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GESTÃO EM
SAÚDE E
SEGURANÇA
OCUPACIONAL

METODOLOGIA APLICADA À
CONSTRUÇÃO CIVIL

MAURICIO CESAR SOARES

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Dados Internacionais de catalogação na Publicação – CIP
Câmara Brasileira do Livro

CIP BRASIL – CATALOGAÇÃO NA FONTE


CÂMARA BRASILEIRA DO LIVRO

Soares Cesar, Mauricio


Gestão em Saúde e Segurança Ocupacional / 1a edição

Gestão em Saúde e Segurança Ocupacional – Metodologia


Aplicada à Construção Civil - 2020 – Jundiaí – São Paulo – Brasil.
ISBN: 978-316-148410-0

Índice para catálogo sistemático


1. Construção Civil. 2. Saúde e Segurança do Trabalho. 3.
Infortunística do Trabalho.

CDD 356

4
5
ESte livro é dedicado a todos
os profissionais da prevenção
de acidentes, verdadeiros
guerreiros, que diariamente
salvam vidas. Porém ninguém
os conhece!
Á todos vocês, meu apreço!

6
Sumário

Introdução ..................................................................................... 9
Um breve diálogo........................................................................ 11
01-A metodologia da segurança, aplicada à Construção Civil. ... 13
02-Os Programas de Gestão da Segurança do Trabalho. .......... 16
03-Construção Civil – Características......................................... 19
04-Abordagem da Escala de Irradiação Iso-infortunística. ......... 22
05-Gestão em Atividades de Armazenamento de Materiais e
Insumos. ..................................................................................... 27
06-Gestão Energias Perigosas – Lockout/Tagout. ..................... 32
07-Dispositivos de uso para Bloqueio......................................... 35
08-Gestão em Energias Perigosas – Eletricidade. ..................... 46
09-Gestão de Trabalhos em altura. ............................................ 61
10-Gestão em Escavações e procedimentos de aberturas de
poços, valas, canais, etc........................................................... 100
11-Gestão em Trabalhos à Quente. ......................................... 105
12-Gestão em Espaços Confinados. ........................................ 126
13-Gestão em Atividades de Içamento e movimentação de
Cargas. ..................................................................................... 141
14-Gestão em Demolições e desmontagens. ........................... 154
15-Gestão em Serviços de alvenaria – Reforma e Construção.
.................................................................................................. 161
16-Gestão em Serviços de Instalações hidráulicas. ................. 170
17-Gestão em Serviços de Instalação de Divisórias, Drywall e
similares. .................................................................................. 174
18-Gestão em Serviços de Instalação do Sistema de
Climatização. ............................................................................ 179
7
19-Gestão em Serviços de Instalação do Sistema de Identificação
e Supressão de incêndios. ....................................................... 184
20-Gestão em Serviços de Instalação de Piso cerâmico. ......... 188
21-Gestão em Serviços de Instalação de Piso vinílico. ............ 192
22-Gestão em Serviços de Instalação de Forro Modular. ......... 195
23-Gestão em Serviços de Pintura, Gesso e acabamento. ...... 205
24-Gestão em Serviços de Carpintaria. .................................... 211
25-Gestão em Máquinas e Equipamentos elétricos portáteis. .. 216
26-Equipamentos de Proteção Individual – EPI. ...................... 225
27-Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC. ....................... 242
28-Isolamento, sinalização e delimitação. ................................ 261
29-Gestão em Resíduos de Construção Civil. .......................... 266
30-Plano de Emergência .......................................................... 273
Agradecimentos ........................................................................ 279
Bibliografia: ............................................................................... 280
Anexos...................................................................................... 283
Planilhas de Permissões de Trabalho ...................................... 284
Planilhas de Checklist de Máquinas e ferramentas .................. 296

8
Introdução

O poder socializador do trabalho tem causado impactos


significativos na transformação da sociedade.
E um dos principais impactos que causam efeitos negativos
nessa transformação, é o acidente de trabalho cujas nocividades,
vão além dos aspectos físicos, financeiros econômicos e sociais.
Conforme o progresso tecnológico, e o avanço de
aprendizado e grau de capacitação da humanidade evoluem,
aumenta também a percepção que a garantia de subsistência e à
manutenção da qualidade de vida, podem e devem ser
melhoradas para uma eficiência e produtividade mais segura e
saudável.
Assim entende-se que os conceitos de Engenharia de
Segurança, a Higiene Ocupacional, a Segurança do Trabalho,
devem ser aplicadas e vivenciadas em seu contexto mais amplo,
tornando assim a segurança e saúde dos trabalhadores, um “valor”
a ser cultivado dentro das atividades econômicas dos mais
variados setores da economia.
É unânime entre os profissionais prevencionistas, que criar
no coletivo de trabalhadores uma sensibilidade e um instinto de
percepção de condições perigosas, são iniciativas de extrema
importância, ampliando desse modo as habilidades cognitivas que
devem ser estimuladas o mais cedo possível, para que a
consciência e o aculturamento formem a base do conhecimento e
da capacitação para as tarefas laborais.
Dentro da legislação trabalhista, as Normas
Regulamentadoras do Ministério do Trabalho, surgem como o
braço técnico da lei, oferecendo o suporte necessário para a
aplicação prática da condução dos processos operacionais, da
realização de tarefas e de como gerenciá-los.
Não há estudos no Brasil ainda, quantificando a
porcentagem que nosso empresariado cumpre, no que tange à
9
aplicação das normas, visto que grande parcela julga que nossa
legislação de caráter muito restritivo, não consegue ser
equitativamente viável com os padrões do atual cenário
econômico.
Em sua redação, as normas são muito bem elaboradas,
concisas e objetivas, mas que não condizem com nosso arraigado
e arcaico parque maquinário, com nossa alta carga tributária, e
com uma falta de reestruturação previdenciária e econômica.
Essa incompatibilidade gera altos impactos negativos nos
negócios empresariais, que relegam as ações e iniciativas de
Segurança para o segundo plano, deixando seus trabalhadores
suscetíveis a adquirir doenças profissionais e ao trabalho
insalutífero e perigoso que surge no decorrer das tarefas.
É muito importante frisar, que das iniciativas que
compreendem o campo mais amplo da Segurança do Trabalho e
da prevenção de acidentes, a CIPA e o SESMT, ainda são as mais
importantes, visto que dessas equipes, sendo multidisciplinares ou
não, é que se iniciam as outras iniciativas e ações, mantendo em
caráter permanente a filosofia e a cultura prevencionista na
empresa.
As habilidades de negociação com a alta hierarquia, a
capacidade de motivar os colaboradores, e a habilidade de
executar a função consultiva no processo operacional, são as
máximas constantes que a CIPA e o SESMT, devem levar como
sua bandeira, fazendo dessas ações o modelo a ser seguido pelos
demais setores da empresa.

10
Um breve diálogo

Antecipar ações e fazer um reconhecimento global do


sistema, do layout e das condições de trabalho, são iniciativas que
visam ilidir o risco de acidentes e reduzir condutas e condições que
possam desencadear interferências e interrupções no processo de
trabalho e seus principais agravos, como: lesões, acidentes,
doenças, e perdas materiais e ambientais.
Foi com essa justíssima premissa que a concepção de um
material de pesquisa e leitura, foi ganhando forma, até se
transformar em livro virtual – e-book, para que os profissionais da
área, pudessem buscar a referência necessária para suas dúvidas
e questionamentos.
A matéria em Medicina e Segurança do Trabalho já há
algum tempo, vem agregando em seu arcabouço pedagógico,
material de boa qualidade técnica e redacional em seu compêndio,
mas pobre em referências ilustrativas, sejam elas na forma
infográfica, fotográfica e de comunicação visual.
Uma vez que inserir imagens de qualidade num trabalho
acadêmico, acarreta compras de permissão de uso de direitos
autorais e referenciação bibliográfica deficitárias – lembrando que
imagens obtidas por navegadores de internet, não dão suporte e
crédito ao domínio que as criou – o trabalho em si sempre fica
carente de um suporte ilustrativo que faça a conexão cognitiva
entre texto e imagem, e que crie uma interconexão imaginativa
mais sólida e duradoura.
Assim como as placas de trânsito foram concebidas para
nos alertar, proibir, avisar e orientar, porque não usar os mesmos
elementos pictográficos para montar esquemas ilustrativos, e
enriquecer textos técnicos, cuja redação e narrativa necessitavam
de um suporte ilustrativo?
É evidente, que textos técnicos, por sua conduta narrativa
mais academicista, não poderiam ser suportadas por imagens
11
antropomórficas como os cliparts e gifs, que comumente
observávamos há algum tempo em apresentações em
PowerPoint, alguns anos atrás. A seriedade que pauta, os textos
técnicos, merecem uma abordagem estilística pictórica mais
concisa e objetiva e menos pueril.
Nesse ínterim, os pictogramas possuem um alto valor
informacional, pois a comunicação que fazem com seus
interlocutores, carregam uma interface simples de ser decodificada
e de fácil assimilação e interpretação.
Percebe-se com isso, que em um mundo de informações,
cada vez mais globalizado, e que requer uma capacidade
cognitiva, cada vez mais veloz e com maior capacidade de
armazenamento de dados, um sistema de referenciação que use
dados simples e sem uma complexidade prolixa e que auxilie de
sobremaneira a acumular um número maior de dados usando
como base de apoio, imagens de qualidade e estruturas simples,
pode ser uma ferramenta aliada para aumentar a compreensão do
textos.
Neste primeiro documento, que pretende ser o piloto de
uma série organizada de fascículos, vamos mostrar e detalhar,
como os processos de construção, reforma e manutenção na área
de construção civil, podem ficar mais seguros do ponto de vista da
segurança ocupacional, padronizando ações e dando
homogeneidade ao processo, dissecando todas as fases, através
das infografias de referência, e do suporte pictográfico.

O autor

12
01-A metodologia da segurança, aplicada à
Construção Civil.

Quando as empresas atingem um grau de maturidade de


prevenção de acidentes, dentro do contexto de suas operações,
uma nova filosofia de trabalho, começa a se instalar não apenas
dentro de limitações físicas e de instalações, mas também do
modo como o trabalhador começa a perceber o ambiente ao redor
de si, e começa a tomar decisões que neutralizarão qualquer
distúrbio no progresso das operações.
E uma das interfaces que contribuem, para a tomada certa
de decisão, é a informação. Por isso ela deve ser arranjada de
modo coeso, organizado e esclarecedor.
Este primeiro fascículo, visa estabelecer medidas de ordem
preventiva, e ações de controle para a redução de ocorrências que
possam causar riscos ocupacionais e lesões em funcionários,
terceiros, fornecedores, prestadores de serviços, usuários do
sistema ou quaisquer outras pessoas que estejam interagindo com
as atividades desempenhadas nas funções e tarefas que
permeiam o ambiente de trabalho, na indústria da Construção
Civil, precisamente em construções, reformas e manutenções
civis.
Visando à preservação da saúde e da integridade dos
trabalhadores e usuários, além de todos os envolvidos, através da
antecipação, reconhecimento, avaliação e controle da ocorrência
de riscos ambientais, os procedimentos de segurança, sejam eles
através das Análises de Risco das Tarefas, ou Análises
Preliminares de Risco, muitas vezes apenas produzem
calhamaços e mais calhamaços de papéis, que ficarão
abarrotando gavetas e arquivos, para futuras auditorias de
segurança e que como instrumento de aprendizado e
comunicação, deixarão um legado quase nulo, pois como forma de

13
passar uma mensagem ao trabalhador, produzirão muito pouco
efeito na assistência que interage no ambiente de trabalho, e que
quase sempre não mantém nenhum contato com esses
documentos.
É claro que isso acontece, não porque tais documentos
foram mal redigidos ou organizados, mas porque a falta de um
suporte visual comunicativo, deixou de agregar as informações
necessárias, para a fixação dos elementos da cadeia cognitiva,
enquanto apenas mero documento burocrático.
Voltemos às placas de trânsito: as cores, formatos e sinais
inseridos nas mesmas, levam a cognição a fazer “pontes de
ligação”, sensoriais que formulam estímulos e respostas. Cada cor
e formato de placa, faz com que a emissão da mensagem seja
codificada, de forma que o receptor, possa decodifica-la de forma
simples e objetiva, e responder ao estímulo causado por ela, da
forma mais rápida possível, uma vez que no trânsito, poucos
segundos, podem valer uma ou várias vidas.
A grande pergunta, que ficava é: Porque não podemos
transladar esse mesmo conceito para uma Análise Preliminar de
Risco por exemplo? Porque simplesmente não fazer a
equivalência de mensagem, entre o documento escrito, e um
documento que pudesse ter uma sustentação com imagens,
gráficos, ilustrações, infografias e pictogramas?
Percebam os leitores aqui, que não estamos propondo de
forma alguma, a substituição do documento escrito, por um
somente com figuras e imagens, uma vez que isso,
descaracterizaria o propósito de aprendizado do trabalhador, além
de criar uma jurisprudência trabalhista, relembrando que a Análise
Preliminar de Risco das atividades está solidamente estruturada
nas Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho.
E foi com essa proposta que analisando diversos materiais,
diversas publicações e literatura técnica, na área de HSE – Health,
Safety and Environment, e SST – Saúde e Segurança do Trabalho,
14
que após análises minuciosas, ficou perceptível a carência de
apoio ilustrativo nas obras acadêmicas de Higiene Ocupacional e
Segurança do Trabalho de publicação nacional. Grande parte do
acervo de Higiene Ocupacional Aplicada, que mantém um
apêndice ilustrativo, está em língua estrangeira – essencialmente
em inglês e francês – cujas publicações ainda não tem tradução
em território brasileiro.
O critério adotado para a visualização das Infografias
produzidas para esse trabalho, foi a da imagem em posição
panorâmica, pois como as Infografias possuem diversos
elementos gráficos em escala reduzida, se a imagem ficasse muito
reduzida, perderia resolução e sofreria o decréscimo de qualidade,
desviando o objetivo informacional e detalhista, de levar ao leitor
as minúcias e pormenores de cada cenário de trabalho.
Todas as imagens agrupadas que formam uma Infografia, e
que o leitor visualizará aqui, foram produzidas no programa
Powerpoint, da plataforma Office da Microsoft®.
É evidente que como o material apresentado aqui, é de
caráter totalmente autoral (produzido por um único autor), erros
com certeza devem ter ocorrido, mesmo depois do autor ter
efetuado mais de 30 leituras críticas.
Seria interessante para as operações, que se o material for
aprovado pela Gestão das empresas, a mesma produzisse uma
plotagem das Infografias em escala superdimensionada, para ficar
alocada nos Canteiros de trabalho, servindo assim de “banner
comunicativo”.
Criar um material de qualidade, com conteúdo atualizado,
sustentado por bases sólidas de informações, e com material
visual de apoio adequado, é a proposta desse trabalho.
Esperamos que essa função possa ser realizada de forma mais
abrangente possível, e que a lucidez das informações possa criar
na coletividade de trabalhadores, uma mentalidade voltada para a
prevenção de acidentes.
15
02-Os Programas de Gestão da Segurança do
Trabalho.

Na tentativa de aumentar o grau de segurança de suas


operações, algumas empresas, mais bem estruturadas, além de
conceber, abastecer de informações, checar, verificar e atualizar
os já conhecidos: PPRA, PCMSO, PCMAT, PPR, PCA, AET
acrônimos dos mais conhecidos e abrangentes programas de
segurança ocupacionais conhecidos – também mantém em seu
escopo de Gestão de Segurança, outros programas que a critério
da direção da empresa podem dar suporte às iniciativas e ações
de Segurança do Trabalho.
Um dos programas já bem conhecidos e difundidos por tais
empresas, é o PGR – Programa de Gerenciamento de Riscos. Um
dos principais objetivos desse programa é: estabelecer
metodologias, ações e procedimentos de prevenção, contenção e
amortização de riscos suscetíveis a desencadear riscos, perigos
sinistros e acidentes.
Esses sinistros podem se desencadear, conforme a
localização geográfica da empresa: inundação, enchentes, (se a
empresa se encontra em proximidade de rios, lagoas, etc.). Podem
se desencadear por fatores de atividade econômica específica, Ex:
explosões e vazamentos de produtos químicos em empresas de
extração e refinaria de combustíveis, entre outras similaridades.
Também se enquadram nesse contexto, empresas que
podem sofrer influência externa, como por exemplo: as empresas
próximas à outras unidades de extração, fabricação refino e
engarrafamento (envase) de produtos tóxicos, corrosivos e
inflamáveis, cujas substâncias voláteis podem dispersar nuvens
tóxicas no entorno das empresas vizinhas.

16
Por isso um plano de “Manutenção da Segurança” deve ser
criado, para resguardar a integridade de seus ocupantes,
funcionários e outros.
Mas engana-se quem pensa que esse plano, fica restrito à
grandes empresas, pois muitas interfaces com matriz de risco e
perigo, também fazem parte do rol de atividades de pequenas e
médias empresas. Exemplos ilustrativos dessas situações, podem
ser caracterizados pelo armazenamento de produtos químicos das
empresas pequenas e médias, locais geralmente deficitários em
sua configuração, construção e montagem, e que são alvos
constantes de fiscalização do Corpo de Bombeiros e dos Auditores
Fiscais do Trabalho.
Mesmo em pequenas e médias empresas o Sistema de
Combate à Incêndio, e o sistema de controle de substâncias
perigosas caracterizadas na Resolução 420 da ANTT, devem
seguir um rigoroso sistema de Gestão, para que não causem
sinistralidades a nível catastrófico.
O PGR, deverá contemplar em seu escopo, medidas
preventivas para reduzir e/ou neutralizar impactos significativos
que possíveis sinistralidades possam causar, caso venham a se
materializar no ambiente. Essas medidas deverão ser
implementadas especialmente para proteger a população fixa e
circulante dos pavimentos e edificações que se encontrarem sob
a administração da empresa, visando também à proteção ao meio
ambiente e a população em geral. É importante também salientar
que aos Gestores que tiverem a missão de produzir, implementar
e difundir o plano, somem através da coerência, uma sinergia de
esforços e cooperação mútua com outras empresas e organismos,
seja da esfera de administração governamental ou particular, e
que possam gerar uma simbiose de ajuda e intervenção de
segurança para o trabalho conjunto.
Como dito anteriormente esse documento, concentrará
suas atenções, aos segmentos da Construção Civil,
17
especificamente em obras de recuperação, reforma, manutenção,
reparos, pinturas, demolições entre outras atividades análogas ao
setor de Construção civil.

18
03-Construção Civil – Características.

As operações que caracterizam a Construção Civil


consistem em uma série ordenada de ações de construção,
demolição, reparo, pintura, manutenção, reforma, limpeza,
urbanização e paisagismo, que adaptam as instalações antigas e
readéquam suas utilidades hidráulicas, elétricas, comunicação,
climatização, conforto térmico e acústico, proteção contra
incêndios, sistemas de proteção contra intempéries atmosféricas,
descarte de resíduos e efluentes (esgoto), entre outros para que a
infraestrutura que suportam essas utilidades, tenham o correto
dimensionamento para a natureza de ocupação, seja ela de uso
industrial, comercial ou residencial – e evidentemente que o caso
aqui se encaixa, quando o imóvel existente, necessita passar por
todas essas transformações, devido ao grau de degradação e das
patologias, que sofrem os imóveis antigos.
Nessas ações, a desmontagem de estruturas antigas, a
realocação e o translado de móveis, utensílios, a retirada de
cabeamento, entre outros, se faz muito presente dentro do canteiro
de Obras.
O uso de diversas ferramentas, tanto manuais, como
elétricas portáteis, torna-se usual de sobremaneira, e a
manipulação correta, e as condições dos equipamentos, são
características e fatores indispensáveis para a manutenção de um
ambiente seguro, assim como o treinamento e capacitação
eficiente dos usuários desses equipamentos.
Dos seis pilares que constituem os “Eventos de Risco de
Morte”, a saber: Trabalho em altura, Espaços Confinados,
Energias Perigosas - Bloqueio, Etiquetagem e Teste, Elevação
(içamento) de cargas, Escavação e Trabalhos à Quente, convém
lembrar que em obras de Construção civil, ao mínimo três, quase
sempre estarão presentes simultaneamente, dependendo do
dimensionamento da Obra.
19
O “Hexagrama” do Risco

Matriz de identificação criada para agrupar os seis grandes


perigos potenciais, que podem criar inúmeras variáveis de risco,
expondo aos trabalhadores a risco de morte, essa abordagem
ilustrativa utiliza o método mnemônico, para criar no trabalhador a
percepção necessária para a prevenção contra exposição a
situações com essas naturezas. Vamos a elas:
Espaço Confinado: Qualquer área não projetada para a
ocupação humana contínua, a qual tem meios limitados de entrada
e saída e na qual a ventilação existente é insuficiente para remover
contaminantes perigosos e com deficiência/enriquecimento de
oxigênio que possam existir ou se desenvolver.
Escavação: Qualquer operação de movimentação de solo,
paredes ou pisos, que é grande o suficiente para apresentar um
perigo potencial.
Energias Perigosas: Qualquer tipo de energia, não
somente limitada a mecânica, gravitacional, elétrica (gerada ou
armazenada), ionizante, pneumática, hidráulica, perigos químicos,
vapor, gás natural, entre outras, que podem causar danos a
pessoas ou contaminação ambiental por liberação não intencional.
Trabalho em Altura: São aqueles executas em altura
superior a 2 metros de altura do nível do piso e/ou onde haja
montagem de andaimes ou escadas e tarefas em locais elevados.
Trabalho a quente: Trabalhos de corte ou solda ou uso de
lixadeira, ou qualquer outro equipamento que produza calor como
possível fonte de ignição.
Içamento de cargas: Qualquer operação, cujas cargas são
elevadas, movimentadas ou deslocadas, a partir de 1,25 m do piso
operacional, e que se vierem a cair poderão causar danos, e
lesões aos envolvidos.
A ilustração na página seguinte, alude aos seis maiores
perigos encontrados em Construção Civil:
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04-Abordagem da Escala de Irradiação Iso-
infortunística.

A escala de irradiação ISO-INFORTUNÍSTICA foi elaborada


para entender como a progressão das condições perigosas
fecunda o ambiente, gesta e se reproduz, liberando suas energias
e seus fatores insalutíferos, através de todos os elementos
envolvidos no processo produtivo.
Na cadeia produtiva, todas as interfaces que interagem com
homem, sejam através de elementos de contato direto como:
máquinas, equipamentos, ferramentas e dispositivos, ou por
contato indireto: radiações, ruídos, calor, emanações químicas,
etc, cuja união de vários fatores pode desencadear diversas
situações onde equacionadas com a multiplicidade de
características organizacionais, tendem a gerar inúmeras
sinistralidades, seja pela falta de controles imediatos, ou pela
caracterização errônea da padronização do sistema produtivo.
É preciso explicar aqui, que o termo irradiação, foi usado
para poder levar ao entendimento dos profissionais dos Sistemas
de Gestão de Segurança Ocupacional, que tais fatores de risco
tem sua progressão geométrica em escala circular esférica,
nascendo de um centro, e gestando desse centro para um
expansão contínua, caso não haja “barreiras de controle” para
impedir essa propagação, de onde outros processos de maculação
do ambiente, podem se proliferar alcançando e atingindo os
colaboradores.
Para melhor exemplificarmos esses conceitos, podemos
aludir aqui sobre uma empresa de pequeno porte que produz tintas
e polímeros para aplicação e tratamento de superfícies. Na
produção dos vernizes por exemplo, diversas substâncias
químicas são manipuladas e processadas através de métodos
térmicos e químicos, onde a liberação de névoas e gases é
22
substancial, a ponto de ser dispersado e aspirado pelo sistema
respiratório dos trabalhadores. Se a fábrica tem um layout mal
concebido, a edificação tem pé direito baixo, sem sistema de
ventilação para a dispersão eficiente desses gases, e nenhum
sistema de exaustão existente para retirar a atmosfera
contaminante, é certo que depois de certo tempo, os trabalhadores
apresentarão um quadro de insuficiência respiratória, devido às
características nocivas do benzeno, tolueno e xileno substâncias
essas, presentes na fabricação de tintas e vernizes.
Com um quadro de deficiência de capacidade respiratória
cada vez mais baixo, os trabalhadores começam a ficar mais
cansados, e por conseguinte a capacidade de oxigenação das
células, baixa consideravelmente, fazendo o trabalhador ter mal
súbito, problemas de pressão arterial, tonturas e vertigem
espontâneas.
Sem uma equipe técnica para acompanhar os
procedimentos e tarefas, e outra para avaliar as condições de
saúde, os exames médicos periódicos sofrem pela falta de
continuidade deixando de serem realizados nas datas indicadas, e
relegando a saúde dos funcionários a segundo plano.
Imaginem agora que um dos trabalhadores da equipe
supracitada, foi escalado inadvertidamente pela sua chefia, para
realizar uma limpeza num telhado, após a máquina que ele
trabalhava sofrer paralisação, devido à falta de um componente
que a empresa não fez a aquisição, pois o dispositivo é importado
e portanto, muito caro.
O funcionário deslocado para fazer a manutenção no
telhado, padecendo da síndrome de super-herói, e sufocado pela
lei de oferta e procura do mercado de trabalho, cujo país está
miseravelmente mergulhado numa crise econômica sem
precedentes, se projeta como o salvador da situação, se
oferecendo para realizar tal tarefa, impelido pela fobia de perder o
emprego.
23
Na escalada de um andaime, totalmente fora dos padrões
exigidos pela Norma Regulamentadora NR-18, cuja estrutura
deveria ter guarda-corpo, escada marinheiro, barras de
intertravamento, contraventamento, piso ventilado, ter sua
estrutura estroncada à edificação, ou ter sua integridade
estabelecida através de normalização NBR, o trabalhador sentindo
a famosa vertigem da falta de oxigenação causada pela
intoxicação do benzeno, sela seu sepulcro caindo miseravelmente,
quando apoia seu pé numa mancha de tinta deixada pelo último
usuário que trabalhou sobre esse andaime, vindo a cair de altura
considerável.
Aqui já começaríamos a entender que os erros
administrativos, de gerência e de supervisão já poderiam ser
explicados dentro do conceito de irradiação, pois erros de
planejamento, fizeram um setor ficar paralisado por falta de
manutenção da máquina, deslocando trabalhadores de
determinada função, para atividades à qual não estão
devidamente treinados e capacitados para desempenhar.
E assim, como uma pilha de dominós que começam a cair
vertiginosamente, o desencadeamento do acidente, começa a
ganhar seus contornos de materialização, pois todas as variáveis
da infortunística começam a se equilibrar e injetar dentro da
causalidade, elementos deflagradores do sinistro. Pareceu um
pouco prolixo, não é?
Vamos explicar: A má gestão da empresa permitiu que num
erro grotesco de planejamento, tanto financeiro, como
administrativo, permitisse o deslocamento de funcionários para
outra tarefa, com a premissa de que se assim não fosse, os
trabalhadores iriam ficar ociosos. Isso ainda é um fato e acreditem:
ainda acontece no Brasil atual!
Com um sistema de produção que começou falho e omisso,
expondo os funcionários a emissão nociva de gases tóxicos,
passando pela ausência de controle médico, até chegar na
24
distribuição de tarefas, cuja caracterização dependia de mão de
obra qualificada, a sequência de erros se “irradiou” de cima da
pirâmide – afinal a alta hierarquia sempre acredita estar acima de
seus colaboradores, e aqui com certeza ela trata seu corpo
funcional como subalternos, e não como colaboradores; e se
alastrou para as camadas produtivas do processo, que
absorveram a cultura organizacional falha e omissa, imprimindo a
falta de planejamento e segurança dentro das atividades laborais.
Na escala que elaborei, e que deveria ficar afixada em
locais estratégicos da empresa, nada menos que 90 interfaces de
risco e nocividade, foram identificadas e catalogadas, baseadas
num artigo do Psicólogo do Trabalho: Luiz Humberto Sivieri.1
Nessa escala evolutiva, os conhecidos Riscos
Ocupacionais: Físicos, Químicos, Biológicos, Ergonômicos e de
Acidentes, têm seu conceito ampliado, expandindo-se para ilustrar
como cada interface gera outra com maior ou menor intensidade,
dependendo do ciclo NCIT, a saber: Natureza, Concentração,
Intensidade e Tempo de exposição.
Espero que esse capítulo, possa auxiliar e elucidar um
pouco sobre o assunto e lançar uma luz para a compreensão da
multiplicidade de eventos que desencadeiam situações geradoras
de perigo, tema esse que é de interesse dos colaboradores que
compõe nosso quadro operacional e diretivo, espalhados pelas
milhares de empresas do nosso país.

1
Elaborado com inspiração no texto: SIVIERI, Luiz Humberto. Saúde no
Trabalho e Mapeamento dos Riscos. In Saúde, Meio Ambiente e Condições de
Trabalho: conteúdos básicos para uma ação sindical. São Paulo:
Fundacentro/CUT, 1996. pags. 75-111. No texto original colaborou nos
aspectos clínicos a Dra. Magda Andreotti, médica sanitarista e do trabalho do
Centro de Referência em Saúde do Trabalhador da Freguesia do Ó, da
Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo.
25
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05-Gestão em Atividades de Armazenamento de
Materiais e Insumos.

Quando um contrato de reforma e construção, ou qualquer


outra intervenção com características de construção civil é
celebrado, pelas partes contratadas e pela contratante, o setor de
compras e aquisição já começa a planejar a entrega dos materiais
e insumos, que serão necessários ao bom andamento da Obra, de
acordo com o cronograma estabelecido com o progresso das fases
da obra.
Assim que os insumos e materiais de construção,
ferramentas, máquinas e equipamentos alugados, começam a
chegar, inicia-se também a preocupação das equipes, que
deverão armazenar esses materiais, de forma a não degradá-los,
não extraviá-los e não desperdiça-los, uma vez que o orçamento
equilibrado da obra depende do uso racional desses recursos, e
do máximo aproveitamento de insumos consumíveis.
Como já foi abordado neste documento, se a obra em
questão foi uma reforma, onde a atividades de desmontagem,
geraram uma grande quantidade de resíduos reaproveitáveis –
caso de telhas de fibrocimento, zinco, telhas de argila, cerâmica,
que podem ser reutilizadas, a Gestão da obra ao invés de
encaminhá-las para Gerenciamento de Resíduos, poderá oferecer
uma finalidade mais útil para esses materiais, se caso os mesmos
não tiverem sofridos danos.
Armazém e barracões, poderão ser confeccionados com
esses materiais, desde que eles ofereçam proteção adequada aos
produtos estocados.
É importante para o bom andamento do cronograma da
obra, que esses armazéns sejam erguidos e confeccionados, o
mais próximos possível dos pontos de captação e coleta, assim
como dos transportadores verticais como gruas e elevadores de
27
carga, evitando assim a fadiga ocasionada pelo transporte de
longas distâncias.
Os produtos ensacados como as argamassas, cimentos,
areia, rejuntes, cal, entre outros, devem ficar acima de pallets ou
estrados de madeira resistentes, ficando livres da umidade, para
não empedrarem e ficarem inutilizados para o fim a que se
destinam.
As argamassas e cimentos, devem ficar próximos do ponto
de preparo e mistura, ao lado das betoneiras, auxiliando assim
para que se crie uma espécie de “linha de produção”, mantendo o
fluxo de distribuição da massa para os pedreiros e ajudantes.
O almoxarife responsável pelo recebimento dos materiais,
insumos e outros produtos deve conferir a integridade de caixas
de pisos (quebradas ou amassadas), da sacaria de aglomerantes
hidráulicos como cimentos e argamassas (rasgados ou mofados),
e toda e qualquer imperfeição que possa gerar transtornos quando
da necessidade de utilização, que pode gerar a carência, e
consequentemente o atraso das atividades, devido a necessidade
de substituição ou recompra dos materiais – lembrando que
nervosismo gera estresse e estresse leva ao acidente.
A situação ideal, é que ao lado dos armazéns de insumos,
também haja espaço para o armazenamento de descarte de das
embalagens da sacaria de cimentos e agregados sólidos, fazendo
com que a equipe que venha solicitar e transportar os materiais
para consumo, já tragam no mesmo transportador, as embalagens
vazias dos produtos utilizados na obra, descartando esses
resíduos em “bags” previamente preparadas e destinadas para
este fim, gerando assim um círculo de utilização e descarte,
economizando tempo e fazendo fluir a obra com rapidez, limpeza
e organização.
Nas próximas páginas, o leitor confere os cenários ideais,
para o armazenamento dos insumos mais consumidos em uma
obra.
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06-Gestão Energias Perigosas – Lockout/Tagout.

O termo refere-se a qualquer energia presente no ambiente,


na forma de eletricidade, eletromagnetismo, fotoelétrica, térmica,
radiações ionizantes e não ionizantes, gravitacional, mecânica e
cinética. Devem existir sistemas de bloqueio e sinalização para
evitar a aproximação, contato, difusão e dispersão dos agentes
produzidos por tais energias.
Todas as fontes de energia elétrica, tubulações de produtos
químicos, tubulações em alta pressurização, tubulações de vapor,
que necessitarem ser desligadas, despressurizadas,
desenergizadas, desconectadas, e assim como o processo
reverso, deverão passar pelo processo conhecido como
LOCKOUT/TAGOUT Bloqueio e Etiquetagem em português, ou
simplesmente no idioma corrente: BET – Bloqueio, Etiquetagem e
Teste.
Para exemplificarmos melhor as medidas técnicas que
vamos abordar, melhor levarmos ao entendimento do leitor, as
definições do sistema LOTO:
Lock Out - Utilização de um sistema de cadeados que
impeçam que um equipamento seja ativado quando está em
intervenção. A única forma de ativá-lo é retirando o cadeado cujo
único possuidor da chave são a(s) pessoa(s) exposta(s). O número
de pessoas é igual o número de cadeados.
Tag Out - Sistema complementar do Bloqueio. Sua função
é advertir que há pessoas trabalhando no sistema e que o
equipamento, não pode ser ativado, sendo sinalizado através de
uma etiqueta de identificação.
Esse processo, consiste em uma série ordenada de ações,
que visam a dispersão, contato, e interação com fontes de energia
que possam desencadear acidentes, ou contaminação.
Através de dispositivos mecânicos de travamento, os
responsáveis pela supressão/desligamento/seccionamento
32
dessas fontes, deverão executar o travamento de determinada
fonte, suprimindo seu fornecimento ou seu transporte – tubulações
de ácido por exemplo – realizando depois testes através de
verificação instrumental e identificação com etiquetas com o nome
das pessoas envolvidas nas operações que mantém contato com
essas fontes.
Válvulas, drenos, registros, quadros de distribuição, chaves
seccionadoras de circuitos elétricos, dispositivos de retenção
residual, chaves blindadas e portas de acesso a correias, polias e
outros sistemas de transmissão e movimentação de partes
móveis, são as interfaces mais propícias a ocasionarem dispersão,
difusão, desprendimento, e/ou emissão de fontes energéticas ou
mecânicas, que poderão causar lesões, ou outros tipos de
contaminação/danos. Por isso a importância de se conhecer os
procedimentos de bloqueio e etiquetagem, assim como o
travamento e testes dessas interfaces é imprescindível para as
equipes de trabalho, assim como para os profissionais envolvidos
com a Segurança do Trabalho.
É importante salientar, que cada interface, tem o seu
bloqueio específico, que deve ser instalado de forma correta, para
que o travamento, tenha sua máxima eficiência, e não sofra
nenhum dano, durante as operações, que venha a inutilizá-lo ou
que cause o desprendimento da fonte específica, podendo
dispersá-la no ambiente e causar graves acidentes.
Para tanto, montamos uma tabela, com os bloqueios
mais utilizados, para que a compreensão sobre assunto tão sério,
se dissemine da forma mais ilustrativa e didática possível.
Mas antes precisamos conhecer os tipos de energia que
podem disseminar radiações, emanações, vapores tóxicos ou
contaminantes, entre outras situações, e que possam a vir causar
lesões.

33
- Energia elétrica: Presente em transformadores, linhas de
transmissão, painéis elétricos energizados, motores elétricos,
subestações, cabines primárias, banco de capacitores e fiação
elétrica exposta. Podem causar eletrocussões, queimaduras
graves e até a morte.

- Hidráulica/Pneumática: Energia que está armazenada


sob fluídos ou gases, e que podem impulsionar ou deslocar
sistemas mecânicos, que podem atingir ou prensar membros,
causando fraturas, amputação, cisalhamento ou outros agravantes
seríssimos.

- Mecânica (cinética): Proveniente de sistemas


mecânicos que usam a energia gravitacional/cinética para realizar
movimentos de rotação, impulsionando ou movimentando
máquinas como: agitadores, moinhos, prensas excêntricas, entre
outros equipamentos. Podem causar lesões por contato com
partes dessas máquinas, que podem atingir partes do corpo.

- Gravitacional: Ocorre quando parte de um equipamento


ou peça se encontra estacionário (parado) em um ponto elevado,
e pode se deslocar (subir ou descer) abruptamente a qualquer
momento, devido ao peso ou acionamento involuntário.

- Pressão: Quando um fluído ou gás sob pressão, se


desprende, causando projeção de líquidos em alta temperatura, ou
projetando violentamente peças soltas (parafusos, porcas,
contrapinos) e atingindo os ocupantes da edificação, causando
lesões como queimadura, contusões, cortes e ferimentos graves.

34
07-Dispositivos de uso para Bloqueio.

Dispositivo Instruções de Uso


PLUGUE 1. Abrir o dispositivo de bloqueio e inserir a
LOCKOUT cabeça do plugue no interior da cavidade.
2. Feche a tampa do dispositivo de
bloqueio.
3. Inserir o cadeado através do orifício da
fechadura.
4. Verificar se o plug está preso com
segurança, puxando o cabo.
BLOQUEIO DE 1.Coloque o dispositivo em torno da
VÁLVULA GAVETA válvula gaveta, envolvendo o conjunto.
(Figura 1)
2.Anexar cadeado através do orifício da
fechadura. (Figura 2)
3.Verifique se realmente a válvula não
pode ser operada.
BLOQUEIO DE 01-Gire a válvula para a posição de
VÁLVULA DE desligado ou fechada.
ESFERA 02-Deslize o dispositivo de bloqueio para a
alavanca da válvula o máximo possível.
03-Posicione a lingueta do dispositivo de
bloqueio sobre a parte angular da alavanca
da válvula.
04-Apertar a alavanca da válvula e o
dispositivo de bloqueio juntos e travar no
orifício de bloqueio o mais justo que ficar.
05-Certifique-se de que a guia está contra
a alavanca da válvula e que a parte inferior
está tocando o corpo da válvula ou tubo.
06-Quando devidamente instalado, a
válvula não deve se mover em direção a
posição aberta.

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Dispositivo Instruções de Uso
BLOQUEIO DE 01-Colocar o disjuntor na posição
DISJUNTOR desligado.
Colocar o dispositivo de bloqueio para o
disjuntor.
02-Girar a trava no sentido horário para
fixar o dispositivo de bloqueio.
03-Obs.: Verificar se o conjunto não pode
ser manipulado para a posição de ligar, se
isso acontecer, a instalação do bloqueio
não foi efetiva e deverá ser recolocada.
04-Inserir um cadeado no local indicado
para travamento.
BLOQUEIO À 01-Passar o cabo na válvula a ser
CABO ORIGINAL bloqueada deixando-o esticado para maior
efetividade no travamento.
02-Atravessar o cabo pela entrada (A) para
regular a sua tensão.
03-Com o cabo esticado, apertar o gatilho
do dispositivo.
04-Colocar o cadeado no buraco (B) para
finalizar o bloqueio da válvula.
DISPOSITIVO DE 01-Gire o volante (A) para a esquerda para
BLOQUEIO DE VÁLVULA
UNIVERSAL COM
soltar o dispositivo de bloqueio.
BRAÇO DE OBSTRUÇÃO 02-Empurre o volante agarrando as asas
de compressão (C) para abrir a braçadeira
da mandíbula (D).
03-Deslize a alavanca da válvula para a
braçadeira da mandíbula.
04-Gire o braço de bloqueio (E) até que o
mesmo cruze com o tubo.
05-Gire o volante no sentido horário para
apertar o dispositivo de bloqueio.
06-Inserir um cadeado nos orifícios para
travamento (B).

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Dispositivo Instruções de Uso
BLOQUEIO À 01-Passar o cabo no dispositivo a ser
CABO MULTIUSO travado utilizando o laço do mesmo (A)
para guiar o cabo.
02-Quando o cabo estiver esticado, abrir a
presilha e encaixá-lo no local indicado (B)
próximo ao laço (A).
03-Fechar a presilha e utilizar um dos
orifícios da mesma para colocar o cadeado
e finalizar o bloqueio.

BLOQUEIO DE 1.Colocar o braço de bloqueio entre os


DISJUNTOR COM trilhos de modo que ele trave a
TRILHO movimentação do disjuntor.
2.Com o braço de bloqueio posicionado,
colocar o cadeado no mesmo trilho em que
ele está fixado, abaixo do disjuntor.
3.Utilizar o braço vermelho para bloquear o
disjuntor desligado e o braço verde para
bloquear ligado.

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Procedimentos para bloqueio e etiquetagem.

Para se criar um procedimento adequado de bloqueio,


primeiro devemos delegar as responsabilidades dos membros das
equipes, que deverão liderar a responsabilidade de tomar a frente
de medidas de segurança tão significativas.
Quando os prestadores de serviço necessitarem realizar
procedimentos de trabalho, que conduzirão os mesmos a entrarem
em contato com as fontes já descritas neste trabalho, os líderes da
tomadora de mão de obra, deverão ser comunicados, sejam eles
os supervisores de área, os eletricistas e mecânicos chefes, ou o
profissional responsável pela área de intervenção dos trabalhos.
Cabe as equipes prestadoras de trabalho, possuírem no
mínimo seu cadeados de bloqueio e etiquetas de identificação,
para que em conjunto com as equipes da tomadora de mão de
obra, realizarem o bloqueio e etiquetagem sistemáticos.
Para o procedimento ficar coeso, cada trabalhador que
necessitar efetuar a intervenção, o mesmo deverá possuir seu
próprio cadeado e sua própria tag de identificação, contabilizando
assim que aquele determinado funcionário está trabalhando em
determinado equipamento, até que sua equipe, finalize o trabalho
e retire os cadeados.
Tomemos como exemplo aqui, uma instalação de um novo
transformador de alta tensão que deverá ser alocado, alimentado
e executado todos os procedimentos de comissionamento (série
ordenada de testes de calibragem elétrica). Para a equipe adentrar
dentro da subestação, ou cabine primária, primeiro a equipe da
empresa, deverá seccionar a energia, através do desligamento
das chaves seccionadoras, realizando após isso o aterramento
temporário, e os testes de detecção de ausência de tensão, para
somente depois liberar as equipes para adentrarem no recinto.
Os funcionários da equipe de eletricistas contratados,
necessitam possuir cada qual, seu cadeado e sua etiqueta (tag),
40
com identificação com foto, nome, setor (empresa) e telefone para
contato.
Veja o modelo a seguir:

Modelo de etiqueta de identificação para bloqueio.

Com essas informações, as outras equipes conseguem


rastrear os proprietários dos outros cadeados, caso surja a
necessidade de rearme para algum teste – e claro deverá ser
avaliado conjuntamente com todos os envolvidos – para assim
depois, se efetuar a liberação do equipamento.
Digamos, que na operação de instalação do transformador,
também surja a necessidade de instalar painéis elétricos ou banco
de capacitores, e que foi designada uma equipe de serralheria,
para fabricar as passarelas, suportes ventilados de aço para apoio
de bases de sustentação, entre outras utilidades. Teremos então
duas equipes contratadas, mais a equipe de eletricistas da
empresa tomadora de mão de obra, que é a equipe encarregada

41
de manter guardada a chave mestra do abrigo dos
transformadores, ou subestação.
E onde todas essas equipes irão colocar seus respectivos
cadeados?
Para isso a empresa tomadora de mão de obra deverá
possuir uma “caixa de travamento”, devidamente identificada, para
todas as equipes destacadas para efetuar os serviços, poderem
alocar seus cadeados.
Conforme cada equipe for finalizando suas tarefas, seus
membros vão retirando, cada qual seu cadeado e sua etiqueta
correspondente, e liberando sua utilidade, seja ela de caráter
elétrico, hidráulico, pneumático, de alvenaria, entre outros.
Veja a imagem do dispositivo abaixo:

Caixa de travamento múltiplo, para bloqueio de energias. Crédito de


imagem: Brady®.

Dentro da caixa de travamento, o eletricista-chefe da


empresa tomadora da mão de obra, deverá colocar o cadeado da
porta da subestação, e das portas dos painéis elétricos (se assim
ficar estatizado), e bloquear com seu próprio cadeado. As equipes
de prestadores de serviços que necessitarem efetuar as tarefas,
deverão colocar seus cadeados, conforme o número de
trabalhadores que necessitarem entrar em contato com as
42
atividades. E como já dito anteriormente, cada equipe que for
finalizando seus trabalhos, deverá ir retirando os cadeados, até
que a última equipe finalize seis serviços e retire seus cadeados.
Devemos lembrar aqui que as empresas, possuem
Procedimentos operacionais estabelecidos de como executam
seus sistemas de bloqueio, travamento e identificação, cabendo a
Gestão da obra e dos serviços, procurar entender e tomar a ciência
de como tal procedimento é realizado e repassá-lo para seus
colaboradores.
Alguns detalhes de qual cor de cadeado utilizar, podem ser
diferentes, para as mais diversas corporações, mas o mais
importante é não deixar de utilizar os bloqueios, os cadeados e as
identificações, pois esse procedimento, pode literalmente salvar
vidas!
As empresas que possuem procedimentos mais sólidos,
também mantém um mapeamento de pontos de bloqueio em
máquinas, equipamentos, linhas de transporte de utilidades
(vapor, ar pressurizado, tubulações de ácido, gás, etc), pontos de
bloqueio em painéis elétricos, quadros de distribuição entre outras
interfaces, que podem liberar energias perigosas. Na admissão de
empresas prestadoras de serviço, esses procedimentos devem
ficar esclarecidos, quando do Treinamento admissional dos
colaboradores, levando ao conhecimento de todos, os
procedimentos a serem adotados.
Os últimos Infográficos deste capítulo, aludem aos
cadeados de bloqueio e travamento, fazendo a referência entre
sua cor e em qual interface eles poderão ser utilizados.

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08-Gestão em Energias Perigosas – Eletricidade.

O termo energias perigosas, refere-se às formas de energia,


que podem ser dispersas, emanadas, emitidas e ter sua difusão
dentro do ambiente, como já dito anteriormente, como lasers
(radiação foto-térmica), radiação ionizante (raio-x, raios gama), e
radiação não-ionizante (soldas elétricas, micro-ondas, etc.), que
possam causar malefícios à saúde.
Geralmente muitas corporações industriais usam o termo,
mais para explicitar qualquer fonte de energia que possa causar a
morte imediata, ou uma situação de IPVS – Imediatamente
Perigosa à Vida ou a Saúde.
A eletricidade, também tem a característica de ser uma
energia perigosa, uma vez que ela é de natureza limpa, e que não
deixa resíduos, impossível de ser detectada pelo olho humano.
Essas características a tornam extremamente mortal, se
não tomados os devidos cuidados e procedimentos que a
neutralizem, ou criem uma barreira de proteção entre sua flutuação
eletromagnética e o trabalhador que interage em ambientes com
correntes de amperagens e voltagens extremamente altas.
Na interface das operações de Construção Civil várias
atividades tem o contato com a eletricidade, podendo ocorrer em
alta, média e baixa tensão.
Veja o gráfico seguinte:

46
Por mais simples que tarefas onde as interfaces que podem
interagir com energia elétrica possam parecer, e que a percepção
possa causar uma “maquiagem” sobre os riscos, certas ações
devem ser padronizadas, para que não ocorram omissões e
negligências.
Nos canteiros de obras, onde possa haver uma interrupção
temporária de energia elétrica, seja por motivos construtivos, onde
os pontos de tomada ainda não estão consolidados, ou pelo
isolamento longínquo de um canteiro de trabalho de uma fonte de
energia elétrica, um sistema de painéis blindados devem estar à
disposição da equipe de obras, devidamente dimensionados e
aterrados, para suprir toda a demanda de potência para as
ferramentas elétricas da equipe.
Os Gestores da Obra, devem ter especial atenção com os
equipamentos elétricos usados nas tarefas, observando sua
integridade, potência de trabalho, e tipo de conexão de tomada de
energia.
Vejam o modelo a seguir:

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É importante salientar aqui também que em obras civis, existem
práticas de trabalho equivocadas e nocivas, com relação ao uso
de cabeamento elétrico de baixa qualidade, que podem
desencadear curtos-circuitos, podendo até gerar incêndios e
outros acidentes.
Ferramentas elétricas que possuem movimentos rotativos,
geralmente são providas de uma potência mais alta, e que pode
aumentar quando entram em contato com o material a ser usinado,
desbastado, serrado, esmerilhado, seccionado, cortado, ou
qualquer outra operação. Nesse aumento súbito de potência, o
circuito onde a máquina está conectada, tende também a
aumentar a temperatura de suas conexões e terminais, cujo
diâmetro dos fios, devem ter a resistividade elétrica e potencial
para resistir e não derreter, causando curtos e acidentes.
O cabo a ser utilizado para as conexões das ferramentas
até os terminais de fornecimento de energia deverá ser o cabo PP,
cujo isolamento duplo, fornece proteção adicional contra impactos
e penetração de líquidos.
Vide os modelos a seguir:

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Num ambiente organizado e com planejamento íntegro e
elaborado de forma coesa é imprescindível, que as equipes de
trabalho se comprometam a auxiliar umas às outras, para que não
ocorram acidentes. Assim as equipes de pedreiros e azulejistas,
que necessitarem utilizar ferramentas elétricas, podem ser
orientados pelas equipes de eletricistas a não produzirem ou
trabalharem com “paliativos” ou executando as famosas
“gambiarras” cujas adaptações sempre causam acidentes e
lesões.
Um apoio visual, confeccionado em formato de banner
poderá ser adotado nos Canteiros, como forma de
conscientização, aludindo aos riscos nas operações e como evita-
los.
De forma pedagógica, e com o apoio visual correto, a
adesão as normas fica extensível à todas as equipes.
Um ambiente com grau de segurança ótimo, e com
conceitos bem definidos, destaca-se nas imagens das próximas
páginas.

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Cenários de Instalações elétricas

As instalações elétricas compõem um amplo conjunto de


tarefas, que conjuntamente com outras fases da obra se
desenvolvem simultaneamente com outras atividades, sendo essa
característica, conjunto de extremo cuidado e preocupação para o
corpo diretivo da obra.
Quando as intervenções civis, hidráulicas, de alvenaria,
montagem, desmontagem, demolição, dependem
necessariamente de desligamento, seccionamento, bloqueio de
corte de energia elétrica, é aos eletricistas que essas interfaces
recorrem, quando do bloqueio de energias perigosas.
Os parâmetros técnicos, utilizados nos processos de
bloqueio e seccionamento estão descritos na Norma
Regulamentadora – NR10 do MTE, não sendo necessário aqui sua
abordagem mais profunda, motivo esse que descaracterizaria o
objetivo deste documento.
Em obras de engenharia civil, já é de praxe que toda e
qualquer intervenção que esteja dentro do escopo da fornecedora
de mão de obra elétrica, necessariamente seja realizada com os
circuitos elétricos desenergizados e os painéis bloqueados,
garantindo assim que pessoas alheias às atividades, não rearmem
o sistema acidentalmente.
Os eletricistas devem estar capacitados e habilitados,
conforme preconiza a NR-10, constando em seu prontuário de
documentos as devidas habilitações e capacitações, formalizadas
em documentação exigida pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
As atividades correlatas ao escopo da Área Elétrica, como
a instalação de painéis, instalação de eletrocalhas e eletrodutos,
passagem de cabeamento, inspeção e teste de circuitos elétricos,
entre outros, cujas tarefas demandem o manuseio de
equipamentos elétricos portáteis, deverão seguir as normativas
vigentes da empresa (estas demonstradas e instruídas na
53
Integração Admissional), assegurando assim, o nível de
segurança exigido, mantendo a segurança dos operadores.
As atividades realizadas em nível superior à 2 metros do
piso operacional, deverão seguir as recomendações já
mencionadas nas tarefas de intervenção civil. (Ver capítulo:
Serviços de alvenaria, construção e reforma).
Os esquemas unifilares devem ficar expostos na Obra,
assim como toda e qualquer documentação pertinente as tarefas
e atividades desenvolvidas pelos eletricistas.
Um dos requisitos que também não podemos esquecer, é o
fator humano. Um funcionário bem treinado e capacitado para
exercer suas funções, reduz o risco de cometer atos inseguros, e
também de coibir que outros funcionários também o façam.
É importante saber que as capacitações, deverão ser
ministradas por entidades, cujos profissionais tenham habilitação
profissional para fazê-lo, e sejam realizadas em instituições
homologadas e autorizadas pelo órgão oficial de ensino, para que
a admissibilidade de sua documentação, tenha o embasamento
técnico do profissional, a verificar e autorizar o acesso a
determinada interface da Obra.
Para entendermos, o primeiro Infográfico das páginas
seguintes discrimina o que cada profissional tem por obrigação, e
suas respectivas competências.
Nas páginas subsequentes, o leitor é convidado a analisar os
cenários envolvendo as tarefas de Instalações Elétricas:

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09-Gestão de Trabalhos em altura.

É difícil encontrar uma definição objetiva e coesa do que é


a “altura”, mas a explicação mais plausível seria:
“A altura expressa a distância entre o piso fixo de trabalho
do operador (trabalhador), e o piso fixo operacional de circulação,
ou piso de referência.”
Toda a situação, onde o comprimento que ultrapassar a (02)
dois metros essa distância, deverá obrigatoriamente serem
adotadas medidas técnicas e administrativas de controle, que
protejam os trabalhadores de eventuais quedas de nível diferente.
Nada mais coerente do que ilustrar essa explicação,
tornando seu entendimento mais lúcido e absorvível:

Preparamos um Infográfico, com as definições, e com o


cenário em terceira dimensão para aludir ao tema, criando assim
uma cinemática mais realista:
61
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Conceitos de altura e altura negativa

O piso fixo de trabalho, é o nível de atuação dos


trabalhadores que podem necessitar alcançar alturas maiores,
dependendo da característica da operação/tarefa para efetuar
suas atividades, enquanto o piso fixo de circulação é o piso fixo ao
nível da rua, onde as equipes transitam e circulam livremente.
Porém essa situação pode mudar de configuração, caso o
piso de referência do trabalhador, esteja abaixo do nível da rua.
Estamos falando aqui de trabalhadores que necessitam realizar
atividades em escavações de patamares para instalação de
tubulões, entre outros projetos de Engenharia. É a chamada altura
“negativa”.
Se o projeto prevê patamares de alocação de utilidades,
que necessitarão ter determinados andares, cada andar ou
“patamar” que ficar abaixo do nível da rua, ou do nível fixo de
circulação, esse se constituirá no piso fixo de trabalho do operador
que estiver acima dele, e assim por diante.
No Infográfico da página seguinte, podemos ter uma melhor
clareza do assunto aqui abordado:

63
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A construção civil, oferece uma gama sortida de
intervenções e tarefas que precisam ser efetuadas em altura,
assim como panoramas em constantes mutações, que vão se
configurando conforme o progresso da obra, e que impelem os
trabalhadores a acessarem locais elevados.
Na construção civil, possuímos variados casos de cenários
de trabalho, que se caracterizam em trabalho em altura:

Atividades com Trabalhos em altura:

- Demolição e fragmentação de paredes e estruturas.


- Montagem e desmontagem de estruturas (painéis,
vidros, caixilhos, telhados, etc.)
- Trabalhos em telhados (limpeza, reparos, manutenção
e construção).
- Limpeza de vidros em fachadas.
- Impermeabilização de telhados.
- Limpeza e manutenção de tubulações aéreas.
- Manutenção de sistema de climatização (ar-
condicionado).
- Montagem de forros e divisórias (painéis Drywall).
- Construção de alvenaria para retrofit ou outras
reformas.
- Instalação de exaustores eólicos.
- Limpeza e construção de fachadas.
- Trabalhos em chaminés, drenos de exalação e
aberturas para escape de gases.
- Construção, manutenção, limpeza, pintura e reparos em
caixas d´água elevadas.
- Montagem de andaimes tubulares, fachadeiros,
multidirecionais, modelos rohr, mills, entre outros, para as mais
diversas aplicações.

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Hierarquia de medidas de controle para trabalhos em altura

As edificações e os processos de construção podem ter


múltiplas interfaces, cujos cenários de trabalho podem tender ao
infinito, pois as dimensões, geometrias e arquiteturas
diferenciadas dos projetos de engenharia civil, se caracterizam por
seus intrincados e multifacetados desenhos, tamanhos e outras
características intrínsecas ao projeto.
Quando falamos em trabalhos em altura, o primeiro
pensamento que devemos ter é: podemos executar de um modo a
suprimir a necessidade de se elevar em altura?
As tarefas de limpeza de vidros em fachadas por exemplo,
podem ser executadas com escovas de limpeza, acopladas à
extensores, que podem alcançar vários metros, sem a
necessidade de escalada em escadas ou outros dispositivos.
Se esses equipamentos, não surtirem o efeito desejado, e
mesmo assim for necessário a adoção de equipamentos e
dispositivos para a ascensão a alturas elevadas, tais
equipamentos, só poderão ser adotados, se seguirem
normalização nacional e estando dentro de padrões de
conformidade com os órgãos de padronização, como é o caso do
INMETRO.
O terceiro parâmetro, caso se nenhum dos métodos
anteriores não prover a eficiência técnica e a eficácia para o
progresso produtivo das atividades, seria o desenvolvimento e
projeto de técnicas de acesso, através de métodos de Engenharia,
como o desenvolvimento e confecção de linhas de vida – Ver o
capítulo 23-Equipamentos de Proteção Coletiva.
Podemos ter um melhor entendimento sobre assunto,
visualizando a próxima Infografia, que mostra uma hierarquia de

66
metodologia para medidas de controle em altura, inspiradas em
uma metodologia norte-americana2

2
Livremente adaptada e inspirada na metodologia da OSHA – Occupational
Safety and Health Administration.
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Dispositivos para Retenção de Queda de níveis diferentes.

Existe uma “tríade” de dispositivos que compõe o amplo


conjunto de ferramentas e dispositivos que aliadas, fornecem o
grau necessário de proteção ao usuário/trabalhador, no que
concerne à proteção e retenção de quedas do operário de níveis
diferentes.
É bom esclarecermos aqui, que de nenhuma maneira,
esses dispositivos podem estar dissociados um do outro, pois eles
se conectam em um único sistema, amparando o trabalhador na
retenção e restrição, (quedas), na movimentação e deslocamento
(trajetória), para que o trabalhador possa obter segurança nas
diferentes características dos locais, e nos diferentes processos de
trabalho que o local confere, possibilitando assim se adaptar as
mais diversas situações no progresso das atividades.
Vamos a eles:

68
Pontos de ancoragem

O ponto de ancoragem, é o local, onde determinado


elemento fixatório, provê rigidez mecânica suficiente, para que
uma força possa ser aplicada (geralmente em sentido vertical),
conferindo sustentação e suporte à essa força (queda).
Geralmente os pontos de ancoragem podem ser
constituídos por parafusos do tipo olhal, que são afixados por meio
de embuchamento, em elementos conhecidos como parabolts –
espécie de bucha de aço que se expande dentro de um furo
realizado em vigas ou colunas de concreto – para conferir rigidez
ao sistema. Porém outros métodos também já estão disponíveis
no mercado, como os sistemas temporários através de encaixe e
aperto em vigas, estruturas treliçadas de aço, entre outros,
instalados apenas para realizar atividades de períodos curtos de
duração.

Sistema de linha de vida, com tensionador.

69
Cinturão (cinto) de segurança

Cinturões de segurança, ou simplesmente “cinto de


segurança”, são dispositivos de retenção de quedas, constituídos
por um conjunto de fitas de trama de poliéster ou aramida (quando
o cinto precisa de uma resistência maior a propagação de fogo
repentino), compostos por ilhoses, anéis, argolas e outros
complementos de aço forjado, ou material de resistência
equivalente, que quando unidos por costuras de alta resistência,
formam o conjunto de proteção a quedas de nível diferente.
Por ser um equipamento de extrema importância, para a
composição do sistema contra quedas de nível diferente, seus
usuários devem estar capacitados para vesti-lo de forma correta e
funcional, para que o entrelaçamento das fitas, não acarretem
lesões por abrasão no corpo do funcionários, por ficarem torcidos,
quando da vestimenta do mesmo.
Existem inúmeros modelos de cinto de segurança, mas os
dois mais utilizados são o modelo “Y”, e o modelo “X”, como são
comumente conhecidos, pois depois de colocados formam o
padrão das letras elencadas acima.
Veja a imagem abaixo:

Crédito de imagem: ANIMASEG, por Luiz Eduardo SPINELLI.

70
Pela visualização da imagem da página anterior, podemos
entender que existem variados tipos de cintos de segurança, para
as mais diversas aplicações sejam nos ramos da construção civil,
como em telefonia, telecomunicações, alpinismo industrial, etc.
Cada modelo possui um número de elementos de engate,
geralmente limitados ao grau de dificuldade e complexidade das
tarefas que o usuário precisará executar, especificamente com o
modelo adquirido.
Um exemplo fácil que podemos citar são os trabalhadores
que necessitam realizar trabalhos em torres, ou mesmo em
telhados altos, cuja inclinação de seu piso operacional, necessitam
que tenham que limitar/restringir sua ascensão ou descensão
bruscas, e necessitam se posicionar de outras maneiras caso o
trabalho seja efetuado em verticalização corporal.
Foi com essa premissa, que os fabricantes e
desenvolvedores de sistemas de dispositivos de retenção de
quedas, aprimoraram os cinturões de segurança, colocando neles
mais pontos de ancoragem, através da inserção de ilhoses e
argolas (elementos de engate), para que o trabalhador pudesse
posicionar o talabarte, intercambializando assim seu elo entre o
ponto de ancoragem e o cinto de segurança, para obter um
conforto e uma eficiência maior no momento da execução das
atividades.
Podemos referenciar três características principais de
ancoragem nos cinturões de segurança.
01. Ancoragem: Com os elementos de engate alocados no
dorso ou costal (costas) e na parte peitoral ou torácica
(tórax), são projetados, para deter a queda do
trabalhador numa eventual queda.
02. Posicionamento: Com os elementos de engate
alocados na região pélvica (cintura), são projetados
para posicionar o trabalhador em trabalhos estáticos

71
realizados com o tronco do corpo fletido na vertical
(trabalhos em postes elétricos por exemplo).
03. Suspensão: Os elementos de engate ficam localizados
na região umbral (ombros), e também nas costas,
sendo que os engates localizados nos ombros foram
projetados para ascensão/descensão vertical (inspeção
em bocas de lobo ou túneis de inspeção, por exemplo),
sendo que tais pontos também serão utilizados para o
resgate quando ancorados ao tripé, em caso de mal
súbito do trabalhador. O elemento de engate nas
costas, serve para ancoragem também.

É por essas características intrínsecas ao local de trabalho,


as verticalizações do local, o modo de posicionamento do
trabalhador, as características de movimentação ou de estática,
que a escolha do modelo que melhor se adapte aos trabalhos e as
tarefas de cada cenário, deve ser realizada com equilíbrio,
parcimônia e estudo, para que o trabalhador não se exponha a
riscos oriundos de um mal planejamento.
Na página seguinte foi montado um modelo Infográfico, que
auxilia no entendimento da matéria deste capítulo:

72
73
Talabartes

Os talabartes são dispositivos que realizam a conexão entre


o ponto de ancoragem do cinto de segurança, ao ponto de
atracação fixo e rígido que será estabelecido pela equipe em
consenso e mediante avaliação.
Existem talabartes de conexão única e dupla, sendo os mais
utilizados, os de conexão dupla, pois possuem a característica de
intercambialização entre os pontos de ancoragem, assegurando
assim um grau otimizado de segurança, pois sempre haverá um
conector do talabarte preso a um ponto de ancoragem, enquanto
se realiza a troca da outra conexão, para outro ponto, permitindo
assim o reposicionamento escalonado do trabalhador, mudando
sua postura, para uma mais confortável e permitindo a ascensão
ou descensão.
O ponto que deve ser de observância das equipes, assim
como da Gestão da Obra, deve ser com relação a aquisição de
equipamentos que se equiparem com as características da obra,
e das tarefas que serão desempenhadas em campo.
Diante da multiplicidade, tanto de tarefas, como de
atividades, onde interfaces e interferências como: trabalhos à
quente e espaços confinados, que podem concorrer para majorar
o ambiente com riscos e perigos adicionais, impelindo os
trabalhadores a se exporem com maior probabilidade de danos, há
que se obter um elevado cuidado e esmero, para com os
dispositivos escolhidos.
Podemos utilizar aqui conceitos já bem difundidos em
empresas renomadas do ramo químico e petrolífero, que aludem
as algumas perguntas que devemos fazer antes da execução de
quaisquer tarefas.
Como estamos abordando aqui o assunto de trabalhos
efetuados em locais elevados, alguns questionamentos podem ser

74
levantados e colocados em pauta, antes do prosseguimento das
tarefas.
01. Como farei o deslocamento (trajeto), no piso elevado
onde estarei realizando as atividades? O trabalhador
precisa entender como realizará o percurso no piso de
trabalho em que está realizando as atividades. Esse piso
possui plano com inclinação, cuja inclinação do corpo do
trabalhador, pode desencadear escorregamento, ou
tropeções em irregularidades nesse piso operacional?
Se esse for o caso, um sistema de retenção de quedas
deverá estar acoplado ao engate costal do cinto – um
trava-quedas retrátil por exemplo - que interrompe a
continuidade de queda, impedindo a liberação do cabo
de aço, ou da fita por intermédio de travamento
sistemático.
02. Minha ascensão ao ponto de trabalho será efetuada por
escada marinheiro? Se minha escalada para poder
chegar até o local elevado, for efetuada, através de uma
escada marinheiro, a mesma possui cabo-guia, para
prover um grau seguro de ascensão? Os trabalhadores
geralmente atracam seus conectores do talabarte aos
degraus das próprias escadas, uma vez que é por ali que
começam a sua escalada para a ascensão e subida,
para o alcance do local pretendido. Como aludido no
anexo III da Norma Regulamentadora NR-35:
“Anexo: 3.4 As gaiolas não são consideradas sistemas
de proteção contra quedas.”
Entendemos com isso que mesmo que a escada
marinheiro seja provida com gaiolas, para fins de
aplicação tanto técnica, como jurídica, a gaiola não se
enquadra como um dispositivo de segurança, mesmo
que venha a reter a queda do trabalhador em sua
trajetória de descensão e queda.
75
Percebemos a partir desse ponto, que necessitaremos
entender dois conceitos muito importantes para que a tomada de
decisão sobre a escolha dos equipamentos seja coerente e
eficiente.

ZLQ - Zona Livre de Queda

Região compreendida entre o ponto de ancoragem e o


obstáculo inferior mais próximo, contra qual o trabalhador possa
colidir em caso de queda, tal como o nível do chão, ou o piso
inferior. É justamente na incompreensão desse conceito, que
muitos profissionais acabam efetuando escolhas equivocadas de
dispositivos de segurança – principalmente talabartes – uma vez
que a metragem percorrida nessa distância, é que decidirá se o
trabalhador, colidirá com o chão, ou outro
objeto/máquina/equipamento ou elemento/parte da edificação,
que estiver mais próxima a ele.
A postura que nós profissionais temos avaliado na maioria
das empresas que executam atividades, que necessitam acessar
locais elevados para efetuar suas tarefas, é que simplesmente a
Gestão dessas empresas, adota o dispositivo mais barato, com
dois pontos de ancoragens, (dorsal e peitoral) e se esquecem que
o comprimento do talabarte é um potencial fator de segurança,
para a retenção da queda, e para que o trabalhador não atinja o
chão. Entre o ponto de ancoragem fixo, ponto esse destinado a
suportar carga de pessoas, para a conexão dos dispositivos de
segurança, e o ponto de colisão (piso operacional, ou piso
referencial), existe o comprimento do talabarte em si, o
comprimento do absorvedor de energia (ABS), a distância do
ponto de ancoragem do cinto de segurança até o pé do trabalhador
(padronizado pelo comprimento de 1,5 metro), e a distância de
segurança, ou limite de segurança (padronizada por 1,00 metro).

76
Durante uma atividade que será realizada em altura, a
somatória de todas essas dimensões deve ser realizada, e
comparadas com o dispositivo disponível, para averiguar se o
mesmo cumpre a função de frenagem e absorção da queda, de
modo que o trabalhador não atinja o piso, ou outro obstáculo, e
venha a fraturar seu membros inferiores – pés e pernas, ou a se
ferir de modo mais sério.
Com relação ao absorvedor de energia, presente na maioria
dos talabartes adquiridos, a Norma Regulamentadora, fornece a
seguinte instrução:
35.5.3.4 – É obrigatório o uso de absorvedor de energia
nas seguintes situações:
a) fator de queda for maior que 1
b) comprimento do talabarte for maior que 0,90 m.
Nesses ditames percebemos que se o ponto de ancoragem
ficar estabelecido na altura da cintura, seja por ausência de
condições técnicas ou de engenharia que possam fornecer uma
condição de fator 0 – aquela em que o ponto de ancoragem fica
acima da cabeça do trabalhador – e o talabarte adquirido pela
empresa for maior que 0,90 m, necessariamente o dispositivo
deverá possuir o sistema de absorção de quedas, uma vez que a
força aplicada ao corpo do usuário, durante uma queda, não pode
ser maior que 6 kn (aproximadamente 600 quilos).

Vamos à um exemplo prático:

Um trabalhador que irá realizar um soldagem numa


estrutura metálica fachadeira, utilizando uma plataforma
telescópica, necessitará atingir a altura de 09 metros, e para isso
dispõe de um cinto de segurança de talabarte duplo, em cuja
campânula do absorvedor (cápsula de material plástico moldado,
onde o absorvedor se encontra embrulhado) há uma etiqueta com
a seguinte informação:
77
→ Comprimento do talabarte (com ABS) 2,10 metros.
Então teremos:
- Comprimento do talabarte: 1,00 metro.
- Comprimento do absorvedor: 1,10 (totalizando os dois
metros e dez centímetros, gravados na etiqueta).
- Distância do ponto de ancoragem do cinto de segurança
até o pé do trabalhador (medida padrão): 1,50.
- Distância (limite) de segurança até o solo (medida
padrão): 1,00 metro.
Somando todos os fatores teremos: 1,00 + 1,10 + 1,50
+1,00 = 4,60.
Ou seja, coerentemente o trabalhador necessitará de 4,60
metros, de zona livre antes de atingir o piso/solo.
Porém o trabalhador ao verificar a etiqueta de informações
do dispositivo, averiguou que o fabricante imprimiu uma distância
maior, talvez porque como sabemos, os tecidos tendem a sofrer o
efeito da elasticidade quando submetidos ao estresse do
tensionamento. Agora vejamos quais informações, o fabricante
deve deixar claro ao usuário, para garantir a eficácia de uso do
equipamento, e a segurança do mesmo.

Nas próxima página o leitor confere um Infográfico sobre o


assunto aqui abordado, uma vez que um apoio visual, é
extremamente útil para esclarecer o conceito aqui aludido.
78
79
Fator de Queda

Um dos conceitos que o trabalhador deve conhecer depois


que o entendimento sobre a Zona Livre de Queda – estiver bem
consolidado nas teorias sobre o trabalho em altura, é o Fator de
Queda.
Essa relação entre o tamanho (comprimento do talabarte),
e a posição em que o trabalhador conecta os dispositivos de
fixação (ganchos, conectores ou mosquetões), mostra o resultado
bem sucedido de retenção de uma queda, pois não basta apenas
“interromper” a queda do trabalhador. É necessário também
neutralizar o máximo possível, a energia gerada pela aceleração,
que será transmitida, por todo o sistema ao corpo do trabalhador,
para que o mesmo não sofra lesões em músculos, cartilagens e
ossos.
No glossário contido em excerto dentro da Norma
Regulamentadora NR-35, a definição de Fator De Queda, segue a
seguinte linha de raciocínio:
“Razão entre a distância em que o trabalhador
percorreria na queda, e o comprimento do equipamento que
irá detê-lo.”
Nesses ditames, poderíamos refletir, que para ter a ciência
de quanto percorreríamos caso ocorresse uma queda, devemos
ter em mente a somatória de todos os fatores aludidos no capítulo
anterior, (a Zona Livre de Queda), ou simplesmente verificar a
etiqueta do equipamento que irá deter essa queda, que pode ser
um talabarte duplo, um talabarte simples, um trava-quedas retrátil,
um trava-quedas deslizante, ou outro dispositivo legalmente
homologado para uso em altura.
Quanto mais alto, o trabalhador conectar seus ganchos de
conexão, ou seja quanto mais acima de sua cabeça os ganchos
do dispositivo de retenção de queda conseguirem ficar
estabelecidos, menor será o Fator de Queda, e também menor a
80
força residual, resultante do impacto, será aplicada ao seu corpo,
lembrando aqui que é a força de aceleração que desencadeia toda
a energia, ou seja: quanto mais se conseguir frenar ou reduzir essa
aceleração, menor será a força de impacto no corpo do
trabalhador.
Talvez nesse ponto, o leitor pode estar se perguntando:
Então porquê, os pontos de ancoragem de uma Plataforma de
Trabalho Aéreo, ficam no rodapé do cesto de trabalho, ficando com
um Fator de Queda 2.
Convém lembrar que o cesto de trabalho das plataformas
são guarnecidos por guarda-corpos rígidos, conferindo assim um
grau melhor de segurança, sendo que os pontos de ancoragem
foram projetados nos rodapés, para que num movimento brusco
do cesto, o mesmo não “catapulte” e projete os trabalhadores para
fora, e que se isso acontecer, a ancoragem que estará no rodapé,
reduzirá significativamente o Fator de queda, pois o comprimento
do talabarte “encurta” no guarda corpo, projetando o mínimo
possível do corpo do trabalhador para fora do cesto.
É de suma importância, treinar os trabalhadores, para que
não conectem “fitas extensoras”, ou cintas de ancoragem de
cargas, entre o ponto de conexão do cinto, e o dispositivo que fará
a retenção de quedas, para ter uma maior mobilidade, pois assim
ele multiplica o Fator de Queda, fazendo com que em caso de
caimento, ele possa atingir o chão e se lesionar de forma
gravíssima.
Entre os treinamentos de Trabalhos em altura, um assunto
que é motivo de discussão e divergência, inclusive entre
profissionais consagrados, é se podemos efetuar a prática
conhecida como: “by-pass” no talabarte do cinto de segurança,
que nada mais é do que um arranjo técnico provisório, conhecido
de forma irônica pela sigla: ATP, e que nós profissionais da
segurança e da prevenção, conhecemos no mundo acadêmico
como: improvisação, mas que nossos criativos trabalhadores
81
conhecem como “gambiarra”. O termo em inglês significa: “dar a
volta” ou “encurtar caminho”, muito utilizado entre os profissionais
da segurança, quando algum trabalhador burla algum dispositivo
de segurança em máquinas, para que a mesma produza mais
rápido e sem interrupções.
99% dos profissionais, dirão que negam realizar essa
prática em seus canteiros de trabalho, uma vez que o fabricante
não endossa/autoriza/garante a eficácia de frenagem e retenção
do sistema, caso aconteça uma queda – e é claro o fabricante quer
que você adquira o talabarte sem absorvedor!
Cabe aqui uma pergunta do autor desse trabalho, aos
profissionais que terão acesso a esse documento:
- Quantas vezes você já viu um empregador fazer a
aquisição de dois tipos de talabarte – o talabarte sem ABS, e o
talabarte com ABS, e fornecer para o trabalhador, para que ele
realize trabalhos em variadas alturas?
Não estou querendo aqui, julgar nosso empresariado
brasileiro, visto que residimos num país, onde a carga tributária
onera o empreendedor de forma vil e maléfica. Inclusive na
aquisição de EPI´s e dispositivos de segurança.
Como o talabarte duplo com absorvedor, foi introduzido
dentro das operações fabris, sendo visto como um equipamento
mais completo, e que confere maior grau de segurança, o
empresário já adquire os dispositivos nesses ditames, acreditando
assim que o mesmo cumprirá sua função de proteger seu usuário,
esquecendo-se, de que o cenário apresentado ao trabalhador
poderá exigir um equipamento diferente, para uma situação
diferente.
Até aqui o leitor que nunca viu o by-pass no cinturão de
segurança, e que anula os efeitos do absorvedor, deve estar se
perguntando como é executada tal empreitada.
Bem leitores, o fato de esse seu humilde autor, estar
dissecando essa narrativa, é que o mesmo já foi submetido a
82
improvisar, pois a situação do “mato sem cachorro” se apresentou
a ele, que: entrando em acordo com os outros profissionais,
também coadjuvantes dessa história, essa possibilidade de
“intervenção provisória” foi colocada em prática.
Esfregue os olhos e vamos a narrativa:
Trabalhando com Técnico freelancer, fui escalado para
trabalhar em regime de prestação de serviços (eufemismo para
terceirizado), numa grande empresa siderúrgica de uma cidade do
litoral paulista.
Uma das normas corporativas dessa empresa, exigia que
mesmo com o uso de escadas, era obrigatório o uso de cinto de
segurança com talabartes duplos que: seja lá onde você o
ancorasse, o importante era estar de posse do cinturão. Quem
trabalha como Técnico freelancer sabe como tudo nesse universo
é dinâmico: A Gestão exige que você conheça todas as normas
corporativas da empresa, que seja eficiente, rápido e que conduza
a obra com a maior brevidade possível, uma vez que tempo é
dinheiro.
Quando analisei a altura onde iria ser executada a atividade,
me deparei com um problema: do piso operacional até a sola do
pé do trabalhador a distância de altura chegava até
aproximadamente 03 metros, ou seja nosso colaborador, iria
necessitar avançar por 03 metros, até o ponto de execução das
tarefas. Quando olhei a etiqueta nos talabartes adquiridos para
efetuar as tarefas de altura (que inclusive eram novíssimos e
haviam sido comprados recentemente), percebi que na tag de
identificação, a ZLQ estava marcada com 4,40 metros, e que
nossos cintos possuíam o absorvedor. Um problema? Será
mesmo? Será que nessa distância de 03 metros do solo, o
absorvedor chega a sair da campânula, abrir e soltar as fitas
enroladas dentro dele? Ou seja: a força incidente da queda
consegue abrir o absorvedor, e impelir o trabalhador para colidir
com o piso?
83
É claro que no momento da execução, os profissionais do
lado da empresa contratante do serviço, queriam impedir a
execução alegando, que para esse cenário, teríamos que adquirir
o talabarte sem ABS. É claro que eles estão corretos em sua
exigência, e que se nosso país não fosse um paraíso de encargos
fiscais, tributos e taxas, o contratado até pela sua benevolência
compraria os dispositivos solicitados.
Mas, porém, contudo, entretanto, como tudo tem uma
resolução prática, e a operação não iria passar de duas horas de
execução, um estratagema foi colocado em prática, e o by-pass,
foi aceito com um certo “contragosto”, pelos profissionais que
permaneceram avaliando nossa performance técnica, durante as
tarefas.
Como foi feito: um simples mosquetão foi conectado entre
o laço costurado da fita que prende a campânula que envolve a fita
de absorção, e o ponto de conexão dorsal (costas), anulando
assim o absorvedor.
Não é uma prática comum! E claro deve ser evitada. Porém
os fatores que foram levantados e avaliados para que essa prática
fosse aceita, eram a altura e a natureza das operações, que no
local das atividades, inviabilizavam tecnicamente a adoção de
andaimes, plataformas aéreas, entre outros dispositivos, pois o
espaço era exíguo (apertado mas não confinado ok?). Além do
mais, a escada foi estaida em pilastras de aço, com cordas
homologadas, conforme determinava a normativa técnica vigente.
Acredito que essa inviabilidade técnica, não foi de minha
singularidade de ocorrência, pois já ouvi relatos semelhantes ao
caso aqui descrito. Quando esse tipo de ocorrência vem à tona,
cabe ao envolvidos, a parcimônia, o equilíbrio, a coerência, e a
flexibilidade de ideias, uma vez que se você sabe que tudo irá
convergir para dar errado, a interrupção haverá de se manifestar
mesmo a contragosto daqueles onde o tempo é o senhor.
Na página seguinte um Infográfico alude ao Fator de Queda.
84
85
Procedimentos e cuidados em Trabalhos em Altura.

Os procedimentos devem estar consolidados e necessitam


estar alinhados com a Norma Regulamentadora n° 35,
obedecendo assim seu escopo técnico e administrativo, que pauta
o assunto.
Quando um trabalho em altura precisa ser realizado, dois
pontos são cruciais para tomada de decisão e para o
empreendimento de uma metodologia de trabalho segura e
eficiente:
Qual o método ou dispositivo, será utilizado para o acesso
e elevação do trabalhador ao local das atividades?
Essa pergunta deverá levar em conta dois fatores: a altura
propriamente mensurada em metros, e as características
construtivas do local onde a atividade será executada.
Se o trabalho for efetuado em locais internos (fechados),
onde a entrada é exígua e o acesso de plataformas telescópicas
ou pantográficas seja impossível ou de difícil dirigibilidade e
manobra, deverão ser adotados dispositivos de montagem
segmentada, conhecidos como andaimes.
Os andaimes se caracterizam por possuírem peças
intercambiáveis, que podem ser montadas e desmontadas,
intercalando assim as alturas desejáveis, e que deverão obedecer
às normalizações dispostas nas Normas 18 e 35 da Portaria
3214/78 do Ministério do Trabalho.
Em fachadas de prédios, onde atividades de manutenção,
reparo, limpeza, recuperação e pintura, necessitam ser realizadas
numa distância superior à 2 metros, poderão ser adotados
andaimes do tipo fachadeiro, devidamente estroncados (afixados
na parede por meio de embuchamento entre outros métodos), e
normalizados conforme preceitua a NR 18, ou seja: com guarda-
corpo com rodapé, escada de acesso, barras de intertravamento,
piso ventilado, estruturas de contraventamento e fechamento
86
perimetral por tela. Fica claro que quando esse panorama se
configurar é porque a atividade geralmente, possuirá uma
característica mais abrangente e a quantidade de funcionários
envolvidos no processo, maior, uma vez que a montagem de
andaimes fachadeiros, envolve profissionais habilitados
(Engenheiro com CREA válido para emissão da Anotação de
Responsabilidade Técnica - ART), e profissionais capacitados
(aqueles com curso de capacitação profissional de montagem de
andaimes válidos e com reciclagem em dia, se assim ficar
estatizado).
Outro ponto a se verificar nos trabalhos em altura é: os
envolvidos nas atividades conhecem os riscos e sabem como
proceder para acessar os dispositivos, e exercer com segurança
as atividades em altura?
A normalização deixa bem claro que os trabalhadores,
deverão possuir capacitação com carga horária mínima de (08)
horas, elencadas no subitem: 35.3.2, que deverão ser cumpridas
fora do horário de trabalho, promovendo assim o aprimoramento
do corpo de empregados, validando um dos pilares das medidas
de controle dos riscos que é de nível pedagógico-educacional.
Assim que o treinamento dos funcionários estiver concluído,
e que a metodologia de trabalho estiver solidamente estabelecida,
a liderança dos funcionários que realizarão as tarefas, seja através
dos supervisores, técnicos, engenheiros, mestres de obras, entre
outros, e somente reunindo as condições acima elencadas, é que
uma Análise Preliminar de Risco deverá ser efetuada e
devidamente preenchida.
É claro que o leitor nesse momento deve estar se
perguntando: Não seria mais correto preencher uma ATR –
Autorização para Trabalho de Risco, ou uma ATE – Autorização
para Trabalhos Especiais, documentos esses que se equiparam a
uma PT – Permissão de Trabalho?

87
Bom, primeiramente devemos estabelecer tecnicamente,
qual a definição entre APR e PT.
Análise Preliminar de Risco: Documento que tem por
finalidade estabelecer e descrever as etapas das atividades,
relacionar os riscos envolvidos em tais atividades, assim como
propor e descrever detalhadamente, quais os métodos (medidas)
de controle serão utilizados para neutralizar, ou minimizar os
impactos causados por esses riscos.
Permissão de Trabalho: Documento que tem por finalidade,
liberar determinado tipo de trabalho que tem características
intrínsecas e potenciais de causar danos e lesões irreversíveis e
até mesmo a morte.
Como já foi explicado anteriormente, os trabalhos que
compõe o eixo de atividades com risco de morte são:
- Trabalho em altura,
- Espaços Confinados,
- Escavações,
- Içamento e movimentação de cargas,
- Energias Perigosas e
- Trabalhos à Quente
A Análise Preliminar de Risco detalha o escopo das
atividades, elencando as tarefas que nada mais são: subprocessos
das atividades e que necessariamente precisam de uma descrição
mais minuciosa e precisa, para a análise dos riscos inerentes a
elas.
Já as Permissões de Trabalho, deverão ser preenchidas,
quando o Trabalho tiver uma interface mais eventual, e os
procedimentos a serem realizados, envolverem as características
de nocividade descritas no Hexagrama do Risco. Devemos
esclarecer aqui, que caso as atividades de risco, necessitarem se
desenvolver por mais de um dia, ou semanas, ou quem sabe até
meses, as equipes deverão preencher as Permissões de Trabalho
diariamente, para validar as operações, atualizar o número de
88
membros das equipes, e claro detalhar quaisquer eventos que
possam causar a interrupção, a modificação técnica ou a
paralisação das atividades.
Mas então seria coerente que os Trabalhos em Altura
fossem relacionados e detalhados na grade descritiva de uma
Permissão de Trabalho correto? Sim está correto, mas ao contrário
da PT – Permissão de Trabalho, a APR – Análise Preliminar de
Risco, não precisa ser preenchida todo começo de turno, ou todo
dia, uma vez que ela se refere o processo ou ao projeto. Para uma
Permissão de Trabalho, ficar coesa, clara e objetiva, é necessário
especificar o tipo de trabalho realizado, a técnica usada para
realizar as atividades, as medidas de controle utilizadas, e os
Equipamentos de Proteção Coletiva e Individuais utilizados nos
processos. E claro para validar esse documento, os nomes e
ocupações dos envolvidos, assim como a identificação da chefia
encarregada de liberar as tarefas, deverão estar anotadas e
assinadas por todos os envolvidos, liberando assim a tarefa.
Uma vez preenchida, ela deverá ser apenas revalidada
diariamente, se caso as atividades não forem completadas no
mesmo dia da liberação dos trabalhos.
Cumpridos todos os requisitos a APR ou PT, devem
permanecer em local visível e ao acesso de todos os trabalhadores
e da Supervisão do projeto/obra ou processo.
Junto dessa permissão de trabalho poderia haver um
documento que apoiasse o documento textual formalizado e
fundamentado nas Normas Regulamentadoras? Seria então
possível, criar um modelo infográfico, que ilustrasse, através de
imagens simples e práticas o cenário de atividades análogas ao
Trabalho em altura, específicas às atividades de montagem de
andaimes?
A resposta é sim! Mas as imagens devem ser organizadas,
de modo a não criar mais confusão mental, devido à falta de
proporcionalidade, excesso de cores e falta de simetria entre os
89
blocos dinâmicos. Não deve haver a poluição visual para que o
assunto não tenha a sua assertividade e objetividade, prejudicadas
pela cromatização desarmônica do arranjo.
Vejamos como ficaria uma APR Infográfica do Trabalho em altura,
com ênfase na montagem de andaimes.

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91
92
Quando o entendimento de preenchimento da
documentação que embasa as atividades, fica esclarecido e de
entendimento de toda a equipe, o próximo passo, é planificar e
preencher essa documentação com o máximo rigor de
informações possíveis, deixando o documento com clareza e
assertividade, para que todos os envolvidos compreendam o que
está sendo desenvolvido.
Uma pergunta importante, para quando se vai realizar
trabalhos em altura é: Qual o meio de acesso a ser utilizado:
escadas, plataformas, andaimes, acessos por cordas?
Esse questionamento para ser elucidado, necessita de
averiguação das equipes, do local a ser trabalhado, da
estabilidade do piso/terreno, da proporção do espaço disponível
para a montagem de estruturas ou mobilidade de equipamentos e
veículos (plataformas).
Feito isso, a equipe cruza essas informações com a
eventualidade ou frequência de trabalho, com a carga de atividade
realizada. Se as tarefas são realizadas com muita frequência, em
espaços com maior possibilidade de tráfego de veículos
automotores, as PTA´s – Plataformas de Trabalho Aéreo, são
eficientes ferramentas para troca ou substituição de cabeamento,
instalação de sistemas de sprinklers, alocação de tubulações para
diversas utilidades, instalação de lâmpadas e reatores, acesso
para telhados, entre outras operações – Ver Capítulo 19.
Já em atividades e tarefas em fachadas, cujas operações
tendem a possuir uma janela de tempo maior, os andaimes se
encaixam melhor, visto que fornecem suporte a uma gama maior
de profissionais, que necessitam realizar um maior número de
intervenções, sejam elas de características civis, hidráulicas,
elétricas, pinturas, etc.
É importante salientar aqui, que análogo as atividades em
altura, outros riscos inerentes a cada operação, acabam se
manifestando justamente devido as características e natureza dos
93
instrumentos, ferramentas, máquinas e produtos que serão
utilizados nas atividades executadas em altura.
Temos como exemplo, a fixação de estruturas de uma
fachada frontal de uma edificação, que deverá ser afixada através
de soldagem, e que deverá necessariamente ser içada e
movimentada com auxílio de caminhão munck ou guindaste
próprio. Ou seja: além do risco de queda de nível diferente, a
equipe destacada para realizar a fixação da estrutura, deverá
trabalhar sob carga içada, realizando trabalho à quente
(soldagem). Três interfaces do “Hexagrama do Risco”, estarão
presentes nessa árdua tarefa, que exigirá: comprometimento da
alta hierarquia em adquirir todos os dispositivos de proteção
possíveis: mantas e cobertores antichama, biombos protetores,
aluguel de plataformas e escadas, ou até mesmo andaimes
fachadeiros em conformidade com as normas vigentes, e
treinamento e capacitação das equipes de trabalho, cada qual em
seu respectivo domínio de conhecimento e aplicação, e um
planejamento bem consolidado, para lidar com eventuais
problemas que possam ocorrer no decurso do projeto.
Foi com essa premissa, que foram elaborados vários
cenários de trabalho em altura com inúmeras características de
tarefas, para que o leitor avalie, com quais cenários já se deparou,
e qual foi a dificuldade encontrada, uma vez que cada obra tem
suas peculiaridades construtivas, suas restrições e limitações
tanto econômicas, técnicas, quanto administrativas, mas que
devem ter seus riscos avaliados e dimensionados, para que
nenhum trabalhador venha a sofrer lesões e doenças nos
canteiros de trabalho.

O leitor terá nas próximas páginas, um panorama, se não


completo, acreditamos que muito abrangente das várias situações
que descrevem os cotidianos mais comuns de trabalho em altura,
e suas principais medidas técnicas de controle e prevenção.
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99
10-Gestão em Escavações e procedimentos de
aberturas de poços, valas, canais, etc.

As operações de escavação e abertura de valas, merecem


especial atenção das equipes de trabalho e suas frentes, pois um
projeto realizado sem estudos prévios, e sem as devidas
liberações, licenças ambientais, estudos geológicos de
Engenharia e laudos técnicos, e claro respeitando aqui as devidas
proporções no que tange ao dimensionamento dos trabalhos,
podem acabar acarretando o embargo da obra e a paralisação das
equipes, caso uma eventual inspeção dos auditores fiscais do
trabalho, ocorra no Canteiro.
Mas quando considerar que determinada atividade pode ser
considerada uma escavação e não meramente uma abertura para
alocação de utilidades?
A ABNT NBR 9061/85 – Segurança de Escavação à Céu
Aberto, não deixa claro esse questionamento, o que leva ao
entendimento dos profissionais, que as escavações aludidas da
referida norma, são aquelas onde serão confeccionadas e
instaladas os alicerces, para a elevação de determinada estrutura,
assim como outras atividades geotécnicas que compreendem:
construção de empreendimentos em alturas negativas – que
estejam abaixo do nível da rua, como poços, túneis, subsolos, etc.
Antes do início de quaisquer atividades, é imprescindível
que as equipes tenham todo o detalhamento da geologia do
terreno, para que todo o cabeamento subterrâneo, tubulação de
gás, água e/ou outras interferências, estejam devidamente
mapeadas e indicadas nos layouts, mapas topográficos, ou outros
documentos pertinentes ao local a ser trabalhado.
Quando não houver nenhum documento comprobatório que
certifique tais interferências, e houver a suspeita da existência de
alguma interface que possa causar acidentes, um mapeamento

100
através de radares de penetração – GPR Ground Penetrating
Radar, deverá ser viabilizado, identificando assim qualquer
interferência que impeça o andamento seguro das atividades.
O ítem 18.6.5 da Norma Regulamentadora NR-18 do
Ministério do Trabalho, preceitua que para “os taludes instáveis de
escavações com altura igual ou superior à 1.25 m, deverão ter
suas estabilidades garantidas por meio de estruturas
dimensionadas para este fim”.
Assim entende-se que dependendo da complexidade da
escavação a ser feita, juntamente com as análises estratigráficas
da geologia do terreno – quando aplicáveis – e todo o estudo
preliminar do solo, um sistema de talude deverá ser aplicado na
abertura, para impedir desmoronamentos, que possam causar o
soterramento das equipes.

Na próxima página, dois Infográficos preparados com os


tópicos mais importantes, e que devem ser de observação de toda
a equipe de obra, está à disposição para entendimento.

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104
11-Gestão em Trabalhos à Quente.

Esse capítulo deve ter uma abordagem abrangente, pois a


natureza das operações realizadas em trabalhos à quente,
conferem um grau de risco, que podem gerar além de acidentes
com lesões, incêndios e sinistros cuja progressão podem gerar
catástrofes sem precedentes.
Talvez o leitor aqui, deve estar se perguntando, o porquê de
tantos superlativos utilizados no parágrafo acima. Há diversos
registros na bibliografia de segurança do trabalho que corrobora
as avaliações acima, e que comprova que muitas das tragédias
ocorridas, poderiam ter sido evitadas, se algumas ações de
prevenção e manutenção, tivessem sido adotadas e obedecidas.
Primeiro vamos estabelecer as definições e o que
parametriza os trabalhos à quente, padronizando assim uma
linguagem, para poder dar uma “coesão” ao assunto.

Atividades com Trabalhos à quente:

- Soldas elétricas com eletrodo revestido em estruturas


metálicas.
- Soldagem oxiacetilênica para instalação de serpentinas
em ar-condicionado.
- Corte à quente em chapas, perfis, tubulações, canos
com solda oxiacetilênica, plasma ou material equivalente.
- Corte/seccionamento de chapas, perfis, canos e
tubulações e acabamento com lixadeira, esmerilhadeira ou outro
equipamento rotativo.

105
- Qualquer outra atividade que possa produzir faísca,
chama, fagulha ou centelha, e que comprometa a atmosfera
ambiente, passível de criar uma situação IPVS3.

Definição

Trabalho à Quente, é toda atividade ou tarefa, onde se


empregam métodos de aquecimento seja por indução de fontes
elétricas ou transformadas e/ou convertidas por esta, para fundir
materiais, aquecer por convexão, condução ou atrito (lixadeira,
esmeris, esmerilhadeiras) com o objetivo de realizar uma gama
diversificada de trabalhos.
Outros estudos e fontes bibliográficas definiriam trabalho à
quente como: “qualquer atividade que por sua natureza, provoque:
chama exposta, fagulha, faísca, centelha, ou projeção de material
incandescente, cuja temperatura, possa desencadear a ignição de
outros materiais, vindo a provocar incêndios”
Na construção civil, um dos processos mais utilizados, que
estão dentro da matriz de trabalhos à quente, é a: Soldagem.
O processo de soldagem, segundo definição da AWS –
American Welding Society, define o vocábulo como: “a operação
que visa obter a coalescência localizada, obtida pelo aquecimento
até uma temperatura adequada, com ou sem a aplicação de
pressão e metal de adição”. Podemos ter uma definição mais
simplificada: a operação de junção de metais, por intermédio da
fusão4.
Existem diversos tipos de processo de soldagem, que são
aplicadas para os mais variados tipos de metais e uniões, pois a
fusão desses metais, depende de adição de outros metais, assim
como empregam gases, para fornecer aquecimento. As três

3
Imediatamente Perigosa à Vida e a Saúde.
4
Definição retirada do Livro: Tratado de Segurança e Saúde Ocupacional. Vol.
04 – Alexandre Demétrius Pereira – Editora Saraiva.
106
modalidades de soldagem mais utilizadas em canteiros de trabalho
na construção civil são:

- Soldagem com eletrodo revestido (Solda elétrica)


- Soldagem oxiacetilênica (Oxisolda)
- Soldagem com eletrodo não consumível de Tungstênio
(TIG).

Essa três modalidades representam uma porcentagem


considerável de atividades à quente dentro de canteiro de obras,
no qual se unem também, o uso de equipamentos rotativos que
produzem faísca, fagulha, centelha e chama exposta, como já
explicado anteriormente.
A maior preocupação, quando se define, qual o processo de
soldagem se empregará, para realizar as atividades, é a definição
de um local seguro, com ventilação natural ou forçada, longe de
fontes de ignição, e tendo seu entorno protegido por biombos
antichama e ignífugos, anteparos confeccionados em material
retardante à fogo repentino, e/ou materiais isolantes que não
propaguem chama.
O Infográfico da próxima página, auxilia no entendimento
dos fatores desencadeantes de incêndios, relacionados com as
tarefas de Trabalhos à Quente.

107
108
Ferramentas e Dispositivos

Outro aspecto importante, é com relação ao estado de


integridade dos equipamentos utilizados durante os processos de
soldagens. Existe um histórico muito ruim, com estimativas de
acidentes, devido à má conservação de equipamentos que
desencadearam falhas e acarretaram acidentes com lesões em
trabalhadores, que foram obrigados a manusear equipamentos
sem manutenção adequada.
Um exemplo muito comum, ocorre no conjunto
oxiacetilênico, composto por dois cilindros contendo gases – um
de oxigênio e um de acetileno, que devem estar acondicionados
em carretas com rodízios para fácil transporte, e os cilindros
protegidos pela capa protetora, conhecida como “capacete”. As
mangueiras de conexão, geralmente são afixadas aos terminais
dos manômetros e do conjunto aplicador, por presilhas do tipo
abraçadeira. Cabe aqui um depoimento do autor desse livro, que
acabou presenciando um “incidente”, quando trabalhou numa
construtora em São Paulo: uma equipe de instalação de sistemas
de climatização, efetuava a soldagem de serpentinas dentro de
equipamentos de ar-condicionado, quando uma das mangueiras,
acabou se rompendo – por estar danificada – liberando parte do
gás que ainda estava no conduto da mangueira e ocasionando um
“flare”, ou seja uma bolha de fogo, que assustou os funcionários
de sobremaneira. Felizmente, tudo não passou de um susto, pois
a válvula antirretrocesso de chama, funcionou corretamente,
impedindo a saída do gás. O único gás que entrou em combustão,
foi o que ainda restava no conduto da mangueira, sendo esse que
formou o bolsão de fogo.
Resumo da ópera: nada disso aconteceria, se a equipe
fosse mais cuidadosa com seu equipamento, avaliando
diariamente sua integridade, e checando o estado de conservação
das mangueiras. Porém, depois da investigação do incidente, foi
109
constatado que o sistema de fixação com as abraçadeiras, deixava
as mangueiras mais frouxas, e assim com uma probabilidade
maior de soltura, devido à pressão de saída dos gases. Reuniões
com a equipe de segurança, estatizaram que somente
equipamentos com mangueiras afixadas por selagem térmica ou
mecânica, - espécie de empatação - é que poderiam ser admitidas
nos Canteiros de trabalho, parametrizando assim um padrão maior
para a obra e criando um adendo a mais para a prevenção de
acidentes.
Aculturar as equipes a checar seu próprio equipamento é
um desafio diário, que compete aos gestores de obras, Gerentes,
Supervisores, Técnicos em Segurança, que devem criar e infundir
o hábito nas equipes, uma vez que são elas que estão na frente
desses desafios.

Soldas elétricas

As máquinas de solda elétricas, costumam utilizar uma


amperagem considerável para poderem aplicar uma corrente
elétrica no eletrodo, que revestido com adição de metais, serve
para isolar o arco elétrico produzido, do ar ambiente. Muitas vezes
as equipes necessitam fazer a conexão de acionamento da
máquina, à linhas elétricas, cuja potência, não possuem
resistividade para suportar essas altas amperagens. O que ocorre,
é que o sistema acaba se desligando, para proteger a linha,
impedindo assim o bom funcionamento da máquina, e atrasando
as atividades.
Os soldadores devem consultar os eletricistas, que são os
únicos que poderão fazer intervenções elétricas de conexão. A
equipe de soldagem, ou o tomador de mão de obra, deverá dispor
de painéis tipo “Quadro de tomadas”, também conhecido pelas
equipes, pela alcunha de “robôs”. Nesses quadros um conjunto

110
com várias tomadas de diferentes voltagens e potências, são
abrigadas e protegidas por isoladores contra flutuações na tensão.
As equipes deverão checar os terminais de conexão,
também das garras (mordentes) de aterramento, e do porta
eletrodos na conexão da máquina (fonte), e substituir o terminais,
quando estes estiverem avariados.

Lixadeiras, esmerilhadeiras e equipamentos rotativos.

As lixadeiras, esmerilhadeiras e outros equipamentos


rotativos, que por sua natureza produzam desbaste, corte,
acabamento, cisalhamento, polimento, ou qualquer outra função
de atrito com o material que cause fagulhas, faíscas ou centelhas,
além da exposição do corpo do trabalhador à essas dispersões de
material particulado incandescente, outro risco que pode
desencadear lesões seríssimas nos trabalhadores, é o
desprendimento de partículas dos discos usados nessas funções,
que projetados em altíssima velocidade, podem atingir parte do
corpo e rosto do trabalhador.
O uso de protetor facial e vestimenta em couro, se faz
necessário de sobremaneira para conter estes projéteis, assim
como as fagulhas.
A lixadeira ou esmerilhadeira, deve estar sempre em boas
condições, com os cabos elétricos em perfeitas condições de uso,
o eixo sempre alinhado, e os discos não devem estar trincados ou
desgastados demais para utilização.
Como visto, as medidas de segurança, pertinentes aos
trabalhos à quente, devem seguir uma metodologia, que deve ser
implantada não apenas em documentação bem redigida, mas no
aculturamento da coletividade, que deve fazer uma fotografia
mental do trabalho antes de iniciar as tarefas, rastreando qualquer
irregularidade que possa interromper seu andamento.

111
07 perguntas básicas antes de se iniciar Trabalhos à
quente.

01 – Eu sei o que vai ser feito?


Os trabalhadores envolvidos sabem qual é o escopo de
trabalho? Cabe aos gestores explicarem de modo objetivo, porque
a equipe está nesse canteiro e qual é o projeto que desenvolverão.

02 – Tenho capacitação, treinamento?


Todos os funcionários envolvidos em tarefas de soldagem,
devem possuir capacitação, ou treinamento, ou até mesmo curso
para exercer suas funções dentro dos canteiros de obra. O que
abre um enorme debate ente os profissionais da Segurança do
Trabalho é: até que nível jurídico essa capacitação deve ser
formalizada?
Sabemos bem que no Brasil, devido a falta de educação de
qualidade, muitos dos trabalhadores tem um conhecimento mais
empírico de suas tarefas, do que um nível técnico formalizado,
propriamente dito. Essa informação é corroborada pelas próprias
empresas quando admitem funcionários com características
operacionais. Muitos dos profissionais, que realizam atividades
dentro dos canteiros, são ótimos soldadores, eletricistas,
mecânicos, mas por um viés da vida, não puderam concluir seus
estudos, ou ingressar numa escola técnica, para dar
prosseguimento a uma carreira mais sólida.
O que fazer nesses casos então? Como o funcionário
comprovaria sua proficiência em determinada função?
Um artifício muito usado nesses casos, é a anuência
formalizada da empresa em carta, direcionada ao Recursos
Humanos, comprovando através de concordância, que o
funcionário reúne condições técnicas de executar determinada
função, mesmo sem ter concluído qualquer curso sobre ela.

112
A Norma regulamentadora NR-10, faz alusão ao assunto
acima da seguinte maneira:

Ítem 10.8.3:
É considerado trabalhador capacitado, aquele que atenda
as seguintes condições simultaneamente:

a) Receba capacitação sob orientação e responsabilidade


de profissional habilitado e autorizado;
b) Trabalhe sob a responsabilidade de profissional
habilitado e autorizado.

Cremos que com essas premissas, o trabalhador possa


realizar as tarefas a qual foi escalado, estando sob a supervisão
de um profissional legalmente autorizado e habilitado, e que tenha
sido treinado pelo mesmo, ou por um que possua habilitação em
Conselho competente.
É claro que quando falamos em capacitações, não estamos
falando apenas de cursos profissionalizantes, para determinadas
funções práticas como: eletricista, soldador ou mecânico.
Um soldador que necessita realizar trabalhos de solda em
patamares elevados (altura), necessita obrigatoriamente, como
determina a NR-35, possuir o curso para trabalhos em altura. Se
caso o trabalho for em espaço confinado, o mesmo deverá possuir
a capacitação para trabalhos em espaço confinado. E assim, de
acordo com as características e riscos locais, que necessitam de
capacitações específicas.
A equipe de Gestão da obra deve utilizar-se do bom senso,
para escalar e integrar em suas equipes, trabalhadores que
cumpram os requisitos acima, e que demonstrem suas
capacitações em campo, para que não ocorra nenhum sinistro, por
imperícia, negligência ou omissão.

113
03 – Possuo todas as ferramentas para executar o
trabalho? Que tipo de solda realizarei? Qual o tipo de
soldagem que o projeto requer? Os Gestores devem fornecer
todo o equipamento para as equipes, para que nenhuma tarefa
seja realizada com improvisação, e com as famosas “gambiarras”,
fazendo adaptações não-autorizadas, que possam colocar o
restante da equipe em risco.

04 – Possuo todos os EPI´s? Tenho todos os


equipamentos de proteção individual e coletiva, para realizar
e desenvolver as tarefas?
A supervisão deverá fornecer os equipamentos,
compatíveis com cada característica dos trabalhos, assim como as
proteções coletivas como: biombos, barreiras protetivas,
anteparos em material rígido e antichama, mantas antichama,
extintores compatíveis, material de sinalização e isolamento.
Com relação ao EPI,s, geralmente o equipamento de
proteção de um soldador, constitui-se em: capacete com jugular,
óculos de proteção ampla visão, máscara de solda, protetor facial
tipo escudo (para uso com lixadeira), avental de raspa, perneira de
raspa, mangote de raspa, calçado de couro com biqueira de
composite, blusão de raspa (dependendo do tipo de tarefa, ou grau
de risco), luvas de raspa e uniforme com mangas compridas.

05 – Posso executar a tarefa? Tenho autorização?


Será que a equipe de Engenharia de Obra, já aprovou todos
os projetos? Todos os licenciamentos foram aprovados, para dar
início às atividades?
Se os trabalhos forem efetuados em máquinas e
equipamentos, será que as fontes de energias foram todas
desligadas, suprimidas, seccionadas, drenadas, purgadas, etc.?
Esse é um assunto seríssimo, que deve ser tratado com o máximo
rigor pela direção da Obra, em conjunto com as equipes de
114
Segurança. As equipes devem conhecer os procedimentos de
LOTO – Lockout/Tagout – Travamento e Etiquetagem, para que
antes de efetuarem as atividades, desliguem todas as fontes de
energia, que podem causar acidentes (Ver tópico sobre LOTO).

06 – A área disponível para trabalho, está em condições


de operar sem interferências que possam trazer riscos para a
integridade física dos trabalhadores?
Em suma, locais com pouca ou nenhuma ventilação e
iluminação deficiente - ressalve-se que operações com solda,
produzem emanações de fumos metálicos, fuligem e vapores com
certa toxicidade, que podem gerar asfixias, anóxias, e outras
debilitações – e espaços exíguos, com entrada e saída com difícil
acessibilidade, devem ter um estudo meticuloso pela equipe de
Gestão, antes de se colocar em prática, qualquer tarefa que possa
comprometer a saúde dos trabalhadores.
A viabilização de aplicação de uma solda, que cuja emissão
de gases é menor, como é o caso da solda TIG, deve ser uma
possibilidade, para a execução de tarefas com espaçamento
exíguo.

07 – O entorno da área, possui material, que possa vir a


inflamar, ou entrar em combustão com certa facilidade?
Se a área de trabalho, for uma área de armazenamento de
materiais inflamáveis ou explosivas, estas necessariamente
deverão ser desmobilizadas, os produtos ali, deverão ser retirados
e armazenados em outro local seguro, e o ambiente deverá ser
inertizado por processos de neutralização de atmosfera.
Se as atividades forem executadas em tubulações já
existentes e que necessitarem serem reparadas, as equipes
precisarão se certificar, que os fluídos ou gases, existentes no
interior dessas tubulações, foram drenados, purgados, e se as
linhas foram raqueteadas (processo esse, de interrupção de um
115
fluído ou gás, com a colocação de um anteparo de metal, entre as
flanges da tubulação).

É claro que essas perguntas são um grande auxílio de


planejamento, antes do prosseguimento das tarefas que
compreendem o rol de atividades com solda, mas a difusão dessas
informações não deve ficar restrita à trabalhadores da alta
hierarquia, mas também para o corpo operacional da Obra.
Nas páginas seguintes, o leitor confere vários cenários de
ambientes com soldagem, e anexo a estes documentos, a APR
Infográfica de atividades com solda.

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12-Gestão em Espaços Confinados.

Em construção civil, atividades classificadas como risco em


espaços confinados se configuram, quando estão associadas a
tarefas realizadas em escavações, porém com uma definição não
muito bem determinada, uma vez que a terminologia usada na
Norma Regulamentadora NR-33, abrange quatro situações, que
elencaremos a seguir:
Para um espaço confinado, ser classificado como tal, ele
necessita possuir as seguintes características:

- Ambiente não projetado para ocupação humana contínua.


- Que possui meios limitados de entrada e saída.
- A ventilação existente é insuficiente para remover
contaminantes.
- Onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de
oxigênio.
O que convencionamos entender na norma, é que
determinado espaço, para ser considerado como “confinado”, teria
que necessariamente, reunir as quatro condições acima
elencadas. Porém é nessa linha de pensamento que surge a
dúvida: se determinado espaço não é para ocupação humana
contínua – como é o caso de uma escavação, mas não possui
meios de acesso limitados, ao contrário possui escadas de acesso
– obrigatoriedade essa já citada no capítulo de Escavações, - ele
pode ser considerado um espaço confinado? Em que situação
uma escavação se caracterizaria como um espaço confinado?
Essas perguntas podem desencadear diversos
entendimentos errôneos sobre a matéria, e por isso devemos
sempre consultar as normas balizadoras do assunto, para não
criarmos juízos formados em conjecturas e elucubrações.

126
É comum, quando pensamos em espaço confinado no ramo
da construção civil, imaginarmos um canteiro em pleno trabalho,
com valas, túneis, poços, e outras aberturas efetuadas no
substrato geológico, visto que eles cumprem a primeira
característica da definição: espaço não projetado para a ocupação
humana contínua. Porém esquecemos com essa premissa, que a
construção civil, não engloba apenas a elevação de determinada
estrutura desde seu alicerce, até o acabamento. Reformas,
manutenções, limpezas, inspeções, desativações e pinturas em
espaços já existentes, também fazem parte do escopo da referida
norma, uma vez que determinados processos, para poderem
progredir, podem depender de atividades efetuadas em espaços
confinados.
Vamos à um exemplo:
Uma empresa de Engenharia civil, é contratada para
realizar um rebaixamento de solo, para construir uma doca de
estacionamento para carga e descarga de caminhões. Nesse
ínterim, começa a escavar o local com retroescavadeira e acaba
se deparando com antigos cabos de energia enterrados, que não
foram devidamente mapeados na última reforma. O achado
“arqueológico”, desencadeia na equipe, o temor de que os cabos
podem ainda estar energizados e causar acidentes nos membros
da equipe, que necessitam trabalhar nesse local. Ao lado desse
rebaixamento que está sendo feito, existe uma casa de bombas,
abaixo do nível do solo, cujos eletricistas da empresa tomadora da
prestação de serviços, avisaram que existem alguns painéis
desativados, e que eventualmente possam ser do cabeamento
encontrado. É necessário que algum funcionário desça até o local,
e faça a averiguação desses painéis, com a instrumentação
correta, para constatar se existe corrente circulando e se eles
alimentam os cabos encontrados.
Parece uma “joint venture” correto? Mas é nesse momento
que as forças se unem, o bom senso é colocado na mesa, e os
127
profissionais da segurança, tanto do lado do tomador da mão de
obra, como do prestador de serviços se juntam para avaliar, se:
- O local foi classificado como espaço confinado? Existe
sinalização com placa de advertência neste local?
- A supervisão da empresa, assim como o setor de EHS 5,
têm conhecimento desse local? Ele está mapeado?
- O espaço confinado tem meio limitados de entrada e
saída? Possui escada de acesso, ou é apenas uma “boca de
inspeção”?
- É necessário meios de acesso como tripé de resgate,
gaiola de inspeção, ou outro equipamento?
- Existe a possibilidade de algum contaminante ter se
infiltrado nesse espaço? Se sim, uma avaliação da atmosfera
interna com um detector de gases, será necessária, assim como o
monitoramento constante, depois da entrada.
- O local necessitará de equipamentos de ventilação
forçada como ventiladores, exaustores, aspersores, etc.?
- O local está encharcado com lama, água, e precisa ser
drenado, antes da entrada e permanência?
As respostas para todos esses questionamentos, devem
estar elucidadas dentro de uma Permissão de Trabalho,
confeccionada em conjunto com os envolvidos, determinando qual
a técnica utilizada para acesso, os instrumentos necessários para
a avaliação da atmosfera interna, e a capacitação dos funcionários
que necessitarão adentrar neste cenário.
Depois desse passo, a próxima escalada é delegar as
responsabilidades, elegendo quem será o Supervisor de Entrada
do espaço confinado – se assim ficar estatizado - assim como os
Vigias.

5
Environment, Safety and Health, na tradução: Meio-ambiente, Segurança e
Saúde.
128
Equipamento de Proteção Respiratória

Parte integrante do conjunto de proteção individual, os


equipamentos de proteção respiratória, constituem um eficiente
aliado no resguardo da saúde e integridade física, aliado aos
procedimentos e dispositivos já citados acima. São dispositivos
que se utilizados de forma correta e objetiva, protegem, e auxiliam
a conduzir as atividades com segurança.
Para cada tipo de contaminante existe um equipamento
correto, assim como para cada situação de trabalho, visto que o
dinamismo dos cenários que podem se configurar em espaços
confinados são múltiplos, assim como provocam uma
multiplicidade de riscos diferentes, dependendo de seu tamanho,
utilidade, tipo de entrada, contaminantes presentes, assim como
outras interferências que podem existir em seu interior (tubulações
de gás, condutos elétricos, etc.).
As equipes devem estar treinadas para entender como
esses dispositivos funcionam, como utilizá-los, como fazer a
limpeza, a manutenção – se for de sua obrigatoriedade, e como
mantê-los sob sua guarda e conservação e responsabilidade.
Mostramos na página seguinte, uma classificação,
confeccionada com base nas informações da bibliografia moderna,
aludindo aos respiradores e máscaras respiratórias mais
utilizadas.

129
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131
Agora que conseguimos nos familiarizar com os
equipamentos de proteção respiratória, podemos traçar um
parâmetro equitativo entre as peculiaridades da tarefa que incluirá,
como risco iminente as condições de espaço confinado, e o
equipamento mais adequado para as tarefas que serão realizadas
em seu interior.
Se o espaço confinado em questão por exemplo for um silo,
ou uma edificação construída para armazenar gases, produtos
químicos inflamáveis, corrosivos, cáusticos, oxidantes, ou outra
característica com potencial de causar asfixia, anóxia, efeitos
anestesiantes, irritantes entre outros, uma Gestão bem
consolidada deverá pautar as operações que se façam
necessárias nesses espaços, uma vez que o risco de ocorrências
de infortúnios laborais é muita alta.
E aí, cabe a equipe questionar todos os pontos que balizam
as ações necessárias para o sucesso e a eficiência de tal
empreitada.
Primeiro: Entender como é o meio de acesso, para poder
adentrar esse espaço confinado, e é claro como sair em caso de
emergência de forma rápida e eficiente.

Segundo: Entender como as características volumétricas do


espaço, podem ser um agravante para a realização do
percurso/trajeto dentro dele, para a aproximação do ponto de
atuação, onde se necessitará efetuar os trabalhos.

Terceiro: Avaliar o tipo de contaminante presente. Se será


necessário inertizar o local, ou efetuar apenas a exaustão e
ventilação mecânicas, citadas anteriormente.

Quarto: Delegar/eleger os Supervisores de Espaço


confinado, assim como o Vigia de entrada/permanência, mantendo
assim controle total, sobre a situação.
132
O preenchimento da Permissão de Trabalho, também, é
muito importante para essas tarefas, pois controla
sistematicamente a equipe, quem entrou, quem saiu do espaço
confinado, o nível de porcentagem de oxigênio, assim como outros
contaminantes, que devem ser anotados na planilha e em caso de
súbita elevação acima dos níveis de explosividade e de exposição,
as atividades deverão ser paralisadas, e os trabalhadores
evacuados imediatamente do local.
Acreditamos que com um apoio visual, dos cenários que
compõe o eixo de trabalho em espaços confinados, o profissional
já consiga ter uma visão mais global, do cenário apresentado
diante de si.
É o que o leitor confere nas próximas páginas, onde
detalhamos vários cenários, e que com certeza, acabará se
identificando com algum, onde já efetuou algum acompanhamento
ou supervisão.

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13-Gestão em Atividades de Içamento e
movimentação de Cargas.

A Gestão de Trabalhos e atividades que compreendem os


processos de içamento, a movimentação, o deslocamento e a
alocação de máquinas, equipamentos e insumos, fazem parte de
uma macro fase da obra, que pode ocorrer nos outros
subprocessos do projeto, seja na montagem de estruturas
metálicas, na descarga de máquinas e equipamentos, na elevação
de estruturas pré-moldadas, entre outras atividades correlatas.
Como os processos que compreendem todo esse rol de
atividades, depende de uma logística muito grande: contratação
de equipes técnicas especializadas em movimentação e içamento
de cargas, avaliação de trajeto do deslocamento dos
equipamentos de guindar, confecção do “Plano de Rigging”,
acompanhamento das tarefas de movimentação e descarga por
profissionais legalmente habilitados – técnicos e engenheiros,
entre outras peculiaridades, todas esses subprocessos merecem
uma atenção especial de todo o corpo técnico e da direção do
projeto, pois essas atividades podem impactar negativamente em
outras tarefas que muito provavelmente estarão sendo
desenvolvidas dentro do canteiro.
É aqui que o repasse, e a divulgação de informações sobre
a continuidade e andamento de tarefas de içamento e
movimentação, deve ter o seu máximo alcance, seja através dos
Quadros de aviso da obra, ou mesmo – num mundo mais
globalizado e digital, como o nosso – através de redes internas
digitais, citamos internas aqui, porque tal informação é de
interesse apenas corporativo e da Gestão e operacionalidade da
obra.

141
Plano de Rigging

O Plano de Rigging, cujo termo na língua inglesa, remete


aos cordames ou cordas de navios, dispositivos esses usados no
içamento das velas dos mastros, que no mundo industrial faz
alusão ao plano de içamento de cargas, nada mais é do que um
documento de caráter técnico, com informações sobre a
movimentação do raio de alcance das lanças telescópicas dos
guindastes, cálculo do peso incidente da carga com a angulação
das lanças, formas de apatolagem dos estabilizadores hidráulicos
de piso do guindaste, assim como outras informações técnicas.
Esse documento, deve ser produzido e projetado por
Engenheiro legalmente habilitado e capacitado para esse tipo de
processo, sendo assinado e recolhido a ART – Anotação de
Responsabilidade Técnica, embasando que as medidas de
segurança foram normalizadas e estatizadas.
A equipes técnicas da obra, deverão avaliar o Plano de
Rigging, para que as interferências possam ter sido mapeadas e
contempladas dentro do documento como: a estabilidade do
terreno, a presença de fiação elétrica no entorno da atividade, a
presença de tubulação aérea em pipe-racks, ou outras edificações
construídas que possam estar no raio de movimentação,
dificultando assim o deslocamento da carga. Uma atenção
especial deve ser considerada se o içamento e a movimentação,
serão efetuados em via pública, uma vez que o envolvimento dos
órgãos da prefeitura e do Sistema de Fiscalização de Trânsito
serão obrigatórios, assim como as referidas liberações dos órgãos
supra citados.

142
Içamento e movimentação dentro dos Canteiros

Como já foi dito anteriormente, os processos de içamento e


movimentação de cargas, geram uma logística muito grande, e a
soma de esforços dos profissionais envolvidos, deve ser a mais
produtiva possível, para que nenhum evento negativo ocorra.
Em primeiro momento a equipe deve dispor de locais, para
o estacionamento e parada dos guindastes, entre outros veículos
que necessitarão estar presentes para o progresso das atividades.
Caso não haja a disponibilidade para isso, a Gestão da Obra deve
solicitar aos órgãos governamentais a liberação de espaços em
vias públicas para a parada e estacionamento dos veículos.
O cronograma da Obra, deve estar em concordância com
todas as empreiteiras presentes no canteiro, e como já dito
anteriormente, todas as equipes de trabalho, devem ter ciência dos
trabalhos de içamento e movimentação de cargas, para que evitem
a aproximação ao local das atividades.
O isolamento e a sinalização dos locais são imprescindíveis.
Isso é lei! A equipe contratada para as tarefas, deve criar um
“perímetro de segurança”, através de balizadores, pedestais
zebrados, cones zebrados, correntes plásticas ou fitas zebradas
se assim a empresa contratante permitir. O material utilizado na
sinalização e isolamento, devem ser de fácil visualização à
distância, para que trabalhadores e transeuntes possam entender
a natureza das tarefas e manterem-se afastados o máximo
possível.
Caso a tarefa fique próxima – mas nunca abaixo do raio
da lança de movimentação do guindaste – uma passagem
segura deve ser adotada, indicando o caminho seguro, para os
transeuntes trafegarem. E aqui cabe novamente a ressalva – de
modo algum, nenhuma passagem ou liberação deve ser criada, de
modo que transcorra abaixo do raio de movimentação das cargas.

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Quatro regras básicas, para o içamento e a movimentação
segura de cargas:
- Realização de uma boa estimativa dos requisitos para
içamento e movimentação;
- Definição do melhor método para fixação da carga,
considerando centro de gravidade e geometria;
- Escolha do material de içamento com capacidade
suficiente. Observar que os esforços nas “pernas” dos elementos
de fixação da carga, aumentam à medida que os ângulos das
mesmas são aproximados da carga.
- Intempéries climáticas podem interromper o processo dos
trabalhos, e aqui não estamos nos referindo apenas as
precipitações de chuva, e sim a velocidade do vento que é
preponderante analisar com anemômetro, quando a região a ser
trabalhada, apresentar tal fenômeno meteorológico.

Veja o gráfico a seguir:

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Acessórios de içamento

Antes do início das tarefas, todos os acessórios e


equipamentos que serão utilizados nos processos de elevação de
cargas, deverão ser checados e avaliados. Cintas, eslingas,
correntes, manilhas, ganchos, e outros acessórios deverão estar
em bom estado de conservação, sem sinais de corrosão,
esgarçamento, ataque químico, rasgos, descosturas, entre outros
danos, pois podem ocasionar a queda da carga devido ao seu
rompimento e colapso.
Veja o gráfico a seguir:

As cargas içadas, só poderão ser manipuladas, através de


cabos guias por trabalhadores treinados. Essa ação evita o
fenômeno de pêndulo, que pode se desencadear, quando o
operador do guindaste movimenta a carga, e a mesma acaba se
movimentando lateralmente de forma brusca, desequilibrando-se
145
do sistema de fixação, podendo causar o rompimento da cinta, ou
a quebra por colapso de correntes e eslingas.
Veja a seguinte ilustração:

Tarefas análogas a movimentação de cargas

Nos processos de içamento de cargas, a mesma carga que


necessitou ser deslocada de um local x para um local y, também
necessita ser realocada em determinado local, e que devido ao
seu peso e volume, não podem ser transportadas manualmente ou
por transportadores convencionais. Geralmente essas cargas, e
podemos citar aqui: compressores industriais, máquinas injetoras,
geradores elétricos, e diversas estruturas que desmontadas
podem compor processos industriais gigantescos, e que
necessitam ser montadas posteriormente, necessitam de
transportadores especiais, como é o caso das “tartarugas”, que
são pequenas bases de aço reforçado, compostas por rodízios,
146
que podem movimentar-se unilateralmente ou multilateralmente,
dependendo da disposição dos rodízios instalados nesses
equipamentos. O cuidado que o trabalhador deve ter com a
manipulação desses equipamentos, é nunca manter as mãos
embaixo da carga içada, manipulando o equipamento sempre
pelas manoplas, e com os extensores, mantendo as mãos fora do
raio de queda.
Conforme abordamos aqui, o trajeto de transporte e
movimentação, deve estar traçado e todas as vias utilizadas
devem estar liberadas para o trabalho, demarcadas e sinalizadas,
para que não ocorra nenhum atropelamento, ou impactos nos
trabalhadores.
Se as tarefas de içamento de cargas forem efetuadas com
planejamento, e principalmente com um cronograma bem definido
– fator esse que concorre negativamente se mal dimensionado –
um panorama de segurança vai ser visível dentro das operações,
imprimindo assim um grau de garantia de eficiência e qualidade
aos processos.
Nas páginas seguintes o leitor contemplará, a APR
Infográfica, e um cenário de atividades nos processos de içamento
e movimentação de cargas.

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14-Gestão em Demolições e desmontagens.

Uma grande percentagem de projetos de engenharia civil,


consiste não somente na construção propriamente dita de
estruturas que vão do alicerce ao acabamento, mas também de
reformas de antigas estruturas de alvenaria, recuperação de
prédios e pavimentos de imóveis tombados pelo patrimônio
histórico e cultural, assim como construções de estruturas anexas
às já existentes.
Nessa natureza múltipla de características e atividades,
cujas tarefas dependem de realocação, desmonte, construção e
recuperação, a “demolição” se faz presente, quase de forma
permanente nesses canteiros de trabalho, criando situações de
risco, que devem ser controladas, através de ações e parâmetros
que balizam o assunto.
Antes mesmo de a demolição em si começar, a
desmontagem de caixilhos, janelas, remoção de vidros, retirada de
torneiras, válvulas, registros, portas e outros elementos devem ser
tratados com a mesma seriedade e com o mesmo zelo pela
Segurança do Trabalho, uma vez, que projeta os mesmos riscos,
que as demolições.
É importante que todo o setor, que vier a sofrer essas
intervenções seja todo isolado, sinalizado e delimitado, ficando
restrito apenas às equipes que desempenharão as funções já
elencadas neste assunto.
No rol de desmontagens e retiradas programadas, listamos
alguns dos possíveis elementos encontrados nas estruturas das
edificações, que merecem atenção, antes do início da demolição:

• Desmontagem de mobiliário.
• Desmontagem de divisórias e separação de
materiais (perfis metálicos e painéis de madeira).

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• Desmontagem de luminárias e separação de
materiais (cabeamento inativos, lâmpadas e reatores).
• Inventario dos materiais desmontados para triagem e
avaliação de reaproveitamento.
• Desmontagem de aparelhos de ar condicionado
inativos.
• Remoção de papéis e caixas.
• Desmontagem de peças de louça e metais sanitários
inativos.
• Desmontagem de equipamento de cozinha inativos.
• Desmontagem de forro modular e estuque.

Demolições

Essas atividades além de ter potencial de sérios agravos à


saúde dos trabalhadores envolvidos, podem ocasionar lesões em
transeuntes ou pedestres alheios à essas atividades, pois a queda
de materiais, e a projeção de partículas volantes multidirecionais
(cavacos, rebocos, fragmentos de blocos e tijolos, etc.) podem
atingir e ferir usuários que se locomovem dentro da Obra.
É nesta linha de raciocínio que as delimitações de área de
trabalho, a identificação, e o isolamento se fazem necessários para
o bom andamento das atividades, e a eficiência do processo.
As demolições possuem várias características de
abordagem e métodos, e podem seguir a seguinte metodologia,
conforme o grau de engenharia e dimensão da obra:
- Fragmentação e quebra de paredes e pisos com
martelete, rompedor, marreta, e outras ferramentas manuais.
- Seccionamento de fachadas com máquinas industriais
(martelo, serra de disco, serra de fita).
- Corte de estruturas com sistemas autônomos robotizados.
- Implosão de estruturas através de sistemas químico-
físicos.
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Alvarás e Licenciamentos

O primeiro passo que o setor administrativo da Obra -


Engenheiros, Arquitetos, Mestres, Técnicos, devem tomar é: as
liberações de abertura de obras, tomando as devidas precauções
quanto aos alvarás, licenciamentos e liberações dos órgãos
ambientais e governamentais, CETESB, Prefeitura, Corpo de
Bombeiros, e todos os órgãos que estiverem envolvidos no
processo de regularização da obra/projeto/empreendimento.
Os trabalhos de demolição deverão contemplar estudos e
avaliações dos empreendimentos que fazem a circunvizinhança
com a obra, principalmente no perímetro limítrofe entre um imóvel
e outro, evitando assim que afetem a estrutura circunvizinha e
ocasionem transtornos e acidentes, devido a remoção de paredes,
ou outras estruturas não contempladas no projeto.

Simultaneidade de atividades

Um Canteiro de Trabalho, pode ser comparado,


figurativamente como um conjunto de células operando de forma
ativa e muitas vezes dependente da outra. Nos regimes de
trabalho, em que a imposição de prazos de entrega, e demanda
de economia, cada vez mais arbitrárias – uma vez que de forma
não muita coesa, a Segurança do Trabalho concorre contra – a
saturação de operações dentro do ambiente de trabalho, se
configura, sem que a administração perceba, que contratou
diversas equipes, alocou no mesmo canteiro e criou um impasse,
quando as equipes interferem entre si, quando necessitam fazer
uso de uma mesma linha de energia, que pode se saturar com a
demanda de potência dos equipamentos conectados à ela, ou
quando duas equipes necessitam fazer intervenções civis numa
mesma parede, isso apenas ficando em exemplos mais simples.

156
É nesses momentos que as reuniões de alinhamento devem
fazer a diferença, e a Gerência da obra, ter o discernimento para
realinhar as prioridades, realocando cada equipe no seu correto
cronograma.

Ferramentas, máquinas e dispositivos.

Como em qualquer operação, as ferramentas utilizadas


devem passar por inspeção da própria equipe de trabalho, e dos
seus usuários, para que nenhuma negatividade ocorra durante seu
uso.
A utilização de tags (etiquetas) de identificação com prazos
de vencimento anotados, tem auxiliado na inspeção das equipes
de técnicos, mestres de obras e líderes de equipes, que no ato da
admissão da equipe na obra, inspecionam, validam ou reprovam
as ferramentas, avaliando sua integridade, elementos de
funcionalidade (brocas, discos, etc), voltagem, cabos de
alimentação, isolamento, entre outras peculiaridades.
Nas tarefas de demolição os cabos das ferramentas de
fragmentação como: martelos, marretas, marteletes, devem estar
muito bem afixados, através de cunhas de aço, e estarem visíveis
para inspeção.
As ponteiras de fragmentação, devem ter proteção em PVC,
ou outro polímero plástico resistente, para proteger as mãos dos
usuários dos impactos das marretas e martelos.
Os marteletes elétricos devem ser inspecionados
periodicamente, e uma atenção especial deve ser direcionada para
os cabos de energia, pois são elementos frágeis, e que sofrem com
o transporte e possíveis impactos, ficando muitas vezes expostos
à lama em locais encharcados, que ainda não têm contrapiso
consolidado.
Na próxima página, o leitor confere um cenário análogo a
demolição.
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15-Gestão em Serviços de alvenaria – Reforma e
Construção.

Caracterizados por possuírem as atividades e tarefas mais


ergonomicamente “saturantes”, as atividades de alvenaria,
compõe em sua totalidade as tarefas de preparação e mistura de
argamassas de diversas aplicações (piso, contrapiso, parede,
rejuntamento, etc.).
Além das tarefas acima citadas, a aplicação de argamassa,
a quebra e fragmentação de paredes, para alocação de
infraestrutura, abertura de valas, caixas de passagem, furação de
paredes para colocação de infraestrutura e atividades similares,
onde a produção de pó pode saturar o ambiente, é necessário que
as atividades, conforme as características técnicas da obra,
permita uma umidificação sistemática, para que o ambiente se
torne mais salubre.
As tarefas cujo manuseio de equipamentos portáteis como:
serras, lixadeiras, furadeiras, marteletes, rompedores e outros
como os equipamentos rotativos, devem ser avaliados e
acompanhados, devendo seus checklists serem preenchidos
quando da avaliação desses equipamentos pelos seus
operadores.
Muito importante salientar, que em nenhuma hipótese,
esses equipamentos poderão sofrer modificações, ou retirada de
seus dispositivos de segurança, sem que antes sejam avaliados
pelo setor de SSO da empresa.
Em nenhum momento o operador poderá trocar as
ferramentas de corte, desbaste, furação, quebra, fragmentação,
rompimento ou outra funcionalidade, com a máquina em
movimento, ou com a mesma ligada à fonte de energia.
Os equipamentos deverão ser ligados à rede elétrica, em
painéis que estejam com seu aterramento elétrico devidamente

161
regularizado, sendo que as extensões que farão a ligação desses
equipamentos até o painel, só poderão ser confeccionados em
cabos elétricos do tipo PP, e nunca em cabos paralelos.
As tarefas que compreendem a preparação de argamassa,
deverão ser realizadas em masseiras próprias e não diretamente
no piso operacional, contribuindo assim para a limpeza e
organização do local.
Todos os trabalhos que necessitarem ser efetuados em
altura superior à 2 metros, deverão ser realizados com
equipamentos auxiliares de acesso, tais como: escadas,
plataformas, andaimes entre outros, devidamente regularizados
dentro de normalização nacional ou internacional vigente (ABNT,
INMETRO, Instituto Falcão Bauer, IEC, ASME, etc.), obedecendo
assim os padrões normativos vigentes.
Os andaimes e as plataformas de trabalho, deverão
necessariamente seguir a normalização da NR-18 PCMAT –
Programa de Condições de Meio Ambiente de Trabalho da Lei
6514/77 Portaria 3214/78 do MTE.

Escadas

Principal dispositivo para acesso à equipamentos e


máquinas dispostos em locais altos, as escadas como meio de
acesso, devem seguir critérios técnicos de escolha e fabricação,
para não funcionarem como um dispositivo que agregará mais
risco à tarefa.
Deverão ser constituídas e fabricadas em material não
condutivo (madeira, fibra, polímeros sintéticos), para não
conduzirem eletricidade ao corpo do trabalhador, quando o mesmo
estiver sobre ela.
As escadas tipo tesoura, constituídas de dois módulos que
se abrem, formando um triângulo, deverão possuir um limitador de
abertura em material resistente, com sistema antibeliscamento
162
para que no momento que o trabalhador realize sua abertura, sua
mão não sofra cisalhamento, sendo “beliscada” pelo dispositivo.
O trabalhador deverá manter sempre três membros
apoiados na escada para que num eventual escorregão, ou
falseamento de pisadura, não venha a cair e sofrer lesões.
Nas escadas tipo telescópica, o sistema de propulsão e
trava do módulo extensível, deverá possuir sistema de travamento,
propiciando assim segurança e rigidez a todo o equipamento. Se
caso esse dispositivo estiver avariado, o equipamento deverá ser
vetado para utilização, até que a equipe de manutenção, realize a
substituição das peças defeituosas.
Em ambos os modelos, os trabalhadores, em hipótese
alguma deverão realizar o acesso e a permanência, estando de
costas para o dispositivo, incorrendo assim em ato inseguro,
propiciando o desequilíbrio e eventual queda do equipamento.
Escadas fabricadas em conformidade com as normas
técnicas vigentes, possuem etiqueta de identificação de fabricante,
com data de fabricação e regras básica de segurança. Os modelos
mais novos possuem uma etiqueta de risco, aludindo ao “degrau
de segurança”, patamar esse que não deve ser ultrapassado pelo
funcionário, pois o mesmo pode se desequilibrar, vindo a cair.
Geralmente esse degrau é o antepenúltimo, antes de se chegar ao
degrau do topo da escada.
Obedecendo a normalização, essas ações deverão seguir
os padrões estabelecidos, para que a efetividade dos
procedimentos tenha a máxima eficácia e possa surtir os efeitos
desejados.
Os equipamentos adotados na Obra, deverão
necessariamente passar por avaliação criteriosa, antes de serem
adotados em seus processos, validando assim a garantia que o
procedimento e a operacionalidade do processo exigem.
As normas de conduta, e as regras internas também
deverão ser adotadas dentro do Canteiro de Obras, padronizando
163
e uniformizando assim uma metodologia de trabalho, que o corpo
operacional deverá seguir mantendo um ambiente de trabalho
seguro e saudável.
Nas páginas seguintes o leitor confere os Infográficos com
as principais características de equipamentos em conformidade
com a legislação pertinente:

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16-Gestão em Serviços de Instalações hidráulicas.

As instalações hidráulicas compõem uma interface da Obra,


com características peculiares e com cronograma de
desenvolvimento dinâmico, e por muitas vezes, conflitantes com
outras atividades.
Sua evolução, depende do desenvolvimento de outras
fases, para que o cumprimento correto da instalação, alocação ou
remanejo de tubulação antiga, seja efetuada de forma objetiva e
síncrona.
Nas tarefas que compõem o escopo das instalações
hidráulicas, o remanejo de tubulação antiga, a abertura de novas
valas de alocação, o corte de tubulação, e a instalação de
infraestrutura de sustentação, reúne uma parcela significativa de
complementos operacionais que criam dentro do ambiente laboral
uma série de variáveis, com potencial para gerar perdas e danos.
Uma das variáveis que justamente, está intrinsecamente no
ambiente, e que passa despercebido pelo corpo funcional de
trabalhadores, é a simultaneidade de tarefas que se desenvolvem
com um ritmo síncrono com as outras utilidades da Obra, tais
como: alvenaria, elétrica, piso, entre outros.
Essa variável, tende a sofrer uma exponencial majoração,
quando aliadas a outros fatores, como falta de treinamento e
capacitação da mão de obra, ferramentas impróprias ou
inadequadas, falta de isolamento da área de trabalho e falta de
informação de planejamento e gerenciamento das atividades.
Se as tarefas de aberturas de valas e valetas, ou o remanejo
e supressão de tubulação antiga, para alocação de tubulação
nova, for efetuado em local já pré-construído, é praticamente certo
que as tarefas interligadas à esse subsistema da obra, coincida em
ordem cronológica com outras atividades e possam sofrer
alterações em sua qualidade operacional, podendo causar lesões
e ferimentos aos envolvidos.
170
O uso de ferramentas manuais, também deve ser balizado
por condutas técnicas que protegem seus usuários. Veja os
Infográficos do Capítulo: 21- Gestão em Máquinas e
equipamentos elétricos portáteis.
Nessas operações de instalação de sistemas de tubulações
hidráulicas, e aqui vamos nos concentrar em apenas analisar as
tarefas que envolvem tubulações para utilidades de condução de
água e esgoto – é necessário avaliar, se as tarefas se localizarão
em ambientes internos (indoor), ou ambientes externos (outdoor),
pois em ambientes externos, a carga solar tem um fator
preponderante na extenuação dos colaboradores, uma vez que o
metabolismo, sofre um decréscimo de produtividade devido, a
desidratação, conforto térmico, prostração térmica, e outros
agravantes, ocasionados pelas altas temperaturas.
As tarefas conectadas à instalação de tubulações e
dispositivos hidráulicos, principalmente às realizadas em reformas,
retrofit, ou construções civis corporativas, contemplam acesso à
altura, e esses cenários podem sofrer a potencialização de
proximidade com eletricidade, caso as reformas, ou instalações
sejam efetuadas próximas à redes elétricas já preexistentes nos
locais de trabalho.
Caso esse cenário se configure, os procedimentos de
Bloqueio, Etiquetagem e Travamento, devem ser realizados pelos
profissionais treinados e capacitados para tal, e os meios de
acesso, sejam escada, andaimes ou plataformas elevatórias, só
poderão ser operados por trabalhadores de igual capacitação.
Como já abordamos os assuntos sobre segurança com
meios de acesso à altura nos capítulos: 07 e 19, não iremos aqui
nos repetir, bastando apenas ao leitor, a consulta aos capítulos
supra citados, que possuem Infografias de referenciação sobre o
assunto.
O leitor confere nas próximas páginas, os Infográficos que
aludem sobre as tarefas de Instalação de sistemas hidráulicos.
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17-Gestão em Serviços de Instalação de
Divisórias, Drywall e similares.

Na instalação de paredes e divisórias estilo Drywall há um


conjunto de tarefas, cujas similaridades com outras operações,
deverão ser observadas as determinações já propostas em outros
capítulos de Gestão de atividades na construção civil.
O manuseio de ferramentas portáteis, e o uso de
ferramentas manuais, é indispensável para a realização destas
tarefas, que nas operações de serragem, furação, fixação por meio
de grampeamento ou rebitagem, tem exponencial massificação de
riscos nas suas operações.
Nas operações de rebitagem, grampeamento e fixação por
meio de revólveres, ou outros dispositivos que realizem a fixação
por meio de pressão, seja ela pneumática ou hidráulica, deverão
ser observados os seguintes requisitos:
1. O grampeador/pistola só poderá ser utilizado/a por
pessoa habilitada e credenciada (carteirinha de operador) pela
Administração da Obra.
2. Devem seguir rigorosamente, as instruções do manual do
fabricante, relativas ao uso, manutenção e segurança. Deverá
haver uma manutenção durante seu uso pois há o desgaste do uso
diário.
3. É vedado o uso do grampeador/pistola de fixação aos
trabalhadores menores de 18 anos.
4. O grampeador/pistola deve estar descarregada, para
efetuar o transporte, em caixa própria, que servirá para armazená-
la após o uso, quando deverá ser fechada à chave ou guardada
em armário trancado.
5. Evitar o uso do dispositivo em ambientes com produtos
inflamáveis e/ou vapores explosivos, pois o mesmo pode gerar
fagulhas.

174
6. Verifique a existência de tubulações embutidas, para não
as danificar e provocar vazamentos ou acidentes por explosão ou
eletrocussão.
7. Não fixar grampos/pinos em materiais frágeis,
quebradiços ou paredes pouco resistentes. Caso haja risco do pino
atravessar a peça, a área oposta deverá ser previamente
interditada.
8. Verificar se o conduto do grampeador está desobstruído,
antes do uso.
9. Constatar o funcionamento da trava de segurança do
grampeador/pistola.
10. Utilizar sempre o abafador de ruído (tipo concha) e os
óculos de proteção.
11. Não permitir a presença de pessoas nas proximidades
do local do disparo, incluindo o ajudante.
12. Manusear o equipamento na posição correta do corpo,
para evitar doenças osteomusculares (tendinite, bursite,
tenossinovite).
13. Realizar a manutenção preventiva e comunicar qualquer
irregularidade, registrando-a no Livro de Inspeção.
14. Paralisar o serviço ao constatar qualquer irregularidade.
15. Obedecer às normas estabelecidas pela empresa, entre
elas as placas de sinalização.

Ferramentas de Corte

As ferramentas usadas para corte como os estiletes,


compõe um adendo de preocupação para Gestão da obra que
deverá através de seus supervisores, acompanhar a execução das
tarefas, assim como a adoção de ferramentas que desencadeiem
riscos adicionais, por não possuírem dispositivos de segurança.
Geralmente os trabalhadores se utilizam dessas
ferramentas para executar uma inserção de marcação nas placas
175
de gesso acartonado, ou material similar, com o intuito de criar
uma fenda, para seccionar e dividir a placa ajustando-a, para
depois aparafusá-la nos perfis dos quadros de alocação. Porém
essa tarefa é realizada com ferramentas não apropriadas –
geralmente estiletes adquiridos em papelarias, e que não possuem
dispositivos de segurança.
Existem atualmente no mercado de segurança, diversos
tipos de estiletes, que são empregados para diversas aplicações,
como os retráteis, o estilete tipo “bico de pato”, entre outros.
É necessário uma atenção especial da Gestão da obra, com
ferramentas sem restrição de projeção da lâmina, pois tais
instrumentos, estimulam seus operadores a utilizarem uma
extensão muito grande da lâmina, expondo muito a face de corte,
e que pode se fragmentar na utilização, devido à baixa integridade
do aço, que é produzido com segmentações para seu
seccionamento, quando a lâmina se desgasta. O ideal nessas
situações, é que durante a análise da tarefa, se ficar constatado
que o trabalhador necessite, projetar mais que um “gomo” ou
segmento da lâmina para fora, expondo mais que 15 mm da
lâmina, um outro tipo de ferramenta seja adotada, ou que o
funcionário, faça utilização de luvas de fios de aço, do tipo “quatro
fios”, para a manipulação de instrumentos com fio de corte
extenso.
A análise preliminar de risco das tarefas ligadas à Instalação
de Divisórias, Drywall, e similares, assim como a Infografia do
cenário ficam assim definidos:

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18-Gestão em Serviços de Instalação do Sistema
de Climatização.

Componente adjunto das Infraestruturas que compõem o


sistema de utilidades de uma edificação, as tarefas que integram
todo o sistema de atividades ligadas às instalações de
climatização, devem seguir um fluxo linear de operações, para que
as tarefas se harmonizem com o restante do escopo da obra.
Nas operacionalidades dessa “harmonização”, o programa
de segurança, deve se fazer presente na análise sistemática de
tarefas que aparentemente simples, podem gerar situações de
risco, aos outros usuários do sistema.
É sempre evidente em Obras civis, que o uso de acessórios
para acesso em altura, naturalmente escada e plataformas
(andaimes e auto propelidos), se faz de modo quase maciço, pois
a tubulação e os dutos de transporte de ventilação/climatização,
dependendo da altura do pé-direito da edificação, necessitam de
tais dispositivos para o alcance do teto.
O uso de furadeiras e de lixadeiras, também é constante,
uma vez que os tirantes de sustentação da tubulação, precisam
ser afixados no teto, onde a tubulação ficará em suspensão.
Quando há trabalho em altura, em se tratando de uma
característica natural do ambiente (a própria natureza de locais
elevados em si), as próprias tarefas já necessitam de uma atenção
singular que vai além do cinto de segurança, equipamento este tão
sacralizado, quando o assunto é trabalho em altura.
Há uma grande discussão acerca do assunto, com relação
a fixação do cinto de segurança ser ancorado na estrutura do
andaime, que do ponto de vista do corpo de trabalhadores, caso
uma queda aconteça, o próprio peso do corpo do trabalhador,
quando numa queda livre, associada a força gravitacional, poderia

179
puxar o andaime, fazendo a estrutura desabar sobre o corpo do
próprio trabalhador.
A Norma Regulamentadora NR18, do Ministério do
Trabalho e Emprego, preconiza em sua redação, quando da
indisponibilidade técnica de se instalar uma linha de vida, para
ancoragem do cinto de segurança:
“18.23.5 Em serviços de montagem industrial,
montagem e desmontagem de gruas, andaimes, torres de
elevadores, estruturas metálicas e assemelhados onde haja
necessidade de movimentação do trabalhador e não seja
possível a instalação de cabo-guia de segurança, é
obrigatório o uso de duplo talabarte, mosquetão de aço inox
com abertura mínima de cinquenta milímetros e dupla trava. ”
Ou seja, não sendo possível instalar linha de vida
(designada na Norma como: cabo-guia) os trabalhadores citados
nas atividades acima, podem prender o talabarte do cinto na
própria estrutura do andaime, desde que a estrutura esteja
devidamente fixada (estroncada) na edificação, e segura, claro.
Os andaimes podem ser escorados com cordas, cabos ou
“estroncados” na própria edificação com tubos estroncas que
estabilizam e conferem rigidez à estrutura do andaime, mantendo
os trabalhadores em total segurança.
Caso a equipe e/ou empregadores optem pela utilização de
plataformas aéreas de trabalho – PTAs, os trabalhadores deverão
ser capacitados para a operação desses equipamentos.
O leitor poderá conferir, mais detalhes sobre os parâmetros
de segurança, e ações preventivas e coibitivas da utilização
desses equipamentos no capítulo: 19-Gestão em Serviços de
Instalação de Forro Modular.
Essas operacionalidades devem passar pelo crivo de uma
excelente Análise Preliminar de Risco, que deverá contemplar, as
fases de progressão das atividades, com os riscos associados a
cada uma delas, os métodos de redução e neutralização (se
180
houverem), assim como as ferramentas e equipamentos
empregados, durante as fases dessas atividades. As regras
citadas acima, se seguidas com critério e disciplina, podem evitar
diversos sinistros e coibir vários acidentes.
Nos Infográficos das próximas páginas, se obtém uma
visualização e melhor compreensão de como o cenário de
Serviços em Instalação do sistema de climatização opera, e como
podemos efetuar uma Gestão coerente, sem exageros, e que
tenha objetividade funcional e operacional.

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19-Gestão em Serviços de Instalação do Sistema
de Identificação e Supressão de incêndios.

No rol de atividades que compreende o sistema de detecção


e supressão de incêndios, diversas operações correlatas à
manipulação de equipamentos rotativos e ferramentas manuais,
integram as tarefas a serem executadas em todo o processo.
O dimensionamento dos pontos de detecção e alocação de
chuveiros automáticos, deve seguir o projeto original realizado
pelo escritório de arquitetura e engenharia, contratado para tal,
seguindo à normalização das Instruções Técnicas do Corpo de
Bombeiros – IT 23 para Sistemas de sprinklers, e NBR 11711 -
Portas e vedadores corta-fogo com núcleo de madeira para
isolamento de riscos em ambientes comerciais e industriais, assim
como a IT 19 – Sistemas de Detecção e Alarme de Incêndio.
As tarefas ligadas à instalação dos sistemas de detecção e
supressão geralmente incluem em seu escopo:
- Demarcação e furação, para instalação de tirantes e
vergalhões de suporte e sustentação de rede de incêndio.
- Alocação e instalação de tubulação para alimentação de
sprinklers e rede de incêndio.
- Instalação de eletrocalhas e malha elétrica do sistema de
reconhecimento, detecção, e alarme sonoro e visual do sistema de
supressão de incêndios.
- Confecção e instalação de centrais e quadros de
distribuição e endereçamento eletrônico e comunicação digital,
para reconhecimento, avaliação e controle de foco de incêndios.
- Serviços de serralheria e solda, para instalação de
tubulação de 2½ polegadas ou diâmetros maiores.
- Atividades com equipamentos elétricos portáteis, como
serra circular, furadeira, lixadeira, esmerilhadeira, aparafusadeira.

184
- Utilização de rosqueadeira, para produzir roscas em
encanamentos de diversos diâmetros, para encaixe e montagem
dos sistemas.
Como toda e qualquer operação com equipamentos
rotativos, já mencionados em outras atividades inclusas neste
documento, os mesmos deverão seguir as recomendações e
orientações prescritas, uniformizando assim os procedimentos
operacionais que pautarão o escopo do contrato.
Algumas recomendações operacionais:

Na página seguinte, o leitor confere o Infográfico da análise


de risco desse processo, assim como o infográfico 3D de um
cenário hipotético.

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20-Gestão em Serviços de Instalação de Piso
cerâmico.

Um subsistema que compreende tarefas com risco


potencial de perdas e danos, é a instalação de piso cerâmico que
pelas suas características, necessita de aplicação de ferramentas
elétricas portáteis, e cujas questões ergonômicas que pela
natureza de uma obra civil, causam desconforto dos segmentos
corporais, devido às posições de flexão do tronco e outras
articulações, causando fadiga e cansaço precoce.
A manipulação e a mistura de argamassas, sejam elas
cimento, argamassa, rejunte, impermeabilizante entre outros,
possuem componentes químicos de natureza cáustica, e por isso
devem ser manipulados sempre com luvas de látex, nitrílica,
neoprene, ou outra equivalente que impeça o contato com
produtos que possam causar dermatites de contato ou
dermatoses, devido a saturação da pele com umidade e acúmulo
de fungos bactericidas gerados pela desintegração orgânica de
microrganismos, sedimentados em unhas e articulações dos
dedos.
Na preparação da argamassa, poderá ocorrer formação de
nuvens de poeiras que são toxinas que não causam irritação
imediata, mas por ser material particulado que se caracteriza por
conter sílica livre cristalizada provenientes de material que sofreu
ruptura mecânica e foi compactado em sacos para uso industrial,
podem acarretar em silicose pulmonar, conforme o diâmetro da
partícula.
Quando da manipulação desse material, o mesmo fica
suspenso no ar, saturando a atmosfera respirável, causando
grande impacto ao sistema respiratório, visto que o material
particulado, dependendo de seu tamanho micro esférico, acaba
tendo uma penetração de nível alveolar aos pulmões do

188
trabalhador, causando enfermidades e possíveis
pneumoconioses.
É preponderante que a manipulação seja efetuada com
proteção respiratória, que pode ser efetuada com respirador do
tipo PFF1, conferindo um grau aceitável de proteção ao usuário.
Nas atividades preliminares à aplicação do piso, como a
retificação do mesmo através de esquadrejamento e planificação
com lixadeira de disco, o uso contínuo do respirador, será
obrigatório, devendo ser feito com respirador semifacial com filtro
mecânico para partículas.
A aplicação da placa cerâmica ao piso operacional, deverá
ser efetuada com equipamento tipo joelheira, para que as
articulações genuflexórias (joelhos) não fadiguem por carga
concentrada nas articulações, uma vez que a posição do operário
ao aplicar o mesmo demanda o agachamento e o apoio da rótula
do joelho ao piso operacional.
Em substituição à joelheira, poderá ser utilizado um pedaço
de espuma ou outro material com maciez equivalente. O único viés
é que toda vez que o operador necessitar mudar a posição deverá
trazer o material junto a si, sendo que a joelheira tem mais
praticidade pois fica acoplada a perna do mesmo, permitindo
assim uma maior mobilidade.
O uso de serra circular com disco diamantado, para uso
com peças cerâmicas, também é um fator de cuidado e deve ser
preparado com atenção pelos seus usuários. Muitos azulejistas,
tem o hábito de efetuar cortes ao nível do chão, pratica essa vista
como irregular e insegura, uma vez que o disco pode atingir o
contrapiso e fazer o equipamento desferir golpes, projetando-se
contra seu usuário. Uma bancada feita de madeira, com gabaritos
confeccionados com ripas, para manter a placa fixa, enquanto o
profissional secciona a placa, já auxilia a manter a segurança no
ambiente, além da máquina de cortar pisos, devidamente fixada à
bancada. O Infográfico da Tarefa fica assim definido:
189
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21-Gestão em Serviços de Instalação de Piso
vinílico.

A instalação do piso vinílico e suas atividades e tarefa, tem


interfaces semelhantes com a instalação do piso cerâmico,
diferenciando-se do modo de aplicação.
Enquanto na aplicação do piso cerâmico, se usa
argamassa, na aplicação do piso vinílico se usa polímero adesivo
à base de água, para fixar o produto.
A ferramenta de corte do piso vinílico, é usualmente um
estilete, instrumento esse que deve ser do tipo retrátil, ou com
fixação da lâmina por trava rotativa. O mesmo instrumento deve
ser com cabo emborrachado, pois o vinílico oferece um grau de
resistência ao corte, por ser um material produzido para suportar
carga e de alta ductilidade.
O trabalhador deve utilizar luvas de malha tricotada (fios de
aço 02 ou 04 fios), para manipular o estilete, evitando assim corte
nas mãos e outros ferimentos.
Veja o Infográfico a seguir:

192
Um outro fator que é motivo de cuidado, é o ergonômico,
pois como visto anteriormente a posição de genuflexão que
determina que a colocação do piso seja feita dessa forma, impõe
ao trabalhador uma posição desconfortável, causando fadiga e se
a repetição for demasiada, pode acarretar o surgimento de lesões
osteomusculares. Mediante esse fato, como citado na atividade
anterior o trabalhador deverá usar joelheiras, ou outro apoio para
os joelhos, confeccionados em material de espuma para amortecer
a carga direcionada nos joelhos.
O Infográfico da APR da atividade fica assim definido:

193
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22-Gestão em Serviços de Instalação de Forro
Modular.

A instalação do sistema de fixação do forro, e da alocação


de placas nos perfis de sustentação e estrutura de suporte,
contempla duas situações e grupos de risco que devem ser
analisados individualmente para se obter uma compreensão
melhor do processo em si. A saber:
- Trabalho efetuado em altura.
Quando o patamar de trabalho da atividade a ser realizada
atingir uma altura, onde o pé do trabalhador, se situe numa
elevação de 2 metros acima do piso de referência (piso de
circulação), como mostra o infográfico abaixo, medidas de
segurança deverão ser implantadas, sejam de ordem técnica,
administrativa ou de engenharia:

Como já citado anteriormente (ver instalação do Sistema


de Climatização), o cinto de segurança poderá ser ancorado no
andaime, somente se o andaime for estroncado (escorado com
cabos ou sistema de fixação por ganchos ou suportes fixos).
195
Um outro ponto a ser abordado e colocado em pauta para o
setor de Gestão da Obra, principalmente pela Segurança do
Trabalho, é a questão do Cinto de Segurança, pois o mesmo exige
que a certas alturas, se utilize o absorvedor de impacto, dispositivo
esse também conhecido como absorvedor de energia, uma vez
que ele reduz a velocidade de queda do usuário, fazendo a
contenção da queda através de estágios de supressão da queda,
frenando a mesma, para conter a energia, através de uma fita
enrolada dentro de uma câmara (campânula), que quando rompida
libera o absorvedor em estágios, limitando assim a queda livre e
brusca.
Nesse sistema com absorvedor, o fabricante do sistema,
orienta que se use o absorvedor em alturas, a partir de 05 metros,
ou dependendo da ZLQ demarcada na etiqueta do equipamento –
Ver tópico em Gestão de Trabalhos em altura - pois uma vez
que o absorvedor se desenrolar para amortecer a queda, o mesmo
atingirá o tamanho de uma corda de aproximadamente 05 metros.
Se a altura for menor que 05 metros, o absorvedor (dependendo
do modo como ocorre a queda) pode não conseguir se desacoplar
totalmente da câmara de absorção, fazendo com que o usuário
atinja o solo sem que o peso de sua carga corporal tenha sido
efetivamente condicionado à queda, podendo o possível impacto
causar danos e lesões ao seu usuário. Veja a imagem abaixo:

196
197
Uso de plataformas elevatórias.

Equipamento extremamente útil, para acessar locais


elevados, as plataformas elevatórias, constituem um valioso aliado
para a execução das tarefas, de forma prática e independente.
Porém como toda a ferramenta, que se usada de forma
indiscriminada, sem orientação, treinamento e capacitação, estas
podem se transformar em um fator de risco para trabalhadores
despreparados e sem a devida capacitação.
Conforme definição da Norma Regulamentadora do
Trabalho NR18 PCMAT, plataforma de trabalho aéreo, é o
equipamento móvel, autopropelido ou não, dotado de uma estação
de trabalho (cesto ou plataforma) e sustentado em sua base por
haste metálica (lança) ou tesoura, capaz de erguer-se para atingir
ponto ou local de trabalho elevado.
A primeira observação que deve ser feita antes de se locar
determinados equipamentos é: Qual a altura do pé direito a ser
trabalhado?
Respondendo esse questionamento, a Gestão terá a ideia
de qual tamanho de equipamento poderá fazer a locação, uma vez
que existem diversas dimensões e modelos de plataformas.
Alguma confusão na terminologia e na identificação dos
tipos de plataformas, pode acontecer devido à regionalização -
cada estado brasileiro costuma renomear as ferramentas segundo
sua cultura e hábitos, fenômeno extremamente normal! Mas como
esse trabalho pretende ser técnico, e ao mesmo tempo acessível
aos trabalhadores, vamos chama-las pelos nomes mais utilizados.

- Plataforma tesoura – Articula-se através de barras,


dispostas em diagonal que intercaladas por sistemas de pistões,
se elevam, formando um padrão de tesoura – daí o nome! Em
alguns locais é chamada de pantográfica. As elétricas são muito
utilizadas em locais fechados (indoor), pois não emitem poluente,
198
sendo assim não saturam e nem contaminam a linha produtiva
operacional da empresa.

- Plataforma telescópica – Também chamadas de


extensíveis, ou “girafas”. Articulam-se através de lanças
telescópicas que se estendem e se retraem, movidas por pistões
que as abrem e fecham. São produzidas por alimentação por
bateria, e à diesel. Ótimas para trabalhos em fachadas de
edificações, montagens industriais, serviços de soldagem em
estruturas metálicas, entre outros processos.

Segurança na operação

As plataformas elevatórias, apesar de possuírem uma


operacionalidade, com características simples, devem ser tratadas
com muita perícia, atenção e seriedade. Suas interfaces simples,
podem impelir trabalhadores despreparados, a conduzirem de
forma imperita o equipamento, causando abalroamentos, colisões,
impactos, e ocasionar até mesmo o tombamento destas.
Cabe a Gestão das obras, verificarem o nível de
proficiência, habilidade e conhecimento dos funcionários sobre o
equipamento, validando assim a capacitação para a permissão de
operá-lo.
Os funcionários deverão verificar diariamente, a integridade
do equipamento: guarda-corpos, funcionamento das patolas,
controle de solo, controle do cesto, nível de água das baterias,
rodas e pneus, sistema de travamento do guarda-corpo extensível
(se houver), e se os controles estão respondendo corretamente
aos comandos.
Todo equipamento adquirido, seja através de compra, ou
aluguel deverá possuir buzina e luzes de alerta de funcionamento,
além da fita eletrostática, que deve permanentemente ficar em
contato entre o piso operacional e o equipamento, evitando assim
199
a transmissão de alguma carga elétrica ao operador. Os
operadores não podem se esquecer também de verificar o nível de
óleo hidráulico, assim como o nível de carga da bateria. Uma carga
completa, demora cerca de 10 a 12 horas, dependendo do modelo
do equipamento. Sendo assim nos turnos de trabalho, que em
construção civil, começam às 07:00 horas da manhã, e
prosseguem até aproximadamente 17:00 horas, os operadores
deverão após esse horário colocar o equipamento para receber
carga, que ao chegarem pela manhã, o equipamento estará
disponível para uso.
O manual do equipamento deve estar na linguagem
corrente do país (português), assim como deve ficar alocada no
cesto da plataforma, para pronta consulta, quando necessário.
O comando de solo, é um item imprescindível, para que as
operações tenham êxito, uma vez que, em caso de qualquer pane,
elétrica ou mecânica, é este comando que recolherá a plataforma,
para os trabalhadores descerem da mesma.

Avaliação de riscos no local de trabalho

Todo local, que servirá de base de trabalhos de plataformas


aéreas, deve ser isolado e sinalizado, como já aludido no capítulo
sobre isolamentos.
O operador deverá conhecer o trajeto que será efetuado
pela plataforma, para mapear possíveis interferências, como:
locais com pavimento irregular com buracos e aclives/declives,
presença de outros veículos pesados, que necessitarão ser
desmobilizados de seus respectivos locais, árvores e
principalmente redes elétricas energizadas.
As condições climáticas, também podem interferir nos
processos de trabalho, uma vez que ventos acima de 40 km/h
podem desbalancear o equipamento, quando o mesmo estiver em
extensão.
200
É muito importante que os operadores verifiquem a
resistência mecânica dos pisos operacionais, onde vão trafegar,
alocar e trabalhar com a plataforma. Locais encharcados,
gramados, ou outros similares, de modo algum poderão ter tráfego
e trânsito de plataformas aéreas, com risco grave e iminente de
tombamento.
Quando em trânsito, as plataformas só poderão
movimentar-se, estando totalmente recolhidas/abaixadas.
Observar a presença de interferências no piso, como: tachões,
vãos, pedras grandes, desníveis, poças de óleo, etc.
Os operadores devem se familiarizar-se com os controles
de emergência de cada modelo. Geralmente acionadores, liberam
os fluídos dos pistões de forma gradual e lenta, recolhendo as
lanças ou tesouras e abaixando o cesto da plataforma.
Esses são alguns dos tópicos mais importantes dessa
matéria, porém o conhecimento é um produto valioso. Todos
devem procurar conhecer mais sobre os equipamentos, para
tirarem o máximo proveito, com eficiência e principalmente
segurança.
Na próxima página, você confere alguns Infográficos, com
os principais pontos, mas eles são apenas um roteiro básico para
entender o contexto geral sobre o assunto.

201
202
203
204
23-Gestão em Serviços de Pintura, Gesso e
acabamento.

As tarefas inerentes aos serviços de aplicação de gesso,


pintura e acabamento, tem entre si uma correlação de
semelhança, pelos riscos envolvidos na sua execução.
Uma das principais características, é a manipulação com
produtos químicos: tintas, vernizes, seladoras, espessantes,
emulsificantes, decantadores, entre outros, que podem conter
substâncias nocivas e podem penetrar no organismo, pelas vias
aéreas (aspiração), pele (absorção), ou boca (ingestão).
Nas tarefas de aplicação de tintas e outras substâncias, é
imprescindível, que os colaboradores estejam protegidos com
máscaras e/ou respiradores conforme o contaminante, para que o
sistema respiratório, não seja comprometido por doenças e outras
enfermidades.
É importante que a escolha do equipamento seja compatível
com a agressividade do contaminante, para que possa ser eficaz,
e proteger o usuário conforme as determinações legais e técnicas
de prevenção.
Outra característica muito importante que se interpõe na
execução nas tarefas ligadas à pintura e acabamento, são os
trabalhos realizados em altura.
Muitas situações requerem o uso de escadas e andaimes,
ou mesmo plataformas elevatórias, seja para acessar lugares de
difícil acesso, ou em lugares com elevado pé direito, ou até mesmo
pinturas de fachadas de edificações e prédios, cujo elemento
primordial das operações, ou seja, o próprio trabalhador pode
correr riscos de quedas se os dispositivos de segurança e outros
equipamentos não estiverem sidos dimensionados e adquiridos
com qualidade e eficiente funcionalidade.

205
A proteção dos trabalhadores que realizam tarefas com pintura,
cuja produção de poeiras e pó, que podem gerar atmosferas
tóxicas, não deve ficar somente restrita à proteção respiratória,
uma vez que o sistema tegumentar do corpo (pele e epiderme),
também realiza a respiração.
Além de proteger nosso corpo, a pele através de todo
sistema tegumentar, equilibra a temperatura e, regula o
funcionamento do organismo através da transpiração.
A proteção da pele, principalmente através de luvas e de
aventais e mesmo os cremes especiais, deve ser aplicada e
amplamente divulgada para os trabalhadores, para que possam
adquirir o hábito do uso desses equipamentos, e manter uma
qualidade de vida aceitável.
Diante da mesma prerrogativa dos equipamentos de
proteção respiratória, as luvas de proteção, devem ser adquiridas
e aplicadas na empresa, conforme o produto manuseado, e os
contaminantes que dele podem ser gerados.
A FISPQ6 do produto, deverá ser analisada, para que o
composto químico do produto, seu grau de toxicidade,
inflamabilidade, reatividade e riscos específicos, sejam avaliados
e as medidas de precaução e segurança possam ser aplicados
com eficiência.
Nesse trinômio de risco: altura (elevação), riscos químicos -
dermatoses e dermatites por contato, e inalação de pós e poeiras,
devido a manipulação de inúmeros produtos químicos acima
citados, é que a Gestão da Obra, começará a balizar suas ações
de prevenção de insalubridades advindas da segurança efetuada
sobre a antecipação de riscos, e não sobre a reatividade aos
infortúnios laborais gerados por esses mesmo riscos.
Uma outra questão talvez um pouco negligenciada pela
gestão da obra, não por indução ou má conduta, mas pelo

6
Ficha de Informação de Segurança sobre Produto Químico.
206
dinamismo, e pela imposição de ritmos rápidos para entrega das
obras, é a prevenção de incêndios nas atividades de Pintura,
Gesso e Acabamento. Isso ocorre devido à falta de um local com
características de proteção antichama, para armazenar os
produtos químicos e insumos, visto que muitos produtos utilizados
possuem características inflamáveis – principalmente os produtos,
à base de tolueno, xileno e benzeno.
Todos sabemos que a construção civil, quando da reforma
de imóveis antigos, na sua desmobilização, retirada de materiais,
e demolição, acaba descartando muito material que poderia ser
reaproveitado, para construir um abrigo com o objetivo de
armazenar materiais inflamáveis, como tintas e seus derivados,
entre outras substâncias voláteis.
Podemos citar por exemplos, telhas de zinco ou metalon,
que foram descartadas na obra e que podem ser reaproveitadas
para a forração e confecção de paredes, e telhado para o abrigo
de materiais com características inflamáveis.
É evidente ficar esclarecido aqui, que apesar do
reaproveitamento desses materiais, convém aos construtores do
abrigo, um certo grau de cuidado ao estabelecer o local, onde esse
“barracão” de produtos químicos ficará instalado, pois como
sabemos, não convém um galpão com produtos químicos, ficar ao
lado de uma serralheria, por motivos bem óbvios, assim como não
fabricar o abrigo com material que possa se inflamar facilmente,
caso ocorra uma ignição dentro do ambiente de contenção.
Nas próximas páginas você confere os Infográficos, com a
Gestão das tarefas de Pintura, Gesso e Acabamento.

207
208
209
210
24-Gestão em Serviços de Carpintaria.

As atividades ligadas à produção de caixaria, para


moldagem de pilastras, alicerces, sapatas de concreto, entre
outros, compreendem o seccionamento, e a serragem de pranchas
de madeira, assim como diversas espessuras de perfis, para
montagem de estruturas para abrigos e para outras edificações da
obra, que servirão de área de vivência para a própria obra, caso
ela possua dimensionamento para tal.
A Norma Regulamentadora – NR18, do Ministério do
Trabalho, dedica um capítulo apenas para esse assunto, visto que
é na Carpintaria, que a obra começa a nascer. Muito do assunto
abordado neste capítulo da norma, diz respeito ao principal
maquinário que conduz a produção dentro deste setor: a serra
circular de bancada.
Os equipamentos produzidos atualmente, já saem de
fábrica dentro da normalização internacional, que se ajusta a
nacional, por possuírem requisitos de segurança, mais rígidos do
que a normalização nacional vigente. A serra circular, composta
de corpo, sistema de transmissão, motor, eixo, interruptor tipo
chave de acionamento, deve possuir a proteção de seus discos
através de dispositivo conhecido como: coifa protetora, aliada ao
cutelo divisor – lâmina de aço que funciona como dispositivo
antitravamento da madeira no disco, evitando que ela retroceda e
se projete sobre o rosto do usuário. A coifa protetora é interligada
no sistema de ascensão/descensão da lâmina de disco, que se
ergue ou abaixa, quando o operador necessita fazer cortes de
espessuras variadas. A coifa protetora, deve ficar sempre acima
da lâmina, quando em uso, sendo que a mesma possui uma
articulação removível, que se abre quando o operador necessita
efetuar a troca do disco, seja para afiação, ou substituição por um
disco de serra novo.

211
A norma baliza o assunto também, no que diz respeito ao
fechamento lateral da máquina, que pode ser de madeira
(resistente e de primeira qualidade), material metálico, ou outro de
similar resistência equivalente.
É importante salientar aqui, que independente se a máquina
for provida de fechamento com madeira, que a norma alude como:
resistente e de primeira qualidade, ou outro material, é
extremamente importante que o comando de partida da máquina
seja protegido por interferências elétricas, ou seja com fechamento
protegido por pó e infiltração de líquidos, pois como o interior da
máquina fica impregnada com pó e partículas de madeira, material
esse de fácil inflamabilidade, se o comando sofrer pane e criar
faíscas elétricas por curto-circuito, um incêndio poderá se
desencadear no interior da máquina.
Assim como o comando de partida, as transmissões de
força mecânica, também devem estar protegidos por anteparos
rígidos, e que não podem ser retirados durante a execução dos
trabalhos. Quando a norma alude à essa obrigatoriedade, é claro
que a fixação destes anteparos não pode ser removida através de
força/tração manual. Geralmente esses anteparos são fixados
através de parafusos, porcas ou outros elementos, para que numa
eventual limpeza e manutenção, ele seja retirado, pelo profissional
certo e de maneira certa, ou seja: com sua fonte desligada,
seccionada e com o comando bloqueado e travado através do
sistema de BET – Bloqueio, Etiquetagem e Teste, que é a sigla em
português para: Lockout/Tagout, já descritos neste trabalho,
através dos capítulos 04, 05 e 06.
O sistema de iluminação da carpintaria, deverá possuir
proteção para as lâmpadas, pois por ser um setor passível de
ejeção de material particulado, as mesmas podem sofrer impactos
e se estilhaçar, vindo a se projetar sobre os trabalhadores,
causando lesões.

212
O piso da carpintaria, dever ser resistente, nivelado e
antiderrapante, com resistência mecânica comprovada.
Os Infográficos que auxiliam o entendimento da matéria,
estão definidos nas próximas páginas:

213
214
215
25-Gestão em Máquinas e Equipamentos
elétricos portáteis.

O uso de equipamentos elétricos portáteis, se faz de modo


contínuo e massivo na confecção e instalação de forros,
instalações hidráulicas, instalação de utilidade de água e esgoto,
identificação e supressão de incêndios, instalação de portas,
janelas, perfis metálicos, esquadrias entre outros, na confecção de
alvenaria civil, seja nas tarefas de serragem, seccionamento,
corte, desbaste, solda, refilamento, usinagem, acabamento entre
outras atividades que utilizam tais equipamentos.
Os cuidados com serras, furadeiras, microtupias, lixadeiras,
politrizes, retificas, esmerilhadeiras e outras máquinas com
movimento rotativo, linear, ou oscilante, é muito importante para o
resguardo da saúde e integridade física de seus usuários.
Os equipamentos devem ser vistoriados antes do uso, e a
verificação da falta de dispositivo de proteção dos discos de serra,
empunhaduras, capas de proteção, coifas protetoras, cutelo
divisor, barreiras físicas entre outros, desqualifica o equipamento,
ou máquina para adentrar e permanecer nos processos da
empresa.
Como dito anteriormente, apenas os equipamentos
vistoriados e em bom estado de conservação e com todos os
dispositivos de segurança instalados e íntegros, podem ser
admitidos nas operações.
A lixadeira do tipo politriz, é um dos equipamentos mais
utilizados nos processos, pois sua vasta gama de aplicação,
permite que se desenvolvam, vários tipos de tarefas.
- Corte e seccionamento.
- Desbaste e polimento.
- Lixamento e acabamento.

216
Porém, essas aplicações devem ser efetuadas conforme
algumas recomendações de segurança que vamos mostrar mais
adiante nos Infográficos.
Quando estes cuidados são tomados, praticamente a redução de
ocorrência de eventos negativos cai em aproximadamente 70%7.
Vejamos o gráfico a seguir que nos indicam alguns
procedimentos de segurança, antes de se efetuar as tarefas, que
são desenvolvidas com este tipo de equipamento.

7
Fonte: Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do
Trabalho.
217
218
Ferramentas manuais

As ferramentas manuais como as chaves de fenda, Philips,


chaves allen, grifos, alicates, chaves inglesas, e outras utilizadas
para aperto, torção, tracionamento e outras características ligadas
ao movimento da mão e do carpo, cujos riscos associados à
impactos recebidos por soltura e escape, devem ter um método de
manuseabilidade, calcado no modo operativo seguro.
Esse método já começa a se configurar, quando da
conservação dessas ferramentas, uma vez que os acidentes
ocorridos com tais dispositivos, acontece por motivos de
improvisação, quando o trabalhador, na carência de uma
ferramenta correta para poder desenvolver a tarefa certa, utiliza
ferramentas que estão em desacordo com o serviço a ser
desenvolvido. É o caso de chaves de fenda, que são utilizadas
como perfuradores, ou como ponteiras de fragmentação,
recebendo impactos de martelos em seu cabo, cabo esse
projetado apenas para ser utilizado como manopla de
manipulação, e não para suportar impactos, podendo vir a se
fragmentar e se estilhaçar, e atingir seu usuário.
Utilizar a ferramenta certa, para a atividade certa! Essa é a
primeira regra, para o trabalhador galgar o primeiro degrau da
segurança. Sem improvisações e sem arranjos técnicos.
Martelos devem ter seus cabos devidamente fixados por
cunhas de aço ou material resistente, e não devem ser utilizados
quando estiverem trincados ou com rachaduras, pois a força
resultante de um impacto desferido pelo golpeamento, pode
colapsar o cabo, arremessando a cabeça do mesmo com força
sobre o usuário, ou transeunte. Os funcionários nunca deverão
usar o cabo do martelo para golpear pregos ou outras peças, pois
essa não é a finalidade desse elemento, visto que sua resistência
mecânica, é muito menor. Se o prego a ser utilizado for muito
pequeno, o colaborador, poderá utilizar um prendedor de roupas –
219
daqueles que as donas de casa utilizam para colocar roupas no
varal – para manter os dedos distantes dos golpes desferidos.
Os grifos, chaves inglesas e outras de aperto, devem ser
manipuladas de modo que o encaixe no elemento de fixação
(geralmente porcas), seja efetuado de modo que o aperto, ou
desrosqueio não venha a ser efetuado de modo que num escape
ou escorregão, não venha a ferramenta a atingir partes do corpo.
O trabalhador nunca deverá apertar parafusos em
elementos de fixação com chaves de fenda, utilizando a palma da
mão como apoio, pois se a ferramenta escapar, poderá perfurar a
palma, ocasionando ferimentos sérios com laceração dos tendões.
Utilizar sempre uma morsa, para poder fixar peças para
efetuar montagens e outras atividades.
As equipes devem estar treinadas e aculturadas a
inspecionar suas ferramentas, fazendo uma auditoria técnica em
seus equipamentos, para retirar das operações, ferramentas que
não estão com sua funcionalidade apta, para desempenhar com
segurança as atividades.
Ferramentas que possuem articulações como tesouras,
grifos, alicates, turquesas, chaves inglesas, devem ser
periodicamente lubrificadas, para que não ocorra engripamento.
Chaves de fenda com a ponteira danificada, podem ser
retificadas num rebolo, ou em um esmeril, para ter novamente sua
utilização eficiente. É importante entender que os materiais
possuem durezas diferentes, devido aos tipos de metais utilizados
para suas diversas aplicações, por isso é importante analisar
primeiro qual tipo de parafuso será necessário apertar ou
desapertar, pois uma chave incompatível, pode ser danificada sem
surtir o efeito desejado.
Nunca os colaboradores deverão utilizar chaves de fenda
ou Philips em circuitos elétricos energizados, muito menos para
realizar testes em painéis elétricos.

220
Os alicates são ferramentas muito utilizadas em corte de
cabos de energia elétrica, por isso nunca devem ser utilizados sem
a capa protetora dos cabos, que é isolante. Caso os trabalhos
sejam efetuados em redes de alta tensão, existem ferramentas
isoladas, que são homologadas pela IEC8, e pelo INMETRO, com
isolamento respectivo à tensão a ser trabalhada. Os trabalhadores
não devem utilizar os alicates para apertar/afrouxar parafusos,
uma vez que essa prática, desgasta o mordente, inutilizando a
ferramenta.
Quando as equipes necessitarem efetuar reparos em
painéis elétricos, certifique-se de que os trabalhadores conhecem
os procedimentos de bloqueio e travamento e estejam capacitados
e autorizados a desenergizar os mesmos.
Nas próximas páginas, o leitor confere uma série de
Infográficos, produzidos para melhor exemplificar os parâmetros
de segurança sobre ferramentas manuais.

8
International Eletrotechnical Comission.
221
222
223
224
26-Equipamentos de Proteção Individual – EPI.

Toda a regulamentação da matéria, pertinente aos EPI´s se


encontra na Norma Regulamentadora NR-06, que fornece
subsídios técnicos e administrativos aos empregadores, e
normativos e pedagógicos aos empregados, para que admitam
suas responsabilidades e obrigações, em reduzir e/ou eliminar as
lesões e os agravos à saúde no ambiente laboral.
Os Equipamentos de Proteção Individual, se constituem
uma extensão do corpo humano, e a ele devem estar
indissociáveis, fazendo parte da rotina de trabalho, protegendo os
usuários dos riscos físicos, químicos e biológicos que venham a
existir dentro do ambiente de trabalho.
A empresa, através de seu SSMA9, coordena e avalia a
implantação, o uso, e as responsabilidades de fornecedores e
contratadas, efetuando a Gestão desse processo em suas
ferramentas de avaliação e conformidade.
A exigência de um padrão de EPI, seu uso correto, os
treinamentos dos colaboradores, e a avaliação de eficiência dos
equipamentos começa logo no Treinamento de Integração à Obra,
onde o colaborador recebe toda a capacitação necessária para o
aculturamento do uso do EPI, e o seu correto manuseio.
Hoje sabemos, existem milhares de fabricantes de
equipamentos de proteção espalhados pelo país, produzindo
diversas qualidades de dispositivos, com sua eficácia comprovada,
pelos laboratórios de controle credenciados pelo sistema
CONMETRO/INMETRO. Porém há que ressalvar, que mesmo que
o equipamento seja aprovado para o uso, a qualidade de conforto
e usabilidade, nem sempre seguem um padrão normativo, visto
que alguns fabricantes parecem não observar “detalhe” tão

9
Denominação estabelecida ao Setor ou funcionários do setor de Saúde,
Segurança do Trabalho e Meio Ambiente.
225
“descartável” como esse. E nesse ponto o autor pede desculpas
ao leitor por fazer uma referência até mesmo irônica, pois
avaliando, milhares de equipamentos pelo país afora, vemos uma
certa negligência entre os fabricantes, e aqueles que fornecem o
dispositivo, que talvez possa advir de uma cultura não
prevencionista, de produzir e inserir em suas operações, modelos
de EPI´s, que podem ser comparados com “brindes promocionais”,
entregues em uma SIPAT10.
Alguns empresários, parecem que desconhecem a relação
entre custo-benefício, quando adquirem em suas operações
equipamentos de proteção de péssima qualidade, caracterizados
por arestas cortantes, material que se degrada facilmente, bordas
ásperas, material com odor desagradável, entre outras
características que podem causar desconforto e até mesmo
lesões.
É bom deixarmos claro aqui, que não estamos querendo
levar nenhum empresário a ruína adquirindo material importado,
ou outros que podem onerar o caixa da empresa. Uma simbiose
de esforços junto ao Técnico da Segurança do Trabalho da
empresa, pode facilitar o trabalho do empresário, cuja consulta à
um fornecedor sério, escolherá com parcimônia econômica e
técnica, dispositivos com qualidade, durabilidade, eficiência,
conforto e segurança.

Equipamentos de Proteção Individual – Tipologia

Atualmente existem inúmeros e variados tipos de EPI´s para


as mais diversas tarefas, atividades e processos. O Ministério do
Trabalho, na Norma Regulamentadora NR-06, classificou esses
equipamentos com base nos segmentos corporais – cabeça,
tronco, membros superiores (antebraço e braço), membros

10
Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho
226
inferiores (pernas, tornozelos e pés) proteção do sistema
respiratório, olhos e face, proteção auditiva, para proteção do
corpo inteiro, e apenas uma da alíneas da referida norma alude ao
risco em si: EPI para proteção contra quedas com diferença de
nível, ou seja equipamentos de proteção individual para trabalhos
em altura.
Foi confeccionada uma Infografia, para ilustrar melhor essa
classificação, entendendo que aqui vamos nos limitar a ilustrar os
equipamentos individuais de segurança, mais utilizados em
construção civil.

227
228
Características de proteção dos EPI´s

Se utilizarmos uma classificação diferente da norma,


podemos separar os tipos de EPIS´s por riscos ocupacionais de
acidentes.
Assim teremos:

Por Risco mecânico ou de acidente

Capacetes: Contra impactos originados por materiais,


peças, ferramentas, ou partículas volantes multidirecionais.

Óculos: Contra impactos de partículas volantes


multidirecionais: fagulhas, faíscas, centelhas, cavacos, material
particulado, respingos, pós, poeiras, entre outros.

Protetor facial: Semelhantes aos óculos, só que além de


protegerem a visão, protegem também a face do usuários contra
todos os riscos elencados no item acima.

Luvas: Em construção civil, geralmente são fabricadas em


couro curtido, raspa ou vaqueta, protegendo as mãos dos usuários
de riscos proveniente do contato com materiais abrasivantes e
escoriantes, Existem luvas muito utilizadas na indústria
petroquímica, que protegem contra impactos diretos, absorvendo
possíveis prensamentos, de fenômenos mecânicos conhecidos
como “mordeduras”, que ocorre quando as mãos sofrem o
cisalhamento por ficarem entre dois objetos.

Aventais, mangotes, perneiras: Os EPI´s produzidos em


couro, protegem contra agentes mecânicos de dispersão como:
respingos de solda, fagulhas, faísca, centelhas, material
229
fragmentado ou particulado que possa ser ejetado violentamente
e projetado no usuário.
Para manipulação de vidros e materiais cortantes, os
mangotes e luvas de 04 fios de aço, são os equipamentos
indicados, para a proteção dos membros superiores. Podem ser
utilizados também para a manipulação de ferramentas de corte,
como facas, estiletes entre outros.

Vestimenta conforme NR10: Calça e jaleco em aramida ou


poliaramida, ou material equivalente (NOMEX™) 11 cuja trama de
fios, passa por tratamento químico, protegendo assim o usuário do
chamado “fogo repentino”, desencadeado por arco elétrico. Sendo
assim, a vestimenta possui propriedades retardantes à chama,
ignífugas e antichama, conforme a classificação do ATPV – Arc
Thermal Protection Value12, que deve estar de acordo com as
características de risco elétrico das atividades do usuário.

Por Risco Físico

Protetores auditivos: Protegem seus usuários contra ruídos


que podem causar irritabilidade, estresse, fadiga, entre outras
anomalias orgânicas funcionais. Os ruídos são classificados como:
contínuo (ocorre sem interrupções, geralmente num volume
elevado), intermitente: (ocorre numa série ordenada de sons que
alternadamente podem variar em volume e frequência), e o de
impacto (ocorre bruscamente, causando um deslocamento
altíssimo de volume).
Os protetores auditivos mais utilizados são o: abafador de
ruídos e os plugues auditivos de inserção.

11
Sigla patenteada da empresa Dupont™, que significa: “No More Excuses,
na tradução: “Sem mais desculpas”.
12
Valor de Proteção ao Arco Térmico.
230
Máscara de solda: A máscara de solda foi projetada, para
proteger o usuário de radiação ultravioleta, ocasionada pela
luminosidade intensa do ponto de solda, quando os metais e gases
fundem as peças do material para uni-los. Além da proteção ao
agente físico, ela também tem dupla função ao proteger o rosto do
usuário de respingos de solda, causado pela projeção de material
incandescente, devido a altíssima temperatura de fusão dos
materiais.

Capas impermeáveis/ Jalecos impermeáveis, conjunto de


capas de chuva, calça e botas impermeáveis: Protegem o usuário
contra umidade excessiva. Como não são totalmente eficientes, é
aconselhável o usuário não permanecer por muito tempo, sob
chuva, ou em locais com aspersão de névoas umidificantes por
tempos prolongados.

Conjuntos de calça, blusão, jaqueta e abrigo para


temperaturas baixas: Constituem-se em uma série de
equipamentos para locais muito frios como: frigoríficos, câmaras
frias, etc. São constituídos por série de camadas de tecidos e forro
com fibras sintéticas, que mantém a temperatura corporal estável.

Macacões e roupas especiais: Muito utilizadas para


proteção radiológica e contra a radioatividade.

Por Risco Químico

Luvas: São essencialmente necessárias para manipular


uma série de produtos químicos e que tenham características
corrosivas, infectantes, causticas, tóxicas, oxidantes e radioativas.
Por isso a necessidade de pesquisa sistemática e conhecimento
sobre o assunto, para efetuar a aquisição do equipamento correto,
pois existem variados modelos para os mais diversos tipos de
231
contaminantes. Luvas nitrílicas, butílicas, de neoprene, látex, PVC,
PVA, viton e nitrila, são algumas das mais usadas nos processos,
onde ocorra a manipulação de produtos químicos (Veja
Infográfico, especialmente preparado no final deste capítulo).

Proteção respiratória: Máscaras e respiradores para os


mais diversos contaminantes, conforme já demonstrado neste
trabalho no subcapítulo “Equipamentos de Proteção Respiratória”,
no capítulo de Espaços Confinados.
Em Construção Civil esses dispositivos são
importantíssimos, pois como já aludido neste documento, muitas
das operações em construção civil, sobrecarregam a atmosfera
ambiente, com contaminantes como: pós e poeiras gerados pela
manipulação de agregados sólidos: cimento, areia, argamassas,
etc.
Os mais utilizados são os respiradores sem manutenção:
PFF1, PFF2, PFF313, e para as atividades de pintura com vapores
orgânicos das tintas, vernizes, colas, adesivos e outros polímeros,
os equipamentos são as máscaras semifaciais com elemento
filtrante rosqueável.
As máscaras com filtro mecânico N95, também são uma
boa escolha para locais com saturação de pós e poeiras, pois não
precisam ser descartadas inteiramente depois de uso, pois
também são desmontáveis, podendo ser o seu filtro substituído
quando o mesmo vier a se saturar.
Como dissemos no início deste capítulo, é preciso ter bom
senso, disciplina, e equacionamento econômico, para adquirir
equipamentos que não necessariamente precisem ser os
melhores, mas também, para não distribuir para o corpo funcional,
dispositivos que acarretem mais prejuízo para a saúde dos

13
Peça Facial Filtrante.
232
colaboradores, contrariando assim o objetivo do próprio
dispositivo, que é a proteção.
Nas páginas seguintes, o leitor confere uma série de
Infográficos que aludem aos dispositivos mais usados.

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241
27-Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC.

Equipamentos de Proteção Coletiva, são dispositivos de


segurança, que protegem determinado grupo de trabalhadores,
enquanto estes desenvolvem uma tarefa, atividade, operação ou
treinamento. Os equipamentos de proteção coletiva, podem ser
adquiridos em lojas especializadas – como é o caso das linhas de
vida provisórias, ou confeccionados no próprio local de trabalho
pelos trabalhadores, sob a supervisão de engenheiro responsável,
ou profissional habilitado.
As proteções coletivas, devem ser confeccionadas
seguindo os critérios da Norma Regulamentadora NR18, seguindo
os parâmetros da Regulamentação Técnica de Procedimentos –
RTP 01 da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Saúde e
Segurança do Trabalho - Fundacentro, de acordo com o layout do
local, e da legislação municipal pertinente ao logradouro em
questão.
Uma vez que a necessidade seja identificada pelo setor de
Engenharia, conjuntamente com o Setor de SSO – Saúde e
Segurança Ocupacional da empresa, os locais com risco de
projeção de materiais e de quedas de pessoas, as áreas
suscetíveis a projeção de partículas, fagulhas entre outros detritos,
as áreas de circulação de pessoas, movimentação de materiais e
áreas adjacentes a contato com eletricidade, deverão ser
mapeadas pela equipe de Gestão da Obra, que deve se empenhar
para estudar os métodos de elaboração, confecção e instalação
do EPC, para que os riscos que podem expor um grupo de
trabalhadores a lesões, não venha a causar impactos negativos na
obra.
Sua efetividade se encontra no estudo preliminar, na
confecção, e nos materiais usados para a construção de
determinado equipamento, que forneça a garantia do resguardo de

242
uma equipe de trabalhadores, que interagem com o ambiente e
desenvolvam tarefas em células específicas.
O segmento da construção civil, é onde a concentração e a
intensidade de vetores de risco desencadeiam situações, onde a
aplicação desses equipamentos é de suma relevância para a
proteção dos trabalhadores, enquanto a progressão das atividades
se desenrola.
Rampas e passarelas, assim como as proteções físicas de
patamares e andares, devem ser produzidas com material
resistente, para proporcionarem fatores de proteção, quando de
impactos e aplicações de força – geralmente mensuradas em
Kgf/n14, proporcionando assim resistência mecânica, quando a
necessidade se fizer presente.
Conforme cada etapa da obra for sendo vencida, o EPC
poderá sofrer ajustes em seu projeto original, para se readequar a
demanda da obra, sem, contudo, perder suas características de
proteção, desempenho e de fluxo operativo.

Linhas de vida

São dispositivos, destinados a realizar a ancoragem do


cinto de segurança, através de cabos de aço, (sistemas fixos
permanentes) ou através de cordas e cabos especiais (sistemas
de ancoragem temporários), prevenindo assim eventuais quedas
de trabalhadores, quando realizam trabalhos em locais com
possibilidade de quedas de níveis diferentes.
Consistem em cabos, cordas ou fitas, instalados em
estruturas como pedestais fabricados em aço, ou mão francesas
rígidas e suportes especialmente fabricados para tal, e afixados
por meio de sistemas de embuchamento e aparafusamento, em
conjunto com soldagem, para conferir mais rigidez ao sistema.

14
Quilograma-força por newton.
243
Devem ser elaboradas por Engenheiros habilitados e
possuir ART – Anotação de Responsabilidade Técnica, que
embasa sua eficiência e segurança.
Como são equipamentos que necessitam um estudo prévio
para sua instalação, uma vez que consomem tempo, recursos e
insumos que requerem a aplicação de métodos de engenharia, a
aplicação de linhas de vida em uma obra civil, requer o bom senso
das equipes de Gestão da obra, para ter eficiência e segurança em
sua adoção.
Podemos citar por exemplo: uma edificação que foi
projetada com janelas amplas em cujas paredes frontais, o
fechamento com blocos estruturais ou tijolos ficará com menos de
um metro de altura. Caso a equipe necessitar instalar paredes de
Drywall e divisórias, ou mesmo cabeamento elétrico, antes mesmo
da instalação das janelas, as equipes ficarão expostas ao risco de
quedas de risco diferente, mesmo trabalhando em um contrapiso
já consolidado. Caso essas equipes necessitarem utilizar escadas,
próximo as aberturas frontais, que se configuram, como
verdadeiros precipícios, onde o trabalhador num eventual tropeção
ou escorregamento, pode se projetar para fora do pavimento,
vindo a cair de elevada altura, o mesmo dependendo de como
ocorrer a queda poderá até mesmo a vir a óbito, caso alguma
medida de segurança, não for adotada.
No caso acima mencionado, a instalação de uma linha de
vida provisória, pode ser adotada pelas equipes de Gestão e
segurança, com o uso de parafusos olhais, embuchados em
parabolts em colunas e vigas – locais esses que conferem rigidez
mecânica ao sistema - utilizando-se de cordas com certificação, e
dimensionadas para receber forças mecânicas acima de 25 Kn15.
É claro que todo esse sistema, deve ter sua execução
acompanhada por um Engenheiro legalmente habilitado que possa

15
Quilonewtons.
244
executar o dimensionamento do sistema, para o total de
trabalhadores que deverão estar conectados a essa linha de vida.
Igualmente importante é estatizar qual equipamento servirá
para efetuar a elevação da equipe até o ponto de instalação de tais
dispositivos, uma vez que mesmo na execução desses projetos,
nenhum trabalhador poderá permanecer desconectado de algum
ponto de ancoragem, para efetuar quaisquer atividades do tipo.
No caso acima descrito, em que o piso dos andares já
estará consolidado, e a adoção de plataformas não seja
necessário, assim como a entrada desses equipamento também
não seja possível, só a proximidade com as aberturas onde podem
se precipitar para fora os trabalhadores, já se configura risco grave
e iminente, e as equipes poderão instalar olhais nas paredes
opostas e utilizar-se de sistemas de trava-quedas retráteis
acoplados ao cinto de segurança, para trabalharem próximos aos
pontos de instalação de janelas, até a linha de vida ficar instalada
próxima aos locais das tarefas.

245
Telhados

Um local onde a instalação de linhas de vida, se faz


extremamente necessária, uma vez que as alturas alcançadas
pelos trabalhadores são extremamente elevadas e uma queda
pode causar mesmo a morte, são os telhados, onde uma série de
tarefas pode ser realizadas, como:

- Instalação de telhas, calhas, rufos e impermeabilização


do telhado propriamente dito.
- Instalação do sistema de exaustão (exaustores eólicos).
- Instalação do sistema de SPDA16.
- Reformas e substituição de telhas.
- Instalação de chaminés, aberturas para exaustão de
vapores, etc.
- Instalação do sistema de climatização.
- Instalação de passarelas, passadiços entre outras
estruturas de passagem e deslocamento.
- Substituição de calhas e rufos e sistemas de drenagens
pluviais danificadas.
- Instalação de antenas parabólicas para
telecomunicações.

Sendo a natureza destes trabalhos, de nível de criticidade


muito alto, as ações de prevenção e controle de riscos e perigos,
deverá contemplar iniciativas de amparo ao trabalhadores através
de um conjunto amplo integral de medidas técnicas, que incluem
medidas de Engenharia, medidas técnicas e de capacitação dos
trabalhadores, que conjuntamente fortalecerão as ações, gerando
eficiência e segurança ao projeto.

16
Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas.
246
Os trabalhadores que forem desenvolver suas atividades
em altura, deverão passar por avaliação de sua pressão arterial,
no ambulatório da empresa, que a critério de sua Gestão de EHS,
poderá adotar uma carteirinha com o histórico das medições
efetuadas no vigente contrato de trabalho do colaborador. Se a
tarefa contemplar locais muito elevados, o controle médico
ocupacional da empresa poderá optar pelos testes de equilíbrio,
visto que determinadas alturas podem provocar vertigens nos
colaboradores que não tenham a vivência suficiente para enfrentá-
las.
A instalação de linhas de vida deve ter suas etapas de
tarefas, sequenciadas e detalhadas em Análise Preliminar de
Risco, avaliando possíveis interferências que poderão surgir no
decorrer das atividade e trabalhos, tais como, proximidade com
redes elétricas energizadas, ninhos de insetos – sim! Por mais que
o leitor possa achar isso impossível, o autor desse trabalho já se
deparou com tal interferência, tendo que treinar, capacitar e
equipar um colaborador com vestimenta especial para colheita,
com capuz telado, apenas para efetuar a retirada de um ninho de
marimbondos que ameaçava aplicar seus ferrões na equipe que
iria efetuar a manutenção num telhado de uma empresa, a qual
realizou o acompanhamento das atividades.
Uma outra interferência que aqui também devemos lembrar
é com relação as condições climáticas: chuva, trovoadas, raios,
relâmpagos e velocidade do vento. Seria interessante que a
Gestão adquirisse um anemômetro, para avaliar a velocidade do
vento, durante as atividades, monitorando assim o controle de
estabilidade dos trabalhadores, visto que rajadas fortes, podem
causar instabilidades nos equipamentos de elevação, como as
plataformas elevatórias.
Se essas atividades forem executadas onde haja fluxo de
pedestres e colaboradores, é extremamente vital criar uma
“passagem segura”, espécie de passarela ou caminho
247
guarnecidos por balizadores ou pedestais e correntes plásticas
zebradas, acrescidas de placas de balizamento, que indicam um
caminho onde os transeuntes, poderão se deslocar sem
impedimentos e com segurança – Ver o próximo capítulo: 24-
isolamento, delimitação e sinalização.
Nas próximas páginas, os leitores podem conferir uma série
de Infografias, com a Gestão de Instalação de linhas de vida
executadas em telhados.

248
249
250
251
252
253
Perímetro Unificado de Segurança

Os parâmetros de segurança que balizam a confecção de


equipamentos de proteção coletiva, no que diz respeito à proteção
de quedas de nível diferente, encontram-se na redação da Norma
Regulamentadora NR-18 no subitem 18.13.
Neste trabalho, resolvemos definir como perímetro
unificado, uma vez que essa definição agrupa diferentes tipos de
proteções, que quando combinadas, pretendem proteger um grupo
de trabalhadores de quedas de altura, a qual a supra citada norma
faz referência. Os equipamentos que compõe esse perímetro,
podem ser identificados como:
Plataformas de segurança: Sistemas de bandejas
aparadoras constituídas por estruturas metálicas de 2,50m por
uma inclinação de 45° graus, onde essa extensão deve ter 0,80m
de comprimento. Essa estrutura metálica, para fazer uma
referência aqui ao leitor leigo, é semelhante a uma mão francesa,
porém a mesma deve ser produzida nas dimensões aludidas na
norma e com materiais resistentes – geralmente aço. Existem
empresas que alugam e/ou vendem esse material, já nas
especificações da norma.
Veja a imagem:

As estruturas deverão ser guarnecidas por placas de


madeira, ou material resistente, conferindo assim rigidez e
254
segurança ao sistema e cumprindo a função de aparar o material
ou ferramenta que pode ser projetado para fora do andar, devido
à soltura involuntária dos mesmos.
A norma delega a obrigatoriedade de instalação desse
equipamento, (plataforma primária) a partir da concretagem da
primeira laje, sendo que a partir e acima dessa laje devem existir
plataformas secundárias que devem ter no mínimo, 1,40m de
balanço e um complemento de 0,80m de extensão com inclinação
de 45° (quarenta e cinco graus). Item 18.13.7.1.
As plataformas secundárias devem ser instaladas a cada
03 pavimentos (andares), de acordo com o tamanho da edificação.
A norma estatiza ainda, que essa obrigatoriedade apenas
irá se configurar em construção de edifícios com mais de quatro
pavimentos ou altura equivalente. Essa premissa normativa, não
desobriga os empregadores e a Gestão da Obra, a adotar medidas
técnicas de Engenharia, para minimizar, ou neutralizar os riscos
provenientes de trabalhos com altura, em edificações que serão
construídas com menos de 04 pavimentos.
As plataformas devem ser mantidas, íntegras e sem
deposição de material e sobrecarga, uma vez que elas não foram
projetadas para essa finalidade. Devem ser construídas de forma
a manterem resistência para suportar as pranchas que farão o
fechamento. Essas pranchas devem ser fabricadas em chapas de
fibra de madeira compensada, com impermeabilização, uma vez
que ficarão expostas sob as intempéries climáticas.

Proteções periféricas – Guarda-corpos

Os pavimentos que não possuem fechamento consolidado,


deverão possuir guarda-corpos, que são constituídos por
anteparos de madeira rígida de no mínimo 1,20 m de altura, com
travessão intermediário em 0,70 m, com rodapé de 0,20 m de
altura, e distanciamento das travessas em 1,50 m. Essas
255
estruturas deverão ter seu perímetro fechado por telas, que podem
ser fabricadas em poliéster, polipropileno ou metal. Quando a tela
se esgarçar, ela deve ser substituída o mais rápido possível.
Veja a imagem:

Telas de Proteção

Outra medida de segurança também importante, que é


abordada na norma, faz referência as telas de proteção, que são
proteções perimetrais fabricadas em polipropileno, poliéster ou
outro material não condutivo, que devem ser instaladas, a partir da
plataforma principal (aquela que é instalada na primeira laje).
A tela deve ser instalada entre as extremidades de duas
(02) plataformas de proteção consecutivas, só podendo ser
retirada quando a vedação da periferia (fechamento por blocos,
tijolos, etc), até a plataforma imediatamente superior, estiver
concluída.
No caso da existência de pavimentos no subsolo, a norma
alude ao fato da obrigatoriedade de instalação de plataformas
terciárias de proteção, de dois em dois pavimentos, contadas em
direção ao subsolo. As plataformas devem ter na sua concepção:
2,20 m de projeção horizontal da face externa da edificação, com
complementação de apara por 0,80 e inclinação de 45° graus, a
partir de sua extremidade.
Nesse ditames podemos aludir ao conjunto técnico de
medidas contra quedas na seguinte figura ilustrativa:
256
Esquema simplificado, representando a alocação das
plataformas.

Redes de Segurança

Quando as características de construtividade da edificação,


seja pela sua concepção arquitetônica, seja pelos seus métodos
de engenharia construtiva, impedirem que se instale proteções do
tipo plataforma, a Norma Regulamentadora NR18, dispõe em sua
redação a necessidade de adoção de redes de segurança.
Utilizando-se da definição: Sistema Limitador de Quedas de
altura, uma vez que esse “sistema” é composto por elementos
fixatórios e de retenção de quedas, a norma dá providências
técnicas que devem ser seguidas com regramento, uma vez que
ela substitui, outro complemento de segurança.

257
O Sistema Limitador de Quedas, é composto por:

- Rede de Segurança.
- Cordas de sustentação ou amarração e perimétrica da
rede.
- Conjunto de sustentação, fixação, e ancoragem e
acessórios da rede composto de: elemento forca, grampos de
fixação de elemento forca, e ganchos de ancoragem da rede na
parte inferior.
As dimensões do Sistema Limitador de Quedas, deve ter no
mínimo: 2,50 metros de projeção horizontal, a partir da face
externa da edificação, sendo que na parte inferior, onde a rede
deverá ficar afixada, ela deve permanecer o mais próximo possível
do plano de trabalho, e aqui entende-se como chão, piso ou solo.
A prerrogativa técnica dessa normalização, deve-se em caso de
ocorrência de uma queda, se a tela estiver abaixo do piso, o
próprio peso do trabalhado pode abrir uma fenda na tela e provocar
sua queda. Essas redes devem possuir malha uniforme em toda a
sua extensão, ou seja: sem rasgos, furos, desfiamentos, ou outros
danos.
Quando necessárias emendas na rede, estas devem
garantir que sejam mantidas as características originais, com
relação à resistência, tração e deformação em sua panagem,
sendo proibidas emendas com sobreposição, pois essa prática
pode acarretar o desprendimento e causar rasgos em sua
superfície.
Os elementos de sustentação tipo forca – que já foi
comparada neste trabalho, semelhantes às mãos francesas,
devem ser instaladas no máximo à cinco metros uma da outra,
devendo ser dimensionadas por profissional legalmente habilitado.
As redes devem ser fabricadas em cor que proporcione
contraste - e ser visível para o trabalhadores, preferencialmente

258
escura, em cordéis 30/45, com distanciamento entre nós de 40
milímetros a (60) sessenta milímetros, e altura mínima de 10,00 m.
Veja a ilustração a seguir:

Esse quatro dispositivos que abordamos neste capítulo,


tem que ser dimensionados e principalmente fabricados com
atenção e qualidade, visto que são artefatos que depois de
instalados, deverão prover um grau de segurança muito bom à
coletividade de trabalhadores, pois há na bibliografia da
infortunística – ciência que trata dos acidentes, relatos de
equipamentos que se fragmentaram e colapsaram devido a baixa
qualidade dos materiais empregados em sua fabricação, assim
como a instalação sem orientação técnica, que causaram graves
acidentes.
Na página seguinte, o leitor confere um Infográfico com o
Perímetro de Segurança Unificado, detalhando as principais
medidas técnicas aludidas na Norma Regulamentadora 18.

259
260
28-Isolamento, sinalização e delimitação.

Todo o setor que vier sofrer intervenção, seja ela de


natureza: hidráulica, civil, alvenaria, demolição, requadramento,
instalação de infraestrutura, movimentação de máquinas e
equipamentos, içamento de cargas, instalação de caixilhos, perfis,
portas, janelas, entre outros, serão identificados e conforme o
nível de risco e impacto, deverá ter seu entorno devidamente
isolado, sinalizado e delimitado, conforme as identificações de
cores da NR 26, para assegurar a segurança de funcionários,
terceiros, prestadores, fornecedores e usuários, alertando e
informando assim, os trabalhos que estão sendo efetuados, à
todos que transitarem dentro dos canteiros.
O isolamento deve ser efetuado, sempre que existirem
condições, onde as equipes que necessitam efetuar tarefas com
potencial de causar danos, lesões, impactos, ou outros agravos à
saúde se configurarem dentro das áreas afetadas.
As tarefas de isolamento, segundo debates, entrevistas e
coletas de informações com profissionais da área, são ações que
acabam ficando em segundo plano pelas equipes, devido ao não
aculturamento da Gestão da obra e dos próprios trabalhadores que
acabam relegando o tema – mesmo que de forma inconsciente –
para os profissionais da área de Segurança do Trabalho.
Os dispositivos de isolamento como balizadores, postes de
sinalização, cones de isolamento, fitas demarcatórias, acabam se
tornando uma despesa adicional para o valor do contrato da obra,
que segundo seus gestores, “onera” o orçamento do projeto, visto
que esse material provavelmente será extraviado pelos
colaboradores, ou acabará se diluindo e se misturando com o
material de outras equipes que dividem o mesmo canteiro. Esse
argumento é tão contraditório, pois as equipes tomadoras de mão
de obra, e as prestadoras de serviço, em comum acordo, antes de
assinar qualquer contrato, poderiam dividir o valor desse tipo de
261
despesa, que na realidade não é tão oneroso assim. Percebe-se
que o setor de compras e aquisição da empresa tomadora da mão
de obra, necessita de uma maior consonância com a Gestão de
Segurança do Trabalho, procurando entender o valor da vida dos
colaboradores, sendo eles terceiros ou não.
Deixando a burocracia de lado, porque este não é o objetivo
desse trabalho, voltemos aos aspectos técnicos desse assunto.
Como sabemos, existem variados tipos de dispositivos, que
podemos utilizar para efetuarmos um isolamento de área, com
uma identificação visual de segurança de alerta e proibição.
Não há normalização de segurança que alude qual a
hierarquia que devemos utilizar para delimitar determinada área:
tapumes, cerquites, correntes, balizadores, ou uma simples fita
zebrada. Porém devemos usar o bom senso para entender, quais
dispositivos serão mais eficientes, e quais o aculturamento do
corpo de trabalhadores está mais apto a entender e respeitar.
Há que se entender, que dentro de algumas culturas de
segurança mais desenvolvidas, alguns tipos de material, foram
banidos das operações – como é o caso da fita zebrada – pois
podem causar contaminação nos produtos ali produzidos,
influenciando de forma negativa no padrão de qualidade dos
insumos e do produto final.
Como já foi explanado anteriormente, as cores tem um
profundo apelo emocional aos sentidos humanos, provocando
reações e ativando instintos. Não por acaso, as fitas zebradas tem
padrão preto-amarelo, visto que essas cores intercaladas
produzem uma resposta emocional, sendo excelentes
sinalizadores, quando avistadas de longe.
Neste documento, usamos como referência a normalização
ANBT NBR 7195 – Cores para Segurança, normalização essa
muito utilizada para a realização de identificação de máquinas,
passarelas, locais de passagem, guarda-corpos de máquinas,
entre outras peculiaridades.
262
Já para as tubulações a normalização utilizada é a ABNT
NBR 6493 – Emprego de cores para identificação de tubulações.
Vejamos um padrão coeso, para a utilização de placas e
identificação de tubulações nos Canteiros de Obras.

263
264
265
29-Gestão em Resíduos de Construção Civil.

As atividades que compõe todo o escopo de tarefas ligadas


à construção civil, possuem a característica de geração de
resíduos e material para descarte muito grande. Os materiais
utilizados para dar forma as estruturas, as embalagens que
protegem esses materiais, as demolições, e as desmobilizações
de imóveis e estruturas antigas, geram um número infinito de
insumos não recuperáveis, que devem ser descartados de forma
responsável pela Gestão da obra.
Bom primeiramente devemos deixar claro para todos os
envolvidos, a definição de lixo e resíduo:
Resíduo ou lixo, é qualquer material considerado inútil,
supérfluo, e/ou sem valor, gerado pela atividade humana de
descarte, e a qual precisa ser destinado de forma correta e se
possível: reusado, reutilizado e reciclado, quando as tecnologias
assim permitirem. A diferença entre o lixo e o resíduo, é que o
primeiro não pode ser reutilizado reusado ou reciclado, uma vez
que ele foi fabricado com características de possuir elementos de
nocividade para o organismo humano, com características
patogênicas cancerígenas, mutagênicas ou teratogênicas, devido
aos compostos utilizados neles.
Produtos compostos por agentes químicos como chumbo,
mercúrio, cádmio, cromo, podem se impregnar em suas
embalagens e contaminá-las de modo a não poder ocorrer a
engenharia reversa de reutilização, e esses produtos, necessitarão
passar por processos de esterilização, descontaminação entre
outros, somente para após, serem enviados ao aterro, ou até
mesmo para incineração.
Porém, não basta haver uma normalização para descarte
de resíduos e leis ambientais muito bem definidas e redigidas, sem
haver um engajamento da direção, do planejamento e da gestão
266
da obra. Ações simples, calcadas em bom senso e reutilização,
podem trazer benefícios para o bom desempenho das tarefas, e
para a Segurança do colaboradores, como um todo.
Coletores de resíduos por exemplo, podem ser fabricados
por colaboradores da própria obra, reutilizando tambores, que
podem ser pintados e identificados nas cores da resolução do
Conama17, criando assim a Gestão de Coleta seletiva, que deve
ser realizada em todas as áreas comuns da obra.
O aspecto mais significativo de resíduos dentro de uma
obra, diz respeito ao entulho gerado por demolições e
desmontagens, que geram: blocos e tijolos fragmentados, fiação
elétrica, restos de rebocos e argamassas, vergalhões e armações
de aço retorcido, janelas portas e louças e metais sanitários, entre
outros resíduos e que precisam de caçambas especiais para
acolhe-los e armazená-los até sua destinação.
É importante que no ato de contratação do destinatário
desses resíduos, a Gestão da obra apenas oficialize a contratação,
de empresas que estejam devidamente regularizadas em órgãos
ambientais: CETESB, IBAMA, CONAMA, etc, e nos órgãos da
Prefeitura e Governo estadual, para que não acarrete em multas
aos envolvidos na direção dos projetos, quando de uma possível
fiscalização.
Os colaboradores devem estar aptos a entender e colocar
em prática a segregação desses resíduos, separando os materiais
em pallets, tambores, cestos aramados, recipientes, bags, ou
outros, para que os diferentes resíduos, não venham a se misturar
e se diluir dentro de “montanhas de lixo”, criando assim um mix de
resíduos, impossíveis de serem separados posteriormente.
Assim como já foi aludido no capítulo de armazenamento de
materiais e insumos – 05- Gestão de Atividades de
Armazenamento de materiais e insumos - as equipes, deverão

17
Conselho Nacional do Meio-ambiente
267
confeccionar armazéns para armazenar resíduos perigosos, como:
diferentes tipos de lâmpadas halógenas, vapor metálico, mercúrio,
lâmpadas fluorescentes, assim como reatores e baterias, que
foram retirados de sistemas antigos de aclaramento em imóveis
velhos, pois tais resíduos, por conterem substâncias químicas
tóxicas, não podem ser descartadas em lixões ou aterros
sanitários. Se a obra for de demolição, reparo e manutenção em
edifícios e imóveis antigos, com certeza, haverá esse “passivo”,
para a Gestão da obra ter que administrar, uma vez que essa
condição, pode ter sido celebrada em contrato.
Aos técnicos e supervisores, cabem o monitoramento, a
contabilidade do resíduo gerado, e a destinação correta, para que
a obra não sofra embargos e paralisações por negligência em
assunto tão importante.
Não pretendemos aqui nos alongar muito no assunto, pois
esta matéria, não é de domínio do autor, mas podemos fornecer
algumas ideias práticas, conforme nosso grau de aprendizado em
diversas obras.
Claro, que cada equipe Gestora das diferentes obras,
deverá manter uma escopo de destinação, mais detalhada ou mais
simplificada, conforme o nível de complexidade do projeto, e a
demanda de aluguel de caçambas para remoção de resíduos deve
ter um cronograma que não sature a obra, gerando montanhas
abarrotadas de resíduos escorrendo por toda a obra, e
emporcalhando a mesma.
Um problema que se apresenta com resoluções nada
ortodoxas dentro de uma obra, é a limpeza de material de trabalho
com a manipulação de água. Sabemos que existe um grande
problema de geração de resíduos em construção civil: Acreditar
que eles se manifestam apenas na forma sólida!
Todos sabemos que a construção civil, gera um alto
consumo de água, que deve ser efetuado de modo consciente, não
apenas por economia, mas porque a escassez e a falta delas em
268
outros locais, acontece justamente em períodos de estiagem, em
que a central de abastecimento, necessita efetuar cortes
sistemáticos, para a economia desse recurso tão substancial à
vida. As equipes costumam efetuar a lavagem de baldes com
mistura de cimento, pincéis, da betoneira de mistura de
argamassas, e acaba gerando resíduos contaminados com
agregados sólidos, que são dispersados em terra. Claro que não
estamos falando aqui de material radioativo, tão pouco resíduos
perigosos. Porém, alguns funcionários, efetuam essas lavagens
em tanques ligados a rede municipal de esgoto, e isso sim é um
problema. Especialmente em cidades que fazem tratamento de
esgoto.
Se a concessionária receber alguma denúncia de
irregularidade, e vier a constatação que o esgoto está recebendo
líquidos provenientes de lavagens de material de construção civil,
a multa pode ser lavrada para a Direção da obra, e um termo de
ajuste de conduta – TAC, pode ser assinado, para que no futuro
se evite tal conduta.
Uma saída simples, pode ser a adoção de tanques de
lavagem, fabricados em tambores, e com encanamento em PVC,
através de conexões flexíveis, para conduzir a água até o local. Os
resíduos líquidos das lavagens poderão ser armazenados nos
tambores, depois tapados (para não ocorrer a proliferação da
dengue) e destinados juntos com o restante dos outros resíduos.
É claro que tais ações devem ser desencadeadas e
deliberadas a partir de um consenso comum. Não basta apenas a
vontade de um colaborador. Ideias de melhorias no Canteiro,
devem ter a adesão de todos, para ter o melhor resultado possível.
Algumas ideias que podem ser de vital importância para a
Gestão de Resíduos:
- Criar um inventário de resíduos, mapeando e
discriminando, aquilo que não tem mais utilidade (inservíveis), e
que deverá ser retirado, segregado e destinado.
269
- Detalhar e computar os resíduos perigosos, e que
deverão ser enviados imediatamente para o destinatário, que
deverá finalizar de forma correta e responsável – incluindo aí o
fornecimento de relatórios de destinação.
- Escolher e demarcar um local, onde possa ser colocadas
as caçambas, assim como o local de construção de baias de
armazenamento de reutilizáveis e recicláveis.
- Treinar e capacitar os colaboradores, empreiteiros,
funcionários e outros, sobre a coleta seletiva e os responsáveis
das coletas, sobre operações de segregação e separação de
materiais e resíduos.
- E o mais difícil: aculturar os trabalhadores a operar e
trabalhar de forma consciente, de maneira responsável com
relação a separação, segregação e destinação dos resíduos, pois
isso irá refletir na segurança da obra.
Na página seguinte o leitor confere, um Infográfico que
alude ao assunto e traz os pontos mais delicados da Gestão de
resíduos em Construção Civil.

270
271
272
30-Plano de Emergência

Visando a remoção das pessoas o mais rapidamente


possível traçamos um plano de atuação da Brigada de Incêndio e
Plano de Abandono. Desta forma reunimos orientações básicas
para o atendimento das diversas situações de sinistros, sempre
observando os procedimentos básicos de emergência.

Procedimentos Básicos

Alerta

Identificada uma situação de emergência, qualquer pessoa


pode alertar a Brigada de Incêndio seja pessoalmente,
comunicando a portaria ou por acionamento de botoeira contida
em pontos estratégicos na empresa, estes juntos aos hidrantes.
A Brigada de Incêndio será direcionada para o local do
sinistro pelo sistema de alarme de incêndio – acionado no local
mais próximo do sinistro.
Os componentes da Brigada de Incêndio deverão se dirigir
até o ponto de encontro ou reunião, para receberem orientações
do chefe da brigada que terá acesso a central de alarme.

Análise da situação

Após o alerta, a Brigada deverá analisar a situação, desde


o início até o final do sinistro. Havendo necessidade, acionar o
Corpo de Bombeiros e apoio externo, e desencadear os
procedimentos necessários, que podem ser priorizados ou
realizados simultaneamente com os recursos disponíveis no local.

273
Primeiros socorros

Prestar os primeiros atendimentos às possíveis vítimas,


com eventual transporte e posterior socorro especializado.

Abandono de área

Proceder ao abandono da área, transferindo todos os


ocupantes para local seguro, ficando presente até a chegada do
Corpo de Bombeiros dando total apoio a corporação até a
definição final. O responsável pela ordem de abandono é o
Coordenador Geral da Brigada de Incêndio e Abandono.

Corte de energia

Desligar os disjuntores do quadro de distribuição elétrica


Obs.: O responsável por esta ação é o Chefe da Brigada

Procedimentos Gerais em Caso de Abandono.

Orientações básicas a serem adotadas durante a execução


do plano de abandono:

Ao toque do alarme de abandono, deverão ser tomadas as


seguintes providências:

• Desligue os equipamentos elétricos;


• Pegue somente seus pertences pessoais (de mão);
• Dirija-se ao local pré-determinado pelo plano de
Abandono (sem correr, sem empurrar);

274
• Mantenha a calma (evite acidentes, tumulto e
pânico);
• Quando não for funcionário, explique o que está
ocorrendo, leve-o para a fila e coloque-o à sua frente;
• Feche todas as portas que for deixando para trás;
• Mantenha-se em silêncio;
• Sabendo que algum funcionário tenha faltado ao
trabalho, avise o coordenador;
• Ande em fila indiana, mantendo-se em ordem;
• Caso você esteja em um andar que não seja o seu,
junte-se ao grupo desse andar;
• Caso você esteja em um pavimento que não seja o
seu, mas faz parte da brigada de abandono, procure chegar ao seu
andar o mais rápido possível, levando em conta o tempo;
• Mantenha distância de 01 braço da pessoa que
estiver à sua frente;
• Seriedade é fundamental, evite barulho
desnecessário;
• Nunca se tranque em salas ou sanitários, não tire as
roupas, pois as mesmas estarão protegendo seu corpo;
• Durante a execução do abandono não fume!
• Não interrompa por nenhum motivo o processo de
saída;
• NÃO RETORNE às dependências do local da
ocorrência;
• Ao chegar ao local do ponto de concentração pré-
determinado, mantenha-se em ordem e devidamente disciplinado;
• Somente retorne ao seu trabalho após a liberação do
coordenador geral;
• Obedecendo as orientações da Brigada de
Abandono você estará seguro e salvo, siga-as e respeite-as.

275
As cinco “Regras de Ouro” de um Plano de Abandono

REGRA 01

Manter livre e desobstruídas todas as saídas, para que a


desocupação do local, seja efetuada de forma objetiva.

REGRA 02

Efetuar a saída, mantendo-se sempre a direita, para que


o grupo de resgate ou CB, possa entrar na edificação sem
a obstrução dos ocupantes.

REGRA 03

Não usar o elevador em hipótese alguma, pois os cabos


podem se romper, devido ao hiperaquecimento.

REGRA 04

Quando houver fumaça no ambiente, manter-se agachado


ou rastejar se for o caso para evitar a inalação, pois a
fumaça é mais leve que o ar, ficando condensada na parte de cima
do ambiente.

REGRA 05

Em casos extremos de fumaça no ambiente, improvisar um


respirador com o que estiver por perto: panos, camisas,
cobertores, etc.

276
Esses procedimentos são de simples entendimento, e tem
sua eficácia comprovada através de inúmeros relatos e registros
feitos pelo Corpo de Bombeiros, que usa esses procedimentos em
seus treinamentos e através de suas ações e iniciativas
protocolares operacionais.
Devemos entender que em hipótese alguma estamos
totalmente livres de um risco de incêndio, pois onde não existe a
prevenção, há falhas e elas podem ser de origem humana ou de
equipamento.
Mas a falha no equipamento, ou na estrutura da edificação
só ocorre por motivos de falhas operacionais, pois alguém deixou
de fazer, o que deveria ser feito. Um extintor que deixou de ser
recarregado, ou um hidrante que não passou por testes de
funcionalidade, poderiam ter evitado um princípio de incêndio, mas
que por uma negligência, ou por imperícia dos operadores, além
de não conterem o incêndio em seu princípio, ainda causaram
lesões ou ferimentos em quem os manipulou.
Diante deste exposto, devemos nos atentar ao que está à
nossa volta e colocar em prática uma visão prevencionista, não só
no trabalho, mas em qualquer ocasião da vida.
Na próxima página, o leitor confere um Infográfico sobre as
medidas mais importantes sobre a prevenção à incêndios.

277
278
Agradecimentos

Muitas pessoas colaboraram para que esta publicação


viesse à tona, mesmo que de forma discreta.
Primeiramente, gostaria de agradecer ao Grande Arquiteto
do Universo nosso Deus, que a tudo nos auxilia para que
possamos contribuir para tornar esse mundo melhor! A escolha
cabe somente a nós!
A meus pais: Clarindo e Amabile que pacientemente me
conduziram pelos livros e pelo gosto à leitura e a escrita.
Aos meu professores (foram tantos), a quem meu apreço e
gratidão nunca terão fim.
Aos grandes profissionais: Alexandre Demétrius Pereira e
Sérgio de Médici Eston, a qual fui aluno e discípulo, minha gratidão
pelos ótimos e valiosos ensinamentos.
Um agradecimento aos amigos Fabio Gregório Giesbrecht
– Diretor da regional Campinas do SINTESP – Sindicato dos
Técnicos em Segurança do Trabalho do Estado de São Paulo, e
ao amigo Luciano Bósio – Engenheiro Civil e Técnico em
Segurança do Trabalho.

A todos meu apreço e gratidão

279
Bibliografia:

• Normas Regulamentadoras do MTE – Ministério do


Trabalho Portaria 3214/78 da Lei 6514/77 de Segurança e
Medicina do Trabalho. Acesso entre junho de 2019 e abril de 2020.
• FUNDACENTRO – Fundação Jorge Duprat
Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho.
http://www.fundacentro.gov.br/
Acesso entre junho de 2019 e maio de 2020.
• SIVIERI, Luiz Humberto. Saúde no Trabalho e
Mapeamento dos Riscos. In Saúde, Meio Ambiente e
Condições de Trabalho: conteúdos básicos para uma ação
sindical. São Paulo: Fundacentro/CUT, 1996. pags. 75-111.
• PEREIRA, Alexandre Demétrius. Tratado de
Segurança e Saúde Ocupacional, Aspectos Técnicos e Jurídicos
– Volumes 01 ao 07. Editora Saraiva, 3° edição, 2016.
• CAMPOS, Armando. CIPA – Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes – Uma nova abordagem. Editora
SENAC. 22a edição.
• TAVARES, José da Cunha. Noções de Prevenção e
Controle de Perdas em Segurança do Trabalho. Editora
SENAC. 08a edição.
• Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros
Militares do Estado de São Paulo. Decreto Estadual 56.819 de
10/03/2011. Acesso entre janeiro e março de 2020.
http://www.corpodebombeiros.sp.gov.br/
• A Segurança contra incêndio no Brasil /
coordenação de Alexandre Itiu Seito, et al. São Paulo Projeto
Editora, 2008. ISBN:978-85-61295-00-4 Download em
09/02/2018. Disponível para download gratuito em:
http://www.corpodebombeiros.sp.gov.br/internetcb/downloa
ds/aseguranca_contra_incendio_no_brasil.pdf

280
• RTP 01 – Recomendação Técnica de
Procedimentos, Medidas de Proteção Contra Quedas de Altura,
FUNDACENTRO, 1999.
• SPINELLI, Luiz Eduardo - Coleção de Cadernos da
Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e
Proteção ao Trabalho - ANIMASEG, Cadernos 01 ao 07.
• Agência Nacional de Transportes Terrestres –
ANTT Resolução 420 de 12/02/2004.
• Associação Brasileira de Normas Técnicas –
ABNT – NBR 6493 Emprego de cores para identificação de
tubulações.
• Associação Brasileira de Normas Técnicas –
ABNT – NBR 7195 Cores para segurança.
• Associação Brasileira de Normas Técnicas –
ABNT – NBR 7500 Identificação para o transporte terrestre,
manuseio, movimentação e armazenamento de
produtos.
• RESOLUÇÃO CONAMA nº 275, de 25 de abril de
2001.
• INSTRUÇÃO TÉCNICA DO CBMESP Nº 20/2015
Sinalização de emergência.
• Livro GHS, Globally Harmonized System of
Classification and Labelling of Chemicals (GHS) (Sistema
Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de
Produtos Químicos).
• NFPA National Fire Protection Association.
• ALVES FILHO, J. P. Cartilha do Trabalhador:
Prevenção de Acidentes no Uso de Agrotóxicos. FUNDACENTRO:
2002.
• ANDEF – Associação Nacional de Defesa Vegetal.
de Manual de uso Correto e Seguro de Produtos
Fitossanitários / Agrotóxicos.

281
• BAGATIN, E. et.al. Doenças Granulomatosas
Ocupacionais. Jornal Brasileiro de Pneumologia 2006;32 (Supl
1):S69-S84.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção
à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas.
Pneumoconioses. Editora do Ministério da Saúde, Brasília, 2006.
• CARNEIRO, L. REACH. Serviços de Segurança e
Saúde no Trabalho. ACT – Autoridades para as Condições de
Trabalho. Porto, Portugal: Setembro/2009.
• LIMA, M. M. T. M Desafios e Resultados da Boa
Prática da Higiene Ocupacional: Alguns Estudos no Campo da
Avaliação das Poeiras. XIII Simpósio do ISMAI Segurança,
Higiene e Saúde no Trabalho. Maia, Portugal: novembro de
2008.
• PLUBIO, A. Z. Prevalência de sintomas
respiratórios entre trabalhadores da indústria moveleira, da
cidade de Votuporanga – SP. Tese de Doutorado apresentada à
Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da
Universidade Estadual de Campinas, para obtenção de título de
Doutor em Saúde Coletiva, área de concentração em Saúde
Coletiva. Campinas, São Paulo: 2008.

282
Anexos

- Planilhas de Permissão de Trabalho – PT


- Planilhas de Checklists de Máquinas e ferramentas

283
Planilhas de Permissões de Trabalho

Identificação da Permissão (Nº)


Permissão Para Trabalho Seguro
(Deve estar disponível no local)
Breve Descrição da Atividade

Local: Equipamento/Máquina

Departamento / Empresa:
Antes do início do trabalho entrar em contato com: Plano de Emergência Anexado: S N NA
Nome:
Name: Building: Setor:
Floor: Phone: Ramal:

O trabalho é uma modificação industrial? S N NA

Riscos presentes na Atividade


Aprisionamento S N NA Iluminação insuficiente S N NA
Aclive e/ou Declive acentuado S N NA Incêndio S N NA
Análise Preliminar de Riscos

Animais Peçonhentos S N NA Queda de Objetos e Pessoas S N NA


Atropelamento S N NA Projeção de Materiais S N NA
Bater Contra S N NA Ruído S N NA
Identificação

Calor Excessivo S N NA Produto químico Perigoso S N NA


Carga Suspensa S N NA Superfície aquecida S N NA
Vasos sob pressão S N NA Remoção de Disp. de Segurança S N NA
Colisão de veículos/equipamentos S N NA Afeta rota de fuga S N NA
Contato com equipamento energizado S N NA Explosão S N NA
Contato com material perfuro cortante S N NA Falha no isolamento da área S N NA
Contato com partes móveis S N NA Ferramenta inadequada S N NA
Derramamento/Transbordamento S N NA Eletricidade S N NA
Içamento/Moviementação S N NA Espaço Confinado S N NA
Gases, vapores ou Poeiras Perigosos S N NA Outros: Se "S" Especificar S N NA

Definição do Tipo de Permissão para Trabalho Seguro Necessária:

Trabalho em Altura (PTS - A) S N NA Nº Trabalho a Quente (PTS - B) S N NA Nº


Espaço Confinado (PTS- C) S N NA Nº Escavação (PTS- D) S N NA Nº
Alta Tensão (PTS - E) S N NA Nº Equipamentos energizados (PTS - E) S N NA Nº
Abertura de Linha (PTS - F) S N NA Nº Içamento (PTS - G) S N NA Nº
Outros Trabalhos (PTS - H) S N NA
Especificar:

IMPORTANTE:

Outro checklist anexado (Se "S" especificar abaixo) S N NA Especificar:

Medidas Gerais de Prevenção EPI´s Básicos Necessários


Isolamento e sinalização de área? S N NA
Proteção para utilização de Produto Perigoso? S N NA
Materiais removidos evitando risco de queda? S N NA
Medidas adicionais Capacete Ou
Boné de Seg
Óculos Calçado Segur

S N NA S N NA S N NA

Outros:

Prot. Auric. EPP´s


S N NA S N NA
Ramal de Emergência:
284
0
Identificação da Permissão (Nº)
Permissão Para Trabalho Seguro
(Deve estar disponível no local)

Validação da Permissão e Assinaturas

Data Início Hora Início Data Término Hora Término


Esta Permissão geral de trab alho e os check lists de trab alhos perigosos somente serão validos dentro dos prazos
descritos e horários especificados. Todos os campos devem estar assinados antes do inicio do trab alho. A
permissão deve estar disponivel e visivel na área em que ocorre o trab alho.

Executante Executante Executante


Nome (Legível): Nome (Legível): Nome (Legível):

Assinatura Assinatura Assinatura

Executante Emissor da PT Supervisor de Área


Nome (Legível): Nome (Legível): Nome (Legível):

Assinatura Assinatura Assinatura

Confirmação de que todas as Informação de que as precauções


EHS (Para Ciência se Aplicável) precauções e verificações necessárias e verificações no local
Nome (Legível): necessárias foram implementadas de foram citadas e tomadas. Instruções
acordo com os check lists dadas na autorização de trabalho serão
Assinatura seguidas. Todos os trabalhadores foram
informados.

Devolução da Permissão (Retornar ao Em issor depois de assinado)


(Supervisor: por favor preencher os campos abaixo)
Status do Trabalho Status da area/instalação/equipamento
Completo S N Pronto para operação normal S N
Incompleto (Especificar) S N Não está pronto para operar (Especificar) S N

Retirado todo ferramental utilizado nas atividades de manutenção? S N NA


Retirado cabos, fios e extensões? S N NA
Retirado andaimes, escadas, plataformas, etc.? S N NA
Retirado todo material de sinalização? S N NA
Após trabalho à quente as tubulações, equipamentos já esfriaram? S N NA
Retirado todos os bloqueios (válvula / Chave de Comando)? S N NA
Sistema de energia em ordem? S N NA
Local está limpo? S N NA

Executante (Responsável) Supervisor de Área


Nome (Legível): Nome (Legível): Data:
Hora:
Assinatura Assinatura

Emissor EHS LOCAL


Nome (Legível): Nome (Legível):

Assinatura Assinatura

Ramal de Emergência:
285
A Trabalho em Altura
Identificação da Permissão (Nº)

Este formulário SEMPRE deve estar acompanhado da Permissão de Trabalho Geral


As questões abaixo são para auxiliar em sua análise de riscos.
Uso: Em caso de "S" continue na coluna da direita:
Andaime S N NA Aprovado e inspecionado previamente S N NA

Operadores e trabalhadores treinados S N NA


Plataforma Elevatória (PTA) S N NA Autorização para utilizar o equipamento S N NA
Uso de cinto e trava quedas S N NA

Não há utilização de outro equipamento S N NA


Escada S N NA Usado para atividades rápidas
e com menor risco potencial S N NA
Escada Amarrada ou trab.em 2 pessoas? S N NA
Escada Inspecionada S N NA
Trabalhadores treinados S N NA

Necessário uso de cinto e trava quedas ? S N NA Inspecionado antes do inicio da atividade S N NA


Ponto de acoragem definido por
pessoal qualificado S N NA

Materiais de isolamento e sinalização ? S N NA Materiais usados são adequados S N NA

EPI´s Adicionais (Além dos básicos descritos na PT Geral)

Outros:

Cinto Tipo paraqudista Capacete


S N NA S N NA

Medidas Necessárias
Área do trabalho isolada, impedindo passagem de veículos e pessoas? S N NA

Obstaculos no local ou nas proximidades do trabalho (Cabos Elétricos, Tubulações, etc.)? S N NA

Vents, chaminés, ou saídas de gas ou vapor em alta temperatura ou substância perigosa? S N NA

Peças ou equipamentos a serem protegidos contra quedas? S N NA

Saída de Emergência desbloqueada? S N NA

Materiais/ferramentas que precisam ser elevados ou abaixados? S N NA

Necessidade de Guarda Corpo instalado no local do trabalho? S N NA


Ponto de ancoragem do cinto previamente definido e adequado? S N NA

Andaime ou Escada montados em local plano, sem desnivel acentuado? S N NA

Montagem do andaime com guarda-corpo 1m acima do nível de trabalho? S N NA

Forração completa do nível de trabalho do andaime? S N NA

Plataforma elevatória em local sem desnível acentuado? S N NA

Materiais e EPI´s inspecionados previamente? S N NA

Outros:

Trabalho em Telhado S N NA

Resistência do telhado suficiente? S N NA Isolamento e sinalização da área abaixo? S N NA

Proteção contra queda ou guarda corpo S N NA Telhado danificado na área de trabalho? S N NA


Medidas adicionais:
FR-SHE-039

286
0

A Trabalho em Altura
Identificação da Permissão (Nº)

Este formulário SEMPRE deve estar acompanhado da Permissão de Trabalho Geral

Condições Ambientais no momento do trabalho


Obs: Permissão deve ser revisada em caso de condições inadequadas (Campos da Direita).

Visibilidade Geral Boa S Ruim S

Chuva Ausente S Presente S

Superficie de Trabalho Seca S Escorregadia S

Vento Ausente S Intenso S

Superficie escorregadia por respingos de óleo ou produtos? S N NA

Medidas Adicionais
Obs: Descrevas as medidas adicionais a serem tomadas antes da realização da atividade

Avaliação Ambulatório Médico Data:


Hora:
Necessário aferição de Pressão Arterial S N NA

Necessário Teste de Equilibrio S N NA

Nome Nome Nome Nome

Resultado Resultado Resultado Resultado

Enfermeiro(a):

Assinatura:

Em issor Supervisor de Área


Nome (Legível): Nome (Legível): Data:

Hora:
Assinatura Assinatura

FR-SHE-039

287
Identificação da P ermissão (Nº)
Trabalho a Quente
Este formulário SEMPRE deve estar acompanhado da Permissão de Trabalho Geral

Os materiais inflamáveis ou combustíveis foram removidos em um raio de no mínimo 10 m? S N NA


Se "N": Inflamáveis e combustíveis devem estar com proteções metálicas e/ou mantas ou divisórias anti-chamas
Detritos, sujeira e poeiras removidos? S N NA

Áreas ao redor do local de trabalho, incluindo reatores, tubulações, atrás de paredes, etc. S N NA
Verificadas
foram verificadas se contem materiais inflamáveis ou combustível?

Presença de piso ou estruturas feitas/com de material combustível? S N NA


Se "S" especificar precauções a serem tomadas (ex. molhar com água, cob rir com material inerte):

Utilização de Mantas/telas anti-chamas para evitar dispersão de faíscas? S N NA

Isolamento e sinalização adequados? S N NA

Válvulas, drenos e tampas de abertura automática estão desativadas? S N NA

Uso de raquetes ou seccionamento em tubulação e/ou sistema de exaustão que podem


aspirar faíscas ou particulas aquecidas? S N NA

Equipamentos inspecionados préviamente? S N NA

Ventilação suficiente no local de trabalho? (natural S Forçada S NA ) S N NA

Aparelhos elétricos e cabos isolados eletricamente? S N NA

Materiais adjacentes e tubulação protegidos? S N NA

Para trabalho em altura as áreas abaixo estão protegidas? S N NA

Necessário monitoramento da Atmosfera para identificar gases inflamáveis ou vapores


antes do início ou durante a atividade? S N NA

Hora

%LEL

Data da Última Calibração do Equipamento:

Necessário aplicação de LOTOTO em linha ou equipamento? S N NA


Se "S" utilizar formulário I - Bloqueios

Equipamento de Prevenção e Combate a Incêndio


Extintores Água S PQS S CO2 S NA

Hidrante S NA Sprinkler S NA

Brigada de Emergência S NA Brigada de Emergência Se "S" Brigada de Emergência


Nome (Legível): deve estar presente durante o
Sistema de Alarme Ativo S NA trabalho a quente e 30 minutos
Assinatura após a conclusão do trabalho

Verificação depois de 1 2 3 h NA Hora da última Inspeção

EPI´s Adicionais (Além dos básicos descritos na PT Geral)

Outros:

Protetor Facial Luva de Raspa Avental Raspa


S N NA S N NA S N NA

288
Identificação da P ermissão (Nº)
Trabalho a Quente
Este formulário SEMPRE deve estar acompanhado da Permissão de Trabalho Geral

Informações Adicionais

Local de Alarme ou Ramal mais Próximo

Necessidade de desativar dispositivos de detecção de incêndio S N NA


Se "S":
Necessário notificação a Equipe de Segurança (EHS) S N NA
Telefone Nome

Requer comunicação a Seguradora? S N NA (Tel. Da Seguradora)

Verificado se os dispositivos de detecção estão ligados? S N NA

Medidas Adicionais
Obs: Descrevas as medidas adicionais a serem tomadas antes da realização da atividade

Observações

Emissor Supervisor de Área


Nome (Legível): Nome (Legível): Data:

Hora
Assinatura Assinatura

289
Identificação da Permissão (Nº)
Içamento de Cargas

O içamento será realizado por equipamento adequado (Guindaste, munck, Grua, etc)? S N NA

O equipamento passou por inspeção prévia? S N NA

O limite de carga que o equipamento suporta é superior ao peso do material a ser içado? S N NA

A resistência indicada nas cintas e cabos é superior ao peso do material a ser içado? S N NA

O operador do equipamento possui treinamento e capacitação para a atividade? S N NA

Equipamento está patolado em local correto e de forma adequada? S N NA

Área de Trabalho devidamente isolada e sinalizada? S N NA

Apresentado Plano de Rigging para atividade de içamento? S N NA

Os pontos de pega foram verificados e são adequados? S N NA

Ponto de fixação da cinta caracteriza trabalho em altura? Se "S" utilizar form. A-Trab. Altura S N NA

Condições Ambientais no momento do trabalho


Obs: Permissão deve ser revisada em caso de condições inadequadas (Campos da Direita).

Visibilidade Geral Boa S Ruim S

Chuva Ausente S Presente S

Superficie de Trabalho Seca S Escorregadia S

Vento Ausente S Intenso S

Superficie escorregadia por respingos de óleo ou produtos? S N NA

Medidas Adicionais
Obs: Descrevas as medidas adicionais a serem tomadas antes da realização da atividade

Emissor Supervisor de Área


Nome (Legível): Nome (Legível):

Assinatura Assinatura

Data: Hora:

290
Identificação da Permissão (Nº)
Escavações
Este formulário SEMPRE deve estar acompanhado da Permissão de Trabalho Geral

A Escavação também caracteriza um espaço confinado? S N NA


Se "S", utilizar o formulário C-Espaço confinado
Projetos e plantas foram verificadas para identiciar cabos e tubulações? S N NA

Necessário verificação de cabos ou tubulações subterrâneas? S N NA

Necessário acompanhamento full time da supervisão? S N NA

Utilização de Ferramentas Manuais na presença de cabeamentos ou tubulações subterâneas? S N NA


Método para prevenir desmoronamentos na área de escavação aprovados? S N NA

Necessário Equipamentos com proteção elétrica (isolados)? S N NA

Necessário ferramentas anti-faíscas (Material anti faísca)? S N NA

Área de Trabalho devidamente isolada e sinalizada? S N NA

EPI´s Adicionais (Além dos básicos descritos na PT Geral)

Equip. Ar Outros:
Mandado
Cinto Paraquedista Capacete
S N NA S N NA S N NA

Necessário bloqueio de linhas de processo ou de utilidades (Vapor, água, etc)? S N


Necessário Bloqueio de fontes de Energias (Elétrica, Hidráulica, etc)? S N
Necessário Bloqueio de equipamentos ou dispositivos elétricos? S N
Bloqueio de Energias Mecânicas? S N
Se "S" para alguma resposta abaixo, necessário utilizar o formulário Bloquio e Etiquetagem

Recomendado Procedimento de Resgate? S N (Se "S" Anexar a Permissão de Trabalho Geral)


Equipe de Resgate? S N (Se "S" complete campo abaixo)

Medidas Adicionais
Obs: Descrevas as medidas adicionais a serem tomadas antes da realização da atividade

Emissor Supervisor de Área Equipe de Resgate (Se Aplicável)


Nome (Legível): Nome (Legível): Nome (Legível):

Assinatura Assinatura Assinatura

Data: Hora:

291
C Permissão de Trabalho Espaço Confinado - PTC
Caráter informativo para elaboração da Permissão de Trabalho em Espaço Confinado
Nome da empresa:

Local do espaço confinado: EC nº

Data e horário da emissão: Data e horário do término:

Trabalho a ser realizado:

Trabalhadores autorizados:

Vigia: Equipe de resgate:

Supervisor de Entrada:

Procedimentos que devem ser completados antes da entrada


1. Isolamento S( ) N( ) 9. Procedimentos de resgate: N/A ( ) S ( ) N( )
2. Teste inicial da atmosfera: horário 10. Procedimentos e proteção de movimentação
N/A ( ) S ( ) N( )
vertical:
Oxigênio [% O 2] 11. Treinamento de todos os trabalhadores? É atual? N/A ( ) S ( ) N( )
Inflamáveis [% LIE]
12. Equipamentos:
Gases/vapores tóxicos [ppm] 13. Equipamento de monitoramento contínuo de gases
aprovados e certificados por um Organismo de Certificação
Credenciado (OCC) pelo INMETRO para trabalho em áreas S( ) N( )
potencialmente explosivas de leitura direta com alarmes em
condições:
Poeiras/fumos/névoas tóxicas [mg/m3] Lanternas N/A ( ) S ( ) N( )
Nome legível / assinatura do Supervisor dos testes:
Roupa de proteção N/A ( ) S ( ) N( )

3. Bloqueios, travamento e etiquetagem N/A ( ) S ( ) N( ) Extintores de incêndio N/A ( ) S ( ) N( )

4. Purga e/ou lavagem N/A ( ) S ( ) N( ) Capacetes, botas, luvas N/A ( ) S ( ) N( )


5. Ventilação/exaustão – tipo, equipamento
N/A ( ) S ( ) N( ) Equipamentos de proteção respiratória/autônomo ou
e tempo N/A ( ) S ( ) N( )
sistema de ar mandado com cilindro de escape
6. Teste após ventilação e isolamento: horário
Cinturão de segurança e linhas de vida para os trabalhadores
Oxigênio % O 2 > 19,5% ou < 23,0 % S( ) N( )
autorizado
Cinturão de segurança e linhas de vida para a equipe
Inflamáveis %LIE < 10% N/A ( ) S ( ) N( )
de resgate
Gases/vapores tóxicos [ppm ] Escada N/A ( ) S ( ) N( )
Equipamentos de movimentação vertical/suportes
Poeiras/fumos/névoas tóxicas [mg/m3] N/A ( ) S ( ) N( )
externos
Nome legível / assinatura do Supervisor dos testes: Equipamentos de comunicação eletrônica aprovados
e certificados por um Organismo de Certificação
N/A ( ) S ( ) N( )
Credenciado (OCC) pelo INMETRO para trabalho em
áreas potencialmente explosivas
Equipamento de proteção respiratória autônomo ou sistema
7. Iluminação geral S( ) N( ) de ar mandado com cilindro de escape para a equipe de S( ) N( )
resgate
Equipamentos elétricos e eletrônicos aprovados e
certificados por um Organismo de Certificação
8. Procedimentos de comunicação: S( ) N( ) N/A ( ) S ( ) N( )
Credenciado (OCC) pelo INMETRO para trabalho em
áreas potencialmente explosivas
9. Departamento Médico Nome:
Avaliação da Pressão Arterial e Teste de Nome:
Equilíbrio Nome:

Procedimentos que devem ser completados durante o desenvolvimento dos trabalhos


Permissão de trabalhos a quente N/A ( ) S ( ) N( )

Procedimentos de Emergência e Resgate


Bombeiros: N/A ( ) S ( ) N( ) Telefones e contatos: N/A ( ) S ( ) N( )

Segurança: N/A ( ) S ( ) N( ) Ambulância: N/A ( ) S ( ) N( )

Obs.:
· A entrada não pode ser permitida se algum campo não for preenchido ou contiver a marca na coluna “ não” .
· A falta de monitoramento contínuo da atmosfera no interior do espaço confinado, alarme, ordem do Vigia ou qualquer situação de risco à
segurança dos trabalhadores, implica no abandono imediato da área
· Qualquer saída de toda equipe por qualquer motivo implica a emissão de nova permissão de entrada. Esta permissão de trabalho deverá ficar
exposta no local de trabalho até o seu término. Após o trabalho, esta permissão deverá ser arquivada.
Le ge nda : N/ A – “nã o se a plic a ”; N – “nã o”; S – “sim”.
Ciência dos Responsáveis:
Responsável Setor: Responsável Manutenção:

FR-SHE-002 rev04

292
Identificação da Permissão (Nº)
PERMISSÃO PARA TRABALHO SEGURO -

PTS E - Equipamentos Energizados e LOTOTO


Este formulário SEM PRE deve estar acompanhado da Permissão de Trabalho Geral
Máquina/Equipamento a ser Bloqueado
Nome/No. da Máquina/Equipamento:

Complete também o Verso - Planilha de Bloqueio

Bloqueio de Energia ( c irc ule o que f o r re le v a nt e ) Desligado Bloqueado Sinalizado Testado


Painél Elétrico S S S S
Energia Pneumatica S S S S
Energia Hidraulica S S S S
Gravidade S S S S
Mecânica S S S S
Rotação/Movimento S S S S

Bloqueio de Energia Elétrica


Trabalho deve ser realizado por colaborador devidamente capacitado e apto
Trabalho em um painél elétrico? S N NA Trabalho em um sistema mecânico S N NA

Ident. do Sistema Ident. do Sistema

Switch Desligado e aplicado bloqueio? S N NA Interruptor desligado e bloqueado? S N NA


Tag fixada S N NA Tag fixada S N NA
Fusíveis Removidos? S N NA Fusíveis Removidos? S N NA
Painél está desenergizado? S N NA Sitema testado e desenergizado? S N NA

Necessário atividade em rede elétrica viva? S N NA Tensão Máxima apresentada V


Se "S" especificar as condições abaixo:
Barreira de Segurança S N NA Motivo para realizar a atividade:
Balaclava S N NA
Luvas para Alta Tensão S N NA
Materiais Isolados S N NA
Vestimenta Manga Longa S N NA
Ferramentas c/ isolamento S N NA

Bloqueio de Utilidades ( C irc ule o que f o r re le v a nt e )


Meios Desligado Bloqueado Sinalizado Testado
Vapor S S S S
Nitrogenio S S S S
Água de refrigeração S S S S
Óleo Hidraulico S S S S
Óleo Térmico S S S S
Ar Comprimido S S S S
Vácuo S S S S
Gás Natural S S S S
Outros meios (Especificar): S S S S

Linha isolada com Raquetes ou flange cega? S N NA


Se "N" apresente os motivos e descreva com o bloqueio será feito:

Quais áreas serão afetadas por este bloqueio?

As áreas afetadas foram notificadas? S N NA

293
Identificação da Permissão (Nº)
PTS E - EQUIP ENERGIZADOS E LOTOTO
Este formulário SEMPRE deve estar acompanhado da Permissão de Trabalho Geral
Nome ou código do Equipamento ou sistema

Este plano de bloqueio pode ser substituído por um esquema detalhado para o bloqueio de uma máquina dedicada

Bloqueio Equipamento Elétricos


(Local: switch; Partida do motor; Quadro de fusíveis; Painél de Distribuição)
Realizado Confirmado Removido
No. TAG Descrição do bloqueio Iniciais das pessoas responsáveis
E1
E2
E3
E4
E5
E6
E7

Bloqueio Energia Mecânica


Gravidade S N Pneumática S N Mola S N
Inercia S N Hidráulica S N
Outros
Realizado Confirmado Removido
No. TAG Descrição do bloqueio Iniciais das pessoas responsáveis
M1
M2
M3
M4
M5
M6
M7

Bloqueio de linhas de Utilidades ou Processo


Realizado Confirmado Removido
No. Label Isolation Description Iniciais das pessoas responsáveis
P1
P2
P3
P4
P5
P6

U1
U2
U3
U4
U5
U6

Emissor Supervisor de Área


Nome (Legível): Nome (Legível): Data:
Hora:
Assinatura Assinatura

294
Lista De Executantes - Permissão de Trabalho

Descrição da Atividade: Data:

Local: Número das Permissões de Trabalho Relacionadas:

Empresa / Sertor: Frente de Trabalho:

Permissão de trabalho em
nº NOME ASSINATURA Nome e Assinatura Ambulatório
Altura - pressão arterial

Apto Inapto NA
1

Apto Inapto NA
2

Apto Inapto NA
3

Apto Inapto NA
4

Apto Inapto NA
5

Apto Inapto NA
6

Apto Inapto NA
7

Apto Inapto NA
8

Apto Inapto NA
9

Apto Inapto NA
10

Apto Inapto NA
11

Apto Inapto NA
12

Apto Inapto NA
13

Apto Inapto NA
14

Apto Inapto NA
15

Apto Inapto NA
16

Apto Inapto NA
17

Apto Inapto NA
18

Apto Inapto NA
19

295
Apto Inapto NA
20
Planilhas de Checklist de Máquinas e ferramentas

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306
Sobre o autor:
- Formado em Segurança do
Trabalho, pelo Colégio
Técnico Tableau de
Jundiaí;
- Especialização em
Higiene Ocupacional
Aplicada pelo SENAC;
- Especialização em
Responsabilidades Legais
em Segurança do Trabalho e
Normas Regulamentadoras
pelo LACASEMIN da Escola
Politécnica da USP;
- Instrutor Técnico de
Trabalho em altura.
- Instrutor Técnico
palestrante no SINTESP
Sindicato dos Técnicos em
Segurança do Trabalho no
Estado de São Paulo.
- Prestação de assessoria
de Segurança em empresas
de médio e grande porte,
respectivamente –
Transformadores Jundiaí e
Usiminas site Cubatão,
LOCK Construtora, com
grande experiência em
canteiros de trabalho e
obras civis e elétricas.
- Criador de conteúdo de
Segurança do Trabalho,
através da plataforma
digital: Legião da
Segurança.

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