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Aprovada por:
________________________________________________
Prof. Paulo Fernando Ferreira Frutuoso e Melo, D.Sc.
________________________________________________
Prof. Antônio Carlos Marques Alvim, Ph.D
________________________________________________
Prof. José Luiz Fernandes, D.Sc.
________________________________________________
Dr. Pedro Luiz da Cruz Saldanha, D.Sc.
ii
Ao meu Marido Ubiratan Ramos e a minha filha Giovanna
Ao meu pai Ailton e a minha mãe Eliete Ana
Aos meus queridos irmãos
iii
AGRADECIMENTOS
Ao M.Sc. Fernando José Brasil de Souza pela amizade, apoio, incentivo e principalmente
pelo exemplo.
Ao meu marido e a minha filha pela compreensão, pelo incentivo e principalmente pelo
entusiasmo.
Aos meus pais, que cada um a sua maneira, me mostrou a importância de se acreditar no
conhecimento como o principal caminho. Por me mostrarem que as ciências exatas são
ciências de homens e estes homens precisam de uma sociedade justa e sustentável. E que o
maior desafio não é inventar ou trabalhar com a melhor ou a maior tecnologia, é fazer
tecnologia necessária e acessível para muitos, ou melhor, para todos.
Aos meus irmãos que sempre se empenharam em contribuir das mais diversas formas para
realização deste trabalho.
Aos amigos Carlos Rocha e Magali Montenegro pelo apoio e incentivo incondicional.
iv
Resumo da Tese apresentada a COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)
Março/2004
v
Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements
for the degree of Master of Science (M.Sc.)
March / 2004
Risk-based Inspection (RBI) has arisen as an opportunity for the industry to give
a specific treatment to itens as equipments integrity, failures consequences and the level of
risk of each piece of equipment in the inspection programs definitions.
The aim of this thesis is to demonstrate how the nuclear industry has gotten over
several difficulties in implementing risk-based programs considering that its safety design
and regulations have traditionally been based on deterministic and prescriptive criteria and
requirements. During the development of the work, the study has shown how the absence
of a rigid regulation favored the dissemination of RBI diffusion in the oil industry, mainly
in the USA, where such industries do not face those difficulties found by the European
plants, as long as it is well known that in Europe there are complex interrelations among
documents from different countries with diversity of regulation procedures.
vi
ÍNDICE
pág
CAPÍTULO I
1.1 - Introdução...................................................................................................... 1
1.2 - Organização da Tese...................................................................................... 6
CAPÍTULO II - A METODOLOGIA DE UTILIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO DO RISCO
2.1 - Introdução.............................................................................................. 8
A Utilização da Informação do Risco nos Processos de Tomada de
2.2 - 14
Decisão..................................................................................................
Bases do Processo de Tomada de Decisão para o
2.2.1 - 16
Licenciamento...........................................................................
O Papel da Análise Probabilística de Segurança na Tomada
2.2.2 - 19
de Decisão.................................................................................
CAPÍTULO III - A INSPEÇÃO EM SERVIÇO E A UTILIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO DO
RISCO
3.1 - Introdução.............................................................................................. 22
A Inspeção em Serviço e o Gerenciamento da Manutenção da
3.2 - 23
Integridade............................................................................................
Métodos Para Atribuir Prioridades de Inspeções em Componentes
3.3 - 25
Passivos.................................................................................................
3.4 - A Inspeção em Serviço e os Modos de Falha Associados.................... 27
CAPÍTULO IV - A APLICAÇÃO E VALIDAÇÃO DA POLÍTICA DO RI – ISI
4.1 - Introdução.............................................................................................. 29
4.2 - A Metodologia WOG – ASME............................................................ 31
4.3 - A Metodologia EPRI............................................................................ 35
4.4 - A Metodologia SKIFS......................................................................... 43
4.5 - A Metodologia API.............................................................................. 49
Comparação Entre as Metodologias WOG-ASME, EPRI, SIKIFS e
4.6 - 56
API.......................................................................................................
CAPÍTULO V - O PROCESSO DE ACEITAÇÃO E DIFUSÃO DAS METODOLOGIAS
QUE UTILIZAM INFORMAÇÃO DO RISCO NO MUNDO
5.1 - Introdução.............................................................................................. 57
A Regulamentação das Metodologias que Utilização do Risco nos
5.2 - 59
Estados Unidos e na Europa.................................................................
vii
pág
CAPÍTULO VI – CONSIDERAÇÕES FINAIS
6.1 - Conclusões ........................................................................................... 64
6.2 - Recomendações para Trabalhos Futuros............................................... 66
Avaliação do Comportamento da Probabilidade de Falhas
6.2.1 - Frente a Variações na Freqüência e Eficiência da 66
Inspeção....................................................................................
Avaliação do Comportamento do Risco da Planta Frente às
6.2.2 - Variações no Número de Elementos Selecionados para 66
Inspeção....................................................................................
viii
LISTA DE FIGURAS
pág
Figura 1 - Distribuição das maiores perdas entre 1962 a 1992 por causa 2
Figura 2 - Distribuição das falhas em equipamentos 3
Evolução da freqüência e do custo das perdas no período de
Figura 3 - 4
1962 a 1991
Figura 4 - Processo de Tomada de Decisão Integrado 14
Figura 5 - Principais Elementos do Risk Informed 16
Figura 6 - Critério de Aceitabilidade em Função do CDF 20
Figura 7 - Critério de Aceitabilidade em Função do LERF 21
Fluxograma de Encadeamento das Etapas de um programa de
Figura 8 30
Inspeção em Serviço com Informação do Risco
Figura 9 - Fluxograma de Ação para Inspeção em Serviço 33
Matriz Utilizada na Suécia para Seleção de Componentes para
Figura 10 - 43
Inspeção em Serviço
Comportamento da freqüência de danos ao núcleo para 118
Figura 11 - 47
locações no Novo Programa de Inspeção em serviço
Comportamento da freqüência de danos ao núcleo para 357
Figura 12 - 48
locações no Programa de Inspeção em serviço corrente
Figura 13 Fluxograma da Metodologia de RBI Quantitativo 50
Diagrama da proteção de neopreno na zona de arrebentação
Figura 14 - 52
para unidades offshore
Custos Correntes e Previstos para inspeção em linhas verticais
Figura 15 - 55
em unidades offshore
Figura 16 - Distribuição das Metodologias de RBI utilizadas 58
Distribuição das Metodologias de que Utilizam Informação do
Figura 17 - 59
Risco
Figura 18 - Inter-relação dos Documentos Nos EUA na área Petroquímica 61
Figura 19 - Inter-relação dos Documentos Na Europa 62
ix
LISTA DE TABELAS
pág
Tabela 1 - Fatores Relacionados com o Histórico do Serviço 36
Tabela 2 Classificação dos Eventos Iniciadores da Unidade ANO-2 37
Hierarquização dos segmentos de conseqüências impactando
Tabela 3 39
sistemas de mitigação.
Classificação das Conseqüências em Função da combinação de
Tabela 4 - 40
Efeitos
Classificação do Potencial de Falha em função do Mecanismo
Tabela 5 - 40
de Degradação
Matriz Utilizada na Seleção de Componentes para Inspeção em
Tabela 6 - 41
Serviço
Tabela 7 - Número de locações selecionadas e CDF por sistema 46
Tabela 8 - Dados da Análise do Sistema de Dutos Lagogas 54
x
LISTA DE SIGLAS
xi
MPA
- Materials Testing Institute (MPA) University of Stuttgart
Stuttgart
NRC - Nuclear Regulatory Commission
NRWG - Nuclear Regulators Working Group
NDE - Non – Destructive Examination
NEI - Nuclear Energy Institute
NPAR - Nuclear Plant Aging Research
NUMARC - Nuclear Management and Resource Council
NURBIM - Nuclear Risk Based Inspection Methodology
OMF - Optimisation de la maintenance par la Fiabilité
PCDN - Probabilidade Condicional de Danos ao Núcleo
PDVSA - Petroleos de Venezuela S.A.
POSR - Relatório de Segurança Pré Operacional
PT - Penetrating Inspection
PVRC - Pressure Vessel Research Council
PWR - Pressurized Water Reactor
PWSCC - Primary Water Stress Corrosion Cracking
RAW - Risk-Achievement Worth
RBI Risk-Based Inspection
RI-ISI - Risk-Informed In Service Inspection
RRW - Risk-Reduction Worth
SCC - Stress Corrosion Cracking
SKI - The Swedish Nuclear Power Inspectorate
Statens karnkraftinspektions forfattningssamling (Statute –
SKIFS -
book of the SKI)
SONS - The Czech Republic Nuclear Power Inspectorate
SRRA - Structural Reliability and Risk Assessment
SSC - Structure, Systems and Components
STUK - The Finland Nuclear Power Inspectorate
TGSCC - Transgranular Stress Corrosion Cracking
xii
UNESA - Spanih Utilities
UT - Ultrasonic Inspection
WOG - Westinghouse Owners Group
xiii
CAPÍTULO 1
1.1 INTRODUÇÃO
A RBI vem tendo gradual aceitação como uma boa prática para a
implementação de programas de inspeção e manutenção de sistemas como vasos e
tubulações pressurizadas, uma vez que se coloca como uma ferramenta importante para os
1
Programas de Gerenciamento de Segurança e Manutenção da Integridade Mecânica para
aquelas industrias que desejam estender a vida útil destes sistemas com eficiência de
segurança e de custos.
Figura 1: Distribuição por causa de falha das 170 maiores perdas na indústria
mundial ocorridas entre 1962 a 1992
2
Figura 2: Distribuição das falhas em equipamentos
A freqüência e custo das 170 maiores perdas na industria mundial entre 1962 e
1992 cresceram significativamente neste período. Este crescimento valida a necessidade
de investimentos contínuos para revisar e atualizar os programas de manutenção e
inspeção relativos a plantas nucleares e outras industrias de alta tecnologia com o objetivo
de reduzir custos e aumentar os níveis de segurança.
3
Figura 3: Evolução da freqüência e do custo das perdas no período de 1962 a
1991
4
A filosofia de defesa em profundidade é também proeminente quando usamos
critérios de risco ou os resultados da APS somados ao processo de tomada de decisão
regulatório, tanto nas metodologias baseadas no risco como naquelas que utilizam a
informação do risco.
5
Órgãos regulatórios de diversos países possuíam representantes no grupo de
trabalho , citando-se entidades como AVN (Bélgica), HSK (Suíça) BFS (Alemanha), CSN
(Espanha), SKI (Suécia), STUK (Finlândia) e SONS (Republica Tcheca).
De forma similar à API 581, API (2001), começam a surgir diretrizes para
utilização da informação do risco na área nuclear como, por exemplo, a metodologia
ASME-WOG, ASME (1998), a metodologia do EPRI, GOSSELIN (1996), e a
metodologia SKIS, BRICKSTAD (1999).
6
O capítulo 5 apresenta o processo de difusão e aceitação das metodologias que
utilizam informação do risco no mundo. Neste capítulo é possível avaliar as diferenças na
difusão das metodologias na área nuclear e na área petroquímica.É possível também
comparar a influência da regulamentação para difusão e desenvolvimento das
metodologias nos EUA e na Europa.
7
CAPÍTULO 2
2.1 INTRODUÇÃO
Neste contexto, onde apropriado, a APS deve ser utilizada para dar suporte à
proposta de requisitos regulatórios adicionais de acordo com o 10 CFR 50.109 (Backfit
Rule), USNRC (1998), sendo então necessário o desenvolvimento e a utilização de
procedimentos apropriados para incluir a APS no processo de mudanças dos requisitos
regulatórios, garantindo, assim, que os objetivos desta política frente às regras e
regulamentos existentes serão conformes, a não ser que estas regras sejam revisadas.
8
Outro aspecto relevante é que as avaliações de APS, em suporte a decisões
regulatórias, devem ser tão realistas quanto possível e sustentadas por dados apropriados
que devem estar disponíveis para revisões.
9
Em março de 1999, a NRC recebe do General Accounting Office através do
documento “Nuclear Regulation-Strategy Needed to regulate Safety Using Information on
Risk” a recomendação de incluir, porém não se limitar, em seus objetivos, planos e
atividades, datas para estabelecer a regulamentação da metodologia de utilização da
informação do risco.
Em janeiro de 2001, a NRC solicita que seja indicada com clareza a prioridade
das atividades, além de fornecidos mais detalhes nos planos de comunicação, identificação
de recursos e ferramentas necessárias. É solicitado também que seja mostrado como as
metodologias regulatórias baseadas em desempenho irão ser integradas no processo de
regulamentação com a metodologia baseada na informação do risco.
10
utilização da Informação do Risco, uma forma de dar ao público e à indústria
nuclearinformações claras e precisas além de um expressivo papel neste processo.
11
A metodologia com o estudo piloto associado (aplicação no sistema auxiliar de
alimentação de água de um reator PWR) está sendo submetida para comentários/
aprovação das autoridades francesas de segurança.
Para a indústria do Reino Unido as propostas para adoção das metodologias que
utilizam informação do risco no gerenciamento de usinas nucleares representam uma
evolução das práticas existentes.
12
risco, será construída em fundamentações sólidas já disponíveis para gerar métodos
coerentes de otimização e gerenciamento de riscos e benefícios.
13
informação do risco permanece. Uma prova disso é que a operadora NRI REZ é um
participante ativo no ENIQ TG4, EUROPEAN COMMISSION (2001).
14
risco. Para os casos onde há aumento do risco, deve-se realizar uma análise de
custo-benefício confrontando o risco com os benefícios. A metodologia utilizada
para identificar modificações nos requisitos de licença deve ser utilizada para
identificar onde os requisitos devem ser aumentados bem como onde podem ser
reduzidos.
15
• Dados, métodos e critérios de avaliação usados para sustentar a tomada de decisão
regulatória devem ser documentados e disponíveis para revisão.
16
Elemento 1 – Definir a Modificação
1. Identificação dos aspectos das bases de licenciamento da planta que podem ser
afetados pela modificação proposta, incluindo mas não se limitando a regras e
regulamentos, o relatório final de análise de segurança, especificações técnicas,
condições e compromissos do licenciamento.
A modificação proposta deve ser avaliada para garantir que a filosofia de defesa
em profundidade e as margens de segurança sejam mantidas; que o aumento das
estimativas da freqüência de danos ao núcleo, resultantes da modificação proposta para as
bases de licenciamento será limitado a pequenos incrementos e sejam consistentes com os
objetivos da NRC. O escopo e qualidade das análises de engenharia (incluindo as análises
tradicionais e probabilísticas) que justificam a modificação proposta devem ser
apropriados em relação à natureza e ao escopo da modificação, o escopo e qualidade das
análises de engenharia devem ser baseados no como construído, como operado e como é
mantida a planta além de refletir sua experiência operacional.
17
Elemento 3 – Definir e Implementar Programas de Monitoramento
18
Elemento 4 – Apresentar a Modificação Proposta
• As Diretrizes de Aceitabilidade
19
No critério estabelecido, são definidas regiões entre dois planos gerados pela
freqüência de danos ao núcleo (CDF) ou a freqüência de significativa liberação antecipada
da contenção (LERF) ao longo do eixo das abscissas e a variação desta medida (∆CDF ou
∆LERF) ao longo do eixo das ordenadas. A aceitabilidade é estabelecida para cada uma
das regiões.
∆ CDF→
Região I
10-5 Região II
• Quando o aumento da CDF é muito pequeno, menor que 10-6 por reator-ano, a
modificação será considerada indiferente em relação ao cálculo da CDF total –
Região III;
20
• Quando o aumento da CDF está entre 10-6 e 10-5 por reator-ano, a aplicação só
devera ser considerada se a CDF total for menor que 10-4 por reator ano – Região
II;
Região I
10-6 Região II
Estas diretrizes são propostas para assegurar que aumentos na CDF e na LERF
são pequenos e consistentes com os objetivos da Comissão de Segurança.
21
CAPÍTULO 3
3.1 INTRODUÇÃO
22
critérios encontram-se no critério 10 CFR 50.55 a (a)(3)(i) na seção 50.55a “Codes and
Standards”, do 10 CRF part 50, “Domestic Licensing of production and Utilization
Facilities”, proporcionando um nível aceitável de qualidade e segurança. Como sempre,
licenciadores devem identificar como escolher a metodologia, métodos, dados e critérios
apropriados para apoio à da decisão que eles precisam tomar.
23
A indústria tem reconhecido os benefícios que podem ser obtidos a partir de
inspeções baseadas em mais e melhores informações. Além da indústria nuclear, outros
setores da indústria, particularmente refino e petroquímica estão atribuindo prioridades de
inspeção com base no nível de risco proporcionado pelas falhas. Aperfeiçoar a habilidade
de selecionar o equipamento correto no tempo certo para inspeção (targeting and timing)
oferece à indústria os seguintes benefícios potenciais:
24
O RBI é uma metodologia que somente cobre a parte dos equipamentos
pressurizados, isto é, vasos, colunas, trocadores, tubulações tanques etc. Não cobre as
falhas funcionais dos equipamentos não pressurizados como, por exemplo, instrumentos,
sistemas de controle etc. Para estes equipamentos utilizam-se técnicas como, por exemplo,
como a manutenção centrada em confiabilidade. Não sendo regra geral, porém é usual
afirmar que 80% do risco de uma instalação está associado à falha em 20% dos
equipamentos pressurizados, REYNOLDS (2000), o que confere ao RBI o status de uma
ferramenta eficaz no gerenciamento dos riscos.
25
falha é normalmente difícil de quantificar. Por conveniência, em plantas nucleares a
conseqüência da falha é freqüentemente expressa como a probabilidade condicional de
danos ao núcleo do reator, isto é, a probabilidade de dano ao núcleo dado que um
determinado componente sob determinadas considerações falhou. Assim o risco para a
planta devido ao componente i Ri é dado por:
Ri = Pi × I iB [3.1]
Onde:
Pi é a probabilidade de falha do componente i e I iB , importância de Birnbaum
a CDF condicional, dado que equipamento i falhou.
B
O valor I i é disponibilizado pela APS e um vez que o risco alvo, ou seja o
risco associado com as falhas estruturais, I W , a probabilidade de falha de cada
componente pode ser calculada através da equação a seguir:
Pi =
(I )
W [3.2]
(I )
i
B
i
26
Uma vez que:
∂R [3.3]
= I iB
∂Pi
[3.4]
∂R
I W
= Ri *
∂Pi
27
Após mais de vinte anos de experiência em operação de usinas nucleares de
potência e tendo em mente o fato que nenhuma nova usina ou novo tipo de usina, que
pudessem somar um novo mecanismo de degradação, foram postos em serviço, é lógico
assumir que possível um meio de seleção de soldas para inspeção em serviço mais
eficiente e com novas tecnologias. Também, recentes avanços nas metodologias de
inspeção baseadas em risco têm demonstrado que a conseqüência da falha de um
determinado trecho de tubulação em termos da segurança do reator é um aspecto tão
importante na seleção do local da inspeção quanto à probabilidade de falha neste local.
28
CAPITULO 4
4.1 INTRODUÇÃO
• Definição do sistema;
• Avaliação de risco qualitativa;
• Análise de risco quantitativa incluindo análise de modos efeitos e criticalidade para
selecionar e hierarquizar os componentes para inspeção;
• Seleção da probabilidade de falha para os componentes individuais, utilizando
métodos de distribuição para manter a contribuição do risco de todos os
componentes abaixo do risco total estabelecido como critério;
• Determinação da eficiência do programa de inspeção em manter a probabilidade de
falha dos componentes abaixo dos valores estabelecidos utilizando métodos de
decisão através da análise do risco com técnicas de confiabilidade estrutural e
avaliação de riscos.
29
Figura 8: Fluxograma de Encadeamento das Etapas de um programa de Inspeção em
Serviço com Informação do Risco.
30
Existem várias metodologias propostas para implementação de programas de
RI-ISI para inspeção em tubulações em usinas nucleares de potência. De uma maneira
geral todas devem seguir os passos apresentados na figura 8 que mostra o encadeamento
das etapas de um programa de inspeção em serviço com informação do risco.
31
Em seguida, é realizada a estimativa da probabilidade de falha em função dos
mecanismos de degradação identificados. A probabilidade de falha é estimada através da
utilização de códigos de avaliação de risco e confiabilidade estrutural (SRRA) que
incluem efeitos de dados históricos, dados de defeitos de fabricação, estimativas do nível
de tensão residual ou de projeto e considerações de especialistas.
32
APS / IEP
Regra da Manutenção
Identificação dos
sistemas
Dados de Falha
Opinião de especialistas Hierarquização
dos Componentes
Medida de Importância do Onde focalizar os Recursos
Risco da ISI / IST
Critérios Determinísticos /
Operacionais Equipe
Multidisciplinar
33
Um exemplo de aplicação da metodologia apresentada na figura 8 é o estudo
piloto realizado na da usina nuclear, Millstone 3, que tinha como principal objetivo
mostrar os benefícios da utilização de tecnologias baseadas no risco para reduzir os custos
de operação e manutenção associados com a inspeção de componentes de plantas de
potência nuclear, enquanto se mantém um alto nível de segurança
34
4.3 A METODOLOGIA EPRI
A avaliação dos riscos é então realizada para cada sistema, e consiste nas
avaliações de conseqüências dos mecanismos de degradação. Uma análise de modos de
falhas, efeitos e criticalidade é utilizada para desenvolver a categorização das
conseqüências em alta, média e baixa para cada segmento. Esta hierarquização é baseada
na análise probabilística de segurança específica da planta.
• Exposição à radiação;
• Acessibilidade;
• Estresse ou fadiga;
• Experiência em serviço;
• Exposição ao dano;
• Distribuição da local selecionado dentro do segmento.
35
Estes fatores podem ser hierarquizados conforme a Tabela 1, fornecendo um
método comparativo para seleção.
Exposição a
alta baixa
radiação
acessibilidade pobre fácil
estresse ou fadiga baixa alta
Experiência de
bom pobre
serviço
Exposição ao dano periódica contínua
Distribuição dos
locais selecionados
para inspeção assimétrica representativa
dentro do
segmanto
Os eventos iniciadores são aqueles que podem ocorrer como resultado de uma
falha de tubulação. Em geral cada conseqüência de segmento associada com o evento
iniciador é hierarquizada com base na probabilidade condicional de danos ao núcleo
(PCDN). De acordo com as diretrizes do procedimento do EPRI as conseqüências de
segmentos associadas com segmentos iniciadores foram hierarquizadas com os seguintes
intervalos para probabilidade condicional de danos ao núcleo.
36
Alta PCDN > 1,0 E-04
Média 1,0 E-06 < PCDN < 1,0 E-04
Baixa PCDN < 1,0 E-06
partida
Rotina desligamento
I N/A N/A N/A N/A
operacional prontidão
recarga
Trip do
2,03 5,95 E-06 2,93E-06 médio
reator
Perda do
Ocorrência
sistema de
II operacional 0,25 8,99E-07 3,59 E-06 Médio
conversão de
antecipada
potência
Trip da
0,76 2,27E-06 2,98 E-06 Médio
turbina
Eventos Perda de
III não potência fora 5,84E-02 1,72E-06 2,95E-05 Médio
freqüentes da usina
37
Freqüência Freqüência
Categoria Tipo do Descrição PCDN Hierarquiza
do evento de dano ao
de evento evento do evento (freq. CDF / –ção do
iniciador núcleo
iniciador iniciador iniciador freq. IE) segmento
(1/ano) (1/ano)
Perda da
bomba de
7,38E-02 2,14E-07 2,90E0-06 Médio
água de
serviço - A
Perda da
bomba de
7,38E-02 2,04E-07 2,77E-06 Médio
água de
serviço - B
Vazão
excessiva de
9,40E-04 1,87E-09 1,99E-06 Médio
água de
alimentação
Falhas
Perda total
IV limites ou
do sistema
acidentes 5,45E-03 2,14E-06 3,92E-04 Alta
de água de
serviço
Pequeno
5,00E-03 1,71E-06 3,43E-04 Alta
LOCA
38
exposição e número de trens redundantes não afetados conforme a Tabela 3.
39
A falha de tubulação pode causar além do evento iniciador, um impacto no
sistema de mitigação. Nestes casos, deve-se utilizar a Tabela 4 para classificação.
Potencial de
Mecanismo de Degradação
Falha
40
Potencial de
Mecanismo de Degradação
Falha
Fadiga térmica
Fadiga / Quebra por corrosão
SCC (IGSCC, TGSCC, PWSCC, ECSCC)
Médio
Corrosão por ataque local (MIC, O2, micro -
fissuração)
Erosão / Cavitação
Nenhum Mecanismo de degradação Baixo
41
Estes resultados são utilizados na avaliação final do risco para dividir o sistema
em segmentos de tubulação definidos como trechos de tubulação cujas falhas possuem o
mesmo mecanismo de degradação e conseqüências. Os segmentos de tubulação são
agrupados em três regiões de risco, alto, médio e baixo, oriundas da classificação das sete
categorias de riscos. O número de elementos selecionados para inspeção é baseado na
região de risco segundo o seguinte critério:
No estudo realizado para a usina Arkansas Nuclear One Unit 2 (ANO-2), que
foi escolhida por ser uma planta representativa das usinas do fabricante Combustion
Engineering, foram selecionados 100 locais para inspeção, o que significa uma redução de
69,9% quando comparados com os 332 locais selecionados pelo método baseado no
ASME seção XI. O custo para a avaliação baseada em riscos para os 10 sistemas
analisados foi estimado em US$ 520.000 baseado no consumo de 5200 horas de trabalho
estimadas em US$ 100 a hora, EPRI (1997).
42
4.4 A METODOLOGIA SKIFS
Índice de Conseqüências
1 2 3
1 A A B
Índice de
Danos
2 A B C
3 B C C
Figura 10: Matriz Utilizada na Suécia para Seleção de Componentes para Inspeção em
Serviço
43
capacidade do sistema de mitigar a falha do componente. Na prática, o índice de
conseqüências é determinado basicamente pelo diâmetro do componente e se o sistema
está conectado acima ou abaixo do nível de água do vaso pressurizado do reator. O índice
de conseqüências 1 corresponde às conseqüências mais severas.
44
Desta forma pode-se quantificar os benefícios do procedimento do RBI em
relação ao programa corrente.
1 Selecionar 100%, de todas as locações com CDF ≥ 1,0 E-09 (risco muito
alto, risco alto e risco médio);
2 Selecionar 10% de todas as locações com 1,0 E-10 ≤ CDF < 1,0 E-09 (risco
baixo);
3 Selecionar 0% de todas as locações com risco muito baixo
45
Tabela 7.: Número de locações selecionadas e CDF por sistema
46
Figura 11: Comportamento da freqüência de danos ao núcleo para 118 locações no Novo
Programa de Inspeção em serviço
47
Figura 12: Comportamento da freqüência de danos ao núcleo para 357 locações
no Programa de Inspeção em serviço corrente
48
4.5 A METODOLOGIA API
Em 1993 a industria de óleo e gás junto com a API, criou, para a industria
petroquímica e de refino, um projeto para desenvolver uma metodologia de RBI para
equipamentos estáticos. Esta metodologia gerou a norma API-RP – 581, API (2001)
49
Figura 13: Fluxograma da Metodologia de RBI Quantitativo
50
vários mecanismos de danos à probabilidade de falha. Modelos simplificados são
utilizados para equiparar os dados disponíveis. A metodologia API utiliza a técnicas de
atualização Bayesiana para contabilizar a redução na probabilidade de falha baseada na
eficiência da técnica de inspeção, possibilitando identificar e controlar o dano antes da
falha.
• Inflamáveis / Explosivos
• Toxidade
• Ambiental
• Interrupção da produção
Uma das maiores limitações no uso de RBI para dutos é a falta de precisão nos
dados utilizados na quantificação dos riscos. Esta falta de dados é exarcebada pelo fato da
51
maioria das linhas operarem em condições seguras e apresentarem baixa freqüência de
falha.
52
Estes dutos estão susceptíveis a um problema típico, que é a deterioração do
revestimento devido à exposição á luz do sol e à água do mar. Com o tempo, a proteção
catódica deixa de proteger o duto durante o ciclo seco quando a zona de arrebentação está
na maré baixa.
53
Tabela 8.: Dados da Análise do Sistema de Dutos Lagogas
54
inspeção completo pode ser realizado a cada quatro anos a um custo aproximado de US$
50,000, o que levará a uma economia de US$150,000 por ano, para os três anos nos quais
as inspeções não serão realizadas.
Portanto, o custo anual para os dois tipos de unidade (óleo e gás) representará
US$175,000, com uma economia potencial de US$525,000.
Figura 15: Custos Correntes e Previstos para inspeção em linhas verticais em unidades
offshore
55
4.6 COMPARAÇÃO ENTRE AS METODOLOGIAS WOG-ASME, EPRI,
SIKIFS E API
A maior diferença entre as quatro metodologias está nos meios para realizar os
passo da seleção do objeto de análise a etapa de hierarquização para tomada de decisão, e
a principal distinção está entre a utilização de métodos qualitativos e quantitativos.
56
CAPÍTULO 5
5.1 INTRODUÇÃO
Através da pesquisa realizada pelo MPA Stuttgart durante o ano de 1999 e início
do ano 2000, JOANOVIC (2001), com o objetivo de estabelecer as necessidades da
indústria européia em relação às metodologias que utilizam informação do risco ou nele
baseadas, foi possível mostrar que, tanto na Europa como nos Estados Unidos, havia um
alto nível de interesse dos operadores de usinas nucleares de potência em migrar das
metodologias tradicionais para as que utilizam a informação do risco nas atividades de
gerenciamento, inspeção e manutenção.
57
Figura 16: Distribuição das Metodologias de RBI utilizadas
No final do ano de 2001 com a evolução dos estudos realizados pelos grupos de
trabalho, tanto nos EUA como na Europa, várias aplicações já haviam sido realizadas. Nos
EUA 62 (45 utilizando metodologia EPRI, 13 Westinghouse e 4 Enertech/Westinghouse)
aplicações de inspeção em serviço com informação do risco já haviam sido realizadas e
submetidas à NRC, EUROPEAN COMMISSION (2001). Destas 14 (9 utilizando
metodologia EPRI, 3 Westinghouse e 2 Enertech/Westinghouse) já estavam aprovadas. Na
58
Europa 14 (1 utilizando metodologia EPRI, 10 Westinghouse e 3 Westinghouse / EPRI)
aplicações já haviam sido realizadas em países como a Finlândia, Espanha, Suíça e Suécia.
Na Ásia a Coréia estava realizando uma aplicação com a metodologia WOG-ASME,
EUROPEAN COMMISSION (2001).
59
do RBI adotada pela indústria petroquímica a API 581, API (2001), enquanto que na
Europa a difusão é guiada pela regulamentação.
60
Figura 18: Inter-relação de Documentos nos EUA na área Petroquímica
61
Figura 19: Inter-relação de Documentos na Europa na Área Nuclear
62
O documento central europeu já surgirá contemplando a evolução das
metodologias de RI-ISI e de RBI para as metodologias de gerenciamento da planta com
informação do risco uma vez que a manutenção e a inspeção têm sido atividades
tradicionalmente separadas e a visão moderna de gerenciamento das plantas mostra a
integração destes departamentos e a futura integração dos esforços para minimizar o
tempo de parada e reduzir o custo de produção.
63
CAPÍTULO 6
CONSIDERAÇÕES FINAIS
6.1 CONCLUSÕES
64
determinísticas na definição do escopo da Inspeção em Serviço. O desenvolvimento de
programas de RI – ISI contribui para a otimização dos recursos dos órgãos regulatórios e
da indústria, nos EUA e na Europa, destinados à proteção adequada da saúde e segurança
do público.
65
A exemplo dos EUA e de diversos países europeus, o caminho para países como
o Brasil, implementar programas de RI-ISI consiste na realização de estudos pilotos
envolvendo as metodologias utilizadas nas aplicações realizadas até o momento. Devem
ser realizadas aplicações qualitativas e quantitativas, de escopo parcial e completo e em
sistemas Classe 1, 2 e 3, para que se possa avaliar o nível de flexibilidade das diretrizes
regulatórias vigentes no país.
Estudos devem ser realizados para avaliar o quão flexíveis são as diretrizes
regulatórias brasileiras com relação à freqüência de inspeção visando otimizar custos e
exposição à radiação.
66
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70