Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Estudos recentes, que compararam sistemas que utilizam trigo no inverno e soja no
verão com sistemas que retiraram o trigo do inverno e anteciparam a semeadura de soja
com foco em aumento de rendimento de grãos dessa cultura, mostraram, em diferentes
regiões do Sul do Brasil, que a manutenção da cultura do trigo ainda é a melhor opção,
tanto do ponto de vista da produção total de grãos quanto da quantidade de recursos que
sobram na propriedade a cada ano. Mesmo nas regiões mais frias, onde há atraso da
semeadura da soja pela colheita tardia do trigo ainda a melhor opção é manter o trigo no
inverno e ajustar a escolha de cultivares de soja que tenham melhor desempenho
produtivo em semeaduras tardias.
O Brasil tem uma área de 10 milhões de hectares aptos e com tecnologias disponíveis
para cultivo do trigo. Produziu, na safra de 1997, numa área de 1.488 milhão de
hectares, cerca de 2,5 milhões de toneladas, cujo valor da produção obtida foi de
aproximadamente R$ 364,8 milhões. Em 1996 havia cultivado 344 mil hectares a mais
(+ 18,8%). Isso determinou um equivalente a não obtenção de 619 mil toneladas de
trigo em 1997 ou a não geração de recursos da ordem de R$ 89,9 milhões. Por outro
lado, importou-se cerca de R$ 1 bilhão em trigo, o que daria para financiar
aproximadamente 4 milhões de hectares no país.
Apenas com a redução de área, ao nível nacional, houve um decréscimo de 23 mil
postos de trabalho e no Rio Grande do Sul de 7,3 mil (equivalente a uma redução, da
safra de 1996 a 1997, de 109 mil hectares não cultivados com trigo), somente nas
lavouras.
A produção mundial de trigo está estimada em 753 milhões de toneladas (USDA) para o
ano de 2017. O engenheiro agrônomo da Emater Regional de Passo Fundo Cláudio
Dóro destaca que o trigo é o alimento mais importante para a subsistência da
humanidade. No Brasil o consumo deste cereal está estimado em 11 milhões de
toneladas de valor comercial de aproximadamente em R$ 6,6 bilhões. “Adequadamente
balanceado para fins nutricionais em seus valores energéticos e protéicos, serve de
componente básico à moderna culinária dos “fast-food” e dos tradicionais setores
industriais de panificação, pastifício, biscoitos, bolos e confeitos. Historicamente, no
Brasil, o trigo tem sido tratado oficialmente como alimento estratégico, quando não,
como segurança alimentar”, enfatiza.
Uma propriedade de 30 hectares, por exemplo, não sustentaria uma família com três
adultos se dependesse exclusivamente de um cultivo anual, mesmo com a soja a preços
altos como os praticados até a safra 2015/2016, explica Bacaltchuk. “O trigo mantém
três pessoas trabalhando na propriedade e outras seis na cadeia produtiva, ou seja, mão
de obra antes e depois da porteira que fazem girar recursos para a manutenção de
famílias em uma vasta região predominantemente urbana e dependente da renda rural”,
argumenta. Porém, quando a política do país, continua sendo de autoabastecimento e
não exporta, ele fica restrito a poucos compradores. “Mais de 11 milhões de toneladas
consumidas, porém o trigo nacional representa, meramente 60% deste consumo e o
trigo, principalmente, o Argentino, representa mais de 5 milhões de toneladas todos os
anos. Trigo é uma moeda de troca para remunerar manufaturados, e a política
consolidada desde a criação do Mercosul era que trocaríamos manufaturados por trigo e
desta forma não estimulamos o seu cultivo”
As cinzas será determinada a quantidade de matéria mineral (em percentual) com base
na perda de peso da amostra (10 g do triturado do grão ou da farinha), após ser
submetida à calcinação em mufla a 900 °C, seguindo-se de resfriamento em dessecador
por 1 hora (IACC, 1976)