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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

Instituto de Ciência e Tecnologia


Caroline Alves dos Anjos Brito
Gabriel Soares Figueiredo

CENOURA: definições, desperdício e coprodutos.

Diamantina
2021
Caroline Alves dos Anjos Brito
Gabriel Soares Figueiredo

CENOURA: definições, desperdício e coprodutos.

Avaliação “1” referente à disciplina de Tecnologia


de Produtos de Origem Vegetal (EAL 305) do curso
de Engenharia de Alimentos da Universidade
Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri no
semestre letivo 2021/1.

Professora responsável: Tatiana Nunes Amaral

Diamantina
2021
SUMÁRIO

1 REVISÃO DE LITERATURA SOBRE CENOURA 4


1.1 Origem e características da planta 4
1.2 Produção nacional 6
1.3 Desperdício de alimentos 8
1.4 Coprodutos 9
2 CONCLUSÃO 10
3 REFERÊNCIAS 11
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1 REVISÃO DE LITERATURA SOBRE CENOURA

Neste trabalho iremos abordar informações sobre a origem e as características da


cenoura, dados da produção nacional, dados sobre o desperdício do alimento e também alguns
exemplos de coprodutos, todo o trabalho foi realizado com base em fontes científicas e
confiáveis.

1.1 Origem e características da planta


Para começar a discorrer sobre a cenoura é interessante sabermos sobre sua
origem, pesquisas apontam que os primeiros registros desta hortaliça foram encontrados na
região da Ásia central, mais especificamente próximo ao Afeganistão, por volta de dois mil
anos atrás. Nessa época o que era conhecido como cenoura, tinha a coloração roxa, vermelha
ou amarela. A hortaliça viajou pela Arábia e pelo norte da África, chegando por volta do
século X à península Ibérica. Com o passar do tempo, na Europa surgiram as primeiras
variações através do processo de seleção, assim surgiram cenouras de coloração branca e
laranja. A cenoura foi trazida ao Brasil pelos portugueses, e estima-se que as primeiras
plantações começaram no século XIX no estado do Rio Grande do Sul. (EMBRAPA, 2020)
A cenoura tem nome científico Dacus carota, e pertence à família Apiaceae, que é
a mesma família da salsa, do aipo, do coentro e de muitas outras espécies, incluindo plantas
muitíssimo tóxicas, como por exemplo a cicuta. A raiz é cultivada em muitas regiões do
mundo, porém para que ela tenha seu crescimento saudável o ideal é que o clima seja ameno,
onde a temperatura gire em torno de 10 a 15 °C. (MARTINEZ)
A parte mais consumida da cenoura são as raízes, algumas pessoas também fazem
o consumo das folhas, as raízes são caracterizadas por serem tuberosas, carnudas, grossas e de
cor profunda. Além da variedade de cores, a cenoura também tem grande variedade de
tamanhos que podem ir de 20 cm até 3 m de comprimento. A textura da raiz é crocante
quando in natura e possui um sabor mentolado, as maiores são consideradas menos saborosas
já que são mais fibrosas. Quanto às outras partes da planta, as folhas apresentam coloração
esverdeada e as flores possuem hastes que podem chegar até 1 m de altura com pétalas de
coloração branca. (MARTINEZ)
Na figura 1 podemos observar as partes da planta da cenoura e na figura 2 está
ilustrado as partes da raiz.
Figura 1- Ilustração da planta da cenoura

Fonte: Google Imagens

Figura 2- Ilustração de partes da raiz da cenoura

Fonte: Google Imagens

No Brasil, a disponibilidade de genótipos para variadas condições edafoclimáticas


tem permitido o cultivo desta hortaliça em diferentes regiões e épocas do ano. Entretanto, os
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progressos obtidos no sistema produtivo não foram acompanhados por desenvolvimento


equivalente na área de pós-colheita . São grandes os desafios para aprimorar a tecnologia
utilizada nesta fase , aumentar a eficiência do sistema de comercialização, oferecer um
produto de maior qualidade para o consumidor final , e reduzir as elevadas perdas
pós-colheita registradas no Brasil. (LANA;VIEIRA, 2000)
Em países de clima temperado, tradicionalmente a ênfase da fase de pós-colheita
tem sido a manutenção da qualidade do produto durante o armazenamento a longo prazo, de
modo a garantir o abastecimento contínuo durante o ano. No Brasil, tem-se uma situação
distinta visto que, por um lado, há disponibilidade de produto fresco durante todo o ano e por
outro lado, é preciso melhorar a qualidade do produto que está sendo oferecido ao
consumidor. (LANA;VIEIRA, 2000)

1.2 Produção nacional

Hoje em dia conseguimos comprar cenoura de qualidade em qualquer época do


ano, isso se dá por conta da pesquisa agropecuária, que através de um trabalho incansável
conseguiu desenvolver cultivares adaptadas ao clima tropical do Brasil, além de serem
resistentes às principais doenças da cultura. O maior exemplo que temos é a cenoura Brasília,
que foi lançada em 1981, esta cenoura foi um marco na produção do país, já que conseguiu
expandir o cultivo para novas áreas de produção, como por exemplo, o Cerrado, isso fez com
que os preços se estabilizarem e regularizasse a oferta do alimento o ano todo. (EMBRAPA,
2020)
Segundo Jairo Vieira, essa cultivar foi amplamente adotada, visto que nessa época
era muito difícil e oneroso o plantio de cenoura entre outubro e março. Quase 40 anos depois,
a Cenoura Brasília se transformou em base genética de várias outras cultivares lançadas para
o plantio de verão no Brasil. (EMBRAPA, 2020)
A cenoura é uma das hortaliças mais importantes para o país, pelo fato de ser uma
das mais consumidas, ela é cultivada em todo o país e em todas as estações do ano, exceto na
região Norte por conta do clima. Minas Gerais é o estado com maior destaque na produção,
contando com a região de São Gotardo que trabalha com um alto nível de tecnologia. Os
outros estados que contam com a produção mais relevante são Rio Grande do Sul, Paraná,
Goiás e Bahia. (EMBRAPA, 2020)
A estimativa é que atualmente no Brasil sejam cultivados cerca de 20 mil hectares
de cenoura por ano, que geram aproximadamente 700 mil toneladas. (EMBRAPA, 2020)
Segundo a revista ``Campo e Negócios ``, historicamente, o Brasil ocupa a 5ª
posição em termos de produção mundial de cenoura, ficando a China em 1º lugar.
“O subgrupo formado por raízes, bulbos e tubérculos (alho, batata-inglesa, cebola,
batata-doce e mandioca) ocupa uma área nacional de 1,4 milhão de ha, com arrecadação de
R$ 18,6 bilhões ou R$ 13.285,71/ha.”, afirma Maria Simone de Castro Pereira Brainer.
A seguir, na figura 3, podemos observar uma parte do quadro feito pela
Econodata®, apresentando as 14 maiores empresas produtoras de cenoura no país.
Figura 3- Quadro das 14 maiores empresas produtoras de cenoura do País

Fonte: Econodata.
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1.3 Desperdício de alimentos

À medida que os anos vão passando, a população mundial vem crescendo mais
ainda, com isso o problema do desperdício de alimentos vem se tornando um grave problema
a ser resolvido. Segundo Marcelo Zaro (2018), existem diversos aspectos ambientais, sociais
e econômicos estão relacionados com o desperdício, como por exemplo: o desperdício de
água e energia, que são recursos utilizados para o cultivo e processamento de alimentos,
aplicação exagerada e sem necessidade de agroquímicos, poluição atmosférica,
empobrecimento do solo e outros.
Alguns fatores como o manuseio inadequado ainda no campo, má
classificação, comercialização a granel do produto, embalagens impróprias, estradas ruins,
excesso de manuseio e toques por parte dos consumidores e alta exposição, contribuem para o
alto desperdício de frutas e hortaliças no Brasil. Como o Brasil é um país com grande
quantidade de rodovias e o principal transporte de produtos é feito nessas rodovias, a
ocorrência de danos mecânicos em decorrência a isso é alta, o qual varia de acordo com a
distância percorrida e o tipo de produto transportado (ZARO, 2018).
No caso da colheita, um fator agravante do desperdício é a falta de técnica dos
agricultores na hora de colher o produto, acabado por muitas das vezes, colhendo de forma
empírica, sem levar em consideração o ponto exato de colheita da fruta ou hortaliça,
provocando problemas para o produto final (ZARO, 2018).
A cenoura se encontra entre um dos alimentos com mais perca, chegando a em
torno de 20% (BUENO, 2019) . Muito disso se dá pelo seu transporte e manuseio inadequado.
1.4 Coprodutos

De acordo com a Instrução Normativa Nº 81, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2018,


define-se coprodutos produtos destinados à alimentação animal, obtido a partir de restos
sólidos provenientes de indústrias alimentícias. De acordo com Carlos Eduardo et al (2011), a
cenoura é um alimento altamente palpável e que sua rama pode ser utilizada como feno,
possibilitando sua inclusão na dieta de equinos. Diuly Bortoluzzi et al (2021), também
utilizou de partes da cenoura, como o topo, como um coproduto na dieta de coelhos para
abate, acentuando a viabilidade da utilização de coprodutos como uma alternativa na
alimentação animal.
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2 CONCLUSÃO

Com base no que foi estudado, podemos concluir que a cenoura desempenha um
papel importante na alimentação tanto humana quanto animal. Além disso, vale ressaltar que
o desperdício de frutas e hortaliças, vem se tornando um agravante com o passar do tempo e
muita das vezes, isso é causado pelo mau manuseio e pela má colheita desses alimentos,
acentuando a carência em treinamento em relação a essas etapas importantes.
3 REFERÊNCIAS

FALCONE, Diuly Bortoluzzi; KLINGER, Ana Carolina Kohlrausch; MARTINI, Amanda


Carneiro; TOLEDO, Geni Salete Pinto de; PÖTTER, Luciana; SILVA, Leila Picolli da.
Artigo. Meta-análise como ferramenta para estimar a viabilidade de coprodutos
utilizados em dietas para coelhos, [S. l.], p. 30608 - 30615, 1 mar. 2011.

ZARO, Marcelo. Desperdício de alimentos: velhos hábitos, novos desafios. Rio Grande do
Sul: EDUCS – Editora da Universidade de Caxias do Sul, 2018. 419 p. v. 1. ISBN
978-85-7061-917-4. Disponível em:
<https://www.ucs.br/site/midia/arquivos/e-book-desperdicio-de-alimentos-velhos-habitos.pdf
>. Acesso em: 14 dez. 2021.

MAPA, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. INSTRUÇÃO NORMATIVA


Nº 81, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2018. [S. l.], 2018. Disponível em:
<https://www.in.gov.br/web/dou/-/instrucao-normativa-n-81-de-19-de-dezembro-de-2018-561
28060>. Acesso em: 14 dez. 2021.

BUENO, Paulo Henrique Toledo. PANORAMA GERAL DAS PERDAS E


DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS E SOLUÇÕES PARA O ACESSO À
ALIMENTAÇÃO. 2019. 51 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia
de Alimentos) - Faculdade de Engenharia Química da Universidade Federal de Uberlândia –
Campus Patos de Minas, Patos de Minas - MG, 2019. Disponível em:
<https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/26604/4/PanoramaGeralPerdas.pdf>. Acesso
em: 14 dez. 2021.

FURTADO, Carlos Eduardo et al. Revista Brasileira de Zootecnia: Sociedade Brasileira de


Zootecnia. Utilização de coprodutos e demais alimentos alternativos para dietas de
equinos no Brasil, São Paulo, ano 2011, v. 40, p. 232 - 241, 2011. Disponível em:
<http://www.sbz.org.br/revista/artigos/66278.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2021.

Embrapa. A história da cenoura. Notícia. 03 fev. 2020. Disponível em:


<https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/49845405/a-historia-da-cenoura>.
Acesso em: 16 dez. 2021.

MARTINEZ, M. Cenoura. InfoEscola. Disponível em:


<https://www.infoescola.com/plantas/cenoura/>. Acesso em: 16 dez. 2021.

LANA, M. M.; VIEIRA, J. V. Fisiologia e manuseio pós-colheita de cenoura. Embrapa,


2000. Disponível em:
<https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/768857/1/CNPHDOCUMEN
TOS21FISIOLOGIAEMANUSEIOPOSCOLHEITADECENOURAFL07831.pdf>. Acesso
em: 16 dez. 2021.

BRAINER, M. S. C. P. PRODUÇÃO DE HORTALIÇAS NA ÁREA DE ATUAÇÃO DO


BNB1. Caderno Setorial Etene, 2021. Disponível em:
<https://www.bnb.gov.br/s482-dspace/bitstream/123456789/902/1/2021_CDS_180.pdf>.
Acesso em: 16 dez. 2021.
12

Campo e Negócios. Cenoura: Área maior define queda nos preços. Revista. Disponível em:
<https://revistacampoenegocios.com.br/cenoura-area-maior-define-queda-nos-precos/>.
Acesso em: 16 dez. 2021.

Econodata. Ranking das 100 Maiores Empresas de Cenoura. Sem categoria. Disponível em:
<https://www.econodata.com.br/guia-empresas/maiores-empresas-INDUSTRIA-ALIMENTO
S-CONSERVAS-CENOURA>. Acesso em: 16 dez. 2021.

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