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Legislação do SUS para Concursos Públicos,

1. Princípios do SUS
Com certeza “Princípios do SUS” vai aparecer na sua prova de concurso público. As bancas gostam muito
de perguntar sobre os princípios do SUS, pra saber se você domina o tema. Eles são organizamos da
seguinte maneira: Princípios Doutrinários - ou Ideológicos - e Princípios Organizacionais.

Os Princípios Doutrinários são os princípios da Universalidade, Integralidade e Equidade. Esses princípios


dizem respeito à ideologia do Sistema Único de Saúde, à base doutrinária desse sistema.
Universalidade quer dizer que todos têm direito, independentemente de renda, sexo, idade, classe social,
religião e cor.
Equidade é um dos princípios mais difíceis de compreender. Por quê? Por que Equidade é você garantir a
universalidade considerando as diferenças. Para um atendimento adequado e de qualidade para o usuário
é preciso considerar as diferenças.
Eu não posso atender uma mulher da mesma forma que eu atendo um homem; eu não posso atender uma
população numa situação de rua, do mesmo jeito que eu atendo uma pessoa que tem emprego e vida
economicamente estável. São situações distintas e eu preciso considerar essas diferenças do meu
atendimento à saúde.

Integralidade é um princípio que diz respeito à integralidade da atenção dentro Sistema de Saúde,
considerando os três níveis de atenção: Primária, Secundária e Terciária. Esse princípio considera também
o indivíduo nas suas características Biopsicossociais e espirituais, ou seja, considerando todas as
necessidades de saúde desse indivíduo.
Nós temos também os Princípios Organizacionais do SUS, que são Descentralização, Regionalização e
Hierarquização.
Descentralização quer dizer tirar do centro. A gestão da saúde, que anteriormente era centrada no
Governo Federal, hoje, com o Sistema Único de Saúde, foi descentralizada para Estados e Municípios.
Regionalização é organizar a rede de atenção à saúde considerando as características semelhantes, e
também considerando a rede de atenção à saúde, características populacionais, situação de saúde,
indicadores e outros fatores.
Hierarquização quer dizer que a minha rede de atenção à saúde deve ser organizada em serviços de níveis
de complexidade diferenciados:
 Atenção primária a saúde;
 Serviços de atenção secundária a saúde; e
 Serviços de atenção terciária a saúde.
Junto com a Hierarquização, vem a integralidade para permitir a integração desses níveis de atenção.
Há ainda o Controle Social que é um princípio do SUS, está relacionado à participação da comunidade no
Sistema Único de Saúde, na formulação das políticas e na fiscalização e implementação dessas políticas. O
controle social para alguns autores é considerado um Princípio Doutrinário, para outros autores ele é um
princípio Organizacional, então vocês podem considerar como sendo certo o Controle Social um Princípio
Doutrinário ou um Princípio Organizacional. 
2. Lei 8.080 de 1990
Essa é fundamental, você tem que estudar a Lei 8.080! Com certeza ela vai cair na prova do SUS. Vamos
falar um pouquinho sobre ela.
A Lei 8.080 de 19 de Setembro de 1990, é conhecida também como “Lei Orgânica da Saúde”. Dê bastante
atenção a ela! Vou repetir: você tem que estudar pra poder garantir as questões porque ela cai em todas
as provas de Legislação do SUS. Então vamos lá.
Ela dispõe sobre as condições de promoção, proteção e recuperação da saúde; e da organização e
funcionamento dos serviços. Ela diz respeito à regulamentação e à organização e funcionamento do
Sistema Único de Saúde.

Está disposto nessa lei que todos têm direito a saúde. O SUS é Universal. É também dever do Estado a
garantia dessa saúde e ele precisa desenvolver, formular e executar políticas econômicas e sociais, para
garantir esse direito.
Na Lei 8.080 a saúde também aparece relacionada a fatores Determinantes e Condicionantes, que são os
fatores que condicionam e determinam a saúde, tais com: educação, lazer, moradia, saneamento,
transporte e outros. Entendendo a saúde não mais como ausência de doença, mas como uma série de
fatores que, relacionados, promovem saúde.

3. Lei 8.142 de 28 de dezembro de 1990


Na verdade essa lei não precisaria ter existido, porém a Lei 8.080 sofreu vetos e por isso foi necessário que,
no finalzinho do ano de 1990, fosse criada uma lei para a Participação da Comunidade e as Transferências
de Recursos Financeiros para os entes Federados.
Disposições Gerais sobre a lei 8.142 de 1990.
Cada esfera de governo deve contar com instâncias colegiadas com participação da comunidade. Quais são
elas: Conferências de Saúde e Conselhos de Saúde.
 Conselho de Saúde é o órgão que vai fiscalizar a implementação e utilização dos recursos de
forma geral.
 Conferências de Saúde é responsável pela formulação de novas propostas para o Sistema Único
de Saúde, que acontece a cada 4 anos.
Essa lei também trata a questão do Financiamento do Sistema Único de Saúde. Diz respeito à
transferência regular e automática de recursos do Governo Federal para Estados e Municípios e Distrito
Federal.
4. Pacto pela Saúde de 2006
A essa altura você deve estar se perguntando:
“Por que tantas leis, tantas normas, tantos decretos, tanta Legislação para o Sistema Único de Saúde?”.
Porque o SUS é sistema dinâmico, a saúde é dinâmica e ela precisa de uma legislação que ancore essas
mudanças pra que ela acompanhe essa dinamicidade do Sistema Único de Saúde.
O Pacto pela Saúde de 2006 vem com uma nova proposta de organização do sistema, de uma gestão
compartilhada e solidária considerando as diferenças regionais, a organização de regiões sanitárias, de
modo a garantir um atendimento integral de qualidade ao indivíduo. Ele promove também mecanismos de
co-gestão e planejamento regional, fortalece o controle social, e vem com uma proposta de cooperação
técnica entre os gestores.
Este pacto estabelece uma lógica realmente de cooperação, com Financiamento Tripartiteestimulado a
partir de critérios de Equidade, ou seja, considerando diferenças regionais dentro do nosso grande País pra
que seja feita a transferência de recursos financeiros.
O Pacto pela Saúde tem duas Legislações fundamentais que são duas portarias que você não pode deixar
de estudar.
A primeira é a Portaria 399 de 22 de Fevereiro de 2006. Essa portaria organiza o pacto pela saúde nas suas
três dimensões:
 Pacto pela Vida;
 Pacto em Defesa do SUS; e
 Pacto de Gestão do SUS.
O Pacto pela Vida diz respeito ao compromisso da prioridade do pacto com a saúde da população, ai nesse
pacto nós vamos discutir indicadores e metas pra mudança de situação de saúde.
Pacto em Defesa do SUS: o próprio nome diz “Em Defesa do SUS”. Ele vem com uma força ideológica pra
resgatar um sistema de saúde que foi criado na década de 80 e que precisa a cada dia ser fortalecido,
principalmente pelo controle social e a garantia de recursos financeiros.
O Pacto de Gestão do SUS define responsabilidades sanitárias para os gestores criando novos espaços de
cogestão.

A outra portaria é a Portaria 699 de 30 de Março de 2006 que regulamenta as diretrizes operacionais do


pacto pela vida e do Pacto de gestão, orienta a sua implementação, além de instituir o termo de
compromisso de gestão.

5. Decreto 7.508 de 28 de Junho de 2011


O Decreto 7.508 de 28 de Junho de 2011 é a Legislação mais nova do Sistema Único de Saúde regulamenta
a Lei 8.080 de 1990. Ele traz novos termos e também resgata alguns já existentes que precisam ser
fortalecidos.
O decreto dispõe sobre:
 Região de saúde;
 Contrato organizativo de ação pública;
 Portas de entrada;
 Comissões Intergestores;
 Mapa da saúde;
 Rede de atenção à saúde;
 Serviços especiais de acesso aberto;
 Protocolo clínico e diretriz terapêutica;
 Relação nacional de ações e serviços de saúde - RENASES; e
 Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - RENAME.
Muitos desses você já ouviu falar, então o decreto traz definições novas, conceitos novos, como por
exemplo de Rede de Atenção à Saúde, e como ela se organiza dentro do SUS; a RENASES, uma relação
nacional de ações e serviços de saúde.
O decreto resgata também um termo Região de Saúde, que é discutido desde quando foi instituído o SUS,
quando se estabelece o princípio organizacional do SUS, da regionalização.
O decreto é novo e fundamental, e por isso chama a atenção das bancas e com certezas nós teremos a
oportunidade de destrinchá-los e conversarmos mais sobre cada um desses itens na aula online.
Conclusão
Bom é isso, esses foram os principais pontos da Legislação do Sistema Único de Saúde. Se você gostou
dessas dicas pode encontrar muito mais no nosso curso de Legislação do Sus no site
http://www.legislacaodosus.com.br. 
Essa é só uma pequena amostra de todo o nosso curso disponível pra você.  No curso nós vamos navegar
desde antes da criação do Sistema Único de Saúde até o Decreto 7.508 de 2011, que é a Legislação mais
recente do SUS.
Decreto 7.508/11 - O que cai em prova!
No artigo de hoje versarei sobre o Decreto 7.508/11 que regulamenta a Lei Orgânica da Saúde 8.080/90 –
grande marco da Legislação Aplicada ao SUS e tema constante em concursos e seleções. Vamos lá?

O Decreto 7.508/11 regulamenta a Lei Orgânica da Saúde – 8.080/90. Conforme já estabelecido na Lei
supracitada, o SUS deve ser organizado de forma regionalizada e hierarquizada.

O Decreto 7508/2011 cria as Regiões de Saúde, que reitera a regionalização com princípio organizativo do
SUS. Cada região deve oferecer serviços de atenção primária, urgência e emergência, atenção psicossocial,
atenção ambulatorial especializada e hospitalar e, por fim, vigilância em saúde.

Em relação à hierarquização, o Decreto estabelece que as portas de entrada do SUS, pelas quais os
pacientes podem ter acesso aos serviços de saúde, são: de atenção primária; de atenção de urgência e
emergência; de atenção psicossocial e, ainda, especiais de acesso aberto.
O Decreto também define quais são os serviços de saúde que estão disponíveis no SUS para o atendimento
integral dos usuários, através da Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde – RENASES, que deve ser
atualizada a cada dois anos.

A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) também é citada no documento, que será
acompanhada do Formulário Terapêutico Nacional, como forma de subsidiar a prescrição, a dispensação e
o uso dos seus medicamentos.

A Assistência Farmacêutica também é alvo da regulamentação, que define sobre o acesso universal e
igualitário à Assistência Farmacêutica, pressupondo que:
- O usuário deve estar assistido por ações e serviços de saúde do SUS;
- O medicamento deve ter sido prescrito por profissional de saúde, no exercício regular de suas funções no
SUS;
- A prescrição deve estar em conformidade com a RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes
Terapêuticas ou com a relação específica complementar estadual, distrital ou municipal de medicamentos;
- A dispensação deve ter ocorrido em unidades indicadas pela direção do SUS.
 
Decreto 7.508/11 e o que cai em provas:
 
A disposição inicial de qualquer marco jurídico é uma grande tendência de prova vamos a do tema em
questão?
 
“Regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema
Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação Interfederativa, e
dá outras providências. ”
Em seu artigo 1º encontraremos a repetição da disposição inicial:
 
“Art. 1o Este Decreto regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a
organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e
a articulação interfederativa. ”
Chegamos ao artigo mais cobrado em concursos e seleções – o artigo segundo. Mas qual o motivo? Ele
traz em seu texto conceitos novos e as bancas têm um “relacionamento íntimo” com novos conceitos,
vejamos:
 
“Art. 2o Para efeito deste Decreto, considera-se:
 
I - Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes,
delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e
infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento
e a execução de ações e serviços de saúde;
II -Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde - acordo de colaboração firmado entre entes
federativos com a finalidade de organizar e integrar as ações e serviços de saúde na rede regionalizada e
hierarquizada, com definição de responsabilidades, indicadores e metas de saúde, critérios de avaliação de
desempenho, recursos financeiros que serão disponibilizados, forma de controle e fiscalização de sua
execução e demais elementos necessários à implementação integrada das ações e serviços de saúde;
III - Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial à saúde do usuário no SUS;
A definição das portas de entrada do sistema é um dos maiores avanços para a organização do sistema. O
SUS não é uma porta aberta, desorganizada, mas sim um sistema de saúde que se organiza por níveis de
complexidade (densidade tecnológica), conforme determina a Constituição. Sendo o SUS um sistema
hierarquizado por níveis de complexidade dos serviços de saúde, importante impor ao acesso aos serviços
este mesmo sentido de ordem.
As portas de entrada do Sistema pelo Decreto 7.508, são: a atenção primária, principal porta e ordenadora
aos demais níveis de complexidade; a urgência e emergência; a saúde mental e seus serviços como o CAPS
– Centro de Atenção Psicossocial e serviços especiais de acesso aberto, como os centro de referência de
AIDS, a saúde do trabalhador e outros que atendam necessidades específicas do cidadão objeto de serviços
próprios.
Ao definir portas de entrada, o sistema avança na sua organização impondo o acesso igualitário, não sendo
permitido, sob pena de se quebrar o princípio da isonomia, que pessoas possam adentrar ao sistema sem
respeito aos seus regramentos. Daí o Decreto ter definido que o acesso ordenado deve ainda considerar a
gravidade do risco do paciente e a ordem cronológica de sua chegada ao serviço (como a lista única dos
transplantes). Desse modo fica clara que a atenção à saúde respeitará a gravidade do dano, a ordem
cronológica de chegada e as portas de entrada do sistema (ANDRADE,2011).
IV - Comissões Intergestores - instâncias de pactuação consensual entre os entes federativos para definição
das regras da gestão compartilhada do SUS;
V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribuição de recursos humanos e de ações e serviços de
saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, considerando-se a capacidade instalada existente, os
investimentos e o desempenho aferido a partir dos indicadores de saúde do sistema;
VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de
complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde;
VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de saúde específicos para o atendimento da pessoa que,
em razão de agravo ou de situação laboral, necessita de atendimento especial; e 
VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documento que estabelece: critérios para o diagnóstico da
doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais produtos
apropriados, quando couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o
acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS. 

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