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CULTURA

O feijão preto é originário da América do Sul e era chamado pelos guaranis de comanda,
comaná ou cumaná.

Dois fundos genéticos ou centros de origem foram identificados; um na Mesoamérica e


outro na América Andina (Voysest, 1998c; 2000). O primeiro centro caracteriza-se
principalmente por apresentar sementes de forma elíptica e romboidal. Enquanto isso, na
América Central Andina, são produzidas sementes em formato de rim, cilíndricas e
redondas. Em ambas as coleções, as sementes apresentam cores variadas do preto ao
branco e com listras ou combinação de cores.

O feijão preto é mais popular no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, sul e leste do Paraná,
Rio de Janeiro, sudeste de Minas Gerais e sul do Espírito Santo. No restante do país este
tipo de grão tem pouco ou quase nenhum valor comercial ou aceitação.

Descrição

É uma planta de hábito de crescimento indeterminado, porte ereto e um guia curto no final
do caule principal. É bastante ramificada e tende a agrupar a maior quantidade de frutos no
eixo principal.

Frutos

Os grãos vêm em vagens que são curvas e de cor creme quando maduras. Sob certas
condições ambientais podem ter pigmentação marrom ou roxa. As sementes são pretas
opacas, alongadas, de tamanho pequeno, com 18 a 25 g / 100 sementes.

Ciclo vegetativo

A semente floresce 35 dias após a germinação. A maturação dos frutos ocorre entre 65 e 75
dias após a germinação e a colheita ocorre entre 78 e 80 dias. Permite muito bem uma
colheita mecanizada.

Solos favoráveis para seu cultivo

Apesar de admitir uma ampla gama de solos, os mais indicados são os solos leves, de
textura silicoso-siltosa, com boa drenagem e ricos em matéria orgânica. Em solos
fortemente argilosos, com muito calcário e muito salinos, vegeta mal, sendo muito sensível
ao alagamento, de forma que a irrigação excessiva pode ser suficiente para prejudicar a
cultura, deixando a planta com a cor de palha e atrofiada. Os valores adequados de pH
variam entre 6 e 7,5, embora em solo arenoso se desenvolve bem com valores de até 8,5.
Se o solo for leve e arenoso, adiciona-se uma quantidade generosa de turfa úmida,
composto ou esterco maduro. Se a drenagem não for boa, forma-se um cacho ou uma
pequena elevação e semeia-se na parte superior. Se o solo for muito ácido, adiciona-se cal.

Beneficios

São alimentos ricos em micronutrientes, como potássio, magnésio, folato, ferro e zinco, que
são importantes fontes de proteína em dietas vegetarianas. são ricos em fibras e têm
abundância de cálcio e fósforo, contribuindo para a saúde óssea. Além disso, possuem
antioxidantes, que ajudam a reduzir o risco de alguns tipos de câncer e as doenças
cardiovasculares.

Problemas

A produção de feijão é afetada por diversos fatores, como riscos ambientais, bioestresse,
políticas governamentais dos países. A cultura também está sujeita a várias doenças,
principalmente sob altas temperaturas e excesso de umidade. Os maiores custos de
produção de feijão seco podem incluir sementes, pulverizações, mão de obra extra durante
a colheita, especialmente em regiões com escassez de pessoal.

BRASIL
Tradicionalmente, os países que mais consomem feijão são também os que mais
produzem. É o caso do Brasil, maior consumidor e também maior produtor de feijão do
mundo. No ranking do consumo, é seguido por Índia, China e México.

Os principais produtores mundiais de feijão são: Mianmar, Índia, Brasil, China, Tanzânia,
Uganda, Estados Unidos, México, Quênia e Burundi (FAOSTAT, 2021). Os maiores
importadores são Índia, China, Bangladesh, Estados Unidos e Egito

O País tem três épocas distintas de plantio, favorecendo a oferta constante do


produto. O ciclo curto é uma vantagem para o produtor, que adequa seu plantio a
uma janela menor, sem precisar sacrificar a produção de outros grãos no mesmo
ano-safra.

Os maiores produtores são Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás e Bahia. Entre as
regiões, o Nordeste tem área maior que a soma das áreas de Sul, Sudeste e Centro-Oeste
(1,46 milhão de hectares contra 1,38 milhão de hectares), mas a produtividade prevista para
2021/22 (443 kg/ha.) é de apenas 25% a 31% que têm índices entre 1.400 kg/ha. a 1.800
kg/ha. (CONAB, 2021a).
A Região passou a ser a maior produtora nacional na safra 2019/2020, mas a maior queda
de produção em relação ao Brasil e a outras Regiões fez com que ela ficasse na quarta
posição entre as cinco Regiões do País, na safra seguinte, devendo manter essa posição
na atual safra (2021/2022)

O consumo de feijão sofre influência da sazonalidade, caindo entre dezembro e fevereiro,


por conta das festas de fim de ano e das férias escolares. Geralmente, em abril, com a
entrada da safra da seca na comercialização, os preços se reduzem (CONAB, 2021c). Os
preços, atualmente caminhando para a estabilidade, tiveram a curva de alta prolongada, até
maio de 2020, muito por conta da pandemia (Gráfico 1), aumento das refeições em casa e
perda de produção decorrente de problemas climáticos no Centro-Sul.

PARANÁ
O Estado também é o que mais produz feijão preto no País, com 66% de participação. O
Paraná é o maior produtor de feijão do Brasil, com 21,67% de participação em nível
nacional, segundo a Produção Agrícola Municipal, pesquisa feita pelo IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística) com dados relativos a 2019.

Responsável por um quarto da produção nacional, Paraná avança


na colheita de feijão

Os produtores de feijão no Paraná conseguiram avançar de forma satisfatória na colheita da


atual safra de feijão durante a última semana, retirando da terra produto de boa qualidade,
mas a ocorrência de chuvas desde o último domingo trouxe nova preocupação.". O assunto
é analisado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da
Agricultura e do Abastecimento (Seab), no Boletim Semanal de Conjuntura Agropecuária
referente ao período de 27 de maio a 02 de junho.

Da projeção feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de que a produção


brasileira de feijão em 2022 será de 3,1 milhões de toneladas, o Paraná deve participar com
26%, produzindo cerca de 798,7 mil toneladas. O volume engloba as três safras e
representa a somatória dos três tipos: o feijão de cores, no qual tem predominância o
carioca, o preto e o caupi.

TOCANTINS
Para o Tocantins, na safra 2020/2021, os dados da Companhia Nacional de Abastecimento
(Conab) apontam crescimento expressivo em área plantada de feijão caupi, em torno de
73,7% na primeira safra e de 74% na safrinha. Já para a produção, o aumento foi de 132%
e 92% para a primeira e segunda safras respectivamente. O feijão caupi irrigado nas
várzeas tropicais ocupa, atualmente, a maior área plantada de segunda safra, sendo
superior a 27 mil hectares com produção de 28 mil toneladas.

Na safra de verão 2019/2020, foi cultivada uma área de 4,38 mil hectares, aumentando para
7,61 mil hectares, um incremento de 73,7% no plantio, nesta safra 2020/2021.

Para o engenheiro agrônomo da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e


Aquicultura (Seagro), Thadeu Teixeira essa expressividade é resultado das boas práticas
agrícolas implementadas pelos produtores, além de variedades adaptadas e as condições
edafoclimáticas para alcançar elevados rendimentos do feijão, conseguindo em média 876
kg por hectare, na safra atual, contra os 655 kg por hectare, na safra passada, um
crescimento de 33,8% na produtividade.

NOTÍCIAS
Produção de feijão-preto supera consumo em cerca de 100 mil toneladas

Publicado: Segunda, 30 de Maio de 2022, 10h00

Neste ano, a produção brasileira de feijão-preto deverá superar pela primeira vez o
consumo interno. Enquanto a demanda pelo produto gira em torno de 520 mil
toneladas, a colheita na safra 2021/22 está estimada pela Companhia Nacional de
Abastecimento em 619,3 mil toneladas, uma diferença de aproximadamente 100 mil
toneladas. A análise está publicada na edição mais recente do Boletim Agro Conab,
divulgado na última sexta-feira (27).

A maior parte do feijão-preto no país é cultivada nas duas primeiras safras da


leguminosa, sendo que 70% da produção total se concentra no estado do
Paraná. “Com os preços de mercado mais atrativos para os produtores no
começo do ano, quando comparado com a variedade cores, houve uma
inversão de comportamento entre os produtores paranaenses neste ano. No
Paraná, o cultivo é majoritariamente carioca na segunda safra. No entanto, na
atual safra a escolha pelo feijão-preto foi preponderante nas duas primeiras
safras do estado”, explica o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas
Agrícolas da Conab, Sergio DeZen.

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