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CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO SALESIANO AUXILIUM

PÓS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

RELATÓRIO TÉCNICO: ANÁLISE DE UM PROGRAMA


DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS (PPRA) DE
UMA EMPRESA DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Giovana Garcia Riquetti¹ - UNISALESIANO

Araçatuba – SP
2021
¹ Graduada em Engenharia Civil pela UniToledo e Pós Graduanda em Engenharia de Segurança do
Trabalho pelo Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium (2021)
GIOVANA GARICA RIQUETTI

RELATÓRIO TÉCNICO: ANÁLISE DE UM PROGRAMA DE


PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS (PPRA) DE UMA
EMPRESA DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Relatório Técnico apresentado para Conclusão do


Curso de Pós Graduação em Engenharia de
Segurança do Trabalho no Centro Universitário
Católico Salesiano Auxilium de Araçatuba/SP, para
obtenção do Título de Engenheira de Segurança do
Trabalho.

Orientador: Prof.º Rubens Guilhemat

Araçatuba – SP
2021
Dedico este trabalho a meus pais, que acreditaram
em mim desde o meu primeiro dia de aula, que
vivenciaram todas as minhas lutas até o presente
momento, são meus maiores exemplos, de grandeza,
humildade e coragem.
AGRADECIMENTOS

Meus agradecimentos vão especialmente para minha família; meus pais, que
acreditaram e lutaram pelos meus sonhos e objetivos, que me ampararam nos momentos
mais difíceis durante todo meu processo educacional; a minhas tias e tios que sempre se
orgulharam da pessoa e profissional que estou me tornando.
Agradeço imensamente aos amigos que pude fazer durante todo esse tempo,
pessoas que me ajudaram nos estudos, e estão comigo até o presente momento.
Gratidão a todos os professores que passaram pelo meu processo, que despuseram
seu tempo para me ajudar nos momentos de dúvidas, incluso de todo o conhecimento que
me passaram. Em especial a uma professora da Graduação, que tive a honra de formar
um vinculo de amizade, que acreditou em meu potencial como aluna e pessoa.
E por fim, agradeço a minhas amigas de infância, que mesmo de longe, sempre
acreditaram em mim, e mantiveram todo sentimento que boas e velhas amigas possuem.

Obrigada família e amigos, sem vocês, eu não seria nada.


RESUMO

O presente trabalho visa analisar e avaliar a aplicação de um PPRA em uma empresa que
presta serviços de construção civil, possui o intuito de levantar as conformidades ou não
conformidades de acordo com cada item presente na NR 9 – Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais, levantando informações que visam a preservação da saúde e da
integridade do trabalhador, uma vez que, apesar de todas as garantias entregues pelos
empregadores, ainda sim acontecem milhares de acidentes de trabalho em todo e qualquer
tipo de empresa, por isso a necessidade da aplicação de ações corretivas e preventivas,
ligadas diretamente a aplicação do PPRA. Foram identificados neste documento a
necessidade de uma melhor disposição.

Palavras-chaves: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais; Segurança e


Saúde do Trabalho; Construção Civil.
ABSTRACT

This work aims to analyze and evaluate the application of a PPRE in a company that
provides civil construction services, it aims to raise the compliance or non-compliance
according to each item present in NR 9 - Environmental Risk Prevention Program, raising
information aimed at preserving the health and integrity of the worker, since, despite all
the guarantees provided by employers, thousands of work accidents still happen in any
type of company, hence the need to apply actions corrective and preventive, directly
linked to the application of the PPRE. The need for better provision has been identified
in this document.

Keywords: Environmental Risk Prevention Program; Occupational Health and


Safety; Construction.
“O trabalho enobrece o homem e o faz
merecedor da sua própria dignidade.”
(Maximiliano Wouters).
LISTA DE ABREVIAÇÕES
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

ACGIH – American Conference of Governmental Industrial Higyenists

DOU – Diário Oficial da União

CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas

CNAE – Classificação Nacional de Atividades Econômicas

CNPJ – Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica

EPI – Equipamento de Proteção Individual

GHE – Grupo Homogêneo de Exposições

LT – Limite de Tolerância

MTE – Ministério do Trabalho e Emprego

NR – Normas Regulamentadoras

OIT – Organização Internacional do Trabalho

PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

SEPRT – Secretaria Especial de Previdência e Trabalho

SESMT – Serviços Especializados em Engenharia e Medicina do Trabalho


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................ 11

2. CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA ...................................................... 12

2.1 História e evolução da Segurança e Saúde do Trabalho ........................... 12

2.2 Principais Legislações no Brasil ........................................................... 13

2.2.1 NR 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em


Medicina do Trabalho (SESMT) ............................................................................ 13

2.2.2 NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) .......... 14

2.2.3 NR 6 – Equipamento de Proteção Individual (EPI)........................... 14

2.3 Ações Corretivas e Ações Preventivas ................................................. 14

2.4 Programas de Prevenção ....................................................................... 14

2.4.1 PCMSO .............................................................................................. 15

2.4.2 PPRA ................................................................................................. 15

2.5 Acidentes do Trabalho .......................................................................... 17

2.5.1 Conceitos e Causas ............................................................................ 17

2.5.2 Impactos ............................................................................................. 19

3. OBJETIVOS DESTE TRABALHO ......................................................... 20

4. DESENVOLVIMENTO ........................................................................... 20

4.1 História do PPRA analisado ................................................................. 20

4.2 Análise do PPRA em Função da NR 9 ................................................. 21

4.2.1 Páginas 5 a 6: ..................................................................................... 21

4.2.2 Páginas 7 a 9: ..................................................................................... 21

4.2.3 Páginas 10 a 15: ................................................................................. 22

4.2.4 Páginas 16 a 23 .................................................................................. 23

4.2.5 Páginas 24 a 33 .................................................................................. 24

4.2.6 Páginas 34 a 39 .................................................................................. 24

4.2.7 Páginas 40 a 46 .................................................................................. 25


4.2.8 Páginas 47 a 51 .................................................................................. 25

4.2.9 Páginas 52 a 54 .................................................................................. 26

4.2.10 Páginas 55 a 58 ................................................................................ 26

4.2.11 Pagina 59 ......................................................................................... 26

5. CONCLUSÃO .......................................................................................... 26

5.1 Conclusão do PPRA Analisado ............................................................ 26

5.2 Conclusão Geral do Trabalho ............................................................... 27

6. REFERÊNCIAS ....................................................................................... 27
1. INTRODUÇÃO

A Revolução Industrial nos permitiu o nascimento de fábricas e indústrias, e


conforme o constante crescimento empregatício, foi crescendo também o número de
acidentes; apesar da criação da CLT em 1943, em 1970 foi um marco para o Brasil na
questão de acidente de trabalho, conforme Bitencourt (1998) tornou-se necessário algo
que viesse a proteger o trabalho humano, surgiu então, o conceito de segurança, ou seja,
foi criado as Normas Regulamentadoras em 1978, para que pudesse garantir cada vez
mais a segurança do trabalhador.
No cenário atual, os aspectos relacionados à saúde e segurança ocupacional
estão cada vez mais ocupando espaço relevante nos meios corporativos,
acadêmicos e sociais. Ocorre que apesar das evoluções percebidas nos últimos
anos, a sociedade brasileira ainda convive com altos índices de acidentes de
trabalho. (OLIVEIRA, 2014)
Apesar da constante evolução em que vivemos, e dos esforços que nos
despusemos para evitar os acidentes de trabalho, eles ainda continuam acontecendo e em
grande escala, por esta razão, afim de garantir ao trabalhador saúde e integridade física, a
aplicação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais é imprescindível, o PPRA é
um documento que visa garantir exatamente isso, prevenindo que acidentes de trabalho
aconteçam, podendo comprometer a saúde e vida do trabalhador.
Conforme Silva (2012) o PPRA é uma análise específica do ambiente de trabalho
anual; a aplicação do PPRA fornece medidas de prevenção estabelecidas na NR 9, onde
houver exposições ocupacionais no ambiente de trabalho, como agentes físicos, químicos
e biológicos.
No Brasil o setor de construção civil vem sendo um dos principais como fonte de
economia no país, além do seu constante crescimento e evolução, o índice de acidentes
ainda são altos, por isso, a necessidade do reconhecimento dos riscos ambientais
associados a esse setor.
Como principal abordagem, este estudo traz a análise de um Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais a uma empresa de Construção Civil, trazendo com ele a
conscientização e importância de programas de prevenção no meio da Construção Civil,
uma vez que os riscos e incidências são altos, mesmo, que em salas fechadas realizando
tarefas básicas de escritório, por isso a importância da aplicação de medidas de controle,
como adoção de medidas coletivas, administrativas de organização do trabalho, e uso de
equipamentos de proteção individual.

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2. CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA

2.1 História e evolução da Segurança e Saúde do Trabalho


Embora a relação trabalho e saúde tenha sido relatada desde a Antiguidade, as
primeiras abordagens formais desta relação tiveram início na Europa, no século XIX
(SILVA; BERNARDO; MAENO; KATO, 2010). Segundo Reis (2019), o parlamento
britânico aprovou várias leis conhecidas como Leis das Fábricas (do inglês, Factory Law
ou Factory Acts), a partir do ano de 1802; e à princípio, abrangia apenas indústrias têxteis,
e somente em 1878 passou a valer para todas as indústrias.
No Brasil, a Revolução Industrial veio acontecer somente em 1930, uma vez que,
a primeira Revolução Industrial se deu entre 1760 e 1850, geograficamente limitado à
Inglaterra, caraterizado pela produção dos bens de consumo, centrado na produção têxtil
e movido a energia a vapor (SANTOS; ARAÚJO, 2004), sendo considerada um marco
para a evolução industrial mundial (AMBIPAR, 2018).
Em seguida, deu-se início a segunda Revolução Industrial, que se expandiu pela
Europa e teve seu fim em 1900, durante a Segunda Guerra Mundial. Foi somente na
terceira Revolução Industrial que houve início no Brasil, datada entre 1900 e 1980.
Conforme Reis (2019) houve três fatores que contribuíram a dar início a Revolução
Industrial no Brasil: o grande êxodo rural (que teve o aumento de consumo e mão de
obra); e, a 2ª Guerra Mundial, que acarretou a redução das importações (devido à falta de
concorrência estrangeira) e o aumento das exportações.
Logo, a preocupação com a segurança e com a saúde do trabalhador se fez presente
na legislação brasileira, no sentido de frear o crescente e vertiginoso aumento de doenças
relacionadas ao trabalho e aos acidentes. (AMBIPAR, 2018).
Conforme Imbraep (2017) nessa época, o então presidente do Brasil, Getúlio
Vargas, iniciou o processo de direitos trabalhistas individuais e coletivos com a criação
da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), em 1943.
Embora tivéssemos a experiência de outros países, em menor escala, é bem
verdade, atravessamos os mesmos percalços de condições de trabalho, o que
fez com que se falasse, em 1970, que o Brasil era o campeão de acidentes do
trabalho. (AMBIPAR, 2018)
Foi criada somente em, 08 de junho de 1978, a Portaria de nº 3.214, que aprovou
as normas Regulamentadoras – NR, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho, que
obriga as empresas o seu cumprimento. (BITENCOURT, 1998)

12
2.2 Principais Legislações no Brasil
A preocupação por prover serviços médicos aos trabalhadores começou a se
refletir no cenário internacional também na agenda da Organização Internacional do
Trabalho (OIT), criada em 1919 (MENDES; DIAS, 1991). Surgiu com isso, o primeiro
decreto que regula as obrigações provindas de acidentes no trabalho, o Decreto nº 3.724,
de 15 de janeiro de 1919 que “Regula as obrigações resultantes dos acidentes no
trabalho”, segundo Freudenthal (2006) inaugura a legislação acidentária brasileira, já sem
a exigência de culpa para a responsabilização da empresa empregadora.
Conforme a Câmara dos deputados, o Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943,
aprovou a Consolidação das Leis do Trabalho, no qual estatui “as normas que regulam as
relações individuais e coletivas de trabalho, nela previstas”.
Embora tenha sido decretado em 1919 o início da legislação trabalhista, foi
somente em 1959 que foi ampliada a definição de acidente de trabalho e redefinido com
característica multicausal (SARQUIS; CRUZ; HAUSMANN; FELLI; PEDUZZI, 2004).
A Lei nº 5.161, de 21 de outubro de 1966, “Autoriza a instituição da Fundação
Centro Nacional de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho e dá outras
providências”.
Conforme a Portaria de nº 3.214, criada em junho de 1978, teve apenas vinte e
oito Normas Regulamentadoras (NR) do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis
do Trabalho, aprovadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), das trinta e seis
atuais. Foi somente em 1987, que as principais normas legais davam ênfase aos acidentes
de trabalho e as características especificas do trabalho (SARQUIS; CRUZ;
HAUSMANN; FELLI; PEDUZZI, 2004), já que as leis teriam sido elaboradas pelo
Ministério do Trabalho.
Alguma das principais Normas Regulamentadoras (NRs) para a Segurança e
Saúde do Trabalho são:

2.2.1 NR 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do


Trabalho (SESMT)
A NR 4 é a aplicação do SESMT em Empresas, cujo empregados sejam regidos
pelo CLT. Conforme o item 4.1 da NR 4, “tem a finalidade de promover a saúde e proteger
a integridade do trabalhador no local de trabalho”.

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2.2.2 NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)
5.1 A comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), tem como objetivo
a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar
compatível permanentemente o trabalho com a prevenção da vida e a
promoção da saúde do trabalhador (NR 5, 2019)

2.2.3 NR 6 – Equipamento de Proteção Individual (EPI)


Conforme o item 6.1 da NR 6, “considera-se Equipamento de Proteção Individual
(EPI), todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado
à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”.

2.3 Ações Corretivas e Ações Preventivas


As ações corretivas fazem parte da ABNT NBR ISO 9001:2015 – 10.2, e diferente
das Normas Regulamentadoras (NR), NBR são Normas Brasileiras aprovadas pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Conforme o item 10.2 da NBR ISO 9001:2015, tem-se a “Não conformidade e
ação corretiva”, ou seja, as ações são aplicadas para caso haja uma não conformidade, em
qualquer que seja a atividade, pois deve-se “tomar ação para controla-la e corrigi-la”, e,
“lidar com as consequências”.
Presente no item 3.2.13 “Melhoria Contínua”, da ABNT NBR ISO 9000, ações
corretivas e ações preventivas são tomadas para estabelecer objetivos e identificar
oportunidades para a melhoria. Conforme o item 3.6.4 Ação preventiva é a “ação para
eliminar a causa de um potencial de não conformidade, ou outra situação potencialmente
indesejável”, e diferente da ação corretiva, “a ação preventiva previne a ocorrência”. Já o
item 3.6.5 se trata da Ação corretiva, ou seja, “ação para eliminar a causa de uma não
conformidade identificada ou outra situação indesejável”, e diferente da ação preventiva
a ação corretiva se trata da prevenção da repetição. Vale lembrar que ação corretiva é
diferente de correção, uma vez que, a correção (Item 3.6.6) elimina uma não
conformidade.

2.4 Programas de Prevenção


Programas como PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) e
PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) são fundamentais para a
prevenção das doenças do trabalho (FLORES, 2017), ambas estão de fatos ligadas, já que
devem ser implementadas juntas nas empresas, pois para Flores (2017), para saber se o

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que foi proposto no PPRA é realmente eficaz, é controlando a saúde do trabalhador
através do PCMSO.
O que muita gente não sabe é que a legislação em vigor exige que todos
empregadores e instituições que admitem trabalhadores como empregados são
obrigados a elaborarem e implementarem o PCMSO e o PPRA. Veja, portanto,
que independente do número de funcionários e do ramo de atividade, é
obrigatória a elaboração e implementação dos programas de prevenção em
comento. (FERNANDES, 2013)

2.4.1 PCMSO
Descrita na NR 7, de Portaria SEPRT n.º 6.734, atualizada em 09 de março de
2020, o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), conforme o item
7.1.1 “possui o objetivo de proteger e preservar a saúde de seus empregados em relação
aos riscos ocupacionais, conforme avaliação de riscos do Programa de Gerenciamento de
Risco – PGR”, no qual, se diz a respeito da última atualização da NR 9, em 10 de março
de 2020, conforme Reategui (2019) garante aos trabalhadores a melhor qualidade de vida
possível no trabalho visando a promoção da saúde e, também, o incremento da
produtividade, da qualidade e da competitividade.
Todas as empresas, independente do número de empregados ou do grau de
risco de sua atividade, estão obrigadas a elaborar e implementar o PCMSO,
que deve ser planejado e implantado com base nos riscos à saúde dos
trabalhadores especialmente os riscos identificados nas avaliações previstas no
PPRA. (MENDES; DIAS, 2003)
De acordo com Júnior (2017) o PCMSO é parte integrante do conjunto mais amplo
de iniciativas da empresa no campo da saúde do funcionário, já que garante ao trabalhador
melhor qualidade de vida no trabalho.
O PCMSO tem por finalidade a melhoria das condições de trabalho e nos
diagnósticos precoce e redução de doenças profissionais, desenvolvendo uma consciência
prevencionista e procurando reduzir o número de acidentes de trabalho. (REATEGUI,
2017).

2.4.2 PPRA
Descrita na NR 9, de Portaria SEPRT n.º 1.359, atualizada em 09 de dezembro de
2019, o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), para Miranda e Dias
(2003), tem como objetivo a prevenção e o controle da exposição ocupacional aos riscos

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ambientais, isto é, a prevenção e o controle à riscos químicos, físicos e biológicos
presentes nos locais de trabalho.
9.1.1 O PPRA visa à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores,
através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da
ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente
de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos
naturais. (NR 9, 2019).
A aplicação do PPRA é de obrigação do empregador, ou seja, todas as empresas,
independente do número de empregados ou do grau de risco de suas atividades, estão
obrigadas a elaborar e implementar o PPRA. (MIRANDA; DIAS, 2003).
Seguindo a NR 9 atualizada em 2019, os itens se despõem na seguinte ordem:
I) 9.1 “Do objeto e campo de aplicação”:
Ou seja, implica com a obrigatoriedade da aplicação do PPRA, visando à
preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, avaliando e controlando os
riscos ambientais existentes no ambiente de trabalho;
II) 9.2 “Da estrutura do PPRA”:
III) 9.3 “Do desenvolvimento do PPRA”:
IV) 9.4 “Das responsabilidades”:
Do empregador e do trabalhador.
V) 9.5 “Da informação”:
Ou seja, garantir que os trabalhadores recebam informações e orientações, para
prevenir ou limitar o acontecimento dos riscos ambientais.
VI) 9.6 “Das disposições finais”:
9.6.1 Sempre que vários empregadores realizem simultaneamente atividades
no mesmo local de trabalho terão o dever de executar ações integradas para
aplicar as medidas previstas no PPRA visando a proteção de todos os
trabalhadores expostos aos riscos ambientais gerados. (NR 9, 2019).
A última modificação da NR 9, com Portaria SEPRT nº 6.735, em 10 de março de
2020, passou a ter o título “Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais a Agentes
Físicos, Químicos e Biológicos”.
O texto aprovado foi encaminhado para publicação por meio da Nota Técnica
SEI nº 3098/2020/ME, tendo sido publicado pela Portaria SEPRT nº 6.735, de
10 de março de 2020, a qual estabeleceu, conforme acordado por consenso pela
CTPP, a vigência diferida da NR-09 para 10 de março de 2021. (BRASIL,
2020).
A última atualização, as modificações levaram a possuir a seguinte estrutura:

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I) 9.1 “Objetivo”:
Diz-se a respeito dos requisitos para avaliação e aplicação de medidas de
prevenção, contra a exposição ocupacional a agentes físicos, químicos e biológicos;
II) 9.2 “Campo de Aplicação”:
Referente a aplicação onde houve exposição ocupacional a agentes físicos,
químicos e biológicos;
III) 9.3 “Identificação das Exposições Ocupacionais aos Agentes Físicos, Químicos e
Biológicos”:
Conforme o item 9.3.1, deve-se considerar os seguintes requisitos:
a) descrição das atividades;
b) identificação do agente e formas de exposição;
c) possíveis lesões ou agravos à saúde relacionados às exposições
identificadas;
d) fatores determinantes da exposição;
e) medidas de prevenção já existentes; e
f) identificação dos grupos de trabalhadores expostos.
(NR 9, 2020)
IV) 9.4 “Avaliação das Exposições Ocupacionais aos Agentes Físicos, Químicos e
Biológicos”:
Realizar uma análise preliminar das atividades de trabalho, afim de determinar
adoção direta de medidas de prevenção, realizando avaliação qualitativa, ou aplicando
avaliação quantitativa.
V) 9.5 “Medidas de Prevenção e Controle das Exposições Ocupacionais aos Agentes
Físicos, Químicos e Biológicos”:
Após a identificação dos riscos, deve-se adotar as medidas necessárias para
eliminação ou controle dos mesmos.
VI) 9.6 “Disposições Transitórias”:
Como fins de medidas de prevenção, devem-se adotar critérios e limites de
tolerâncias descritos na NR 15; e como nível de ação para agentes físicos e químicos, a
metade dos valores, da dose e limite de tolerância, respectivamente.

2.5 Acidentes do Trabalho


2.5.1 Conceitos e Causas
Conforme Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991 que “dispõe sobre os Planos de
Benefícios da Previdência Social e dá outras providências”, acidente de trabalho é

17
descrito pelo Art. 19, que foi revogado e passou a ter redação dada pela Lei complementar
nº 150, de 1º de junho de 2015, que dispõe sobre o contrato de trabalho doméstico.
Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de
empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos
segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão
corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. (Art. 19.)
Considera-se acidentes de trabalho, segundo o Art. 20. da mesma lei:
I) “Doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo
exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação
elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;”
II) “Doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função
de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente,
constante da relação mencionada no inciso I.”
Para entender mais sobre os acidentes de trabalho, podemos entender um pouco
sobre os atos e as condições inseguras. Atos inseguros são atitudes com as quais os
trabalhadores se expõem aos riscos de acidente de trabalho (LEAL, 2019), ou seja, é como
o trabalhador executa a atividade exercida de maneira errada, violando as diretrizes das
mesmas. Alguns exemplos conforme Leal (2019) são, levantamento impróprio de carga,
brincadeiras no serviço, manutenção de maquinas em movimento, danificação ou o não
uso de EPI, utilização de ferramenta inadequada, entre outros.
Para Leal (2019) condições inseguras são falhas no ambiente de trabalho que
comprometem a segurança, podendo levar à um acidente, ou seja, são ambientes de
trabalho que não fornecem segurança ao trabalhador, podendo ser provindas da
negligência do empregador. Alguns exemplos são, proteção mecânica inadequada,
condição defeituosa do equipamento, projeto ou construção insegura, empilhamento
instável, escadas ou pisos defeituosos (LEAL, 2019).
Os acidentes de trabalharam podem acontecer por diversas maneiras,
principalmente devido à natureza do trabalho, por exemplo, no ramo da enfermagem
segundo Ribeiro e Shimizu (2007), as causas mais comuns podem ser, materiais
perfurocortantes, quedas, exposições a fluidos biológicos e contusões.
Por fim, entende-se que algumas dessas causas são, queda de alturas significativas,
uso de ferramentas inadequadas, negligência para com os trabalhadores, movimentos

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repetitivos, realização de atividades sem proteção tanto quanto o não uso de EPI quanto
dos próprios equipamentos, entre outras.

2.5.2 Impactos
As consequências causadas por acidentes de trabalho vão muito além do que
possamos imaginar, uma vez que, causam um impacto em praticamente toda a sociedade,
direta e indiretamente, no âmbito familiar, empresarial, social e econômico
(MASTELLA, 2018)
Para Oliveira (2014) a ordem dos impactos gerados por acidentes de trabalho e
doenças ocupacionais são: Impactos Físicos e Funcionais, Profissionais, Econômicos,
Psicológicos e Morais, e na qualidade de Vida.
Logo tem-se os impactos ligados a vida pessoal do trabalhador, e ao trabalho
propriamente dito. Para Mandarini, Alves e Sticca (2016), podemos observar os impactos
para a saúde do trabalhador e nas condições de trabalho:

2.5.2.1 Impactos para a Saúde do Trabalhador


Além dos impactos físicos e funcionais, os psicológicos e também financeiros
também estão diretamente ligados ao trabalhador, no qual, podem afetar a produtividade
e saúde do mesmo, segundo Oliveira (2014) a lesão corporal trata-se do dano produzido
no corpo humano enquanto que a perturbação funcional trata-se do prejuízo do
funcionamento de qualquer órgão ou sentido.
No que diz respeito à saúde mental, os acidentes de trabalho podem provocar
sintomas de estresse, depressão, transtornos pós-traumático, fobias, ansiedade
que são agravados pela insuficiência de suporte assistencial (psicológico,
social e afetivo) pelo empregador e pelas instituições de saúde (SELIGMANN-
SILVA, 2004 apud MASTELLA, 2018 p. 46).
Podem também afetar a família do trabalhador; por vezes, segundo Oliveira
(2014) precisa se adaptar a um novo formato de vida, dependendo do grau do impacto ao
qual o trabalhador acidentado foi submetido. Dependendo também do grau de impacto,
pode haver diminuição de salário, regressão de cargo, possíveis gastos médicos, entre
outros, além de poder chegar a um afastamento, afetando a vida econômica do trabalhador
ou de sua família.

2.5.2.2 Impactos nas Condições de Trabalho


Os impactos também podem afetar o campo de trabalho devido à falta de
profissionalismo, para Oliveira (2014) alguns desses fatores são, a perda de serviços e

19
reputação, reclamatórias trabalhistas, abalo na imagem da empresa, atraso no
cumprimento dos compromissos, queda na produtividade, falta de motivação dos
trabalhadores, entre outros.
Para Mastella (2018), estes podem causar elevados custos às empresas, sobretudo
para as micro e pequenas empresas, onde esses eventos podem ter repercussões
financeiras significativas, inclusive, em alguns casos, ocasionando fechamento das
mesmas.

3. OBJETIVOS DESTE TRABALHO

3.1 Objetivos Gerais


Este estudo, visa analisar e avaliar a aplicação de um Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais (PPRA) em uma empresa de serviços de construção civil, na cidade
de Barueri/SP.

3.2 Objetivos Específicos


Visando alcançar o objetivo geral, foram estabelecidos os seguintes objetivos
específicos:
a) Analisar e comparar o PPRA, conforme itens da NR 9;
b) Avaliar a aplicabilidade e desenvolvimento do PPRA, no presente estudo;
c) Levantar as conformidades ou não conformidades presentes no PPRA em estudo.

4. DESENVOLVIMENTO

4.1 História do PPRA analisado


O PPRA em estudo foi elaborado por uma Técnica de Segurança do Trabalho.
Realizado em uma empresa cuja atividade é a construção de edifícios, ou seja, presta
serviços de construção civil. Localizado na cidade de Barueri/SP, possui uma equipe de
49 empregados, entre arquitetos, engenheiros, estagiários entre outros, o que se torna
imprescindível a aplicação de um PPRA. Possui um grau de risco igual a três. Suas
atividades e economias secundárias vão desde administração de obras, até serviços de
preparação do terreno.
O Programa analisado, possui vigência exata de um ano, vai de 15/05/2019 a
15/05/2020, devendo ser realizado pelo menos uma vez ao ano. Está articulado com as
demais NR’s, inclusive o PCMSO (NR 7).

20
4.2 Análise do PPRA em Função da NR 9
4.2.1 Páginas 5 a 6:
As primeiras páginas do documento, nos fornecem o item “1 - informações da
empresa”, como o item “1.1. – CNPJ”, ou seja, o comprovante de Inscrição e de Situação
Cadastral do CNPJ; do item “1.2. – Vigência” data de vigência do documento da empresa
em estudo, “1.3. – Caracterização da Empresa” como a Razão Social, CNAE, Atividade,
Grau de Riscos, nº de empregados, endereço, telefone e horários de funcionamento, além
do item “1.4 – Responsáveis Pela Elaboração do PPRA”, ou seja, dados da pessoa
responsável.
Conforme análise, não foi encontrado em qual grupo, para o dimensionamento da
CIPA, a empresa se encontra, em razão da NR 5. Sabe-se que seu CNAE é 41.20-4-00
devido ao ramo de sua atividade econômica (construção de edifícios), logo, a partir dos
dados presentes no Quadro III – “Relação da Classificação Nacional de Atividades
Econômicas”, portanto seu grupo é o C-18a. Chegou-se à conclusão que devido ao
número de empregados (49), não é necessário possuir membros na CIPA.
Obs.: “Nos grupos C-18 e C-18a constituir CIPA por estabelecimento a partir de 70
trabalhadores e quando o estabelecimento possuir menos de 70 trabalhadores observar o
dimensionamento descrito na NR 18 - subitem 18.33.1”
De acordo com o sub item 18.33.1 da NR 18 – Condições e Meio Ambiente de
Trabalho na Indústria da Construção, “a empresa que possuir na mesma cidade 1 (um) ou
mais canteiros de obra ou frentes de trabalho, com menos de 70 (setenta) empregados,
deve organizar CIPA centralizada”.

4.2.2 Páginas 7 a 9:
Seguindo a NR 9 item 9.1.3, “2 - Introdução” que articula o presente PPRA com
as demais NR, em especial com o PCMSO;
“3 - Objetivo” que visa preservar a saúde e integridade conforme diz o subitem
9.1.1;
“4 - Metas”, bem como visto no subitem 9.3.5.1, que visa “eliminar ou minimizar
os riscos a níveis compatíveis com os limites de tolerância estabelecidos pela NR 15 da
Portaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego ou com os da ACGIH”;
“5 - Responsabilidades” do empregador e também do empregado, assim como no
item 9.4;

21
“6 – Riscos Ambientais” – “6.1. – Conceito” visa explicar os riscos ambientais,
conforme o subitem 9.1.5;
“6.2 – Definição de Riscos Ambientais”, mapeia e explica cada um dos riscos,
bem como vistos na NR 5;
“6.3. – Da estrutura do PPRA”, explicação da estrutura do PPRA do
estabelecimento, conforme “9.2 Da estrutura do PPRA”:
9.2.1 O PPRA deverá conter, no mínimo, a seguinte estrutura:
a) planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e
cronograma;
b) estratégia e metodologia de ação;
c) forma do registro, manutenção e divulgação dos dados;
d) periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA.
(NR 9, 2019)
“6.4. – Planejamento anual” conforme descreve alínea a.
Os seguintes c e d, agem de forma indireta no atual PPRA, sem seguir a
pressuposta ordem.

4.2.3 Páginas 10 a 15:


“7. – Estratégia e Metodologia de Ação”, conforme descreve a alínea b.
Considerando o item “9.3 Do desenvolvimento do PPRA”:
9.3.1 O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá incluir as
seguintes etapas:
a) antecipação e reconhecimentos dos riscos;
b) estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;
c) avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;
d) implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;
e) monitoramento da exposição aos riscos;
f) registro e divulgação dos dados
(NR 9, 2019)
“7.1 – Antecipação e Reconhecimento”, foi elaborado com base em uma fase inicial
de antecipação e reconhecimento dos riscos (alínea a);
“7.2. – Definições e Prioridades”, ou seja, estabelece prioridades e metas de avaliação
e controle (alínea b);
“7.3. – Levantamento dos Riscos”, este levantamento necessitou uma análise para
melhor avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores (alínea c);

22
“8. – Considerações Gerais”, viabilidade da implementação das medidas de controle,
para medidas coletivas, administrativas de organização do trabalho e equipamentos de
proteção individual; avaliando então sua eficácia (alínea d).
“10. – Periodicidade e Forma de Avaliação do Desenvolvimento do PPRA”, revisto a
cada um ano, atualizado quando houver mudanças, e avaliado periodicamente para
verificar o andamento do trabalho e cumprimento das metas estabelecidas, ou seja,
monitoramento da exposição aos riscos (alínea e);
“9. – Registros” e “11. – Divulgação”, registro e disposição dos dados, aos
funcionários, representantes legais e órgãos competentes (alínea f).
“12. – Caracterização da Empresa” começa a análise do ambiente de trabalho da
empresa, conforme NR 9, item 9.3.2, que visa identificar os riscos potenciais.
Procura-se estudar o ambiente de trabalho através de um diagrama
esquemático junto com a descrição do processo / operações a fim de identificar
as possíveis operações unitárias, as atividades e os locais com potenciais de
exposição críticas. Nesta fase obtém se os detalhes dos procedimentos
operacionais e da química do processo. (Vide anexo, pág. 15).

4.2.4 Páginas 16 a 23
O item “12.2. – Grupos Homogêneos de Exposição” podemos observar um
Quadro que dispõe qual grupo GHE, os empregados se enquadram através da Função e
Departamento dos mesmos.
Das páginas 17 a 22, o item “12.3. – Descritivo das Funções”, analisa cada função,
departamento e a descrição das atividades.
“12.5. – Caraterização do Grau de Risco para efeitos deste PPRA” dispões de dois
quadros respectivamente das informações, como o grau de risco e o tempo de exposição.
Esses passos descritos acimas são importantes para o reconhecimento dos riscos
ambientais nos próximos passos, dando início as alíenas “a)” e “f)” do subitem 9.3.3.
9.3.3 O reconhecimento dos riscos ambientais deverá conter os seguintes itens,
quando aplicáveis:
a) a sua identificação;
b) a determinação e localização das possíveis fontes geradoras;
c) a identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação dos
agentes no ambiente de trabalho;
d) a identificação das funções e determinação do número de trabalhadores
expostos;
e) a caracterização das atividades e do tipo da exposição;

23
f) a obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possível
comprometimento da saúde decorrente do trabalho;
g) os possíveis danos à saúde relacionados aos riscos identificados, disponíveis
na literatura técnica;
h) a descrição das medidas de controle já existentes.
(NR 9, 2019)
4.2.5 Páginas 24 a 33
Ainda conforme o subitem 9.3.3, nas páginas 24 a 29 dispõe um quadro com as
informações na seguinte ordem, GHE; Cargo/Função e Número de Expostos (alínea d);
Agentes (Físicos, Químicos e Biológicos), além dos riscos ambientais também foram
identificados riscos ergonômicos e de acidente; fontes geradoras (alínea b); meio de
propagação (alínea c); possíveis efeitos de saúde (alínea g); exposição (tempo/frequência)
(alínea e), e por fim o grau de risco.
Nas páginas 30 a 33, tem-se o item “12.6. – Riscos Ocupacionais por
Cargo/Função”, que fornece Medidas e Ações, como sugere a alínea h.

4.2.6 Páginas 34 a 39
Laudo Técnico de Avaliações Ambientais, assim como sugere o item “9.3.5 Das
medidas de controle”.
9.3.5.1 Deverão ser adotadas as medidas necessárias suficientes para a
eliminação, a minimização ou o controle dos riscos ambientais sempre que
forem verificadas uma ou mais das seguintes situações:
a) identificação, na fase de antecipação, de risco potencial à saúde;
b) constatação, na fase de reconhecimento de risco evidente à saúde;
Através da identificação dos itens “13. – Aspectos Técnicos da Avaliação –
Ruído” e “14. – Aspectos Técnicos da Avaliação – Sobrecarga Térmica – Calor”, para
chegar à constatação de riscos evidentes, através de:
I) “13.1. – Instrumentos Utilizado”
Foram utilizados respectivamente, dosímetros, tipo 2 (conforme Norma IEC
651/79 e IEC 804/85); e, Medidor de Stress Térmico, Termômetro de Globo Digital Data
Logger, TGD 300 – Marca Instrutherm;
II) “13.2. – Metodologia de Avaliação Ambiental”
III) “13.3. – Tabulação de Dados e Resultados”

24
4.2.7 Páginas 40 a 46
9.3.5.1 “Deverão ser adotadas as medidas (...) sempre que forem verificadas
uma ou mais das seguintes situações”:
c) quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos
trabalhadores excederem os valores dos limites previstos na NR-15 ou, na
ausência destes os valores limites de exposição ocupacional adotados pela
ACGIH - American Conference of Governmental Industrial Higyenists, ou
aqueles que venham a ser estabelecidos em negociação coletiva de trabalho,
desde que mais rigorosos do que os critérios técnico-legais estabelecidos;
d) quando, através do controle médico da saúde, ficar caracterizado o nexo
causal entre danos observados na saúde os trabalhadores e a situação de
trabalho a que eles ficam expostos.
Da página 40 a 45, tem-se novamente o quadro de GHE, presente no subitem
“15.1. – Grupo Homogêneo de Exposição.” Na página 46 foi fornecido legenda, disposta
no quadro do subitem “15.2. – Avaliação Ambiental – Legendas”. Ambos subitens
dispõem do item “15. – Quadro Sinótico das Avaliações”.

4.2.8 Páginas 47 a 51
Dá-se início a avaliação dos riscos, por grupo homogêneo, para constatação dos
riscos evidentes. No item “16. – Avaliação Ambiental de Exposição por Grupo
Homogêneo”.GHE 01 – Área Administrativa: não houve exposição acima do Limites de
Tolerância (LT); GHE 02 – Área Engenharia: não houve exposição acima do LT; GHE
03 – Área Manutenção: não houve exposição acima do LT.
Após a avaliação, visa a necessidade da implantação de medidas de proteção como
a utilização de EPI, descrita no item 9.3.5.5, por isso o fornecimento do item “17. –
Proteção Contínua – EPI”, o quadro nos fornece os dados de cada EPI, sua seleção deve
seguir a alínea a, para a seleção adequada de cada EPI, considerando a eficácia necessária.
Vale ressaltar que, “todos os colaboradores recebem treinamento especifico para
atividade envolvendo módulos de segurança e operacionais. Educação e treinamento,
fornecimento de equipamentos de proteção individuais adequados e controle médico”
(vide anexo, pág. 51).
Vale lembrar, que é de obrigação do empregador garantir a realização das
seguintes ações:
b) programa de treinamento dos trabalhadores quanto à sua correta utilização
e orientação sobre as limitações de proteção que o EPI oferece;

25
c) estabelecimento de normas ou procedimento para promover o fornecimento,
o uso, a guarda, a higienização, a conservação, a manutenção e a reposição do
EPI, visando garantir as condições de proteção originalmente estabelecidas;
d) caracterização das funções ou atividades dos trabalhadores, com a respectiva
identificação dos EPI’s utilizados para os riscos ambientais.
(NR 9, 2019)
4.2.9 Páginas 52 a 54
O item “18. – Cronograma de Ações”, nos fornece um quadro que dispõe do
subitem “9.3.6 Do nível de ação”.
9.3.6.2 “Deverão ser objeto de controle sistemático as situações que apresentem
exposição ocupacional acima dos níveis de ação”, conforme indicado na seguinte alínea:
b) para o ruído, a dose de 0,5 (dose superior a 50%), conforme critério estabelecido
na NR-15, Anexo I, item 6.
Logo, considera-se objeto de controle os ricos identificados nas tabelas do item 16
(vide anexo, pag. 49 e 50).
O item “19. – Certificado de Calibração” documento que comprova a calibração
realizada.

4.2.10 Páginas 55 a 58
O item “20. Fotos do Local de Medição” mostra onde é realizado os serviços, ou
seja, em escritório, essas fotos são importantes para saber se o local de trabalho está ou
não de acordo com a ergonomia, o que, como descrito no quadro do anexo 12.5, consta a
postura incorreta. (vide anexo, pag. 24 a 29).

4.2.11 Pagina 59
O ultimo item “21. – Encerramento”, encerra o Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais, que foi elaborado de acordo com as normas de segurança, higiene e saúde
do trabalho, presentes na NR 9 e NR 15.

5. CONCLUSÃO

5.1 Conclusão do PPRA Analisado


Conclui-se que, o atual documento está de acordo com as descrições da NR 9, explica
exatamente quais são as atividades e suas funções, o que leva a uma direta análise e
avaliação dos riscos ambientais. O PPRA possui uma vigência exata de um ano, o que

26
vale lembrar a importância da análise global pelo menos uma vez ao ano ou quando
necessário.
Sabe-se que a responsável para a elaboração deste PPRA, foi uma Técnica de
Segurança do trabalho, apesar da realização do PPRA estar dentro dos conformes da NR
9 e NR 15, o documento consta da elaboração de um Laudo Técnico, conforme pag. 34
do anexo. Visa lembrar que o LTCAT só pode ser realizado por um Engenheiro de
Segurança do Trabalho, para possibilitar uma aposentadoria especial em decorrência das
atividades nocivas como periculosidade ou insalubridade, já o PPRA pode ser realizado
por qualquer responsável, desde que fique a critério do empregador. Com isso, é
importante ressaltar se este Laudo foi realizado por um engenheiro.
Portanto, a elaboração do PPRA poderia seguir melhor o roteiro proposto pela NR, e
constar ao final os itens “9.4 Das responsabilidades” que se encontram nas pag. 7 e 8 do
anexo; “9.5 Da informação” presente na pág. 15 do anexo; e, “9.6 Das disposições finais”
garantir que toda medida proposta no PPRA seja aplicada, além de uma melhor aplicação
de um Cronograma de Ações, prevendo mais ações que visam preservar a segurança e
saúde do empregado.

5.2 Conclusão Geral do Trabalho


Através do estudo, pôde-se chegar à conclusão da importância da aplicação correta da
NR 9 para a realização do Programa, aliada de demais programas como PCMSO, e NR’s
como a NR 5 e NR 15, para garantir a máxima segurança do trabalhador em virtude de
sua saúde. O documento traz com ele a conscientização, dos empregados e empregadores,
da correta execução das atividades, além do uso contínuo de EPI, por isso a importância
da implementação e garantia de medidas contra todo e qualquer risco ambiental
encontrado. Visa lembrar, a suma importância da garantia ao trabalhador, da consciência
sobre os riscos das atividades exercidas por eles, por meio da divulgação de dados.

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