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ALTERNATIVAS

PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS


DA CONSTRUÇÃO CIVIL
3ª Edição
ALTERNATIVAS
PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

3ª EDIÇÃO

eSTA PUBLICAÇÃO FAZ PARTE DA 8ª EDIÇÃO DO KIT QUALIDADE SINDUSCON-mg


ficha técnica

Realização Colaboração
Aylton Benício Lima – DESA/UFMG - Projeto VALRCC
Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de (UFBA, UFC, UFMG, UFT, Unisinos; apoio FINEP)
Minas Gerais – Sinduscon-MG Camila do Couto Seixas – Centro Mineiro de Referência
em Resíduos (CMRR)
Rua Marília de Dirceu, 226 – 3º e 4º andares Denise Felício Silva – DESA/UFMG
Lourdes – CEP: 30170-090 Deivison Cavalcante Pedroza – Grupo Verde Ghaia
Belo Horizonte-MG Fabiana Brant – Grupo Verde Ghaia
Telefone: (31) 3253-2666 Fernando Fogli – FOKRO Ambiental e Engenharia
Fax: (31) 3253-2667 Filipe Gusmão – Grupo Verde Ghaia
E-mail: sinduscon@sinduscon-mg.org.br Guilherme da Mata Zanforlin – GMA/FIEMG
www.sinduscon-mg.org.br Juliana Santos - EPO Engenharia Planejamento e Obras
Karla Santos Araújo – Sinduscon-MG
Coordenação Raphael Tobias de Vasconcelos Barros – DESA/UFMG
Vice-presidente da Área de Materiais, - Projeto VALRCC (UFBA, UFC, UFMG, UFT, Unisinos;
Tecnologia e Meio Ambiente apoio FINEP)
Geraldo Jardim Linhares Júnior Sandra Machado Fiuza – Departamento de Programas
Especiais – SLU/PBH
Diretor da Área de Meio Ambiente Taís Ude de Sousa – Grupo Verde Ghaia
Eduardo Henrique Moreira
Assessora de Comunicação
Diretor da Área de Materiais e Tecnologia Jorn. Néllie Vaz Branco – RJ 15654 JP
Cantídio Alvim Drumond
Projeto gráfico
Elaboração Avi Design Comunicação e Marketing
Assessoria Técnica
Comissão de Meio Ambiente Fotos de capa
FOKRO Ambiental e Engenharia
Consultor técnico Pedro Antônio Oliveira (SLU)
Roberto Matozinhos Rômulo Portela (MRV)

Revisão ortográfica e gramatical


AVI Design Comunicação e Marketing

Belo Horizonte, dezembro de 2014

S616
Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais.
Alternativas para a destinação de resíduos da construção civil. 3. ed. Belo Horizonte:
Sinduscon-MG, 2014.

116 p. il.

1. Construção Civil – Resíduos I Título

CDU:628.544: 624

Catalogação na fonte: Juliana de Azevedo e Silva CRB 1412 – 6ª Região


Permitida a reprodução desta publicação, apenas pelos associados ao Sinduscon-MG, desde que citada a fonte
expediente

Sinduscon-MG – Triênio 2012–2015

Presidente Área de Meio Ambiente


Luiz Fernando Pires Eduardo Henrique Moreira

1º Vice-presidente Área de Obras Industriais


André de Sousa Lima Campos Ilso José de Oliveira

Vice-presidentes Área de Obras Públicas


Administrativo-financeiro José Soares Diniz Neto
Bruno Vinícius Magalhães
Área de Política, Relações Trabalhistas e
Área Imobiliária Recursos Humanos
Lucas Guerra Martins Ricardo Catão Ribeiro

Área de Materiais, Tecnologia e Meio Área de Comunicação Social


Ambiente Eustáquio Costa Cruz Cunha Peixoto
Geraldo Jardim Linhares Júnior
Programas Habitacionais
Comunicação Social Bruno Xavier Barcelos Costa
Jorge Luiz Oliveira de Almeida
Projetos
Obras Industriais e Públicas Renato Ferreira Machado Michel
João Bosco Varela Cançado
Relações Institucionais
Política, Relações Trabalhistas e Recursos Werner Cançado Rohlfs
Humanos
Walter Bernardes de Castro Coordenador Sindical
Daniel Ítalo Richard Furletti
Diretores
Área Administrativa e Financeira Equipe Técnica
Rodrigo Mundim Pena Veloso Elaboração
Roberto Matozinhos
Área Imobiliária
Bráulio Franco Garcia Colaboração
Karla Santos Araújo
Área de Materiais e Tecnologia
Cantídio Alvim Drumond
SUMÁRIO

CARTA DO PRESIDENTE................................................................................................... 9

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................... 11

2 APRESENTAÇÃO........................................................................................................... 14

3 OBJETIVO...................................................................................................................... 15

4 TERMOS E DEFINIÇÕES – Resíduo da construção Civil (RCC)........................ 17

5 DEMOLIÇÃO SELETIVA................................................................................................. 23

6 LEVANTAMENTO DE RESÍDUOS GERADOS POR SISTEMA CONSTRUTIVO ������������� 25


6.1 Identificação e quantificação.................................................................................... 25

7 GESTÃO DE RESÍDUOS................................................................................................ 28
7.1 Produção Mais Limpa................................................................................................ 28
7.2 Reutilização e reciclagem dos resíduos................................................................... 29
7.2.1 Segregação de resíduos da construção civil (RCC)............................................... 29
7.2.2 Tratamento de resíduos sólidos da construção civil............................................. 29
7.3 Classificação dos resíduos........................................................................................ 32
7.3.1 RESÍDUOS CLASSE A............................................................................................. 32
A - Produtos de cerâmica vermelha e produtos à base de cimento Portland ������������� 33
I. Características............................................................................................................. 33
II. Segregação/coleta seletiva......................................................................................... 33
III. Reutilização e reciclagem dos RCC.......................................................................... 34
IV. Acondicionamento/armazenamento.......................................................................... 34
V. Transporte (interno e externo à obra)......................................................................... 34
VI. Destinação.................................................................................................................. 35
VII. Produtos da reciclagem............................................................................................ 36
7.3.2 RESÍDUOS CLASSE B............................................................................................. 37
A – GESSO........................................................................................................................ 37
I. Características............................................................................................................. 37
II. Segregação/coleta seletiva......................................................................................... 38
III. Reutilização e reciclagem dos resíduos.................................................................... 40
IV. Acondicionamento/armazenamento.......................................................................... 40
V. Transporte (interno e externo à obra)......................................................................... 40
VI. Destinação.................................................................................................................. 41
B – Madeira................................................................................................................... 42
I. Características............................................................................................................. 42
II. Segregação/coleta seletiva......................................................................................... 42
III. Reutilização e reciclagem dos resíduos.................................................................... 43
IV. Acondicionamento/armazenamento.......................................................................... 43
V. Transporte (interno e externo à obra)......................................................................... 44
VI. Destinação.................................................................................................................. 44
C - Metais....................................................................................................................... 46
I. Características............................................................................................................. 46
II. Segregação/Coleta seletiva......................................................................................... 46
III. Reutilização e reciclagem dos resíduos.................................................................... 47
IV. Acondicionamento/Armazenamento......................................................................... 47
V. Transporte (interno e externo à obra)......................................................................... 47
VI. Destinação.................................................................................................................. 48
D - Papelão e sacarias.............................................................................................. 42
I. Características............................................................................................................. 42
II. Segregação/coleta seletiva......................................................................................... 50
III. Reutilização e reciclagem dos resíduos.................................................................... 50
IV. Acondicionamento/armazenamento.......................................................................... 50
V. Transporte (interno e externo à obra)......................................................................... 50
VI. Destinação.................................................................................................................. 51
E - Plástico................................................................................................................... 54
I. Características............................................................................................................. 54
II. Segregação/coleta seletiva......................................................................................... 55
III. Reutilização e reciclagem dos resíduos.................................................................... 55
IV. Acondicionamento/Armazenamento......................................................................... 55
V. Transporte (interno e externo à obra)......................................................................... 55
VI. Destinação.................................................................................................................. 56
F – Vidro......................................................................................................................... 58
I. Características............................................................................................................. 58
II. Segregação/coleta seletiva......................................................................................... 58
III. Reutilização e reciclagem dos resíduos.................................................................... 58
IV. Acondicionamento/armazenamento.......................................................................... 58
V. Transporte (interno e externo à obra)......................................................................... 58
VI. Destinação.................................................................................................................. 59
7.3.3 RESÍDUOS CLASSE C............................................................................................. 59
A - Manta asfáltica.......................................................................................................... 59
I. Características............................................................................................................. 60
II. Segregação/coleta seletiva......................................................................................... 60
III. Reutilização e reciclagem dos resíduos.................................................................... 60
IV. Acondicionamento/armazenamento.......................................................................... 60
V. Transporte (interno e externo à obra)......................................................................... 60
VI. Destinação.................................................................................................................. 61
7.3.4 RESÍDUOS CLASSE D............................................................................................. 61
A - Amianto...................................................................................................................... 61
I. Características............................................................................................................. 61
II. Segregação/coleta seletiva......................................................................................... 62
III. Reutilização e reciclagem dos resíduos.................................................................... 62
IV. Acondicionamento/armazenamento.......................................................................... 62
V. Transporte (interno e externo à obra)......................................................................... 62
VI. Destinação.................................................................................................................. 63
B - Produtos químicos e impermeabilizantes................................................................ 63
I. Características............................................................................................................. 63
II. Segregação/coleta seletiva......................................................................................... 63
III. Reutilização e reciclagem dos resíduos.................................................................... 64
IV. Acondicionamento/armazenamento.......................................................................... 64
V. Transporte (interno e externo à obra)......................................................................... 64
VI. Destinação.................................................................................................................. 64
C - Tinta, vernizes, solventes, óleos e graxas................................................................ 65
I. Características............................................................................................................. 65
II. Segregação/coleta seletiva......................................................................................... 65
III. Reutilização e reciclagem dos resíduos.................................................................... 66
IV. Acondicionamento/armazenamento.......................................................................... 66
V. Transporte (interno e externo à obra)......................................................................... 67
VI. Destinação.................................................................................................................. 67

8 OUTRAS ALTERNATIVAS PARA GESTÃO E DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS ����������������� 69


8.1 Sistema Integrado de Bolsa de Resíduos – SIBR.................................................... 69
8.2 Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes - URPV...................................... 71
8.3 Coprocessamento...................................................................................................... 74
8.4 Aterro de resíduos inertes – Classe A...................................................................... 75

9 ALERTA SOBRE AS RESPONSABILIDADES DA DESTINAÇÃO................................... 77

ANEXOS........................................................................................................................... 78
A - Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat – PBQP-H ������������ 79
B - Relação das cooperativas e associações de catadores de materiais recicláveis
da região metropolitana de Belo Horizonte (rmbh)................................................ 80
C - Legislação e Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas ������������������ 83
D - Lei Nº 10.522, DE 24 de agosto de 2012................................................................... 87
E - Lei Nº 10.534, de 10 de setembro de 2012............................................................. 101
F - Principais considerações para o uso adequado de caçambas
em Belo Horizonte................................................................................................... 102
G - Resolução Nº 307, de 5 de julho de 2002............................................................... 108

REFERÊNCIAS............................................................................................................... 113

COLABORAÇÃO............................................................................................................. 115
palavra do
presidente

Nunca o tema uso racional dos recursos naturais


teve tamanha importância nos veículos de
comunicação nacional como agora, o que fez com
que o tema novamente ocupasse lugar de destaque
na pauta de todos os setores industriais.
Sabedor que o setor da Construção é um dos
setores industriais que para o pleno exercício de
suas atividades consome vários insumos, e que
esta demanda gera um representantivo impacto
ambiental, o Sinduscon-MG tem pautado soluções
alinhadas às diretrizes da Politíca Nacional de
Resíduos Sólidos que, prioritariamente, e por
ordem de importânica, estabelece a busca por
sistemas construtivos que não geram resíduos ou
Luiz Fernando Pires que os gerem de forma minimizada, absorvam os
Presidente resíduos no próprio canteiro, e ainda na segregação
e inserção no ciclo produtivo ou em um último
estágio, esgotadas todas as alternativas citadas,
dispor adequadamente os rejeitos.
Com este desafio o Sinduscon-MG lança a reedição de mais esta publicação de
Alternativas para a Destinação do Resíduos de Construção Civil - RCC, que somada
às ações que vêm desenvolvendo no sentido de induzir a correta destinação de
resíduos de construção, firma-se como uma das entidades do setor produtivo que
mais se debruçaram sobre o tema gestão de resíduos da construção civil no país.
E ainda, alinhado às diretrizes de redução dos impactos ocosionados pelas
edificações ao longo de sua vida utíl, desenvolveu diversos projetos e ações de
melhoria tecnológica e uso de materiais e sistemas construtivos sustentáveis, de
forma a induzir a concepção de edificações e empreendimentos em equilíbrio com a
demanda por recursos naturais.
Cabe ressaltar que esta publicação, única em seu formato no país por dispor
informações de empresas e organizações que recebem Resíduos de Construção Civil
(RCC), induzindo a geração de emprego e renda, foi desenvolvida com a participação
de uma equipe de colaboradores, membros da Comissão de Meio Ambiente do
Sinduscon-MG, privilegiando destinações economicamente viáveis, ambientalmente
adequadas e induzindo a inserção dos RCC de forma socialmente justa.

9
Sempre nos mantivemos na meta de atuar de forma prática e ostensiva, como é o
perfil de nossa diretoria, na procura de opções sustentáveis para solução de nossos
principais desafios: de integrar naturalmente ao processo construtivo a gestão de
todos os impactos e, principalmente, o impacto ambiental.
Para garantir a sustentabilidade e a saúde do planeta, a Responsabilidade Ambiental
é obrigação de todos nós: entidades do setor, empresários, trabalhadores da
indústria da construção e comunidades onde nossas obras estão inseridas.
1 Introdução

O Brasil encontra-se em processo de consolidação urbana e, nesse contexto, a


geração dos resíduos da construção civil é expressiva na produção de resíduos em
geral, sendo a sua destinação tratada como um problema urbano com implicações
ambientais graves e de saúde pública.
Os resíduos da construção civil em Belo Horizonte representam em média
aproximadamente 34% dos resíduos destinados diariamente para os equipamentos
públicos.
O crescimento populacional e o estimulante processo de urbanização dos municípios
têm contribuído para a geração de volumes de resíduos da Construção Civil – RCC,
e consequentemente, para o aumento da produção dos resíduos sólidos urbanos. A
indústria de construção civil é um dos maiores geradores de resíduos da sociedade.
A construção civil é um setor bastante significativo no impacto ambiental, considerando-
se que a indústria de construção civil cause diversos impactos ambientais no decorrer
do processo de sua cadeia produtiva.
Temos que incentivar a redução da geração de resíduos e sua reincersão no processo
produtivo, a reciclagem e seu reaproveitamento pois, as construtoras que tem como
objetivo essa prática, proporcionarão a racionalização dos recursos naturais e
minimização do impacto no meio ambiente.
O meio ambiente artificial está protegido legalmente pela Constituição Federal (arts.
182 e 225) e pelo Estatuto da Cidade (Lei Federal n° 10.257/01), considerado como a
mais importante norma regulamentadora do referido setor.
Esta Lei tem como objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana. Mediante algumas diretrizes gerais, criou-se a garantia
do direito a cidades sustentáveis, prevendo a necessidade de proteção e preservação
do meio ambiente natural e construído, com a justa distribuição dos benefícios e ônus
decorrentes da urbanização, exigindo-se que os municípios adotem políticas setoriais
articuladas e sintonizadas com o seu Plano Diretor. Uma dessas políticas setoriais,
que pode ser destacada, é a que trata da gestão dos resíduos sólidos.
Visando a atingir o objetivo da política de desenvolvimento urbano, a Resolução nº
307/02 e 448/12, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), também inserida
no contexto da lei federal 12.305/10, que trata da Política Nacional dos Resíduos Sólidos,
criou instrumentos para avançar no sentido da superação dessa realidade, tornando
obrigatória, em todos os municípios do país e no Distrito Federal, a implantação pelo
poder público local de Planos Integrados de gestão e gerenciamento dos Resíduos

11
da Construção Civil, como forma de mitigar e tentar eliminar os possíveis impactos
ambientais decorrentes do descontrole das atividades relacionadas à geração,
transporte, disposição e destinação desses materiais. Também determina, para os
geradores de forma sintética, um conjunto de procedimentos e ações que busquem
e permitam o correto processo de gerenciamento dos resíduos gerados visando, a
não geração, a minimização, o reuso, a segregação a reciclagem o tratamento e a
disposição final ambientalmente adequada dos resíduos gerados.
A lei 12.305/10, nova política nacional de gestão e gerenciamento dos residuos
sólidos em geral bem como a dos resíduos da construção e demolição (RCC), visa
a buscar a superação da condição atual presente na grande maioria dos municípios
brasileiros, caracterizada por omissões e pela ação corretiva, adotando soluções de
caráter preventivo e criando condições para que a população e os agentes envolvidos
na cadeia produtiva possam exercer suas atividades sem produzir grandes impactos
socialmente e ambientalmente negativos.
As soluções propostas para a gestão de RCC devem, portanto, seguir diretrizes básicas:
99 Facilitar a ação correta dos agentes criando os instrumentos institucionais,
jurídicos e físicos para que possam, cada um, de acordo com suas características
e condições sociais e econômicas, exercer suas responsabilidades manejando
os resíduos que geram e lhes dando uma destinação adequada.
99 Disciplinar a ação dos agentes, estabelecendo regras claras e factíveis que
definam as responsabilidades e os fluxos de todos eles e dos materiais
envolvidos, elaboradas a partir de processos de discussão com os interessados
e que, considerando a diversidade de condições, garantam que os custos
decorrentes de cada elo da cadeia operativa sejam atribuídos de forma
transparente e respeitando o meio ambiente.
99 Incentivar a adoção dos novos procedimentos que tornem vantajosa a
migração para as novas formas de gestão dos resíduos sólidos e sobretudo
de destinação por parte do conjunto dos agentes do ponto de vista ambiental,
social e econômico. São objetivos concretos desses incentivos evitar a geração,
a minimização da geração de resíduos, a reutilização e a reciclagem dos
materiais.
A autoconstrução e as pequenas reformas feitas com contratação de pequenos

12 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


empreiteiros são responsáveis por grande parte dos RCC nos Municípios. O transporte
e o descarte inadequado destes resíduos é um grande problema das cidades.
O pequeno gerador é responsável pela maior parte dos resíduos de construção civil
nas grandes cidades.

ORIGEM DOS RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Edifícios novos
(construção formal)
Pequenas
reformas
21%

Residências novas 20% 59%


(autoconstrução)

Fonte: Sinduscon-SP / Governo do Estado de São Paulo.

De acordo com o exposto, e considerando seu papel e sua responsabilidade ambiental,


o Sinduscon-MG apresenta esta 3ª edição com alternativas para a destinação dos RCC.

13
2 APRESENTAÇÃO

O Sinduscon-MG, atento ao seu papel de representação da indústria da


construção civil e da prestação de serviço ao construtor mineiro, juntamente com
importantes empresas, entidades e agentes, disponibilizam a 3ª edição da publicação
de “Alternativas Para a Destinação de Resíduos da Construção Civil”, com enfoque
na não geração, segregação e disposição correta dos resíduos sólidos oriundos das
atividades da construção.
Apresentam-se alternativas de forma a tornar acessíveis as técnicas e
procedimentos de gerenciamento em consonância com as diretrizes da Resolução
nº 307/02 e 448/12 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e com a lei
12.305/10 suas alterações para a implantação de projetos de forma sustentável, tanto
em relação ao meio ambiente, quanto em relação meio econômico-financeiro.
Está publicação atualiza e dá continuidade à edição anterior, elaborada pelo
Sinduscon-MG, intitulada “Gerenciamento de resíduos sólidos da construção civil - 3ª
edição”. Desta forma, sugerimos que para o desenvolvimento e implantação do Plano
de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC, sejam utilizadas as duas
edições, que juntas completam todas as etapas para estruturação do referido plano,
conforme exigências da resolução 307/02, 448/2012 e da Lei Municipal 10.522/12 de
Belo Horizonte.
Cabe ainda destacar a publicação Gerenciamento de Resíduos e Gestão Ambiental
no Canteiro de Obras – 2ª Edição, que foi produzida no formato de revista em quadrinhos
para sensibilização e treinamento de operários.
Nas edições anteriores estabeleceram-se as bases para o gerenciamento eficaz
dos RCC de acordo com as diretrizes da Resolução CONAMA 307/02 e 448/12, ou seja,
minimizar a sua geração, reutilizar materiais aproveitáveis, reciclar o máximo possível
e dispor adequadamente os rejeitos.
De acordo com esse conceito, a “destinação” aqui apresentada e discutida refere-
se não apenas à disposição e ao tratamento final de resíduos não reutilizáveis nem
recicláveis, mas, prioritariamente, à busca de alternativas para reutilização/reciclagem
de cada tipo de resíduo em parceria com empresas especializadas e regularizadas
ambientalmente para tal fim.
Ressalte-se que, conforme preconizado modernamente, a hierarquia da gestão de
resíduos sólidos começa tentando evitar sua produção, e segue minimizando, reciclando
e tratando. Somente quando estas etapas já foram esgotadas é que se recorre às boas
práticas de disposição final, sujeitas a controle ambiental, e que constituem projetos
de engenharia (Observando questões de segurança, de estabilidade, de drenagem, de
monitoramento).

14 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


3 OBJETIVO

Ao priorizar a correta disposição final dos resíduos da construção civil (RCC), esta
cartilha tem como objetivo:
99 Sensibilizar os geradores sobre a ordem de prioridade conforme o art. 4°
da RESOLUÇÃO CONAMA Nº 307/02 (alterada pela 448/12), iniciando com
a não geração de resíduos e, secundariamente, a redução, a reutilização,
a reciclagem, o tratamento dos resíduos sólidos e a disposição final
ambientalmente adequada dos rejeitos.
99 Estabelecer procedimentos internos de segregação para cada tipo de resíduo
gerado no processo de construção civil, visando à maximização de sua
reutilização a reciclagem, o tratamento e a disposição final ambientalmente
adequada dos rejeitos.
99 Identificar parceiros para esses processos, bem como para sua disposição
final adequada em termos ambientais e econômicos.
99 Buscar no gerenciamento de resíduos sólidos da Construção Civil a seguinte
ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem,
tratamento e disposição final ambientalmente adequada, em consônancia
com a política nacional de resíduos sólidos, no seu art. 9°, .

Hierarquia das ações no Manejo de Resíduos Sólidos

Não geração Reutilização Tratamento

Disposição
Redução Reciclagem Final dos
Rejeitos

Politica Nacional de Resíduos Sólido - LEI 12.305/10 - Art. 9°.

Dentro da concepção de desenvolvimento sustentável estabelecida pela Agenda


21, reduzir e utilizar os RCC e subprodutos aparecem como tarefas fundamentais à
sociedade atual. No caso do RCC, os maiores desafios são:
99 Estimular a mudança de cultura para que na fase de concepção do
empreendimento sejam privilegiadas adoções de processos e sistemas que
não gerem ou tenham uma baixa geração de resíduos.

15
99 Estimular a criação de negócios e empresas com foco na inserção de resíduos
e seus subprodutos no processo produtivo.
99 Reduzir o volume de entulho gerado, evitando a utilização dos escassos locais
para sua disposição.
99 Beneficiar a quantidade de entulho gerado, reutilizando-o no ciclo produtivo,
diminuindo o consumo de energia e de outros insumos e de recursos naturais.
99 Garantir sua disposição em condições que atendam os preceitos ambientais.
99 Estimular a destinação social dos resíduos de construção.

Estação de Reciclagem de Entulho – ERE/BR 040 – SLU /PBH.


Foto: FOKRO Ambiental e Engenharia.

16 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


4 TERMOS E DEFINIÇÕES – Resíduo da construção
Civil (RCC)

Agregados reciclados: é o material granular proveniente do beneficiamento


de RCC que apresentem características técnicas para a aplicação em obras de
edificação, de infraestrutura, em aterros sanitários ou outras obras de engenharia.
Designado como classe A, que apresenta características técnicas adequadas para
aplicação em obras de edificação ou infraestrutura conforme especificações da
norma brasileira NBR 15116:2004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT).
Área de transbordo e triagem de resíduos da construção civil e resíduos
volumosos (ATT): área destinada ao recebimento de RCC e de resíduos volumosos,
para triagem, armazenamento temporário dos materiais segregados, eventual
transformação e posterior remoção para destinação adequada, observando
normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública
e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos. (nova redação
dada pela Resolução CONAMA n° 448/12). Devem ser licenciadas.
Armazenamento temporário de resíduos: consiste na guarda temporária dos
resíduos que foram coletados internamente nos pontos de geração/coletores/
condicionadores diários da obra no local denominado central de resíduos de modo
visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento e aperfeiçoar o translado para
destinação final.
Deve atender às condições básicas de segurança.
Aterro de resíduos classe “A” de reservação de material para usos futuros:
área tecnicamente adequada onde serão empregadas técnicas de manejo
e de destinação de RCC classe “A” no solo, visando à reservação de materiais
segregados de forma a possibilitar seu uso futuro ou futura utilização da área.
Utilizar princípios de engenharia para confinar os RCC com o menor volume
possível, sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente. Este aterro
deve ser licenciado pelo órgão ambiental competente. (nova redação dada pela
Resolução CONAMA n° 448/12).
Aterro sanitário: local de disposição final de resíduos sólidos urbanos através
da deposição no solo, em camadas confinadas e recobertas com material inerte,
com tratamento dos efluentes líquidos e gasosos, atendendo normas técnicas
específicas, de modo a evitar danos ou riscos à saúde e à segurança, bem como
minimizar os impactos ambientais.
Bag: dispositivo (saco) utilizado no acondicionamento de papéis, plásticos,
embalagens ou outros materiais leves recicláveis.

17
Beneficiamento: ato de submeter um resíduo a operações e/ou processos que
tenham por objetivo dotá-los de condições que permitam que sejam utilizados
como matéria-prima ou produto.
Bica corrida (reciclado): material resultante da britagem de resíduos classe A
sem separação prévia dos tipos de materiais. Em sua constituição podem-se
encontrar resíduos de concreto, cerâmica vermelha, pedra, argamassas e terra,
com granulometrias diversas. Sua principal aplicação é para confecção de base e
sub-base de vias e reaterro de valas de infraestrutura.
Bombona: recipiente com capacidade para 50 litros, com diâmetro superior
de aproximadamente 35 cm após o corte da parte superior. Deve-se exigir do
fornecedor a lavagem e a limpeza do interior das bombonas, mesmo que sejam
cortadas apenas na obra.
Contaminação: mistura de resíduos de diferentes composições, segundo
classificação constante na Resolução CONAMA Nº 307/02 e 448/12, durante os
processos de:
99 Fabricação do material que origina o resíduo.
99 Utilização do material na obra.
99 Segregação/acondicionamento/armazenamento do resíduo.
Contêiner/contenedor de resíduos: qualquer recipiente no qual os resíduos
sólidos possam ser transportados, acondicionados ou armazenados.
Coprocessamento: operação que utiliza resíduos para recuperação e/ou economia
de energia e/ou substituição de matérias-primas.
Disposição final ambientalmente adequada: distribuição ordenada de resíduos
em locais apropriados, observando-se normas operacionais específicas e a
classificação dos resíduos de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à
segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos.
Geradores de resíduos sólidos: pessoas físicas ou jurídicas, de direito público
ou privado que geram os resíduos sólidos por meio de suas atividades incluíndo
o consumo. Construção civil, segundo classificação estabelecida pela Resolução
CONAMA 307/02.
Gestão integrada de resíduos sólidos: conjunto de ações voltadas para a busca de
soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política,
econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do
desenvolvimento sustentável. (nova versão dada pela Resolução n° 448/12).
Gerenciamento de resíduos: conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente,
nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final
ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente
adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de

18 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na
forma da Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. (nova redação dada pela Resolução
448/12).
Incineração: A incineração dos resíduos é um processo físico-químico de oxidação
a temperaturas elevadas que resulta na transformação de materiais com
redução de volume dos resíduos, destruição de matéria orgânica, em especial de
organismos patogênicos (ANVISA, 2006).
Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil – PGRCC: serão
elaborados e implementados pelos grandes geradores e terão como objetivo
estabelecer os procedimentos necessários para o manejo e destinação
ambientalmente adequados dos resíduos. (nova redação dada pela Resolução
448/12).
Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção Civil: deverá conter as
diretrizes técnicas e procedimentos para o exercício das responsabilidades dos
pequenos geradores, em conformidade com os critérios técnicos do sistema
de limpeza urbana local e para os Planos de Gerenciamento de Resíduos da
construção Civil a serem elaborados pelos grandes geradores e pelos munícipios,
possibilitando o exercício das responsabilidades de todos os geradores. O
cadastramento de áreas públicas ou privadas, aptas para recebimento, triagem
e armazenamento temporário de pequenos volumes, em conformidade com o
porte da área urbana municipal, possibilitará a destinação posterior dos resíduos
oriundos de pequenos geradores às áreas de beneficiamento. O estabelecimento
de processos de licenciamento para áreas de beneficiamento e reservação de
resíduos e de disposição final de rejeitos, a proibição da disposição dos resíduos
de construção em áreas não licenciadas; o incentivo à reinserção dos resíduos
reutilizáveis ou reciclados no ciclo produtivo, a definição de critérios para
cadastramento de transportadores, as ações de orientação, de fiscalização e de
controle dos agentes envolvidos e as ações educativas visam a reduzir a geração
de resíduos e possibilitam a sua segregação.
Rachão (reciclado): material com dimensão máxima característica inferior a 150
mm, isento de impurezas, proveniente da reciclagem de concretos e blocos de
concreto da construção civil. O uso é recomendado em obras de pavimentação,
drenagens, terraplenagem, etc..
Resíduos classe I - Perigosos: são os resíduos que, por sua próprias
características, apresentam riscos à saúde pública e ao meio ambiente, conforme
a NBR 10004:2004. Suas principais características são:
99 Periculosidade: característica de um resíduo cujas propriedades físicas,
químicas ou infectocontagiosas oferecem:
• Risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou
acentuando seus índices.

19
• Riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma
inadequada.
99 Inflamabilidade: característica de um resíduo cuja amostra, segundo a ABNT
NBR 10007:2004, apresente qualquer uma das propriedades abaixo:
• Ser líquida e tiver ponto de fulgor inferior a 60ºC, conforme ABNT NBR
14598:2012.
• Não ser líquida e ser capaz de produzir fogo por fricção, absorção de
umidade ou por alterações químicas espontâneas, sob condições de
temperatura e pressão de 25ºC e 0,1 MPa.
• Ser um oxidante definido como substância que pode liberar oxigênio,
estimulando a combustão e aumentando a intensidade do fogo em outro
material.
• Ser um gás comprimido inflamável, conforme a legislação federal sobre
transporte de produtos perigosos (Portaria nº 204/1997 do Ministério dos
Transportes).
99 Corrosividade: característica de um resíduo cuja amostra, segundo a ABNT
NBR 10007:2004, apresente uma das propriedades abaixo:
• Ser aquosa e apresentar pH ≤ 2 ou ≥ 12,5, ou sua mistura com água, na
proporção de 1:1 em peso, produzir uma solução que apresente pH ≤ 2 ou
≥ 12,5.
• Ser líquida ou, quando misturada em peso equivalente de água, produzir
um líquido e corroer o aço (COPANT 1020) a uma razão maior que 6,35
mm ao ano, a uma temperatura de 55ºC, de acordo com USEPA SW 846
ou equivalente.
99 Reatividade: característica de um resíduo cuja amostra, segundo a ABNT NBR
10007:2004, apresenta uma das seguintes propriedades:
• Ser normalmente instável e reagir de forma violenta e imediata, sem
detonar.
• Reagir violentamente com a água.
• Formar misturas potencialmente explosivas com a água.
• Gerar gases, vapores e fumos tóxicos em quantidades suficientes para
provocar danos à saúde pública ou ao meio ambiente, quando misturados
com água.
• Possuir em sua constituição os íons CN- ou S2- em concentrações que
ultrapassem os limites de 250 mg de HCN liberável por quilograma de
resíduo ou 500 mg de H2S liberável por quilograma de resíduo (USEPA-SW
846).

20 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


• Ser capaz de produzir, prontamente, reação ou decomposição detonante
ou explosiva a 25ºC e 0,1 MPa.
• Ser explosivo, definido como uma substância fabricada para produzir um
resultado prático, através de explosão ou efeito pirotécnico, esteja ou não
esta substância contida em dispositivo preparado para este fim.
99 Toxicidade: característica de um resíduo cuja amostra, segundo a ABNT NBR
10007:2004, apresente uma das propriedades abaixo:
• Quando o extrato obtido da amostra contiver qualquer um dos
contaminantes em concentrações superiores aos valores do anexo F da
ABNT NBR 10004:2004.
• Possuir uma ou mais substâncias constantes no anexo C da ABNT NBR
10004:2004.
• Ser constituída por restos de embalagens contaminadas com substâncias
constantes nos anexos D ou E da ABNT NBR 10007:2004.
• Resultar de derramamentos ou de produtos fora de especificação ou do
prazo de validade que contenham quaisquer substâncias constantes nos
anexos D ou E da ABNT NBR 10007:2004.
• Ser comprovadamente letal ao homem.
99 Patogenicidade: característica de um resíduo cuja amostra contenha ou possa
conter microorganismos patogênicos, proteínas virais, ácido desoxiribonucléico
(ADN) ou ácido ribonucléico (ARN) recombinantes, organismos geneticamente
modificados, plasmídios, cloroplastos, mitocôndrias ou toxinas capazes de
produzir doenças em homens, animais ou vegetais. Os resíduos de serviços de
saúde deverão ser classificados conforme ABNT NBR 12808:1993.
Resíduos classe II - Não perigosos: resíduos cujos códigos encontram-se no
anexo H da ABNT NBR 10004:2004.
Resíduos classe II A - Não inertes: aqueles que não se enquadram nas
classificações de resíduos classe I ou de resíduos classe II B. Os resíduos classe
II A podem ter propriedades tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou
solubilidade em água (ver norma ABNT NBR 10006:2004).
Resíduos classe II B - Inertes: quaisquer resíduos que, quando amostrados e
submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou desionizada,
não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações
superiores aos padrões de potabilidade de água.
Prestador de serviço (Resíduos de Construção Civil): pessoa física ou jurídica
de direito privado, devidamente licenciada, contratada pelo gerador de RCC para
execução de qualquer etapa do processo de gerenciamento desses resíduos.

21
Reciclagem: processo de reaproveitamento de um resíduo, após ter sido
submetido à transformação.
Redução: ato de diminuir, em volume ou peso, tanto quanto possível, a quantidade
de resíduos oriundos das atividades da construção civil.
Rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades
de tratamento e recuperação por processos economicamente viáveis, não
apresentem outra possibilidade que não a disposição final adequada.
Resíduos da Construção Civil (RCC): são os provenientes de construções,
reformas, reparos e demolições de obras de construção civil e de infraestrutura,
e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos,
blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas,
madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico,
vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica e outros, comumente chamados de
entulhos de obras, caliça ou metralha.
Resíduos sólidos: materiais resultantes de processo de produção, transformação,
utilização ou consumo, oriundos de atividades humanas, de animais, ou resultantes
de fenômenos naturais, cuja destinação deverá ser sanitária e ambientalmente e
sanitariamente adequada.
Reutilização: é o processo de reaplicação de um resíduo, sem transformação do
mesmo.
Sacos de ráfia: recipientes de fibra vegetal ou plástico utilizados para revestir
internamente as bombonas, ficando com uma pequena aba dobrada para fora,
e assim se assegure que o material ficará dentro do saco. É recomendado o uso
de sacos de ráfia de 90 cm de altura X 60 cm de largura para a bombona de 50l.
Segregação: triagem dos RCC no local de origem ou em áreas licenciadas para
esta atividade, segundo a classificação exigida por norma regulamentadora.

Foto: FOKRO Ambiental e Engenharia.

22 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


5 DEMOLIÇÃO SELETIVA

Definição

Processo de desmonte de uma construção visando a máxima


reutilização dos seus materiais e componentes construtivos evitando,
assim, a geração de resíduos, característica do processo usual de
demolição. Os produtos da demolição seletiva são materiais que
podem ser usados ou recondicionados como bens de valor.

A demolição seletiva, quando for o caso, deverá ser considerada como a


primeira etapa da obra, atendendo, também, aos objetivos propostos pelos Planos de
Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil – PGRCC que incluem os resíduos
da demolição, quais sejam: reduzir a geração de resíduos, reutilizar os materiais e
componentes construtivos e, por último, destinar adequadamente os RCC visando à
sua reciclagem, agregando valor econômico e garantindo a sua reintrodução na cadeia
produtiva da construção. Nessa perspectiva, os resíduos de demolição devem se tornar
os mais importantes na matriz de geração de resíduos com maior valor agregado.
Benefícios
As receitas geradas na comercialização dos materiais oriundos da demolição
seletiva podem diminuir os custos do processo de demolição, devido a:
99 Redução dos custos de disposição dos resíduos pela possibilidade de maior
reutilização, assim como dos componentes construtivos.
99 Geração de receitas diretas com a venda desses materiais ou indireta por meio
de doações de destinação social.
99 Redução das emissões de poeira e gases efeito estufa pelo não uso de
equipamentos pesados de demolição e pela diminuição dos volumes de
resíduos a serem transportados para sua disposição final.
99 Redução da extração de matérias-primas e dos impactos causados por seu
beneficiamento e transporte.
99 Redução do consumo de energia, e àgua e de outros insumos quando da
extração de recursos naturais e de seu transporte.
Em princípio, todas as construções apresentam potencial para serem objeto
de demolição seletiva ou desconstrução, principalmente aquelas que apresentarem
estruturas de madeira, metálica, elementos pré-moldados, acabamentos com
materiais nobres, vidros temperados, elementos metálicos, peças arquiteturais, dentre

23
outros. Um bom exemplo de como esse processo pode agregar valor aos resíduos é o
uso de madeira de demolição em decorações, considerado um material nobre nessa
finalidade.
O Quadro 1 apresenta um resumo das vantagens e desvantagens de se adotar o
processo de demolição seletiva em substituição à demolição comum.

QUADRO 1 - Vantagens e desvantagens para


a demolição seletiva

Vantagens
99 Redução de gestão de materiais e resíduos.
99 Redução de disposição final de RCC/RCD.
99 Uso como marketing agregando valor ao empreendimento e imagem da
empresa.
99 Ganhos econômicos com a reutilização do material.
99 Geração de emprego e renda.
99 Preservação de recursos naturais.
99 Aumento da vida útil dos locais de destinação e disposição final.
99 Remoção de estruturas obsoletas.

desvantagens
99 Riscos de segurança do trabalhador.
99 Maior tempo na fase de desmonte.
99 Falta de incentivos fiscais.
99 Falta mão de obra especializada.
99 Necessidade de área de triagem e recuperação.
99 Aumento de custos na comparação direta com a demolição tradicional.
99 Falta de normas para reutilização de materiais.
99 Falta de canais de distribuição do material recuperado.
99 Falta de previsão de desconstrução na fase de concepção e projeto.
99 Pouca valorização pelo mercado.

24 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


6 LEVANTAMENTO DE RESÍDUOS GERADOS POR
SISTEMA CONSTRUTIVO

6.1 Identificação e quantificação

A quantidade dos resíduos gerados em uma obra dependerão de sua tipologia


(reforma, demolição ou obra nova), características construtivas (número de pavimentos,
tipo de uso, tipo de fundação e estrutura, fechamentos/vedações, acabamentos e
instalações) e do nível de gerenciamento RCC existente, como por exemplo número
estimado de trabalhadores, dentre outras.

É importante conhecer previamente todos os tipos de resíduos que serão gerados


na obra, incluindo a fonte geradora, tipos de resíduos gerados por fonte geradora,
quantidades de resíduos gerados, criar monitoramento das quantidades de resíduos
gerados. Assim, será possível definir e implantar planos de redução da geração de
resíduos, ainda na fase de concepção.

Os resíduos variam de quantidade e tipo, de acordo com a fase da obra, como


demonstra o Quadro 2 abaixo:

QUADRO 2 – Variação do volume e do tipo de resíduo


em função das etapas da obra
Estapas da obra
Serviços gerais
administração

Revestimento
Instalação do

de alvenarias
Fechamento

Instalações
canteiro de

Fundação

Estrutura

Resíduos produzidos
prediais
obra

durante a obra

Resíduos casse A (CONAMA)

Entulho de alvenaria

Entulho de concreto

Pedras decorativas

Resto de argamassa

Solo escavado

Telhas

Pequena Média Grande


Geração Geração Geração

25
Estapas da obra

Serviços gerais
administração

Revestimento
Instalação do

de alvenarias
Fechamento

Instalações
Resíduos

canteiro de

Fundação

Estrutura

prediais
produzidos durante

obra
a obra

Resíduos casse B (CONAMA)

Alumínio (marmitex)

Aço

Alumínio
(esquadrias)

Ferro

Ferro (grades)

Fio de cobre com


PVC

Gesso

Latas

Madeira

Madeira (fôrma)

Papel (argamassa)

Papel (embalagens)

Papel (documentos)

Papelão
(embalagens)

Perfis metálicos

Plástico
(embalagens)
Plástico PVC
(instalações)
Tubo de ferro
galvanizado

Vidro

Pequena Média Grande


Geração Geração Geração

26 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


Estapas da obra

Serviços gerais
administração

Revestimento
Instalação do

de alvenarias
Fechamento

Instalações
Resíduos

canteiro de

Fundação

Estrutura

prediais
produzidos durante

obra
a obra

Resíduos casse C (CONAMA)

Isopor

Lixas

Manta asfáltica

Massa de vidro

Papel - sacaria
de cimento e
argamassa

Tubo de poliuretano

Resíduos casse D (CONAMA)

EPI

Latas e sobras
de aditivos/
desmoldantes
Tintas e sobras de
material de pintura

Pequena Média Grande


Geração Geração Geração

Fonte: Adaptado do Programa Entulho Limpo – Primeira etapa – Coleta Seletiva


Sinduscon-DF/EcoAtitude/UNB.

27
7 GESTÃO DE RESÍDUOS

7.1 Produção Mais Limpa

A Produção Mais Limpa é a aplicação contínua de uma estratégia ambiental de


prevenção da poluição na empresa, focando os produtos e processos, para otimizar
o emprego de matérias-primas, de modo a não gerar ou a minimizar a geração de
resíduos, reduzindo os riscos ambientais para os seres vivos e trazendo benefícios
econômicos para a empresa.

Essa metodologia deve ser aplicada por meio da realização de balanços de massa e
de energia, para avaliar processos e produtos. Com isso, identificam-se oportunidades
de melhoria que levam em conta aspectos técnicos, ambientais e econômicos e são
definidos e implantados indicadores para monitoramento, com a finalidade de trazer
benefícios ambientais e econômicos para as empresas, graças à redução dos impactos
ambientais e do aumento da eficiência do processo.

Produção mais limpa

Minimização dos Reutilização dos


resíduos e emissões resíduos e emissões

Nível 1 Nível 2 Nível 3

Redução na Reciclagem Reciclagem Ciclos


fonte interna externa biogênicos

Modificação Modificação Estruturas Materiais


no processo no produto

Substituição de Modificação da
Housekeeping
matéria-prima tecnologia

Fonte: Centro Nacional de Tecnologias Limpas SENAI.

28 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


Vantagens da “Produção Mais Limpa”:
99 Redução dos custos de produção e aumento da eficiência e competitividade.
99 Redução das infrações aos padrões ambientais, previstos na legislação.
99 Diminuição dos riscos de acidentes ambientais.
99 Melhoria das condições de saúde e de segurança do trabalhador.
99 Melhoria da imagem da empresa junto a consumidores, fornecedores e poder
público.
99 Ampliação das perspectivas de mercado interno e externo.
99 Acesso facilitado a linhas de financiamento.
99 Melhor relacionamento com os órgãos ambientais, com a mídia e com a
comunidade.

Para mais detalhes da metodologia da Produção Mais Limpa, consulte a


Publicação de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Construção Civil, desenvolvida
pela Comissão de Meio Ambiente do Sinduscon-MG e Parceiros, disponível no site
www.sinduscon-mg.org.br.

7.2 Reutilização e reciclagem dos resíduos

A seguir são apresentados os procedimentos básicos para o gerenciamento dos


resíduos com geração mais significativa na obra, estando subdivididos segundo as
classes definidas na Resolução CONAMA Nº 307/02 e 448/12 e obervando o disposto
nas leis federal 12.305/10 e municipal (BH) 10.532/12.

7.2.1 SEGREGAÇÃO de resíduos da construção civil (RCC)

A forma de tratamento dos RCC mais difundida é a segregação na geração,


seguida de trituração e reutilização na própria indústria da construção civil.

7.2.2 Tratamento de resíduos sólidos da construção civil

O entulho reciclado pode ser usado como base e sub-base de rodovias,


preenchimento de valas de obras de drenagem, ou como agregado e em peças pré-
moldadas, em ambos os casos sem função estrutural.
No Brasil, já existem em operação várias unidades de beneficiamento de resíduos
de construção, implantadas a partir de 1991, sendo a experiência mais significativa a
da Prefeitura de Belo Horizonte, que dispõe de duas usinas de reciclagem de entulho.

A reciclagem dos RCC apresenta as seguintes vantagens:


99 Redução de volume de extração de matérias-primas.
99 Redução do consumo e conservação de matérias-primas não renováveis.
99 Minimização dos problemas ambientais gerados pela deposição indiscriminada
de resíduos de construção em zonas urbana e rurais (estradas, encostas, etc.).
99 Inserção no mercado de materiais de construção já utilizados.
99 Criação de novos postos de trabalho para mão de obra com baixa qualificação.
99 Geração de emprego e renda.

Para os resíduos gerados pelo setor, durante as diversas etapas da construção,


devem ser aprimoradas formas de minimização da geração, e quando possível a
introdução dos resíduos no próprio processo ou unidade de serviço onde foram
gerados.

Fluxos dos RCCs nas Cidades

PEV

Cooperativas, Sucateiros e
Comerciantes de Embalagens

Recicladoras
(plásticos, papéis, metais e vidros)

Canteiro Canteiro
Grande Indústria Pequeno
Gerador Gerador
Área de Reciclagem de RCC

Aterro de Resíduos Classe A

ATT

Aterro Sanitário

Fonte: Folheto Reutilização e Reciclagem Sinduscon-SP/Governo do Estado de São Paulo.

30 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


Quadro 3: Classe em que deve ser enquadrado o Resíduos de Construção
Civil - RCC Segregado - Resolução n° 307/2002, 348/2004 e 448/2012
(e suas alterações).
Classe Resíduos/Composição Destinação
Resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados,
tais como os de construção, demolição, reformas
e reparos de pavimentação e de outras obras de
Deverão ser reutilizados ou reciclados na
infraestrutura, inclusive solos provenientes de
forma de agregados ou encaminhados a
A terraplanagem; de reformas e reparos de edificações:
aterro de resíduos classe A de reservação
componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas
de material para usos futuros.
de revestimento etc.), argamassa e concreto; e de
processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-
moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.).
Deverão ser preferencialmente
segregados na obra e encaminhados
Resíduos reutilizáveis ou recicláveis como para
posteriormente para área de
B outras destinações, tais como: plásticos, papel/
armazenamento ou central de resíduos
papelão, metais, vidros, madeiras, gesso e outros.
temporário, de modo a permitir a sua
reutilização ou reciclagem futura.
Deverão ser acondionados e armazenados
Resíduos para os quais não foram desenvolvidas de forma adequada para posterior,
C tecnologias ou aplicações economicamente viáveis transporte e destinação final em
que permitam a sua reciclagem ou recuperação. conformidade com as normas técnicas e
legislações ambientais específicas.
Resíduos perigosos oriundos do processo de Deverão ser acondionados e
construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros armazenados de forma e em local
ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde adequado para posterior coleta,
D oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas transporte e destinação ambiental
radiológivas, instalações industriais e outros, bem como adequada em conformidade com
telhas e demais objetos e materiais que contenham as normas técnicas e legislações
amianto ou outros produtos nocivos à saúde. ambientais específicas.
Fonte: Coletânea Habitare - Vol. 4 - Utilização de Resíduos na Construção Habitacional / Site CONAMA.

Quadro 4: Classificação dos resíduos segundo a norma


abnt nbr 10004:2004
Classe Classificação Descrição
Aqueles que apresentam periculosidade, ou inflamabilidade, corrosividade,
I Perigosos reatividade, toxicidade, patogenicidade, ou constem nos anexos A ou B da
ABNT NBR 10004:2004.
São aqueles que não se enquadram na classe anterior, e que podem ser
combustíveis, biodegradáveis ou solúveis em água.
II Não perigosos
Aqueles resíduos cujos códigos encontram-se no anexo H da ABNT NBR
10004:2004.
Aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I
– Perigosos ou resíduos classe II B – Inertes, nos termos desta Norma.
II A Não inertes
Os resíduos classe II A – Não inertes podem ter propriedades, tais como:
biodegradabilidade, combustibilidade ou soludibilidade em água.
Quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma representativa,
segundo a ABNT NBR 10007:2004, e submetidos a um contato dinâmico
e estático com água destilada ou desionizada, à temperatura ambiente,
II B Inertes
conforme ABNT NBR 10006:2004, não tiverem nenhum de seus constituintes
solubilizados a concentrações superiores aos patrões de potabilidade de
água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.
Fonte: Norma ABNT NBR 10.004:2004.

31
7.3 Classificação dos resíduos

São apresentadas a seguir as classes e os procedimentos básicos para a gestão


dos resíduos com geração mais significativa na obra, estando subdivididos segundo as
classes definidas na Resolução CONAMA nº 307/02 e 448/12.
Cabe ressaltar que deverão ser consultados os padrões dispostos na ABNT NBR
10004:2004 quanto à classificação dos resíduos.

7.3.1 RESÍDUOS CLASSE A

Os resíduos classe A são gerados principalmente na fase de execução de


fundação, estruturas, vedações e acabamento. Essa geração em grande parte é
devida a ineficiências na concepção, projeto, no planejamento e execução destas
etapas. Na tentativa de minimizar a distância entre concepção, projeto e execução,
foram desenvolvidos métodos de compatibilização de projetos, coordenção modular e
racionalização construtiva. (ver publicações do programa Qualimat - Sinduscon-MG).
Na alvenaria estrutural e de vedação, a simples utilização do conceito de
modulação ou paginação pode reduzir significativamente o desperdício, assim como a
geração de resíduos, levando-se em conta o uso de componentes como meios blocos
produzidos industrialmente e controle da espessura da argamassa de assentamento.
Portanto, com o objetivo de minimizar a geração dos resíduos classe A, é necessário
planejar cuidadosamente a execução da estrutura, da alvenaria e vedação, desde
a fase dos projetos de arquitetura, estrutura(s) e instalações prediais, até o projeto
executivo da alvenaria.
Os resíduos classe A podem ser transformados em matéria-prima secundária,
na forma de agregados reciclados, que se corretamente processados (beneficiamento
+ transformação), podem ser aplicados como diferentes insumos em obras civis, tais
como:
99 pavimentação de estacionamentos e vias.
99 base e sub-base de pavimentação.
99 recuperação de áreas degradadas.
99 obras de drenagem e de contenção.
99 agregado para produção de componentes pré-fabricados.

O agregado reciclado não pode ser utilizado na produção de


concreto ou de artefatos de concreto com fins estruturais.
ABNT NBR 15116:2004.

32 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


A - Produtos de cerâmica vermelha e produtos à base de cimento Portland
I. Características
Segundo a resolução CONAMA n° 307/02, os resíduos de materiais cerâmicos
e de concreto são classificados como classe A, ou seja, podem ser reutilizados ou
reciclados como agregados.
II. Segregação/coleta seletiva
Cuidados preliminares
No recebimento dos materiais nos canteiros de obra devem ser observados os
seguintes cuidados, visando à minimização da geração desses resíduos:
99 Seguir as recomendações do fabricante, dispostas nas embalagens, folders
ou catálogos.
99 Descarregar os materiais com cuidado, para evitar quebras.
99 Utilizar equipamentos próprios para o transporte.
99 Utilizar carrinho paleteiro ou grua no caso de paletização.
99 Prever a utilização de peças modulares, conforme paginação.
99 Armazenar e utilizar os materiais com cuidado, para não danificar peças
desnecessariamente.

Foto: SLU/PBH.

Segregação
Os RCC para serem recebidos nas Estações de Reciclagem de Entulho – ERE da
SLU não podem conter mais de 10% de outros materiais (papel, plástico, metal etc.)
misturados à mesma. Essa exigência torna a segregação dos resíduos da construção
civil no canteiro de obras um passo extremamente importante dentro do processo de
gestão dos resíduos. A segregação deve ser feita de modo a evitar as contaminações.

33
A segregação deverá ocorrer imediatamente após a geração do resíduo. Para
isso, podem ser feitas pilhas próximas aos locais de geração.
III. Reutilização e reciclagem dos RCC
Algumas medidas devem ser tomadas para propiciar a reutilização dos resíduos:
99 Estimular projetistas, engenheiros, encarregados, operários e demais
envolvidos que se capacitem para a gestão de RCC.
99 Delimitar uma área ou dispor de recipientes onde possam ser depositados os
resíduos e os recortes das peças e propiciar seu aproveitamento futuro.
99 Utilizar os recortes para solucionar detalhes construtivos que necessitem de
peças de menores dimensões.
IV. Acondicionamento/armazenamento
O acondicionamento inicial pode ser feito em pilhas formadas próximas aos
locais de geração, nos respectivos pavimentos, sendo observados os procedimentos
de segregação.
O armazenamento final pode ser feito em caçambas estacionárias devidamente
identificadas e exclusivas para cada tipo de resíduo (resíduos à base de concreto e
argamassa e resíduos à base de produtos cerâmicos).
V. Transporte (interno e externo à obra)
Transporte interno
Utilizar carrinhos ou giricas para deslocamento horizontal e condutor de entulho,
elevador de carga ou grua para transporte vertical.
O transporte interno dos resíduos deve ser realizado diretamente para caçambas
e ou containers temporários localizados em pontos estratégicos da obra, evitando o
uso de pontos intermediários de armazenamento.
Transporte externo
O transporte externo deve ser feito por transportador licenciado para essa
atividade junto ao poder público municipal e respeitar, pelo menos os requisitos legais
apropriados: adequação do veículo ao transporte; manutenção e conservação do
veículo e capacitação dos condutores para o transporte de resíduos especiais.
O veículo deve ser mantido em condições adequadas, o que inclui controle emissão
de fumaça dentro dos limites especificado pela Resolução IBAMA 85/96 e Portaria
MINTER 100/80, não ter vazamento de quaisquer fluidos, incluindo aqueles que
possam escoar do resíduo e operacionalidade dos sistemas de controle e segurança
do veículo, incluindo transmissão, câmbio, direção, freios, iluminação e sinalização.
Deverá ser feito por caminhão com equipamento poliguindaste ou caminhão
com caçamba basculante, que trafegue sem exesso de carga, com altura limitada à

34 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


borda da caçamba do veículo e ser dotado de cobertura ou sistemas de proteção que
impeçam o derramamento dos RCC nas vias ou logradouros públicos.
No município de Belo Horizonte, para volumes iguais ou inferiores a 1 m³
por descarga, por origem, por dia, poderão ser transportados por pequenos
transportadores, incluindo carroças licenciadas.
Os pequenos transportadores, incluindo os carroceiros que participam do
Programa de Reciclagem de Entulho da SLU devem destinar o material coletado para
as Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes – URPV.
Os caminhões e a carroças transportando RCCV deverão estar devidamente
cadastrados nos órgãos competentes da Prefeitura e portar, obrigatoriamente, o
Controle de Transporte de Resíduos – CTR para prestarem este serviço.
VI. Destinação
No município de Belo Horizonte, os resíduos de blocos cerâmicos e de concreto
gerados podem ser destinados às Estações de Reciclagem de Entulho da PBH/SLU.
Atualmente existem duas unidades em funcionamento.
O recebimento dos resíduos nestas Estações é gratuito, desde que observadas as
seguintes exigências:
99 Estar segregado (resíduos classe A) com teor máximo de 10% de outros
resíduos (plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros materiais
recicláveis).
99 Ausência de terra, matéria orgânica, gesso e amianto.
99 Em caso de grandes volumes, deve ser feita programação junto a SLU.
99 Vide endereços das Estações no Quadro 5.
Os resíduos que tenham condições de reutilização, como os blocos e outros
devidamente segregados, poderão ser aproveitados em outras obras.

Quadro 5: Locais autorizados pela pbh para destinação de resíduos


Unidades de Reciclagem
Endereço Telefone
de Entulho

Estação da Pampulha Rua Policarpo Magalhães Viotti, 450 Pampulha (31) 3277-7912

Estação da CTRS-040 BR-040, km 531, Jardim Filadélfia (31) 3277-9299

35
Foto: Execução de sub-base de via em obras da SUDECAP/BH - CEMP/SLU.

VII. Produtos da reciclagem


Listam-se a seguir os materiais produzidos pelas Estações de Reciclagem da
SLU, com suas características e principais usos:

Quadro 6: Materiais produzidos pelas estações


de reciclagem da slu/pbh
Produto Características Uso recomendado Usina
Material com
Areia
dimensão máxima Usina BR 040
Reciclada
de 4,8 mm
Material com
Brita 0 dimensões entre Fabricação de artefatos de concreto sem Usina BR 040
4,8 mm e 9,5 mm fins estruturais, tais como blocos de
vedação, pisos intertravados, guias (meio-
Material com fio); com o devido acompanhamento
Brita 1 dimensões entre tecnológico Usina BR 040
9,5 mm e 19 mm
Material com
Rachão dimensões acima Usina BR 040
de 19 mm
Material com
Base e sub-base de pavimentação de vias.
dimensões e Usina BR 040,
Bica corrida Preenchimento de valas, regularização de
composição B. Pampulha
vias não pavimentadas etc.
variadas
Fonte: SLU/PBH.

Os produtos gerados através do processo de reciclagem de RCC, especificados


na tabela anterior, são comercializados nas próprias usinas. Para obtenção destes
produtos (agregados) basta dirigir-se a uma das Estações de Reciclagem de Entulho,
preencher a Guia de Arrecadação Municipal, pagar o valor em uma agência credenciada,

36 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


apresentar o recibo do pagamento e retirar o produto, cujo preço é estabelecido através
de Preço Público, publicado no Diário Oficial do Município.

Foto: Execução de sub-base de via em obras da SUDECAP/BH - CEMP/SLU.

7.3.2 RESÍDUOS CLASSE B

Segundo a RESOLUÇÃO CONAMA Nº 307/02 e 448/12, os resíduos classe B são


os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plástico, papel, papelão,
metais, vidros, madeiras e gesso. Apresentam-se a seguir os procedimentos para
gestão dos resíduos recicláveis com geração mais significativa na obra.

Fotos: FOKRO Ambiental e Engenharia.

A – GESSO
I. Características
Os resíduos de gesso são classificados pela Resolução nº 431/11 como classe B,
ou seja, ao contrario do que se imaginava até há bem pouco tempo e do que constava
na Resolução CONAMA nº 307/02 não são rejeitos, mas materiais que podem ser
reinseridos no processo produtivo de diferentes formas.

37
Em ordem de importância, pelo volume de resíduos gerados nas obras, estão
relacionados os seguintes materiais produzidos à base de gesso:
99 gesso para revestimento.
99 placas e ornamentos de gesso fundido.
99 chapas para drywall.
99 massas para tratamento de juntas de sistemas drywall.

Fonte: Resíduos de Gesso na Construção Civil – Coleta, armazenagem


e reciclagem – Associação Brasileira do Drywall.

II. Segregação/coleta seletiva


Cuidados preliminares
Algumas medidas relativas ao armazenamento e ao manuseio do gesso podem
ser tomadas para minimizar a geração do resíduo, além dos sacos serem estocados
em local seco, sobre paletes de madeira:
99 No caso da chapa de gesso drywall, a perda ocorrida deve-se ao corte, que
pode ser reduzido modulando-se dimensionalmente a obra em projeto, de
forma compatível com as dimensões das placas, atraves da definição clara do
pé direito (altura da parede) e/ou da modulação do forro. O produto tem esta
característica econômica por tratar-se de um sistema construtivo.
99 O gesso para revestimento deve ser preparado de acordo com a necessidade de
utilização, levando em consideração a área a ser trabalhada e a capacidade de
aplicação em função do tempo disponível. Grande parte da perda do gesso de
revestimento é devido ao rápido endurecimento do gesso associado à aplicação
manual não qualificada. Esta perda pode ser reduzida com o treinamento da
mão de obra, uso de produtos de qualidade, que além de gerar menos resíduos
apresentam o tempo final de uso com menor velocidade de endurecimento.

38 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


99 Na confecção das placas de gesso, sancas e/ou molduras, o produto deve ser
preparado de acordo com a necessidade de utilização, levando em consideração
o tipo de forma/molde a ser trabalhado em função do tempo disponível.
Segregação
A presença de gesso em agregados reciclados pode causar problemas de tempo
de endurecimento e expansibilidade dos produtos à base de cimento. Portanto, os
resíduos classe A (CONAMA 307/02) não devem ser contaminados por esse resíduo
(conforme item 7.3.1 - Blocos cerâmicos e de concreto). Tal fato torna imprescindível a
segregação adequada do gesso. O quadro a seguir mostra alguns procedimentos para
a segregação dos resíduos de gesso:

Quadro 7: Segregação dos resíduos de gesso


Origem do
Segregação
resíduo
Delimitar uma área exclusiva para deposição dos resíduos em locais cobertos. Deve
Chapas de gesso
evitar qualquer tipo de contaminação do resíduo de gesso placa, principalmente por
(Drywall)
metais.
O gesso não aproveitado não deve ser depositado nas mesmas pilhas dos resíduos
Gesso para classe B. Deve haver um local específico para o acondicionamento segregado e
revestimento armazenamento deste resíduo em locais cobertos. Deve-se evitar qualquer tipo de
contaminação, principalmente por metais.
Placas pré-
Delimitar uma área exclusiva para deposição dos resíduos de gesso em locais
moldadas de
cobertos. Deve evitar qualquer tipo de contaminação, principalmente por metais.
gesso
Fonte: Associação Brasileira do Drywall.

Adaptado de: Resíduos de Gesso na Construção Civil – Coleta,


armazenagem e reciclagem – Associação Brasileira do Drywall.

39
III. Reutilização e reciclagem dos resíduos
No momento de aplicação do gesso de revestimento, deve-se ter atenção com
o volume de massa de gesso a ser produzido para minimizar as perdas. Utilizando o
produto adequado, as perdas tendem a se reduzir.
Ocorrendo queda da massa de gesso no piso, esta não deve ser reaplicada na
parede, pela possibilidade de estar contaminada, mesmo que o piso esteja protegido,
podendo prejudicar a qualidade do revestimento que será realizado. Neste caso, o
resíduo gerado pode ser utilizado para o preenchimento da alvenaria a ser revestida
ou destinada ao coprocessamento em indústrias de cimento.
O resíduo de gesso encontra-se em processo de estudo a fim de se avaliar a
viabilidade de retorná-lo ao processo produtivo, por meio da reutilização na fabricação
de cimento e/ou correção do solo.
IV. Acondicionamento/armazenamento
Acondicionamento inicial (no momento da geração)
Em pilhas formadas próximas aos locais de geração dos resíduos, em locais secos
preferenciamente onde já tenha sido concretado o piso, em locais com cobertura, onde
não haja contato com a água, se possivel nos respectivos pavimentos.
Armazenamento final
Em caçambas estacionárias com tampa ou em local coberto, evitando a
contaminação dos resíduos de alvenaria, concreto e outros.
V. Transporte (interno e externo à obra)
Transporte interno
Podem ser usados carrinhos ou giricas para deslocamento horizontal e guinchos,
elevador de carga ou grua para transporte vertical.
O transporte interno dos resíduos deve ser realizado diretamente para central
de resíduos e/ou depósito temporário da obra, localizados em pontos estratégicos,
evitando o uso de pontos intermediários de armazenamento.
Transporte externo
Pode ser feito por caminhão com equipamento poliguindaste ou caminhão com
caçamba basculante, e deverá ser sempre coberto com lona. É importante enfatizar
que os geradores de resíduos são os responsáveis pela destinação final adequada e
devem ser criteriosos na escolha da empresa que irá prestar os serviços de coleta e
transporte dos resíduos, os geradores devem ainda averigurar e manter o registro da
correta destinação.

40 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


VI. Destinação
A seguir, apresentam-se algumas empresas que recebem este resíduo na Região
Metropolitana de Belo Horizonte:

Quadro 8: Empresas receptoras de gesso


Resíduos Condições para Destinação
Empresa Serviços
que recebimento do dada ao Custos
(telefone/cidade) prestados
recebe resíduo resíduo
Coleta de resíduos
CTR VIA EXPRESSA- não perigosos,
EIRELI transporte
Gesso Sem restrição Reciclagem Á combinar
(31) 8522-2735 rodoviário,
Contagem/MG comércio de
resíduos de Gesso

Gramadus Locação de Reaproveita-


Contratação do Deverá ser
(31) 3396-1511 equipamentos, mento gesso
serviço de coleta, negociado
Contagem/MG coleta, transporte, Gesso limpo ou
Material não entre as
www.gramadus.com. triagem na ATT e aterro Indus-
contaminado partes
br destinação final trial Classe II

Holcim Brasil
(31) 3660-9211 Caminhão
Coprocessamento Gesso Holcim Á combinar
Pedro Leopoldo/MG Basculante
www.holcim.com.br

Os resíduos
deverão estar
acondicionados
Inca em containers,
(31) 3711-1470 Coleta, transporte bombonas, Deverá ser
Tratamento
Prudente de Morais/ e tratamento tambores, negociado
Gesso térmico
MG térmico de caixas, big entre as
(incineração)
www.incaincinerador. resíduos bag's, fardos, partes
com.br sacos leitosos,
seguindo o
proposto na NBR
10.0004:2004

Lafaete Locação Deverá ser


(31) 3373-8989 Coleta e disposição negociado
Gesso Independente Reciclagem
Belo Horizonte/MG final entre as
www.lafaete.com.br partes

Triagem,
Resicom Resíduos Disposição
transbordo e
Industriais final (aterro Cobra para
destinação/
(31) 3362-6760 Gesso Sem restrições sanitário receber o
disposição
Contagem/MG industrial resíduo
(gerenciamento de
www.resicom.com.br Classe I)
resíduos)
A tabela acima tem caráter meramente informativo. Sendo assim, o licenciamento ambiental das
empresas, emitido pelos órgãos competentes, deverá ser verificado no ato da contratação dos serviços
e/ou encaminhamento de materiais.

41
B – Madeira
I. Características
Na construção civil, a madeira é utilizada de diversas formas em usos
temporários, como: tapumes, fôrmas para concreto, bandejas de proteção, andaimes
e escoramentos, dentre vários outros. De forma definitiva, é utilizada nas estruturas
de cobertura, nas esquadrias (portas e janelas), nos forros e pisos.
Os resíduos de madeira podem apresentar dois tipos básicos de contaminação:
por metais (pregos, arame e outros) ou por argamassa/concreto/produtos químicos. O
tipo de contaminação e características é o que determina a destinação deste resíduo.
Madeiras resinadas ou tratadas pelo autoclave, podem ser coprocessadas por
algumas cimenteiras, desde que se respeite a legislação pertinente.
II. Segregação/coleta seletiva
Cuidados preliminares
Na fase de execução das fôrmas e na aquisição da madeira devem ser observados
os seguintes cuidados, visando a minimizar a geração de resíduos:
99 Elaborar um plano ou projeto da fôrma que vise a reutilização máxima do
material, a otimização de cortes em função das dimensões das peças e a
reutilização e reaproveitamento das sobras em outros locais da obra.
99 Planejar a montagem e desmontagem das fôrmas de tal modo que a desforma
seja feita sem danificar as peças, utilizando-se menos pregos e mais encaixes.
99 Garantir que a madeira adquirida seja de boa qualidade a fim de suportar os
esforços a que será submetida, tanto na montagem quanto na desmontagem
da fôrma, adquirindo as peças de empresas que possam comprovar a origem
da mesma, seja através de certificação legal ou de um plano de manejo
aprovado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis - IBAMA, com a apresentação de nota fiscal e documentos de
transporte – IBAMA. Para que a madeira seja coprocessada em fornos (fabrica
de cimento), há necessidade de rastreamento legal.
Finalmente, deve-se considerar a possibilidade de se contratar as fôrmas de
empresas especializadas, caso isto seja economicamente viável e que tais empresas
se responsabilizem por receber o material usado de volta. É verdade que numa
primeira análise, estar-se-ia transferindo o problema de resíduos para terceiros.
Ocorre, entretanto, que a possibilidade de reaproveitamento da madeira pela empresa
especializada em outras obras de clientes seus é muito maior que na obra de onde
se originou, resultando num saldo positivo no processo de gestão de resíduos. Outro
aspecto a considerar é a utilização de escoramento metálico, e fôrmas metálicas ou
material com grande resistência de vida útil longa.

42 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


Segregação
Os resíduos de madeira, no momento de sua geração, deverão ser separados de
outros resíduos que possam contaminá-los.
A madeira que contém apenas pregos deve ser separada da madeira contaminada
com argamassa ou produtos químicos. Recomenda-se a retirada dos metais
presentes na madeira para facilitar a sua destinação, pois pregos e outros metais são
considerados contaminantes para o processo de reciclagem da madeira.
III. Reutilização e reciclagem dos resíduos
Além dos cuidados mencionados, as peças de madeira devem ser utilizadas
estritamente de acordo com o plano ou projeto de fôrmas.
Deve-se verificar a possibilidade da reutilização das peças mesmo que tenham
sido danificadas na desforma, ou por outro motivo, adequando-as de modo a utilizá-
las em outros locais, ou seja, utilizar uma mesma peça mais de uma vez, dando-lhe
uma sobrevida, o que significa redução de custos, de matéria-prima e redução de
resíduos.
Além disso, deve-se reutilizar, ao máximo, os componentes e embalagens de
madeira dos diversos produtos que chegam à obra, procurando recuperá-los. Deve-
se, ainda, evitar que a madeira usada nas fôrmas seja tratada com produtos químicos
agressivos e que se evite o emprego excessivo de pregos, de modo a facilitar a desforma
ou sua reciclagem.
As peças a serem reutilizadas deverão ser empilhadas o mais próximo possível dos
locais de reaproveitamento. Caso o aproveitamento das peças não seja feito próximo
ao local de geração, elas deverão ser estocadas em pilhas ou baias por tamanho e
tipo, devidamente sinalizadas nos pavimentos inferiores, preferencialmente no térreo
ou subsolo, próximo da central de fôrmas.
As peças de madeira devem ser utilizadas de acordo com o projeto de fôrmas e,
na falta deste, deve ser feito de modo a evitar perdas com cortes desnecessários.
IV. Acondicionamento/armazenamento
Para o acondicionamento temporário devem ser usados baias, tambores,
devidamente identificados na cor preta conforme Resolução nº 275/01 do CONAMA,
dispostos nos pavimentos da obra. Após atingir a sua capacidade máxima, no caso
do uso de tambores, estes deverão ser transportados horizontalmente em carrinhos
e, verticalmente, em guinchos até o térreo onde serão depositados em caçambas,
especialmente destinadas para recebê-los.
O armazenamento central, caso necessário, deverá ser feito em baias cobertas e
sinalizadas.

43
V. Transporte (interno e externo à obra)
Transporte interno
Para grandes volumes, transporte manual (em fardos) com o auxílio de giricas, ou
em carrinhos de mão, associados a guinchos, elevadores de carga ou grua.
Para pequenos volumes, transporte manual (dentro dos sacos de ráfia), e vertical
com auxílio de guinchos, elevador de carga ou grua, quando necessário.
O transporte interno dos resíduos deve ser realizado diretamente para central
de resíduos e/ou depósito temporário da obra, localizados em pontos estratégicos,
evitando-se o uso de pontos intermediários de armazenamento.
Transporte externo
Pode ser feito por caminhões caçamba ou munidos de poliguindaste, ou mesmo
caminhão com carroceria de madeira, respeitadas as condições de segurança para
a acomodação da carga na carroceria do veículo, preferencialmente coberto com
lona. É importante enfatizar que os geradores de resíduos são os responsáveis pela
destinação final adequada e devem ser criteriosos na escolha da empresa que irá
prestar os serviços de coleta e transporte dos resíduos, os geradores devem ainda
averigurar e manter o registro da correta destinação.
VI. Destinação
A seguir, apresentam-se algumas empresas que recebem este resíduo na Região
Metropolitana de Belo Horizonte:

Quadro 9: Empresas receptoras de madeira

Resídu- Condições para


Empresa Serviços pres- Destinação dada
os que recebimento do Custos
(Telefone/Cidade) tados ao resíduo
recebe resíduo
Área de
transbordo Fornos de pada-
Geo Ambiental (31) triagem e ar- rias, reutilização
3017-4000 mazenamento em painéis e Deverá ser ne-
Belo Horizonte/MG transitório de Madeira Sem restrições fôrmas, ener- gociado entre as
www.botafora- resíduos da gético para fá- partes
grandebh.com.br construção bricas de peças
civil e volumo- cerâmica/argila
sos
Triagem
Gersol Gerencia-
transbordo, Traamentos
mento de Resíduos Comercializa
coleta, logísti- físicos, quími-
Sólidos LTDA ou cobra de
ca ambiental, cos, térmicos,
(31) 3532-4433 Madeira Segregado acordo com a
destinação destinação
Betim/MG caracteristica do
final, consulto- final em aterros
www.gersol.com. resíduo
ria ambiental, específicos
br
treinamentos

44 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


Continuação...

Locação de
equipamen-
Gramadus
tos, coleta, Contratação do ATT Gramadus
(31) 3396-1511 Deverá ser ne-
transporte, serviço de coleta e Reaproveita-
Contagem/MG Madeira gociado entre as
triagem na ATT e Material não mento energé-
www.gramadus. partes
e destinação contaminado tico
com.br
para reapro-
veitamento

Os resíduos
deverão estar
acondicionados
Inca
em containers,
(31) 3711-1470 Coleta, trans-
bombonas, tam- Tratamento Deverá ser ne-
Prudente de Mo- porte e trata-
Madeira bores, caixas, térmico (incine- gociado entre as
rais/MG mento térmico
big bag's, fardos, ração) partes
www.incaincinera- de resíduos
sacos leitosos,
dor.com.br
seguindo o pro-
posto na NBR
10.0004:2004

J & E e Reciclagem
Recolhimento
(31) 3394-6310 Madeira Sem restrições Reciclagem Gratuito
e Reciclagem
Contagem/MG

Lafaete Locação
Reciclagem e
(31) 3373-8989 Locação de Deverá ser ne-
Aterro Classe I
Belo Horizonte/MG Equipamentos, Madeira Independente gociado entre as
para madeiras
www.lafaete.com. ATT (Triagem) partes
contaminadas
br

Locação de
LOC BEM Caçam-
Caçambas Separadamen-
bas Aterro Classe A
estacionárias, te por tipo de Deverá ser ne-
(31) 8952-2452 (Próprio) reci-
coleta, trans- Madeira resíduos, ou gociado entre as
Itabirito/MG clagem Aterro
porte e desti- também mistu- partes
www.locbem-itabi- Sanitário
nação final dos rados
rito.com.br
resíduos

Reciclagem Santa
Maria Gerenciamen- Deverá ser
(31) 3774-6187 to de resíduos negociado entre
Madeira Estar segregado Reciclagem
Contagem/MG da construção as partes. (Sem
www.reciclagems- civil Custo)
tamaria.com.br

45
Continuação...
Tratamento
Madeiras com Cobra para rece-
térmico (incine-
tratamento MB ber o resíduo
ração)
Tratamento
físico (recicla-
Madeiras com Compra o resí-
gem) ou térmico
tratamento HT duo
Resicom Resíduos Triagem, (energia alter-
Industriais transbordo e nativa)
(31) 3362-6760 destinação/
Madeira Disposição final
Contagem/MG disposição (ge- Madeiras peque- Cobra para rece-
www.resicom.com. renciamento (aterro sanitário
nas ber o resíduo
br de resíduos) ou de inertes)
Tratamento
físico (reu-
Madeiras gran- tilização ou Compra o resí-
des reciclagem) ou duo
térmico (energia
alternativa)
A tabela acima tem caráter meramente informativo. Sendo assim, o licenciamento ambiental das em-
presas, emitido pelos órgãos competentes, deverá ser verificado no ato da contratação dos serviços e/
ou encaminhamento de materiais.

C - Metais
I. Características
Os metais utilizados na construção civil apresentam uma variedade muito grande
de tipos, tanto quanto ao seu componente metálico básico (ferro, alumínio, cobre,
chumbo, estanho, antimônio, dentre outros) como pelas diversas ligas que deles são
fabricadas (aço carbono, aço cromo níquel, aço inoxidável, bronze, duralumínio, latão
etc.). Então, o seu valor como resíduo para venda e a sua reutilização na obra dependerá
do material de que é constituído e do seu acabamento superficial, tais como, barras
de aço lisas, nervuradas, tubos de aço galvanizado, eletrodutos de ferro, brocas,
pregos, eletrodos, soldas chapas pretas ou de aço inoxidável, perfis, tubos e chapas
de cobre e alumínio anodizados, acessórios cromados de cozinhas e banheiros, por
exemplo. Assim, ao se adquirir um determinado tipo de metal, é necessário solicitar
as especificações técnicas do fabricante que descreva, de forma abrangente, suas
características, de modo a permitir a reciclagem ou venda de seus resíduos de forma
correta.
Devido à grande variedade de metais utilizados em uma obra, no Quadro 10 estão
descritos somente os metais mais significativos em volume e valor.
II. Segregação/Coleta seletiva
99 Planejar o uso racional dos metais a fim de reduzir a geração dos resíduos.
No caso dos vergalhões de aço, sempre que possivel adquiri-los nas medidas
definidas no projeto estrutural de firmas especializadas. Caso contrário,
segregar e armazenar as sobras em locais apropriados no canteiro.

46 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


99 Utilizar todas as alternativas possíveis para o reaproveitamento dos metais,
selecionando-os por tipos, bitolas, acabamento, onde for apropriado, pois o
valor econômico da sucata é habitualmente suficiente para viabilizar o seu
valor reciclado. Especial atenção deverá ser dada aos fios e cabos elétricos,
por seu alto valor de custo e valor de venda de seus resíduos.
III. Reutilização e reciclagem dos resíduos
99 É fundamental a segregação dos resíduos de metal de forma a viabilizar e
maximizar sua reutilização.
99 Sobras de vergalhões – usá-las como esperas, estribos e outras peças de
comprimento reduzido.
99 Pregos – recolhê-los na desforma e avaliar a possibilidade de desentortá-los
para reutilização.
99 Fios e cabos elétricos – usar as sobras em emendas e ligações de comprimento
reduzido.
99 Outros metais – usá-los onde forem apropriados.
IV. Acondicionamento/Armazenamento
O acondicionamento temporário pode ser feito em bombonas devidamente
identificadas na cor amarela conforme Resolução nº 275/01 do CONAMA, sinalizadas
e revestidas internamente por sacos de ráfia ou em fardos e por pavimento. No caso
de vergalhões de aço isto é feito no local de corte e montagem das armaduras.
O armazenamento pode ser feito em baias sinalizadas.
V. Transporte (interno e externo à obra)
Transporte interno
O transporte horizontal interno pode ser feito por carrinhos e o vertical por meio
de elevador ou guincho.
O transporte interno dos resíduos deve ser realizado diretamente para central
de resíduos e/ou depósito temporário da obra, localizados em pontos estratégicos,
evitando o uso de pontos intermediários de armazenamento.
Transporte externo
O transporte externo pode ser realizado por caminhões, dotados de guindastes ou
equipamentos hidráulicos de içamento, para o carregamento. É importante enfatizar
que os geradores de resíduos são os responsáveis pela destinação final adequada e
devem ser criteriosos na escolha da empresa que irá prestar os serviços de coleta e
transporte dos resíduos. Os geradores devem ainda averiguar e manter o registro da
correta destinação.

47
VI. Destinação
Os resíduos metálicos (sucatas) podem ser enviados para as diversas cooperativas
e associações de catadores de materiais recicláveis em operação em 25 municípios
da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e Colar Metropolitano e empresas
que os comercializem ou reciclem.
A seguir, apresentam-se algumas empresas que recebem este resíduo na Região
Metropolitana de Belo Horizonte e que o encaminham para reciclagem, sendo que
foram contemplados os metais com geração mais significativa, ou seja, aço, ferro e
alumínio.

Quadro 10: Empresas receptoras de metais

Resídu- Condições para Destinação


Empresa
Serviços prestados os que recebimento do dada ao resí- Custos
(Telefone/Cidade)
recebe resíduo duo
Não poderão
conter ne-
nhum tipo de
contaminação
Sucata
Ambiental Mate- Coleta, transporte e de corrosivos, Deverá ser
Ferrosa
riais Recicláveis destinação legali- infectantes, Indústria de negociado
e Sucata
(31) 3393-1718 zada de resíduo de tóxicos, óleos reciclagem entre as
não Fer-
Contagem/MG material reciclado ou produtos/ partes
rosas
materiais que
impossibilite a
reciclagem dos
mesmos
BH Recicla
Metais Deverá ser
(31) 3063-0688
Coleta, transporte e Ferrosos negociado
Belo Horizonte/MG Não se aplica Reciclagem
destinação e Não entre as
www.bhrecicla.
Ferrosos partes
com.br
Coleta de resídu-
os não perigosos,
transporte rodoviá-
rio, recuperação de
CTR VIA EXPRES- materiais metálicos,
SA-EIRELI recuperação de Sucata
Sem restrição Reciclagem Á combinar
(31) 8522-2735 sucata de alumínio, em Geral
Contagem/MG comercio de resídu-
os e sucata metá-
licos, comercio de
resíduos e sucatas
não metálico
Geo Ambiental (31) Área de transbordo
Repasse para Deverá ser
3017-4000 Belo triagem e armazena-
Metais Resíduos não reciclagem negociado
Horizonte/MG mento transitório de
em geral contaminados nas siderúr- entre as
www.botafora- resíduos da constru-
gicas partes
grandebh.com.br ção civil e volumosos

48 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


Continuação...
Locação de equi-
Gramadus
pamentos, coleta, Metais Contratação do ATT Gramadus Deverá ser
(31) 3396-1511
transporte, triagem em geral serviço de coleta e Reapro- negociado
Contagem/MG
na ATT e destinação não con- e Material não veitamento entre as
www.gramadus.
para reaproveita- taminado contaminado energético partes
com.br
mento
Lafaete Locação
Deverá ser
(31) 3373-8989
Coleta e disposição Metais negociado
Belo Horizonte/MG Independente Reciclagem
final em geral entre as
www.lafaete.com.
partes
br
LOC BEM Caçam-
Locação de Caçam- Separadamen- Aterro Classe
bas Deverá ser
bas estacionárias, te por tipo de A (Próprio)
(31) 8952-2452 Sucatas negociado
coleta, transporte e resíduos, ou reciclagem
Itabirito/MG metálicas entre as
destinação final dos também mistu- Aterro Sani-
www.locbem-itabi- partes
resíduos rados tário
rito.com.br

Reciclagem e Fer- Deverá ser


Ferrosos
ro Velho Lagoinha Triagem de matérias negociado
e não Na empresa A terceiros
(31) 3444-8008 recicláveis entre as
Ferrosos
Belo Horizonte/MG partes

Reciclagem Santa
Maria Deverá ser
Recebimento de
(31) 3774-6187 Sucata negociado
resíduos classe II Reciclagem A combinar
Contagem/MG Ferrosa entre as
reciclável
www.reciclagems- partes
tamaria.com.br
Resicom Resíduos
Sem restri-
Industriais Triagem, transbordo Tratamento
ções, contudo
(31) 3362-6760 e destinação/ dispo- químico e tér- Compra o
Metais conveniente a
Contagem/MG sição (gerenciamen- mico (recicla- resíduo
separação por
www.resicom.com. to de resíduos) gem/refusão)
tipo de metal
br
Organizações de catadores de materiais recicláveis recebem este resíduo. (ver anexo B)
A tabela acima tem caráter meramente informativo. Sendo assim, o licenciamento ambiental das em-
presas, emitido pelos órgãos competentes, deverá ser verificado no ato da contratação dos serviços e/
ou encaminhamento de materiais.

D - Papelão e sacarias
I. Características
Os resíduos compostos de sacarias e papelão gerados na obra podem ser
divididos em:
99 Sacarias em geral e papelão contaminados (sacos de cimentos, argamassa etc.).
99 Papel e papelão não contaminados (embalagens).
As embalagens contaminadas ainda não possuem uma tecnologia de reciclagem
em grande escala economicamente viável. Por isso, devem ser encaminhadas para
aterros específicos ou para tratamentos térmicos de destruição (coprocessamento).
Aquelas sem contaminação por argamassa e cimento, produtos químicos, terra ou

49
quaisquer outros materiais podem ser encaminhadas para as diversas cooperativas e
associações de catadores de materiais recicláveis e empresas que trabalhem com a
reciclagem desses resíduos.
II. Segregação/coleta seletiva
Visando à correta destinação destes resíduos, devem ser segregados, no
momento da geração, as sacarias contaminadas e o papel e papelão limpos. Podem
ser disponibilizados, próximos aos locais de geração, tambores ou bombonas
devidamente identificados na cor azul (papel – papelão), vermelho (plástico) ou cinza
(não reciclável ou misturado), conforme Resolução nº 275/01 do CONAMA.
III. Reutilização e reciclagem dos resíduos
Para possibilitar a reciclagem do papel e papelão não contaminados deve-se
protegê-los das intempéries. Os sacos de cimento, após umedecidos, podem ser
usados na vedação de frestas das formas de lajes e pés de pilares.
IV. Acondicionamento/armazenamento
O acondicionamento temporário deve ser feito separadamente para as sacarias
contaminadas e para o papel e papelão não contaminados. Podem ser utilizadas
bombonas sinalizadas e devidamente identificadas na cor azul (papel – papelão),
vermelho (plástico) ou cinza (não reciclável ou misturado), conforme Resolução Nº
275/01 do CONAMA e revestidas internamente por sacos de ráfia, fardos ou bags,
próximos aos locais de geração.
O armazenamento pode ser feito em baias sinalizadas, bags ou fardos mantidos
em local coberto, protegidos contra intemperies.
V. Transporte (interno e externo à obra)
Transporte interno
O transporte vertical interno dos sacos, bags e fardos pode ser feito carrinhos ou
gericas e também por meio de elevador de carga ou grua, se necessário.
O transporte interno dos resíduos deve ser realizado diretamente para central
de resíduos e/ou depósito temporário da obra, localizados em pontos estratégicos,
evitando-se o uso de pontos intermediários de armazenamento.
Transporte externo
Pode ser feito por caminhões caçamba ou munidos de poliguindaste, ou mesmo
caminhão com carroceria de madeira, respeitadas as condições de segurança para
a acomodação da carga na carroceria do veículo, preferencialmente coberto com
lona. É importante enfatizar que os geradores de resíduos são os responsáveis pela
destinação final adequada e devem ser criteriosos na escolha da empresa que irá
prestar os serviços de coleta e transporte dos resíduos. Os geradores devem ainda
averiguar e manter o registro da correta destinação.

50 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


Foto: Centro Mineiro de Referência em Resíduos (CMRR).

VI. Destinação
A seguir, apresentam-se algumas empresas que recebem este resíduo na Região
Metropolitana de Belo Horizonte:

Quadro 11: Empresas receptoras de papel/papelão não contaminados

Condições para Destinação


Empresa Serviços Resíduos que
recebimento do dada ao resí- Custos
(Telefone/Cidade) prestados recebe
resíduo duo

Não poderão
conter ne-
Papéis/ papelão: nhum tipo de
Coleta,
Papelão, Papéis contaminação
transporte e
Ambiental Mate- branco / Misto de corrosivos, Deverá ser
destinação
riais Recicláveis sem: Carbono, infectantes, Indústria de negociado
legalizada
(31) 3393-1718 cola, clipes, go- tóxicos, óleos reciclagem entre as
de resíduo
Contagem/MG minhas, plastifi- ou produtos/ partes
de material
cados, encerado materiais que
reciclado
e laminado 0,03 impossibilite a
reciclagem dos
mesmos

CNT AMBIENTAL
Coleta,
LTDA
transporte,
(31) 3486-3300 Aterro Ma- Sob deman-
destinação Papel/Papelão Segregado
Belo Horizonte/MG quiné da
final, consul-
www.cntambien-
toria etc.
tal.com.br

51
Continuação...

Coleta de
resíduos não
perigosos,
CTR VIA EXPRES-
transporte
SA-EIRELI
rodoviário, Papel/Papelão Sem restrição Reciclagem Á combinar
(31) 8522-2735
comércio
Contagem/MG
de resíduos
de papel e
papelão

Locação de
Gramadus equipamen-
Contratação do Deverá ser
(31) 3396-1511 tos, coleta, Papel e Papelão ATT Grama-
serviço de coleta negociado
Contagem/MG transporte, não contamina- dus, Empresa
e material não entre as
www.gramadus. triagem na dos recicladora
contaminado partes
com.br ATT e desti-
nação final

Área de
transbordo
Geo Ambiental triagem e ar- Não estando
Repasse para Deverá ser
(31) 3017-4000 mazenamen- úmido e não
Todos os tipos reciclagem negociado
Belo Horizonte/MG to transitório estando con-
de papéis nas indústrias entre as
www.botafora- de resíduos taminado, sem
de papel partes
grandebh.com.br da constru- restrições
ção civil e
volumosos

Holcim Brasil
(31) 3660-9211
Pedro Leopoldo/ Coprocessa- Caminhão Bas-
Papéis/ Papelão Holcim Á combinar
MG mento culante
www.holcim.com.
br

Lafaete Locação Deverá ser


Belo Horizonte/MG Coleta e dis- Papel e papelão negociado
Independente Reciclagem
www.lafaete.com. posição final em geral entre as
br partes

Locação de
LOC BEM Caçam- Caçambas
Separadamen- Aterro Classe
bas estacioná- Deverá ser
te por tipo de A (Próprio)
(31) 8952-2452 rias, coleta, negociado
Papelão resíduos, ou reciclagem
Itabirito/MG transporte e entre as
também mistu- Aterro Sani-
www.locbem-itabi- destinação partes
rados tário
rito.com.br final dos
resíduos

Reciclagem e Fer- Deverá ser


Triagem de
ro Velho Lagoinha negociado
matérias Papel e Papelão Na empresa A terceiros
(31) 3444-8008 entre as
recicláveis
Belo Horizonte/MG partes

52 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


Continuação...
Coleta e
destinação de
qualquer re-
síduos gerado
Reciclagem Santa
pela obra
Maria Deverá ser
(classe I ou
(31) 3774-6187 Não estar conta- negociado
II), por meio Papel e papelão Reciclagem
Sete Lagoas/MG minado entre as
de caçambas
www.reciclagems- partes
de diversos
tamaria.com.br
tamanhos,
big bag, ca-
minhão carga
seca
Tratamento
físico e Compra o
Papel branco
químico resíduo
(reciclagem)

Triagem, Tratamento
Resicom Resíduos
transbordo e físico e Compra o
Industriais Papelão
destinação/ químico resíduo
(31) 3362-6760
disposição Papel (reciclagem)
Contagem/MG
(gerencia-
www.resicom.com. Tratamento
mento de
br térmico
resíduos)
(incineração) Cobra para
Papel não
ou disposição receber o
reciclável
final (aterro resíduo
industrial ou
sanitário)
Organizações de catadores de materiais recicláveis recebem este resíduo. (ver anexo B)
A tabela acima tem caráter meramente informativo. Sendo assim, o licenciamento ambiental das em-
presas, emitido pelos órgãos competentes, deverá ser verificado no ato da contratação dos serviços e/
ou encaminhamento de materiais.

Foto: FOKRO Ambiental e Engenharia.

53
Quadro 12: Empresas receptoras de sacarias
de papelão contaminadas

Condições para Destinação


Empresa Resíduos
Serviços prestados recebimento do dada ao Custos
(Telefone/Cidade) que recebe
resíduo resíduo
Gramadus Locação de equi-
Deverá ser
(31) 3396-1511 pamentos, coleta, Papelão Aterro
Não recebemos negociado
Contagem/MG transporte, triagem Contamina- Industrial
na ATT entre as
www.gramadus. na ATT e destinação dos Classe I
partes
com.br final
Holcim Brasil Diversos
(31) 3660-9211 contami-
Caminhão Bas-
Pedro Leopoldo/ Coprocessamento nados com Holcim Á combinar
culante
MG óleos e
www.holcim.com.br graxas
Os resíduos
deverão estar
acondicionados
Inca
em containers,
(31) 3711-1470 Contami- Deverá ser
Coleta, transporte e bombonas, tam- Tratamento
Prudente de Mo- nados com negociado
tratamento térmico bores, caixas, térmico (in-
rais/MG óleos e entre as
de resíduos big bag's, fardos, cineração)
www.incaincinera- graxas partes
sacos leitosos,
dor.com.br
seguindo o pro-
posto na NBR
10.0004:2004
Lafaete Locação
Deverá ser
(31) 3373-8989 Todos os
Coleta e disposição Aterro Clas- negociado
Belo Horizonte/MG tipos de Independente
final se I entre as
www.lafaete.com. sacarias
partes
br
Tratamento
Resicom Resíduos térmico
Industriais Triagem, transbordo (incine-
Cobra para
(31) 3362-6760 e destinação/ dispo- ração) ou
Sacarias Sem restrições receber o
Contagem/MG sição (gerenciamen- disposição
resíduo
www.resicom.com. to de resíduos) final (aterro
br industrial
classe II)
A tabela acima tem caráter meramente informativo. Sendo assim, o licenciamento ambiental das em-
presas, emitido pelos órgãos competentes, deverá ser verificado no ato da contratação dos serviços e/
ou encaminhamento de materiais.

E - Plásticos
I. Características
Dentre os resíduos de plástico não contaminados e gerados na construção civil
podem-se citar:
99 O plástico filme usado para embalar insumos.
99 As aparas de tubulações.
99 As embalagens em geral (galões, baldes, bombonas e tambores).

54 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


Esses resíduos, quando isentos de contaminação por resíduos perigosos, podem
ser encaminhados para as diversas cooperativas e associações de catadores de
materiais recicláveis e empresas de reciclagem.
II. Segregação/coleta seletiva
O plástico deve ser segregado no momento de sua geração, em tambores ou
bombonas sinalizadas e distribuídas na obra.
Obs.: o plástico contaminado deverá seguir as mesmas orientações para resíduos
perigosos.
III. Reutilização e reciclagem dos resíduos
A reutilização e reciclagem, na obra, dos plásticos não contaminados são em
princípio inviáveis, pois não se identifica uma utilização na obra que justifique tais
procedimentos. Entretanto, fora da obra e por empresas interessadas, só serão viáveis
se os resíduos e embalagens forem limpos e segregados e protegidos das intempéries
e devidamente armazenados.
IV. Acondicionamento/Armazenamento
Podem ser utilizadas bombonas sinalizadas e devidamente identificadas na
cor vermelha e cinza (não reciclável ou misturado), conforme Resolução nº 275/01
do CONAMA e revestidas internamente por sacos de ráfia, próximas aos locais de
geração.
O armazenamento pode ser feito também em baias sinalizadas ou bags.
V. Transporte (interno e externo à obra)
Transporte interno
O transporte vertical interno dos sacos, bags e fardos pode ser feito carrinhos ou
gericas e também por meio de elevador de carga ou grua, se necessário.
O transporte interno dos resíduos deve ser realizado diretamente para central
de resíduos e/ou depósito temporário da obra, localizados em pontos estratégicos,
evitando-se o uso de pontos intermediários de armazenamento.
Transporte externo
Pode ser feito por caminhões ou outros veículos de carga, preferencialmente
coberto com lona. É importante enfatizar que os geradores de resíduos são os
responsáveis pela destinação final adequada e devem ser criteriosos na escolha da
empresa que irá prestar os serviços de coleta e transporte dos resíduos. Os geradores
devem ainda averiguar e manter o registro da correta destinação.

55
VI. Destinação
A seguir, apresentam-se algumas empresas que recebem este resíduo na Região
Metropolitana de Belo Horizonte:

Fotos: FOKRO Ambiental e Engenharia.

Quadro 13: Empresas receptoras de plástico

Condições para Destinação


Empresa Serviços Resíduos que
recebimento do dada ao Custos
(Telefone/Cidade) prestados recebe
resíduo resíduo
Não poderão
conter ne-
Plásticos: E.V.A: nhum tipo de
Coleta,
Plásticos que contaminação
transporte e
Ambiental Mate- envolvem os fardos, de corrosivos, Deverá ser
destinação
riais Recicláveis Lona de Plástico, infectantes, Indústria de negociado
legalizada
(31) 3393-1718 Plástico Bolha, tóxicos, óleos reciclagem entre as
de resíduo
Contagem/MG PET, PP e OS, PVC ou produtos/ partes
de material
Rígido: Canos, materiais que
reciclado
tubulações, etc. impossibilite a
reciclagem dos
mesmos
BEM PLAST
Mangueiras, pote e
(31) 3532-2777 Análise, não Reciclagem
Reciclágem frasco de polietile- Compra o
Betim/MG contaminado, e transfor-
de plásticos no, PP, PE, PEAD, resíduo
www.bemplast. segregado mação
PEBD
com.br
CNT AMBIENTAL
Coleta,
LTDA
transporte,
(31) 3486-3300 Plástico não conta- Aterro Ma- Sob deman-
destinação Segregado
Belo Horizonte/MG minado quiné da
final, consul-
www.cntambien-
toria etc.
tal.com.br
Coleta de
resíduos não
CTR VIA EXPRES- perigosos,
SA-EIRELI transporte Plástico não conta-
Sem restrição Reciclagem Á combinar
(31) 8522-2735 rodoviário, minado
Contagem/MG recuperação
de materiais
plásticos

56 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


Continuação...
Locação de
equipamen-
Gramadus
tos, coleta, Contratação do ATT Gra- Deverá ser
(31) 3396-1511
transporte, Plásticos em geral serviço de cole- madus, negociado
Contagem/MG
triagem na não contaminados ta, Material não Empresa entre as
www.gramadus.
ATT e desti- contaminado recicladora partes
com.br
nação para
reciclagem
Plásticos: E.V.A:
Holcim Brasil Plásticos que
(31) 3660-9211 envolvem os fardos,
Pedro Leopoldo/ Coprocessa- lona de plástico, Caminhão Bas-
Holcim Á combinar
MG mento plástico bolha, PET, culante
www.holcim.com. PP e OS, PVC
br rígido: canos,
tubulações, etc.
Lafaete Locação
Deverá ser
(31) 3373-8989
Coleta e dis- Aterro Clas- negociado
Belo Horizonte/MG Plásticos em geral Independente
posição final se I entre as
www.lafaete.com.
partes
br
Locação de
LOC BEM
Caçambas Aterro
Caçambas Separadamen-
estacioná- Classe A Deverá ser
(31) 8952-2452 te por tipo de
rias, coleta, (Próprio) negociado
Itabirito/MG Plástico resíduos, ou
transporte e reciclagem entre as
www.locbem também mistu-
destinação Aterro Sani- partes
Itabirito.com.br rados.
final dos tário
resíduos
Coleta e
destinação de
quaisquer re-
síduos gera-
Reciclagem
do pela obra
Santa Maria Deverá ser
(classe I ou
(31) 3774-6187 Não estar conta- negociado
II), por meio Plástico Reciclagem
Sete Lagoas/MG minado entre as
de caçambas
www.reciclagems- partes
de diversos
tamaria.com.br
tamanhos,
big bag, ca-
minhão carga
seca
Tratamen-
Sem contami- to físico e Compra o
nantes químico resíduo
Triagem, (reciclagem)
Resicom Resí-
transbordo e
duos Industriais Tratamento
destinação/
(31) 3362-6760 térmico
disposição Plástico
Contagem/MG (incine-
(gerencia- Cobra para
www.resicom.com. Plástico não ração) ou
mento de receber o
br reciclável disposição
resíduos) resíduo
final (aterro
industrial ou
sanitário)
Organizações de catadores de materiais recicláveis recebem este resíduo. (ver anexo B)
A tabela acima tem caráter meramente informativo. Sendo assim, o licenciamento ambiental das em-
presas, emitido pelos órgãos competentes, deverá ser verificado no ato da contratação dos serviços e/
ou encaminhamento de materiais.

57
F – Vidro
I. Características
A construção civil utiliza principalmente os vidros planos, fabricados em chapas.
Um outro tipo de vidro plano, utilizado em menor escala pelo mercado da construção
civil são os vidros translúcidos, chamado impresso ou fantasia.
Esses resíduos, quando isentos de contaminação por resíduos perigosos, podem
ser encaminhados para as diversas cooperativas e associações de catadores de
materiais recicláveis e empresas de reciclagem.
II. Segregação/coleta seletiva
O habitual é que os construtores/consumidores contratem uma empresa
fornecedora, que além do fornecimento, façam a instalação, desta forma a contratada
deverá elaborar um plano de corte da chapa de vidro, a fim de se obter o maior
aproveitamento e consequentemente reduzir resíduos.
III. Reutilização e reciclagem dos resíduos
Pode-se, no caso de pequenas quebras, identificar esquadrias com tamanho
menor para instalação do vidro após ajustá-lo.
O contratante preferencialmente deverá incluir no contrato ou pedido que
o fornecedor deverá atender e realizar a coleta seletiva e se incumbirá da correta
destinação/disposição final. Esta sugestão é motivada pelo fato que os fornecedores,
em função de acúmulos de resíduos de mesma natureza, terão maior volume e
conseqüentemente terão maior viabilidade de destinação/disposição final adequada.
IV. Acondicionamento/armazenamento
Armazenar em recipiente do tipo bombona ou caixotes de madeira ou aço
sinalizados e identificados na cor verde conforme Resolução nº 275/01 do CONAMA,
cujas paredes não possam ser perfuradas pelas pontas dos cacos. Sempre que os
resíduos atingirem a proximidade da borda efetuar a destinação/disposição final, a fim
de se evitar acidentes.
V. Transporte (interno e externo à obra)
Os resíduos deverão ser manuseados somente por profissional qualificado,
sempre protegido pelos equipamentos de segurança específicos.
O transporte deverá ser feito em carrinhos ou giricas devidamente preparados
para este fim.

58 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


VI. Destinação
A seguir, apresentam-se algumas empresas que recebem este resíduo na Região
Metropolitana de Belo Horizonte.

Quadro 14: Empresas receptoras de vidros

Condições para Destinação


Empresa Serviços presta- Resíduos que
recebimento do dada ao Custos
(Telefone/Cidade) dos recebe
resíduo resíduo
Gramadus Locação de
Contratação do ATT Grama- Deverá ser
(31) 3396-1511 equipamentos, Todos os tipos
serviço de cole- dus, aterro negociado
Contagem/MG coleta, transporte, de vidro não
ta, material não industrial entre as
www.gramadus. triagem na ATT e contaminados
contaminado Classe II partes
com.br destinação final
Lafaete Locação
Deverá ser
(31) 3373-8989
Coleta e disposi- Vidros em negociado
Belo Horizonte/MG Independente Reciclagem
ção final geral entre as
www.lafaete.com.
partes
br
Resicom Resíduos
Triagem, trans- Disposição
Industriais
bordo e destina- final (aterro Cobra para
(31) 3362-6760 Resíduo segre-
ção/ disposição Vidros sanitário ou receber o
Contagem/MG gado
(gerenciamento industrial resíduo
www.resicom.com.
de resíduos) Classe II)
br
A tabela acima tem caráter meramente informativo. Sendo assim, o licenciamento ambiental das em-
presas, emitido pelos órgãos competentes, deverá ser verificado no ato da contratação dos serviços e/
ou encaminhamento de materiais.

7.3.3 RESÍDUOS CLASSE C

A - Manta asfáltica

Foto: Bruno Carvalho/Sinduscon-MG.

59
I. Características
Os resíduos de manta asfáltica são classificados pela Resolução Nº 307/02, como
classe C, ou seja, são “resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou
aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação”.
Portanto os resíduos devem ser corretamente armazenados, transportados e
destinados de acordo com as normas técnicas específicas.
Os resíduos de manta asfáltica têm quatro origens:
99 manta asfáltica com acabamento e estruturas de alumínio (isolante térmico e
acústico).
99 manta asfáltica com estrutura de poliéster.
99 manta asfáltica com estrutura de polietileno.
99 manta asfáltica com estrutura de fibra de vidro.
II. Segregação/coleta seletiva
A segregação deverá ocorrer imediatamente após a geração do resíduo, para que
este não contamine nenhum outro material ou resíduo.
III. Reutilização e reciclagem dos resíduos
Eventuais sobras de mantas podem ser utilizadas em reforços de impermeabilização
de tubos, ralos, fixações de equipamentos e rodapés. Outra alternativa é separar as
sobras e/ou tiras para que sejam utilizadas em outra obra.
O Ideal é que se faça o cálculo correto do consumo dos produtos a serem
utilizados, e que se oriente a equipe para não desperdiçar materiais. Estas ações
evitam o consumo desnecessário de matérias-primas e reduz a quantidade de resíduos
gerados nesta atividade.
IV. Acondicionamento/armazenamento
Armazenamento
Os resíduos, assim como as sobras/tiras deverão ser acondicionadas em
bombonas ou contêineres em local coberto, com o piso impermeabilizado, fresco,
seco e ventilado.
V. Transporte (interno e externo à obra)
Transporte interno
O transporte vertical interno dos sacos, bags e fardos pode ser feito carrinhos ou
gericas e também por meio de elevador de carga ou grua, se necessário.
O transporte interno dos resíduos deve ser realizado diretamente para central
de resíduos e/ou depósito temporário da obra, localizados em pontos estratégicos,
evitando o uso de pontos intermediários de armazenamento.

60 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


Transporte externo
Pode ser feito por caminhões ou outros veículos de carga, preferencialmente
coberto com lona. É importante enfatizar que os geradores de resíduos são os
responsáveis pela destinação final adequada e devem ser criteriosos na escolha da
empresa que irá prestar os serviços de coleta e transporte dos resíduos. Os geradores
devem ainda averiguar e manter o registro da correta destinação.
VI. Destinação
Deverão ser encaminhados para aterros especializados (aterros classe I), para
incineração em indústria cimenteiras ou para reaproveitamento.

7.3.4 RESÍDUOS CLASSE D

Segundo a Resolução CONAMA nº 307/02, os resíduos classe D são “resíduos


perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e
outros, ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde, oriundos de demolições,
reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem
como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos
nocivos à saúde”.
A seguir, apresentam-se alguns cuidados para a gestão desses tipos de resíduos
de geração mais significativa na obra, tais como amianto, produtos químicos e
impermeabilizantes, tinta, vernizes, solventes, óleos e graxas.

FOKRO Ambiental e Engenharia.

A - Amianto
I. Características
Em 2004 a Resolução CONAMA nº 348/12 modificou a Resolução CONAMA
nº 307/2002 e passou a classificar os resíduos de amianto como classe D, ou seja,

61
perigosos. Este resíduo deve, portanto, ser destinado adequadamente, assim como os
outros resíduos perigosos (classe I – ABNT NBR 10.004:2004).
II. Segregação/coleta seletiva
A segregação deverá ocorrer imediatamente após a geração do resíduo, para que
este resíduo não contamine nenhum outro material ou resíduo.
III. Reutilização e reciclagem dos resíduos
No caso de telhas de amianto deve-se programar a remoção de forma a evitar
quebras, possibilitando assim seu reúso, medida que pode também ser repetida para
outros materiais de amianto.
IV. Acondicionamento/armazenamento
O amianto deve ser manuseado usando os equipamentos de segurança indicados,
observando-se os cuidados de manuseio indicados pelo fabricante. No momento
de sua geração, o resíduo deverá ser imediatamente transportado para o local de
armazenamento final. Este pode ser feito em baias sinalizadas identificadas na cor
laranja, ou ambientes especificos para este fim, conforme Resolução nº 275/01 do
CONAMA e para uso restrito.
V. Transporte (interno e externo à obra)
Transporte interno
Podem ser usados carrinhos ou giricas para deslocamento horizontal e, elevador
de carga ou grua para transporte vertical, conforme diretrizes estabelecidas e
acompanhamento técnico.
O transporte interno dos resíduos classe D deve ser realizado, por profissional
capacitado, em sentido único, para central e/ou depósito temporário, conforme
diretrizes e legislações, para posterior coleta e destinação ambiental adequada.
Transporte externo
Deve ser feito por empresas transportadoras licenciadas para o transporte de
resíduos perigosos (classe I – Resolução CONAMA nº 10.004:2004).
Obs.: todos os procedimentos de coleta e de destinação dos resíduos perigosos
(classe D) na obra deverão ser realizados com acompanhamento, pelo responsável
técnico ou designado, e evidenciados através de registros (manifestos de transportes
certificados de destinação e/ou notas fiscais, Cadastro Técnico Federal CTF - IBAMA
e licenças).
“No caso de contratação de empresas para coleta, transporte e destinação final
dos resíduos considerados perigosos, antes deverá ser previamente verificada a
situação de conformidade legal perante aos órgãos ambientais competentes”.

62 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


VI. Destinação
Por se tratar de resíduos perigosos e por não termos o receptor na região, serão
listados de outras localidades:

Quadro 15: Empresas receptoras de amianto

Condições para Destinação


Empresa Serviços presta- Resíduos que
recebimento do dada ao Custos
(Telefone/Cidade) dos recebe
resíduo resíduo
Essencis Soluções
Ambientais Deverá ser
Cobra para
(31) 2514-6022 negociado
Aterro Classe I Amianto Aterragem receber o
Belo Horizonte/MG entre as
resíduo
www.essencis. partes
com.br
Locação de equi- Deverá ser Deverá ser
Gramadus
pamentos, coleta, negociado negociado
(31) 3396-1511 Amianto Aterro Classe I
transporte e entre as entre as
Contagem/MG
destinação final partes partes
Lafaete Locação
Deverá ser
(31) 3373-8989 Cobra para
Coleta e disposi- negociado
Belo Horizonte/MG Amianto Aterro Classe I receber o
ção final entre as
www.lafaete.com. resíduo
partes.
br
Triagem,
Resicom Resíduos transbordo
Triagem, trans-
Industriais (31) Disposição final e desti-
bordo e destina- Cobra para
3362-6760 (aterro sanitário nação/
ção/ disposição Amianto receber o
Contagem/MG industrial Classe disposição
(gerenciamento resíduo
www.resicom.com. II) (gerencia-
de resíduos)
br mento de
resíduos)
A tabela acima tem caráter meramente informativo. Sendo assim, o licenciamento ambiental das em-
presas, emitido pelos órgãos competentes, deverá ser verificado no ato da contratação dos serviços e/
ou encaminhamento de materiais.

B - Produtos químicos e impermeabilizantes


I. Características
Os resíduos de produtos químicos e impermeabilizantes (restos de material e
embalagens) são classificados como resíduos perigosos pela ABNT NBR 10.004:2004,
devido às substâncias tóxicas presentes em sua composição.
II. Segregação/coleta seletiva
Cuidados requeridos
99 Realizar todas as operações com esses tipos de resíduos sob a supervisão do
responsável pela segurança do trabalho da obra.
99 Manejar com cuidado os materiais que originam resíduos potencialmente
perigosos.

63
99 Separar e armazenar esses resíduos em recipientes seguros ou em zona
reservada, para que permaneçam fechados quando não estiverem sendo
utilizados.
99 Etiquetar os recipientes nas zonas de armazenagem mantendo-os
perfeitamente fechados para impedir perdas ou fugas por evaporação.
99 Prestar especial atenção às operações de manejo e retirada dos recipientes,
pois estes poderão conter produtos facilmente inflamáveis. Portanto, deve-se
manejá-los em ambientes isentos de calor excessivo.
99 Utilizar todo o conteúdo das embalagens para reduzir a quantidade das
mesmas.
99 Armazenar tintas e vernizes em locais adequados, visando sua reutilização.
99 Guardar em local fechado combustíveis e produtos químicos mais perigosos.
99 Evitar que todas as ações descritas sejam executadas próximas de corpos
d’água ou zonas de drenagem.
99 Manusear o produto com os cuidados indicados pelo seu fabricante na ficha de
segurança da embalagem.
III. Reutilização e reciclagem dos resíduos
Uma adequada segregação no canteiro de obras pelas empresas autorizadas e
aptas, gera materiais que podem ser coprocessados por indústrias cimenteiras, desde
que os produtos estejam previstos na legislação pertinente para esta destinação.
IV. Acondicionamento/armazenamento
Deverá ser transportado, logo após o uso, para o local de acondicionamento final,
devidamente sinalizado e identificado na cor laranja, conforme Resolução nº 275/01
do CONAMA e de acesso restrito às pessoas que, durante suas tarefas, manuseiem
esses resíduos.
V. Transporte (interno e externo à obra)
A coleta deverá ser feita por empresa licenciada para transporte de resíduos
perigosos, utilizando equipamentos devidamente preparados para este fim, sendo
“caminhão ou outro veículo de carga, sempre coberto, ou fechado se for o caso”.
VI. Destinação
Os resíduos de produtos químicos e impermeabilizantes (restos de material e
embalagens) devem ser encaminhados ou coletado por empresas licenciadas para
tratamento destinação/disposição final dos resíduos perigosos.

64 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


A seguir, apresentam-se algumas empresas que recebem este resíduo na Região
Metropolitana de Belo Horizonte:

Quadro 16: Empresas receptoras de produtos


químicos e impermeabilizantes

Empresa Serviços presta- Resíduos que Destinação dada


Custos
(Telefone/Cidade) dos recebe ao resíduo
Essencis Soluções
Ambientais
(31) 2514-6022 Resíduos perigo- Cobra para rece-
Aterro Classe I Aterragem
Belo Horizonte/MG sos ber o resíduo
www.essencis.
com.br
Não recebemos
Gramadus
Locação de equi- resíduos classe I
(31) 3396-1511 Aterro Industrial Deverá ser ne-
pamentos, coleta, na ATT. Resíduos
Contagem/MG Classe I ou Classe gociado entre as
transporte e desti- contaminados com
www.gramadus. II partes
nação final caracterização
com.br
Classe I
Inca
(31) 3711-1470
Coleta, transporte Deverá ser ne-
Prudente de Mo- Resíduos químicos Tratamento térmi-
e tratamento tér- gociado entre as
rais/MG diversos co (incineração)
mico de resíduos partes
www.incaincinera-
dor.com.br
Lafaete Locação
Todos os tipos de
(31) 3373-8989 Deverá ser ne-
Coleta e disposição produtos químicos
Belo Horizonte/MG Aterro Classe I gociado entre as
final e impermeabili-
www.lafaete.com. partes
zantes
br
Resicom Resíduos
Triagem, trans- Tratamento tér-
Industriais Todos os tipos de
bordo e destina- mico (incineração)
(31) 3362-6760 produtos químicos Cobra para rece-
ção/ disposição ou disposição final
Contagem/MG e impermeabili- ber o resíduo
(gerenciamento de (aterro industrial
www.resicom.com. zantes
resíduos) Classe I)
br
A tabela acima tem caráter meramente informativo. Sendo assim, o licenciamento ambiental das em-
presas, emitido pelos órgãos competentes, deverá ser verificado no ato da contratação dos serviços e/
ou encaminhamento de materiais.

C - Tinta, vernizes, solventes, óleos e graxas


I. Características
Os resíduos de tintas, vernizes e solventes (restos de material e embalagens) são
classificados como resíduos perigosos pela ABNT NBR 10.004:2004, e Resolução nº
307/02 CONAMA, devido às substâncias tóxicas presentes em sua composição.
II. Segregação/coleta seletiva
Cuidados requeridos
99 Realizar todas as operações com esses tipos de resíduos sob a supervisão do
responsável pela segurança do trabalho da obra.

65
99 Manusear com cuidado materiais que originem resíduos potencialmente
perigosos.
99 Separar e armazenar estes resíduos em recipientes seguros ou em zona
reservada, para que permaneçam fechados quando não estiverem sendo
utilizados.
99 Etiquetar os recipientes nas zonas de armazenagem e mantê-los perfeitamente
fechados para impedir perdas ou fugas por evaporação.
99 Prestar especial atenção às operações de manejo e retirada dos recipientes,
pois estes poderão conter produtos facilmente inflamáveis. Portanto, deve-se
manejá-los em ambientes isentos de calor excessivo.
99 Utilizar, sempre que possível, todo o conteúdo das embalagens para reduzir a
quantidade das mesmas.
99 Armazenar tintas e vernizes em locais adequados, em seus recipientes
identificados, fechando-se bem a tampa, visando à sua reutilização.
99 Guardar em local fechado combustíveis e produtos químicos mais perigosos.
99 Evitar que todas as ações descritas sejam executadas próximas de corpos
d’água ou zonas de drenagem.
99 Manusear o produto com os cuidados indicados pelo seu fabricante na ficha de
segurança da embalagem.
III. Reutilização e reciclagem dos resíduos
Uma adequada segregação no canteiro pelas empresas autorizadas e aptas gera
materiais que podem ser coprocessados por indústrias cimenteiros, desde que os
produtos estejam previstos na legislação pertinente para esta destinação.
IV. Acondicionamento/armazenamento
Deverá ser transportado, logo após o uso, para o local de acondicionamento final,
devidamente sinalizado e identificado na cor laranja, conforme Resolução nº 275/01
do CONAMA e de acesso restrito às pessoas que, durante suas tarefas, manuseiem
esses resíduos.
Abaixo sugestão esquemática de abrigo para resíduos perigosos. A canaleta
prevista deverá ser seguida de caixa separadora de água e óleo para contenção
de efluentes nas manutenções e para retenção de resíduos liquidos em caso de
vazamentos no abrigo.

66 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


Fonte: http://www.resol.com.br/cartilha11/gerenciamento_etapas.php.

V. Transporte (interno e externo à obra).


Transporte interno
Podem ser usados carrinhos ou giricas para deslocamento horizontal e, elevador
de carga ou grua para transporte vertical, conforme diretrizes estabelecidas e
acompanhamente técnico.
O transporte interno dos resíduos classe D deve ser realizado, por profissional
capacitado, em sentido único, para central e/ou depósito temporário, conforme
diretrizes e legislações, para posterior coleta e destinação ambiental adequada.
Transporte externo
Deve ser feito por empresas transportadoras licenciadas para o transporte de
resíduos perigosos (classe I – ABNT NBR 10.004:2004).
Obs.: Todo o procedimento de coleta e destinação dos resíduos (perigosos classe
D) na obra deverá ser realizado com acompanhamento, pelo responsável técnico ou
designado e evidenciado através de registros (Manifestos de transportes certificados
de destinação e ou notas fiscais, Cadastro Técnico Federal CTF - IBAMA e licenças).
“No caso de contratação de empresas para coleta, transporte e destinação final
dos resíduos considerados perigosos, antes deverá ser previamente verificada a
situação de conformidade legal perante os órgãos ambientais competentes”.
VI. Destinação
Os resíduos de tinta, vernizes, solventes, óleos e graxas devem ser encaminhados
para aterros licenciados para recepção de resíduos perigosos ou para empresas
especializas em sua reciclagem.

67
A seguir, apresentam-se algumas empresas que recebem este resíduo na Região
Metropolitana de Belo Horizonte:

Quadro 17: Empresas receptoras de tintas,


vernizes, solventes, óleos e graxas

Empresa Serviços presta- Resíduos que Destinação dada


Custos
(Telefone/Cidade) dos recebe ao resíduo
Classe I: Solven-
Produção de tintas,
tes, borras de Depende da anali-
Colomax Tintas e vernizes, thinners,
tintas, resíduos de se de rendimento
Vernizes removedores,
tintas e similares Reciclagem para do resíduo poden-
(37) 3214-6293 diluentes e de-
(os resíduos devem produção de tintas, do gerar cobrança
Divinópolis/MG sengraxantes em
estar em estado thinner e zarcão para a destinação
www.colormaxre- geral, bem como
líquido ou pastoso ou pagamento pelo
cicle.com.br reciclagem de
e isentos de impu- resíduo
tintas e solvente
rezas)
Holcim Brasil
(31) 3660-9211 Diversos contami-
Pedro Leopoldo/MG Coprocessamento nados com óleos e Holcim Á combinar
www.holcim.com. graxas
br
Inca
(31) 3711-1470 Latas de tintas,
Coleta, transporte Deverá ser ne-
Prudente de Mo- embalagens con- Tratamento térmi-
e tratamento tér- gociado entre as
rais/MG taminadas entre co (incineração)
mico de resíduos partes
www.incaincinera- outros
dor.com.br
Tratamento físico e
Cobra para rece-
Resicom Resíduos químico
Triagem, trans- ber o resíduo
Industriais (reciclagem)
bordo e destina- Todos os tipos de
(31) 3362-6760 Tratamento tér-
ção/ disposição vernizes, tintas e
Contagem/MG mico (incineração)
(gerenciamento de solventes Cobra para rece-
www.resicom.com. ou disposição final
resíduos) ber o resíduo
br (aterro industrial
Classe I)
Serquip Tratamen- Coleta, transpor- Cobra para rece-
to de Resíduos MG te, tratamento Resíduos indus- ber o resíduo De-
(31) 3303-2929 e destinação de triais contamina- Incineração pende da quanti-
www.serquipmg. resíduos de saúde dos dade e localização
com.br e industriais do material
A tabela acima tem caráter meramente informativo. Sendo assim, o licenciamento ambiental das em-
presas, emitido pelos órgãos competentes, deverá ser verificado no ato da contratação dos serviços e/
ou encaminhamento de materiais.

68 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


8 OUTRAS ALTERNATIVAS PARA GESTÃO E DESTINAÇÃO
DE RESÍDUOS

8.1 Sistema Integrado de Bolsa de Resíduos – SIBR

A Bolsa de Resíduos - SIBR constitui-se de um ambiente eletrônico com o


interesse de disponibilizar gratuitamente informações para indústrias geradoras e
compradoras de resíduos, além de empresas prestadoras de serviços ambientais,
onde se divulgam ofertas e demandas de resíduos, proporcionando oportunidades de
negócios.

Atualmente 8 Estados do Brasil possuem Bolsas Virtuais integradas, dentre eles


encontra-se Minas Gerais: Bolsa de Resíduos do Sistema FIEMG.

Trata-se de um elo de comunicação e apoio entre empresas, visando facilitar e


incrementar o intercâmbio de resíduos.

Os principais objetivos da Bolsa são:


99 Otimizar os processos de gestão de resíduos.
99 Promover o intercâmbio de resíduos entre empresas.
99 Procurar soluções setoriais.
99 Trabalhar com a redução dos passivos.
99 Criar fontes de receitas e redução de custos.
99 Incentivar a reciclagem e o desenvolvimento de novas tecnologias (mecanismo
de incentivo à inovação).
99 Configurar-se como fonte de pesquisa para o mercado de recicláveis.
99 Fortalecer o mercado de recicláveis.
99 Ser meio de divulgação de empresas atuantes na preservação do meio
ambiente e prestadoras de serviços.
Vantagens em se cadastrar na Bolsa de Resíduos - SIBR:
99 Movimentação de resíduos e diminuição de passivos.
99 Continuidade no ciclo de vida de produtos.
99 Atividades ambientalmente corretas.
99 Melhor interação entre empresas.
99 Conhecimento de novas oportunidades e tecnologias.

69
99 Aumento da competitividade no mercado.
99 Acesso a artigos técnicos selecionados, links sobre meio ambiente e novidades
do mercado de recicláveis.

Público-Alvo:

Empresas interessadas em ofertar, comprar ou doar resíduos gerados em seus


processos produtivos, bem como empresas direcionadas à reciclagem, ao transporte
e tratamento de resíduos perigosos, centros de pesquisa, laboratórios de análises
ambientais, empresas de consultoria ambiental, entre outras.

Formas de operação da Bolsa de Resíduos:

As empresas que desejem participar devem cadastrar-se através do site do


SIBR - Sistema Integrado de Bolsa de Resíduos (www.sibr.com.br), clicando em cima
do Estado de Minas Gerais. Ao término do cadastro a equipe gestora irá validar as
informações preenchidas, sendo um dos critérios o licenciamento e/ou dispensa
junto ao órgão ambiental competente e validação da situação cadastral da empresa/
fundação.

Após a liberação do cadastro, o representante indicado no cadastramento,


poderá acessar o sistema criando anúncios de oferta, procura, troca ou doação de
resíduos. Caso não queira criar anúncios, a empresa pode demonstrar interesse
nos anúncios que já se encontram disponíveis para negociação. Sempre que ocorre
uma demonstração de interesse nos anúncios (seja um anúncio que sua empresa
criou, ou um anúncio de outra empresa em que a sua se interessou), o sistema envia
automaticamente para o anunciante, os dados de contato do interessado; ao mesmo
tempo em que o interessado recebe um e-mail informando quem é o anunciante e
seus dados para contato.

site:www.sibr.com.br - e-mail: bolsadereciclaveis@fiemg.com.br

Fonte: www.sibr.com.br.

70 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


Fonte: http://www.sibr.com.br/sibr/portal.
jsp?id=9&pagina=home.jsp.

8.2 Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes -


URPV - PBH

A Prefeitura de Belo Horizonte, através da Superintendência de Limpeza Urbana,


disponibiliza, para a população em geral, equipamentos públicos denominados
Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes – URPV. O objetivo desses
equipamentos é atender aos pequenos geradores, recebendo determinados tipos de
resíduos, predominantemente, de obras da construção civil e resíduos volumosos
(poda de árvores, objetos volumosos etc.), cuja disposição inadequada em lotes vagos e
fundos de vales pode ocasionar graves problemas ambientais e de saúde pública. Elas
encontram-se distribuídas pelo município conforme listagem constante no Quadro 18
e, para sua utilização, os munícipes devem atender as condições expostas a seguir.

CONDIÇÕES GERAIS DE ATENDIMENTO:


1) Não serão recebidos mais que 1 m³ por descarga, por origem, por dia.
2) Não será liberada a descarga de mais de uma viagem por veículo automotor/dia.
3) Não haverá pagamento pelos materiais entregues e nem será cobrada taxa
de recebimento dos usuários, sob qualquer pretexto.
4) Não serão aceitos resíduos líquidos como óleos, ácidos, águas, lama, nem
materiais pastosos.
5) Não serão recebidos lixo doméstico, resíduos dos estabelecimentos de saúde
e farmácia, restos de materiais derivados da indústria e nem animais mortos.

71
Atualmente a responsabilidade pela operação das URPVs é da Gerência
de Varrição e Serviços Complementares - GERVAC, com a supervisão da Gerência
Regional de Limpeza Urbana – GERLU, podendo existir pequenas variações, de uma
regional para outra, nos procedimentos operacionais tais como horários diferenciados
de funcionamento etc.

Cabe ressaltar que essas condições de atendimento podem ser alteradas em


qualquer tempo e a critério da Prefeitura de Belo Horizonte, de forma a melhor atender
os interesses públicos e da comunidade.

Foto: FOKRO Ambiental e Engenharia.

Listam-se a seguir as URPVs no munícipio de Belo Horizonte:

Quadro 18: Unidades de recebimento de pequenos volumes – urpv


Superintendência de limpeza urbana

NOME ENDEREÇO BAIRRO TELEFONE


Regional Barreiro
Átila de Paiva Av. do Canal, 68 Barreiro (31) 3277-1537
Flávio de Oliveira Rua Itapetininga, 02 Barreiro (31) 3277-1535
Av. Agenor Nonato de
Jatóba Jatobá (31) 3277-9378
Souza, 710
Rua Antônio de Souza
Lindeia Barreiro (31) 3277-5942
Gomes, 110
Milionários Rua Dona Luiza, 865 Milionários (31) 3277-5886
Túnel de Ibirité Rua Marly Passos, 10 Barreiro (31) 3277-1536
Regional Centro-Sul
Av. Arthur Bernardes,
Santa Lúcia Barragem Santa Lúcia (31) 3277-8820
3.951
Fazendinha Av. Mém de Sá, 1.860 Novo São Lucas (31) 3277-8266

72 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


Continuação...
Regional Leste
Andradas I Av. dos Andradas, 5.245 Pompeia (31) 3277-5787
Regional Nordeste
Rua Elias Miguel Farah,
Goiânia Goiânia Não encontrado
105
Zumbi Rua Zumbi, 72 São Gabriel (31) 3277-7977
São Paulo Av. Cachoeirinha, 35 São Paulo Não encontrado
Regional Noroeste
Delta Rua Tamandaré, 05 João Pinheiro Não encontrado
Av. Amintas Jacques de
Pidorama Pindorama Não encontrado
Moraes s/n
Regional Norte
Aeroporto Av. Washington Luiz, 945 São Bernardo (31) 3277-6695
Rua Adolfo Bezerra de
Bacuraus Campo Alegre (31) 3277-9203
Menezes, 401
Jardim Guanabara Av. Hum, 505 Jardim Guanabara (31) 3277-8413
Saramenha Av. Basílio da Gama, 05 Tupi (31) 3277-6792
Regional Oeste
Av. Barão Homem de
Barão Nova Suissa (31) 3277-7023
Melo, 300
Rua das Flores Rua José Furletti, 45 Betânia (31) 3277-9613
Av. Tereza Cristina,
Silva Lobo Calafate (31) 3277-6804
2.195
Av. Tereza Cristina,
Tereza Cristina Madre Gertrudes (31) 3277-5881
8.451
Regional Pampulha
Rua Castelo de Veiros,
Castelo Castelo (31) 3277-8411
315
Rua Rita Alves Casta-
Dona Clara Dona Clara (31) 3277-7922
nheira, 50
Garças Rua Reinato Fantoni, 20 Enseada das Garças (31) 3277-7360
Liberdade Rua Flor de Índio, 105 Liberdade (31) 3277-7963
Av. Deputado Anuar
Santa Amélia Santa Amélia (31) 3277-7973
Menhem, 550
Rua Flor da Gávia, 200,
São José São José (31) 3277-8430
Manacás, 200
Regional Venda Nova
Céu Azul Av. Luiz Cantagalli, 52 Céu Azul (31) 3277-5462
Rua Augusto dos Anjos,
Rio Branco Piratininga (31) 3277-5497
1.983
São João Batista Rua Elce Ribeiro, 340 São João Batista (31) 3277-5452
Vilarinho Av. Vilarinho, 4.441 Letícia (31) 3277-9480
Fonte: Site SLU - www.pbh.gov.br/slu/ - 05/09/2014.

73
8.3 Coprocessamento

O coprocessamento é uma técnica usada para transformar e tratar resíduos


industriais de maneira responsável e definitiva, sem a criação de passivos ambientais.
Ao mesmo tempo, é uma forma de substituir matérias-primas e combustíveis
fósseis, recuperando energia e materiais que seriam desperdiçados, preservando
recursos para gerações futuras.
Essa solução vem sendo cada vez mais usada em todo o mundo e é adotada por
países desenvolvidos desde a década de 1970.
Antes de destinar os resíduos para coprocessamento, deve-se assegurar se
a indústria cimenteira encontra-se devidamente licenciada pelo órgão ambiental
competente e com as condicionantes em dia.
Para a construção civil, notoriamente, os resíduos da classe D podem ser
destinados às plantas de coprocessamento.

Quadro 19: Empresas receptoras de resíduos para coprocessamento

Condições para Destinação


Empresa Serviços presta- Resíduos que
recebimento dada ao Custos
(Telefone/Cidade) dos recebe
do resíduo resíduo
Solos contami-
Holcim Brasil
nados, areia de
(31) 3660-9211
fundição sem
Pedro Leopoldo/ Caminhão Á Combi-
Coprocessamento torrões e sem Holcim
MG Basculante nar
metais, resíduos
www.holcim.com.
de ardósia tritu-
br
rados
Recitec - Recicla-
Os resíduos
gem Técnica do Coleta, transporte,
devem estar
Brasil Ltda. destinação final, Resíduos classe Coprocessa- Á Combi-
acondicionados
(31) 3662-2502 de resíduos indus- I e II mento nar
em tambores
Pedro Leopoldo/ triais
ou Big Bags
MG
A tabela acima tem caráter meramente informativo. Sendo assim, o licenciamento ambiental das em-
presas, emitido pelos órgãos competentes, deverá ser verificado no ato da contratação dos serviços e/
ou encaminhamento de materiais.

74 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


8.4 Aterro de resíduos inertes – Classe A

Aterro de Resíduo Classe A, Conforme a CONAMA nº 448/11 que alterou a


Resolução CONAMA nº 307/02, e estabelece como sendo a Reservação de Material para
usos futuros: “sendo a área tecnicamente adequada onde serão empregadas técnicas
de destinação de resíduos da construção civil classe A no solo, visando à reservação
de materiais segregados de forma a possibilitar seu uso futuro ou futura utilização da
área, utilizando princípios de engenharia para confiná-los ao menor volume possível,
sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente e devidamente licenciado pelo
órgão ambiental competente”.
Conforme diretrizes das legislações que se aplicam à gestão e destinação de
resíduos, a disposição final adequada para aterros, somente pode ser dada aos rejeitos
após esgotadas todas as possibilidades de reutilização, reciclagem e tratamento dos
resíduos.
É imprescindível que, antes de se destinar os resíduos para os aterros de inertes,
se verifique se os mesmos estão devidamente licenciados.
Em Belo Horizonte o licenciamento dos aterros de resíduos classe A deve ser
feito junto à Secretaria Municipal de Meio Ambiente – SMMA, responsável, também,
pelas informações dos empreendimentos regulares no âmbito do município.
As áreas autorizadas para recebimento de resíduos inertes têm vida útil limitada
em função de sua capacidade volumétrica. Dessa forma, o empreendedor deverá
consultar o órgão licenciador competente pela emissão das licenças ambientais
desses equipamentos antes de destinar os resíduos para esses locais.
As informações sobre aterros de inertes licenciados devem ser obtidas na
Gerência de Licienciamento e infraestrutura e autorizações especiais da Secretária
de Meio Ambiente/Prefeitura de Belo Horizonte - PBH Telefone: (31) 3277-5213. Para
outras cidades do Estado de Minas, deve-se dirigir à Fundação Estadual de Meio
Ambiente – FEAM.

75
Quadro 20: Aterros licenciados para o recebimento de
resíduos classe II (Não perigosos – inertes e não inertes
– ABNT NBR 10004:2004)
Condições
Empresa Serviços Resíduos para rece- Destinação dada ao
Custos
(Telefone/Cidade) prestados que recebe bimento do resíduo
resíduo
Os resíduos da
"Aterro e/
construção civil e
ou área de
volumosos serão
reciclagem
aterrados no próprio
de resíduos
aterro do CRT
classe A da
Maquiné. Caso após
construção A ser avaliado
Czar Engenharia processo de triagem
Aterro para civil, e/ou dependendo da
Ambiental Ltda. sobrem resíduos
a destina- áreas de quantidade e qua-
(31) 3568-2000 não inertes ou reci-
ção final triagem, A combinar lidade do material
Santa Luzia/MG cláveis os mesmos
dos resídu- transbordo (se precisará do
www.czarambien- são destinados às
os inertes e armaze- serviço de tria-
tal.com.br cooperativas de reci-
namento gem ou não)
clagem, eco pontos
transitório
ou aterro sanitário
de resíduos
e/ou industrial, cada
da constru-
um conforme clas-
ção civil e
sificação de resíduo
volumosos"
triado
Dona Dora
(31) 3493-2030
Belo Horizonte/ Classe A
Aterramen- Aterro de inertes À combinar pelo
MG não conta- Segregado
to controlado volume
www.donadora- minados
terraplenagem.
com.br
Aterro de
inertes
Reabilitar Solu- próprio
Resíduos
ções Ambientais licenciado, Possuímos
Inertes da Possuímos aterro
Ltda. locação de planta de A combinar
Construção próprio
(31) 3389-9157 caçambas, segregação
Civil
Ibirité/MG transporte
e carga,
consultoria
A tabela acima tem caráter meramente informativo. Sendo assim, o licenciamento ambiental das em-
presas, emitido pelos órgãos competentes, deverá ser verificado no ato da contratação dos serviços e/
ou encaminhamento de materiais.

76 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


9 ALERTA SOBRE AS RESPONSABILIDADES DA
DESTINAÇÃO

Ao pensar sobre o gerenciamento de seus resíduos, o gerador deverá ter ações


pró-ativas, com objetivo de planejar e agir de forma preventiva nas questões ambientais.
Para tanto, o posicionamento do setor produtivo deve visar:
99 Concepção e projeto privilegiando edificações e sistemas construtivos com
foco, pela ordem na não geração, redução, reutilização e reciclagem.
99 Privilegiar na especificação de materiais e sistemas aqueles que não ocasionem
ou gerem um menor impacto ambiental, assim como seus resíduos.
99 A inclusão das cooperativas de catadores nos programas de coleta seletiva dos
resíduos reaproveitáveis.
99 A promoção de ações de conscientização e disciplina das empresas para o
adequado uso do sistema de coleta de resíduos urbanos.
99 A gestão integrada e compartilhada dos resíduos.
99 O reconhecimento dos resíduos reutilizáveis ou recicláveis como um bem
econômico, gerador de trabalho e renda.
99 A logística reversa: pela promoção do fluxo de retorno à própria cadeia produtiva
do gerador ou às cadeias produtivas de outros geradores.
99 O estímulo à produção e ao consumo de materiais recicláveis.
99 Programas de educação ambiental – gerando o entendimento do que é preciso
ser feito, porque precisa ser feito e como pode ser feito.
99 Premiação de projetos de melhores práticas.
99 Mudar hábitos, atitudes e comportamentos dos envolvidos no processo da
gestão dos resíduos.
99 Contratação de empresas legalmente licenciadas.
99 Estruturar formas de medição e indicadores de geração de resíduos, que
devem culminar com a instituição de metas de redução.
Depois de devidamente segregados, os resíduos deverão ser destinados a
empresas licenciadas ou associações/instituições autorizadas para reciclagem ou
reutilização. Sendo legalmente indiscutível a responsabilidade do gerador pela correta
destinação.
A disposição final inadequada RCC é, portanto, terminantemente proibida, sendo
os infratores sujeitos às penalidades das normas legais vigentes.

77
ANEXOS
A - Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat –
PBQP-H / Objetivos da qualidade voltados à sustentabilidade dos
canteiros de obras.
B - Relação das cooperativas e associações de catadores de materiais
recicláveis da região metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
C - Legislação e Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas.
D - LEI Nº 10.522, DE 24 DE AGOSTO DE 2012 - Institui o Sistema de Gestão
Sustentável de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos
- SGRCC - e o Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de
Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos - PMRCC, e dá
outras providências.
E - LEI Nº 10.534, DE 10 DE SETEMBRO DE 2012 - Dispõe sobre a limpeza
urbana, seus serviços e o manejo de resíduos sólidos urbanos no
Município, e dá outras providências.
F - Principais Considerações Para o Uso Adequado de Caçambas em
Belo Horizonte.
G - RESOLUÇÃO Nº 307/12, DE 5 DE JULHO DE 2002 - Estabelece diretrizes,
critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da
construção civil.
A PROGRAMA BRASILEIRO DE QUALIDADE E
PRODUTIVIDADE DO HABITAT – PBQP-H / OBJETIVOS
DA QUALIDADE VOLTADOS À SUSTENTABILIDADE
DOS CANTEIROS DE OBRAS

1 Responsabilidade da direção da empresa


1.1 Planejamento
1.1.1 Objetivos da qualidade
1.1.1.1. Objetivos da qualidade voltados à sustentabilidade dos
canteiros de obras

São considerados indicadores da qualidade obrigatórios os voltados à


sustentabilidade dos canteiros de obras da empresa, devendo minimamente ser os
seguintes:
99 Indicador de geração de resíduos ao longo da obra: volume total de resíduos
descartados (excluído solo) por trabalhador por mês – medido mensalmente e de
modo acumulado ao longo da obra em m³ de resíduos descartados/trabalhador.
99 Indicador de geração de resíduos ao final da obra: volume total de resíduos
descartados (excluído solo) por m² de área construída – medido de modo acumulado
ao final da obra em m³ de resíduos descartados/m² de área construída.
99 Indicador de consumo de água ao longo da obra: consumo de água potável no
canteiro de obras por trabalhador por mês – medido mensalmente e de modo
acumulado ao longo da obra em m³ de água/trabalhador.
99 Indicador de consumo de água ao final da obra: consumo de água potável no
canteiro de obras por m² de área construída – medido de modo acumulado ao
final da obra em m³ de água/m² de área construída.
99 Indicador de consumo de energia ao longo da obra: consumo de energia elétrica
no canteiro de obras por trabalhador por mês – medido mensalmente e de
modo acumulado ao longo da obra em kWh de energia elétrica/trabalhador.
99 Indicador de consumo de energia ao final da obra: consumo de energia no
canteiro de obras por m² de área construída – medido de modo acumulado ao
final da obra em kWh de energia elétrica/m² de área construída.
Nota: Os indicadores acima são obrigatórios apenas para as empresas
construtoras que atuam no subsetor obras de edificações. Para as que atuam nos
demais subsetores - obras lineares de saneamento básico, obras localizadas de
saneamento básico, obras viárias e obras de arte especiais – seu uso é facultativo,
podendo ainda a empresa substituí-los por outros voltados à sustentabilidade dos
canteiros de obras dos empreendimentos em questão.

79
B RELAÇÃO DAS COOPERATIVAS E ASSOCIAÇÕES DE
CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS DA REGIÃO
METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE (RMBH)

Materiais
Município Nome Endereço Contato
processados

ASERBAC - Assoc. dos Rua. Guilherme (31) 3837- 5136


Barão de Catadores de Materiais Moreira de Responsável: Papel, Plástico,
Cocais Recicláveis de Barão de Oliveira, 522 - Neuza Ângela Metal e Vidro
Cocais Vila Regina dos Reis Pio

(31) 9818-1963 /
ASMARE - Assoc. dos
Av. Do Contorno, 9113-5298
Catadores de Papel, Papel, Plástico,
10.555 - Barro Responsável:
Papelão e Material Metal e Vidro
Preto Maria das Graças
Reaproveitável
Marçal

(31) 8522- 3866


ASSOCIRECICLE - Assoc. Av. Bias Fortes,
Responsável: Papel, Plástico,
dos Recicladores de Belo 1.877 - Barro
Denildo Soares Metal e Vidro
Horizonte Preto
Vieira

(31) 3447-2055 /
COOMARP Pampulha - Av. Presidente
8673-3924
Coop. dos Trabalhadores Antônio Carlos, Papel, Plástico,
Responsável:
com Mat. Recicláveis da 4.070 – São Metal e Vidro
Ivaneide da Silva
Pampulha Ltda. Francisco
Souza
Belo
Horizonte (31) 3277-7626
COOPESOL Leste - Coop. / 8615-7058 /
Rua. São Vicente,
Solidária dos trab. e 8729-7634 Papel, Plástico,
151 - Granja de
Grupos Produtivos da Responsável: Metal e Vidro
Freitas
Região Leste Vilma da Silva
Estevam

COOPERSOLI - (31) 3387-3311


Coop. Solidária dos Rua. Lacyr Maffi, Responsável: Papel, Plástico,
Recicladores e Grupos 161 - Jatobá IV Neli de Souza Metal e Vidro
Prod.do Barreiro e Região Silva Medeiros

(31) 3385-6015 /
COOPEMAR - Coop. de Av. Solferina Ricci
3386-6859
Catadores de Materiais Pace, 1.250 - Papel, Plástico,
Responsável:
Recicláveis da Região Distrito Industrial Metal e Vidro
Maria das Graças
Oeste de Belo Horizonte do Jatobá
Silveira de Brito

(31) 9624-5407 /
ASCAPEL - Associação
Av. Dois, 410 - 9910-3123
dos Catadores de Papel, Papel, Plástico,
Betim Distrito Industrial Responsável:
Papelão e Mat.Reaprov. Metal e Vidro
Bandeirinhas Raquel Aparecida
de Betim
Conceição

(31) 3571-6122 /
ASCAVAP - Assoc. 9644-4223
Av. Inhotim, 641 - Papel, Plástico,
Brumadinho dos Catadores do Vale Responsável:
Progresso II Metal e Vidro
Paraopeba Maria Izabel
Apolinário

80 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


Continuação...
Rua. Domingos
Alexandre (31) 8612-7253
AGEA - Assoc. dos Teixeira, 107 Responsável: Ana Papel, Plástico,
Caeté
Gestores Ambientais - Conjunto Paula Ramalha Metal e Vidro
Habitacional de Souza
Quitandinha
(31) 3046- 1044
ASMAC - Assoc. dos Av. Helena de
/ 9359-0411
Catadores Autônomos Vasconcelos Papel, Plástico,
Responsável:
de Mat.Recicláveis de costa, 201 - Metal e Vidro
Isabel de Paula
Contagem Perobas
Souza
Contagem (31) 3357- 6843
/ 9612-4801
COOPERCATA - Coop. Rua: Diamante,
/ 9862-4319 Papel, Plástico,
Rede Solidaria de 173 - São
Responsável: Metal e Vidro
Contagem Joaquim
Kátia Regina
César Passos
(31) 3521- 4157
ASTRAPI - Assoc. dos / 9623-3177
Av. Renato
Trabalhadores com / 9741-9343 Papel, Plástico,
Ibirité Azeredo, 998 -
Materiais Recicláveis de Responsável: Metal e Vidro
Piratininga
Ibirité Júlio Ernnan
Brumann
(31) 3534-3346
APAIG - Assoc. dos
Responsável:
Catadores Parceiros Rua. B, 35 - Papel, Plástico,
Igarapé Vera Lúcia da
do Meio Ambiente de Padre Eustáquio Metal e Vidro
Fátima Costa
Igarapé
Souza
(31) 3561-0066 /
ASCITO - Associação dos Rua. Belo (31) 9890-0729
Papel, Plástico,
Itabirito Catadores de Materiais Horizonte, 1.076 - Responsável:
Metal e Vidro
Recicláveis de Itabirito Vila José Augusto Erotídila Santos
Fernandes
COOPERT LTDA Av. João Moreira (37) 3242-7196
- Cooperativa de de Carvalho, Responsável: Papel, Plástico,
Itaúna
Reciclagem e Trabalho 1.460 - Parque Nilcilena Ferreira Metal e Vidro
Ltda. Jardim dos Santos
Rua: Tarcísio
Associação dos Soares de Responsável:
Papel, Plástico,
Jaboticatubas Catadores e Recicladores Gouveia, 64 - Ditr. Maria Aparecida
Metal e Vidro
Nova Esperança São José de Anacleto da Silva
Almeida
(31) 9967-9279
CRT - Cooperativa Rua. Eli Moreira
Responsável: Papel, Plástico,
Juatuba Regional de Reciclagem e Duate, 170 -
Hamilton Marcio Metal e Vidro
Trabalho Ltda. Granja Alvorada
Amaral
ASCAMARE - Associação (31) 3681-7818
Rua. José Bispo
dos Catadores de Responsável: Papel, Plástico,
Lagoa Santa Lisboa, 260 - Por
Materiais Recicláveis de Maria Ferreira Metal e Vidro
do Sol
Lagoa Santa Celestino
(31) 8866-3793
ASCALEME - Associação
Rua. Araxá, 35 - Responsável: Papel, Plástico,
Mateus Leme de Catadores Amigos
João Paulo II Eliana Oliveira da Metal e Vidro
Unidos de Mateus Leme
Cruz

81
Continuação...
(31) 3130-0277
ASMATOZ - Associação
Rua. Albertina / 9852-9323
dos Catadores de Papel, Plástico,
Matozinhos Roque Dias, 215 - Responsável:
Materiais Recicláveis de Metal e Vidro
Liberdade Marlide Alves
Matozinhos
Rocha
ASCAP - Associação dos Rua. Laudelino (31) 3542-0293
Catadores de Papel e Vicente, 35 Responsável: Papel, Plástico,
Nova Lima
Material Reciclável de - Bairro Vila Leonardo Soares Metal e Vidro
Nova Lima Industrial da Cunha
ASCAMP - Associação (37) 3236-3870
Rua. Nova
dos Catadores de Responsável: Papel, Plástico,
Pará de Minas Serrana, 1.385 -
Materiais Recicláveis de Maria da Glória Metal e Vidro
Ozanamn
Pará de Minas Jacob de Oliveira
ASCAPEL - Associação Responsável:
Pedro Av. Floresta, 691 - Papel, Plástico,
dos Catadores de Pedro Maria Antônia
Leopoldo Vargem Alegre Metal e Vidro
Leopoldo Silva
(31) 3543-1919
/ 8504-5190
Rua. José
ASCAR - Associação dos / 3543-1437
Eustáquio Papel, Plástico,
Raposos Catadores de Materiais / 8627-3144
de Melo, 88 - Metal e Vidro
Recicláveis de Raposos Responsável:
Matadouro
Maria de Fátima
Silva
(31) 3625-7464
COOMARRIN -
Rua. João Lélio / 8542-6654
Ribeirão das Cooperativa de Materiais Papel, Plástico,
Nogueira Filho, Responsável:
Neves Recicláveis de Ribeirão Metal e Vidro
2.138 - Estatus Edir Mendes dos
das Neves
Santos Lima
(31) 3832-1442
AREMPAT - Associação
Santa Rua. A, 43 - Responsável: Papel, Plástico,
de Reciclagem Mulheres
Bárbara Campestre Andréia de Metal e Vidro
Padre Trombet
Oliveira Correa
(37) 9916-7461
ASCAJE - Associação de Rua Clair de
São José da Responsável: Papel, Plástico,
Catadores de São José da Araújo, 33 - São
Varginha Maria Inês Metal e Vidro
Varginha Francisco
Ribeiro Alves
ACMR - Associação dos (31) 3774-6152
Rua. Alcides
Catadores de Materiais Responsável: Papel, Plástico,
Sete Lagoas Fonseca, S/N -
Recicláveis de Sete Lucimar Ramos Metal e Vidro
Henrique Neri
Lagoas da Silva
COOPERVESP (31) 3622-4736
- Associação de Rua. Lusitana, Responsável:
Papel, Plástico,
Recicladores e Grupos 73 - Jardim da Gloria Maria
Metal e Vidro
Produtivos da Vila Glória Mendonça de
Vespasiano Esportiva e Região Souza
SENHOR BOM JESUS Rua Dona (31) 9887-9379
- Associação dos Mariana da Responsável: Papel, Plástico,
Catadores e Recicladores Costa, 1.225 - Maria Sueli dos Metal e Vidro
Senhor Bom Jesus Conj. Caieiras Santos
* Para maiores informações sobre as cooperativas e organizações de catadores de materiais recicláveis
em operação em outras regiões do Estado, contatar o Núcleo de Tecnologia e Informação em Resíduos
do Centro Mineiro de Referência em Resíduos (CMRR): (31) 3465-1200/1204 www.cmrr.mg.gov.br
Fonte: Centro Mineiro de Referência em Resíduos (CMRR).

82 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


C Legislação e Normas

A) LEGISLAÇÃO FEDERAL

LEI 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010


Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro
de 1998; e dá outras providências.
LEI FEDERAL 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981
Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de
formulação e aplicação, e dá outras providências, tendo como objetivos a preservação
e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e
disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico
propício à vida. E, ainda, o princípio do poluidor-pagador, que tem a obrigação de
recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela
utilização de recursos ambientais com fins econômicos.
RESOLUÇÃO CONAMA 448, DE 18 DE JANEIRO DE 2012
Altera os arts. 2º, 4º, 5º, 6º, 8º, 9º, 10 e 11 da Resolução 307, de 5 de julho de 2002, do
Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA.
RESOLUÇÃO CONAMA 431, DE 24 DE MAIO DE 2011
Altera o art. 3º da Resolução nº 307, de 5 de julho de 2002, do Conselho Nacional do
Meio Ambiente-CONAMA, estabelecendo nova classificação para o gesso.
RESOLUÇÃO CONAMA 348, DE 16 DE AGOSTO DE 2004
Altera a Resolução CONAMA 307, de 5 de julho de 2002, incluindo o amianto na classe
de resíduos perigosos.
RESOLUÇÃO 307, DE 5 DE JULHO DE 2002
Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos sólidos da
construção civil.
** A RESOLUÇÃO CONAMA 448, DE 18 DE JANEIRO DE 2012 – Altera os arts. 2º, 4º, 5º, 6º, 8º, 9º, 10 e
11, a RESOLUÇÃO CONAMA 431, DE 24 DE MAIO DE 2011 - Altera o art. 3º e a RESOLUÇÃO CONAMA
348, DE 16 DE AGOSTO DE 2004 - inclui o amianto na classe de resíduos perigosos, da RESOLUÇÃO 307
citada acima.

RESOLUÇÃO 275, DE 25 DE ABRIL 2001


Estabele o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na
identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas
para a coleta seletiva.

83
B) LEGISLAÇÃO ESTADUAL

LEI 18.031, DE JANEIRO DE 2009


Dispõe Sobre a Política Estadual de Resíduos Sólidos.
LEI ESTADUAL 15.972, DE 12 DE JANEIRO DE 2006
Altera a estrutura orgânica dos órgãos e entidades da área de meio ambiente que
especifica e a Lei 7.772, de 8 de setembro de 1980, que dispõe sobre a proteção,
conservação e melhoria do meio ambiente, e dá outras providências.
LEI ESTADUAL 14.128, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2001
Dispõe sobre a Política Estadual de Reciclagem de Materiais (A REGULAMENTAR).
LEI ESTADUAL 7.772, DE 08 DE SETEMBRO 1980
Dispõe sobre a proteção, conservação e melhoria do meio ambiente no Estado de
Minas Gerais.
** A LEI ESTADUAL 15.972, DE 12 DE JANEIRO DE 2006 - Altera a estrutura orgânica dos órgãos e
entidades da área de meio ambiente, que dispõe sobre a proteção, conservação e melhoria do meio
ambiente, e dá outras providências, da LEI ESTADUAL citada a cima.

DECRETO ESTADUAL 44.844, DE 25 JUNHO DE 2008


Estabelece normas para licenciamento ambiental e autorização ambiental de
funcionamento, tipifica e classifica infrações às normas de proteção ao meio ambiente
e aos recursos hídricos e estabelece procedimentos administrativos de fiscalização e
aplicação das penalidades.
DELIBERAÇÃO NORMATIVA COPAM 07, de 29 de setembro de 1981
Fixa normas para a disposição de resíduos sólidos.

C) LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

LEI 10.534, DE 10 DE SETEMBRO DE 2012


Dispõe sobre a limpeza urbana, seus serviços e o manejo de resíduos sólidos urbanos
no Município, e dá outras providências.
LEI 10.522, DE 25 DE AGOSTO DE 2012
Institui o Sistema de Gestão Sustentável de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos - SGRCC - e o Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos
da Construção Civil e Resíduos Volumosos - PMRCC, e dá outras providências.
LEI 9.068, DE 17 DE JANEIRO DE 2005
Dispõe sobre a coleta, o recolhimento e a destinação final de resíduo sólido que
menciona e dá outras providências.

84 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


LEI 8.616, DE 14 DE JULHO DE 2003
Contém o Código de Posturas do Município de Belo Horizonte.
LEI Nº 8.090, DE 26 DE SETEMBRO DE 2000
Altera a Lei nº 2.968/ 78, que aprova o Regulamento de Limpeza Urbana de Belo
Horizonte.
LEI 7.638, DE 19 DE JANEIRO DE 1999
Cria o Programa de Incentivo à Instalação e Ampliação de Empresas, o Fundo
Municipal de Desenvolvimento Econômico de Belo Horizonte, o Conselho Municipal de
Desenvolvimento Econômico e dá outras providências.
LEI 7.277, DE 17 DE JANEIRO DE 1997
Institui a Licença Ambiental e dá outras providências.
LEI 4.253, DE 04 DE DEZEMBRO DE 1985
Dispõe sobre a Política de Proteção, do Controle e da Conservação do Meio Ambiente
e da Melhoria da Qualidade de Vida no Município de Belo Horizonte.
** DECRETO 5.893, DE 16 MARÇO DE 1988 - Regulamenta a Lei Municipal citada acima.

LEI 2.968, DE 03 DE AGOSTO DE 1978


Aprova o regulamento de limpeza urbana de Belo Horizonte.
** LEI Nº 8.090, DE 26 DE SETEMBRO DE 2000 – Altera a Lei citada a cima.

DECRETO Nº 15.485, DE 20 DE FEVEREIRO DE 2014


Altera o Decreto nº 14.060/2010.
DECRETO Nº 14.377, DE 15 DE ABRIL DE 2011
Altera o Decreto nº 13.679/09, que “Dispõe sobre o Programa de Incentivo à Instalação
e Ampliação de Empresa – PROEMP”.
DECRETO Nº 14.060, DE 6 DE AGOSTO DE 2010
Regulamenta a Lei nº 8.616/03, que “Contém o Código de Posturas do Município de
Belo Horizonte”.
** DECRETO Nº 15.485, DE 20 DE FEVEREIRO DE 2014 – Altera o DECRETO citado acima.

DECRETO N° 13.679, DE 24 DE AGOSTO DE 2009


Dispõe sobre o Programa de Incentivo à Instalação e Ampliação de Empresa – PROEMP.
DECRETO 5.893, DE 16 MARÇO DE 1988
Regulamenta a Lei Municipal 4.253 que dispõe sobre a política de proteção, do controle
e da conservação do meio ambiente e da melhoria da qualidade de vida no município
de Belo Horizonte.

85
B) NORMAS NBR – ABNT

NORMA TÍTULO
Apresentação de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos -
NBR 8419:1996
Procedimento
Apresentação de projetos de aterros controlados de resíduos sólidos urbanos -
NBR 8849:1985
Procedimento
NBR 10004:2004 Resíduos sólidos - Classificação

NBR 10007:2004 Amostragem de resíduos sólidos

NBR 11175:1990 Incineração de resíduos sólidos perigosos - Padrões de desempenho - Procedimento

NBR 12235:1992 Armazenamento de resíduos sólidos perigosos - Procedimento

NBR 13463:1995 Coleta de resíduos sólidos

NBR 13894:1997 Tratamento no solo (landfarming)


Resíduos da construção civil e resíduos volumosos - Áreas de transbordo e triagem
NBR 15112:2004
- Diretrizes para projeto, implantação e operação
Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes - Aterros - Diretrizes para
NBR 15113:2004
projeto, implantação e operação.
Resíduos sólidos da Construção civil - Áreas de reciclagem - Diretrizes para projeto,
NBR 15114:2004
implantação e operação.
Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Execução de camadas
NBR 15115:2004
de pavimentação - Procedimentos
Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Utilização em
NBR 15116:2004
pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural - Requisitos
Antes de utilizar as normas e os direcionamentos desta publicação verifique se os documentos e as
referências citados estão em vigor.

86 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


D LEI Nº 10.522, DE 24 DE AGOSTO DE 2012

Republicado em 28/8/2012
Institui o Sistema de Gestão
Sustentável de Resíduos da Construção
Civil e Resíduos Volumosos - SGRCC -
e o Plano Municipal de Gerenciamento
Integrado de Resíduos da Construção
Civil e Resíduos Volumosos - PMRCC,
e dá outras providências.

O Povo do Município de Belo Horizonte, por seus representantes, decreta e eu


sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DO OBJETO
Art. 1º - Fica instituído o Sistema de Gestão Sustentável de Resíduos da Construção
Civil e Resíduos Volumosos - SGRCC - no âmbito do Município de Belo Horizonte,
obedecendo-se ao disposto nesta lei.

CAPÍTULO II
DO OBJETIVO
Art. 2º - São objetivos do Sistema de Gestão Sustentável de Resíduos da Construção
Civil e Resíduos Volumosos - SGRCC:
I. a proteção da saúde pública e da qualidade ambiental;
II. a não geração, a redução, a reutilização, a reciclagem e o tratamento dos
resíduos da construção civil e resíduos volumosos, bem como a sua destinação
ambientalmente adequada;
III. o incentivo à indústria de reciclagem, com vistas a fomentar o uso de matérias-
primas e insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados;
IV. a gestão integrada desses resíduos;
V. a integração entre as diferentes esferas do poder público e destas com o setor
empresarial, com vistas à gestão integrada desses resíduos;
VI. a priorização, nas aquisições e contratações governamentais, quando couber, da
utilização de produtos reciclados;

87
VII. a sensibilização e a conscientização da população sobre a importância de sua
participação na gestão de resíduos da construção civil e resíduos volumosos.

CAPÍTULO III
DAS DEFINIÇÕES
Art. 3º - Para os efeitos desta lei, ficam adotadas as definições e conceitos constantes
do Anexo I desta lei.

CAPÍTULO IV
DO SISTEMA DE GESTÃO SUSTENTÁVEL DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E
RESÍDUOS VOLUMOSOS
Seção I
Dos Conceitos
Art. 4º - O Sistema de Gestão Sustentável de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos - SGRCC - é um conjunto de ações, serviços, infraestruturas e instalações
operacionais que visam à gestão adequada dos resíduos da construção civil e dos
resíduos volumosos no Município.
Art. 5º - O SGRCC é estruturado por um conjunto integrado de áreas físicas e ações
complementares, a seguir descritas:
I. áreas físicas: destinadas à recepção, triagem, tratamento e disposição final
ambientalmente adequada:
a) área 1: Unidade de Recebimento de Pequenos Volumes de Resíduos da Construção
Civil e Resíduos Volumosos - URPV, implantada em bacias de captação de resíduos;
b) área 2: Estação de Reciclagem de Resíduos da Construção Civil;
c) área 3: Áreas de Triagem e Transbordo de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos - ATT;
d) área 4: Aterros de Resíduos da Construção Civil.
II. ações complementares: referem-se às ações voltadas à informação, fiscalização
e promoção da recuperação de áreas degradadas.

Seção II
Do Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos da Construção Civil e
Resíduos Volumosos
Art. 6º - O Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos da Construção
Civil e Resíduos Volumosos - PMRCC - é instrumento para a implementação do
Sistema de Gestão Sustentável de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos

88 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


- SGRCC, a ser elaborado pelo Município, devendo contemplar:
I. o Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil e
Resíduos Volumosos;
II. os Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCCs.

Art. 7º - O PMRCC tem como objetivos o disciplinamento dos agentes envolvidos e a


destinação ambientalmente adequada dos resíduos da construção civil e dos resíduos
volumosos gerados no Município.
Art. 8º - O PMRCC deverá conter:
I. as diretrizes técnicas e os procedimentos para a implementação do Programa
Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos e para os PGRCCs;
II. o diagnóstico dos resíduos sólidos gerados, contendo a origem, o volume e a
caracterização dos resíduos, incluindo os passivos ambientais a eles relacionados;
III. o cadastramento de áreas, públicas ou privadas, aptas para o recebimento,
a triagem e o armazenamento temporário de resíduos da construção civil e
resíduos volumosos, em conformidade com o porte da área urbana municipal,
possibilitando a destinação posterior desses resíduos;
IV. o estabelecimento de processos de licenciamento para as áreas de beneficiamento
e de disposição final ambientalmente adequada dos resíduos;
V. a promoção da reinserção dos resíduos reutilizáveis ou reciclados no ciclo
produtivo;
VI. a definição de procedimentos para o cadastramento de transportadores;
VII. as ações de orientação, fiscalização e controle dos agentes envolvidos;
VIII. as ações educativas voltadas para a redução da geração de resíduos e possibilidade
de sua segregação.

Parágrafo único - O PMRCC deverá ser atualizado ou revisto concomitantemente com


a elaboração do Plano Plurianual Municipal.
Art. 9º - Caso o Município opte por soluções consorciadas intermunicipais para gestão
dos resíduos sólidos, estará dispensado da elaboração do PMRCC, desde que este
atenda ao conteúdo mínimo previsto no art. 8º desta lei.
Art. 10 - O PMRCC poderá ser inserido no Plano Municipal de Gestão Integrada de
Resíduos Sólidos, respeitado o conteúdo mínimo previsto no art. 8º desta lei.
Art. 11 - A Superintendência de Limpeza Urbana - SLU - é responsável pela coordenação
das ações previstas no PMRCC.

89
Seção III
Do Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil e
Resíduos Volumosos
Art. 12 - O Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil e
Resíduos Volumosos tem como objetivos:
I. estabelecer procedimentos técnicos e operacionais para a gestão ambientalmente
adequada de pequenos volumes de resíduos da construção civil e resíduos
volumosos;
II. contribuir para a melhoria da limpeza urbana;
III. possibilitar a oferta da infraestrutura adequada para captação de pequenos
volumes de resíduos da construção civil e resíduos volumosos;
IV. fomentar a redução, a reutilização, a reciclagem e a correta destinação desses
resíduos;
V. promover ações de educação ambiental e de controle e fiscalização, necessárias ao
bom funcionamento da rede de Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes
de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos - URPVs.

Art. 13 - A implementação do Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos


da Construção Civil dar-se-á pela gestão adequada das URPVs, de forma a dotá-las
da infraestrutura necessária para sua qualificação como serviço público de limpeza
urbana.
§ 1º - As URPVs devem ser instaladas, preferencialmente, em áreas livres reservadas
ao uso público e já degradadas devido à deposição irregular e sistemática de resíduos
sólidos, com o objetivo de promover a sua recuperação nos aspectos paisagísticos e
ambientais.
§ 2º - O número e a localização das URPVs devem ser definidos pela SLU, com vistas
à obtenção de soluções eficazes de captação e destinação de resíduos da construção
civil e resíduos volumosos.
§ 3º - As URPVs devem receber de munícipes e pequenos transportadores cadastrados
descargas de resíduos da construção civil e resíduos volumosos, limitadas ao
volume de 1 (um) metro cúbico por descarga, para triagem obrigatória e destinação
ambientalmente adequada dos diversos componentes.

Seção IV
Dos Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil
Art. 14 - Os geradores de resíduos da construção civil, públicos ou privados,
responsáveis pela execução de obras de edificações que estejam sujeitas à obtenção
de licença outorgada pelo Poder Executivo, precedida de aprovação dos respectivos

90 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


projetos, nos termos do Código de Edificações do Município, deverão elaborar e
implementar Planos de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil - PGRCCs,
conforme modelo previsto no Anexo III desta lei, em conformidade com a legislação
específica.
§ 1º - Os PGRCCs deverão contemplar as seguintes etapas:
I. caracterização: nesta etapa o gerador deverá identificar e quantificar os resíduos;
II. triagem: deverá ser realizada pelo gerador, preferencialmente, na origem ou nas
áreas de destinação licenciadas para essa finalidade, respeitadas as classes de
resíduos estabelecidas em Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente -
Conama;
III. acondicionamento: o gerador deve garantir o confinamento dos resíduos após a
geração até a etapa de transporte, assegurando, em todos os casos possíveis, as
condições de reutilização e de reciclagem;
IV. transporte: deverá ser realizado em conformidade com as etapas anteriores e de
acordo com as normas técnicas vigentes para o transporte de resíduos;
V. destinação: deverá ser prevista de acordo com o estabelecido nas resoluções do
Conama.

§ 2º - Os geradores especificados no caput deste artigo deverão:


I. especificar nos seus projetos, em conformidade com as diretrizes da
legislação específica, os procedimentos que serão adotados para a destinação
ambientalmente adequada de outras categorias de resíduos eventualmente
gerados no empreendimento;
II. informar ao poder público, quando da contratação, a relação dos agentes
licenciados responsáveis pelos serviços de transporte, triagem e destinação dos
resíduos.

§ 3º - Quaisquer alterações do PGRCC deverão ser apresentadas à SLU, para fins de


análise e aprovação, por meio de documentação complementar.
§ 4º - Os geradores de resíduos da construção civil poderão substituir, a qualquer
tempo, os agentes responsáveis pelos serviços de transporte, triagem e destinação de
resíduos, por outros, desde que licenciados pelo poder público.
§ 5º - Os PGRCCs podem prever o deslocamento, o recebimento ou o envio de resíduos
da construção civil classe A, triados, entre empreendimentos licenciados detentores
de PGRCCs.
Art. 15 - Os PGRCCs devem ser implementados pelos construtores responsáveis por
obra objeto de licitação pública realizada por órgão ou entidade da administração
pública municipal, devendo deles ser exigida, para a subcontratação, a apresentação

91
dos agentes responsáveis pelas atividades de transporte, triagem e destinação de
resíduos, definidos entre os licenciados pelo poder público municipal.
Parágrafo único - Os contratos administrativos celebrados no âmbito da administração
pública municipal incluirão cláusula exigindo do contratado a implementação do
PGRCC, que será considerado como custo direto no orçamento e nas propostas de
preços dos licitantes.
Art. 16 - É de responsabilidade dos executores de obras ou serviços em logradouros
públicos a manutenção dos locais de trabalho organizados e limpos, bem como a
manutenção de registros e Comprovantes de Transporte de Resíduos - CTRs, conforme
modelo previsto no Anexo II desta lei, e da destinação ambientalmente adequada dos
resíduos sob sua responsabilidade.
Art. 17 - A apresentação do PGRCC pelos geradores especificados no art. 14 desta lei
deverá observar as seguintes condições:
I. no caso de atividades construtivas não caracterizadas como de impacto, o PGRCC
deve ser apresentado para análise juntamente com o projeto arquitetônico, objeto
da obtenção de licença outorgada pelo Executivo;
II. no caso de atividades construtivas caracterizadas como de impacto, o PGRCC deve
ser analisado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente dentro do processo de
licenciamento ambiental.

§ 1º - A aprovação do projeto arquitetônico não ficará vinculada à análise do PGRCC.


§ 2º - O Poder Executivo regulamentará os procedimentos de análise dos PGRCCs
para as obras públicas e privadas.
Art. 18 - O contratado para execução de obra pública comprovará, durante a execução
do contrato e por ocasião da entrega definitiva do objeto, o cumprimento integral do
PGRCC.
Parágrafo único - O contratado deverá manter cópia do PGRCC e dos CTRs na obra,
disponibilizando-os para consulta pela fiscalização municipal, sempre que solicitado.

CAPÍTULO V
DAS RESPONSABILIDADES

Art. 19 - Os geradores, os transportadores e os receptores de resíduos da construção


civil e de resíduos volumosos são responsáveis pela gestão dos mesmos, no exercício
de suas respectivas atividades.
Art. 20 - O poder público promoverá parcerias com entidades da sociedade civil
organizada atuantes no setor de construção civil, com vistas à divulgação de informações
e promoção de ações educativas relacionadas ao manejo ambientalmente adequado
dos resíduos.

92 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


Seção I
Da Disciplina dos Geradores

Art. 21 - Os geradores de resíduos da construção civil e de resíduos volumosos serão


fiscalizados e responsabilizados pelo uso incorreto dos equipamentos disponibilizados
para a captação disciplinada dos resíduos gerados.
§ 1º - Os pequenos volumes de resíduos da construção civil e resíduos volumosos,
limitados ao volume de 1 (um) metro cúbico por descarga, podem ser destinados à rede
de Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes de Resíduos da Construção Civil e
Resíduos Volumosos - URPVs, responsabilizando-se os usuários pela sua disposição
diferenciada, conforme orientação da Superintendência de Limpeza Urbana - SLU.
§ 2º - Os grandes volumes de resíduos da construção civil e de resíduos volumosos,
superiores ao volume de 1 (um) metro cúbico por descarga, devem ser destinados à
rede de áreas para recepção de grandes volumes descritas no art. 26 desta lei, nas
quais serão objeto de triagem e destinação ambientalmente adequada.
§ 3º - Os geradores mencionados no caput deste artigo só poderão utilizar caçambas
metálicas estacionárias e outros equipamentos destinados à coleta de resíduos da
construção civil e de resíduos volumosos para a disposição exclusiva desses resíduos.
§ 4º - Os geradores de resíduos da construção civil e de resíduos volumosos não
podem utilizar chapas, placas e outros dispositivos suplementares que promovam a
elevação da capacidade volumétrica de caçambas metálicas estacionárias, devendo
essas ser utilizadas apenas até o seu nível superior original.
§ 5º - Os geradores de resíduos de construção civil e de resíduos volumosos podem
transportar seus próprios resíduos, observado o disposto no Código de Posturas
Municipal, e, quando usuários de serviços de transporte, ficam obrigados a utilizar
exclusivamente os serviços de remoção de transportadores licenciados pelo poder
público municipal.

Seção II
Da Disciplina dos Transportadores

Art. 22 - Os transportadores de resíduos da construção civil devem ser licenciados


pelo poder público municipal, nos termos definidos no regulamento desta lei.
Parágrafo único - As características e os critérios de utilização dos equipamentos
para a coleta de resíduos da construção civil e de resíduos volumosos devem obedecer
ao disposto na legislação específica.
Art. 23 - O transporte de resíduos da construção civil deve obedecer ao disposto na
legislação municipal específica.
Art. 24 - É vedado aos transportadores realizar o deslocamento de resíduos da
construção civil sem o respectivo Comprovante de Transporte de Resíduos - CTR.

93
§ 1º - Os transportadores deverão fornecer os CTRs aos geradores atendidos,
identificando a correta destinação dada aos resíduos coletados.
§ 2º - Os transportadores deverão encaminhar à SLU relatórios contendo a
discriminação do volume de resíduos removidos, bem como a sua respectiva
destinação, apresentando, ainda, os comprovantes de descarga em locais licenciados
pelo órgão ambiental competente, nos termos do disposto no regulamento desta lei.

Seção III
Da Disciplina dos Receptores

Art. 25 - Os receptores de resíduos da construção civil e de resíduos volumosos devem


promover o manejo dos resíduos de grandes volumes em áreas licenciadas.
Art. 26 - São áreas para recepção de grandes volumes de resíduos da construção civil
e de resíduos volumosos:
I. Áreas de Triagem e Transbordo de Resíduos da Construção Civil e de Resíduos
Volumosos - ATTs;
II. Estações de Reciclagem de Resíduos da Construção Civil;
III. Aterros de Resíduos da Construção Civil;
IV. Áreas mistas com a composição das unidades especificadas nos itens anteriores.

Parágrafo único - Nas áreas mencionadas nos incisos I a IV do caput deste artigo não
será admitida a descarga de resíduos de transportadores não licenciados pelo poder
público municipal.
Art. 27 - Nas áreas mencionadas no art. 26 desta lei, bem como nas URPVs, é proibida
a destinação dos seguintes resíduos:
I. resíduos de serviços de saúde e congêneres;
II. agrotóxicos, seus resíduos e embalagens;
III. cadáveres de animais;
IV. restos de matadouros de animais, restos de alimentos;
V. veículos inservíveis ou irrecuperáveis abandonados nos logradouros públicos,
carcaças;
VI. resíduos sólidos provenientes de calamidades públicas;
VII. documentos e materiais gráficos apreendidos pela polícia;
VIII. lodos e lamas oriundos de estações de tratamento de águas; de esgotos sanitários;
de fossas sépticas; de postos de lubrificação de veículos ou assemelhados;

94 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


resíduos provenientes de limpeza de caixa de gordura ou outros produtos pastosos
que exalem odores desagradáveis;
IX. resíduos químicos em geral;
X. resíduos sólidos de materiais bélicos e de explosivos;
XI. rejeitos radioativos;
XII. resíduos domiciliares provenientes de instalações sanitárias.

Art. 28 - Os operadores das áreas referidas no art. 26 desta lei devem encaminhar à
SLU relatórios sintéticos com discriminação do volume por tipo de resíduos recebidos,
conforme disposto em regulamento.

CAPÍTULO VI
DA DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS

Art. 29 - Os resíduos da construção civil e os resíduos volumosos gerados no Município,


nos termos do Sistema de Gestão Sustentável de Resíduos da Construção Civil e
Resíduos Volumosos - SGRCC, devem ser destinados às Unidades de Recebimento de
Pequenos Volumes de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos - URPVs
- e às áreas de recepção de grandes volumes descritas no art. 26 desta lei, visando à
triagem, reutilização, reciclagem, preservação ou destinação adequada.
Art. 30 - Os resíduos da construção civil e os resíduos volumosos não podem ser
dispostos em aterros sanitários.
Parágrafo único - Os resíduos da construção civil, se apresentados na forma de
agregados reciclados ou na condição de solos não contaminados, podem ser utilizados
em aterros sanitários com a finalidade de execução de serviços internos ao aterro.
Art. 31 - Os resíduos da construção civil e os resíduos volumosos não podem ser
dispostos nos passeios, vias públicas, quarteirões fechados, praças, jardins,
escadarias, passagens, túneis, viadutos, canais, pontes, dispositivos de drenagem de
águas pluviais, lagos, lagoas, rios, córregos, depressões, quaisquer áreas públicas ou
terrenos não edificados ou não utilizados de propriedade pública ou privada, bem como
em pontos de confinamento de resíduos públicos ou em contenedores de resíduos de
uso exclusivo da Superintendência de Limpeza Urbana - SLU - e outros tipos de áreas
não licenciadas.
Art. 32 - Os resíduos volumosos devem ser triados nas Áreas de Triagem e Transbordo
de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos - ATTs, aplicando-se a eles,
sempre que possível, processos de reutilização, desmontagem e reciclagem que
evitem a sua destinação final a aterro sanitário.
Art. 33 - Os resíduos da construção civil devem ser integralmente triados, segundo

95
a classificação definida pela Resolução Conama nº 307/2002, e devem receber a
destinação ambientalmente adequada.
Art. 34 - Os resíduos da construção civil de natureza mineral, designados como classe
A pela Resolução Conama nº 307/2002, devem ser prioritariamente reutilizados ou
reciclados, salvo se inviáveis estas operações, caso em que deverão ser destinados a
aterros de resíduos da construção civil licenciados para reservação e beneficiamento
futuro ou para conformação topográfica de terrenos.
Parágrafo único - Na conformação topográfica de terreno com resíduos da construção
civil classe A deve-se obedecer ao disposto na legislação municipal que regula o
movimento de terra e entulho.
Art. 35 - O Poder Executivo municipal regulamentará as condições para o uso
preferencial dos resíduos referidos no art. 33 desta lei, na forma de agregado reciclado,
em obras públicas, de acordo com as normas técnicas brasileiras específicas.
Parágrafo único - O uso dos agregados reciclados constará do projeto básico, que
deverá mencionar este dispositivo legal e o decreto regulamentador como fundamentos
para o uso preferencial do material.

CAPÍTULO VII
DAS INFRAÇÕES, DAS PENALIDADES E DOS RECURSOS

Art. 36 - Considera-se infração administrativa toda ação ou omissão que viola as


disposições estabelecidas nesta lei e nas normas dela decorrentes.
Art. 37 - São considerados infratores:
I. o proprietário, o locatário, o síndico ou aquele que estiver, a qualquer título, na
posse do imóvel;
II. o representante legal do proprietário do imóvel ou responsável técnico da obra;
III. o motorista e o proprietário do veículo transportador;
IV. a empresa transportadora;
V. o proprietário, o operador ou o responsável técnico da área para recepção de
resíduos.

Parágrafo único - Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo


desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial entre a pessoa jurídica e a pessoa
do sócio, a autoridade administrativa poderá estender a penalidade ao sócio, desde
que lhe seja garantida a ampla defesa.
Art. 38 - Considera-se reincidência o cometimento de nova infração a esta lei ou às
normas dela decorrentes, dentro do prazo de 12 (doze) meses contados da ciência da
aplicação da penalidade pela infração anterior.

96 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


Art. 39 - O infrator está sujeito à aplicação das seguintes penalidades:
I. multa;
II. apreensão.

Parágrafo único - O cumprimento das penalidades pelo infrator não o exime de outras
obrigações legais nem o isenta da obrigação de reparar os danos causados ao meio
ambiente ou a terceiros.
Art. 40 - Aplicam-se a este Capítulo as normas relativas às infrações, penalidades
e recursos previstas na legislação municipal específica relativa à limpeza urbana,
seus serviços e manejo de resíduos sólidos urbanos, naquilo que não conflitar com o
disposto nesta lei, nos termos do Anexo IV desta lei.
Art. 41 - No caso em que os efeitos da infração forem sanados pelo poder público, o
infrator deverá ressarcir os custos incorridos.

CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 42- Aplica-se subsidiariamente a legislação específica relativa à limpeza urbana,


seus serviços e manejo de resíduos sólidos urbanos no Município de Belo Horizonte
que não conflitem com as disposições contidas nesta lei.
Art. 43 - Esta lei entra em vigor 1 (um) ano após a sua publicação.

Belo Horizonte, 24 de agosto de 2012

Marcio Araujo de Lacerda


Prefeito de Belo Horizonte
(Originária do Projeto de Lei nº 2.028/11, de autoria do Executivo)

97
ANEXO II
CTR - Comprovante de Transporte de Resíduos (ABNT NBR 15.112:2004)
(3 vias: gerador, transportador e destinatário)
(informações mínimas essenciais, que podem estar incluídas nos formulários
próprios dos transportadores)

IDENTIFICAÇÃO DO TRANSPORTADOR

Nome ou Razão Social: Tel.:

Endereço: Cadastro Municipal:

Nome do condutor: Placa do


veículo:

2. IDENTIFICAÇÃO DO GERADOR

Nome ou Razão Social: Tel.:

Endereço: CPF ou CNPJ:

2.1 ENDEREÇO DA RETIRADA

Rua/Av.: Bairro: Município:

3. IDENTIFICAÇÃO da Área Receptora de grandes volumes


Nome ou Razão Social: Nº da
Licença Funcionamento:

Endereço: Tel.:

4. CARACTERIZAÇÃO DO RESÍDUO
Concreto / Argamassa /
Solo
Alvenaria

Volume transportado Volumosos (móveis e outros) Madeira

m³ Volumosos (podas) Outros (especificar)

5. RESPONSABILIDADES

Visto do condutor do veículo:

Visto do gerador ou responsável


pelo serviço:
Visto e carimbo da Área
Receptora de Grandes Volumes:

Data: ___ / ___ / ____ Horário: ___ : ___

98 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


6. ORIENTAÇÃO AO USUÁRIO

(de acordo com a Lei n° __ de ___ de ____ e as sanções nela previstas)

a) o gerador só pode dispor, no equipamento de coleta, resíduos da construção civil e resíduos


volumosos;
b) o transportador é proibido de coletar e transportar equipamentos com resíduos domiciliares,
industriais e outros;
c) o gerador só pode dispor resíduos até o limite superior original do equipamento;
d) o transportador é proibido de deslocar equipamentos com excesso de volume;
e) o transportador é obrigado a usar dispositivo de cobertura de carga dos resíduos;
f) as caçambas devem ser estacionadas prioritariamente no interior do imóvel;
g) o posicionamento das caçambas em via pública é responsabilidade do transportador e sua posição
não pode ser alterada pelo gerador;
h) as caçambas estacionárias devem ser utilizadas, conforme o disposto no Código de Posturas
Municipal;
i) ao gerador é proibido contratar transportador não licenciado pela administração municipal;
j) o gerador tem o direito de receber do transportador documento de comprovação da correta
destinação dos resíduos coletados.

ANEXO III
Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil
(informações básicas obrigatórias)

1. Características básicas da obra

(finalidade, prazo de execução, áreas, pavimentos e outras descrições)

2. Materiais e componentes básicos utilizados em cada etapa

(preparo de canteiro, fundações, estrutura, vedações, instalações, revestimentos, cobertura etc.)

2.1. Resíduos classe A que serão gerados (descrição e quantidade estimada em m³ dos resíduos de
concreto, argamassas, alvenaria, produtos cerâmicos, solo e outros)
2.2. Resíduos classe B que serão gerados (descrição e quantidade estimada em m³ dos resíduos de
madeira, plásticos, papéis e papelões, metais, vidros e outros)
2.3. Resíduos classe C que serão gerados (descrição e quantidade estimada em m³ dos resíduos de
gesso e outros)
2.4. Resíduos classe D que serão gerados (descrição e quantidade estimada em m³ dos resíduos de
tintas, solventes, óleos, instalações radiológicas ou industriais e outros resíduos perigosos)
3. Iniciativas para minimização dos resíduos

(escolha dos materiais, orientação da mão de obra e responsáveis, controles a serem adotados etc.)

99
4. Iniciativas para absorção dos resíduos na própria ou em outras obras

(reutilização dos resíduos de demolição, reutilização nas diversas etapas etc.)

5. Iniciativas para acondicionamento diferenciado e transporte adequado

(forma de organização dos resíduos das quatro classes, dispositivos empregados etc.)

6. Descrição do destino a ser dado aos resíduos não absorvidos


Classe A (transporte
Classe B (transporte Classe C (transporte Classe D (transporte
para área de triagem,
para área de triagem, para área de triagem, para área de triagem,
área de reciclagem,
área de reciclagem área de reciclagem área de reciclagem
aterro para
específica, aterro específica, aterro específica, aterro
reservação, aterro para
adequado licenciado adequado licenciado adequado licenciado
regularização de área
etc.) etc.) etc.)
etc.)
7. Descrição do destino a ser dado a outros tipos de resíduos

(eventuais resíduos de ambulatórios, refeitórios etc.)

8. Indicação dos agentes licenciados responsáveis pelo fluxo posterior dos


resíduos

(os agentes podem ser substituídos, a critério do gerador, por outros, legalmente licenciados)

8.1. Identificação do transportador 8.2. Identificação da área receptora dos resíduos

Nome: Nome:

Cadastro: Cadastro:

End.: End.:

Tel.: Tel.:

8.1. Identificação do transportador 8.2. Identificação da área receptora dos resíduos

Nome: Nome:

Cadastro: Cadastro:

End.: End.:

Tel.: Tel.:

100 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


9. Caracterização dos responsáveis

Preencher quantos campos sejam necessários.


Podem ser incluídas, além dessas, outras informações julgadas necessárias pelos geradores.

9.1. Identificação do gerador 9.2. Identificação do responsável técnico da obra

Nome: Nome:

CPF/CNPJ: CREA

End.: End.:

Tel.: Tel.:

Assinatura: Assinatura:

Data Local Data Local

E PRINCIPAIS ARTIGOS - ATIVIDADE DE CONSTRUÇÃO

LEI N° 10.534, de 10 de SETEMBRO de 2012


Dispõe sobre a limpeza urbana, seus serviços e o manejo de resíduos sólidos
urbanos no Município, e dá outras providências.

Art. 4º. Resíduo sólido urbano, para os efeitos do disposto nesta lei, é o conjunto
heterogêneo de resíduos provenientes das atividades humanas e de fenômenos
naturais que, segundo a natureza do serviço de limpeza urbana e do seu gerenciamento,
podem ser classificados:
§ 2º Quanto ao tipo, classificam-se em:
III. resíduos sólidos especiais: compreendem os resíduos que, por seu volume,
peso, grau de periculosidade ou degradabilidade, ou por outras especificidades,
requeiram procedimentos especiais para o seu manejo e destinação, considerando
os impactos negativos e os riscos à saúde e ao meio ambiente, incluindo:
b) resíduos da construção civil e congêneres;

Subseção II - Dos resíduos sólidos da construção civil


Art. 13. Os resíduos sólidos da construção civil e congêneres, da origem à destinação
final, são de responsabilidade do gerador.

101
Parágrafo único - O gerador garantirá o confinamento dos resíduos após a geração,
até a etapa de transporte, assegurando, sempre que possível, a segregação na origem
e as condições de reutilização e reciclagem.

Seção II - Da conservação da limpeza urbana em logradouros públicos


Art. 18. O responsável por serviços de construção civil ou de infraestrutura em
logradouro público, seja pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado,
concessionário de serviço público, contratante, contratado ou executor, obrigar-se á:
I. a acomodar ou reter, por sistema apropriado de contenção, os materiais e resíduos
oriundos de suas atividades, de modo a não bloquear o curso natural das águas
pluviais;
II. a evitar a obstrução ou o assoreamento da rede de captação de águas pluviais ou
o acúmulo de resíduo sólido em logradouro público;
III. a remover os resíduos ou materiais acondicionados em caçambas oriundos de
suas atividades, no prazo máximo de 3 (três) dias, às suas expensas, promovendo,
inclusive, a varrição e a lavação dos locais públicos atingidos;
IV. a remover os resíduos ou materiais dispersos em logradouro público, oriundos
de suas atividades, imediatamente, às suas expensas, promovendo, inclusive, a
varrição e a lavação dos locais públicos atingidos;

F Principais considerações para o uso adequado


de caçambas em Belo Horizonte

LEI Nº 8.616, de 14 de JULHO de 2003


Contém o Código de Posturas do Município de Belo Horizonte.

Seção VII
Da Caçamba

Art. 102 - Caçamba é o mobiliário destinado à coleta de terra e entulho provenientes


de obra, construção, reforma ou demolição de qualquer natureza.
Art. 103 - A colocação, a permanência, a utilização e o transporte de caçamba em
logradouro público sujeitam-se a prévio licenciamento, em processo a ser definido no
regulamento deste Código.
§ 1º - A unidade licenciada será o conjunto de 1 (um) caminhão e 15 (quinze) caçambas.

102 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


§ 2º - O licenciamento previsto pelo § 1º deste artigo estará condicionado ao
licenciamento do local de guarda das caçambas.
§ 3º - É vedada a utilização de logradouro público para guarda de caçamba.
Art. 104 - A caçamba obedecerá a modelo próprio, que terá as seguintes características,
entre outras a serem definidas em regulamento:
I. capacidade máxima de 7m³ (sete metros cúbicos);
II. cores vivas, preferencialmente combinando amarelo e azul ou alaranjado e
vermelho;
III. tarja refletora com área mínima de 100 cm² (cem centímetros quadrados) em cada
extremidade, para assegurar a visibilidade noturna;
IV. identificação do nome do licenciado e do número do telefone da empresa nas
faces laterais externas.

Art. 105 - O local para a colocação de caçamba em logradouro público poderá ser:
I. a via pública, ao longo do alinhamento da guia do meio-fio, em sentido longitudinal;
II. o passeio, na faixa destinada a mobiliário urbano ou faixa gramada, desde que
deixe livre faixa para circulação de pedestre de no mínimo 1,50m (um metro e
cinquenta centímetros) de largura.
Inciso II com redação dada pela Lei nº 9.845, de 8/4/2010 (Art. 38)
Parágrafo único - Não será permitida a colocação de caçamba:
I. a menos de 5,00 m (cinco metros) da esquina do alinhamento dos lotes;
II. no local sinalizado com placa que proíba parar e estacionar;
III. junto ao hidrante e sobre registro de água ou tampa de poço de inspeção de galeria
subterrânea;
IV. inclinada em relação ao meio-fio, quando ocupar espaço maior que 2,70 m (dois
metros e setenta centímetros) de largura.

Art. 106 - Poderão ser formados grupos de até 2 (duas) caçambas no logradouro
público, desde que obedecido o espaço mínimo de 10,00 m (dez metros) entre os
grupos.
Art. 107 - O tempo de permanência máximo por caçamba em um mesmo local, exceto
o previsto no art. 108 deste Código, é de 3 (três) dias úteis.
Art. 108 - Na Zona Hipercentral (ZHIP), o horário de colocação, de permanência e de
retirada das caçambas é:
I. das 20 (vinte) às 7 (sete) horas nos dias úteis;

103
II. das 14 (catorze) horas de sábado às 7 (sete) horas de segunda-feira;
III. livre nos feriados.

Art. 109 - Na operação de colocação e na de retirada da caçamba, deverá ser observada


a legislação referente à limpeza urbana, ao meio ambiente e à segurança de veículo e
pedestre, cuidando-se para que sejam utilizados:
I. sinalização com 3 (três) cones refletores;
II. calços nas rodas traseiras dos veículos, no caso de logradouro com declividade.

Art. 110 - O Executivo poderá determinar a retirada de caçamba, mesmo no local para
o qual ela tenha sido liberada, quando, devido a alguma excepcionalidade, a mesma
venha a prejudicar o trânsito de veículo e pedestre.
Art. 111 - As penalidades previstas neste Código referentes a esta Seção serão
aplicadas ao proprietário da caçamba.

DECRETO Nº 14.060, de 6 de agosto de 2010

Seção VII
Da Caçamba

Art. 75 - A concessão do documento de licenciamento referente a colocação,


permanência, utilização e transporte de caçamba em logradouro público, fica
condicionada à apresentação de documentação prevista em formulário próprio e
recolhimento de preço público referente ao licenciamento por unidade licenciada.
§ 1º - Para efeito de cálculo da taxa de licenciamento será considerada a unidade a
ser licenciada, constituída pelo conjunto de 1 (um) caminhão e, no máximo, 15 (quinze)
caçambas.
§ 2º - O DML será emitido em nome da empresa proprietária da caçamba e terá
validade de 1 (um) ano, podendo ser renovada por períodos idênticos.
§ 3º - O DML deverá conter a identificação da empresa, a placa do caminhão autorizado
e o número de caçambas da respectiva unidade.
§ 4º - Para trafegar, o motorista do caminhão deve portar uma via do respectivo DML.
§ 5º - A caçamba deverá ser identificada com o nome e CNPJ do licenciado, número
da licença, número sequencial e número do telefone da empresa nas faces laterais
externas, com dimensões mínimas de 0,50 m (cinquenta centímetros) por 0,50 m
(cinquenta centímetros).

104 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


Art. 76 - A colocação de caçamba em logradouro público deverá obedecer à seguinte
ordem de preferência:
I. no passeio, na faixa destinada a mobiliário urbano, desde que deixe livre, junto ao
alinhamento dos lotes, faixa para circulação de pedestre de no mínimo 1,50 m (um
metro e cinquenta centímetros) de largura;
II. na via pública, ao longo do alinhamento do meio fio, em sentido longitudinal, não
ultrapassando a distância de 0,30 m (trinta centímetros), contada transversalmente
a partir do meio fio;
III. na via pública, inclinada em relação ao meio fio, desde que obedecida a distância
máxima de 2,70 m (dois metros e setenta centímetros) entre o meio fio e o ponto
da caçamba mais distante deste.

Parágrafo único - Em nenhuma hipótese a caçamba poderá ultrapassar a faixa


delimitada para estacionamento de veículos ou distância correspondente.
Art. 77 - O horário da operação de colocação e retirada da caçamba, bem como da
circulação do caminhão transportador, deve atender ao especificado no Código de
Trânsito Brasileiro, nas normas municipais de trânsito e nos artigos 107 a 109 do
Código de Posturas, no que couber.

105
caçambas legais

CARACTERÍSTICAS Capacidade
Tarja refletora com área máxima de 7 m³
mínima de 100 cm² em
cada extremidade para
garantir a visibilidade
noturna

Nome
Identificação do da empresa
Tel.:
nome licenciado 0000-
0000
e do número
do telefone da
empresa
Cores vivas,
preferencialmente
PRINCIPAIS REGRAS DE COLOCAÇÃO combinando amarelo
e azul ou alaranjado e
A caçamba no máximo 3 dias úteis no mesmo local vermelho

LIMPEZA: a caçamba deve ser


coberta com tela protetora para o COLOCAÇÃO PROIBIDA
transporte
A menos de 5 m da esquina
CALÇADA: deixar faixa livre de ao Local com placa que proíbe estacionar ou parar
menos 1,5 m para passagem de
pedestres Junto ao hidrante e sobre registro de água ou
tampa de poço de inspeção de galeria subterrânea
Rua: ao longo do alinhamento do Inclinada em relação ao meio-fio, quando ocupar
meio-fio, em sentido longitudinal. espaço acima de 2,7 m de largura.
Não deve ultrapassar 30 cm
Ultrapassar a faixa para espacionamento de
transversalmente a parit do
veículos
meio-fio. E inclinada em relação
ao meio-fio, com distância Em área de estacionamento rotativo
máxima de 2,7 m
Fonte: Código de Postura.

106 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


Relação das empresas transportadoras de resíduos
associadas ao SINDILEQ – MG

Empresa Telefone

ABC Caçamba Ltda. (31) 3451-1800

AWA Locações de CaçambasLtda. (31) 3373-4310

BH Caçamba Ltda. (31) 3371-8129

Caçamba Ltda. (31) 3496-9440

Caçambas Cebola (31) 3451-4400

CR Caçambas Ltda. (31) 3495-3600

Central Caçambas de Aluguel Ltda. (31) 3373-4001

Coleta de Entulho Mariano Ltda. (31) 3331-1362

Didizinho Básculas / Viva Caçambas Ltda. (31) 3384-1488

Entulhos Ebenezer Ltda. (31) 3362-9374

F.P.R. Caçambas Ltda. (31) 3443-1526

Gramadus Ltda. (31) 3396-1511

Léo Caçambas Ltdas. (31) 3388-2621

Loc Caçambas Ltda. (31) 3451-2002

Locamonte Máquinas e Equipamentos Ltda. (31) 3681-5700

Mauri Caçamba Ltda. (31) 3373-1135

Planar Equipamentos e Logística Ltda. (31) 3368-7710

Policárpio Caçambas Micro Ltda. (31) 3498-2727

Raí Caçambas Ltda. (31) 3433-0369

Ricardo Locação de Caçambas Ltda. (31) 3373-1745

Toninho Caçambas Ltda. (31) 3451-1521

Transtonhão Ltda. (31) 3481-8313

União Caçambas Ltda. (31) 3377-4233

Fonte: Site Sindileq - http://sindileq.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=14 – 07/09/2014


Sindicato das Empresas Locadoras de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas– SINDILEQ- MG.

107
G RESOLUÇÃO Nº 307, de 5 DE JULHO de 2002

Publicada no DOU nº 136, de 17/07/2002, págs. 95-96

Correlações:
99 Alterada pela Resolução nº 448/12 (altera os artigos 2º, 4º, 5º, 6º, 8º, 9º, 10º e 11º
e revoga os artigos 7º, 12º e 13º)
99 Alterada pela Resolução nº 431/11 (alterados os incisos II e III do art. 3º)
99 Alterada pela Resolução nº 348/04 (alterado o inciso IV do art. 3º)

Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da


construção civil.
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA, no uso das competências
que lhe foram conferidas pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada
pelo Decreto nº 9.274, de 6 de julho de 1990, e tendo em vista o disposto em seu
Regimento Interno, anexo à Portaria nº 326, de 15 de dezembro de 1994, e
Considerando a política urbana de pleno desenvolvimento da função social da cidade
e da propriedade urbana, conforme disposto na Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001;
Considerando a necessidade de implementação de diretrizes para a efetiva redução
dos impactos ambientais gerados pelos resíduos oriundos da construção civil;
Considerando que a disposição de resíduos da construção civil em locais inadequados
contribui para a degradação da qualidade ambiental;
Considerando que os resíduos da construção civil representam um significativo
percentual dos resíduos sólidos produzidos nas áreas urbanas;
Considerando que os geradores de resíduos da construção civil devem ser responsáveis
pelos resíduos das atividades de construção, reforma, reparos e demolições de
estruturas e estradas, bem como por aqueles resultantes da remoção de vegetação e
escavação de solos;
Considerando a viabilidade técnica e econômica de produção e uso de materiais
provenientes da reciclagem de resíduos da construção civil; e
Considerando que a gestão integrada de resíduos da construção civil deverá
proporcionar benefícios de ordem social, econômica e ambiental, resolve:
Art. 1º Estabelecer diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da
construção civil, disciplinando as ações necessárias de forma a minimizar os impactos
ambientais.
Art. 2º Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições:
I. Resíduos da construção civil: são os provenientes de construções, reformas,

108 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e
da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral,
solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros,
argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação
elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha;
II. Geradores: são pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, responsáveis
por atividades ou empreendimentos que gerem os resíduos definidos nesta
Resolução;
III. Transportadores: são as pessoas, físicas ou jurídicas, encarregadas da coleta e do
transporte dos resíduos entre as fontes geradoras e as áreas de destinação;
IV. Agregado reciclado: é o material granular proveniente do beneficiamento de
resíduos de construção que apresentem características técnicas para a aplicação
em obras de edificação, de infraestrutura, em aterros sanitários ou outras obras
de engenharia;
V. Gerenciamento de resíduos: é o sistema de gestão que visa reduzir, reutilizar
ou reciclar resíduos, incluindo planejamento, responsabilidades, práticas,
procedimentos e recursos para desenvolver e implementar as ações necessárias
ao cumprimento das etapas previstas em programas e planos;
VI. Reutilização: é o processo de reaplicação de um resíduo, sem transformação do
mesmo;
VII. Reciclagem: é o processo de reaproveitamento de um resíduo, após ter sido
submetido à transformação;
VIII. Beneficiamento: é o ato de submeter um resíduo à operações e/ou processos que
tenham por objetivo dotá-los de condições que permitam que sejam utilizados
como matéria-prima ou produto;
IX. Aterro de resíduos classe A de reservação de material para usos futuros: é a
área tecnicamente adequada onde serão empregadas técnicas de destinação de
resíduos da construção civil classe A no solo, visando a reservação de materiais
segregados de forma a possibilitar seu uso futuro ou futura utilização da área,
utilizando princípios de engenharia para confiná-los ao menor volume possível,
sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente e devidamente licenciado
pelo órgão ambiental competente; (nova redação dada pela Resolução 448/12)
X. Área de transbordo e triagem de resíduos da construção civil e resíduos volumosos
(ATT): área destinada ao recebimento de resíduos da construção civil e resíduos
volumosos, para triagem, armazenamento temporário dos materiais segregados,
eventual transformação e posterior remoção para destinação adequada,
observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos
a saúde pública e a segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;
(nova redação dada pela Resolução 448/12)

109
XI. Gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de ações exercidas, direta ou
indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e
destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição
final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de
gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos
sólidos, exigidos na forma da Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010; (nova redação
dada pela Resolução 448/12)
XII. Gestão integrada de resíduos sólidos: conjunto de ações voltadas para a busca de
soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política,
econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do
desenvolvimento sustentável. (nova redação dada pela Resolução 448/12)

Art. 3º Os resíduos da construção civil deverão ser classificados, para efeito desta
Resolução, da seguinte forma:
I. Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:
a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras
de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;
b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes
cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e
concreto;
c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto
(blocos, tubos, meio-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras;
II. Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como:
plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e gesso; (redação dada pela
Resolução n° 431/11).
III. Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias
ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou
recuperação; (redação dada pela Resolução n° 431/11).
IV. Classe D - são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais
como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de
demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e
outros. (redação dada pela Resolução n° 431/11).
V. Classe D: são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como
tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde
oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações
industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham
amianto ou outros produtos nocivos à saúde. (redação dada pela Resolução n°
348/04).

110 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


Art. 4º Os geradores deverão ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos e,
secundariamente, a redução, a reutilização, a reciclagem, o tratamento dos resíduos
sólidos e a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. (nova redação
dada pela Resolução 448/12)
§ 1º Os resíduos da construção civil não poderão ser dispostos em aterros de resíduos
sólidos urbanos, em áreas de “bota fora”, em encostas, corpos d’água, lotes vagos e
em áreas protegidas por Lei. (nova redação dada pela Resolução 448/12)
§ 2º Os resíduos deverão ser destinados de acordo com o disposto no art. 10 desta
Resolução.
Art. 5º É instrumento para a implementação da gestão dos resíduos da construção
civil o Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção Civil, a ser elaborado
pelos Municípios e pelo Distrito Federal, em consonância com o Plano Municipal de
Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. (nova redação dada pela Resolução 448/12)
Art. 6º Deverão constar do Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção
Civil: (nova redação dada pela Resolução 448/12)
I. as diretrizes técnicas e procedimentos para o exercício das responsabilidades
dos pequenos geradores, em conformidade com os critérios técnicos do sistema
de limpeza urbana local e para os Planos de Gerenciamento de Resíduos da
Construção Civil a serem elaborados pelos grandes geradores, possibilitando o
exercício das responsabilidades de todos os geradores; (nova redação dada pela
Resolução 448/12)
II. o cadastramento de áreas, públicas ou privadas, aptas para recebimento, triagem
e armazenamento temporário de pequenos volumes, em conformidade com o
porte da área urbana municipal, possibilitando a destinação posterior dos resíduos
oriundos de pequenos geradores às áreas de beneficiamento;
III. o estabelecimento de processos de licenciamento para as áreas de beneficiamento
e reservação de resíduos e de disposição final de rejeitos;
IV. a proibição da disposição dos resíduos de construção em áreas não licenciadas;
V. o incentivo à reinserção dos resíduos reutilizáveis ou reciclados no ciclo produtivo;
VI. a definição de critérios para o cadastramento de transportadores;
VII. as ações de orientação, de fiscalização e de controle dos agentes envolvidos;
VIII. as ações educativas visando reduzir a geração de resíduos e possibilitar a sua
segregação.

Art. 8º Os Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil serão elaborados


e implementados pelos grandes geradores e terão como objetivo estabelecer os
procedimentos necessários para o manejo e destinação ambientalmente adequados
dos resíduos. (nova redação dada pela Resolução 448/12)

111
§ 1º Os Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, de empreendimentos
e atividades não enquadrados na legislação como objeto de licenciamento ambiental,
deverão ser apresentados juntamente com o projeto do empreendimento para análise
pelo órgão competente do poder público municipal, em conformidade com o Plano
Municipal de Gestão de Resíduos da Construção Civil. (nova redação dada pela
Resolução 448/12)
§ 2º Os Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil de empreendimentos
e atividades sujeitos ao licenciamento ambiental deverão ser analisados dentro do
processo de licenciamento, junto aos órgãos ambientais competentes. (nova redação
dada pela Resolução 448/12)
Art. 9º Os Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil deverão
contemplar as seguintes etapas: (nova redação dada pela Resolução 448/12)
I. caracterização: nesta etapa o gerador deverá identificar e quantificar os resíduos;
II. triagem: deverá ser realizada, preferencialmente, pelo gerador na origem, ou ser
realizada nas áreas de destinação licenciadas para essa finalidade, respeitadas as
classes de resíduos estabelecidas no art. 3º desta Resolução;
III. acondicionamento: o gerador deve garantir o confinamento dos resíduos após a
geração até a etapa de transporte, assegurando em todos os casos em que seja
possível, as condições de reutilização e de reciclagem;
IV. transporte: deverá ser realizado em conformidade com as etapas anteriores e de
acordo com as normas técnicas vigentes para o transporte de resíduos;
V. destinação: deverá ser prevista de acordo com o estabelecido nesta Resolução.

Art. 10. Os resíduos da construção civil, após triagem, deverão ser destinados das
seguintes formas: (nova redação dada pela Resolução 448/12)
I. Classe A: deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados ou
encaminhados a aterro de resíduos classe A de reservação de material para usos
futuros; (nova redação dada pela Resolução 448/12)
II. Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de
armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização
ou reciclagem futura;
III. Classe C: deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade
com as normas técnicas específicas.
IV. Classe D: deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade
com as normas técnicas específicas. (nova redação dada pela Resolução 448/12)

112 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


Art. 11. Fica estabelecido o prazo máximo de doze meses, a partir da publicação desta
resolução, para que os municípios e o Distrito Federal elaborem seus Planos Municipais
de Gestão de Resíduos de Construção Civil, que deverão ser implementados em até
seis meses após a sua publicação. (nova redação dada pela Resolução 448/12)
Parágrafo único. Os Planos Municipais de Gestão de Resíduos de Construção Civil
poderão ser elaborados de forma conjunta com outros municípios, em consonância
com o art. 14 da Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. (nova redação dada pela
Resolução 448/12)
Art. 14. Esta Resolução entra em vigor em 2 de janeiro de 2003.

JOSE CARLOS CARVALHO


Presidente do Conselho
Este texto não substitui o publicado no DOU, de 17 de julho de 2002.

Referências

Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais - Site – Legislação – www.almg.


gov.br

Associação Brasileira de Normas Técnicas - Site - Aquisição de Normas – www.


abnt.org.br

_______. NBR 10004: Resíduos da construção civil sólidos - Diretrizes para projeto,
implantação e operação Rio de Janeiro, 2004.

_______. NBR 15112: Resíduos da construção civil e resíduos volumosos Áreas


de transbordo e triagem Diretrizes para projeto, implantação e operação Rio de
Janeiro, 2004. 7p.

_______. NBR 15113: Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes


Aterros Diretrizes para projeto, implantação e operação Rio de Janeiro, 2004. 12p.

_______. NBR 15114: Resíduos sólidos da construção civil Áreas de reciclagem


Diretrizes para projeto, implantação e operação Rio de Janeiro, 2004. 7p.

_______. NBR 15115: Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil


– Execução de camadas de pavimentação – Procedimentos.

_______. NBR 15116: Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção


civil – Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural –
Requisitos.

113
BLUMENSCHEIN, Raquel Naves e Rosa Maria Sposto. Projeto de gerenciamento de
resíduos sólidos em canteiros de obras. PGM – Programa de Gestão de Materiais /
Universidade de Brasília / CBIC / SINDUSCON-GO.

Coletânea Habitare - vol. 4 - Utilização de Resíduos na Construção Habitacional da


Construção Civil

CONAMA, Resolução nº 307, de 05 de julho de 2002. Diretrizes e procedimentos


para gestão dos resíduos da construção. Brasília: MMA/CONAMA. 2002.

_______. Resolução nº 448, de 18 de janeiro de 2012. Altera os art. 2°, 4°, 5°, 6°, 8°,
9°, 10 e 11 da Resolucção 307, de 5 de julho de 2002, do Conselho Nacionaldo Meio
Ambiente-CONAMA.

Filho, Francisco Furtado. Monografia de Engenheiro. Proposta para coleta seletiva


de resíduos sólidos na construção civil. Pós-graduação em Engenharia Ambiental
– IETEC.

Fundação Estadual do Meio Ambiente - Link - Normas Ambientais – Legislação


Estadual - www.feam.br

Instituto Brasileiro de Administração Municipal – IBAM - Manual Gerenciamento


Integrado de Resíduos Sólidos - sob o patrocínio da Secretaria Especial de
Desenvolvimento Urbano da Presidência da República – SEDU/PR.

Ministério das Cidades - Site - Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade


no Habitat - PBQP-H - www.cidades.gov.br/pbqp-h

MIRALÉ, Edis, Direito do Ambiente, 3. ed. ver., atual.,e ampl. – São Paulo: Editora
Revistas dos Tribunais, 2004. FIORILLO, Celso Antonio Pacheco, Curso de Direito
Ambiental Brasileiro, 5. ed. ampl. São Paulo: Saraiva, 2004.

Philippi Jr, Arlindo - Saneamento - saúde e ambiente: fundamentos para um


desenvolvimento sustentável, editor. – Barueri, SP: Manole, 2005.

Prefeitura Municipal de Belo Horizonte - Site - Legislação - Legislação Municipal


www.pbh.gov.br

SINDUSCON-DF / Eco-Atitude – Ações Ambientais / Universidade de Brasília.


Programa entulho limpo – Coleta seletiva - 1ª Etapa

SINDUSCON-PE / SEBRAE-PE / ADEMI-PE Resíduos da construção de demolição

Sinduscon-MG e SENAI-MG cartilha – Gerenciameto de Resíduos Sólidos da


Construção Civil - 2ª edição 2005 – Belo Horizonte-MG

114 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição


SINDUSCON-SP - Gestão Ambiental de RCC – A experiência do SINDUSCON-SP –
adaptado

_______. Manual - Madeira: Uso Sustentável na Construção Civil – GESTÃO

SENAI-RS / CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS/ (CNTL)

Produção Mais Limpa www.rs.senai.br/cn

Governo de Minas Gerais- Plano metropolitano de gestão integrada de resíduos


com foco em resíduos de serviços de saúde (RSS) e resíduos da construção civil e
volumosos (RCCV).

COLABORAÇÃO

Trabalho de curso – UniBH – Alunos do curso de Tecnologia em Construção de


Edifícios, Módulo VI - 1° Semestre de 2014 – Professor Orientador José Alexandre
Dellisola.

Projeto de valorização de resíduos de construção civil (TECRCC) – FINEP (UFMG,


UFBA, UFT, FC, Unisinos)

115
116 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - 3ª edição

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