se arriscavam em atividades em altura e sem proteção alguma.
Devido a isso ocorriam muitos acidentes com mortes, com isso os construtores chegavam a
garantir parte do orçamento da obra para cobrir os gastos com as mortes. Relata-se que
pensando em reduzir os riscos e as mortes nas construções, um engenheiro ao construir uma
ponte utilizou-se de uma rede de proteção para evitar a queda fatal dos trabalhadores. A
utilização da rede foi um sucesso visto que houve diminuição de acidentes fatais (ENGEHALL,
2014).
Segundo Oliveira (2009) em 1919, surgia no Brasil a Lei n. 3.725, contendo 30
artigos e dispondo sobre o conceito de acidente de trabalho, a declaração de acidente, a ação
judicial, além de outras disposições gerais sobre a atividade laboral.
Em 1978, com a portaria 3.214 foram aprovadas 28 Normas Regulamentadoras –
NR, e são responsabilidades do Ministério do Trabalho e Emprego – TEM, presentes no
capítulo V, Título II, relativo à Segurança e Medicina do trabalho. Atualmente, são 36 Normas
regulamentadoras, cada uma trata de um tema específico (BÖCH, 2013).
Lima Jr. (1995), fala que no Brasil as leis que começaram a abordar questões de
segurança no trabalho surgiram no início dos anos 40. E como citado acima em 1978 foram
introduzidas às vinte e oito normas regulamentadoras.
O Ministério da Previdência e Assistência Social, em 2004, passa a exigir das
empresas todos os documentos obrigatórios ao cumprimento das normas de engenharia de
segurança e medicina do trabalho. (BÖCH, 2013).
A seguir destacamos a importância da segurança do trabalho na construção civil.

2.2 SEGURANÇA DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

De acordo com o artigo 19 da Lei nº 8213/91, acidente de trabalho é o que acontece


pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação
20

funcional que cause morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade do


trabalho.
Segundo a Previdência Social (2011), no Brasil, em 2011, ocorreu cerca de 1 morte
a cada 3 horas, motivada pelo risco decorrente dos fatores ambientais do trabalho. Ainda
ocorreu cerca de 80 acidentes e doenças do trabalho reconhecidos a cada 1 hora na jornada
diária. No mesmo ano foram registrados 711.164 acidentes e doenças do trabalho, entre os
trabalhadores assegurados da Previdência Social. Observa-se que este número, que já é
alarmante, não inclui os trabalhadores autônomos (contribuintes individuais) e as empregadas
domésticas.
Conforme Zarpelão, (2012) a construção civil é responsável por grande parte do
emprego da população masculina das camadas pobres, e também considerada uma das mais
perigosas em todo o mundo, liderando as taxas de acidentes de trabalho fatais, não fatais e anos
de vida perdidos.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho – OIT (2005), no documento
Segurança e Saúde no Trabalho da Construção: experiência brasileira panorama internacional,
“o segmento da construção é determinante para o desenvolvimento sustentado da economia
brasileira. No ano de 2000, o setor foi responsável por 15,6% do PIB nacional e empregou 3,63
milhões de pessoas”.
O documento citado acima ainda indica as características do trabalhador da
construção civil, onde são destacados alguns pontos importantes como:
Baixa qualificação: 72% dos trabalhadores pesquisados nunca frequentaram cursos e
treinamentos, 80% possuem apenas o 1 grau incompleto e 20% são completamente
analfabetos;
Elevada rotatividade no setor;
Baixos salários: média salarial de 2,8 salários mínimos.
Altas carências sociais: alto índice de absenteísmo por problemas de saúde
Alcoolismo: 15% abusam de bebidas alcoólicas.

Nesse mesmo documento a OIT (2005) destaca que:

[...] entendemos que a prevenção de acidentes e doenças na indústria da construção


deve priorizar formação profissional, motivação dos trabalhadores para melhor
percepção dos riscos, melhoria do sistema de informação voltado para a sua cultura
regional e combate ao analfabetismo. Todos os fatores apresentados contribuem, de
forma significativa, para o elevado índice de acidentes, principalmente graves e fatais.

Segundo Baroni (2013), a construção civil é o setor que registra o maior número de
mortes por acidente de trabalho conforme o último levantamento do órgão federal. Foram
registrados em 2012, 177 óbitos nos canteiros de obras espalhados pelo Brasil. O número é
21

28,26% maior do que o registrado no ano anterior, quando 138 profissionais morreram. Em
2010, o número de mortos era de 124, mais de 40% menor do que o apontado dois anos depois.
Ainda de acordo com Baroni (2013) o engenheiro Ishikawa aponta as quedas de
altura como a causa de morte mais comum entre os profissionais de engenharia civil, seguidos
dos soterramentos e choques elétricos.
A gestão da segurança e saúde no trabalho é composta pelo gerenciamento dos
riscos presentes nas atividades de trabalho, por meio da tomada de decisões visando reduzir os
efeitos adversos que as perdas acidentais possam causar aos trabalhadores e à organização
(ASSUMPÇÃO, 1999).
Na sequência destacamos a legislação e normativas fundamentais que as empresas
da construção civil devem cumprir.

2.3 LEGISLAÇÃO E REFERÊNCIAS NORMATIVAS

Conforme dito anteriormente, as Normas Regulamentadores começaram a fazer


parte do convívio brasileiro a partir de 1978. Devido a construção civil ter um campo muito
amplo de trabalho, uma grande parcela das 37 NR’s devem ser seguidas num canteiro de obra.
Abaixo serão citadas 11 Normas Regulamentadores que podem ser consideradas
imprescindíveis para o bom funcionamento do setor de Segurança do Trabalho num canteiro de
obra da construção civil. Os itens de cada NR que serão explanados a seguir terão ligação com
o questionário de segurança do trabalho a ser feito para a empresa objeto da pesquisa.

2.3.1 NR 1 – DISPOSIÇÕES GERAIS

A NR 1 dita que todas as Normas Regulamentadoras de observância obrigatória


pelas empresas privadas e públicas que possuam empregados regidos pela Consolidação das
Leis do Trabalho – CLT (MTE, 2009).
Também compete a esta Norma a obrigatoriedade do empregador cumprir e fazer
cumprir as disposições legais sobre segurança do trabalho e elaborar Ordens de Serviço que
contenham a instrução para a função a ser desempenhada, os riscos profissionais que o cargo
pode originar, os meios para prevenção a estes riscos, entre outras informações que devem ser
passadas para os empregados (MTE, 2009).
22

2.3.2 NR 4 – SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E


EM MEDICINA DO TRABALHO

O artigo 7 da Constituição Federal estabelece que os trabalhadores, sejam eles


urbanos ou rurais, têm o direito de executar suas atividades laborais em um ambiente de trabalho
que sigam as normas de saúde, de higiene e de segurança (Constituição Federal, 1988)
Com isso, cabe ao empregador garantir, através do Serviço Especializado em
Engenharia de Segurança do Trabalho e em Medicina do Trabalho (SESMT), que contém todas
as suas especificações de cargos e dimensionamento na NR 4, meios para eliminar ou reduzir
riscos que existem nas atividades exercidas numa empresa (Blog de Segurança do Trabalho,
2013).
A NR 4 determina que empresas privadas e públicas, que possuam empregados
regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, devem manter obrigatoriamente
SESMT com a finalidade de promover os programas de saúde e segurança (MTE, 2016).
A NR 4 também especifica as profissões especializadas que podem compor o
SESMT, como: Médico do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Técnico de
Segurança do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho e Auxiliar de Enfermagem do Trabalho (MTE,
2016).
O dimensionamento do SESMT se dá através da utilização do Quadro II da NR 4,
onde é feito o cruzamento do número de funcionários da empresa com o Grau de Risco, que é
determinado de acordo com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) e
localizado no Quadro I da NR 4 (MTE, 2016).

2.3.3 NR 5 – COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES – CIPA

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA – tem como objetivo a


prevenção de acidentes e doenças provenientes do trabalho, de modo a tornar permanentemente
o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador (MTE, 2011).
A CIPA trabalha promovendo a conscientização de todos os colaboradores de uma
empresa, mirando uma melhoria contínua das condições de trabalho naquele ambiente.
Idealmente, a Comissão deve ser um grupo intermediário entre os funcionários e a direção de
uma empresa. Dessa maneira, o empregador tem uma forma de informar e debater com seus
superiores sobre possíveis situações que representem riscos no seu trabalho (ÁREA SST, 2019).
23

Por funcionar como uma ponte entre a direção e trabalhadores, os membros da


CIPA sempre serão em quantidades pares. Uma metade escolhida diretamente pela direção da
empresa para serem os representantes dos empregadores, a outra metade será eleita através de
uma eleição entre os funcionários da empresa (MTE, 2011).
Esse dimensionamento se dá através do CNAE da empresa e da quantidade de
funcionários (ÁREA SST, 2019).
A CIPA contém inúmeras atribuições, sendo as mais importantes: identificar riscos
no processo de trabalho e elaborar mapas de risco, elaborar planos de trabalho possibilitando
ações preventivas, participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de
prevenção que forem necessárias, divulgar informações de segurança aos trabalhadores,
colaborar no desenvolvimento do PCMSO e PPRA de outros programas relacionados à saúde
e segurança (PROLIFE, 2018).
A empresa deverá promover treinamento para os membros que forem eleitos
(empregados) e designados (empregadores). Esse treinamento pode ser dado pelo SESMT da
empresa ou por empresa prestadora de serviço. O treinamento deve ter no mínimo os seguintes
tópicos: Processo produtivo da empresa, Possíveis riscos que podem ocorrer no processo
produtivo, Acidentes mais frequentes no ambiente da indústria no qual a empresa se enquadra,
Doenças mais comuns que se desenvolvem pela exposição de riscos na empresa e Práticas e
técnicas regulamentas pela SST (ÁREA SST, 2019).

2.3.4 NR 6 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI

O Equipamento de Proteção Individual – EPI – é uma das medidas de segurança


que devem ser adotadas pelo profissional de segurança do trabalho para garantir a proteção do
trabalhador. O EPI deve ser utilizado quando nenhuma outra forma de proteção elimine
completamente o risco da segurança ao trabalhador, como por exemplo com uma mudança
brusca na máquina ou no processo produtivo ou com o Equipamento de Proteção Coletiva –
EPC (PROMETAL EPIS, 2018).
Por definição, o EPI é todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo
empregado, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no
trabalho (MTE, 2018).
Todas as empresas são obrigadas a fornecer EPIs aos seus funcionários de forma
completamente gratuita e de acordo com os riscos inerentes às funções executadas. Esses
24

equipamentos devem apresentar plenas condições de conservação e funcionamento. A escolha


do EPI deve ser feita por profissionais da área, de preferência pelo SESMT da empresa, que
conhecem o processo produtivo da empresa e os equipamentos que serão necessários em cada
setor, assim escolhendo o EPI mais eficiente para a função. Caso a empresa não mantenha
SESMT, fica a cargo do empregador a escolha do equipamento, levando em consideração os
riscos das funções que devem ser minimizadas (NORMAS E REGRAS, 2019).
Além do fornecimento gratuito e do EPI adequado para cada função, é
responsabilidade do empregador exigir o uso do equipamento durante o horário de trabalho,
orientar e treinar o trabalhador quanto ao uso correto, guarda e conservação, substituir qualquer
EPI que esteja danificado, registrar o fornecimento do EPI em fichas para controle
(PROMETAL EPIS, 2018).
Já os trabalhadores têm a responsabilidade de utilizar o equipamento sempre que
necessário, responsabilizar-se pela guarda e conservação, comunicar ao empregador quando o
equipamento está impróprio para uso e cumprir as determinações do empregador (PROMETAL
EPIS, 2018).

2.3.4.1 CERTIFICADO DE APROVAÇÃO – CA

Um EPI só pode ser colocado à venda ou utilizado com a indicação do seu


Certificado de Aprovação – CA, que é expedido pelo órgão nacional competente (MTE, 2018)
O CA é o que garante a qualidade da funcionalidade dos equipamentos de proteção
individual (PROMETAL EPIS, 2018).
O fabricante para conter esse CA deve se cadastrar no MTE, solicitar a emissão e
renovação do CA sempre que necessário, responsabilizar-se pela manutenção da qualidade do
produto, inserir o número do CA e constar o número do lote de fabricação no EPI e providenciar
análises de conformidades (MTE, 2018).
Para conferir se um EPI ainda está com o seu CA válido, basta entrar no site do
Ministério do Trabalho ou no site Consulta CA.
Na Figura 1, podemos ver a localização do CA em um capacete de proteção.
25

Figura 1 – Certificado de Aprovação inserido no EPI


Fonte: do autor.

2.3.4.2 TIPOS DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Para o uso na indústria da Construção Civil, são utilizados mais comumente os


seguintes EPIs (MTE, 2018):
- Capacete, para proteção contra impactos de objetos contra o crânio;
- Óculos, para proteção dos olhos contra partículas volantes;
- Protetor Auditivo, do tipo de inserção e protetor concha;
- Máscara, peça semifiltrante para proteção de vias respiratórias contra poeiras;
- Uniforme;
- Luvas, para proteção contra agentes abrasivos e contra agentes químicos;
- Calçado, contra impactos aos membros inferiores;
- Cinto de Segurança com trava-queda, para proteção contra a altura de acordo com
a NR-35.

2.3.5 NR 7 - PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL –


PCMSO

O Ministério do Trabalho (2018), estabelece a obrigatoriedade da criação e


implementação, por parte de todos os empregadores e empresas que admitam trabalhadores
como funcionários, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, com o
intuito de promover e preservar a saúde de todos os seus colaboradores.
26

A Norma ainda estabelece parâmetros mínimos e diretrizes padrões que devem ser
observados na criação de um PCMSO (MTE, 2018).
O PCMSO faz parte de um conjunto de ações do empregador que deve visar a
prevenção, diagnóstico e tratamento de agravos à saúde relacionados ao trabalho, estando
sempre relacionado aos outros programas que as Normas Regulamentadores preveem. Um dos
objetivos principais do PCMSO é detecção precoce de doenças laborais, assim podendo
antecipar essas ocorrências (ÁREA SST, 2017).
Realizar os exames ocupacionais que existem no programa trazer uma série de
benefícios para o empregador, como a redução do absenteísmo, redução de acidentes graves e
garantia de ótimos funcionários para as funções da empresa. Do mesmo modo que traz pontos
positivos para os empregados, como condições de saúde para o desempenho de sua atividade
laboral, minimizando as chances de adquirir uma doença ocupacional no ambiente de trabalho
(ÁREA SST, 2017).
Como mencionado anteriormente, o PCMSO deve ser criado e implementado pelo
empregador, contudo é recomendado que esse programa seja sempre orientado por um Médico
do Trabalho, já que muitos atos do programa dependem de conhecimento de saúde ocupacional.
Caso a empresa não contenha um Médico do Trabalho no seu SESMT, o empregador deve
indicar um Médico, funcionário ou não da empresa, para a coordenação do Programa
(PROLIFE, 2018).
Assim que determinado o coordenador do programa, ele deve realizar uma série de
exames com os colaboradores da empresa, sendo os mais frequentes (ÁREA SST, 2017):
- Admissional: de suma importância para saber a condição física atual e a
compatibilidade para a função que será contratada;
- Periódico: como dito anteriormente, o PCMSO tem como base a prevenção de
doenças ocupacionais, portanto deve-se realizar exames periódico para ter um
histórico do trabalhador dentro da empresa;
- Retorno do trabalho: caso o colaborador estiver retornando de algum afastamento,
é obrigatório realizar o exame para assegurar a aptidão dele;
- Mudança de função: qualquer mudança que o trabalhador passar no seu trabalho,
seja por promoção, mudança de setor ou outro motivo, deve ser refeito o exame
pois os riscos podem ser diferentes;
- Demissional: quando do desligamento do funcionário, para poder completar o
histórico médico durante todo o seu período dentro da empresa.
27

O Médico do Trabalho, caso houver necessidade, pode exigir exames


complementares, como raio x, audiometria, entre outros. Após a realização dos exames
adequados, o médico elabora um ASO -Atestado de Saúde Ocupacional, que conclui se o
trabalhador está ou não apto para a função.
O ASO deverá conter no mínimo: o nome completo do trabalhador, registro de
identidade e a função na qual está sendo contratado, os riscos ocupacionais que existem na
função, exames médicos no qual ele foi submetido, nome do médico coordenador do PCMSO
e se está apto ou não para a atividade laboral (MTE, 2018).

2.3.6 NR 9 - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS – PPRA

O Programa de Prevenção de Riscos ambientais, regulamentado pela NR 9, faz


parte de um conjunto de medidas que têm o objetivo de preservar a saúde e a integridade física
dos trabalhadores. O objetivo principal do PPRA é auxiliar na eliminação, redução e controle
dos riscos ambientais na função, dito isso, o mesmo contribui efetivamente para a diminuição
de acidentes que poderiam vir a acontecer (PROMETAL EPIS, 2018).
A NR 9 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação do PPRA, por
parte de todos os empregadores (MTE, 2017).
Conforme dito anteriormente, o PPRA se encarrega de antecipar riscos ambientais,
como (SISTEMA ESO, 2018):
- Agentes Químicos, sendo substâncias, que possam penetrar no organismo pela via
respiratória, nas formas de poeira, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela
natureza da exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou
por ingestão;
- Agentes Biológicos, como bactérias, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre
outros;
- Agentes Físicos, que são formas de energia na qual os trabalhadores podem estar
expostos, como ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações
ionizantes e não ionizantes.
Para ser considerado um risco ambiental, deve-se levar em consideração a natureza
do risco, assim como a intensidade e o tempo de exposição no qual o trabalhador fica exposto
(SISTEMA ESO, 2018).
28

A NR 9 exige que um PPRA tenha no mínimo a estrutura com um planejamento


anual com estabelecimento de metas, prioridades e cronograma, estratégia e metodologia de
ação, forma de registro e divulgação dos dados e periodicidade e forma de avaliação do
desenvolvimento do PPRA (MTE, 2017).
Para implementar um PPRA, são necessários algumas etapas (PROMETAL EPIS,
2018):
- Antecipação e reconhecimento dos riscos ambientais;
- Planejamento das medidas de controle dos riscos:
- Elaboração de ações preventivas;
- Monitoramento qualitativo e quantitativo do ambiente;
- Registro e divulgação dos dados;
- Cronograma de execução das prioridades;
- Desenvolvimento do documento base;
- Documento base e relatórios anuais.

2.3.7 NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS DE ELETRICIDADE

Proteger os colaboradores contra o risco elétrico é dever de todo o empregador,


conforme a NR 10 dita. Para esse tipo de risco, não basta apenas fornecer os EPIs adequados
contra o choque elétrico, é necessário treinamento específico e informação (PROMETAL EPIS,
2018).
A NR 10 é aplicada para todas as fases de geração, transmissão, distribuição e
consumo de energia elétrica, para este trabalho, iremos focar apenas na área de construção, onde
o trabalhador tem contato apenas com serviços de construção civil e ligação de energia à
transmissão da cidade (MTE, 2016).
Existem medidas de controle a serem tomadas, como intervenções em instalações
para evitar o risco elétrico e esquema unifilares atualizados da empresa com as especificações
de aterramento, equipamentos e dispositivo de proteção (MTE, 2016).
O trabalhador que estiver envolvido com energia elétrica em suas funções, é
obrigado a ser capacitado pela empresa com um treinamento sobre os riscos de acidente,
conforme exige a NR 10 (2016).
29

2.3.8 NR 12 – SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

O objetivo da NR 12 é estabelecer normas de segurança para a operação de


Máquinas e Equipamentos. Para facilitar, a norma exige que todo maquinário deve possuir um
manual de instruções que é fornecido pelo fabricante, sendo que este material deve conter todas
as informações relativas à segurança em todas as fases de utilização (MUNDO ELÉTRICA,
2019).
Todos os serviços realizados devem possuir um procedimento de execução e de
segurança específicos, padronizados e contando com uma descrição detalhada de cada tarefa.
Sendo assim, é importante realizar inspeções rotineiras das condições de operação e segurança
a cada início de turno ou após uma nova manutenção da máquina (MUNDO ELÉTRICA, 2019).
A implementação da segurança dessas máquinas na indústria fica a cargo do
empregador, sendo inclusive responsabilidade ele adaptar ou substituir o maquinário que não
consiga mais atender aos requisitos de segurança exigidos. Junto a isso, o empregador também
deve promover ações de prevenção, como manutenções preventiva e corretiva, treinamentos de
como operar a máquina de uma maneira produtiva e segura e gerenciamento de recursos
pessoais e materiais, já que toda máquina e equipe de trabalho tem um pico de produtividade
que deve ser respeitado (ÁREA SST, 2018).
Os empregados também têm seus deveres, principalmente quanto o respeito das
normas de operação e segurança que foram estabelecidos pelos seus superiores. O simples
desrespeito pode causar prejuízos materiais, como perda de produtividade e produtos, e físicos,
por meio de acidentes leves e graves. (ÁREA SST, 2018).
A norma traz inúmeros pontos importantes a serem abordados, vamos dar ênfase
apenas em alguns (MTE, 2019):
- Arranjo Físico: retrata o local de instalação da máquina, suas vias de acesso e seu
entorno;
- Dispositivos Elétricos: toda máquina e equipamento deve ser projetada e mantida
de modo a prevenir o choque elétrico, incêndio e explosão. Toda máquina que utiliza energia
elétrica deve estar aterrada;
- Dispositivos de Parada de Emergência: toda máquina deve ser dotada de um ou
mais dispositivos de parada de emergência para que possam ser evitadas situações de perigo
latente;
- Ergonomia: toda máquina e equipamento deve ser projetada, construída e mantida
de acordo com a variabilidade de características antropométricas dos operadores, respeito às
30

exigências posturais, componentes de vídeo e sinais que possam ter clara interpretação, redução
da exigência da força, entre outros;
- Manutenção, Inspeção, Preparação, Ajustes e Reparos: toda máquina deve ser
submetida à manutenção preventiva e corretiva, na forma de periodicidade determinada pelo
fabricante;
- Capacitação: todo trabalhador deve passar por uma capacitação para executar seu
serviço em qualquer máquina e equipamento, seja para operação, manutenção, inspeção ou
demais intervenções.

2.3.9 NR 15 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES

Nesta NR, o Ministério do Trabalho considera atividades insalubres aquelas que


expõem os colaboradores a agentes nocivos à saúde acima de determinados Limites de
Tolerância (SIENGE, 2018). Esses limites de tolerância podem ser um limite de concentração
de um produto, intensidade ou tempo de exposição. Esse limite sendo excedido, caracteriza-se
a insalubridade. Para alguns agentes nocivos, apenas a simples exposição já deixa determinado
a insalubridade no serviço.
Segundo a NR 15 (2018), os anexos 1, 2, 3, 5, 11 e 12 (ruído contínuo, ruído de
impacto, calor, radiações ionizantes, produtos químicos e poeiras, respectivamente) precisam
estar acima do limite de tolerância estipulado para ser considerado atividade insalubre. Já os
anexos 6, 13 e 14 (condições hiperbáricas, agentes químicos e agentes biológicos,
respectivamente) devido a agressividade, apenas por fazer parte do serviço, já é considerado
insalubre. Por último, os anexos 7, 8, 9 e 10 (radiações não ionizantes, vibração, frio e umidade,
respectivamente) necessitam de laudo de inspeção do local de trabalho para determinação da
insalubridade.
Por definição, como a insalubridade acarreta danos à saúde, foi determinado um
adicional de insalubridade para os colaboradores que se encaixam nos termos exigidos pela NR.
O adicional é incidente sobre o salário mínimo da região, dependendo do grau, podendo ser
grau máximo (40% de incidência), grau médio (20% de incidência) ou grau mínimo (10% de
incidência) (AREA SST, 2015).
As insalubridades mais comuns dentro do canteiro de obra, são os anexos 1, 2, 4 e
12.
31

O documento a ser realizado para comprovação de insalubridade dentro da empresa


em tais atividades chama-se Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT).
Nesse documento estão listados os agentes nocivos no ambiente de trabalho e se eles podem
gerar insalubridade para o trabalhador. (PROLIFE, 2018).

2.3.10 NR 18 – CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA


CONSTRUÇÃO

A NR 18 estabelece regras e normas para as condições e meio ambiente de trabalho


da Construção Civil, estão inclusas nessas diretrizes toda a parte administrativa, de
planejamento e organização, com o objetivo de implantar medidas de controle e sistemas
preventivo de segurança em todos os processos (SIENGE, 2017).
A importância dessa indústria ter uma NR voltada apenas para as questões de
canteiro de obra é devido a ser um dos setores da economia que mais emprega mão de obra,
mas também um dos que mais registra acidentes de trabalho. De acordo com números da
Organização Internacional do Trabalho (OIT), aproximadamente 17% de todos os acidentes
fatais que ocorrem no mundo, são com atividades da Construção Civil (AREA SST, 2015).
A NR 18 acaba englobando outras Normas Regulamentadores dentro dela, como
instalações elétricas, CIPA, Máquinas e equipamentos, entre outros. Como alguns desses itens
já foram citados anteriormente no trabalho, vamos focar nos pontos inteiramente de Construção
Civil.

2.3.10.1 COMUNICAÇÃO PRÉVIA (18.2)

Antes de iniciar a obra e, por consequência, instalar o canteiro de obras no terreno


a ser edificado, são necessários alguns documentos. Muitos conhecem os documentos de projeto
aprovado, alvará de construção, viabilidade de luz e energia, porém, para a Segurança do
Trabalho, o documento mais importante é a Comunicação Prévia. Esse documento, de caráter
obrigatório, deixa a Delegacia Regional do Trabalho (DRT) ou Ministério do Trabalho a par do
início das atividades do canteiro de obras. Neste documento deve conter: endereço da obra,
endereço e qualificação (CEI, CGC ou CPF) do contratante, empregador ou condomínio, tipo
de obra, datas previstas de início e conclusão da obra e o número máximo previsto de
funcionários. (MTE, 2018).
32

2.3.10.2 PROGRAMA DE CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA


INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO - PCMAT (18.3)

O PCMAT é o programa que coordena a NR 18 dentro do canteiro de obra. É de


caráter obrigatório a elaboração e cumprimento de todos os estabelecimentos com 20 (vinte) ou
mais, contemplando todas as exigências que a NR 18 estabelece, e ainda todas as obrigações
do PPRA (NR 9), além de dispositivos complementares de segurança. Tanto o PCMAT, quanto
o PPRA devem permanecer na obra à disposição da fiscalização do Ministério do Trabalho,
sempre que necessário (AREA SST, 2015).
O PCMAT deve ser elaborado por profissionalmente legalmente habilitado na área
de segurança do trabalho, no caso o Engenheiro de Segurança do Trabalho. Já a implementação
das ações do programa é de responsabilidade do empregador (AREA SST, 2015).
Segundo a NR 18, os seguintes documentos devem fazer parte do PCMAT(AREA
SST, 2015):
- Memorial sobre condições de trabalho nas atividades e operações, levando-se em
consideração riscos de acidentes e de doenças do trabalho e suas respectivas medidas
preventivas;
- Projeto de execução das proteções coletivas de acordo com as etapas da obra;
- Projeto com especificações técnicas das proteções coletivas e individuais;
- Cronograma de implantação das medidas preventivas definidas no PCMAT em
conformidade com as etapas da obra;
- Layout inicial e atualizado do canteiro de obras, contemplando as previsões de
dimensionamento de áreas de vivência;
- Programa educativo com temática de prevenção de acidentes e doenças do trabalho,
com carga horária definida.

2.3.10.3 ÁREAS DE VIVÊNCIA (18.4)

O canteiro de obra deve dispor das seguintes áreas de vivência: instalações


sanitárias, vestiário, alojamento, refeitório, cozinha, lavanderia e área de lazer (MTE, 2018).
O alojamento, lavanderia e área de lazer apenas se fazem necessário quando
existirem trabalhadores alojados no próprio canteiro de obras, já a cozinha se faz obrigatória
quando houver o preparo das refeições dentro do canteiro (MTE, 2018)
33

As instalações sanitárias são locais destinados para asseio corporal e/ou


atendimento das necessidades fisiológicas e devem ser utilizadas apenas para esses fins. O
ambiente precisa ser mantido com condições adequadas de higiene, sendo construído com
materiais laváveis e piso antiderrapante. O interior das instalações precisa ser protegido por
uma parede de antidevassamento para evitar que alguém no exterior consiga ver quem está no
interior e o que está fazendo no banheiro. As portas de acesso não podem ter contato direto com
o Refeitório, devendo também haver banheiros separados para homens e mulheres. O banheiro
deve estar posicionado em local estratégico para que o trajeto de qualquer ambiente de dentro
da obra mão ultrapasse 150 metros (ESCOLA ENGENHARIA, 2018).
Quanto as quantidades de equipamentos sanitários (mictório, lavatório, vaso
sanitário e chuveiro) que devem ser instalados, a proporção segue a regra de:
- 1 mictório, lavatório e vaso sanitário a cada vinte trabalhadores ou fração;
- 1 chuveiro a cada dez trabalhadores ou fração.
Quanto ao vestiário, deve ser próximo à entrada da obra ou alojamento, caso tenha,
sem porta voltada diretamente para o refeitório. O mesmo é obrigatório em qualquer canteiro
de obra e deve possuir ventilação mínima suficiente, vedação vertical e piso resistente. Para
cada colaborador deverá ser fornecido um armário para os seus pertences, com cadeado. O local
tem a função apenas de troca de uniforme e vestimenta de EPI que se fazem necessários para o
canteiro. O vestiário deve conter um ou mais bancos, que atendam o número de funcionários
locados no canteiro (ESCOLA ENGENHARIA, 2018).
Já o refeitório é o local que permite que todos os funcionários possam fazer suas
refeições. O local deve conter mesa com tampo lavável, lixeira, lavatório próprio (no interior
ou próximo) e bebedouro.

2.3.10.4 CARPINTARIA (18.7)

No setor de carpintaria ou montagem das formas de madeira, todas as atenções


ficam centradas na serra circular (Figura 2). Esse equipamento deve estar com aterramento
elétrico, guia para ajudar na segurança do operador e garantindo cortes mais precisos com
ajustes de largura, lâmina ou disco afiado e travado, mesa de trabalho estável e coletor de
serragem para evitar princípios de incêndio. Fora esses pontos, a serra circular ainda deve
atender todas as exigências da NR 10 quando à sua instalação elétrica e NR 12 por se tratar de
uma máquina (ESCOLA ENGENHARIA, 2018).
34

Figura 2 – Serra Circular


Fonte: https://www.clickequipamentos.com.br/serra-de-bancada

2.3.10.5 MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS DE ALTURA (18.13)

Quando as medidas de proteção contra quedas de altura, a NR 18 (2018) obriga a


instalação de proteções coletivas onde houver o risco de queda de trabalhadores ou projeção de
materiais. Além disso, todas as aberturas de piso devem ter fechamento provisório e nas
entradas de caixa de elevador e nas periferias da edificação, a utilização de guarda-corpos com
travessão superior a 1,20m do piso, travessão intermediário a 0,70m do chão e rodapé de 20cm
de altura, com a instalação de tela de segurança entre os vãos (Figura 3).

Figura 3 – Guarda Corpo


Fonte: http://www.allproject.com.br/gproj/gproj283/270/proseg-03--guarda-corpo-e-
rodape

Prédios de mais de 4 pavimentos devem instalar a plataforma principal de proteção


na altura da primeira laje concretada, após a instalação, deve-se instalar as plataformas
secundárias de 3 em 3 lajes (MTE, 2018) (Figura 4).
35

Figura 4 – Bandejas Primárias e Secundárias


Fonte: https://www.slideshare.net/lukasalmada/gesto-de-segurana-do-trabalho-nr-18

No capítulo da NR 35, falaremos mais sobre as proteções para trabalho em altura.

2.3.10.6 MOVIMENTAÇÃO E TRANSPORTE DE MATERIAIS E PESSOAS (18.14)

O transporte de materiais em uma obra é de suma importância para o bom


andamento do cronograma. Porém, por se tratar de transportes verticais e envolvendo materiais,
a NR 18 trás um capítulo bastante extenso sobre esse assunto, abaixo vamos citar os mais
importantes, levando em consideração a empresa objeto do estudo.
Esse item da NR, trata da instalação, montagem, desmontagem, operação, teste,
manutenção e reparos em equipamentos de transporte vertical de materiais e pessoas no canteiro
de obra. É obrigatório o dimensionamento desse equipamento ser feito por profissional
legalmente habilitado, assim como os serviços de instalação, montagem, desmontagem e
manutenção devem ser executados por profissionais qualificados (MTE, 2018).
Os equipamentos de transporte vertical devem ser operados por trabalhador
qualificado que devem ter a sua função anotada na carteira de trabalho. São atribuições desse
operador a limpeza do posto de trabalho, instrução e verificação da carga e descarga de dentro
da cabine, comunicação e registro ao responsável caso detecte alguma anomalia na máquina e
acompanhamento de todos os serviços de manutenção (MTE, 2018).
36

Durante qualquer tipo de serviço sendo realizado no elevador é obrigatório o


isolamento da área de trabalho, cancelamento de atividades que estejam na área do elevador e
proibição de execução do serviço devido a condições meteorológicas (MTE, 2018).
Segundo a NR 18 (2018), a torre do elevador deve:
- ser dotada de proteção e sinalização proibindo a circulação de funcionários;
- as rampas de acesso à torre devem ser providas de sistema de guarda corpo, ter
pisos de material resistente, não possuir inclinação e serem fixadas na estrutura do prédio;
Sobre o transporte, a norma dita que:
- é proibido o transporte de pessoas tracionados a cabo, exceto no elevador de
cremalheira onde o apenas o operador e o responsável da carga podem subir juntos;
- é proibido transportar materiais com dimensões maiores que a cabine ou apoiados
nas portas;
Todo serviço realizado no elevador, não importante qual a natureza, deve ser
registrado do “Livro de Inspeção do Elevador”.
Por fim, a partir da data de 10/05/2017 foi proibido a instalação de elevadores de
cabo de aço (Figura 6) em canteiros de obra, portanto apenas o de tipo Cremalheira (Figura 5)
está de acordo.

Figuras 5 e 6 – Elevador tipo Cremalheira e Elevador de cabo de aço


Fontes : http://fetracombase.org.br/banner/desde-o-dia-10052015-esta-proibido-elevador-
de-um-cabo-para-transporte-de-passageiros-nos-canteiros#.XYt0hyhKjIU e
https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-775379055-elevador-de-cremalheira-semi-novo-
_JM?quantity=1
37

2.3.10.7 ANDAIMES E PLATAFORMAS DE TRABALHO (18.15)

Segundo a NR 18 (2018), o dimensionamento dos andaimes, estrutura de


sustentação e fixação, devem ser realizados por profissional legalmente habilitado. Nesse
dimensionamento, os andaimes devem ser construídos para suportar, com segurança, as cargas
de operação a que estão sujeitos, além disso devem conter travamentos que não permitam o
deslocamento ou o desencaixe da peça, assim como o piso de trabalho deve ter forração
completa, ser antiderrapante, nivelado e ficado de modo resistente e seguro.
O acesso aos andaimes deve ser realizado de maneira segura, com escada metálica
ou tipo marinheiro ou de uso coletivo, levando em consideração as exigências pedidas em
norma (MTE, 2018).
Sobre os andaimes simplesmente apoiados (Figura 7), a NR 18 (2018) exige:
- serem apoiados em sapatas sobre base sólida e nivelada;
- a proibição de andaimes sobre cavaletes, ou na periferia de prédios;
- andaimes cujo pisos de trabalho estão acima de 1,00m devem ter escada de acesso;
- a estrutura do andaime deve estar fixada na estrutura do prédio e;
- as torres de andaime não podem ultrapassar 4 vezes a menor dimensão, desde que
sejam estaiadas.

Figura 7 – Andaime simplesmente apoiados


Fonte: http://www.ergoss.com.br/2016/01/seguranca-na-construcao-civil-andaimes/
38

2.3.10.8 SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA (18.27)

Quanto a sinalização de segurança, a NR 18 (MTE, 2018) exige:


- identificação dos locais de apoio que compõem o canteiro de obras;
- indicação das saídas por meio de dizeres ou setas;
- manter comunicação através de avisos, cartazes ou similares;
- advertir contra perigo de contato ou acionamento acidental com partes móveis de
máquinas;
- advertir quando ao risco de queda;
- alertar sobre o uso de EPI’s;
- alertar quando ao isolamento das áreas de transporte e circulação de materiais.

2.3.10.9 TREINAMENTO (18.28)

Todo e qualquer empregado deve receber treinamento admissional e periódico,


objetivando a garantir a execução de suas atividades com segurança (MTE, 2018).
A NR 18 (2018) exige a carga horária mínima de 6 horas, sendo ministrado dentro
do horário de trabalho com o curso contendo informações sobre as condições e meio ambiente
de trabalho, riscos inerentes a função, uso de EPI e informações sobre os EPC’s existentes no
canteiro. O treinamento periódico deve ser realizado sempre que se tornar necessário ou ao
início de cada etapa nova da obra. Após esses treinamentos, o funcionário deve receber cópia
dos procedimentos e operações que serão realizados.

2.3.11 NR 35 – TRABALHO EM ALTURA

A Norma Regulamentadora 35 estabelece os requisitos mínimos de proteção para o


serviço em altura, em tarefas que envolvem o planejamento, a organização e a execução
(SIENGE, 2017). No início da NR, já é estabelecido que para ser considerado trabalho em
altura, a atividade deve ser executada acima de 2 metros do nível inferior, onde exista o risco
de queda.
A NR se divide em responsabilidades do empregador e dos trabalhadores. No caso
do empregador, cabe a ele (ÁREA SST, 2015):
39

- Garantir a implementação das medidas de proteção estabelecidas;


- Assegurar a realização de Análise de Risco e preparar Permissão de Trabalho,
quando aplicável;
- Desenvolver procedimento operacional para atividades rotineiras;
- Assegurar a realização de avaliação prévia das condições do local de trabalho;
- Garantir informações atualizadas para os trabalhadores sobre os riscos e medidas
de controle;
- Assegurar a suspensão dos trabalhos em altura quando verificar situação ou
condição de risco não prevista;
- Garantir que todo trabalho em altura seja realizado sob supervisão e;
- Organizar e arquivar toda documentação necessária para trabalho em altura.
Já as responsabilidades dos trabalhadores são (MTE, 2016):
- Cumprir as disposições legais sobre o trabalho em altura, inclusive os
procedimentos expedidos pelo empregador;
- Colaborar com o empregador para a implementação da Norma;
- Interromper suas atividades sempre que constatar evidências de riscos graves e
iminentes para a sua segurança;
- Zelar pela segurança e saúde das outras pessoas que possam ser afetadas por suas
ações ou omissões no trabalho.
Quanto a capacitação e treinamento, a NR considera o trabalhador capacitado para
trabalho em altura aquele que foi submetido e aprovado em treinamento, teórico e prático, com
carga horária mínima de 8 horas. O empregador deve realizar treinamento periódico bienal, ou
quando houver mudanças nos procedimentos, condições ou operações de trabalho diferentes. A
Norma também exige que o curso deve ser ministrado por instrutor com comprovada
proficiência no assunto, sob a responsabilidade de profissional qualificado em segurança do
trabalho (PROLIFE, 2018).
No planejamento do trabalho em altura, deve ser seguido uma hierarquia.
Primeiramente devem ser tomadas medidas para evitar o trabalho em altura, sempre que existir
um meio alternativo de execução. Em seguida, medidas que eliminem o risco de queda dos
trabalhadores, na impossibilidade de não haver uma outra maneira de execução. E, por último,
não existindo outras maneiras de executar ou de eliminar o risco de queda, é necessário
minimizar as consequências da queda (CASA DO CONSTRUTOR, 2018).
Sempre que houver trabalho em altura, a NR exige que seja realizada uma Análise
de Risco da situação, com essa AR deve ser estudado um procedimento operacional para sempre
40

que este serviço for realizado, exceto para atividades não rotineiras, para isso será realizado
uma Permissão de Trabalho, contendo os requisitos mínimos a serem atendidos para a
execução, as medidas estabelecidas na Análise de Risco e a relação de todos os envolvidos na
operação.

2.4 ESTATÍSTICAS DE ACIDENTE DE TRABALHO

Em 2013, segundo IBGE (2013), 4,9 milhões de pessoas com 18 anos ou mais de
idade teriam se envolvido em acidente de trabalho, segundo a projeção que o Ministério da
Saúde realizou em parceria com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, IBGE e
Fiocruz. Pelas contas do AEPS (Anuário Estatístico da Previdência Social) nesse mesmo ano,
o país registrava 717.911 acidentes de trabalho. Não foram investigados no estudo do Ministério
da Saúde os números de acidentes fatais (IBGE, 2013).
Segundo o IBGE (2013), estima-se que cerca de 1,6 milhão de pessoas com 18 anos
ou mais de idade deixaram de executar algumas de suas atividades habituais devido a acidente
de trabalho, não estando incluso nesse levantamento os acidentes de trânsito, 613 mil tiveram
sequela e/ou incapacidade e 284 mil precisaram ser internadas. Os números de acidentes de
trajeto também foram apurados na pesquisa e calcula-se que 1,4 milhão de pessoas com 18 anos
ou mais sofreram acidente de trânsito com lesões corporais quando estavam indo ou voltando
do trabalho. As únicas estatísticas oficiais disponíveis até então, fornecidas pela Previdência,
contabilizavam 111.601 acidentes de trajeto em 2013 (Tabela 2).
41

Tabela 2 – Proporção de pessoas de 18 anos ou mais de idade que se envolveram em acidente


de trabalho.
Fonte: Previdências Social,2013.

P ro po rç ã o de pe s s o a s de 18 a no s o u m a is de ida de que s e e nv o lv e ra m e m a c ide nt e de


t ra ba lho ( %)

S e xo
G ra nde s R e giõ e s , T o tal
Unida de s da M a s c ulino F e m inino
F e de ra ç ã o
e Int e rv a lo Int e rv a lo Int e rv a lo
s it ua ç ã o do de c o nf ia nç a de c o nf ia nç a de c o nf ia nç a
do m ic í lio P ro po r- de 9 5 % P ro po r- de 9 5 % P ro po r- de 9 5 %
ção Lim it e Lim it e ção Lim it e Lim it e ção Lim it e Lim it e
inf e - s upe - inf e - s upe - inf e - s upe -
rio r rio r rio r rio r rio r rio r

B ra s il 3 ,4 3 ,1 3 ,6 5 ,1 4 ,6 5 ,6 1,9 1,6 2 ,1
Urbana 3,3 3,0 3,6 4,9 4,3 5,4 2,0 1,7 2,2
Rural 3,8 3,2 4,4 6,2 5,1 7,3 1,2 0,8 1,7

N o rt e 4 ,9 4 ,0 5 ,7 7 ,9 6 ,3 9 ,4 2 ,0 1,4 2 ,7
Ro ndô nia 3,8 2,4 5,2 6,4 3,8 8,9 1,3 0,5 2,0
A cre 3,2 2,2 4,3 4,8 2,8 6,8 1,8 0,9 2,6
A mazo nas 3,8 2,9 4,8 5,9 4,1 7,6 1,9 1,0 2,8
Ro raima 4,8 3,5 6,0 6,8 4,6 8,9 2,8 1,6 4,0
P ará 6,1 4,4 7,8 10,1 7,1 13,1 2,3 1,1 3,6
A mapá 3,4 2,2 4,6 6,0 3,6 8,4 1,0 0,3 1,7
To cantins 3,5 2,3 4,7 5,0 3,1 7,0 2,1 0,8 3,4

N o rde s t e 3 ,3 2 ,9 3 ,7 4 ,9 4 ,2 5 ,7 1,8 1,4 2 ,3


M aranhão 4,4 3,2 5,7 5,7 3,7 7,7 3,3 1,3 5,3
P iauí 3,3 2,2 4,4 5,2 3,4 7,0 1,5 0,3 2,7
Ceará 3,1 2,0 4,2 5,2 3,0 7,5 1,2 0,5 1,9
Rio Grande do No rte 2,9 1,9 3,8 4,9 3,1 6,7 1,1 0,3 1,9
P araíba 2,9 2,0 3,7 4,4 2,7 6,1 1,5 0,6 2,4
P ernambuco 3,1 2,2 4,0 5,3 3,6 6,9 1,3 0,6 2,0
A lago as 2,8 1,8 3,8 4,9 2,8 6,9 1,0 0,4 1,6
Sergipe 3,1 2,0 4,3 4,9 2,6 7,2 1,4 0,7 2,2
B ahia 3,4 2,5 4,2 4,4 2,4 6,3 2,5 1,2 3,8

S ude s t e 2 ,8 2 ,3 3 ,3 4 ,5 3 ,6 5 ,4 1,4 1,0 1,7


M inas Gerais 3,8 2,6 4,9 6,3 4,1 8,6 1,4 0,6 2,2
Espírito Santo 2,2 1,3 3,2 3,6 1,9 5,2 1,0 0,3 1,8
Rio de Janeiro 2,0 1,4 2,6 2,7 1,7 3,7 1,5 0,6 2,4
São P aulo 2,7 2,1 3,4 4,3 3,0 5,6 1,3 0,8 1,9

S ul 4 ,2 3 ,5 4 ,9 5 ,4 4 ,2 6 ,7 3 ,1 2 ,3 3 ,9
P araná 4,9 3,8 6,0 6,3 4,1 8,4 3,7 2,4 4,9
Santa Catarina 4,3 2,7 5,9 5,6 2,8 8,4 3,1 1,3 5,0
Rio Grande do Sul 3,4 2,5 4,4 4,5 2,8 6,2 2,5 1,3 3,7

C e nt ro - O e s t e 4 ,0 3 ,4 4 ,6 5 ,5 4 ,5 6 ,5 2 ,6 2 ,0 3 ,2
M ato Gro sso do Sul 3,9 2,8 5,0 5,6 3,6 7,7 2,4 1,4 3,4
M ato Gro sso 4,5 2,9 6,0 7,2 4,5 10,0 1,8 0,6 3,0
Go iás 4,0 3,0 4,9 4,8 3,3 6,3 3,2 2,0 4,3
Distrito Federal 3,6 2,6 4,6 4,9 3,0 6,7 2,6 1,4 3,8

Fonte: IBGE, 2013.

Estatísticas internacionais estimam que 6,3 mil trabalhadores perdem a vida


diariamente no mundo por situação ligada ao seu trabalho. A informação foi publicada em
setembro de 2011 no relatório "Tendências Mundiais e Desafios da Saúde e Segurança
Ocupacionais" da OIT apresentado durante o 19º Congresso Mundial de SST. O documento diz
42

que as mortes por doenças e acidentes do trabalho subiram de 2,31 milhões para 2,34 milhões
entre os anos de 2003 e 2008 (FBSP, 2013).
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho – OIT, todos os anos cerca
de 313 milhões de trabalhadores são vítimas de acidentes de trabalho ao redor do mundo. Sobre
as mortes, a OIT aponta mais de 2 milhões relacionadas ao trabalho, destas 335.000 por acidente
(REVISTA PROTEÇÃO, 2013).
Apesar de ter tido o menor aumento no número de acidentes fatais no último ano,
em um comparativo com 2010 (de 153 óbitos, passou para 168), o Estado de Santa Catarina é
responsável pelo maior coeficiente de mortes no trabalho por empregado. São 9 óbitos para
cada 100 mil trabalhadores. Além desta taxa, é o segundo estado sulista que mais gera morte
por acidente registrado (37 trabalhadores perdem a vida no ambiente de trabalho a cada 10 mil
acidentes registrados), atrás do Paraná, que gera 44 mortes a cada 10 mil acidentes registrados.
Em compensação, os catarinenses lideram a incidência de acidentes de trabalho por número de
trabalhadores empregados. O estado registra 2.550 acidentes para cada grupo de 100 mil
trabalhadores, um dos piores índices do Brasil (REVISTA PROTEÇÃO, 2013).
Ao se referir a este tema, Junior (2005), afirma que: “de acordo com as estimativas
da OIT, dos aproximadamente 355.000 acidentes mortais que acontecem anualmente no
mundo, pelo menos 60.000 ocorrem em obras de construção”.
Conforme Böck (2013) a construção civil “é nacionalmente caracterizada por
apresentar um elevado índice de acidentes de trabalho, e está em segundo lugar na frequência
de acidentes registrados em todo o país”. Esse perfil pode ser traduzido como gerador de
inúmeras perdas de recursos humanos e financeiros no setor.
Segundo dados do Anuário Brasileiro da Proteção, disponibilizado pela Revista
Proteção (2014 e 2015), o número de acidentes do trabalho no Brasil diminuiu em 2013, se
comparado com 2012; mas o número de acidentes fatais aumentou (Figura 8).
43

Figura 8 – Acidentes de Trabalho por situação de registro e motivo, em 2013.


Fonte: Anuário Brasileiro de Proteção 2015, Revista Proteção.

Em 2013, a região sul contabilizou 158.113 acidentes de trabalho, número que


corresponde a 22,0% dos agravos registrados no Brasil (Figura 9). (PROTEÇÃO, 2015).
44

Figura 9 – Média de Acidentes e doenças do trabalho na Região Sul, de 1990 a 2013


Fonte: Anuário Brasileiro de Proteção 2015, Revista Proteção.

No que se refere à taxa de mortalidade no trabalho nos últimos 23 anos, o Paraná


teve o pior percentual do Sul do país. A cada 10 mil acidentes ocorridos, 79 colaboradores
perderam a vida. A média paranaense é 54,9% maior do que a do Rio Grande do Sul que é de
51 óbitos a cada 10 mil acidentes.
Quando se fala de acidentes com quedas em altura, Böch (2013) cita que no mundo a
maior causa de acidentes fatais na construção civil é ocasionada pela queda de trabalhadores ou
materiais sobre eles.

2.5 ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE NA SEGURANÇA DO TRABALHO

A economia na Segurança do Trabalho não acontece apenas no canteiro de obras


ou chão de fábrica, realizando a fiscalização e treinamentos para trabalhadores a fim de evitar
acidentes de trabalho. O resultado de todas as prevenções da empresa pode inclusive afetar na
contabilidade da empresa, para isso precisamos ver os conceitos de CNAE (Classificação
Nacional de Atividades Econômicas), SAT (Seguro de Acidente de Trabalho) e FAP (Fator
Acidentário de Prevenção).

2.5.1 CNAE – CLASSIFICAÇÃO NACIONAL DE ATIVIDADES ECONÔMICAS

O CNAE tem como objetivo categorizar as empresas, instituições públicas,


organizações sem fins lucrativos e até profissionais autônomos em códigos de identificação.
Esses códigos, que são padronizados em todo em território nacional, são utilizados no cadastro
e registros da administração federal, estadual e municipal. A principal ideia do CNAE é
proporcionar melhorias na gestão tributária e controlar ações fraudulentas. Além disso, os
45

registros na CNAE contribuem e dão suporte às decisões dos órgãos públicos a fim de aprimorar
a legislação tributária (ENOTAS, 2018).
A escolha do CNAE é de muita importância, por isso o apoio de um contador nesse
momento é de muita ajuda. Sabendo as atividades que a empresa irá executar ou produtos que
irão vender, pode-se verificar a tabela CNAE e poder relacionar com o seu ramo de negócio.
Com esse CNAE que a empresa será encaixada na legislação tributária. (ENOTAS, 2018);
A partir do momento que se enquadra a empresa em um CNAE, podemos utilizar a
o Quadro I da NR 4 para podermos descobrir o grau de risco da empresa.

2.5.2 SAT – SEGURO CONTRA ACIDENTES DE TRABALHO

O Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) é uma contribuição que as empresas


pagam para custear benefícios do INSS oriundos de acidente de trabalho ou doença
ocupacional. A alíquota normal é de 1% (risco leve, empresas grau de risco 1), 2% (risco médio,
empresas grau de risco 2) ou 3% (risco grave, empresas grau de risco 3 e 4) sobre a remuneração
do empregado. O seguro de acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que este está obrigado quando incorrer em dolo ou culpa, é um direito do
trabalhador conforme a Constituição Federal (SEGUROS, 2018).

2.5.3 FAP – SEGURO CONTRA ACIDENTES DE TRABALHO

O Fator Acidentário de Prevenção – FAP é um multiplicador, atualmente calculado


por estabelecimento, que varia de 0,50 a 2,00, a ser aplicado sobre as alíquotas da tarifação
coletiva, incidentes sobre a folha de salariais das empresas para custear aposentadorias especiais
e benefícios decorrentes de acidentes de trabalho. O FAP varia anualmente e é calculado sempre
sobre os dois últimos anos de todo o histórico de acidentalidade e de registros acidentários da
Previdência Social.
A metodologia do FAP visa que empresas que registrarem maior número de
acidentes ou doenças ocupacionais, paguem mais ao INSS. Por outro lado, as empresas que
registram menos acidentes, recebem uma bonificação, diminuindo a alíquota a ser paga. A
bonificação máxima que uma empresa pode receber é de redução de 50%.
46

3 RESULTADOS E ANÁLISES

3.1 CAMPO DE PESQUISA

A pesquisa foi realizada no período de Agosto a Setembro de 2019 na cidade de


Florianópolis. Foi estudado o período de 6 anos da construtora objeto do estudo, período esse
em que a equipe formada pelo Engenheiro Civil, Técnico de Segurança e Analista de RH
implantaram o sistema da Segurança do Trabalho na empresa, buscando o fim dos acidentes de
trabalho e a economia através do FAP. Nesse período a construtora construiu 6
empreendimentos que passaram por essas mudanças na área de segurança, tendo um pico de
191 funcionários registrados na empresa.
Abaixo segue as características da construtora objeto do estudo e as características
das obras que foram entregues durante esse período:
Construtora: Empresa de médio porte, especializada em obras de médio padrão a
alto padrão, com torres de 4 pavimentos até 17 pavimentos. Desde a sua fundação em 2001, a
empresa já entregou 14 empreendimentos.
Obra 1: empreendimento de 17.141,65 m² divididos em 9 blocos de 4 pavimentos,
médio padrão, período de construção de janeiro/2012 a agosto/2014.
Obra 2: empreendimento de 7.070,20 m² com uma torre de 7 pavimentos, alto
padrão, período de construção de março/2013 a maio/2016.
Obra 3: empreendimento de 5.715,79 m² divididos em 2 blocos de 4 pavimentos,
médio padrão, período de construção de fevereiro/2014 a maio/2016.
Obra 4: empreendimento de 6.264,70 m² divididos em 2 blocos de 4 pavimentos,
médio padrão, período de construção de janeiro/2015 a agosto/2017.
Obra 5: empreendimento de 5.325,40 m² divididos em 2 blocos de 4 pavimentos,
médio padrão, período de construção de dezembro/2016 a setembro/2019.
Obra 6: empreendimento de 14.611,25 m² com uma torre de 17 pavimentos, alto
padrão, período de construção de setembro/2014 com previsão de entrega para dezembro/2019.

3.2 QUESTIONÁRIO SEGURANÇA DO TRABALHO

O questionário foi criado de acordo com todos os itens das Normas


Regulamentadoras, sendo a grande parte das questões para confirmar se a empresa passou ou
não a atender as recomendações das Normas.
47

No decorrer do procedimento percebeu-se a necessidade de formular novas


perguntas, inclusive que não constem no questionário já citado, para poder obter as respostas
mais precisas e das quais são necessárias para se responder a questão chave do trabalho
proposto. Especificamente foi necessário incluir a pergunta, quais as maiores dificuldades para
ser implantado um modelo de segurança do trabalho dentro de uma empresa e quantos acidentes
de trabalho aconteceram na empresa, antes ou durante o período de estudo. Com isso,
finalizando o que foi chamado de Questionário de Segurança de Trabalho.

3.3 RESULTADOS E ANÁLISES

A seguir será apresentado o questionário respondido pelos responsáveis da


implantação da segurança do trabalho na construtora. Como o questionário foi montado
separadamente por NR, a apresentação e análise dos resultados dos questionários será debatida
igualmente. A partir disso, teremos uma análise global envolvendo o questionário por inteiro,
que Normas tem mais facilidade ou dificuldade de serem atendidas, se os acidentes que
aconteceram foram por falta de algum treinamento dado pela empresa, as maiores dificuldades
que os responsáveis passaram para a implantação da cultura e quais os impactos financeiros, de
implantação e de administração (SAT e FAP) a empresa teve durante o período de estudo do
trabalho. A entrevista completa encontra-se no Apêndice A.

3.3.1 NR 1

Quanto as Ordens de Serviço da empresa, inicialmente eram utilizados documentos


genéricos, encontradas na Internet, contendo as informações gerais de como o trabalhador
deveria realizar o serviço e de quais os riscos durante a atividade laboral. Além disso, por muitas
vezes o colaborador iniciava o serviço e apenas tinha o conhecimento da Ordem de Serviço
depois de já estar integrado e, por muitas vezes, ficavam pendências de entrega de
documentação exigidas pela empresa de contabilidade para finalizar o processo de registro.
Durante o período da obra 1, foi estabelecido um novo procedimento de contratação
para que o colaborador iniciasse o serviço sem nenhuma pendência. Após a escolha de quem
seria contratado, era entregue ao mesmo uma lista de documentos a serem entregues ao
departamento pessoal para poder ser registrado, junto a isso entregar o exame médico e
treinamento admissional.
48

Apenas após o RH liberar que o colaborador poderia se apresentar na obra para


receber o treinamento de integração, leitura da Ordem de Serviço e apresentação dos superiores.
Dessa maneira, a empresa nunca mais teve problemas de falta de documentação ou falta de
informação por parte de funcionários.
Quanto à Ordem de Serviço, apenas no período da obra 5 que o documento passou
por atualizações. A OS foi atualizada na parte de Serviços de acordo com as instruções do
programa de qualidade por função e também nos Riscos, onde foram preenchidos de acordo
com o LTCAT e PPRA da obra.

3.3.2 NR 4

Pela NR 4, segundo o Quadro I, relacionando o CNAE 41.20-4 (Construção de


Edifícios) temos um Grau de Risco 3. A empresa durante o período de Março/2013 até
Abril/2016 teve mais de 100 funcionários, com isso de acordo com o Quadro II da NR 4, é
necessária a presença de um técnico de segurança no quadro de empregados da empresa.
Durante todo esse período, sempre houve a presença do técnico na empresa e, mesmo após a
diminuição da quantidade de colaboradores, a empresa decidiu por manter o mesmo,
entendendo a importância do cargo e o impacto positivo que teve em todo esse tempo.

3.3.3 NR 5

Enquadrando a empresa no Quadro I da NR 5 no grupo C-18a (Construção de


Edifícios), de acordo com o número de funcionários seria necessário criar a CIPA desde
Março/2013, porém houve na época retenção da diretoria pela criação. Apenas depois de uma
visita do Ministério do Trabalho, solicitando a criação da CIPA de acordo com a Norma, que a
mesma foi criada, durante Maio/2014 até Maio/2016, quando todos os estabelecimentos da
construtora diminuíram de 50 funcionários, dessa maneira sendo extinta.
Todos os eleitos pelos empregados e os escolhidos pelo empregador passaram por
treinamento da CIPA nos dois anos que houve eleição, porém o funcionamento da Comissão
não foi dos melhores.
Depois das primeiras reuniões, onde o técnico de segurança participou para auxiliar,
os componentes da CIPA não conseguiram manter a organização e o debate das ideias. Por fim,
sempre precisou da presença do engenheiro da obra ou técnico de segurança para poder ajudar
na organização dos debates e para a confecção da ata de reunião. Houve algumas boas ideias
49

até a destituição da CIPA, como os pontos de ancoragem eu toda a região da cobertura dos
edifícios e novos tipos de guarda-corpo.
O ponto negativo acabou sendo a eleição de alguns colaboradores que estavam
apenas com a intenção de entrar na CIPA atrás da estabilidade que a mesma trás, conforme dita
a NR.

3.3.4 NR 6

Em relação aos Equipamentos de Proteção Individual, a empresa deu um grande


salto de qualidade. O grande avanço começou envolvendo o setor de Suprimentos na compra
dos equipamentos, antes da aquisição era solicitado ao fornecedor o CA do produto que estava
em orçamento para a conferência da validade, foram mais de 15 produtos, entre botinas, luvas
e protetores auriculares, que já estavam com data fora da validade. Em seguida, também
trabalhando em conjunto com o setor de Suprimentos, foi estudado a troca de alguns EPI’s por
outros de qualidade maior, e, portanto, mais dispendiosos. Porém, esses equipamentos por
serem superiores, tem a durabilidade e resistência maior, com isso tornando-se mais baratos
que os anteriores.
A NR também exige que tenha uma lista de fornecimento de EPI’s para os
colaboradores. A empresa sempre teve a ficha anexada ao registro da contabilidade para
arquivamento posterior. Essa ficha foi de grande ajuda para o estudo de quais produtos eram
mais comprados e trocados, assim podendo ser determinado quais tinham maior durabilidade e
se valiam a pena continuar sendo adquiridos. Junto a isso, foram sendo adquiridos diferentes
tipos de luvas e protetores auriculares para o debate entre os colaboradores de quais seriam mais
produtivos, levando também em consideração a segurança, dessa maneira o rol de equipamentos
da ficha foi aumentado, assim como a produtividade da equipe.
O treinamento para o uso dos EPI’s sempre foi realizado na admissão do
funcionário e periodicamente de acordo com o programa de qualidade da empresa.

3.3.5 NR 7

A construtora sempre manteve o PCMSO ativo do escritório e das obras, além de


sempre realizar os exames admissional e demissional, de exame complementar apenas a
audiometria era realizada.
50

Com o aumento do controle dos riscos e uma grande atualização que o programa
médico da empresa sofreu em 2017, a empresa passou a ter um controle muito mais benéfico
para a saúde do trabalhador.
Além dos exames básicos e da audiometria, foram inseridos os exames específicos
de altura (exame de sangue e raio x de tórax), exames de metil para encanadores e espirometria
para pintores e azulejistas.
Com o advento do programa de qualidade, também houve um controle maior dos
exames periódicos dos colaboradores para se ter um histórico da saúde de cada um deles, além
disso, todo funcionário que foi promovido para outra função passou pelo exame de mudança de
função e exames complementares que o PCMSO exige para tal função.
Foi também controlado o colaborador que estava voltando da perícia do INSS. Para
poder voltar ao trabalho no canteiro de obras, o trabalhador, além de estar liberado pelo médico
da Previdência, precisa também passar pelo médico coordenador do programa da empresa para
avaliar a aptidão para o retorno. Apenas com esse resultado que o servidor pode retornar para a
sua atividade laboral.

3.3.6 NR 9

Quanto ao Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, a empresa sempre teve o


mesmo em dia, porém a primeira vez que o programa foi realizado após um LTCAT, foi em
2018.
Sempre foi realizado as medições dos riscos para a confecção do PPRA, conforme
pede a NR 9, assim como todo final de ciclo é realizado pela empresa parceira uma análise
global da eficácia do programa.
Agora no último ano que a empresa passou a estudar e potencializar mais o PPRA,
tentando melhorá-lo através da antecipação dos riscos com um LTCAT, assim afinando o
programa ainda mais para poder combater qualquer risco ambiental.

3.3.7 NR 10

A proteção contra os serviços de eletricidade acabou sendo um dos poucos pontos


negativos da segurança do trabalho na empresa. Durante a obra 2 e 3 existiam dois eletricistas
com o treinamento de NR 10 em dia. Entretanto, após o vencimento do treinamento, não houve
mais a liberação da diretoria para a renovação, sendo debatido até hoje em reuniões.
51

Eram dados treinamentos e avisos periódicos pela empresa para manter os


colaboradores atualizados, porém pela NR, nem o técnico de segurança, nem o engenheiro civil
são considerados profissionais aptos para o treinamento em eletricidade.
Em relação às instalações elétricas das máquinas, todas continham o aterramento
de acordo com a NR, projeto de instalações provisórias em canteiro de obra e ART do
engenheiro responsável.

3.3.8 NR 12

A NR 12 é uma das normas que mais sofre atualizações perante as outras e a


empresa sempre foi ao encontro com essas atualizações. O rol de máquinas do canteiro de obras
da empresa continha betoneiras, serra circular e elevadores de carga.
Quanto as betoneiras, todas as antigas foram recebendo atualizações, como
protetores de cremalheira, botões de desligamento automático e aterramentos específicos. A
serra circular também teve suas atualizações, porém as obras 6 e 7 já foram executadas com os
equipamentos não estando mais de acordo com a NR, porém não foi adquirida com a
justificativa de que faltava pouco tempo de serviço. Ao fim das obras, ambos os equipamentos
foram desmontados e considerados sucata, com isso já existem orçamento para a aquisição de
uma nova.
A empresa hoje contém dois elevadores, um de cabo de aço e outro do tipo
cremalheira. Ambos tiveram todas as suas atualizações exigidas pela norma, desde o
acionamento, aterramento e produção.

3.3.9 NR 15

Mesmo realizando todas as medições necessárias para a confecção do PPRA, por


muitas vezes a Construtora sofreu algumas ações trabalhistas pedindo insalubridade de alguns
riscos da obra, em sua maior parte em ruído ou poeira. Todas as medições davam abaixo dos
Limites de Tolerância exigidos pela NR 15, mas por não existir o Laudo Técnico das Condições
do Ambiente de Trabalho, documento realizado pelo Engenheiro de Segurança do Trabalho, a
empresa por muitas vezes acabava perdendo a ação.
Após algumas solicitações para a diretoria, foi realizado o LTCAT durante o ano
de 2018, nas obras 6 e 7. Com esse documento, o PPRA ficou mais completo, por já ter um
52

documento comprovando a presença ou não de riscos ambientais e a empresa fica mais segura
na área judicial por ter um documento assinado por profissional habilitado.

3.3.10 NR 35

As exigências da NR 35 acabaram seguindo as dificuldades das normas anteriores.


Com a atualização do PCMSO e do programa de qualidade, todo funcionário que fosse trabalhar
em altura passou pelo exame de altura e pelo treinamento de altura. Além disso, foi identificado
no capacete desses colaboradores quais estavam liberados para trabalhar nesse quesito, outra
exigência da Norma.
Por se tratar do acidente que mais ocorre na construção civil, o critério de uso dos
equipamentos de proteção e equipamentos complementares sempre foi bem rígido. Quando um
cinto de segurança, talabarte ou absorvedor de energia mostrasse algum pequeno defeito, já era
descartado e trocado por um novo. Outro quesito bem estudado foi a aquisição das cordas, a
empresa teve o cuidado de procurar fornecedores que tinham o selo de qualidade no material, e
principalmente, que essas cordas fossem específicas para trabalho em altura, tudo isso para
prevenir qualquer tipo de acidente e deixar o trabalhador mais seguro em seu posto de trabalho.

3.3.11 NR 18

A NR 18 trata das Condições e Meio Ambiente da Indústria da Construção Civil, é


considerada a NR mais importante dentro do canteiro de obra, sendo que exige mais que outras
Normas em alguns pontos específicos.
Essa NR é uma das mais extensas de todas e muito difícil de implementar e seguir
a risca todas as exigências, sendo de muita reclamação de várias empresas do setor,
principalmente quanto ao custo e a dificuldade.
A construtora já atendia muitos quesitos da NR 18. Já é parte do processo da
empresa sempre que iniciar uma obra o pedido de alvará de construção e ao mesmo tempo a
comunicação ao Ministério do Trabalho do início da obra e, junto com a terraplanagem e
fundação do empreendimento, já instalar todas as áreas de vivência, considerando o número de
trabalhadores que o canteiro terá no pico da obra. Dentro dessa área de vivência estão os
banheiros, com o número adequado de mictórios, vasos sanitários, chuveiros e lavatórios,
inclusive com a distância adequada para o deslocamento dos colaboradores e com limpeza
diária do setor.
53

O vestiário e refeitório já eram concebidos para adequar o máximo de trabalhadores


do canteiro. Nem sempre, devido ao tipo de obra e tamanho do terreno, o refeitório conseguia
atender todos, com isso o engenheiro e o técnico de segurança decidiram separar os
colaboradores da empresa e as empresas terceirizadas em dois horários de almoço, assim tendo
espaço suficiente e confortável para todos durante o intervalo.
Dos setores de trabalho, o setor de armação sempre esteve organizado, com o
material separado por bitolas para fácil identificação, o transporte e movimentação de pessoas
também era de fácil acesso para evitar acidentes, contudo o setor de carpintaria sofreu um
pouco. O local do setor sempre esteve de acordo com as exigências, porém ao longo dos anos,
a NR foi sofrendo atualizações, principalmente quanto a serra circular, pedindo mais proteção
em todas as partes do equipamento. Nesse sentido, a empresa acabou negando a aquisição de
uma máquina nova com todos os novos acessórios e apenas liberou que a equipe atualizasse os
equipamentos que já possuíam em depósitos. As atualizações foram feitas, as obras 6 e 7 foram
executadas com esses equipamentos desatualizados, mas ao fim delas foram desmontadas e
vendidas para empresas de sucata. Para uma futura obra, já foi liberada a compra de uma nova
serra circular com tudo que é exigido pela NR 12 e NR 18.
O almoxarifado das obras sempre teve bastante espaço e organização também, isso
deve-se ao programa de qualidade da empresa por conter um manual específico de
armazenamento e estocagem, facilitando bastante o trabalho do almoxarife. As bandejas
principais e secundárias também sempre mantiveram o padrão exigido, a construtora já tinha
todo esse material em depósito de obra anteriores, onde também eram utilizadas.
Quanto aos quesitos de acesso, a construtora no início tinha muitos problemas.
Durante a obra 1, era fácil caminhar pelo canteiro e achar diversas escadas móveis
completamente fora de adequação da NR, rampas e passarelas também era executadas fora do
que o próprio PCMAT exigia. Durante todos esses anos, de pouco em pouco foram sendo
pensadas, projetadas e executadas novas maneiras de como utilizar esses acessos, sem que se
perdessem de obra em obra. A questão das escadas móveis e fixas foram inclusas do PCMAT
e executadas com madeira de lei, desse jeito podendo ser guardadas para outras obras, já as
passarelas e rampas foram projetadas por engenheiro mecânico, sendo anexado ao PCMAT
junto com sua ART de projeto, com todas as fixações que devem ter para possuir segurança. O
único ponto que a equipe ainda corre atrás são os andaimes, principalmente as escadas de acesso
e os guarda corpos que exigem em volta da montagem. Esse é um dos pontos que estão sendo
estudados para melhorar no futuro.
54

Os quesitos anteriores eram os que a empresa manteve o padrão ou piorou durante


o período de estudo, porém a grande parte do questionário da NR 18, houve muitas melhoras.
O PCMAT da empresa teve muitas atualizações positivas durantes esses anos, foram anexados
muitos projetos de rampas, passarelas, elevadores, guarda-corpos, entre outros, era um
documento pouco usado pela equipe responsável, hoje em dia os próprios colaboradores
solicitam o programa para tirarem dúvidas quanto a execução de algum setor de segurança.
Devido a essas atualizações, os guarda-corpos foram melhorados de obra em obra,
sofrendo alterações em seus projetos ano após ano para ficar atualizado com a Norma e trazendo
mais resistência, assim como a linha de vida, onde a construtora trocou por 3 vezes todo o seu
equipamento, devido a todo ano aparecer melhores maneiras de garantir a segurança dos
trabalhadores em empreendimentos altos. Junto a isso, outro ponto muito importante que houve
melhora acentuada foi nos pontos de ancoragem, na obra 6 foram deixados por volta de 35
pontos de ancoragem na última laje, pensando na fixação do balancim para rebocar a fachada,
pintura de fachada e possível limpeza das fachadas no pós-obra.
Uma das maiores mudanças da NR 18 foi a exclusão do elevador de cabo de aço
para carregar materiais. A empresa tem hoje em seu depósito um elevador desse e um elevador
do tipo cremalheira. Ambos os elevadores passam por teste de frenagem todos os meses, tinham
contrato de manutenção com empresa especializada, passam por atualizações sempre que
necessário. A obra 6 utilizou o elevador de cabo de aço durante o período de proibição desse
equipamento, mas a máquina foi instalada e assinada antes da data limite instaurada pela NR,
com isso pode ser utilizada até o fim dos trabalhos.
Por último, devido novamente ao programa de qualidade da empresa, os
colaboradores passaram a ter treinamento periódicos da NR 18, NR 6, Instruções de trabalho e
qualidade de obra.

3.3.12 ANÁLISE GLOBAL

Segue abaixo o resumo do questionário feito com a empresa na Tabela 3. As células


amarelas significam se o item melhorou, manteve o padrão ou piorou durante o período do
estudo. Inserido dentro da célula também aparece o ano em que acontecer tal melhora ou piora
para podermos rastrear a quantidade de tempo necessária para poder mudar uma política dentro
de uma empresa privada.
55

Tabela 3 – Avaliação do Questionário de Segurança do Trabalho

QUESTIONÁRIO
ITENS
MELHOROU SE MANTEVE PIOROU
NR 1 - DISPOSIÇÕES GERAIS
1 2017
NR 4 – SESMT
2 2013
NR 5 – CIPA
3 2014
4 2014
NR 6 – EPI
5 2016
6 2016
7 2015
8 2014
NR 7 – PCMSO
9 2013
10.1 2013
10.2 2016
10.3 2016
10.4 2017
10.5 2013
11 2017
NR 9 – PPRA
12 2013
13 2013
NR 10 - SERVIÇOS EM ELETRICIDADE
14 2015
15 2013
NR 12 - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
16 2014
NR 15 – INSALUBRIDADE
17 2019
NR 35 - SERVIÇOS EM ALTURA
18 2017
19 2017
NR 18 - CONSTRUÇÃO CIVIL
20 2013
21 2016
22.1 2013
22.2 2013
22.3 2013
23 2017
24 2013
25.1 2013
25.2 2017
26.1 2016
26.2 2014
56

26.3 2014
26.4 2018
27.1 2016
27.2 2016
27.3 2017
27.4 2016
28 2013
29 2014
30 2013
31 2014

Para poder facilitar a visualização, segue abaixo a Tabela 4, com um resumo por
ano da avaliação da empresa.

Tabela 4 – Rastreamento das Avaliações por Ano


RASTREAMENTO POR ANO
MELHOROU SE MANTEVE PIOROU
2013 - 14 1
2014 6 2 -
2015 1 - 1
2016 9 - -
2017 7 - 1
2018 1 - -
2019 1 - -
TOTAL 25 16 3

A partir das Tabelas 3 e 4, podemos começar nossa análise global.


Para início de análise, começaremos pelos itens que foram mantidos de acordo com
as Normas Regulamentadoras durante todos esses anos.
Durante o ano de 2013, início da formação da equipe e do começo da mudança de
política da SST, vimos que não tivemos melhoras e tivemos um item, os andaimes de obra, que
passaram a não atender as solicitações da NR 18 e, infelizmente, não houve mudança até então.
Porém, para iniciar essa nova cultura, foi preciso manter a base que já existia, que
nesse caso seriam os programas básicos de segurança (PPRA e PCMSO), a continuação dos
exames que já eram realizados para admissão e demissão, aproveitar tudo de área de vivência
que mostrasse valor, continuar a manutenção dos equipamentos (escadas, bandejas e betoneiras)
que estavam atendendo tudo que fosse solicitado e reforçar para o escritório os processos de
documentações que estavam corretos para continuar da mesma maneira. Portanto, ao final de
2013, foi considerado um bom início para a equipe.
57

Em 2014, com o advento do PBQP-H na construtora e o início de auditoria externas,


começou a ajudar na criação de processos importantes que seguiriam para as obras futuras. Foi
começado um controle maior sobre treinamento específicos de Equipamentos de proteção
individual, admissionais e periódicos, registrando todos numa ficha pessoal por funcionário.
Em relação as obras, devido ao início de um empreendimento com 8 pavimentos, foi investida
em uma linha de vida nova com atualizações, o reuso das bandejas que a empresa já tinha
guardada em depósito e a aquisição de maquinários novos para substituir os que não estavam
mais adequados na NR 12. Além disso, devido ao Programa de Qualidade, toda a sinalização
de obra foi revitalizada e exigida durante o ano, isso serviu para facilitar o guarda de materiais,
controle de estoque, saídas de emergência e visualização das áreas de vivência.
Por último, o grande destaque do ano foi a implementação da CIPA. Pela regra da
NR 5, a empresa já deveria ter CIPA desde o início de 2013, mas sempre sofreu com as
negativas da diretoria. Após uma visita do Ministério Público na obra e a exigência vir por
escrito, acabou formando a comissão eleitoral, em seguida a eleição e a formação da CIPA da
empresa. A Comissão foi mantida por 2 anos, após isso foi destituída pela queda de funcionários
no período, mas infelizmente a CIPA teve poucos impactos positivos, sendo mais visada pela
questão da estabilidade do funcionário.
Depois de um ano com muitas mudanças significativas na qual a empresa nunca
tinha passado, em 2015 houve uma travada nos avanços. Porém, foi feito uma atualização geral
na lista de EPI’s da empresa e da ficha entregue para os funcionários. Em relatório do setor de
suprimentos, foi visto que estava se gastando muito com equipamentos individuais, com isso
foi-se até o canteiro de obras entender esse motivo e acabaram entendendo que deveriam
melhorar o nível das proteções para maior durabilidade e, portanto, conseguiram economizar
recursos e utilizar materiais melhores, o impacto financeiro será mostrado mais adiante.
Os anos de 2016 e 2017 que tornaram a segurança um dos carros-chefe da empresa.
Foram atualizados todos os exames periódicos e complementares de todos os funcionários da
época, todos os treinamentos periódicos e específicos também foram feitos, além do PCMAT
que foi completamente revisto, sendo reprojetado vários tipos de proteções, como o guarda
corpo e as passarelas. Ao final do ano de 2017, durante auditoria externa, a segurança do
trabalho foi citada como o melhor setor da empresa.
Nos anos de 2018 e 2019, foram realizados dois projetos que estavam em pauta há
anos para o setor de SST. Depois de 5 obras realizadas, a obra 6 foi a primeira com programação
de colocação de pontos de ancoragem na laje, para assim poder trabalhar com mais segurança
nas fachadas durante o restante do período da obra. E, por último, em março de 2019, foi
58

autorizado pela diretoria o LTCAT, assim deixando todos os programas que uma empresa pode
ter em relação a segurança e medicina do trabalho em dia.

3.3.13 ANÁLISE FINANCEIRA

Para serem realizadas todas essas mudanças dentro da construtora, além de mostrar
que a produção e a qualidade do serviço e da segurança aumentaram, o aspecto financeiro é o
que vai ser o fator determinante para o empresário.
Com isso, essa análise financeira será realizada da seguinte maneira, primeiramente
vamos levantar qual foi o investimento feito em novos equipamentos para ficarem de acordo
com as Normas. Em seguida, será feito o estudo de qual foi a economia com os equipamentos
de proteção individual quando foi realizada a troca para produtos de melhor qualidade e
durabilidade. Por último, vamos calcular quanto a empresa gastou com o imposto SAT e o
multiplicador FAP, desde o ano de 2013 até o valor futuro de 2020.
No fim, vamos juntar todos esses cálculos e analisar o impacto que essa mudança
de política realizou.
Abaixo segue a tabela 5 com o investimento feito pela empresa durante o período
de estudo:

Tabela 5 - Investimentos
INVESTIMENTOS
Serviços Valor Total

PPRA, PCMSO, PCMAT, Exames (admissionais,


demissionais, periódicos, complementares), R$113.592,86
Treinamentos, Impostos

Manutenção Elevadores R$ 58.912,00

R$ 172.504,86

Podemos ver que a empresa teve uma média de R$24.643,55 de investimento por
ano, um valor bastante considerável.
59

Para poder convencer a diretoria de que tal investimento valesse a pena, foi
realizada uma revolução na compra dos equipamentos de proteção individual da construtora.
Nas tabelas 6 e 7 podemos ver que comprando produtos com mais qualidade, a economia foi
imensa apenas devido a grande durabilidade desses produtos.

Tabela 6 – Comparativo entre a troca de botinas na empresa

Botina Antiga Botina Nova

Quantidade Comprada/mês 60 10

Meses de compra 46 46

Itens a serem comprados 2760 460

Valor Item R$ 22,50 R$ 35,00


Total R$ 62.100,00 R$ 16.100,00
Economia R$ 46.000,00

Depois de meses sendo comprado um número alto de botinas, foi visto pelo setor
de suprimentos e engenharia que analisaram que o problema não era o mau uso, mas a qualidade
do produto. Foi trocado a botina antiga por uma nova R$12,50 mais cara, mas comprada 6 vezes
menos por mês. Calculando o impacto desta troca do mês que foi trocado até o ano atual, temos
uma economia de R$46.000,00.

Tabela 7 – Comparativo das Luvas de Segurança

Luvas
Luva Pigmentada Pigmentada Epitec Nitrilo
Quantidade
450 48 12 12
Comprada/mês

Meses de compra 46 46 46 46

Itens a serem
20700 2208 552 552
comprados
Valor Item R$ 2,00 R$ 2,00 R$ 4,98 R$ 5,34
Total R$ 41.400,00 R$ 10.112,64
Economia R$ 31.287,36

Antes da mudança, o único tipo de luva de segurança que era adquirida era a de
pano pigmentada, sendo que ela não é indicada para inúmeros serviços no canteiro, porém é a
60

de melhor custo. Após reuniões com alguns encarregados da obra, foram testados alguns tipos
diferentes de luva e viu-se que a quantidade de trocas de luva diminuiu exponencialmente e a
produção de muitos serviços aumentou.
Com isso, a adição de dois tipos de luvas mais caras, porém específicas para alguns
serviços, gerou um impacto financeiro enorme. Fazendo a mesma conta que foi feita
anteriormente, já temos mais uma economia de R$31.287,36.
Por último, foi realizado um levantamento do pagamento do SAT e FAP da empresa
desde 2015. Como as mudanças na empresa começaram em 2013, apenas no FAP/2015 que
começariam a colher os dados do primeiro ano de mudança. Segue tabela 8:

Tabela 8 – Estudo de SAT e FAP da empresa


Folha Anual Imposto SAT FAP Valor Corrigido Prejuízo / Economia
2015 R$ 3.155.410,36 R$ 94.662,31 1,0484 R$ 99.243,97 -R$ 4.581,66
2016 R$ 2.162.992,80 R$ 64.889,78 1,0986 R$ 71.287,92 -R$ 6.398,13
2017 R$ 1.584.862,15 R$ 47.545,86 1,3520 R$ 64.282,01 -R$ 16.736,14
2018 R$ 2.380.726,61 R$ 71.421,80 1,2511 R$ 89.355,81 -R$ 17.934,01
2019 R$ 2.245.776,78 R$ 67.373,30 0,5000 R$ 33.686,65 R$ 33.686,65
2020 R$ 2.215.000,00 R$ 66.450,00 0,5000 R$ 33.225,00 R$ 33.225,00
2021 R$ 3.789.540,00 R$ 113.686,20 0,5000 R$ 56.843,10 R$ 56.843,10

Antes da entrada da nova equipe, houve 3 acidentes de trabalho e 1 doença do


trabalho que acabaram prejudicando bastante a empresa em relação ao FAP. Houve apenas um
acidente do trabalho no período de estudo, no ano de 2016.
A partir de 2019, a mesa vira completamente para a empresa, sendo que houve uma
economiza de mais de 33 mil reais.
Levando em conta os próximos empreendimentos a serem lançados, como o padrão
das obras são os mesmos, foi possível realizar uma conta futura para o ano de 2020 e 2021.
Após todos esses levantamentos, segue abaixo a tabela 9 com um resumo geral de
todos esses valores:
61

Tabela 9 – Análise Global


ANÁLISE GLOBAL
INVESTIMENTOS 2013 A 2019 -R$ 172.504,86
INVESTIMENTOS 2020/2021 -R$ 49.287,10
ECONOMIA BOTINAS R$ 78.400,00
ECONOMIA LUVAS R$ 47.611,20
ECONOMIA FAP R$ 78.104,81
TOTAL -R$ 17.675,95

Mantendo a média de gasto anual com os investimentos em segurança do trabalho,


continuando com empenho para achar produtos melhores, de qualidade e durabilidade para
poder economizar a longo prazo e mantendo uma boa equipe de trabalho para poder se
aproveitar do multiplicador FAP, podemos ver que com mais um ano, em 2022, a Construtora
entraria no azul em Segurança de Trabalho, tendo todo o investimento iniciado em 2013, sendo
pago e retornado em 2022, demonstrando que a longo prazo a segurança do trabalho realmente
pode ser uma ótima saída para grandes empresas.
62

4 CONCLUSÃO

O intuito da pesquisa era avaliar e verificar as mudanças de política de Saúde e


Segurança de Trabalho aplicados dentro de uma construtora da Grande Florianópolis. Com o
auxílio de um questionário elaborado para verificar itens de inúmeras Normas
Regulamentadoras, no qual a ideia era retratar as maiores dificuldades que se pode ter para
mudar o patamar de uma empresa em relação a SST.
Compreende-se com esta pesquisa sobre a aplicação das Normas que realmente é
necessário fazer um grande investimento nos primeiros anos de mudança de cultura, sendo
relacionados tanto para recursos humanos, como exames e treinamentos, como para recursos
físicos, como maquinário e sistemas de segurança.
De acordo com os relatos dos entrevistados, a pesquisa chega a algumas conclusões
para explicar o objetivo principal do trabalho. A principal dificuldade relatada pelos
entrevistados foram as imposições feitas pela diretoria da empresa devido ao alto custo de
implantação de várias exigências das Norma, como a grande quantidade de exames,
treinamentos que precisam ser feitos, além da troca de betoneiras e elevadores de transporte
que necessitaram ser atualizados.
Outro ponto citado pelos entrevistados foi a dificuldade de se inserir essa alta
quantidade de mudanças durante a execução das obras, tentando não prejudicar os cronogramas
das obras, porém foi visto que depois de implantado o novo sistema, ficou muito mais fácil o
planejamento de todas essas atividades.
O principal fator de dificuldade foi demonstrar para a diretoria que a longo prazo
esse alto investimento se tornaria lucrativo. Nos primeiros 5 anos, além dos altos investimentos
em SST, a empresa tinha que aceitar o FAP alto e trabalhar com esses valores no vermelho
pensando no retorno futuro.
Após o primeiro FAP positivo em 2018, foi visto que além dos investimentos terem
diminuído, devido a empresa estar sempre atualizada, a empresa começou a ter uma produção
acima do que tinha nas primeiras obras em que se começou o período de estudo, incluindo
entregar as obras antes do prazo combinado com os clientes. Nas entrevistas foi visto que além
de ter deixado os colaboradores seguros, conseguiu-se aumentar a produção deles com o
advento dos treinamentos.
Por fim, colocando tudo no papel e fazendo um estudo virtual com a prospecção de
obras da empresa, foi visto que com 10 anos de investimentos a longo prazo, a Segurança do
63

Trabalho de uma empresa pode não apenas pagar o próprio investimento feito nela, mas sim
criar lucro em relação a economia em pagamento de impostos.
Ao fim desta pesquisa, verificou-se que os objetivos específicos foram alcançados,
onde foram encontradas respostas para as principais dificuldades da mudança de cultura dentro
de uma empresa em relação a SST. O questionário foi de suma importância para o balizamento
dos resultados obtidos.
O tema da pesquisa se faz importante para a carreira de um Engenheiro de
Segurança do Trabalho, devido a ser um ótimo apelo para a diretoria de qualquer empresa
demonstrar que vale a pena investir nesse setor. Além disso, assegurar que o trabalhador não
corra riscos de acidentes em sua atividade laboral, sejam eles danos físicos ou psicológicos,
pode contribuir para o aumento de produção.
64

REFERÊNCIAS

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Controle de Saúde Ocupacional. Disponível em <https://areasst.com/pcmso-nr-7/> Acesso
em 23 de setembro, 2019.

ÁREA SST - SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO. NR 12 - Segurança no Trabalho


em Máquinas e Equipamentos. Disponível em <https://areasst.com/nr-12-seguranca-no-
trabalho-em-maquinas-e-equipamentos/> Acesso em 24 de setembro, 2019.

ÁREA SST - SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO. NR 15 - Adicional de


Insalubridade. Disponível em <https://areasst.com/nr-15-insalubridade> Acesso em 24 de
setembro, 2019.

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BÖCK, Mirian Hummes. TRABALHO EM ALTURA: Procedimentos de Montagem e


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68

APÊNDICES
69

APÊNDICE A – Questionário de Segurança do Trabalho

UNIVERSIDADE
DO SUL DE
SANTA
CATARINA
CURSO:
ENGENHARIA DE
SEGURANÇA DO
TRABALHO
PESQUISADOR:
PEDRO
LEHMKUHL
DAMIANI

As informações nesse questionário serão utilizadas apenas para caráter de pesquisa neste
trabalho, assim como a identidade da empresa será perservada

Entevistados: Engenheiro Civil (5 anos e 11 meses de empresa), Técnico de Segurança (6 anos e


2 meses de empresa) e RH (3 anos e 1 mês de empresa)
NÃO
QUESTIONÁRIO SEGURANÇA DO MELHOR SE PIOR SE JUSTIFICATIV
TRABALHO OU MANTEVE OU APLI A
CA
NR 1 - DISPOSIÇÕES GERAIS
Tec Seg:
nenhum
funcionário
contratado
pela empresa
iniciava os
serviços sem
ler a OS
anteriorment
e.
Eng Civil: A
A empresa elabora Ordens de Serviço
partir da Obra
1 sobre segurança e saúde no trabalho, x
5, as OS
dando ciência aos empregados?
foram
atualizadas
juntando as
informações
de risco do
PPRA e as
atividades da
função com
as Instruções
do Programa
de Qualidade
NR 4 - SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICINA DO
TRABALHO (SESMT)
70

RH: A
empresa tem
Grau de Risco
3 de acordo
com a NR 4, a
empresa
sempre teve
1 técnico de
segurança
A empresa segue as condições de durante o
2 x
dimensionamento da NR? período que
foi necessário
e manteve o
mesmo
inclusive
quando
baixou o
número
exigido pela
norma.
NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA)
Tec Seg: a
empresa teve
CIPA durante
o período de
maio/2014 a
maio/2016,
em seguida
3 A empresa contém CIPA? x
foi destituída
pela
diminuição de
colaboradore
s nos
estabelecime
ntos
Eng Civil: as
duas
comissões
que foram
eleitas não
chegaram a
desempenhar
Se SIM, a Comissão teve o
4 x tudo que a
funcionamento de acordo com a NR?
NR 5 exige,
mas
trouxeram
boas
constribuiçõe
s durante o
período
NR 6 - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)
71

RH: Houve
um aumento
na vistoria
dos CA dos
EPI's por
parte dos
colaboradore
5 Os EPI's tinham seu CA verificado? x
s, inclusive
desde o setor
de
suprimentos,
já solicitando
o CA antes da
aquisição
Tec Seg: Ao
longo das
obras, foram
sendo feitas
algumas
mudanças
nos EPI's que
eram
adquiridos,
pensando na
qualidade e
no impacto
financeiro.
Por exemplo,
a botina
utilizada
6 São adquiridos EPI's de qualidade? x anteriorment
e custava
R$25,00 mas
precisava ser
trocado todos
os meses, foi
solicitado ao
fornecedor
um
equipamento
de melhor
qualidade
com o custo
de R$35,00 e
durava 3
meses para a
troca.
72

Eng Civil: a
ficha de EPI
era aberta a
partir do
primeiro dia
de trabalho
do
funcionário
com a
entrega do
uniforme e
era entregue
ao RH no
escritório na
rescisão do
colaborador.
Com essa
ficha que a
empresa
conseguiu
determinar
quais EPI's
eram mais
solicitados e
aonde
Existe uma Ficha de EPI's por
7 x poderíamos
funcionário?
melhor a
qualidade e
baixar o
custo. Na
obra 5, depois
de uma
reunião com
os
colaboradore
s, começamos
a adquirir
luvas de PU
para os
instaladores e
carpinteiros,
essa mudança
teve impactos
positivos na
questão
financeiro por
durarem mais
tempo e na
execução por
conseguir
trabalhar com
73

mais
segurança.

RH: Faz parte


do
treinamento
É realizado treinamento para o uso de integração
8 x
corretos dos EPI's? e do
programa de
qualidade da
empresa.
NR 7 - PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL (PCMSO)
Tec Seg: sim,
a empresa
9 A empresa contém PCMSO? x sempre teve
o PCMSO em
dia.
Quanto ao desenvolvimento do
10
PCMSO:
Eng Civil: para
o colaborador
iniciar o
serviço na
obra, o
mesmo
precisa
10. É realizado o exame admissional de
x entregar o
1 acordo com o exigido na NR?
exame
admissional,
treinamento
admissional e
todos os
documentos
necessários
74

para a
contabilidade
poder
registrá-lo.

RH: Há maior
controle por
10. É feito o exame periódico de acordo
x parte do
2 com o que a NR pede?
técnico de
SST.
RH: sim, o
colaborador
mesmo com a
liberação do
INSS só pode
voltar à sua
O exame de Retorno ao Trabalho é atividade
10.
executado quando o colaborador x depois de um
3
retorna da perícia? exame de
Retorno ao
Trabalho com
o médico
coordenador
do PCMSO da
empresa.
RH: sim, o
engenheiro
da obra passa
o novo cargo
para o RH
Quando há promoção de função, é
10. para assim
realizado o exame de Mudança de x
4 poder ser
Função?
feitos os
novos exames
de acordo
com o
PCMSO.
RH: sim, faz
parte do
10. processo de
É realizado o exame demissional? x
5 demissão
exigido pela
contabilidade
75

Tec Seg: em
2017 houve
uma grande
atualização
no PCMSO da
empresa,
onde foi
exigido pelo
setor de SST
alguns
exames
complementa
res
São realizados exames importantes,
11 complementares? (Trabalho em x como o de
Altura, Produtos Químicos) altura,
espirometria
e metil. A
partir dessa
atualização,
os
funcionários
que
necessitavam
ter esses
exames,
fizeram junto
com o
periódico.
NR 9 - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS
Tec Seg: sim,
sempre
tivemos o
12 A empresa contém PPRA? x
PPRA de cada
estabelecime
nto.
Eng Civil: a
análise global
é realizada
pela empresa
É realizado a análise global parceira que
13 anualmente do PPRA para avaliar a x faz os
eficácia do mesmo? programas,
poderia haver
melhorias
nesse
aspecto.
NR 10 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE
76

Tec Seg: nas


obras 1 e 2,
os eletricistas
tinham o
treinamento
da NR 10,
Os eletricistas contêm treinamento
14 x após isso o
em NR 10?
treinamento
anual nunca
mais foi
renovado por
cortes de
custos.
Eng Civil:
todas nossas
máquinas
As máquinas contêm aterramento
15 x elétricas
como prevê a NR?
contêm
aterramento
previsto.
NR 12 - SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
Tec Seg: todo
nosso
máquinário
(elevadores,
serras e
betoneiras)
foram
atualizados
perante as
atualizações
da NR 12.
Eng Civil:
além das
atualizações,
As máquinas da empresa estão todas
a empresa
16 de acordo com as exigências da NR x
inclusive
12?
adquiriu
equipamento
s novos para
se adequar.
Trocamos o
elevador de
cabo de aço
pelo
cremalheira,
adquirimos
betoneiras
que já vinham
com todas as
proteções de
77

fábrica e para
uma obra
futura já
temos o
orçamento
para a
compra de
uma serra
circular.

NR 15 - ATIVIDADE E OPERAÇÕES INSALUBRES


RH: A
empresa
realizou seu
primeiro
LTCAT por
17 A empresa tem LTCAT? x
solicitação do
departament
o de SST
durante as
obras 5 e 6
NR 35 - TRABALHO EM ALTURA
Tec Seg: foi
necessário
algum tempo
de
negociação,
mas quando
tivemos a
atualização
É realizado treinamento para do PCMSO,
18 x
trabalho em altura? incluímos a
obrigação do
treinamento
de altura para
os
colaboradore
s que
necessitasse
m.
78

Eng Civil:
seguindo o
exame e o
treinamento,
foram
substituídos
sempre que
necessário os
cintos,
talabartes e
absorvedores.
Assim como
Os equipamentos (EPI's e cordas)
as cordas,
19 utilizados são adequados para o x
sempre teve
trabalho em altura?
um cuidado
de todos da
obra para
após o uso,
guardá-las da
forma correta
para a mesma
manter a
resistência e
durabilidade
por mais
tempo.
NR 18 - CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL
Eng Civil: a
Construtora
tem um
processo de
documentos
iniciais de
obra que
envolve as
aprovações
É realizado a comunicação de início de projeto,
20 x
de obra? alvará de
construção,
ART's dos
responsáveis,
comunicação
de início de
obra e
viabilidades
de água e
energia.
Tec Seg: sim,
o PCMAT
21 A empresa tem o PCMAT? x
também é
realizado com
79

empresa
parceira com
supervisão do
setor de SST.
22 Sobre as áreas de vivência:
Tec Seg:
todas as
obras da
empresa
contêm
lavatórios,
vasos e
mictórios
22. As instalações sanitárias estão de necessários
x
1 acordo com a NR? por NR.
Também
sempre
designamos
um
colaborador
para manter a
limpeza diária
do setor.
Tec Seg: além
do espaço
para os
colaboradore
22. O vestiário respeita as exigências da s da empresa,
x
2 NR? sempre
prevemos
espaços para
os
terceirizados.
Eng Civil: Por
trabalhamos
com mão de
obra própria
e com
terceirizados,
por vezes
tivemos
22. problemas
O refeitório está conforme a NR? x
3 com o
tamanho do
refeitório
dentro do
canteiro de
obra. Com
isso fizemos o
refeitório
com o
80

máximo de
mesas
possíveis para
o espaço,
todas
revestidas
com plástico
filme para
fácil limpeza,
e tínhamos 2
horários de
almoço para
os
colaboradore
s. Dessa
maneira
conseguíamos
ter um bom
espaço para
todos.
Eng Civil: o
setor de
carpintaria foi
o único no
qual tivemos
que atualizar
a serra
circular até
onde
podíamos e
deixamos
apenas 2
colaboradore
s a cargo das
fôrmas. Não
O setor de carpintaria está de acordo
23 x obtivemos a
com a NR?
liberação da
empresa para
o
fornecimento
de uma
máquina
atualizada
com todas as
novas
especificaçõe
s. Para o
próximo
empreendime
nto, já temos
o orçamento
81

para a
aquisição.

Tec Seg:
quanto ao
setor de
O setor de armação está de acordo armação,
24 x
com a NR? sempre foi
mantido de
acordo com a
NR.
25 Sobre escadas, rampas e passarelas:
Tec Seg: as
escadas fixas
sempre
seguiram a
NR, já as
escada
móveis
tivemos
alguns
problemas
nas primeiras
obras devido
a grande
25. As escadas (fixas e móveis) são
x quantidade
1 confeccionadas conforme o exigido?
de
colaboradore
s e difícil
conferência.
Mas nas
últimas obras
produzimos
um grande
número de
escadas com
as
especificaçõe
s corretas.
82

Eng Civil: Na
obra 1
quando
começamos a
nova cultura
de segurança,
todas as
passarelas e
rampas eram
25. As rampas e passarelas são completamen
x
2 executadas conforme pede a NR? te fora da NR.
A partir disso
fizemos um
projeto e
anexamos no
PCMAT com
as passarelas
e rampas
padrão da
empresa.
26 Sobre o risco de queda:
Tec Seg: os
guarda
corpos têm
sido um
debate
grande entre
empresa e
fiscalização.
Após algumas
fiscalização
do MTE em
nossas obras,
chegamos a
um
26. Os guarda corpos estão de acordo
x denominador
1 com a NR?
comum da
forma de
fixação e
anexamos o
projeto no
PCMAT. A NR
acaba
deixando
alguns furos
nesse quesito
e não existe
uma única
forma para
todas as
83

empresas
executarem.

Tec Seg: a
empresa já
continha as
26.
x bandejas de
2
As bandejas (primárias e obra
secundárias) estão de acordo com a anteriores
NR? para uso.
Tec Seg:
investimos
bastante em
nosso sistema
de linha de
vida. Nas
obras 1, 2, 3,
4 e 5 por
serem
prédios mais
baixos
usamos o
26. A linha de vida é executada como o
x mesmo
3 exigido?
sistema
adquiridos na
obra 1. Já na
obra 6,
utilizamos
outro sistema
por se tratar
de uma obra
mais
complexa e
com 17
pavimentos.
84

Eng Civil: nas


primeiras
obra não
foram
deixados
pontos de
ancoragem
por falta de
conheciment
o da empresa.
Na obra 5 e 6
deixamos
26.
São deixados pontos de ancoragem? x pontos de
4
ancoragens
espalhados
por toda a
laje debaixo
do telhado.
Com isso o
condomínio
terá já pontos
para poder
realizar
manutenções
futuras.
27 Sobre elevadores de obra:
Eng Civil: a
empresa tem
o elevador de
cabo de aço e
o
cremalheira.
Aposentamos
o elevador de
cabo de aço
na obra 5,
27+ devido a
O equipamento segue a NR 18? x
1 proibição de
uso do
mesmo e o
cremalheira
está de
acordo com a
NR, sempre
sendo
atualizado a
cada nova
solicitação.
85

Tec Seg:
sempre
realizamos os
testes de
frenagem
27. O equipamento passa por pelo o que a
x
2 manutenções preventivas? NR solicita e
outro
qualquer
teste que se
faça
necessário.
RH: Sim,
foram
realizados
27. O operador tem o treinamento e
x treinamentos
3 função adequada?
e promoção
para nova
função.
Tec Seg: sim,
além de
27. sinalizada
A área de operação é sinalizada? x
4 também é
isolada para
passagem.
Tec Seg:
nossos
andaimes
estão de
acordo
quanto à
altura,
resistência
dos materiais.
Porém
estamos
estudando a
Os andaimes estão conforme exige a
28 x aquisição de
NR?
andaimes
com um
sistema novo
de acesso por
escada e
guarda corpo
já embutidos,
pois essa
parte da NR
ainda não
estamos
atendendo.
86

RH: Iniciam as
atividades
somente após
o
treinamento
Os colaboradores da empresa
admissional e
29 passam por treinamento admissional x
passam por
e periódico?
periódicos de
acordo com
nosso
programa de
qualidade.
Eng Civil: o
almoxarife
tem o
documento
de estocagem
do programa
de qualidade
da empresa.
Além disso
O armazenamento de materiais e o
sempre
30 almoxarifado estão de acordo com a x
separamos
NR?
um bom
espaço para a
guarda de
materiais e
equipamento
s para termos
um bom
controle de
estoque.
Tec Seg:
todas as
nossas obras
são bem
sinalizadas
quanto a
prevenção de
incêndio,
rotas de
A sinalização da obra está adequada emergência,
31 x
conforme pede a NR? identificação
de setores,
identificação
de
pavimentos,
baias de
materiais a
granel e
palletizado,
além das
87

placas de
financimento
de obra e de
responsáveis
técnicos.

ACIDENTES DE TRABALHO
Téc Seg: Um pouco antes da entrada desse equipe,
houve 2 acidentes de trabalho. O primeiro já estava
na perícia e o segundo um painel de viga caiu sobre
o braço direito. Durante o período da equipe atual
A empresa teve acidentes de trabalhando, houve um acidente no início de 2014,
32 trabalho durante o período de onde um rompedor de 12kg caiu em cima do obra
estudo? do colaborador que estava utilizando, todos esses
na obra 1. Em 08/2014, o funcionário quebou o
dedo polegar da mão esquerda com uma martelada
no dedo, na obra 3. Por último, em 2015, houve um
acidente de trajeto para a obra 7.

– Títu

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