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IGOR HECK

ANÁLISE DE RISCO PARA TRABALHO EM ALTURA EM INDÚSTRIA


METALÚRGICA DE GRANDE PORTE

São Paulo
2019
IGOR HECK

ANÁLISE DE RISCO PARA TRABALHO EM ALTURA EM INDÚSTRIAS


METALÚRGICAS DE GRANDE PORTE

Monografia apresentada à Escola Politécnica


da Universidade de São Paulo para a
obtenção do título de Especialista em
Engenharia de Segurança do Trabalho.

São Paulo
2019
Dedico este trabalho a minha família, pais
e irmã. De modo especial ao meu filho
Lucas e a minha esposa que me apoiou de
forma incondicional. Me motivaram e me
inspiraram a continuar na busca incessável
pelo conhecimento.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus que, nos momentos difíceis, sempre


esteve comigo, confortando meu coração e me dando a serenidade para aceitar as
coisas que eu não posso mudar, coragem para mudar as coisas que eu possa, e
sabedoria para que eu saiba a diferença.
À minha família, que sempre me apoiou, em especial, aos meus pais e a minha irmã,
companheiros para todos os momentos. Vocês fazem parte desta conquista.
À minha amada esposa, pelo apoio, cumplicidade, confiança e amor. Ao nosso filho
que me faz olhar para frente e me motiva a viver cada instante.
Aos meus amigos e familiares por compreenderem as recusas de convites, mas que
mesmo assim sempre tinham palavras de incentivo e apoio.
Ao engenheiro Cristiano Duarte que me incentivou a realizar essa especialização na
instituição.
Aos novos amigos, feitos a distância, companheiros de estudo, compartilhamento de
experiências e boas risadas nos encontros presenciais. Em especial: Andreia Fatima
Sorice Genaro, Cristiani Raquel Vieira, Daniel Ricco Elias, Eduardo Simões Da Silva,
Fabio Alexandre Dias, Jenifer Carvalho Uruguai de Almeida, Juliana Cristina de
Resende, Luiz Fernando Steilein Filho, Marcus Vinícius Braga Rodrigues Nunes,
Paola Cardoso de Almeida, Patrícia Monteiro Montenegro, Rafael Chaubet D'Alcante,
Rafael Welter e Rubens Nogueira Cardoso.
Aos meus professores.
Aos membros do LACASEMIN POLI – USP, que mesmo à distância, compartilharam
conhecimento e suas experiências vividas.
"Os problemas significativos com os quais
nos deparamos não podem ser resolvidos no
mesmo nível de pensamento em que
estávamos quando criamos."
(ALBERT EINSTEIN – 1879-1955)
"No que diz respeito ao empenho, ao
compromisso, ao esforço, à dedicação, não
existe meio termo. Ou você faz uma coisa
bem-feita ou não faz”.
(AIRTON SENNA DA SILVA – 1960-1994)
RESUMO

As questões de Saúde e Segurança no Trabalho no Brasil ainda estão se


desenvolvendo. Porém, os acidentes com quedas ainda representam uma grande
perda para o País, pois na maioria das situações os trabalhadores acabam falecendo.
Tornando imprescindível na gestão de saúde e segurança a inclusão do tema
trabalhos em altura. Com esse estudo pretendeu-se analisar / avaliar as análises de
risco em uma indústria metal mecânicas sob a ótica da prevenção de acidentes e
requisitos legais e propor um modelo que auxilie na elaboração e tomada de decisões
com metodologias seguras para trabalhos em altura, adequando aos requisitos da NR-
35 - Trabalho em altura. No Brasil, a ferramenta mais utilizada nas indústrias para a
análise de risco é a Análise Preliminar de Risco (APR). Esta pesquisa é de uma
abordagem qualitativa, trata de uma avaliação dos dados indutivamente. Sendo,
exploratória, pois busca obter o máximo de familiaridade com o problema e por fim
aborda um estudo de caso, que envolve o estudo profundo e conhecimento detalhado.
Como resultado sugeriu-se um novo modelo de APR cumprindo com todos os
requisitos legais, os quais requerem que a empresa invista em treinamento a fim de
adequar as condições de trabalho de acordo com as atividades e processo de
trabalho, além de investir em equipamentos e materiais que condizem com a
necessidade dos requisitos legais. Portanto, esse trabalho possibilitou uma análise
das condições de trabalho, das legislações e requisitos legais para que o trabalho em
altura seja realizado com segurança e adequado a realidade da empresa.

Palavras Chave: Trabalho em Altura. Norma Regulamentadora 35. Análise de Risco.


Análise Preliminar do Risco. Segurança no Trabalho.
ABSTRACT

Health and safety at work issues in Brazil are still developing. However, accidents with
falls still represent a great loss for the country, as most situations of workers end up
dying. Making it essential in health and safety management to include the topic of work
in height. The purpose of this study was to analyze / evaluate the risk analysis in a
metal-mechanical industry from the perspective of accident prevention and legal
requirements and to propose a model that assists in the elaboration and decision-
making with safe methodologies for work at height, NR-35 requirements - Work at
heights. In Brazil, the most used tool in industries for risk analysis is the Preliminary
Risk Analysis (APR). This research is of a qualitative approach, deals with an
evaluation of the data inductively. Being exploratory, it seeks to obtain maximum
familiarity with the problem and finally addresses a case study, which involves deep
study and detailed knowledge. As a result, a new model of APR has been proposed,
complying with all legal requirements, which require the company to invest in training
in order to adjust working conditions according to work activities and processes, as
well as to invest in equipment and materials that match the need for legal requirements.
Therefore, this work made possible an analysis of the working conditions, the
legislations and legal requirements so that the work in height is carried out with safety
and adequate the reality of the company.

Keywords: Work at Height. Regulatory Standard 35. Risk Analysis. Preliminary Risk
Analysis. Safety at work
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Exemplo de Zona Livre de Queda............................................................. 30


Figura 2 - Sistema de Restrição limitando o acesso às zonas onde o risco de uma
queda existe .............................................................................................................. 32
Figura 3 - Exemplos de diferentes tipos de sistemas de retenção de queda ............ 33
Figura 4 - Exemplos de diferentes tipos de sistemas de retenção de queda ............ 34
Figura 5 - Exemplo 01 de posicionamento no trabalho com sustentação parcial ...... 35
Figura 6 - Exemplo 02 de posicionamento no trabalho com sustentação parcial ...... 35
Figura 7 - Exemplo de Acesso por Cordas ................................................................ 36
Figura 8 - Exemplos de talabartes para retenção de queda. ..................................... 37
Figura 9 - Exemplo de um sistema baseado em uma linha de ancoragem vertical
flexível instalada de forma temporária. ...................................................................... 38
Figura 10 - Exemplo de sistema baseado em linha de ancoragem vertical rígida
instalada de forma permanente. ................................................................................ 39
Figura 11 - Sistema de retenção de queda baseado em um trava-quedas tipo retrátil.
.................................................................................................................................. 40
Figura 12 - Exemplo de cinturão de segurança tipo paraquedista ............................ 41
Figura 13 - Centro de Usinagem Chiron .................................................................... 46
Figura 14 - Prensa e Injetora de Alumínio ................................................................. 47
Figura 15 - Exemplo de APR ..................................................................................... 49
Figura 16 – Itens não atendidos na verificação ......................................................... 55
Figura 17 - Formulário de Análise Preliminar de Riscos (Revisado) ......................... 58
Figura 18 - Análise de Risco - ALTURA (Frente) ...................................................... 60
Figura 19 - Análise de Risco - Altura (Verso) ............................................................ 61
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Atendimento aos itens relacionados a Análise de Risco - Inicial ............. 53


Gráfico 2 - Atendimento aos itens relacionados a Análise de Risco - Final .............. 64
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Categorias de Severidade ....................................................................... 19


Quadro 2 - Categorias de Probabilidade ................................................................... 20
Quadro 3 - Matriz de Avaliação do Risco .................................................................. 21
Quadro 4 - Matriz LETA de exposição ao risco ......................................................... 23
Quadro 5 - Classificação dos SPQ quanto à finalidade do sistema .......................... 27
Quadro 6 - Ilustração da hierarquia de soluções para o trabalho em altura .............. 28
Quadro 7 - Distâncias de queda livre e o cálculo de fator de queda ......................... 29
Quadro 8 - Lista de Verificação dos Itens relacionados a Análise de Risco .............. 45
Quadro 9 - Lista de Verificação dos Itens relacionados a Análise de Risco - Inicial . 52
Quadro 10 - Lista de Verificação dos Itens relacionados a Análise de Risco - Final . 63
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


APR Análise Preliminar de Riscos
AR Análise de Risco
ASO Atestado de Saúde Ocupacional
BS British Standard
FQ Fator de Queda
ILO – OSH International Labour Organisation
INSS Instituto Nacional do Seguro Social
ISO International Organizations for Standartisation
LETA Local que Evita o Trabalho em Altura
MPS Ministério da Previdência Social
MTE Ministério do Trabalho e Emprego
NBR Norma Brasileira Regulamentadora
NR Norma Regulamentadora
OHSAS Occupational Health and Safety Assessment Series
PT Permissão de Trabalho
PTA Plataforma de Trabalho Aéreo
SAMU Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
SESMT Serviço Especializado em Saúde e Segurança do Trabalho
SPCQ Sistema de proteção coletiva contra quedas
SPIQ Sistema de proteção individual contra quedas
SPQ Sistema de Proteção Contra Queda
USP Universidade de São Paulo
ZLQ Zona Livre de Queda
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13
1.1 OBJETIVO .......................................................................................................... 15
1.2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 16
2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 17
2.1 GERENCIAMENTO DE RISCO .......................................................................... 17
2.2 REQUISITOS LEGAIS ........................................................................................ 24
3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 42
3.1 MÉTODO DE TRABALHO .................................................................................. 42
3.2 ESTUDO DE CASO ............................................................................................ 44
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 51
4.1 OPORTUNIDADES ............................................................................................. 51
4.2 PROPOSIÇÃO DE MODELO DE ANÁLISE DE RISCO...................................... 57
4.3 RESULTADOS .................................................................................................... 62
4.4 DISCUSSÕES ..................................................................................................... 65
5 CONCLUSÕES ..................................................................................................... 67
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 68
ANEXO 01 – NORMA REGULAMENTADORA 35 ................................................... 71
13

1 INTRODUÇÃO

O tema Saúde e Segurança no Trabalho no Brasil vêm se desenvolvendo


gradativamente, seja pela imposição e velocidade atribuída pelas empresas ou por
determinação e fiscalização de órgãos governamentais como o Ministério do Trabalho
e Emprego – MTE e o Ministério da Previdência Social – MPS, unidos recentemente
no Ministério da Economia, visto que o governo brasileiro vem se mobilizando para
garantir um melhor ambiente de trabalho.
Mesmo com uma legislação de Saúde e Segurança no Trabalho datada da
década de 70, apenas nos últimos anos foram intensificadas ações de revisão e
melhorias nas leis, através de revisões sucessivas e incremento de itens (de 28 para
37 Normas Regulamentadoras). Nos últimos anos essa legislação tornou-se mais
complexa, uma vez que várias atualizações foram feitas tomando como base
normalizações de diversos países. Todavia, tais alterações na legislação não
diminuíram o número de acidentes do trabalho (ANJOS, 2004).
Os acidentes de trabalho trazem inúmeras consequências aos trabalhadores
em algumas situações escoriações e traumas e por vezes a morte. De 2013 a 2017
ocorreram 208.350 acidentes com quedas, sem contar casos (diversos) não
registrados, totalizando 1.033 mortes e milhares de incapacitações (BRASIL, 2019).
Apenas após a ocorrência de um acidente, maior importância é dada a Segurança do
Trabalho, tratada como um valor, priorizando-a na sua gestão.
Acidentes com quedas representam uma grande perda para o País, pois na
maioria das situações os trabalhadores pagam com a sua própria vida, quando não
acabam inválidos temporária ou permanente, com sequelas. Empregadores perdem
dias de trabalho parados, pagam despesas emergenciais e ficam sujeitos a ações
judiciais para ressarcimento dos trabalhadores e do INSS. O Brasil perde com o
aumento do gasto público decorrente de atendimentos no sistema de saúde e pelo
pagamento de benefícios.
As empresas investem em Saúde e Segurança no Trabalho com foco em
processos seguros, podendo também preservar a sua imagem perante o mercado de
trabalho, cada vez mais competitivo, e ainda, com o capital intangível, que são as
pessoas, que nela desenvolvem suas atividades laborais. Vários são os métodos que
essas empresas estão buscando para aprimorar as condições de trabalho, algumas
buscam certificações no âmbito da Saúde e Segurança do Trabalho entre elas a
14

norma BS 8800 – British Standard 8800:1996 – Com o foco de capacitar a integração


do gerenciamento de Saúde e Segurança Industrial dentro de um sistema global; a
OHSAS 18001 – Occupational Health and Safety Assessment Series – que objetiva
especificar os requisitos para um sistema de gestão da Segurança e Saúde no
Trabalho, a fim de permitir a uma organização controlar os seus riscos de acidentes e
doenças ocupacionais e melhorar o seu desempenho da SST; a ISO 45001:2018 –
International Organization for Standardization - Sistemas de Gestão da Segurança e
Saúde no Trabalho - Requisitos com Orientações para Uso – que visa auxiliar
organizações de todas as partes do mundo, e de todos os tipos e tamanhos, a
reduzirem acidentes e doenças no trabalho, por meio de uma estrutura para melhorar
a segurança e saúde dos trabalhadores, reduzir riscos nos locais de trabalho e criar
melhores e mais seguras condições de trabalho, e, a ILO-OSH 2001 – International
Labour Office - Guidelines on Occupational Safety and Health Management Systems
– com o objetivo de fornecer orientação sobre a integração dos elementos do sistema
de gestão da SST na organização como um componente da política e dos
mecanismos de gestão. Tais certificações estabelecem políticas específicas nesse
âmbito, com investimentos e ações expressivas de prevenção, focando
fundamentalmente em ações centradas na gestão de riscos e perigos existentes
(UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – USP, 2018).
Análises Preliminares de Riscos (APR) são exemplos de antecipação frente a
novos processos e/ou instalações deveriam eliminar esses riscos (capacidade de uma
grandeza com potencial para causar lesões ou danos à saúde das pessoas) e perigos
(situação ou condição de risco com probabilidade de causar lesão física ou danos à
saúde das pessoas por ausência de medidas de controle), sendo necessário o seu
gerenciamento e monitoramento por parte dos empregadores (FANTAZZINI & DE
CICCO, 1988). Entretanto, a maior parte dos profissionais de saúde e segurança do
trabalho é acionada para intervir em processos e/ou instalações existentes, com
tecnologias ultrapassadas em que a exposição do trabalhador já persiste a tempo.
Segundo a Superintedência do Ministério do Trabalho do Rio Grande do Sul
em sua publicação, Análises de acidentes do trabalho fatais no Rio Grande do Sul
(BRASIL, 2008), verifica-se que os acidentes relacionados a quedas são os principais
causadores de mortes no trabalho. Cita ainda que os fatores de maior contribuição
para tais acidentes foram a falha na antecipação ou detecção de risco ou perigo; a
ausência ou deficiência da análise de risco da tarefa e falta de planejamento ou de
15

preparação do trabalho; descumprimento de procedimentos de segurança ou


inexistentes; falta ou insuficiência de supervisão para a atividade. A resposta à
emergência em caso de quedas requer treinamento específico e muita prática.
A Norma Regulamentadora 35 (BRASIL, 2019) prevê em sua redação dois
principais riscos do trabalho em altura, a queda de altura e a queda de materiais, além
dos riscos adicionais, do qual fazem parte os demais fatores de risco, específicos dos
ambientes ou atividades de trabalho, que possam a afetar a segurança e a saúde no
trabalho exemplos comuns são: espaços confinados e eletricidade.
Torna-se evidente a importância de as empresas implementarem uma gestão
de segurança e saúde em trabalhos em altura, buscando a garantia que os mesmos
sejam realizados considerando os requisitos legais e as práticas seguras, evitando
prejuízos ou danos à saúde e à integridade física dos trabalhadores, bem como outras
pessoas que interagem com tais atividades.

1.1 OBJETIVO
Esta monografia tem como objetivo apresentar uma avaliação de como são
realizadas as análises de risco em uma indústria metal mecânica sob a ótica da
prevenção de acidentes e requisitos legais, propondo um modelo que auxilie os
elaboradores a tomarem decisões baseadas na legislação e metodologias seguras
para trabalhos em altura, adequando aos requisitos da Norma Regulamentadora Nº
35 - Trabalho em Altura do Ministério do Trabalho e Emprego.
Com o trabalho pretende-se também atingir alguns objetivos específicos:
- Analisar a metodologia de avaliação dos riscos dos trabalhos em altura da
indústria;
- Identificar práticas seguras de trabalhos em altura visando a diminuição da
exposição ocupacional a tais riscos;
- Verificar os equipamentos de proteção individuais em relação as normas
brasileiras para melhor seleção e utilização;
- Facilitar e agilizar o preenchimento das Análises de Risco para os trabalhos
em altura desenvolvidos na empresa.
16

1.2 JUSTIFICATIVA
O Ministério do Trabalho e Emprego através da comissão tripartite criou uma
norma específica para trabalho em altura – NR 35 – com o intuito de atender os mais
diversos ramos de atividade, tal regulamentação visa tornar as atividades de risco
mais seguros, reduzindo assim as taxas de acidentes e lesões envolvendo o tema.
Tal norma, em vigência desde 2012, requisita ações preventivas específicas
em relação ao controle do risco, através do planejamento, da organização e da
execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos
direta ou indiretamente com esta atividade.
Um dos principais componentes dessa gestão do tema é a Análise de Risco,
citada na norma em várias oportunidades, com especial importância nos casos em
que o sistema a ser analisado não possui similaridade com quaisquer outros
existentes, seja pela sua característica de novo ação ou pelo seu pioneirismo.
A partir da preocupação com a garantia da segurança e a saúde dos
trabalhadores que realizam atividades em altura na empresa estudada, a necessidade
da avaliação da elaboração das análises de risco são muito importantes para que
atendam a todos os requisitos das normas primeiramente para a segurança dos
trabalhadores e em segundo lugar, para que a empresa não seja onerada com
infrações em função da referida norma.
17

2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 GERENCIAMENTO DE RISCO
A prática sistemática de seleção das ações exigidas para a minimização e
materialização das causas potenciais que podem levar a possibilidade de ocorrem
acidentes é a gestão de Riscos. Há riscos que não são evitados na sua totalidade,
mas que poderão ser minimizados a níveis aceitáveis pela empresa, governo e
sociedade. Os limitantes operacionais e financeiros são as razões para que essa
aceitação seja condizente a um mundo real. Sendo assim, todas as organizações
possuem riscos e estabelecem suas vulnerabilidades (MORAES, 2010).
A finalidade do processo de gestão do risco é segundo a NBR ISO 31010
Gestão de riscos – Técnicas para o processo de avaliação de riscos (2012) é a escolha
de um processo capas de avaliar os riscos, fornecendo as devidas informações
baseadas em evidências e analisando-as para a tomada de decisões de como tratar
riscos específicos selecionando as melhores opções.
Conceitualmente, o processo de gestão de riscos é composto de:
• políticas;
• procedimentos;
• práticas;
• comunicação;
• consulta;
• contexto;
• avaliação;
• tratamento;
• monitoramento;
• análise crítica;
• registro; e,
• relato.
Tais itens compõem as informações citadas anteriormente que devem ser
analisados para a tomada de decisão, integrando a totalidade da organização, nos
níveis estratégicos e operacionais. Ao aplicar o processo de gestão, pode-se
personalizar para alcançar os objetivos e adequar ao contexto da organização. Não
podendo deixar de lado o comportamento humano e a cultura da empresa (ABNT NBR
ISO 31000, 2018).
18

A NR 35 descreve como responsabilidade do empregador, assegurar a


realização da Análise de Risco – AR, reforça essa ideia no item 35.4.5, todo trabalho
em altura deve ser precedido de Análise de Risco. E, em seu item 35.4.6,
complementa, afirmando que, para atividades rotineiras de trabalho em altura a
análise de risco pode estar contemplada no respectivo procedimento operacional
(BRASIL, 2019). São exemplos de atividades rotineiras: atividades habituais,
independente da frequência, que fazem parte do processo de trabalho da empresa.
No Brasil, a ferramenta mais utilizada nas indústrias para a análise de risco é a
APR – Análise Preliminar de Risco, porém, outras metodologias podem ser utilizadas
(SANTOS, NERY e VAZZOLER, 2016).
Segundo uma norma militar americana, MIL-STD-882E (EUA, 2018), os
primeiros a desenvolver uma metodologia de apreciação e avaliação de riscos, os
perigos devem ser identificados por meio de um processo de análise sistemática.
Considerando os dados relevantes sobre saúde ambiental e ocupacional;
características do usuário; conhecimento, habilidades; e lições aprendidas de
sistemas semelhantes. O processo de identificação de perigos deve considerar todo
o ciclo da atividade em questão, e, por fim, devem ser documentados. Para avaliar e
documentar os riscos.
A categoria de severidade/gravidade (a magnitude das possíveis
consequências de um acidente pode incluir: morte, ferimento, doença profissional,
dano ou perda de equipamento ou propriedade, dano ao meio ambiente ou perda
monetária) e o nível de probabilidade (uma expressão da probabilidade de ocorrência
de um acidente) dos acidentes potenciais para cada perigo em todos os modos do
sistema são avaliados usando as definições nas Quadros 1 e 2.
Para determinar a categoria de severidade/gravidade apropriada, conforme
definido na Quadro 1, para um determinado risco em um determinado momento,
identifique o potencial de morte ou lesão, impacto ambiental ou perda monetária. Um
dado perigo pode ter o potencial de afetar uma ou todas essas áreas.
19

Quadro 1 - Categorias de Severidade

Categorias de Severidade

Descrição Níveis Critérios de Resultado

Pode resultar em um ou mais dos seguintes: morte, incapacidade total


Catastrófico 1 permanente, irreversível impacto ambiental significativo, ou perda
monetária igual ou superior a US$ 10 milhões.
Pode resultar em um ou mais dos seguintes: incapacidade parcial
permanente, lesões ou doença ocupacional que pode resultar na
Crítico 2 hospitalização de pelo menos três pessoas, reversível impacto
ambiental significativo, ou perda monetária igual ou superior a US $ 1
milhão, mas US$ 10 milhões
Pode resultar em um ou mais dos seguintes: lesão ou doença
ocupacional resultando em um ou mais dias de trabalho mais perdidos,
Marginal 3
impacto ambiental moderado reversível ou perda monetária igual ou
excedendo US$ 100 mil, mas menos de US $ 1 milhão.

Pode resultar em um ou mais dos seguintes: lesão ou doença


Insignificante 4 ocupacional não resultando em perda dia de trabalho, impacto
ambiental mínimo ou perda monetária inferior a 100 mil

Fonte: Traduzido pelo autor (EUA, 2018)

Para determinar o nível de probabilidade, conforme definido na Quadro 2 para


um determinado risco em um dado momento, avalie a probabilidade de ocorrência de
um acidente. O nível de probabilidade F é usado para documentar casos em que o
perigo não está mais presente. Nenhuma quantidade de teoria, treinamento,
advertência, cautela ou Equipamento de Proteção Individual (EPI) pode mover uma
probabilidade para o nível F (EUA, 2018).
20

Quadro 2 - Categorias de Probabilidade

Categorias de Probabilidade

Descrição Níveis Item Individual Específico Experiência

É provável que ocorra


Frequente A Continuamente experiente
frequentemente na vida

Provável B Vai ocorrer várias vezes na vida Ocorrerá com frequência

É provável que ocorra em algum


Ocasional C Vai ocorrer várias vezes
momento da vida

Improvável, mas pode


Improvável, mas possível de
Remota D razoavelmente ser esperado
ocorrer na vida
para ocorrer
Tão improvável, pode-se supor que
Improvável de ocorrer, mas
Improvável E a ocorrência pode não ser
possível
experimentado na vida
Incapaz de ocorrência. Este nível é Incapaz de ocorrência. Este
usado quando o potencial nível é usado quando perigos
Eliminado F
perigos são identificados e depois potenciais são identificados e
eliminados. depois eliminados.

Fonte: Traduzido pelo autor (EUA, 2018)

Os riscos avaliados são uma combinação de uma categoria de


severidade/gravidade e um nível de probabilidade. A Quadro 3 atribui um nível de risco
Alto, Sério, Médio ou Baixo (EUA, 2018).
21

Quadro 3 - Matriz de Avaliação do Risco

Matriz de Avaliação do Risco

Severidade
Catastrófico Crítico Marginal Insignificante
Probabilidade

Frequente (A) Alto Alto Sério Médio

Provável (B) Alto Alto Sério Médio

Ocasional (C) Alto Sério Médio Baixo

Remota (D) Sério Médio Médio Baixo

Improvável (E) Médio Médio Médio Baixo

Eliminado (F) Eliminado

Fonte: Traduzido pelo autor (EUA, 2018)

Após avaliar o risco, o próximo passo é identificar e documentar medidas de


controle do risco, tais medidas devem ser estimadas e documentadas. O objetivo deve
ser sempre eliminar o perigo, se possível. Quando um risco não puder ser eliminado,
o risco deve ser reduzido ao nível aceitável mais baixo dentro das restrições de custo,
cronograma e desempenho, aplicando a ordem de precedência do projeto de
segurança do sistema (EUA, 2018)
Esse modelo de análise de risco, APR, atualmente, é elaborado nas empresas,
assim como nas atividades mais diversas executadas nelas, com a preocupação o
indivíduo executante da tarefa ou a segurança da atividade, não deixando de lado as
pessoas no entorno, nem a segurança do patrimônio. Iniciada como uma revisão
superficial dos problemas gerais de segurança, nas primeiras etapas, há carência de
detalhes finais do projeto, normalmente definidos mais tarde. Porém, mesmo
antecedendo a tarefa e que muitos pontos tenham sido debatidos exaustivamente,
não é improvável que haja a necessidade de revisão da APR em caso de constatação
de novos riscos ou mudanças de procedimentos (SANTOS, NERY e VAZZOLER,
2016).
22

Em 2019, o autor Marcos Amazonas (2019), expert no assunto prevenção em


trabalhos em altura e criou uma matriz específica para trabalhos em altura. Tal
ferramenta quantifica o risco de queda com diferenças de nível, denominada Matriz
LETA - Local que Evita o Trabalho em Altura. Para NR-35 e para a Matriz a meta
sempre será esta – descaracterizar totalmente a exposição ao risco de queda com
diferença de nível.
Seus principais objetivos são:
• garantir de que o registro estabelecido está sendo cumprido;
• saber o nível de exposição hoje, para se construir; e,
• buscar uma meta futura de melhoria.
Com essa matriz, é possível iniciar registros que devem orientar ações futuras
e por que não, justificar abatimento em recolhimentos compulsórios (AMAZONAS,
2019).
Se há trabalho em altura, há risco de queda (DELGADO, 2004). Se o risco
existe, é imprescindível fazer um registro consciente deste. Em uma avaliação de
riscos apenas dizer que o trabalho engloba atividade em altura é algo generalista,
existem trabalhos em altura com os mais variados riscos em função do que será
executado e qual será seu meio de acesso (AMAZONAS, 2019). Assim, alguns
aspectos que a Matriz LETA busca para amparar com especificidade, poderá justificar
o tratamento do risco na busca incessante pela diminuição deste.
Marcos Amazonas (2019), reforça ainda que, a percepção representa o risco
com base em:
• conhecimento / simbologia;
• prática / vivência; e,
• valores / interesses.
O mesmo autor trás questionamentos pertinentes para como utilizar a matriz:
• É possível garantir um LETA?
• Foram listadas todas as atividades em altura que realizamos?
• São de conhecimento geral os cenários e frequência de atuação nestes?
• São de conhecimento geral as condições impeditivas?
• Estas condições impeditivas representam a realidade?
• As pessoas envolvidas na cultura organizacional que estamos inseridos,
conhecem tecnicamente suas atividades?
23

• Há garantia de implementação da AR?


• Há processo de acompanhamento e melhoria desta?
Após propõe que o mapeamento/diagnose do trabalho em altura da empresa
será a informação para calcular a Matriz LETA. Este mapeamento deve trazer também
uma identificação do risco que poderá ser comparada com o resultado da Matriz LETA.
Tal mapeamento deve ser observado pelos seguintes questionamentos:
• As atividades são diferentes?
• Em cada atividade é utilizado quanto tempo?
• São utilizados equipamentos? Quais?
• Quais os pontos de ancoragem serão adotados?
• As pessoas possuem treinamento atualizado para trabalhos em altura?
Uma vez registrada, pode se separar por trabalhador ou por atividade para
quantificar resultados independentes e ou macro da atividade na empresa perante a
Matriz LETA. Quanto menor o resultado numérico menor o risco, conforme Quadro 4.

Quadro 4 - Matriz LETA de exposição ao risco

Fonte: Adaptado pelo Autor (AMAZONAS, 2019)

A matriz LETA é composta verticalmente por 7 tipos de SPQ – Sistema de


Proteção Contra Queda – relacionados gradualmente levando em conta suas
24

características, consequências e nível do risco e horizontalmente pelo tempo de


exposição envolvendo frequência e variação de probabilidade. Há duas premissas na
utilização dessa tabela:
Premissa 01: Linhas de vida vertical – estes sistemas na sua maioria aprovam
utilização em FQ 2 (Fator de Queda). Para tempo de acesso este deve ser o nível
utilizado. Caso utilize a linha de vida com sistema de retenção de queda e venha a
otimizar o FQ durante a execução de um serviço devo considerar este tempo com o
FQ menor identificado na realidade de trabalho.
Premissa 02: Plataforma de Trabalho Aéreo – PTA – por envolver o cinto se
torna um SPIQ, a queda pode ocorrer e preciso estar preparado para a retenção –
ancoragem e impacto pessoa/sistema, a matriz LETA opta por enquadrar a PTA no
mesmo nível de um FQ 1, mesmo sabendo que pode ocorrer um FQ maior.
Tais premissas devem ser respeitadas para a definição do resultado da matriz
LETA:
Ter um resultado baixo na Matriz LETA que não seja 0 (zero) é crítico por
envolver trabalho em altura. Uma queda por menor que seja pode matar e ter
um trabalho de menor risco não pode significar o retirar a atenção deste. Pelo
contrário, o trabalho de maior risco mantém a atenção sempre em alta, o
trabalho de menor risco gera uma falsa sensação de segurança que deve ser
observada. Lembre queda de altura mata – não é porque o risco é menor que
minha atenção deve ser menor (AMAZONAS, 2019).
Essa matriz, não possui formato único de utilização, o mais importante é a
geração de registros de como chegou até os resultados e compará-los no futuro.
Criada para a gerar prevenção no trabalho em altura, a matriz LETA busca um
parâmetro claro para acompanhar o que a empresa tem feito para a diminuição do
risco de queda com níveis diferentes (AMAZONAS, 2019).

2.2 REQUISITOS LEGAIS


Na legislação de Saúde e Segurança do Trabalho, a Norma Regulamentadora
que legisla sobre o tema trabalho em altura é a NR 35 – Trabalhos em Altura (BRASIL,
2019), essa norma especifica quais são os itens que devem ser considerados em uma
análise de riscos para o trabalho em altura. O anexo 01 remete a esses requisitos,
segue uma breve descrição dos mesmos: o local e seu entorno; o nível de isolamento
e sinalização; escolha do sistema de proteção contra quedas e o(s) ponto(s) de
ancoragem; se a atividade poderá ser executada em condições climáticas que
25

ofereçam risco (quais seriam essas condições: vento, etc...); a seleção, inspeção,
forma de utilização e limitação de uso dos sistemas de proteção coletiva e individual,
objetivando o atendimento aos requisitos legais, levando em consideração os
princípios da redução do impacto e dos fatores de queda; se pode haver queda de
materiais e ferramentas; se os trabalhos simultâneos podem apresentar outros riscos;
se há, ou pode originar riscos adicionais; quais seriam as condições impeditivas para
a realização do trabalho; as possíveis situações de emergência e consequentemente
o planejamento do resgate e primeiros socorros, com o objetivo primordial de reduzir
o tempo da suspensão inerte do trabalhador; se há necessidade de sistema de
comunicação, qual; e, a definição da forma de supervisão (BRASIL, 2019).
A Associação Brasileira de Normas Técnicas, por sua vez, através da NBR
16489 - Sistemas e equipamentos de proteção individual para trabalhos em altura -
Recomendações e orientações para seleção, uso e manutenção, publicada em 2017,
recomenda que na Análise de Risco, o empregador considere os seguintes tópicos:
• O local de trabalho, qual a natureza deste local, qual a sua forma/formato
e quaisquer riscos especiais seriam encontrados nela, qual a natureza
do ambiente, as condições climáticas ou atmosféricas adversas que
poderão ser encontradas nela;
• O trabalho, quais são os detalhes da tarefa a ser executada, quanto
espaço é necessário para executar o trabalho com segurança, qual a
possível duração deste trabalho;
• Os trabalhadores, que tamanho eles têm; qual é o alcance dos
movimentos que precisam fazer e as posturas que precisam adotar.
• Os equipamentos de proteção individual de trabalho em altura, quem irá
utilizar; quais são os recursos e limitações dos equipamentos, inclusive
os materiais de que são produzidos e suas formas de funcionamento.
Verifica-se que as normativas estão devidamente alinhadas, todavia a norma
regulamentadora especifica mais os itens para a garantia de uma atividade segura.
A partir da constatação de um trabalho em altura com diferença de nível,
segundo a NR-35, é na Análise de Risco que deve ser selecionado um Sistema de
Proteção contra Quedas – SPQ de acordo com os seguintes itens normativos:
O SPQ deve ser adequado à tarefa a ser executada; deve ser selecionado a
partir da Análise de Risco, levando em consideração, além dos riscos específicos, os
riscos adicionais; um profissional qualificado em segurança do trabalho deve
26

selecionar o SPQ; deve possuir resistência para suportar a força máxima aplicável
prevista quando em caso de queda; deve atender aos requisitos legais (normas
técnicas nacionais ou internacionais aplicáveis); todos os seus elementos devem ser
compatíveis e submetidos a inspeções (BRASIL, 2019).
A mesma norma, define que essa seleção do SPQ deve considerar
especificamente a sua utilização, seguindo a seguinte hierarquia:
Primeiro buscar o SPCQ – Sistema de Proteção Coletiva contra Quedas; caso
não for possível, determinar um SPIQ - Sistema de Proteção Individual contra Quedas
- SPIQ, nas seguintes situações: sempre que o SPCQ não ofereça completa proteção
contra os riscos de queda; e para atender situações de emergência (BRASIL, 2019).
Os Sistemas de Proteção contra Quedas – SPQ – podem ser de proteção
coletiva – SPCQ – ou individual – SPIQ. Enquanto o SPCQ (sistema passivos) protege
a totalidade dos trabalhadores expostos ao risco, como por exemplo: fechamento de
aberturas no piso, guarda-corpo e redes de segurança. O SPIQ (sistemas ativos)
protege somente o trabalhador que faz sua utilização, exemplificando temos os
sistemas que fazem uso do cinturão de segurança, que devem ser conectados a um
sistema de ancoragem. Por essa razão, na hierarquia das medidas de controle, são
priorizadas as de caráter coletivo (BRASIL, 2018). Os SPQ também podem ser
classificados quanto à finalidade do sistema como de restrição de movimentação e de
retenção de queda, conforme Quadro 5.
27

Quadro 5 - Classificação dos SPQ quanto à finalidade do sistema

movimentação coletiva, passiva pessoal, ativa


Restrição de
Retenção de queda

Fonte: BRASIL, 2018

A ABNT por sua vez, descreve sua hierarquia de soluções de proteção para as
pessoas que trabalham em altura que prefere que os ambientes sejam livres de
perigos. Sugere que cada risco precisa ser tratado de uma maneira que idealmente
seja evitado, ou, se isto não for praticável, que este seja reduzido a um nível aceitável.
A hierarquia para o planejamento do trabalho em altura pede que medidas que
previnem uma queda sejam prioridade sobre aquelas que minimizam a altura e
consequências de uma queda, e as medidas de proteção coletivas sejam prioridade
sobre as medidas de proteção individual (ABNT NBR 16489, 2017), conforme descrito
no quadro 06, a seguir.
28

Quadro 6 - Ilustração da hierarquia de soluções para o trabalho em altura

Categoria de Mais alta Mais baixa


Níveis de
equipamento Exemplos de medidas protetoras
prioridade
do trabalho Coletiva Individual
plataformas de trabalho com
guarda-corpo;
equipamento de proteção
Previne sistemas de guarda-corpo;
Mais alta individual de trabalho
(elimina) barreiras (por exemplo, redes); em altura (sistemas de
uma queda pisos elevados; restrição)
plataforma de trabalho aéreo.
Minimiza
a
distância sistemas de retenção de queda equipamento de proteção
e as por redes; individual de trabalho
Mais baixa
consequê sistemas de amortecimento de em altura (sistemas de
ncias de queda. retenção de queda).
uma
queda
NOTA Dentro de cada categoria:
a) as medidas de proteção coletiva têm prioridade sobre medidas de proteção individual;
b) equipamento de trabalho apropriado (e sua ordem de prioridade) precisa ser determinado levando
em consideração o trabalho a ser empreendido e considerando o risco para aqueles que instalam,
utilizam e removem o equipamento e as implicações para o resgate associado com o equipamento do
trabalho utilizado.

Fonte: ABNT NBR 16489, 2017

Quando definido por um Sistema de Proteção Individual contra Quedas – SPIQ


a Análise de Riscos deve considerar ainda os seguintes aspectos:
O trabalhador deve permanecer sempre conectado ao sistema enquanto
exposto ao risco de queda; definir a distância de queda livre (distância compreendida
entre o início da queda e o início da retenção); definir o fator de queda (razão entre a
distância que o trabalhador percorreria na queda e o comprimento do equipamento
que irá detê-lo); definir o(s) elemento(s) de ligação que garanta(m) um impacto de no
máximo 6 kN seja transmitido ao trabalhador quando da retenção de uma queda;
determinar a zona livre de queda (região compreendida entre o ponto de ancoragem
e o obstáculo inferior mais próximo contra o qual o trabalhador possa colidir em caso
de queda, tal como o nível do chão ou o piso inferior); e, por fim, determinar a
compatibilidade entre os elementos do(s) sistema(s) (BRASIL, 2019).
29

O Fator de Queda – FQ – é a medida do nível de severidade de uma queda,


considerando-se que essa se inicia a partir do ponto em que o corpo do profissional
está em repouso até o ponto correspondente ao comprimento máximo da extensão
do equipamento utilizado, sem considerar a ativação do sistema de absorção de
energia. O fator de queda pode ser calculado utilizando-se uma fórmula matemática
simples, utilizada para medir a severidade da queda. Para obter o valor de FQ, deve-
se dividir a distância da queda potencial pelo comprimento da corda o talabarte que
está entre o ponto de ancoragem do cinturão de segurança e o ponto de ancoragem
do sistema que irá reter a queda. Quanto maior a distância de queda maior fator de
queda e maior força e de impacto gerado ao final da queda (SANTOS, NERY e
VAZZOLER, 2016).

Quadro 7 - Distâncias de queda livre e o cálculo de fator de queda


A B C

Ponto de ancoragem acima do Ponto de ancoragem a nível de Ponto de ancoragem a nível de pé.
usuário. (Neste caso, 1 m acima ombro. (Opção não preferida) (A ser evitado)
do elemento de engate do Distância de queda livre: 1,5 m Distância de queda livre: 3,0 m
cinturão do usuário) (Opção Fator de queda =1,5/1,5 = 1,0 Fator de queda = 3,0/1,5 = 2,0
preferida)
Distância de queda livre: 0,5 m
Fator de queda = 0,5/1,5 = 0,3

Fonte: ABNT NBR 16489, 2017


30

Sempre que um sistema de retenção de queda for requisitado, a Zona Livre de


Queda - ZLQ deve ser assegurada para evitar que o trabalhador venha a colidir com
o solo ou qualquer obstáculo (ABNT NBR 16489, 2017).
A figura 01 ilustra a Zona Livre de Queda - ZLQ para uma atividade em altura
com linha de vida flexível.
Figura 1 - Exemplo de Zona Livre de Queda

Fonte: ABNT NBR 16489, 2017


31

Na figura 1, as letras A, B e C representam respectivamente:


A) comprimento do talabarte de segurança + comprimento do absorvedor de
energia estendido (acionado) + deflexão em V da linha de ancoragem;
B) a distância entre o elemento de engate de retenção de queda do cinturão e
os pés do usuário;
C) distância de segurança de 1 m.
Na sua publicação, Os Cem Quilos, Luiz Spinelli (2017) questiona na conclusão
de sua obra: E como o Fator de Queda vai me ajudar?
E a seguir, lista três principais benefícios de controlá-lo:
1) Ajuda o controle da Zona Livre de Queda (ZLQ)
Mesmo que a ZLQ possua formas diferentes de ser calculada em função do
tipo de EPI, ao utilizar cinto de segurança e talabarte com absorvedor de energia, é
possível compreender como o controle do Fator de Queda ajuda. Todo o equipamento
de trabalho em altura deve possuir sua ZLQ informada pelo fabricante. Determinada
em laboratórios com o Fator de Queda 2, exigindo o máximo do equipamento, com
possibilidade ocorrer a abertura total do absorvedor.
2) Exige menos do corpo do trabalhador e do sistema
Sempre que o fator de queda menor do que 2 (buscar sempre a redução desse
fator), a força gerada sobre o sistema e sobre o corpo do trabalhador será
proporcionalmente inferior.
3) Aumenta a margem de segurança para os casos extremos
Com base no item anterior, um fator de queda menor tornará o sistema mais
seguro para ser utilizado por trabalhadores com peso superior ou inferior aos valores
considerados comuns (100 kgs).
Por fim o mesmo autor, completa que o importante é observar a efetiva solução
de muitos problemas relacionados a queda de trabalhadores, administrando o fator de
queda, garantindo que a queda, caso ocorra, seja a menor possível.
Um Sistema de Proteção Individual contra Quedas pode ser de restrição de
movimentação, de retenção de queda, de posicionamento no trabalho ou de acesso
por cordas (BRASIL, 2018).
SPIQ – Restrição de movimentação – se trata de um sistema de restrição que
pode ser usado se o objetivo for exclusivamente restringir o acesso do trabalhador às
zonas onde o risco de uma queda de uma altura exista. Seu sistema de restrição é
composto por:
32

- equipamento de retenção de queda,


- equipamento de posicionamento ou um equipamento de restrição.
Tal seleção e planejamento do sistema de restrição deve ser executado de
forma que não seja possível para o usuário acessar zonas onde o risco de uma queda
exista. Porém deve se ter cuidado ao optar pela utilização de um sistema de restrição,
pois se houver uma falha no sistema, o trabalhador sofrerá a queda, nesse caso
(trabalhos executados em telhados) é recomendado a utilização de um sistema de
retenção de queda (ABNT NBR 16489, 2017).

Figura 2 - Sistema de Restrição limitando o acesso às zonas onde o risco de uma


queda existe

Fonte: ABNT NBR 16489, 2017


33

SPIQ – Sistemas de retenção de queda (conhecido também como captura de


queda) não evita a queda, mas a interrompe depois de iniciada reduzindo as suas
consequências. Caracteriza-se por buscar controlar as energias, forças e
deslocamentos gerados pela queda de modo a preservar a integridade física do
trabalhador. Em caso de perda de equilíbrio e possibilidade de quedas, esse é o
sistema a ser utilizado. Necessário o cinto de segurança tipo paraquedista e
dispositivo de união que possa absorver o impacto e fixação entre o ponto de
ancoragem e o trabalhador, exemplificados nas Figuras 3 e 4 (ABNT NBR 16489,
2017).
Figura 3 - Exemplos de diferentes tipos de sistemas de retenção de queda

Fonte: ABNT NBR 16489, 2017


34

Figura 4 - Exemplos de diferentes tipos de sistemas de retenção de queda

Fonte: ABNT NBR 16489, 2017

SPIQ – Sistemas de posicionamento no trabalho é aquele em que a pessoa fica


posicionada no local de trabalho, total ou parcialmente suspensa, sem o uso das
mãos, como no trabalho em postes, onde se usa um cinturão tipo paraquedista com
um talabarte preso em dois pontos do cinto e que laça o poste, conforme figura 5. No
caso de trabalhos em telhados, a sustentação pode ser parcial, conforme figura 6. Se
houver possibilidade de queda, o sistema de posicionamento deve ser combinado com
um sistema de retenção de queda (ABNT NBR 16489, 2017).
35

Figura 5 - Exemplo 01 de posicionamento no trabalho com sustentação parcial

Fonte: ABNT NBR 16489, 2017

Figura 6 - Exemplo 02 de posicionamento no trabalho com sustentação parcial

Fonte: ABNT NBR 16489, 2017


36

SPIQ – Sistemas de acesso por corda consiste de um método do trabalho


utilizando duas linhas separadamente fixadas, uma como meio de suporte e a outra
como segurança, para acessar e/ou sair do local, e se ambas as linhas forem presas
ao cinturão de segurança do usuário, se caracterizará um sistema de acesso por corda
de acordo com as recomendações fornecidas na ABNT NBR 15595 – Acesso por
corda – Procedimento para aplicação do método. Observação: Se o sistema for
baseado em uma linha que move o usuário, por exemplo, sistemas de içamento, este
não se caracteriza como um sistema de acesso por corda, mas sim, um sistema de
posicionamento no trabalho (ABNT NBR 16489, 2017)
Figura 7 - Exemplo de Acesso por Cordas

Fonte: ABNT NBR 15595, 2016

O Sistema de Prevenção Individual contra Quedas – SPIQ – é constituído dos


seguintes elementos:
a) sistema de ancoragem;
No Brasil, existe uma norma técnica, dividida em duas partes, para a
fabricação, testes, projeto e instalação de dispositivos de ancoragem. A NBR 16325-
1 e a NBR16325-2. A primeira parte engloba dispositivos de ancoragem tipos A, B e
37

D. A segunda, engloba apenas os dispositivos de ancoragem tipo C (SANTOS, NERY


e VAZZOLER, 2016).
Dispositivos de ancoragem do tipo A: Olhais de ancoragem.
Dispositivos de ancoragem do tipo B: Ancoragens transportáveis.
Dispositivos de ancoragem do tipo C: Linhas de vida horizontais
Dispositivos de ancoragem do tipo D: Trilhos rígidos
b) elemento de ligação;
O elemento de ligação é o componente que tem a função de conectar o cinturão
de segurança ao sistema de ancoragem. Os principais tipos são:
b.1) Talabarte é uma linha flexível feita de fita ou corda de fibras sintéticas, de
cabo de aço ou corrente metálica com comprimento máximo de dois metros, conforme
figura 8.
Figura 8 - Exemplos de talabartes para retenção de queda.

Fonte: ABNT NBR 15834, 2011

b.2) Trava-quedas deslizante sobre linha vertical é primordial sempre que haja
o deslocamento vertical do trabalhador, exemplificando, subir uma escada de
marinheiro ou em andaimes suspensos, a opção mais simples é o uso de uma linha
de vida vertical. Para isso, necessita-se que a ligação do cinturão de segurança à linha
vertical seja feita por um dispositivo trava-quedas.
Há dois tipos, o de linha flexível e o de linha rígida
Nessas linhas, a ancoragem pode ser executada por uma corda de fibras
sintéticas, um cabo de aço, ou um trilho metálico.
38

Pode ser fixada apenas em um ponto de ancoragem superior, tendo um


pequeno peso na extremidade inferior para manter a linha tensionada (conforme figura
9); ou ser fixada em uma estrutura nas extremidades superior e inferior, de modo a
limitar movimentos laterais (conforme figura 10), podendo ainda contar com fixações
intermediárias, que devem permitir a livre passagem do trava-quedas deslizante
(BRASIL, 2018).
Figura 9 - Exemplo de um sistema baseado em uma linha de ancoragem vertical
flexível instalada de forma temporária.

Fonte: ABNT NBR 16489, 2017


39

Figura 10 - Exemplo de sistema baseado em linha de ancoragem vertical rígida


instalada de forma permanente.

Fonte: ABNT NBR 16489, 2017

b.3) Trava-quedas retrátil é uma linha flexível feita de cabo de aço, fita ou corda
de fibras sintéticas, associada a um dispositivo recolhedor que mantém a linha sempre
sob tensão, o que diminui drasticamente o Fator de Queda, e um dispositivo trava-
quedas que bloqueia a saída de linha em caso de ocorrência de uma queda,
geralmente detectada pela velocidade de rotação do carretel ultrapassando
determinado limite. É muito importante consultar as instruções do fabricante quanto
aos limites de uso do equipamento (BRASIL, 2018).
40

Figura 11 - Sistema de retenção de queda baseado em um trava-quedas tipo retrátil.

Fonte: ABNT NBR 16489, 2017

c) equipamento de proteção individual é um suporte corporal, que tem a função


de reter o corpo do trabalhador. Para sistemas de retenção de queda, o suporte
corporal deve ser um cinturão de segurança do tipo paraquedista. Há vários modelos
disponíveis no mercado, podem ter diferentes características que os tornam
adequados ao SPIQ que se está projetando, entre as quais:
• quantidade, finalidade e posição dos elementos de engate;
• posição, largura, número e material das fitas, podem oferecer maior
conforto no trabalho em posicionamento, ou de acesso por corda, ou em
caso de suspensão prolongada.
Os cinturões de segurança devem possuir ao menos um elemento de engate
(ou ponto de conexão), onde se prende(m) o(s) componente(s) de união (BRASIL,
2018).
41

Figura 12 - Exemplo de cinturão de segurança tipo paraquedista

Fonte: ABNT NBR 15836, 2011.


Após a definição do tipo de Sistema de Proteção contra Quedas e
consequentemente dos equipamentos listados anteriormente para subsidiar a melhor
opção, não se pode prever uma possível situação de emergência.
O último item da NR 35 é Emergência e Salvamento, requisitando que o
empregador deva dispor de equipe para respostas em caso de emergências para
trabalho em altura, onde as equipes podem ser próprias (brigadas internas), externas
(SAMU) ou compostas pelos próprios trabalhadores que executam o trabalho em
altura, em função das características das atividades (auto-resgate).
Os cenários de emergência verificados em função de atividades realizadas em
altura deverão ser parte integrante do Plano de Atendimento a Emergências. Análises
de Risco e dos possíveis cenários determinarão os recursos (equipamentos)
necessários para atendimento. O empregador deve prover todos os recursos
necessários de acordo com os cenários de emergência proposto pelo plano de
atuação em emergências. As pessoas responsáveis pela execução das medidas de
salvamento devem estar capacitadas a executar o resgate, prestar primeiros socorros
e possuir aptidão física e mental compatível com a atividade a desempenhar.
42

3 MATERIAIS E MÉTODOS
Boaventura (2011) destaca que uma pesquisa deve ser apoiada em
informações, e auxiliada de metodologias e técnicas investigativas. O método de
pesquisa tem o intuito criar uma posição para o estudo sob importantes pontos de
vista, que serviram de base para delimitar o método do trabalho, assim como a coleta
e análise de dados da pesquisa.
Apoiado nos conceitos de Gil (2002) e Silva e Menezes (2001), esta pesquisa
é classificada inicialmente por sua natureza, onde se enquadra em tipo aplicada, que
conforme conceituada por Silva e Menezes (2001) visa gerar conhecimentos para
emprego prático voltada a problemas específicos. Na classificação a abordagem é do
tipo qualitativa, pois se trata de uma pesquisa em que o pesquisador avalia os dados
indutivamente, sendo o processo e seu significado o foco do trabalho. Quanto aos
objetivos, é tipificada como exploratória, uma vez que busca obter o máximo de
familiaridade com o problema, da forma de torná-lo mais explícito ou a desenvolver
hipóteses. Por fim, quanto ao procedimento técnico, se trata de um de um estudo de
caso, pois envolve o estudo profundo de um ou poucos objetos de maneira que
permita obter o seu amplo e detalhado conhecimento.
Verificadas as principais características do método de pesquisa, e posicionado
o trabalho como um estudo de caso de natureza aplicada, com abordagem qualitativa
de objetivos descritivos, posteriormente é abordado o método de trabalho.

3.1 MÉTODO DE TRABALHO


O atendimento aos requisitos legais será norteador para orientar o método de
trabalho, como o tema central deste estudo é a Análise de Riscos, a partir da NR 35
– Trabalhos em Altura, será verificado todas as citações no texto quanto a Análise de
Risco e será elaborada uma lista de verificação de atendimento ao requisito legal.
Os critérios utilizados serão:
a) Atende – para itens onde há atendimento pleno do requisito verificado;
b) Atende Parcialmente – para itens onde o atendimento é parcial do
requisito verificado;
c) Não Atende – para itens que não são atendidos para o requisito
verificado;

_________________________________________
1
Citação é a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
43

d) Não se aplica – para itens que não são aplicáveis a empresa em relação
ao requisito verificado;
e) Informação – para itens que são informativos.
Inicialmente foi necessário conhecer o cenário existente. Para isso realizou-se
um levantamento dos dados históricos da empresa (acidentes/incidentes com
quedas), além de entrevistas rápidas com trabalhadores aleatoriamente selecionados,
incluindo funcionários da equipe de manutenção e brigadistas, com o objetivo de
identificar como eram executados os trabalhos em altura, para tal, o autor elaborou
alguns questionamentos baseados na legislação que tange o trabalho em altura e as
análises de risco.
Realizar entrevistas através de formulário específico conforme a seguir:
• Você sabe o que é trabalho em altura?
• Qual o principal risco de um trabalho em altura?
• Sabe o que requer a Norma Regulamentadora 35?
• São realizadas Análises de Risco para o trabalho em altura?
• Tens treinamento para trabalhar em altura?
• Possui autorização para trabalho em altura?
• Os trabalhos em altura são supervisionados?
• Tens histórico de ocorrência de acidente/incidente com trabalho em
altura?
Após, deve-se analisar os dados coletados para a preposição de melhorias na
gestão do assunto na empresa, com o objetivo principal de melhorar a segurança do
trabalhador e atender aos requisitos legais.
Além disso, serão auditadas as Análises de Risco emitidas nos últimos 12
meses e o resultado será demonstrado conforme os critérios citados anteriormente.
Após a identificação na empresa, os resultados obtidos deverão ser
apresentados ao SESMT – Serviço Especializado em Segurança e Medicina do
Trabalho da unidade fabril, para a tomada de decisão uma vez que demonstraram
interesse na realização deste estudo de caso e concordaram prontamente que o tema
apresentado era fundamental para o gerenciamento de risco da empresa, no intuito
de prevenir acidentes relacionados à altura, fornecendo recursos para o seu
desenvolvimento.

_________________________________________
1
Citação é a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
44

Em seguida, preocupou-se com a capacitação dos funcionários, pois o tema da


análise de risco em algumas oportunidades é negligenciado em turmas de
capacitação em função do tempo destinado ao treinamento. Optou-se por desenvolver
um Técnico em Segurança do Trabalho internamente para adquirir proficiência no
tema e valorizá-lo nos treinamentos.
Através de uma visita guiada pelas instalações da empresa foram verificadas
várias atividades em altura sendo realizadas. O que colaborou para a avaliação dos
requisitos legais citados anteriormente.
Por fim, com base nas oportunidades de melhoria, foram propostas
modificações em documentos e ações para a realização de trabalhos em altura de
forma segura.

3.2 ESTUDO DE CASO


A organização utilizada para esse estudo de caso, possui como Classificação
Nacional de Atividade Econômica – CNAE: 28.40-2-00, descrito como: Fabricação de
máquinas-ferramenta, peças e acessórios. Sendo uma indústria metalmecânica, a
unidade conta com aproximadamente 2500 funcionários, espalhados nos níveis
gerencial, administrativo e operacional. O nível operacional compreende as áreas de
fabricação de cilindros, fabricação de componentes, fundição e montagem. Neste
nível foi desenvolvido mais especificamente este estudo.
A elaboração dos itens relacionados a Análise de Risco na NR 35, conforme
citado no item 3.1, resultou em 34 requisitos normativos a serem avaliados. Para tal,
foi desenvolvido um modelo de auditoria de conformidade onde foram verificados
procedimentos de Trabalho em Altura com a descrição de instruções, medidas de
prevenção e controle para a realização de tais atividades, conforme Quadro 8:

_________________________________________
1
Citação é a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
45

Quadro 8 - Lista de Verificação dos Itens relacionados a Análise de Risco

Status Item Itens da NR 35 - que contem Análise de Risco:

Cabe ao empregador: Assegurar a realização da Análise de Risco - AR e, quando aplicável,


35.2.1.b)
a emissão da Permissão de Trabalho - PT;
Assegurar que todo trabalho em altura seja realizado sob supervisão, cuja forma será
35.2.1.j)
definida pela análise de riscos de acordo com as peculiaridades da atividade;
35.3.2.b) Análise de Risco e condições impeditivas;
Todo trabalho em altura deve ser realizado sob supervisão, cuja forma será definida pela
35.4.3
análise de risco de acordo com as peculiaridades da atividade.
A execução do serviço deve considerar as influências externas que possam alterar as
35.4.4
condições do local de trabalho já previstas na análise de risco
35.4.5 Todo trabalho em altura deve ser precedido de Análise de Risco.
35.4.5.1 A Análise de Risco deve, além dos riscos inerentes ao trabalho em altura, considerar:
35.4.5.1.a) o local em que os serviços serão executados e seu entorno;
35.4.5.1.b) o isolamento e a sinalização no entorno da área de trabalho;
35.4.5.1.c) o estabelecimento dos sistemas e pontos de ancoragem;
35.4.5.1.d) as condições meteorológicas adversas;
a seleção, inspeção, forma de utilização e limitação de uso dos sistemas de proteção
35.4.5.1.e) coletiva e individual, atendendo às normas técnicas vigentes, às orientações dos fabricantes
e aos princípios da redução do impacto e dos fatores de queda;
35.4.5.1.f) o risco de queda de materiais e ferramentas;
35.4.5.1.g) os trabalhos simultâneos que apresentem riscos específicos;
o atendimento aos requisitos de segurança e saúde contidos nas demais normas
35.4.5.1.h)
regulamentadoras;
35.4.5.1.i) os riscos adicionais;
35.4.5.1.j) as condições impeditivas;
as situações de emergência e o planejamento do resgate e primeiros socorros, de forma a
35.4.5.1.k)
reduzir o tempo da suspensão inerte do trabalhador;
35.4.5.1.l) a necessidade de sistema de comunicação;
35.4.5.1.m) a forma de supervisão
Para atividades rotineiras de trabalho em altura a análise de risco pode estar contemplada
35.4.6
no respectivo procedimento operacional.
Para as atividades não rotineiras as medidas de controle devem ser evidenciadas na Análise
35.4.7.1
de Risco e na Permissão de Trabalho.
35.4.8.1 A Permissão de Trabalho deve conter:
35.4.8.1.b) as disposições e medidas estabelecidas na Análise de Risco;
35.5.2 O sistema de proteção contra quedas deve:
ser selecionado de acordo com Análise de Risco, considerando, além dos riscos a que o
35.5.2.b
trabalhador está exposto, os riscos adicionais;
Havendo possibilidade de ocorrência de queda com diferença de nível, em conformidade
35.5.8.1 com a análise de risco, o sistema deve ser dimensionado como de retenção de queda. (NR)

A Análise de Risco prevista nesta norma deve considerar para o SPIQ minimamente os
35.5.11
seguintes aspectos:
que o trabalhador deve permanecer conectado ao sistema durante todo o período de
35.5.11.a)
exposição ao risco de queda;
35.5.11.b) distância de queda livre;
35.5.11.c) o fator de queda;
a utilização de um elemento de ligação que garanta um impacto de no máximo 6 kN seja
35.5.11.d)
transmitido ao trabalhador quando da retenção de uma queda;
35.5.11.e) a zona livre de queda;
35.5.11.f) compatibilidade entre os elementos do SPIQ.

Fonte: Arquivo pessoal, 2018

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1
Citação é a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
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Quanto a documentação disponível na empresa – Análises de Riscos/


Permissões de Trabalho / Certificados de Treinamento – fora requisitada e
disponibilizada para o autor. Após análise dessa documentação, o status de
atendimento ao requisito legal foi devidamente registrado em uma planilha através de
evidências para comprovações futuras do tema e após o preenchimento da lista de
verificação proposta, a apresentação dos resultados e discussão com os integrantes
do Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT, atribuindo
a conformidade ou não em consenso.
As mais variadas situações requerem que trabalhadores subam em alturas para
a realização de atividades de limpeza, manutenção, ajustes de equipamentos de
produção, etc. Para maior entendimento das atividades foram realizadas algumas
visitas técnicas para melhor compreensão das atividades realizadas.
A seguir duas das situações mais frequentes serão listadas:
Na Usinagem são realizadas as manutenções preventivas e corretivas nos
centros de usinagem, a grande maioria são da marca Chiron (Figura 13), e necessitam
que sejam alcançados os eixos dispostos sobre a máquina.
Figura 13 - Centro de Usinagem Chiron

Fonte: Arquivo pessoal, 2018

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1
Citação é a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
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Principais atividades:
- Remoção da carenagem superior;
- Remoção e colocação do spindle;
- Verificação de indicadores dos motores (vibração/ruído);
- Lubrificação e ajuste de parâmetros.
Na fundição há fornos, prensas e injetoras de alumínio (figura 14), as peças
são inicialmente injetadas e depois prensadas para a retirada das rebarbas de forma
mecânica, nesses equipamentos são executadas atividades de limpeza e
conservação, manutenções e ajustes de produção.

Figura 14 - Prensa e Injetora de Alumínio

Fonte: Arquivo pessoal, 2018

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1
Citação é a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
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Principais atividades:
- Manutenção no sistema hidráulico da prensa;
- Manutenção do Robô;
- Verificação de indicadores dos motores (vibração/ruído);
- Lubrificação e ajuste de parâmetros.

Após a visita para verificação das atividades em altura foram realizadas


entrevistas com os itens sugeridos no capítulo anterior. As mesmas ocorreram durante
as duas últimas semanas do mês de novembro de 2018. Foram entrevistados 37
trabalhadores, entre mecânicos, eletricistas, cipeiros e funcionários das unidades
produtivas.
As respostas para tais questionamentos foram analisadas de forma qualitativa
e seus resultados serão demonstrados no próximo capítulo. Muito importante
conversar com o usuário sobre como ele analisa a segurança, dele próprio e dos
demais, há entendimento que tem espaço para melhorias significativas, porém, se
sentem seguros na maioria das atividades que executam. Naquela oportunidade
aproveitaram para relatar situações consideradas de risco, como por exemplo,
manutenção do robô sem uma estrutura que possibilite o posicionamento adequado
dos pés para o trabalho, entre outras.
Por fim, verificou-se que são elaboradas muitas Análises de Risco e várias
Permissões de Trabalho são emitidas. Foram analisados alguns desses documentos
o que colaborou para o preenchimento da lista de itens verificáveis da NR 35, citada
anteriormente.
A empresa opta por um modelo de Análise de Risco denominada APR – Análise
Preliminar de Riscos, que é requisitada para as atividades consideradas de risco pela
organização, como, trabalho em espaços confinados, trabalhos em eletricidade,
trabalhos a quente e trabalhos em altura (figura 15).

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1
Citação é a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
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Figura 15 - Exemplo de APR

Fonte: Empresa, 2018.


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1
Citação é a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
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A análise das APR emitidas pela empresa é de fundamental importância pois a


partir das mesmas pode-se realizar uma perspectiva de atendimento aos requisitos
que serão demonstrados no capítulo dos resultados e discussão a seguir.
De posse desses dados verificados conforme descrito neste capítulo,
analisados com a equipe de saúde e segurança do trabalho da empresa, deverão ser
listados os itens não atendidos e parcialmente atendidos e baseados nestes itens,
propor melhorias para o cumprimento dos requisitos legais, objetivo deste estudo.

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Citação é a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 OPORTUNIDADES
Durante as auditorias executadas conforme metodologia citada anteriormente
foram encontradas diversas oportunidades de melhoria para a gestão do trabalho em
altura na empresa, objeto deste estudo.
A empresa possui uma sistemática definida quanto a gestão de segurança
contemplando os riscos de queda. Todavia a mesma está fragilizada pois no que tange
a Análise de Risco das atividades há muitos itens onde o atendimento é parcial ou
nem mesmo atende.
O check list com os itens verificáveis foi devidamente preenchido (Quadro 09),
cada um dos itens foi exaustivamente discutido para assim definir se atende, não
atende, atende parcialmente, não se aplica ou informação. Quando não atende,
significa que não foi verificado determinado item nas Análises de Riscos auditadas.
Quando o item atende parcialmente, o requisito foi verificado nos formulários
analisados, porém não há campo específico, logo, por vezes o mesmo não foi
visualizado nos documentos. Informação significa que aquele item é apenas
informativo.

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Citação é a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
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Quadro 9 - Lista de Verificação dos Itens relacionados a Análise de Risco - Inicial

Fonte: Arquivo pessoal, 2018

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Citação é a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
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Os dados foram analisados e estão graficamente demonstrados a seguir.


Gráfico 1 - Atendimento aos itens relacionados a Análise de Risco - Inicial

Fonte: Arquivo pessoal, 2018

As evidências que comprovaram o atendimento aos itens foram:


- item 35.2.1.b) Há procedimento implementado na organização para trabalho
em alturas requisitando a obrigatoriedade de emissão de APR e PT, e, também
procedimento de APR informando os riscos para qual devem ser emitidos as análises.
- item 35.3.2.b) Verificado nos certificados emitidos o atendimento do item.
- item 35.4.5) Verificado em campo que nenhuma atividade é realizada sem AR.
Reiterado pelas entrevistas e corroborado pelos procedimentos da empresa.
- item 35.4.5.1.a) Verificado nas AR emitidas uma padronização da atividade e
onde será executada.
As evidências que comprovaram o atendimento parcial aos itens foram:
- item 35.2.1.j) há na permissão de trabalho item que trata da supervisão, mas
não há na Análise de Risco como requisita a norma (formalização).
Orientação: Campo próprio para definição do tipo de supervisão e nome
da pessoa que fará a supervisão.
- item 35.4.5.1.b) apesar das atividades em campo estarem devidamente
isoladas, não há na Análise de Risco mensuração sobre como e onde isolar como
requer a norma (controlando o risco).

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Citação é a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
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Orientação: Campo próprio para definição do tipo de isolamento,


materiais e área (raio) a ser isolado.
- item 35.4.5.1.e) A seleção é padrão, pois há apenas um modelo de cinto de
segurança e talabarte (duplo com absorvedor de energia) ou trava quedas retrátil. A
inspeção ocorre na emissão da PT e é mencionada no treinamento de trabalho em
altura. Não há verificação de fator de queda, zona livre de queda, logo há possibilidade
de em uma queda, alcançar o chão ou equipamento abaixo.
Orientação: Campo próprio para definição de: ZLQ, FQ, Tipo de SPIQ
de acordo com as normas vigentes.
- item 35.4.7.1) as medidas de controle não foram evidenciadas na análise de
risco para as atividades não rotineiras, pois ainda faltam itens relevantes conforme o
item 35.4.5.1.
Orientação: a partir da adequação das análises de risco conforme o item
35.4.5.1 que devem ser atendidas plenamente, sendo ajustados os
procedimentos de trabalhos rotineiros.
- item 35.5.8.1) os sistemas de retenção contra a queda são dimensionados,
porém são sempre os mesmos, não há modificação e ajuste conforme o risco.
Orientação: treinamento da NBR 16489 para os profissionais do SESMT
a fim de obterem maior conhecimento na elaboração das Análises de Risco e
consequentemente melhorar a definição dos equipamentos de proteção
individuais indicados para cada uma das situações.
- item 35.5.11.a) apesar de verificar nas entrevistas de campo e visitas técnicas
que os trabalhadores permanecem conectados ao sistema durante todo o período de
exposição a queda, não há nenhuma recomendação oficial na análise de risco.
Orientação: descrever na análise de risco uma frase padrão
contemplando essa obrigação.
- item 35.5.11.d) Mesmo com a orientação de utilização de elemento de ligação
específico, não há critério de escolha a fim de obedecer garantir um impacto de no
máximo 6 kN. A empresa utiliza apenas talabartes com absorvedor de energia.
Orientação: treinamento da NBR 16489 para os profissionais do SESMT
a fim de obterem maior conhecimento na elaboração das Análises de Risco
para atendimento deste item.

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Citação é a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
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- item 35.5.11.f) Mesmo utilizando equipamentos específicos como cinto e


talabarte não foi evidenciado a análise para compatibilidade entre esses elementos.
Orientação: treinamento da NBR 16489 para os profissionais do SESMT
a fim de obterem maior conhecimento na elaboração das Análises de Risco
para atendimento deste item.
Para os itens que não foram atendidos (Figura 16), os mesmos deverão constar
obrigatoriamente no modelo proposto.
Figura 16 – Itens não atendidos na verificação

Item Itens da NR 35 - que contem Análise de Risco:

Todo trabalho em altura deve ser realizado sob supervisão, cuja forma será definida pela
35.4.3
análise de risco de acordo com as peculiaridades da atividade.
A execução do serviço deve considerar as influências externas que possam alterar as
35.4.4
condições do local de trabalho já previstas na análise de risco
35.4.5.1.c) o estabelecimento dos sistemas e pontos de ancoragem;
35.4.5.1.d) as condições meteorológicas adversas;
35.4.5.1.f) o risco de queda de materiais e ferramentas;
35.4.5.1.g) os trabalhos simultâneos que apresentem riscos específicos;
o atendimento aos requisitos de segurança e saúde contidos nas demais normas
35.4.5.1.h)
regulamentadoras;
35.4.5.1.i) os riscos adicionais;
35.4.5.1.j) as condições impeditivas;
as situações de emergência e o planejamento do resgate e primeiros socorros, de forma a
35.4.5.1.k)
reduzir o tempo da suspensão inerte do trabalhador;
35.4.5.1.l) a necessidade de sistema de comunicação;
35.4.5.1.m) a forma de supervisão
ser selecionado de acordo com Análise de Risco, considerando, além dos riscos a que o
35.5.2.b
trabalhador está exposto, os riscos adicionais;
35.5.11.b) distância de queda livre;
35.5.11.c) o fator de queda;
35.5.11.e) a zona livre de queda;

Fonte: Arquivo pessoal, 2018

Como já mencionado, as entrevistas ocorreram durante as duas últimas


semanas do mês de novembro de 2018 e foram realizadas através de formulário
específico conforme a seguir:
• Você sabe o que é trabalho em altura?
• Qual o principal risco de um trabalho em altura?
• Sabe o que requer a Norma Regulamentadora 35?
• São realizadas Análises de Risco para o trabalho em altura?

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Citação é a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
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• Tens treinamento para trabalhar em altura?


• Possui autorização para trabalho em altura?
• Os trabalhos em altura são supervisionados?
• Tens histórico de ocorrência de acidente/incidente com trabalho em
altura?
As entrevistas demonstraram que o tema trabalho em altura não se trata de
novidade para a empresa. Praticamente todos os funcionários sabem o que é um
trabalho em altura, e, prontamente identificaram que as quedas são o principal risco
envolvido com a atividade, alguns reforçaram além deste, riscos adicionais como
eletricidade e máquinas/equipamentos.
Quando questionados em relação aos requisitos da norma, a resposta mais
comum foi de que deveria utilizar Equipamentos de Proteção Individual contra quedas.
Poucos citaram outros fatores, como treinamento e planejamento. É importante
reforçar que nenhuma das respostas para esse item citou a Análise de Risco como
obrigatória antes das atividades.
Quando indagados sobre a análise de risco, muitos citaram a APR, todavia,
houveram relatos de que não participavam da sua elaboração, de que a segurança do
trabalho a elaborava e apenas assinavam, ou seja, havia somente uma formalização
de tal requisito. Outro importante relato foi de que haveriam itens verificados no
treinamento que não eram utilizados para a elaboração da AR, e que em algumas
oportunidades tornava o fato questionável.
Na questão do treinamento, apenas um entrevistado mencionou não ter o
treinamento, mas que estaria agendado pela sua liderança para que o fizesse nas
próximas turmas. Os demais entrevistados garantiram que fizeram capacitação de
trabalho em altura nos últimos dois anos, porém, quando indagados sobre itens
específicos do tema, como por exemplo: fator de queda, zona livre de queda,
autorização, relataram que lembram do assunto, mas não souberam explicar.
Quanto a autorização para os trabalhos em altura, prontamente mostravam o
crachá que possuía informações da validade do treinamento e do Atestado de Saúde
Ocupacional – ASO. Cabe denotar que numa segunda pergunta, sobre a abrangência
da autorização, nenhum dos entrevistados soube responder, apenas que podem
executar os trabalhos em altura.

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Citação é a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
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Em relação a supervisão, responderam que devem avisar o líder do setor, o


brigadista mais próximo e que, de acordo com a Permissão de Trabalho – PT, emitida
por profissional de Saúde e Segurança do Trabalho – SST, definiriam se necessário
uma supervisão dedicada. Informaram ainda que raramente haviam supervisores do
trabalho em altura, mas que normalmente alguém do setor tinha seu nome
condicionado na permissão de trabalho – PT.
Por fim, quando questionados sobre acidentes/incidentes relacionados ao
trabalho em altura, apenas dois funcionários relataram um caso de um terceiro que
haveria caído de um andaime a muitos anos atrás.
Essa conferência de opiniões somou informações importantes para o estudo
uma vez que demonstrou a necessidade de redigir um novo formulário de análise de
riscos para trabalhos em altura.

4.2 PROPOSIÇÃO DE MODELO DE ANÁLISE DE RISCO


As avaliações preliminares demonstraram que o formulário utilizado pela
empresa era simples e objetivo, o que delegava ao elaborador a responsabilidade de
inserir os dados necessários e requisitados normativamente para trabalhos em altura.
Após amplo período de discussões acerca do tema, o autor e a equipe do
SESMT da empresa optaram por revisar o procedimento de Análise de Riscos e inserir
naquele formulário informações diretas (trata-se de um trabalho em altura), conforme
figura 17, a seguir.

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Citação é a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
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Figura 17 - Formulário de Análise Preliminar de Riscos (Revisado)

Fonte: Arquivo pessoal, 2018

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Citação é a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
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Duas foram as principais alterações nesse formulário:


A primeira, que adotamos uma matriz de avaliação de riscos, avaliando a partir
da severidade e probabilidade o risco daquela atividade adequando o formulário. Para
tal, utilizamos a metodologia definida pelos americanos citada na revisão da literatura
no segundo capítulo.
Na segunda modificação foi inserida no campo atividades a possibilidade de
assinalar o tipo de atividade conforme classificação do risco de seu procedimento:
• Trabalho em Altura;
• Trabalho em Espaço Confinado;
• Trabalho a Quente; e,
• Trabalho em Eletricidade.
Foi ainda inserido no formulário o seguinte:
“Quando assinalado no Campo ATIVIDADE, Trabalho em altura a APR para
Trabalhos em Altura também DEVE ser preenchida e anexada como parte integrante
desse documento.”
Para tal foi elaborado um modelo de Análise de Risco especialmente para
atendimento dos itens verificados anteriormente (Figuras 18 e 19, respectivamente,
frente e verso).

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Citação é a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
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Figura 18 - Análise de Risco - ALTURA (Frente)

Fonte: Arquivo pessoal, 2018

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Citação é a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
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Figura 19 - Análise de Risco - Altura (Verso)

Fonte: Arquivo pessoal, 2018

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Citação é a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
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A construção do formulário ocorreu a partir dos itens específicos da NR 35 –


Trabalho em Altura e da norma ABNT NBR 16489 Sistemas e equipamentos de
proteção individual para trabalhos em altura - Recomendações e orientações para
seleção, uso e manutenção. O referencial teórico foi de grande valia para a elaboração
desse formulário, pois trouxe uma compreensão mais ampla do trabalho em altura e
dos sistemas de segurança desenvolvidos e sugeridos pelas normas técnicas oficiais.
Foram utilizados também manuais divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego,
já citados anteriormente e disponíveis nas referências, com o intuito de ampliar o
conhecimento sobre o tema e como explicitar através da análise de risco.
Uma vez que tais formulários foram consensados equipe técnica, o mesmo foi
levado a aprovação dos demais aprovadores para incluir junto ao sistema de gestão
de segurança da empresa.
Um planejamento de como lançar a novidade e treinar todos os envolvidos foi
realizado. O item 35.3.3 da NR-35 referência que: O empregador deve realizar
treinamento periódico bienal e sempre que ocorrer quaisquer das seguintes situações:
a) mudança nos procedimentos, condições ou operações de trabalho;
Esta mudança requeria um treinamento formal, ocorreu a definição de 1,5 horas
de treinamento para todos os funcionários autorizados a realizar trabalhos em altura,
além dos seus líderes imediatos.
Já a equipe técnica, foi necessitou de um treinamento mais aprofundado sobre
o tema, realizando in company a carga horária de 24 horas, sendo intitulado como
treinamento para Supervisores de Trabalho em Altura que desenvolveu o conteúdo
da ABNT NBR 16489, acrescido de exercícios de análise de risco e sistemas de
ancoragem. Além deste treinamento, foram investidos mais 24 horas para desenvolver
junto à Brigada de Emergências, uma equipe de intervenção em caso de quedas na
unidade. Nessa oportunidade foram discutidos vários cenários de emergências e
alturas e alguns pré planos foram redigidos.

4.3 RESULTADOS
Após alguns meses da implementação da nova sistemática de avaliação de
risco para trabalhos em altura, foi realizada novamente a verificação de atendimento
dos itens conforme item 3.1, através de check list do Quadro 09, seguindo o mesmo
critério de avaliação realizado anteriormente.
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ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
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Quadro 10 - Lista de Verificação dos Itens relacionados a Análise de Risco - Final

Fonte: Arquivo pessoal, 2019

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Esses dados foram analisados e estão graficamente demonstrados a seguir.

Gráfico 2 - Atendimento aos itens relacionados a Análise de Risco - Final

Fonte: Arquivo pessoal, 2019

Houve uma melhora significativa no atendimento aos itens citados. Dentre os


itens que não foram atingidos estão:
35.4.3 - Todo trabalho em altura deve ser realizado sob supervisão, cuja forma
será definida pela análise de risco de acordo com as peculiaridades da atividade.
• Item atende parcialmente em função de que houve a indicação de quem
iria realizar a supervisão, porém, em amostragem na unidade, verificou-
se que para utilização de equipamentos através do sistema de restrição
o supervisor deveria estar todo o tempo acompanhando as atividades, o
que não foi verificado.
35.4.5.1.e - a seleção, inspeção, forma de utilização e limitação de uso dos
sistemas de proteção coletiva e individual, atendendo às normas técnicas vigentes, às
orientações dos fabricantes e aos princípios da redução do impacto e dos fatores de
queda;
• Este item é delicado pois ainda faltam equipamentos e infraestrutura de
sistemas de ancoragem para a perfeita seleção e utilização dos
Equipamentos de Proteção Contra quedas. Houve oportunidades aonde
a ZLQ era menor do que a altura de queda acrescida da margem de
segurança que é de 1 metro, conforme ABNT NBR 16489.

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ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
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35.4.7.1 - Para as atividades não rotineiras as medidas de controle devem ser


evidenciadas na Análise de Risco e na Permissão de Trabalho.
• Em função do curto espaço de tempo para a verificação, não houve
tempo hábil de revisar todas as análises de risco para as atividades
rotineiras. Houve uma pretensão inicial de revisar conforme o
ordenamento da execução das atividades, porém o SESMT não teve
mão de obra para suportar tais revisões extras. Foi sugerido um plano
de ação para os procedimentos de rotina ao longo de 12 meses.

4.4 DISCUSSÕES
A primeira impressão da alteração gerou um certo desconforto para muitos
executantes das atividades em alturas. Os trabalhadores normalmente reagem mal
quando são retirados da zona de conforto. Num segundo momento, houve uma a
concretização de que era necessário a evolução e o desenvolvimento de um
formulário específico.
O treinamento de todos os envolvidos foi de extrema importância. É pela
educação que foi possível revisar ações realizadas em desacordo as normas de
segurança para o trabalho em altura e expor cada vez menos o trabalhador a
situações de risco. É importante para o trabalhador autorizado, que se conscientize,
porém, não se conforme com o risco do trabalho em altura, não menosprezando, tão
pouco o ignorando, pois o mesmo poderá ser fatal.
O conhecimento em normas que desenvolvem a segurança da operação de
trabalhos em altura, faz com que tecnicamente as atividades sejam executadas com
maior empenho em assegurar os dispositivos e as tarefas afim minimizar seus
impactos em caso de quedas.
É importante relatar que algumas atividades requisitaram da equipe técnica
maior empenho para a solução de alternativas para que a execução fosse realizada,
a exemplo de altura de trabalho menor que as Zonas Livres de Queda. Novos
equipamentos tiveram que ser incorporados no contexto para que fosse preenchido o
formulário e o trabalho fosse seguro. Sendo uma das principais dificuldades de
preenchimento da análise de risco.
Outra dificuldade se dá com as ancoragens, foi observado que a empresa não
possuí ancoragens adequadas em todos os locais de trabalho em altura. O que
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dificultou a determinação destes locais de ancoragem, que na dúvida, não eram


utilizados. Todavia, uma lista de pontos está sendo gerada e será encaminhada à
engenharia para buscar uma análise onde se verificará a possibilidade de eliminação
do perigo através de outras práticas, caso contrário, estarão estabelecendo pontos de
ancoragem, devidamente identificados para as atividades rotineiras ou não.
É verdade que muitas atividades são realizadas com plataformas elevatórias, o
que facilita bastante. Porém em função do alto valor da mesma ou da locação não
atente a todas as situações. Além do mais, a mesma se faz necessária para ações de
resgate, caso for necessário.
O autor considera que este trabalho pode servir de base para a realização de
trabalhos posteriores como por exemplo um aplicativo que abastecido de informações,
emita uma Análise de Risco de forma acerca das ferramentas e a relação com Saúde
e Segurança do Trabalho.

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ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
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5 CONCLUSÕES
O estudo de caso apresentado avaliou e desenvolveu a avaliação da
metodologia utilizada para análises de risco para os trabalhos em altura em uma
indústria metal mecânica sob a ótica da prevenção de acidentes e requisitos legais.
A verificação inicial evidenciou certa fragilidade no formato em que a empresa
vinha atendendo aos requisitos legais pertinentes quanto a avaliação dos riscos para
as atividades de trabalho em altura rotineiras e não rotineiras.
Com a análise detalhada dos itens pertinentes e dos regulamentos, normas e
boas práticas disponíveis no campo da pesquisa, foi possível revisar os pontos de não
atendimento e deste modo, propor alterações que visam a melhora significativa da
segurança nas operações dessa empresa.
A empresa possui como slogan: “Facilitar a vida das pessoas”, e apesar de
alguns funcionários mencionarem que o processo de avaliação de riscos para os
trabalhos em altura foi burocratizado (aumento de formulários e dados) a maciça
maioria compreendeu a importância de observar os itens presentes e executar as
tarefas de forma mais segura, referenciando que facilitou muito pelo fator das
informações ficarem concentradas.
Dessa forma, conclui-se que o trabalho atingiu seus objetivos estabelecidos
previamente, resultando em uma proposta de implementação que pode ser aplicada
ou adaptada a outras empresas de diferentes setores econômicos.

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ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT NBR 15595. Acesso


por corda — Procedimento para aplicação do método. Rio de Janeiro: ABNT,
2016. 38 p.

_____. NBR 15834. Equipamento de proteção individual contra queda de altura


– Talabarte de segurança. Rio de Janeiro: ABNT, 2011. 14 p.

_____. NBR 15836. Equipamento de proteção individual contra queda de altura


— Cinturão de segurança tipo para-quedista. Rio de Janeiro: ABNT, 2011. 17 p.

_____. NBR 16489. Sistemas e equipamentos de proteção individual para


trabalhos em altura - Recomendações e orientações para seleção, uso e
manutenção. Rio de Janeiro: ABNT, 2017. 172 p.

_____. NBR ISO 31000. Gestão de riscos - Diretrizes. Rio de Janeiro: Associação
Brasileira de Normas Técnicas, 2018. 23 p.

_____. NBR ISO 31010. Gestão de riscos — Técnicas para o processo de


avaliação de riscos. Rio de Janeiro: ABNT, 2012. 110 p.

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<https://www.conquistamontanhismo.com.br/blog/?p=66>. Acesso em 10 de fevereiro
de 2019.

ANJOS, A. M. dos et al. Introdução a Higiene Ocupacional. São Paulo:


FUNDACENTRO, 2004. 84 p.

BOAVENTURA, E. M. Metodologia da Pesquisa: Monografia, Dissertação, Tese.


São Paulo: Atlas, 2011. 160 p.

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Citação é a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
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BRASIL. Análises de acidentes do trabalho fatais no Rio Grande do Sul: a


experiência da Seção de Segurança e Saúde do Trabalhador – SEGUR. Porto
Alegre: Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Rio Grande do Sul.
Seção de Segurança e Saúde do Trabalhador/SEGUR, 2008. 337 p.

BRASIL. Cartilha Trabalho em Altura. Brasília: Ministério do Trabalho - SIT - DSST,


2018. 28 p.

_____. Manual de Auxílio na Interpretação e Aplicação da NR 35 - Trabalho em


Altura. Brasília: Ministério do Trabalho - SIT - DSST, 2018. 90 p.

BRASIL. Norma Regulamentadora 35 – Trabalho em Altura. ENIT - Secretaria de


Inspeção do Trabalho. Disponível em:
<https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-35.pdf>.
Acesso em 12 de dezembro de 2019. 12 p.

DELGADO, D. Rescate Urbano en Altura. Madrid: Desnível, 2004. 276 p.

FANTAZZINI, M.L. e F.M.G.A.F. DE CICCO. Introdução à Engenharia de


Segurança de Sistemas. São Paulo: FUNDACENTRO, 1988. 109 p.

GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002. 192 p.

Estados Unidos da América – EUA. Norma MIL-STD-882E. Departamento de Defesa


dos Estados Unidos da América. Disponível em: <https://www.system-
safety.org/Documents/MIL-STD-882E.pdf>. Acessado em 11 de Dezembro de 2018.
104 p.

MORAES, G. Sistema de Gestão de Riscos - Princípios e Diretrizes - ISO


31.000/2009 Comentada e Ilustrada. Rio de Janeiro: GVC, 2010. 400 p.

_________________________________________
1
Citação é a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
70

OBSERVATÓRIO de Segurança e Saúde no Trabalho. Promoção do Meio Ambiente


do Trabalho Guiada por Dados. Disponível em: <https://smartlabbr.org/sst>.
Acessado em 11 de Dezembro de 2018.

SANTOS, T., et al. Manual de Acesso por Corda. São Paulo: ABENDI, 2016. 355 p.

SILVA, E. L. e MENEZES E. M. Metodologia da pesquisa e elaboração de


dissertação. 3. ed. Florianópolis: UFSC/PPGEP/LED, 2001. Florianópolis, 2001. 139
p.

SPINELLI, L. E. Os Cem Quilos. São Paulo, 2017. 84p.

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Escola Politécnica Programa de Educação


Continuada. Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho. Epusp- EAD/
PECE, 2017. 178p.

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1
Citação é a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
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ANEXO 01 – NORMA REGULAMENTADORA 35

Esse anexo transcreve a NR35 – Trabalho em Altura nos itens citados na Revisão da
Literatura

Item 35.4.5
Todo trabalho em altura deve ser precedido de Análise de Risco.
A Análise de Risco deve, além dos riscos inerentes ao trabalho em altura, considerar:
a) o local em que os serviços serão executados e seu entorno;
b) o isolamento e a sinalização no entorno da área de trabalho;
c) o estabelecimento dos sistemas e pontos de ancoragem;
d) as condições meteorológicas adversas;
e) a seleção, inspeção, forma de utilização e limitação de uso dos sistemas de
proteção coletiva e individual, atendendo às normas técnicas vigentes, às orientações
dos fabricantes e aos princípios da redução do impacto e dos fatores de queda;
f) o risco de queda de materiais e ferramentas;
g) os trabalhos simultâneos que apresentem riscos específicos;
h) o atendimento aos requisitos de segurança e saúde contidos nas demais normas
regulamentadoras;
i) os riscos adicionais;
j) as condições impeditivas;
k) as situações de emergência e o planejamento do resgate e primeiros socorros, de
forma a reduzir o tempo da suspensão inerte do trabalhador;
l) a necessidade de sistema de comunicação;
m) a forma de supervisão.

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1
Citação é a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.

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