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CONTROLE, AVALIAÇÃO
E AUDITORIA EM SAÚDE
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• O golpe militar de 1964 interferiu diretamente no financiamento e nos
incentivos à saúde, pois o governo passou a controlar todos os serviços
públicos de saúde. Foram feitos cortes nas verbas do Ministério da Saúde
e menos se atuou nas ações de saúde, precarizando-se a saúde da
população.
• A fundação do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência
Social (Inamps) propiciou uma inédita estrutura das ações de controle e
avaliação da assistência à saúde, buscando o controle de gastos e, com
base nisso, foi criada a auditoria e suas ações.
• Na década de 1980, foram estabelecidas as guias de internação hospitalar
e a autorização de internamento, que posteriormente foram substituídas
pela autorização de internação hospitalar (AIH).
• Na 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986, a população em
geral pôde participar ativamente das discussões e foi nesse encontro que
se estabeleceu a necessidade de se fazer uma reforma sanitária, visto que
a maioria da população não tinha acesso à saúde (Brasil, 2019).
• A Constituição Federal do Brasil, promulgada em 1988, foi a responsável
pela criação do SUS e estabeleceu que é de responsabilidade do Estado
garantir a saúde da população em sua integralidade (Brasil, 1988). A
Constituição define, no seu art. 197, que: “São de relevância pública as
ações e serviços de saúde, cabendo ao poder público dispor, nos termos
da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua
execução ser feita diretamente ou por meio de terceiros e, também, por
pessoa física ou jurídica de direito privado” (Brasil, 1988, grifo nosso).
• A Lei Orgânica da Saúde (Lei n. 8.080/1990) foi responsável pela
regulamentação do SUS e por definir as atribuições e competências de
cada esfera de governo no SUS, entre outras ações como estabelecer
como se daria o financiamento do SUS e a auditoria em saúde, responsável
por acompanhar e monitorar esse processo de financiamento. A lei prevê,
em seu art. 33, parágrafo 4º, que: “O Ministério da Saúde acompanhará
através de seu Sistema de Auditoria, a conformidade à programação
aprovada da aplicação dos recursos repassados a Estados e Municípios.
Constatada a malversação, caberá ao Ministério da Saúde aplicar as
medidas previstas em lei” (Brasil, 1990).
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• O Decreto n. 1.651/1995 regulamentou o Sistema Nacional de Auditoria, no
âmbito do SUS.
• A Lei Complementar n. 141/2012, nos seus art. 36 e 42, estabeleceu que:
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Em 2006, foi criado o Pacto pela Saúde, em suas três dimensões: Pacto
pela Vida, Pacto de Gestão e Pacto em Defesa do SUS (Brasil, 2006). Conforme
a Portaria do Ministério da Saúde n. 399/2006 (Brasil, 2006), o Pacto pela Vida
tem seis prioridades:
1. saúde do idoso;
2. controle dos cânceres de colo de útero e de mama;
3. redução da mortalidade infantil e materna;
4. fortalecimento da capacidade de respostas às doenças emergentes e
endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e
influenza;
5. promoção da saúde;
6. fortalecimento da atenção básica.
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• Lei Orgânica da Saúde: regulamenta o SUS e define as suas ações e o
modo de financiamento (Brasil, 1990);
• Pacto pela Saúde: tem por finalidade diminuir toda a fragmentação das
ações de saúde, garantindo a integralidade do cuidado (Brasil, 2006).
• outras normas operacionais editadas na forma de decretos, portarias e/ou
resoluções do Ministério da Saúde.
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• verificação de qual modelo de saúde, para não se investir apenas num
modelo hospitalocêntrico;
• verificação da profissionalização das pessoas, para se garantir uma
assistência de qualidade.
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essenciais para o controle dessas doenças, ainda que se tratassem de
estratégias autoritárias e impositivas, que provocaram reações como a da
revolta da população diante da obrigatoriedade da vacinação contra a
varíola.
b. Centros de saúde ou rede local permanente (1920-1980): em torno da
defesa desse modelo, houve um movimento grande dos sanitaristas, que
compreendiam a importância das ações de saúde num nível ambulatorial,
com as quais tínhamos o enfrentamento da influência da multicausalidade,
focando ações coletivas de promoção e prevenção do adoecimento e
estimulando uma melhoria na saúde da população. Segundo Merhy (1992),
o modelo contava com o trabalho de médicos sanitaristas, enfermeiras,
visitadores e fiscais sanitários em uma rede única de ambulatórios gerais,
regionalizados e descentralizados administrativamente, baseados nos
centros de saúde e postos de higiene. Para o Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde (Cnes) do Departamento de Informática do
SUS (Datasus), o conceito que encontramos para diferenciar centro de
saúde/unidade de saúde e posto de saúde é o seguinte:
• posto de saúde: unidade destinada à prestação de assistência a uma
determinada população, de forma programada ou não, por profissional de
nível médio, com a presença intermitente ou não do profissional médico;
• centro de saúde/unidade básica de saúde: unidade para realização de
atendimentos de atenção básica e integral a uma população, de forma
programada ou não, nas especialidades básicas, podendo oferecer
assistência odontológica e de outros profissionais de nível superior; essa
assistência deve ser permanente e prestada por médico generalista ou
especialista, podendo ou não se oferecer serviço de apoio à diagnose e
terapia (Sadt) e pronto atendimento 24 horas.
c. Ambulatórios especializados (1920-1980): nesse modelo, segundo Merhy
(1992), as ações buscavam responder aos problemas de saúde da
população urbana pobre. Ele preconizava ações médico-curativas e
campanhas, em ambulatórios e hospitais especializados, organizadas em
torno de certos problemas específicos de saúde, como tuberculose e
hanseníase.
d. Medicina preventiva ou assistência médico-previdenciária (1920-1990):
esse modelo se preocupava com os trabalhadores formalmente vinculados
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aos principais ramos de atividades econômicas, garantindo-lhes
assistência e a seus dependentes. Focava-se o atendimento médico-
centrado, curativo-reparador em ambulatórios especializados.
e. Medicina comunitária (a partir da década de 1960): levava em consideração
a teoria da história natural da doença, ainda focando na pobreza e nos
menos favorecidos e marginalizados pela sociedade, garantindo o acesso
a toda a população.
f. Modelo liberal-privativista (ao longo do século XX): nesse modelo, se
incentivou a criação de atendimento privado, com formação de grupos ou
cooperativas médicas, com convivência também com atendimentos
filantrópicos. Sua assistência pode ser exclusivamente privatizada ou não,
e trata-se de um modelo de medicina especializada, ambulatorial e
hospitalar vigente até hoje.
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organizar estratégias de ação que garantam a integralidade do cuidado com
resolutividade e qualidade.
O SUS, na forma da Lei n. 8.080/1990, é constituído pelo “[...] conjunto de
ações e serviços públicos de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas
federais, estaduais e municipais, de Administração direta e indireta e das
fundações mantidas pelo Poder Público [...]” (Brasil, 1990). Estão abrangidas por
essa definição:
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b. Rede de atenção secundária: onde são realizados serviços ambulatoriais e
os hospitalares de baixa complexidade, consultas em diversas
especialidades médicas e exames considerados de média complexidade.
c. Rede de atenção terciária: onde são prestados os serviços ambulatoriais e
hospitalares que demandam uma maior complexidade e que normalmente
necessitam de seguimentos, assim como de equipamentos de alta
tecnologia, por exemplo a hemodiálise, a tomografia computadorizada e a
quimioterapia.
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Mendes (2011) cita também que, num modelo de rede de atenção
poliárquica e organizada, temos atuação tanto diante de condições agudas quanto
de crônicas. Afirma também que uma rede de atenção à saúde atua nas ações
promocionais, preventivas, curativas, cuidadoras, reabilitadoras ou paliativas,
sobre determinantes sociais da saúde intermediários e proximais e sobre as
condições de saúde estabelecidas. Como objetivos de uma rede de atenção à
saúde, temos a melhoria da saúde de uma população, com apresentação de
resultados clínicos e econômicos devidamente medidos (Mendes, 2011).
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REFERÊNCIAS
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<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt0841_02_05_2012.html>.
Acesso em: 23 maio 2020.
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