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Resumo
A reflexão sobre as normas jurídicas voltadas para a atenção básica cola- 1 Universidade Estadual de Correspondência
Londrina, Londrina, Brasil. C. M. Domingos
bora na compreensão de como está sendo conduzida a política de saúde Rua Amador Bueno 321,
no Brasil. Assim, este artigo tem como objetivo analisar as normas jurí- apto. 304, Londrina, PR
86010-620, Brasil.
dicas fortalecedoras da atenção básica. Este estudo utilizou a análise do- carolinamdomingos@gmail.com
cumental referente às ações, programas e estratégias de fortalecimento da
atenção primária priorizados pelo Ministério da Saúde. Foram encontra-
das um total de 224 normas referentes a dois grupos de documentos deno-
minados: normas instituidoras e normas complementares. As instituido-
ras, além de trazerem os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde
(SUS), também significaram, principalmente, a ampliação de ações. O
tema financiamento ocupou um lugar central no quantitativo de normas,
especialmente em relação às complementares. Por fim, esta análise leva à
reflexão sobre o quanto essas estratégias podem induzir a articulação de
gestores e sociedade civil na construção de um projeto político que resulte
em melhorias e atenda às necessidades de saúde da população.
Tabela 1
Distribuição das normas jurídicas segundo as políticas de saúde de fortalecimento da atenção básica priorizadas pelo Ministério da Saúde, Brasil, 2014.
Academia da Saúde - - - - - 1 1
Consultório na Rua - - - - - 3 3
Doenças Crônicas 2 - - - - 9 11
ESF - - - - - 1 1
E-SUS - - - - - 4 4
Melhor em Casa - - 1 - - 52 53
NASF - - - - - 4 4
PMAQ - - - - - 10 10
PIC - 1 7 2 - 13 23
PROESF - - - - - 2 2
RUBS - - - - - 12 12
Rede Cegonha - - - - - 11 11
PSE - 1 - - - 22 23
Telessaúde - - - - - 7 7
UBSF - - - - - 3 3
AAB - - - - - 5 5
Bolsa Família 1 - - - 1 1 3
PCAN 1 - 1 - - 5 7
PSAAS 1 - - - - 2 3
PNSAA - - - - - 1 1
VAN - - - - - 11 11
Brasil Sorridente - - - - - 26 26
Total 5 2 9 2 1 205 224
AAB: Amamenta e Alimenta Brasil; ESF: Estratégia Saúde da Família; NASF: Núcleo de Apoio à Saúde da Família; PCAN: Prevenção e Controle de Agravos
Nutricionais; PIC: Práticas Integrativas e Complementares; PMAQ: Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica;
PNSVA: Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A; PROESF: Projeto de Expansão e Consolidação da Saúde da Família; PSAAS: Promoção da
Saúde e da Alimentação Adequada e Saudável; PSE: Programa Saúde na Escola; RUBS: Programa de Requalificação de Unidades Básicas de Saúde;
UBSF: Unidades Básicas de Saúde Fluviais; VAN: Vigilância Alimentar e Nutricional.
Fonte: Elaborada com base nas informações disponíveis na página de Internet oficial do Departamento de Atenção Básica, Secretaria de Atenção à Saúde,
Ministério da Saúde, obtidas entre março e maio de 2014 (http://dab.saude.gov.br/portaldab/, acessado em 12/Abr/2014).
Esse resultado pode estar relacionado aos in- O Decreto no 7.508 regulamentou a Lei no
vestimentos para a implementação do SUS des- 8.080/1990 e dispôs sobre: organização do SUS,
de a sua criação, sobretudo com a republicação planejamento da saúde, assistência à saúde e ar-
da PNAB (Portaria no 2.488) 12, e do Decreto no ticulação interfederativa, entre outros aspectos,
7.508 16, ambos em 2011. A primeira manteve a colocando a rede de saúde como ponto estraté-
essência de sua publicação anterior, em 2006, gico para a melhoria da qualidade da assistên-
mas apresentou mudanças: incorporou o NASF, cia. É inegável que tal decreto trouxe impactos
as equipes de saúde da família ribeirinhas e as relevantes no tocante às normativas referentes
unidades de saúde fluviais, além de regulamen- à atenção básica, uma vez que esta é assumida
tar os Consultórios na Rua e, no âmbito da aten- como elemento central para o alcance dos prin-
ção básica, o PSE, entre outros. A PNAB de 2011 cípios e das diretrizes do sistema 16.
também ressaltou a Educação Permanente em Além dessas publicações, outras normativas
Saúde como instrumento de formação do traba- podem ser destacadas: Portaria GM no 648, de
lhador de saúde, e reconheceu a atenção básica 2006, que aprovou a PNAB; Portaria no 154, de
como ordenadora e coordenadora da rede de 2008, que criou os NASF; Portaria no 4.279, de
atenção à saúde 17. 2010, que estabeleceu diretrizes para a organi-
Figura 1
Gráfico de distribuição das normas jurídicas instituidoras e das normas complementares segundo o ano de publicação. Brasil,
período de 2001 a 2014.
zação da rede de atenção à saúde no âmbito do los de tempo. Isso fragiliza o acompanhamento
SUS; e a Lei Complementar no 141, de 2012, que de mudanças importantes, que ficam sem a parti-
regulamentou a Emenda Constitucional no 29, cipação dos atores envolvidos, como a participa-
de 2000. ção social, impedindo a compreensão precisa do
Apesar de sua relevância, o grande quantita- direcionamento da política nacional de saúde 20.
tivo de normas não significa a execução de todas O acentuado processo de descentralização
as ações previstas. Em 2014, o SUS completou 26 da gestão do SUS para o ente municipal pode
anos e, de fato, tem sido uma das maiores políti- favorecer o respeito aos valores democráticos
cas públicas brasileiras de inclusão social, pois em situações de elevada diferenciação política,
estabeleceu o acesso universal e igualitário aos econômica, cultural, religiosa ou social. Por ou-
brasileiros e proporcionou melhoria nos indi- tro lado, a implementação de políticas sociais de
cadores básicos de saúde da população. Mas a abrangência nacional, em casos de marcantes
construção do SUS tem muitos problemas, sen- desigualdades e exclusão social, como ocorre no
do sua implementação lenta e, por vezes, apre- Brasil, é complexa 21. Além disso, a implementa-
sentando retrocessos 18. ção de políticas sociais, especialmente a da saú-
A estruturação da rede de atenção básica vem de, em um sistema federativo, requer a explicita-
sendo pontuada como desafio para a maioria dos ção das funções das diferentes esferas de governo
municípios, que tem a tarefa de coordenar seu e a adoção de cooperação e articulação entre os
incremento, cumprindo com os princípios da entes federados para que se alcance a garantia de
integralidade, muitas vezes com fragilidades no acesso e atenção integral a toda população. Esse
corpo técnico-burocrático, dependência finan- processo de articulação e cooperação deve fazer
ceira frente ao governo federal, persistência de parte de um projeto político para a saúde do país,
arranjos políticos clientelistas, descontinuidade envolvendo gestores federais, estaduais, munici-
administrativa e dificuldade de contratação e fi- pais e a sociedade civil, e não estratégias de curto
xação de profissionais qualificados nos peque- prazo, de cada gestão de governo 3.
nos municípios 19. No Brasil, o ente federal, representado pelo
Os gestores estaduais e municipais do Conse- Ministério da Saúde, tenta promover a unifor-
lho Nacional de Saúde ressaltaram a dificuldade mização da organização da atenção em todo o
de permanecerem informados com o expressivo território nacional por meio de normativas das
número de normas instituídas em curtos interva- políticas de saúde. Apesar de ser necessária a
Tabela 2
Distribuição das normas jurídicas instituidoras e das normas complementares segundo as políticas de fortalecimento da
atenção básica. Brasil, 2014.
AAB: Amamenta e Alimenta Brasil; ESF: Estratégia Saúde da Família; NASF: Núcleo de Apoio à Saúde da Família;
PCAN: Prevenção e Controle de Agravos Nutricionais; PIC: Práticas Integrativas e Complementares; PMAQ: Programa
Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica; PNSVA: Programa Nacional de Suplementação
de Vitamina A; PROESF: Projeto de Expansão e Consolidação da Saúde da Família; PSAAS: Promoção da Saúde e da
Alimentação Adequada e Saudável; PSE: Programa Saúde na Escola; RUBS: Programa de Requalificação de Unidades Básicas
de Saúde; UBSF: Unidades Básicas de Saúde Fluviais; VAN: Vigilância Alimentar e Nutricional.
Fonte: Elaborada com base nas informações disponíveis na página de Internet oficial do Departamento de Atenção
Básica, Secretaria de Atenção à Saúde, Ministério da Saúde, obtidas entre março e maio de 2014 (http://dab.saude.gov.br/
portaldab/, acessado em 12/Abr/2014).
não assegura a sua implementação, pois não se atenção, regionalização, hierarquização e parti-
cria o acesso por lei 22. cipação popular 24.
Chama atenção a relação do acesso com as É válido ressaltar que várias das políticas ins-
condições de vida da população, que vai além tituidoras foram direcionadas para populações
da dimensão geográfica. Engloba, também, os específicas, como as relacionadas às doenças
aspectos econômico e cultural, envolvendo nor- crônicas já descritas. Tal direcionalidade pode
mas adequadas aos hábitos da população e à gerar controversas, pois a proposição de políti-
funcionalidade da oferta de serviços de acordo cas de saúde para grupos pode ser considerada
com as necessidades da mesma. As múltiplas di- contrária à universalidade defendida na Carta
mensões de análise do acesso devem nortear a Magna. O acesso à atenção básica não deve se
construção de políticas públicas. Teriam de ser utilizar de método ou processo que eleja popula-
alicerçadas no princípio da equidade, no estabe- ções prioritárias, visto que, no sistema, esta área
lecimento de caminhos para a universalização da é considerada porta de entrada prioritária 25.
Figura 2
Gráfico de distribuição das normas jurídicas instituidoras segundo financiamento, infraestrutura, ampliação das ações, avaliação e monitoramento, e
capacitação do trabalhador de saúde. Brasil, período de 2006 a 2014.
Outro tema presente na quarta fase do ciclo princípios e diretrizes do SUS, citados na catego-
político é a capacitação do trabalhador de saúde, ria anterior. Das normas em que eles aparecem,
presente na maioria (82,1%) das normas institui- os princípios integralidade (12,2%) e acessibili-
doras. Essa fase envolve questões estratégicas e dade (12,7%) são os que estão mais em evidência.
vários sujeitos, pois, no momento de implemen- O vínculo não apareceu nos documentos.
tação, descobre-se a real potencialidade de uma Foi significativo o predomínio de documen-
política, os atores que a apoiam, o que cada gru- tos que sinalizavam o financiamento (63,2%) e
po disputa e seus interesses. Muitas vezes, atores a infraestrutura (59,6%), principalmente após o
que não participaram da fase de formulação são ano de 2011, conforme mostra a Figura 3. Desses,
aqueles responsáveis pela prestação direta de 26,5% eram normas que tratavam somente de fi-
serviços e os principais agentes de transforma- nanciamento e 14,2% somente de infraestrutura
ção de uma política 15. Todos os trabalhadores e, ainda, 28,5% das normas faziam referência ao
devem estar envolvidos e preparados para que financiamento e à infraestrutura conjuntamente.
haja sucesso na execução de uma política. Nos últimos anos, a maioria dos documen-
A capacitação do profissional de saúde tos sobre financiamento, proveniente da esfera
tem sido percebida como um dos entraves pa- federal, atrela incentivos de financiamento à
ra o aprimoramento do modelo de atenção à adoção de determinadas políticas e práticas pe-
saúde 36,37. Tal tema requer que se invista na in- los gestores estaduais e municipais. Assim, es-
serção da educação permanente na prática dos sas portarias se destacam no cenário nacional
serviços de saúde de acordo com os preceitos do devido à sua capacidade de indução e de, mui-
SUS, para que ocorram transformações no pro- tas vezes, irem além das discussões das normas
cesso de trabalho das equipes e que sejam signi- instituidoras, quando definem novos critérios,
ficativas para o cotidiano do trabalhador 12. novas prioridades, onde alocar recursos e como
fazê-lo 13. Esse cenário constitui um impasse pa-
Normas jurídicas complementares das ra os gestores, que passam a reivindicar o cum-
políticas de saúde na atenção básica primento do que foi previsto na formulação de
normas instituidoras 13.
Do total de 196 documentos complementares, a Verifica-se a dificuldade que o gestor federal
maioria (82,1%) não apresentou referência aos apresenta em construir outros modos de exercer
Figura 3
Gráfico de distribuição das normas jurídicas complementares segundo financiamento, infraestrutura, ampliação das ações, avaliação e monitoramento, e
capacitação do trabalhador de saúde. Brasil, período de 2001 a 2014.
o seu papel, que não sejam pelo financiamento finalidade de habilitar ou desabilitar municípios
como forma indutora e concentradora de poder, e/ou serviços de saúde para o recebimento de
pois, por muito tempo, foi influenciado pelo mo- incentivos para o seu funcionamento, e o investi-
delo de gerência do Instituto Nacional de Assis- mento em discussões que trouxessem para cena
tência Médica da Previdência Social (INAMPS) os princípios e diretrizes do SUS foi menor. Tal fa-
ou do Ministério da Saúde pré-SUS. Assim, sem- to fragiliza a construção de uma política de saúde
pre prestou mais serviços do que exerceu a ativi- com bases mais sólidas, capaz de se concretizar
dade de gerência, o que leva a acreditar que seu como um projeto político para a saúde do país.
papel ainda esteja se moldando e necessite de
amplas discussões 13.
A infraestrutura, em menor proporção, tam- Considerações finais
bém assume característica de condição para in-
serir determinada política no serviço. Ressalta-se A análise das 224 normas referentes aos 22 pro-
que dispor sobre financiamento e infraestrutura gramas, ações e estratégias priorizadas pelo
nos documentos legais é importante e necessá- Ministério da Saúde permitiu identificar dois
rio para a consolidação do sistema, entretanto, grupos: o primeiro, composto por documentos
como exposto anteriormente, a forma como isto que apresentam características relacionadas aos
acontece deve ser revista e mais discutida com princípios, diretrizes, objetivos e organização das
todos os atores envolvidos neste processo. ações, dos programas e estratégias; e um segundo
A política que se destacou quanto ao quanti- formado por normas que explicitam com maior
tativo de normas sobre financiamento (40,2%) e detalhamento as políticas já instituídas pelos do-
infraestrutura (35,8%) foi o programa Melhor em cumentos contemplados na primeira categoria.
Casa. Apesar de ter um grande quantitativo de As instituidoras, além de trazerem os prin-
publicações complementares, a maioria tinha a cípios e diretrizes da PNAB, significaram, prin-
cipalmente, a ampliação de ações. No entanto, previstos nas normas para receber os recur-
apesar de essas características serem fundamen- sos necessários ao desenvolvimento das ações
tais para a implementação do SUS, os temas e de saúde.
princípios que aparecem nessas normas são O fato de alguns programas – como o Melhor
complexos e multifatoriais. em Casa, Brasil Sorridente e Doenças Crônicas –
A necessidade do grande quantitativo de pu- terem se destacado quanto ao quantitativo de
blicações de normas complementares pode ser normas não significa que tenham maior relevân-
indicativa da complexidade que influencia a in- cia ou impacto na atenção básica. A ESF foi re-
serção das políticas no cotidiano dos serviços de presentada por apenas um documento e é consi-
municípios tão díspares, além de demonstrar a derada prioridade para a reorganização da área.
fragilidade das normas instituidoras em garan- Embora o levantamento dos documentos no
tir que se desenvolvam todos os ciclos de uma portal do DAB tenha abarcado as ações, os pro-
política. Mais que a formulação de uma políti- gramas e as estratégias prioritárias para a aten-
ca, parte fundamental e relevante é a sua imple- ção básica, o Programa Mais Médicos, instituído
mentação, e a publicação de uma normativa não pela Lei no 12.871/2013, não foi localizado entre
constitui garantia de que ela seja executada da os documentos disponibilizados no portal. Com
forma proposta pelos serviços de saúde. isso, pode-se inferir que essa constitui uma polí-
As normas jurídicas como ampliadoras de tica de governo para além do DAB, que possibili-
ações têm de ultrapassar o aspecto legal. A pre- tou a ampliação do acesso aos serviços de saúde
sença da atenção básica na agenda do governo a milhares de brasileiros ao selecionar e vincular
deve se constituir em prioridade que alcance cerca de 13 mil médicos brasileiros e estrangeiros
diferentes espaços e promova microprocessos aos serviços de atenção básica em todo o país.
de transformação da política de AB em ações de Por fim, questiona-se em que medida o Mi-
cuidado aos usuários no cotidiano dos serviços. nistério da Saúde consegue promover a constru-
O tema financiamento, relacionado a incen- ção de um projeto político que articule gestores
tivos e transferências de recursos, ocupou um e sociedade civil na atenção às necessidades de
lugar central nas normas publicadas, principal- saúde da população, ou se a utilização desse
mente com relação às complementares. Tal situ- grande quantitativo de normativas cristaliza uma
ação leva a uma reflexão sobre o financiamento relação de tutela do ente federal sobre os entes
como instrumento de controle federal sobre os municipais na condução da política de saúde.
municípios, pois estes têm de cumprir critérios
Colaboradores Agradecimentos
Todos os autores participaram integralmente de todas A pesquisa contou com o apoio financeiro da Fundação
as etapas de preparação do artigo: concepção, análise Araucária: Apoio e Desenvolvimento Científico e Tec-
e interpretação dos dados, redação e revisão crítica re- nológico do Paraná.
levante do conteúdo intelectual do artigo e, aprovação
final da versão a ser publicada.
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Abstract Resumen
A reflection on Brazil’s legislation for primary care Reflexión sobre el marco jurídico destinado a la aten-
helps understand the way health policy is implement- ción primaria, colaborando en la comprensión sobre
ed in the country. This study focuses on the legal pro- cómo se están llevando a cabo las políticas de salud
visions aimed at strengthening primary care, draw- en Brasil. Por lo tanto, este artículo tiene como obje-
ing on an analysis of documents from the Ministry of tivo analizar las normas jurídicas de fortalecimiento
Health’s priority actions, programs, and strategies. A de la atención básica en salud. En este estudio se uti-
total of 224 provisions were identified, in two groups of lizó el análisis documental de acciones, programas y
documents, so-called instituting provisions and com- estrategias para el fortalecimiento de la atención pri-
plementary provisions. The former include the prin- maria, priorizados por el Ministerio de Salud. Se han
ciples and guidelines of the Brazilian Unified National encontrado 224 reglas para dos grupos de documentos:
Health System (SUS) and also involve the expansion of normas fundacionales y normas complementarias.
actions. Financing was a quantitatively central theme, Las normas fundacionales, además de llevar consigo
especially in the complementary provisions. The anal- los principios y directrices del Sistema Único de Salud
ysis led to reflection on the extent to which these strate- (SUS), también significaron una ampliación de accio-
gies can induce linkage between health system manag- nes. El tema de financiación ocupó un lugar central en
ers and civil society in building a political project re- las normas cuantitativas, especialmente en relación
sulting in improvements and meeting the population’s con las complementarias. Por último, este análisis lle-
health needs. va a la reflexión sobre cómo estas estrategias inducen a
la construcción de un proyecto político que responda a
Enacted Statutes; Executive; Health Policy las necesidades de salud de la población.
Recebido em 07/Dez/2014
Versão final reapresentada 01/Mai/2015
Aprovado em 23/Jul/2015