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ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO


DEPARTAMENTO DE ECONOMIA RURAL

ANÁLISE DA CONJUNTURA AGROPECUÁRIA

SAFRA 2008/09

OLERICULTURA

Economista Marcelo Garrido


Engenheiro Agrônomo Mauricio Lunardon
Outubro de 2008

INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, a produção de hortaliças vem ganhando importância


na agricultura paranaense. A participação deste setor no valor bruto da
produção, na safra 2006/07, foi de 5%. Este índice seria maior, não fosse o
bom momento pelo qual passa a produção de grãos, especialmente soja e
milho que, juntas, representam 31% do VBP do Paraná que atualmente é o
principal estado produtor de grãos.

HORTALIÇAS - PARANÁ - PARTICIPAÇÃO NO VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO


em 2007

Principais
Culturas
Frutas
46%
2%
HORTALIÇAS E
ESPECIARIAS
5%

Florestais
10%

Pecuária
37%

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Entre os fatores que têm contribuído para o crescimento da olericultura
está o crescimento da demanda devido à preocupação crescente das pessoas
com a saúde e a qualidade de vida. Esta é uma tendência mundial e
certamente influi no consumo de hortaliças, uma vez que, este grupo de
alimentos, por inúmeras razões, tem como característica básica a promoção da
saúde.

No Paraná, a produção de hortaliças é desenvolvida predominantemente


por agricultores familiares e normalmente com limitação de área para o plantio.
Optaram por essa atividade porque ela permite a obtenção de maior
rentabilidade por área, relativamente à produção de grãos, que exige escala
para ser viável economicamente.

O cultivo das hortaliças se caracteriza pelo uso intensivo de mão-de-


obra e isto faz com que seja necessária, além da familiar, a contratação de
trabalhadores rurais, principalmente nas fases de plantio e colheita. Desse
modo, fica evidente a importância social dessa atividade.

O mercado de hortaliças se caracteriza por uma intensa flutuação de


preços, isto em razão do clima que influi no rendimento das lavouras e na
qualidade dos produtos. As características de sazonalidade e perecibilidade
também têm efeito sobre os preços.

Em determinados períodos, a oferta se sobrepõe à demanda e, por isso,


muitas vezes o preço fica abaixo do custo de produção, em outros, a oferta é
reduzida, ou ausente, sendo necessário trazer produto de outras regiões, o que
eleva ainda mais o preço, pois é incluído o custo de intermediação, frete,
impostos, etc. Sendo assim, o mercado de hortaliças caracteriza-se por uma
troca intensa de mercadorias entre regiões e exige do produtor a busca
constante por informações sobre a expectativa de plantio, época de colheita e
situação das lavoras em outros Estados.

Nos últimos anos, o fluxograma da comercialização dos produtos


hortifrutigranjeiros vem sofrendo alterações. Atualmente, as grandes redes de
supermercados comercializam a maior parte da produção e para isso possuem
Centrais de Distribuição. Muitos produtores entregam diretamente nestas
centrais ou nas lojas. No passado, a maioria das transações comerciais
ocorriam nas CEASA’s - Centrais de Abastecimento do Paraná -. Esta nova
relação comercial pode gerar conflito. Às vezes ocorre de o produtor não estar
apto para atender as exigências do mercado, mas, também ocorre, segundo
produtores, de o supermercado abusar das exigências. Esta questão já foi
tema de uma Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI - na Assembléia
Legislativa do Paraná.

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REGIÕES PRODUTORAS

A olericultura paranaense destaca-se pela diversidade de produtos, isto


porque, devido à sua extensão territorial, o Paraná possui regiões com
condições de clima e solo diferentes. Na região centro-sul do estado, durante o
inverno, é grande o risco de ocorrência de geadas, sendo necessário tomar
medidas de proteção como, por exemplo, o uso da plasticultura, cobertura com
TNT (tecido não tecido), irrigação, etc. Além disso, nessa região pode-se dizer
que o solo é mais “leve” ou menos argiloso relativamente à região norte e por
isso, mais adequado à produção de batata e cebola. Na região norte, ao
contrário, é mais quente e o risco de ocorrência de geadas é menor.

Na Região Metropolitana de Curitiba, que é a principal produtora do


Estado, todos os anos ocorrem geadas, variando de intensidade, e isto afeta a
dinâmica da produção de hortaliças no Paraná. No inverno, reduz a área
plantada e as regiões norte e litoral, com risco menor de geada, passam a ter,
nesse período, uma participação maior no abastecimento do mercado
paranaense.

A participação da Região Metropolitana de Curitiba diminuiu em relação


ao passado recente. Surgiram novos pólos de produção, como por exemplo, as
regiões de Marilândia do Sul, Cascavel e Foz do Iguaçu, além do natural
fortalecimento da produção em torno de Londrina e Maringá. Ao contrário do
que ocorre nestes “cinturões verdes” que se caracterizam pela diversidade de
produtos, as regiões de Ponta Grossa, Irati e Guarapuava apresentam certo
nível de especialização. Nessas regiões predominam as culturas de alho,
batata e cebola, que são cultivadas em áreas maiores e com elevado nível de
tecnologia.

A produção do norte pioneiro, por estar próximo a São Paulo, mantêm


um fluxo intenso de mercadorias com a Central de Abastecimento de São
Paulo – CEAGESP - e isto tem influenciado o desenvolvimento da olericultura
na região.

O litoral do Estado é importante na produção de hortaliças,


principalmente durante o inverno, isto porque, o risco de ocorrência de geadas
é menor. Neste período, produtores da região, com destaque para o município
de Morretes, intensificam a produção, principalmente daquelas espécies mais
sensíveis ao frio.

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No período de 2000 a 2006, observa-se que a produção de hortaliças no
Paraná teve um crescimento de 37,5%, passando de 1,714 millhão de
toneladas para 2,357 milhões, que corresponde a um crescimento médio de
aproximadamente 6% ao ano.

PARANÁ - EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE HORTALIÇAS


2000, 2002, 2004 e 2006

2.357.312
2.500.000 2.130.000
2.044.635
2.000.000 1.714.177
tone ladas

1.500.000

1.000.000

500.000

0
2000 2002 2004 2006
ANO
Fonte: SEAB/DERAL

Em 2007, a área total cultivada com hortaliças no Paraná foi de quase


110.000 hectares. O volume total produzido atingiu 2.712.428 toneladas, que
corresponde a um aumento de 15% em relação ao ano anterior. O principal
fator responsável por este impulso foi a estabilidade da economia que permitiu
um aumento na renda média da população, a qual pôde, assim, melhorar a
qualidade da sua alimentação. Além disso, a maior disponibilidade de crédito,
seguida por uma melhoria da tecnologia adotada na condução das lavouras,
também teve efeito sobre a produção.

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A principal hortaliça produzida foi a batata, tanto em termos de área
plantada como em volume de produção. Porém, quando se analisa o valor
bruto da produção, o tomate passa a ser a principal olerícola cultivada no
Paraná, isto porque a produtividade média das lavouras foi alta e os preços
recebidos pelos produtores em 2007 se mantiveram acima do custo de
produção. Ainda analisando o valor bruto da produção, depois do tomate e
antes da batata, aparece a couve-flor, em razão de ser um produto com alto
valor unitário.

Embora o DERAL não faça levantamento de número de produtores,


estima-se que sejam cerca de 47.000 olericultores no Paraná, isto baseado em
dados de área média por produtor, por cultura e avaliando os principais
sistemas de produção. Vale lembrar que, normalmente, neste segmento da
olericultura, um só produtor cultiva diversas hortaliças, somente nas culturas de
alho, batata e cebola percebe-se algum nível de especialização.

PARANÁ – PRODUÇÃO DE HORTALIÇAS – SAFRA 2006/06

CULTURA ÁREA PRODUÇÃO PRODUTIVIDADE


Hectares Toneladas Kg/ha
1 Batata inglesa 27.546 615.563 22.347
2 Tomate 4.810 319.061 66.333
3 Repolho 6.355 250.802 39.465
4 Aipim 10.889 211.579 19.431
5 Cenoura 6.797 201.133 29.591
6 Melancia 4.997 129.099 25.835
7 Cebola 6.775 108.776 16.055
8 Couve-flor 3.182 100.196 31.488
9 Beterraba 3.219 82.602 25.661
10 Pimentão 2.391 82.583 34.539
11 Batata doce 4.263 75.832 17.788
12 Abóbora 4.094 72.649 17.745
13 Alface 3.608 69.792 19.344
14 Pepino 2.367 53.698 22.686
15 Chuchu 1.206 47.853 39.679
16 Batata salsa 3.105 33.394 10.755
17 Abobrinha 1.766 31.239 17.689
18 Feijão-vagem 1.120 16.879 15.071
19 Morango 606 16.480 27.195
20 Berinjela 491 12.706 25.878
21 Salsa 330 5.501 16.670
22 Rabanete 236 3.899 16.521
23 Alho 799 3.788 4.741
Outras olerícolas 8.697 167.324 19.239
Total 109.649 2.712.428 24.737
Fonte: SEAB/DERAL

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PARANÁ - HORTALIÇAS - VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO - SAFRA 2006/07

CULTURA VBP(R$)
TOMATE 298.129.773,42
COUVE FLOR 231.322.668,76
BATATA 198.111.974,89
CENOURA 116.216.346,26
PIMENTÃO 67.470.851,20
REPOLHO 65.853.134,39
BETERRABA 49.992.673,71
BATATA DOCE 46.282.145,50
ALFACE 44.523.796,00
COUVE 38.394.845,60

BATATA

PANORAMA ESTADUAL

Na última safra (2007/08) os bataticultores do Paraná cultivaram uma


área de 27.600 hectares que produziram 652.500 toneladas de tubérculos, isto
somando os três períodos de produção: safra das águas, da seca e de inverno.

No âmbito nacional, até 1994, o Paraná foi o principal Estado produtor


de batata. Hoje é o terceiro colocado. Foi superado por Minas Gerais e São
Paulo. Na safra 1995/96 o Paraná obteve sua safra recorde. Foram colhidas
726.282 toneladas em 48.742 hectares. Comparando-se com os números
atuais fica evidente que a cultura teve um forte avanço tecnológico. A
produtividade média passou de 15.000 para 24.000 kg/ha. Isto pode ser
explicado, em parte, pelo novo perfil da bataticultura brasileira que passou a
exigir dos produtores maiores índices de produtividade e, principalmente,
produto com qualidade de casca. Porém, muitos não conseguiram se adaptar a
esta nova realidade, principalmente os pequenos produtores que cultivavam
variedades de batata comum e com baixo índice de utilização de insumos.

Em razão das condições de clima e solo, o cultivo da batata concentra-


se na região centro-sul do estado. A Região Metropolitana de Curitiba é a maior
produtora seguida pelas regiões de Guarapuava, Ponta grossa e Irati. Entre os
principais municípios produtores destacam-se: Guarapuava, Araucária, São
Mateus do Sul e Castro.

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A batata no Paraná é produzida praticamente o ano todo. A principal
safra, conhecida como das águas, representa 54% da produção total e a
colheita ocorre no período de novembro a fevereiro, com forte concentração em
janeiro. Na seqüência vem a safra da seca, cujo pico da colheita ocorre nos
meses de junho e julho. A safra de inverno é pequena e concentra-se na região
norte do Estado, com previsão de colheita de setembro a novembro.

No inverno, devido ao risco de ocorrência de geadas na região centro-


sul do Estado, a produção desloca-se para a região norte, mas, neste período,
o volume produzido é pequeno e destina-se basicamente à indústria e
produção de batata semente.

PANORAMA NACIONAL

Na última safra (2007/08), a produção brasileira de batata foi de 3,573


milhões de toneladas. O principal Estado produtor foi Minas Gerais, com 34%
da produção, seguido por São Paulo e Paraná.

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BRASIL - BATATA - PRINCIPAIS ESTADOS PRODUTORES
SAFRAS 2006/07 e 2007/08
2006/07 2007/08
Estados Área Rendimento Produção Produção
ha kg/ha t t
MG 40.273 27.967 1.126.306 1.204.205
SP 30.900 24.324 751.626 750.041
PR 26.913 21.988 591.754 676.785
RS 23.785 16.238 386.210 385.443
BA 7.338 37.397 274.420 291.820
GO 4.610 28.547 131.600 186.300
SC 8.681 11.808 102.507 143.657
Total 142.500 23.610 3.364.423 3.638.251
Fonte: IBGE/LSPA - julho 2008 e SEAB/DERAL (dados PR)

Embora o levantamento da safra 2008/09 ainda não tenha sido


concluído acredita-se que a produção será menor, em razão da baixa
rentabilidade obtida nas últimas safras e pelo aumento dos custos de produção.

No Paraná, a previsão do DERAL para a próxima safra das águas


(2008/09) é de que haverá uma redução de 4,4% na área plantada. A cultura
da batata perderá área principalmente para a cultura do feijão, que nos últimos
meses vem se mantendo num nível de preço bem acima do custo de produção
e, além disso, o Governo Federal definiu que o Preço Mínimo que valerá para
próxima safra será de R$ 80,00/sc. Lembramos que o Paraná é o maior Estado
produtor de feijão.

PANORAMA MUNDIAL

Segundo dados da FAO, a produção mundial de batata, em 2007, foi de


321,736 milhões de toneladas. O principal país produtor é a China, seguida
pela Rússia e a Índia. O Brasil está na 17ª colocação com 3,39 milhões de
toneladas, que representam 1% da produção mundial.

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MUNDO - BATATA - PRINCIPAIS PAÍSES PRODUTORES em 2007
PAÍS PRODUÇÃO
1 China 72.040.000
2 Russia 36.784.200
3 Índia 26.280.000
4 Ucrânia 19.102.300
5 Estados Unidos 17.653.920
6 Alemania 11.604.500
7 Polônia 11.221.100
Outros Países 127.050.463
Total 321.736.483
Fonte: FAO

CEBOLA

PANORAMA ESTADUAL

Na última safra (2007/08), os cebolicultores do Paraná produziram


102.000 toneladas de bulbos em uma área de 6.700 hectares. Com este
volume de produção é o 6º maior Estado produtor e participa com 8% da
produção nacional.

Nos últimos anos, a área cultivada com cebola no Paraná aumentou em


razão do bom retorno financeiro que a cultura tem proporcionado aos
agricultores. Além do aumento de área, a cultura teve também um significativo
avanço tecnológico; basta ver a evolução da produtividade das lavouras. Em
2000, o rendimento médio era de 12.000 kg/ha e na última safra foi de 17.000
kg/ha. Os produtores têm plantado um maior número de plantas por área e feito
uso de irrigação.

O plantio da cebola concentra-se na região centro-sul do Estado e se


encaixa perfeitamente no sistema de produção dessa região, pois utiliza mão-
de-obra num período em que outras culturas não estão demandando.

A Região Metropolitana de Curitiba é a maior produtora, seguida pela


região de Irati; juntas, representam quase 90% da produção do Estado. Irati se
destaca pelo elevado nível tecnológico, sendo que a tecnologia da semeadura
direta está bem avançada. Nesta região, muitos produtores obtêm
produtividades acima de 40.000 kg/ha, bem acima da média estadual, que é de
18.000 kg/ha.

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A colheita da cebola no Paraná tem início a partir de outubro, e segue
até o mês de março. O período de maior concentração ocorre nos meses de
dezembro e janeiro quando, normalmente, o preço cai. A comercialização se
prolonga até o mês de maio quando se intensifica a entrada de cebola
argentina no país. No Paraná, predomina o plantio de variedades crioulas, que
são mais adequadas ao armazenamento.

PANORAMA NACIONAL

De acordo com dados do IBGE, na última safra a produção brasileira de


cebola foi de 1,317 milhão de toneladas, praticamente a mesma da safra
anterior. O principal Estado produtor foi Santa Catarina, com 29% da produção,
seguido por Bahia e São Paulo.

CEBOLA – BRASIL - PRINCIPAIS ESTADOS PRODUTORES


SAFRAS 2006/07 e 2007/08
2006/07 2007/08
Estados Área Rendimento Produção Produção
ha kg/ha t t
SC 21.045 20.741 436.502 377.023
BA 10.366 23.127 239.736 245.388
SP 6.690 28.889 193.267 187.776
RS 11.164 14.471 161.559 145.127
PR 6.653 17.158 114.151 101.928
MG 1.534 44.555 68.347 115.973
PE 5.452 18.059 98.458 111.162
Total 62.922 20.657 1.299.797 1.316.901
Fonte: IBGE/LSPA - julho 2008

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O IBGE ainda não divulgou os dados da safra 2008/09, mas acredita-se
que haverá crescimento, devido ao bom retorno financeiro obtido na safra
anterior. No entanto, a área plantada na Região Sul do país será menor do que
se estimava inicialmente, isto porque, chuvas fortes, granizo e geadas
prejudicaram a produção de mudas. Porém, até agora, o desenvolvimento das
lavouras é normal e a expectativa é de que neste ano haverá aumento de
produtividade.

No Paraná, de acordo com o último levantamento de campo realizado


pelos técnicos do DERAL, a previsão é de que haverá um avanço de quase
32% na produção, passando de 102.000 toneladas na safra 2007/2008 para
134.000 toneladas na safra 2008/2009. No entanto, o crescimento da área será
de 11% em relação à safra passada, passando de 6.670 ha para 7.430 ha. Em
se confirmando essa produção, o Paraná avança uma posição no ranking de
estados produtores e passará a ocupar a 5ª colocação.

Este maior aumento da produção, em relação ao tamanho da área


plantada, se deve ao avanço tecnológico promovido pelos cebolicultores no
Paraná. Destacam-se três principais medidas que estão garantindo essa maior
produtividade: o maior uso do sistema de semeadura direta, o uso de irrigação
e o plantio de um número maior de plantas por hectare.

PANORAMA MUNDIAL

Segundo dados da FAO, a produção mundial de cebola, em 2007, foi de


64,475 milhões de toneladas. O principal país produtor é a China, seguida pela
Índia e os Estados unidos. O Brasil está na 8ª colocação com 1,306 milhão de
toneladas, que representa 2% da produção mundial.

MUNDO - CEBOLA - PRINCIPAIS PAÍSES PRODUTORES em 2007


PAÍS PRODUÇÃO
1 China 20.552.000
2 Índia 8.178.300
3 Estados Unidos 3.602.090
4 Pakistão 2.100.000
5 Turquia 1.779.392
6 Russia 1.770.000
7 Irã 1.700.000
8 Brasil 1.305.621
Outros Países 23.487.723
Total 64.475.126
Fonte: FAO

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TOMATE

PANORAMA ESTADUAL

Na última safra (2007/08), os tomaticultores do Paraná produziram


293.365 toneladas de tomate em uma área de 4.575 hectares. Com este
volume de produção o Estado é o 4º maior produtor e participa com 8% da
produção nacional.

A produção de tomate ocorre durante o ano todo, dividida em duas


safras: a 1ª safra, conhecida como “tomate safrão”, que representa 65% da
produção total do Paraná e cuja colheita ocorre a partir de novembro e se
estende até abril. Na seqüência vem a 2ª safra, chamada de “tomate risco”,
cuja colheita ocorre de março a outubro.

O tomate é produzido em praticamente todas as regiões do Paraná. No


entanto observa-se uma concentração nas regiões de Londrina, Ponta Grossa,
Curitiba e Apucarana, com destaque para os municípios de Reserva e
Marilândia do Sul.

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PANORAMA NACIONAL

Na última safra (2007/08), a produção brasileira de tomate foi de 3,581


milhões de toneladas. O principal Estado produtor foi Goiás, com 30% da
produção, seguido por São Paulo, Minas Gerais e Paraná.

BRASIL - TOMATE - PRINCIPAIS ESTADOS PRODUTORES


SAFRAS 2006/07 e 2007/08
2006/07 2007/08
Estados Área Rendimento Produção Produção
ha kg/ha t t
GO 9.820 81.673 802.030 1.087.485
SP 11.340 62.917 713.483 769.600
MG 6.879 61.267 421.455 460.873
PR 4.719 65.764 310.338 293.365
BA 5.312 39.858 211.727 254.730
RJ 2.659 74.022 196.824 206.925
PE 4.020 41.114 165.278 151.928
SC 2.308 59.256 136.764 124.576
ES 1.701 66.118 112.467 120.701
RS 2.410 43.560 104.979 110.574
Total 51.168 62.057 3.175.345 3.580.757
Fonte: IBGE/LSPA - julho2008, SEAB/DERAL (dados PR)

Segundo o IBGE, na última safra (2007/08), a produção nacional de


tomate foi de 3,581 milhões de toneladas, que representa um aumento de 12%
em relação à safra anterior. Embora o levantamento da safra 2008/09 não
esteja concluído, agentes do mercado acreditam que haverá aumento da
produção por conta da valorização do produto no 1º semestre de 2008. Porém,
no Paraná, o DERAL estima que na 1ª safra haverá uma redução de 4,1% na
área plantada, mas o volume de produção esperado é de 196.310 toneladas,
que corresponde a um aumento de 2,1%.

PANORAMA MUNDIAL

Segundo dados da FAO, a produção mundial de tomate, em 2007, foi de


126,247 milhões de toneladas. O principal país produtor é a China, seguida
pelos Estados Unidos e a Turquia. O Brasil está na 9ª colocação, com 3,356
milhões de toneladas que representa 2,7% da produção mundial.

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MUNDO - TOMATE - PRINCIPAIS PAÍSES PRODUTORES em 2007
PAÍS PRODUÇÃO
1 China 33.645.000
2 Estados Unidos 11.500.000
3 Turquia 9.919.673
4 Índia 8.585.800
5 Egito 7.550.000
6 Itália 6.025.613
7 Irã 5.000.000
8 Espanha 3.615.000
9 Brasil 3.356.456
10 México 2.900.000
Outros Países 34.149.166
Total 126.246.708
Fonte: FAO

PREÇOS E PERFIL DO PRODUTOR

Tendo em vista a evolução do preço médio recebido pelos produtores,


nos últimos dez anos, observa-se que na maioria dos produtos houve redução
de preço. Por exemplo, em 2008, o preço médio recebido pela alface até o mês
de agosto foi de R$ 5,35/9 kg. Há dez anos, este preço, devidamente
deflacionado, era de R$ 8,62. Neste mesmo período, a couve-flor passou de R
$ 11,71/dúzia para R$ 9,44 atualmente. O repolho teve uma redução de 45%
em dez anos, passou de R$ 8,34/28 kg para R$ 4,55.

Ocorreu que nesse período aumentou a oferta e, além disso, são


produtos com demanda inelástica, ou seja, o consumo não evolui no mesmo
ritmo que o aumento de renda da população. Sendo assim, considera-se que,
atualmente, está mais difícil para o produtor obter lucro com a produção de
hortaliças e exige dele muito esforço e profissionalismo.

A saída encontrada pelo produtor foi buscar qualidade e produtividade.


Na cultura da batata, por exemplo, há dez anos, o rendimento médio das
lavouras de batata no Paraná era de 15.000 kg/ha. Atualmente, é de 24.000 kg/
ha. Nesse mesmo período, a cebola passou de 11.000 kg/ha para 17.000 kg/ha
na última safra. A produtividade do tomate evoluiu 48%. Esta foi a solução
encontrada porque com o aumento da produtividade se obtém a redução do
custo unitário. No aspecto da qualidade, para obter bom preço, é quase
imprescindível classificar, padronizar e embalar o seu produto.

Embora no Paraná, a atividade olerícola seja desenvolvida


predominantemente por agricultores familiares é necessário que o produtor
administre o seu negócio com visão empresarial. Além de buscar qualidade e

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produtividade pode ainda agregar valor ao produto, acrescentando alguma
forma de serviço à sua produção.

Nas últimas safras ocorreu alta expressiva no preço dos insumos


agrícolas, principalmente os fertilizantes. Sendo assim, o produtor deve
racionalizar o uso de insumos e este objetivo pode ser alcançado, por exemplo,
realizando uma análise de solo e na seqüência promover uma adubação de
acordo com suas reais necessidades. Outra prática recomendada é fazer o
monitoramento de pragas e doenças e aplicar agrotóxicos só quando o nível de
dano econômico for atingido e ainda adotar o Manejo Integrado de Pragas, que
alterna diferentes métodos de controle e produz menor impacto ambiental.
Neste esforço de reduzir custo é importante que o produtor esteja organizado,
pois aumenta o seu poder de negociação junto aos fornecedores.

Muitas vezes o agricultor produz com eficiência, mas falha na


comercialização. Portanto, neste aspecto, o produtor também precisa se
modernizar, buscando informação de mercado, planejando a produção para
ofertar produto em épocas de melhor preço e criando canais alternativos de
comercialização. Nesta fase, também é necessário que os produtores estejam
organizados, pois assim conseguirão atender o volume de produção e com a
regularidade que o mercado exige.

PERSPECTIVAS E OPORTUNIDADES

Com relação às perspectivas de crescimento; técnicos e produtores do


setor consideram que a produção continuará crescendo, porém em menor
velocidade. Embora os produtos hortifrutigranjeiros não sejam commodities e
nem participem do mercado internacional de forma expressiva, poderão ser
afetados pela crise da economia mundial. A taxa de câmbio tem influência
sobre o custo de produção, pois parte dos insumos são importados e isso
reduz a rentabilidade da atividade. Por outro lado, a crise também pode ter
efeito sobre a inflação que reduz a renda da população, principalmente das
pessoas com menor poder aquisitivo. Desse modo, mais do que antes, é
necessário que o produtor se profissionalize. A seguir, descreve-se dois
exemplos de oportunidades para o crescimento do setor de hortaliças:

PRODUTOS ORGÂNICOS – O crescimento da Agricultura Orgânica se deve


em grande parte à maior preocupação das pessoas com a saúde e a qualidade
de vida e, mais recentemente, a discussão sobre o aquecimento global trouxe
outra motivação que é a preocupação com relação ao meio ambiente. A
Agricultura Orgânica no Paraná cresce em média 15% ao ano e é desenvolvida
predominantemente por agricultores familiares.

Muitos produtores estão se especializando na agricultura orgânica,


vendo neste segmento uma alternativa. Os alimentos orgânicos são produzidos
sem o uso de agro-químicos e ainda trazem outros benefícios, pois durante o
processo de produção causam menor impacto ambiental e maior geração de
empregos relativamente à agricultura convencional. Com o crescimento da

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oferta e criação de canais de comercialização que aproximam produtor e
consumidor mais pessoas estão tendo acesso ao alimento orgânico.

PRODUTOS MINIMAMENTE PROCESSADOS - Outro segmento que está em


franca expansão é o dos Produtos Minimamente Processados que podem ser
definidos como qualquer hortaliça que tenha sido fisicamente modificada de
sua forma original, mas que mantém suas características iniciais de sabor e
frescor.

No mundo desenvolvido e competitivo em que vivemos, muitas pessoas


trabalham fora, especialmente as mulheres, que ampliaram a sua inserção no
mercado de trabalho, fazendo com que não tenham tempo e nem disposição
para preparar refeições mais elaboradas. Desse modo, se tem preferência por
produtos que já estejam lavados, descascados, cortados, etc.

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