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Tema – Pacto pela vida e o planejamento no SUS

Projeto Pós-graduação
Curso Saúde Pública com Ênfase em Saúde da Família
Disciplina Planejamento e Gestão em Saúde
Tema Pacto pela Vida e o Planejamento no SUS
Professor Ivana Maria Saes Busato

Introdução
Neste tema, conheceremos a proposta que visa vencer os desafios de
implantar o Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se do Pacto pela Saúde, um
compromisso público assumido entre gestores do SUS e o Conselho Nacional
da Saúde visando consolidar avanços no fortalecimento do sistema de saúde,
no planejamento, na gestão e no financiamento do SUS. Finalizaremos o tema
com as novas orientações para a regionalização e hierarquização dos serviços
do SUS.
Na sequência, acompanhe o vídeo de introdução do tema com a
professora Ivana no seu material digital.
Bons estudos!

Problematização
Você é gestor da área da saúde do município de Andorinha, que fica ao
sul da região metropolitana da capital do estado, tem uma área geográfica de
305 m² e população estimada de 23.200 habitantes.
Andorinha tem sua história datada da época da colonização europeia e a
maioria da sua população é descendente de italianos. O primeiro vilarejo foi
instalado para promover a comercialização dos produtos produzidos pelas
propriedades rurais dessas famílias italianas com comerciantes da capital e
hoje a principal atividade econômica desse município é a produção
agropecuária.
O município é dividido em dois bairros: o Central, com característica

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urbana e uma população de 13.000 habitantes; e o Marsala, que tem
característica rural e uma população de 10.200 habitantes.
Na área da saúde, optou-se por organizar a rede de serviços baseada
na Estratégia de Saúde da Família, sendo 100% dos habitantes cobertos pelas
unidades de saúde, que têm cadastradas 6.342 famílias. No bairro Central há
três unidades de saúde: Pisa, Modena e Toscana, cada uma com três equipes
de saúde da família. Já o bairro Marsala tem cinco unidades de saúde, e cada
uma delas conta com duas equipes de saúde da família.
A cidade também conta com um Centro de Especialidades, situado no
bairro Central, que faz atenção de média complexidade e oferece serviços de
especialidades médicas e odontológicas; diagnóstico por imagem; diagnósticos
laboratoriais; serviços de psicologia, fonoaudiologia e fisioterapia; serviço
social; nutrição; e terapia ocupacional. Nesse mesmo bairro a rede dispõe de:
um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS); uma Central de Abastecimento
Farmacêutico com dispensação de medicamentos das especialidades; um
laboratório municipal; um núcleo de educação em saúde; e a vigilância em
saúde.
Nessa mesma cidade, a assistência de urgência e emergência é feita
pela UPA Roma; e os internamentos de baixa complexidade (adulto e infantil) e
serviços de maternidade são feitos por um hospital privado – o Hospital Geral –
, que tem convênio com o município. Já os atendimentos de alta complexidade
têm como referência a capital do Estado, distante 30 km.
O município de Andorinha aplicou 21% de seus recursos na saúde.
Você, como gestor dessa área, tem que encaminhar o processo de elaboração
do planejamento na área de saúde nos próximos três meses. O município tem
um Conselho Municipal de Saúde, com regularidade de reunião mensal, na
primeira quarta-feira do mês, que possui 16 conselheiros, 8 representantes de
usuários, 4 trabalhadores, 2 gestores e 2 prestadores de serviço. Tal conselho
foi eleito no ano anterior quando foi realizada a IV Conferência Municipal, e as
propostas dessa conferência já foram compiladas em relatório.

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Levando tudo isso em consideração, pense que você tem que elaborar
um documento encaminhando o processo e a elaboração do planejamento.
Sendo assim, quais etapas devem ser realizadas nesse procedimento?
Antes de responder a esse questionamento, acompanhe o
conteúdo apresentado na sequência e reflita sobre a melhor resposta.
Essa situação será apresentada novamente adiante.

Processo de Implantação do Planejamento no SUS


A partir das definições legais estabelecidas pela Constituição Federal de
1988 e da Lei Orgânica de Saúde, iniciou-se o processo de implantação do
Sistema Único de Saúde (SUS) de forma pactuada entre o Ministério da Saúde,
o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional
de Secretários Municipais de Saúde (Conasems).
Esse processo foi orientado pelas Normas Operacionais do SUS,
instituídas por meio de portarias ministeriais. Tais normas definiram as
competências de cada esfera de governo e as condições necessárias para que
estados e municípios pudessem assumir as novas atribuições no processo de
implantação do SUS.
As Normas Operacionais definiram critérios para que estados e
municípios se habilitassem a receber repasses de recursos do Fundo Nacional
de Saúde para seus respectivos fundos de saúde. A habilitação às condições
de gestão definidas nas Normas Operacionais foi condicionada ao
cumprimento de uma série de requisitos e ao compromisso de assumir um
conjunto de responsabilidades referentes à gestão do sistema de saúde
(BRASIL, 2011). Essas Normas Operacionais direcionaram os planejamentos
em saúde nas três esferas governamentais.
Conheça as Normas Operacionais lendo o “Livro 1 – Sistema Único de
Saúde”, elaborado pelo Conass, da coleção “Para Entender a Gestão do SUS”.
Esse livro está disponível no link: < http://www.conass.org.br/bibliotecav3/pdfs/
colecao2011/livro_1.pdf>.

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Pacto pela Saúde
O Pacto pela Saúde foi construído com base nos princípios
constitucionais do Sistema Único de Saúde (SUS), com a finalidade de
qualificação da gestão pública do SUS. Esse pacto pôs grande ênfase nas
necessidades de saúde da população, com fortes características do
planejamento estratégico, e isso implicou o exercício simultâneo de definição
de prioridades articuladas e integradas nos seus três componentes: Pacto pela
Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gestão do SUS. O pacto extinguiu o
processo de habilitação para estados e municípios (BRASIL, 2006).
A pactuação procurou assegurar que uma tomada de decisão aconteça
tão próxima quanto possível do cidadão, considerando as possibilidades de os
gestores assumirem responsabilidades e não transferindo para outras esferas a
execução de ações que podem ser resolvidas em seu âmbito, com cooperação,
coesão regional e responsabilização de cada gestor no seu âmbito de atuação.
Outras mudanças, que nas normas anteriores não foram priorizadas, também
ocorreram, como: formas de recebimento dos recursos financeiros, passando a
ser por blocos de financiamento; além de incentivos financeiros para a área de
gestão e planejamento. Tudo isso foi implantado por meio da Portaria n.
399/GM, de 22 de fevereiro de 2006, que também aprovou Diretrizes
Operacionais do Pacto pela Saúde para 2006 (BRASIL, 2011).
Conheça a Portaria n. 399/06 e saiba do que ela trata acessando o link
disponível a seguir: <http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2006/
GM/GM-399.htm>.

Pacto pela Vida


O Pacto pela Vida foi constituído por um conjunto de compromissos
sanitários, expressos em objetivos de processos e resultados e derivados da
análise da situação de saúde do País e das prioridades definidas pelos
governos federal, estadual e municipal. Esse pacto definiu compromissos entre
os gestores do SUS em torno de prioridades que apresentem impacto sobre a

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situação de saúde da população. Na implantação do Pacto pela Saúde, as
prioridades do Pacto pela Vida foram: saúde do idoso; câncer de colo de útero
e de mama; mortalidade infantil e materna; doenças emergentes e endemias,
com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza;
promoção da saúde; e atenção básica à saúde (BRASIL, 2006).

Pacto em Defesa do SUS


O Pacto em Defesa do SUS envolve ações concretas e articuladas pelas
três instâncias federativas no sentido de reforçar o SUS como política de
Estado, mais do que política de governos. Esse pacto também tem a intenção
de defender vigorosamente os princípios basilares dessa política pública,
inscritos na Constituição Federal.
A concretização desse pacto passa por um movimento de repolitização
da saúde, com uma clara estratégia de mobilização social. Essa estratégia
envolve o conjunto da sociedade brasileira, extrapolando os limites do setor, e
é vinculada ao processo de instituição da saúde como direito de cidadania,
tendo o financiamento público da saúde como um dos pontos centrais
(BRASIL, 2006).
Alguns dos pontos básicos desse pacto podem ser vistos a seguir:
1. Implementar um amplo processo de mobilização social para divulgar a
saúde como direito de todos e o SUS como a política pública que deve
responder a esse direito. Disso, resultou a Carta dos Direitos dos
Usuários do SUS, um instrumento importante para a mobilização e o
controle social.

2. Mobilizar a sociedade para que tenhamos mais recursos para a saúde,


visando que a EC n. 29 seja regulamentada e, em longo prazo, a saúde
aumente os seus recursos orçamentários e financeiros.

3. Ampliar o diálogo com a sociedade.

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Pacto de Gestão
O Pacto de Gestão estabeleceu as responsabilidades claras de cada
ente federado, a fim de diminuir as competências concorrentes e tornar mais
claro quem deve fazer o que, contribuindo, assim, para o fortalecimento da
gestão compartilhada e solidária do SUS.
Esse pacto radicaliza a descentralização de atribuições do Ministério da
Saúde para os estados e para os municípios, promovendo um choque de
descentralização, acompanhado da desburocratização dos processos
normativos. Ele reforçou a territorialização da saúde como base para
organização dos sistemas, estruturando as regiões sanitárias e instituindo
colegiados de gestão regional. Também reiterou a importância da participação
e do controle social com o compromisso de apoio à sua qualificação,
reconhecendo que a participação da comunidade tem importância estrutural na
gestão do SUS (BRASIL, 2006).
O Pacto de Gestão explicitou as diretrizes para o sistema de
financiamento público tripartite:

 Buscando critérios de alocação equitativa dos recursos;

 Reforçando os mecanismos de transferência fundo a fundo entre


gestores;

 Integrando em grandes blocos o financiamento federal;

 Estabelecendo relações contratuais entre os entes federativos.


O pacto propôs a criação de espaços permanentes de pactuação e
cogestão solidária e cooperativa por meio de um Colegiado de Gestão
Regional e das CIBs regionais, com a participação de gestores de saúde dos
municípios que compõem a região e da representação estadual (BRASIL,
2011).
Os principais avanços do Pacto pela Saúde dizem respeito à
substituição da habilitação de estados e municípios em determinada condição
de gestão pelo processo de adesão ao pacto, mediante celebração de Termo

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de Compromisso de Gestão, na qual houve grande participação dos municípios
(BRASIL, 2011).
As metas e os objetivos do Pacto pela Vida foram estabelecidos em
instrumentos jurídicos públicos, os Termos de Compromisso de Gestão,
firmados por União, estados e municípios. Esses termos objetivaram formalizar
a assunção das responsabilidades e atribuições inerentes às esferas
governamentais na condução do processo permanente de aprimoramento e
consolidação do SUS. O termo previu que os gestores municipais tivessem
responsabilidades sanitárias claras com a pactuação em negociações
correspondentes (BRASIL, 2011).
O Termo de Compromisso de Gestão, no âmbito municipal, trouxe
avanço para o planejamento do Sistema Único de Saúde, no qual definiu as
responsabilidades sanitárias do município para a sua população, como também
da região que ele pactuou ser referência, promovendo a participação ampla e
reafirmando o controle social dentro do planejamento. Assista ao vídeo a
seguir, disponível no seu material digital, e se aprofunde mais a respeito da
importância desse instrumento.
O Decreto n. 7.508, de 28 de junho de 2011, veio regulamentar aspectos
da Lei n. 8.080/90, nos itens referentes ao planejamento da saúde, que são: a
assistência à saúde, a articulação interfederativa e a regionalização. Esse
decreto estabelece que Regiões de Saúde serão instituídas pelo Estado, em
articulação com os municípios, respeitadas as diretrizes gerais pactuadas na
Comissão Intergestores Tripartite (CIT) e aprovadas nas respectivas
Comissões Intergestoras Bipartite (CIB).
A Região de Saúde é um espaço geográfico contínuo constituído por
agrupamentos de municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades
culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de
transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o
planejamento e a execução de ações e serviços de saúde. Essa região deve
conter, no mínimo, ações e serviços de: atenção primária; urgência e

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emergência; atenção psicossocial; atenção ambulatorial especializada e
hospitalar; e vigilância em saúde (BRASIL, 2011).
Conheça a íntegra do Decreto Presidencial n. 7.508 de 2011, acessando
o link disponível a seguir: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2011/decreto/D7508.htm>.
O acesso universal, igualitário e ordenado às ações e aos serviços de
saúde se inicia pelas Portas de Entrada do SUS e se completa na rede
regionalizada e hierarquizada, de acordo com a complexidade do serviço, como
destaca o Decreto n. 7.508/11. As Portas de Entrada às ações e aos serviços de
saúde nas Redes de Atenção à Saúde são: atenção primária; atenção de
urgência e emergência; atenção psicossocial; e especiais de acesso aberto
(BRASIL, 2011).
Essa importante definição de território, apontada pelo Decreto n.
7508/11, é imprescindível na elaboração do planejamento ascendente e
integrado entre todos, do nível local até o federal, com obrigatoriedade da
participação dos respectivos Conselhos de Saúde, compatibilizando as
necessidades das políticas de saúde com a disponibilidade de recursos
financeiros.
No planejamento devem ser considerados os serviços e as ações
prestados pela iniciativa privada, de forma complementar ou não ao SUS, os
quais deverão compor os Mapas da Saúde regional, estadual e nacional. Esses
mapas serão utilizados na identificação das necessidades de saúde e
orientarão o planejamento integrado dos entes federativos, contribuindo para o
estabelecimento de metas de saúde (BRASIL, 2011).
Outras contribuições do decreto supracitado referem-se à implantação
da Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde (Renases), que
compreende todos os serviços e ações que o SUS oferece ao usuário para
atendimento da integralidade da assistência à saúde; e à estruturação da
Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) como padronização
de medicamentos indicados para atendimento de doenças ou de agravos no

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âmbito do SUS. Ambas, Renases e Rename, são de competência do Ministério
da Saúde, devendo ser atualizadas a cada dois anos (BRASIL, 2011).
Em se tratando das relações interfederativas, o decreto reafirma a
Comissão Intergestores Tripartite (CIT), no âmbito da União, vinculada ao
Ministério da Saúde para efeitos administrativos e operacionais; a Comissão
Intergestores Bipartite (CIB), no âmbito do Estado, vinculada à Secretaria
Estadual de Saúde para efeitos administrativos e operacionais; e cria a
Comissão Intergestores Regional (CIR), no âmbito regional, vinculada à
Secretaria Estadual de Saúde para efeitos administrativos e operacionais.
Devendo observar as diretrizes da CIB, cada Região de Saúde deverá
constituir uma CIR, substituindo o Colegiado de Gestão Regional do Pacto de
Gestão (BRASIL, 2011).
O Decreto n. 7.508/11 altera o modo de colaboração entre os entes
federativos e a forma desses acordos integrarem seus planejamentos, assim
sendo estabelecido o Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde. Esse
contrato deve ser o resultado da integração dos planos de saúde dos entes
federativos na Rede de Atenção à Saúde, tendo como fundamento as
pactuações estabelecidas pela CIT, definindo as responsabilidades individuais
e solidárias dos entes federativos com relação às ações e serviços de saúde,
os indicadores e as metas de saúde, os critérios de avaliação de desempenho,
os recursos financeiros que serão disponibilizados, a forma de controle e
fiscalização da sua execução e demais elementos necessários à
implementação integrada das ações e serviços de saúde (BRASIL, 2011).
A Lei Complementar n. 141, de 13 de janeiro de 2012, regulamenta a EC
n. 29, referente aos recursos para a saúde, relacionando as despesas que
devem ser custeadas por meio desses recursos e explicitando as ações e
serviços públicos de saúde voltados para a promoção, proteção e recuperação
da saúde.
O Decreto n. 7.508/2011 e a Lei Complementar n. 141/12 inserem o
planejamento da saúde na centralidade da agenda da gestão, em um processo

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ascendente e integrado, do nível local até o federal, ouvidos os respectivos
Conselhos de Saúde, compatibilizando as necessidades das políticas de saúde
com a disponibilidade de recursos financeiros e o estabelecimento de metas
dessa área.
Vários avanços foram estabelecidos com o Decreto n. 7.508/11 e a Lei
Complementar n. 141/12. Para o planejamento, devemos destacar a unificação
dos antigos termos de compromisso e dos indicadores do pacto em um
instrumento único, que estabelece o rol de serviços prestados, o conjunto de
resultados esperados, as regras de monitoramento, a instância de governança
e, ainda, atrela esse conjunto de fatores a um sistema de incentivo (pagamento
por performance). A Lei Complementar estabelece o Relatório de Gestão como
instrumento de planejamento e de prestação de contas dos recursos
movimentados por meio dos Fundos de Saúde, alterando a sua periodicidade
de elaboração, antes trimestral para quadrimestral, com as mesmas exigências
legais (DA SILVA; DA SILVA, 2013).
Conheça a Lei Complementar n. 141/12 na íntegra acessando o link
disponível a seguir: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp141.
htm>.
Você sabia que o Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde veio
para substituir o Termo de Compromisso de Gestão? Então, assista ao vídeo a
seguir em que a professora Ivana fará a comparação desses dois instrumentos
de planejamento.

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Retomando a problematização
Muito bem! Acredito que já tenhamos tido tempo suficiente para refletir
sobre o caso apresentado no início dos estudos deste tema. Caso queira, leia o
caso novamente antes de responder. Caso contrário, analise as alternativas a
seguir e dê a sua resposta.

a. Utilizar ferramentas da vigilância em saúde; fazer a Análise da Situação


de Saúde da população do município; com o planejamento estratégico
levantar e explicar os problemas, com ampla participação dos diversos
representantes da rede de atenção do município, realizando a
compatibilização com as propostas da Conferência Municipal.
Apresentação ao Conselho Municipal de Saúde e posterior elaboração
do planejamento com a proposta orçamentária conforme os blocos de
financiamento e a identificação dos indicadores de avaliação e
monitoramento. Análise e aprovação no Conselho Municipal, publicação
em Diário Oficial e encaminhamento ao Conselho Estadual.

b. Elaborar o planejamento com os problemas de saúde levantados alguns


anos atrás porque a situação de saúde da população mudou pouca
coisa; realizar a proposta orçamentária conforme os blocos de
financiamento e a identificação dos indicadores de avaliação e
monitoramento; análise e aprovação no Conselho Municipal, publicação
em Diário Oficial e encaminhamento ao Conselho Estadual.

c. Utilizar ferramentas da vigilância em saúde; fazer a Análise da Situação


de Saúde da população do município; com o planejamento estratégico
levantar e explicar os problemas; com ampla participação dos diversos
representantes da rede de atenção do município, aprovar na plenária
gerencial; publicação em Diário Oficial e encaminhamento ao Conselho
Estadual.

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Feedback

a. Essa é uma ótima proposta de elaboração do planejamento, respeitando


todas as instâncias de participação, incluídas as propostas das
conferências e aprovação no Conselho Municipal.

b. Essa é uma proposta de elaboração do planejamento que cumpre as


etapas obrigatórias, as propostas das conferências e análise e
aprovação no Conselho Municipal. Contudo, sem uma análise atualizada
da Situação de Saúde da população, poderão ser desperdiçados
recursos financeiros em problemas que já não são as prioridades do
município.

c. Você poderá ter problemas com essa proposta, inclusive com os órgãos
fiscalizadores, porque o Conselho Municipal não fez uma análise nem foi
aprovado por todos os conselheiros.

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Síntese
O Pacto pela Saúde reorganizou as relações entre os níveis
governamentais e deu grande foco ao planejamento estratégico, com análise
da situação de saúde, visando analisar as necessidades de saúde da
população. Ele também formalizou as relações interfederativas e fortaleceu o
controle social e a responsabilidade sanitária dos gestores.
O Decreto n. 7.508/11 e a Lei Complementar n. 141/12 inserem o
planejamento da saúde como ponto central da agenda da gestão, reafirmando
o caráter ascendente e integrado, do nível local até o federal, com controle
social, compatibilizando as necessidades das políticas de saúde com a
disponibilidade de recursos financeiros e o estabelecimento de metas dessa
área.
No vídeo de síntese, que está disponível no seu material digital, faremos
uma abordagem geral sobre o que foi visto hoje. Não perca!

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Referências
BRASIL. Decreto n. 7.508, de 28 de junho de 2011. Regulamenta a Lei n.
8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do
Sistema Único de Saúde – SUS, o planejamento da saúde, a assistência à
saúde e a articulação interfederativa, e dá outras providências. Diário Oficial
da União. Brasília: 28 jun. 2011.
BRASIL. Lei Complementar n. 141, de 13 de janeiro de 2012. Regulamenta o §
3º do art. 198 da Constituição Federal para dispor sobre os valores mínimos a
serem aplicados anualmente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios
em ações e serviços públicos de saúde; estabelece os critérios de rateio dos
recursos de transferências para a saúde e as normas de fiscalização, avaliação
e controle das despesas com saúde nas três esferas de governo; revoga
dispositivos das Leis n. 8.080, de 19 de setembro de 1990, e 8.689, de 27 de
julho de 1993; e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília: 13
jan. 2012.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 399/GM, de 22 de fevereiro de 2006.
Divulga o Pacto pela Saúde 2006 – Consolidação do SUS, e aprova as
Diretrizes Operacionais do Referido Pacto. Diário Oficial da União, de 23 de
fevereiro de 2006, Seção I, p. 43. Brasília, 2006.
BRASIL. Resolução GM/MS/CIT n. 04, de 19 de julho de 2012. Dispõe sobre a
pactuação tripartite acerca das regras relativas às responsabilidades sanitárias
no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), para fins de transição entre os
processos operacionais do Pacto pela Saúde e a sistemática do Contrato
Organizativo da Ação Pública da Saúde (COAPS). Diário Oficial da União.
Brasília: 19 jul. 2012.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Departamento de Apoio à
Descentralização. Termo de compromisso de gestão municipal. Brasília:
Editora do Ministério da Saúde, 2007. (Série E. Legislação de Saúde).
BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Sistema Único de
Saúde. Brasília: CONASS, 2011. (Para Entender a Gestão do SUS 2011, 1).

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DA SILVA, G. F. B.; DA SILVA, M. L. A lei complementar n. 141/2012 e o
gestor público da saúde. 3. ed. Rio de Janeiro: Cosems, 2013.

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Atividades
1. O Pacto pela Saúde influenciou no planejamento do Sistema Único de
Saúde. De acordo com isso, analise as alternativas e assinale a correta:

a. O Pacto pela Saúde não se direcionou às necessidades da população.

b. O Pacto pela Saúde estabeleceu critérios de habilitação dos municípios.

c. O Pacto pela Saúde não teve finalidade de qualificação da gestão


pública.

d. O Pacto pela Saúde deu ênfase às necessidades da população.

2. Sobre os componentes do Pacto pela Saúde, suas características e


principal contribuição para o planejamento, assinale a alternativa correta:

a. O Pacto pela Vida reforçou o pacto entre entes federativos com foco na
regionalização.

b. O Pacto de Gestão é a análise da situação de saúde resultando em


prioridades sanitárias.

c. O Pacto em Defesa do SUS é o processo de mobilização social para


divulgar a saúde como direito e garantia de financiamento.

d. O Pacto pela Vida é a análise da situação do município resultando em


prioridades da saúde.

3. Assinale a alternativa correta referente aos princípios para o


planejamento do Termo de Compromisso de Gestão estabelecido pelo

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Pacto pela Saúde:

a. Estabelece responsabilidades sanitárias aos gestores de cada esfera de


governo.

b. Não formaliza o Pacto pela Saúde.

c. Planejamento centralizado nos gestores do governo federal que


estabelecem as metas.

d. Formaliza o Pacto pela Cidade.

4. A regionalização e hierarquização foram incrementadas pelo Decreto n.


7.508/11, que definiu as portas de entrada do SUS. De acordo com o
que foi definido por esse decreto, analise as alternativas a seguir e
assinale a correta:

a. Atenção de média complexidade e alta complexidade de urgência e


emergência.

b. Somente atenção primária e secundária de saúde.

c. Todos os serviços de acesso aberto.

d. Atenção primária; de urgência e emergência; psicossocial; e especiais


de acesso aberto.

5. Com a Lei Complementar n. 141/12 foi estabelecido o Relatório de


Gestão como instrumento de planejamento e de prestação de contas,
obrigando a fazer prestação de contas. Sobre a sua periodicidade,
analise as alternativas a seguir e assinale a correta:

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a. Trimestral.

b. Quadrimestral.

c. Bimestral.

d. Semestral.

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