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Germinação e desenvolvimento de mudas do tomateiro cereja em diferentes

substratos

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Patrick Luan Ferreira dos Santos Regina Castilho

São Paulo State University São Paulo State University
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 Germinação e desenvolvimento de mudas do tomateiro cereja
em diferentes substratos
Patrick Luan Ferreira dos Santos(1), Oda Nubia Martins da Silva(2), Amanda Pereira Paixão(3)
e Regina Maria Monteiro de Castilho(4)
(1)
Engenheiro Agrônomo, Universidade Estadual Paulista - UNESP/Ilha Solteira, mestrando em Agronomia, UNESP/Ilha Solteira, Brasil. e-mail:
(2)
patricklfsantos@gmail.com Engenheira Agrônoma, Universidade Federal de Mato Grosso, UFMT/Araguaia, mestranda em Agronomia,
(3)
UNESP/Ilha Solteira, Brasil. e-mail: odanubiams@gmail.com Bióloga, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, UFMS/Três Lagoas,
(4
Doutoranda em Agronomia, UNESP/Ilha Solteira, Brasil. e-mail: amandappaixao@yahoo.com.br )Engenheira Agrônoma, Universidade de Taubaté,
Mestre e Doutora em Botânica - UNESP/Botucatu, docente do Departamento de Fitotecnia, Tecnologia de Alimentos e Sócio Economia, UNESP/Ilha
Solteira, Brasil. e-mail: castilho@agr.feis.unesp.br

Resumo - A formação da muda do tomateiro é uma fase importante para a condução da cultura, que vem se
destacando nos últimos anos, sendo o substrato um fator essencial na qualidade das mudas. Assim, avaliou-se a
influência do substrato na germinação e desenvolvimento do tomateiro cereja. O experimento foi instalado em casa
de vegetação na UNESP, Campus de Ilha Solteira – SP, em 29 de agosto de 2016. O delineamento experimental foi
®
inteiramente casualizado, com três tratamentos e 6 repetições. As sementes fornecidas pela TOP SEED foram postas
para germinar em três tipos de substrato comerciais, em bandejas plásticas de polietileno com 60 células. Os
® ® ®
tratamentos foram: T1 – Top Garden , T2 – Bioplant , T3 – Top Strato . As variáveis avaliadas foram: porcentagem e o
tempo médio de germinação, teor de clorofila, comprimento da parte aérea e da raiz, massa da matéria fresca e da
seca. Neste estudo, não houve diferença do tipo de substrato na germinação das sementes, mas, havendo no
®
desenvolvimento das mudas. O tratamento, composto pelo substrato Bioplant apresentou os melhores resultados
para as variáveis avaliadas, sendo recomendado para a germinação e desenvolvimento de mudas do tomateiro.

Palavras-chave: Solanum lycopersicum, sementes, propagação.

Germination and development of cherry tomato seedlings

on different substrates
Abstract - The formation of tomato seedlings is an important phase for the cultivation of the crop, which has been
emphasizing in the last years, being the substrate an essential factor in the quality of the seedlings. Thus, the influence
of the substrate on the germination and development of the cherry tomato was evaluated. The experiment was
installed in a greenhouse at UNESP, Campus of Ilha Solteira - SP, on August 29, 2016. The experimental design was
completely randomized, with three treatments and six replicates. The seeds supplied by TOP SEED® were germinated
on three commercial substrate types in 60 cell polyethylene plastic trays. The treatments were: T1 - Top Garden ®, T2 -
Bioplant ®, T3 - Top Strato ®. The variables evaluated were: percentage and mean germination time, chlorophyll
content, length of aerial part of plant and root, fresh matter mass and dry matter. In this study, there was no
difference in the substrate type in the germination of the seeds, but there was in the development of the seedlings.
The treatment composed of the Bioplant® substrate presented the best results for the evaluated variables, being
recommended for the germination and development of tomato seedlings.

Keywords: Solanum lycopersicum, seeds, spread.

Introdução 2008), além disso, tem grande quantidade de nutrientes e

O tomateiro é uma das hortaliças mais produzidas no
mundo, e devido à sua adaptação às condições climáticas
do Brasil, pode ser facilmente cultivado em praticamente
todos os estados (Filgueira, 2013).
Segundo Corrêa et al. (2012), uma variedade que vem
crescendo nos últimos anos, é o tipo cereja (Solanum
lycopersicum var. cerasiforme), sendo amplamente
utilizada como adorno, aperitivo e na confecção de
pratos diversos (Gusmão et al., 2000). O fruto apresenta
grandes propriedades fitoquímicas, sendo a atividade
antioxidante uma das mais destacadas (Guilherme et al.,
elevados teores de sólidos solúveis (Medeiros et al.,
2011).
O método predominante de propagação dessa
variedade de tomate é a via sexuada, utilizando-se,
principalmente, sementes híbridas de alta qualidade, o
que determina uma elevação dos custos de
implementação da cultura (Nadai et al., 2015), sendo
então, a formação da muda uma fase importante para a
condução da espécie.
Uma muda mal formada e debilitada compromete
todo o desenvolvimento da cultura aumentando seu ciclo
e, em muitos casos, ocasionando perda da produção.

Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.11, n.5, p.41-45, dez. 2017 41
Devido ao grande volume de tomate produzido, as
sementes apresentam alto valor comercial (Panobianco &
Marcos Filho, 2001), sendo que o tipo de substrato a ser
utilizado é de extrema importância para propiciar uma
excelente germinação e desenvolvimento de mudas
uniformes, com menor vulnerabilidade aos estresses
bióticos e abióticos, resultando em estandes mais
homogêneos (Ferreira et al., 2013).
Frente à ampla gama de sistema de cultivo de mudas
em recipientes, são utilizados substratos de origem
mineral ou orgânica, natural ou sintética, cujas
características diferem marcadamente das do solo, não
existindo um material ou uma mistura de materiais
considerada universalmente válida como substrato para
todas as espécies (Abad Berjon, 2001). Com isso, muitos
substratos comerciais vêm sendo utilizados na
horticultura, a fim de propiciarem melhores condições na
germinação e desenvolvimento de mudas, e no Brasil,
desde a década passada nota-se um crescente interesse
dos produtores pelo uso desse tipo de substrato em
hortaliças (Fernandes et al., 2006).
O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do
substrato na germinação e desenvolvimento de mudas do
tomateiro tipo cereja.
diferentes tipos de substratos comerciais, em bandejas
plásticas de polietileno com 60 células.
As avaliações foram realizadas durante o período de
21 dias, sendo consideradas germinadas as sementes que
apresentaram plântulas com a altura da parte aérea com
no mínimo de 2 mm. Foram avaliadas as variáveis
seguintes: porcentagem e o tempo médio de germinação
(TMG), segundo Labouriau (1983), comprimento da parte
aérea e da raiz e massa da matéria fresca e seca, de
acordo com a metodologia proposta por Hunter (1974) e
teor de clorofila das folhas com o uso de um
clorofilometro manual em unidade SPAD. Também foram
avaliados nos substratos o pH e a condutividade elétrica
sendo determinados segundo método de extração por
volume, na proporção de 1:1,5 (substrato:água)
(Sonneveld et al., 1974).
O manejo da irrigação foi realizado diariamente de
forma manual. Os tratamentos receberam água até a
saturação, para garantir que o fator água não interferisse
nos resultados do experimento.
Os resultados foram submetidos à análise de variância
e as médias de tratamentos foram comparadas pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade. Utilizou-se, nas análises,
o programa SISVAR (Ferreira, 2000).

Material e Métodos Resultados e Discussão

O experimento foi realizado na Faculdade de Na Tabela 1 apresentam-se os dados dos parâmetros

Engenharia de Ilha Solteira – UNESP, Campus-II, na cidade
de Ilha Solteira/SP, com latitude 20º 22’ S, longitude 51º
22’ WGR e altitude média de 335 m, em casa de
vegetação (Pad&Fan – temperatura média 38,5°C e UR
média 60%), no período de 29 de agosto de 2016 a 20 de
setembro de 2017.
O delineamento experimental foi o inteiramente
casualizado com três tratamentos (substratos) e seis
repetições. Os tratamentos (substratos) testados foram
os seguintes: T1 – Top Garden®, T2 – Bioplant®, T3 – Top
Strato®. As sementes do tomate cereja, foram fornecidas
pela TOP SEED®, sendo postas para germinar em três
avaliados em mudas de tomateiro tipo cereja nos
diferentes substratos. Nota-se que não houve diferença
significativa entre os tratamentos (substratos) sobre a
porcentagem de germinação, cuja média foi de 9,44%.
Ferreira et al. (2013) trabalhando com tomate híbrido
‘Mariana’, encontraram porcentagem de germinação
entre 96 a 86%, semelhantes ao obtido no presente
trabalho. Já Maciel et al. (2012), em trabalho com
qualidade fisiológica de variedades de tomate,
encontraram porcentagem de germinação entre 39 a 92%
no tipo cereja.

Tabela 1. Porcentagem de germinação (G), tempo médio de germinação (TMG), teor de clorofila (TC), comprimento da
parte aérea (CPA), comprimento da Raiz (CR), massa fresca da parte aérea (MFPA), massa fresca da raiz (MFR), massa
seca da parte aérea (MSPA) e massa seca da raiz (MSR) em mudas de tomateiro tipo cereja nos diferentes substratos.

G TMG TC CPA CR MFPA MFR MSPA MSR

Tratamentos
% Dias SPAD ----- cm ---- ---------------------- g -----------------------
T1 92,38 a 14,22 a 12,86 b 3,51 b 6,92 b 0,098 b 0,089 a 0,026 b 0,052 a
T2 92,42 a 13,98 a 17,33 a 6,57 a 9,02 a 0,487 a 0,156 a 0,061 a 0,077 a
T3 89,51 a 14,75 a 13,04 b 3,10 b 5,02 c 0,069 b 0,135 a 0,028 b 0,058 a
Média 91,44 14,32 14,41 4,39 6,99 0,218 0,126 0,038 0,062
CV (%) 15,33 20,33 55,20 35,38 38,22 82,67 27,20 43,44 23,54
®
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de tukey a 5 % de probabilidade. T1 - Top Garden , T2 -
® ®
Bioplant , T3- Top Strato

42 Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.11, n.5, p.41-45, dez. 2017
 Para o tempo médio de germinação, também não
houve diferença significativa entre os tratamentos, onde
as sementes levaram em média 14 dias para germinar,
sendo esse tempo, um pouco maior do que o constatado
por Ferreira et al. (2013), os quais observaram que
sementes de tomate híbrido ‘Mariana’ levavam em média
10 dias para germinar.
Com relação ao teor de clorofila das folhas, observa-se
que o maior valor foi obtido com o substrato Bioplant®,
com 17,33 SPAD, superando significativamente o TC
obtido com os demais substratos avaliados. Araujo et al.
(2013) observaram em tomateiro cereja, valores de TC
entre 40,43 a 48,05. Ramos (2013) em trabalho com
plantas de tomate Giuliana, encontrou valor de TC
próximo de 40 SPAD. Já Porto et al. (2014) em trabalho
com índice SPAD e crescimento do tomateiro,
observaram resultados entre 52,08 a 55,60 SPAD. Assim,
é provável que o índice encontrado no presente estudo
esteja abaixo do esperado para a cultura.
Quanto ao comprimento da parte aérea (CPA) houve
diferença significativa entre os tratamentos (substratos)
testados, destacando-se o substrato Bioplant® que
proporcionou maior comprimento da parte aérea (6,57
cm) em relação aos demais substratos avaliados. Maciel
et al. (2012) encontraram CPA variando entre 2,28 a 2,85
cm em mudas de tomate tipo cereja, inferiores aos
obtidos neste trabalho. Em plântulas de pimentão,
pertencente a mesma família do tomate (Solanaceae),
Santos et al. (2010), em substrato à base de
vermicomposto, encontraram valores de CPA acima de
7,0 cm superior ao obtido neste estudo.
Para o comprimento da raiz, Bioplant® apresentou o
melhor resultado em relação aos demais substratos,
seguido do Top Garden®. Resultado inferior foi obtido em
pimenta malagueta, por Mengarda & Lopes (2012), que
obtiveram CR em torno de 3,0 cm. Os resultados obtidos
foram superiores aos publicados Maciel et al. (2012) que
constataram valores entre 2,74 a 4,76 cm de
comprimento do sistema radicular em plantas de tomate
cereja. Ferreira et al. (2013) obtiveram valores 0,16 a 1,56
cm no comprimento do sistema radicular em plântulas de
tomate submetidas a diferentes temperaturas.
A massa fresca da parte aérea foi influenciada pelos
tipos de substratos estudados. Observa-se que o
substrato Bioplant® apresentou o melhor resultado de
massa seca da parte aérea, superando os demais.
Contudo, não foi observado efeito de substratos sobre a
massa fresca e seca do sistema radicular. Os resultados
obtidos foram próximos aos encontrados por Maciel et. al
(2012), os quais obtiveram valores de massa fresca e seca
total em tomate cereja variando de 0,87 a 1,10 a 0,1-0,12
g, respectivamente. Oliveira et al. (2011) trabalhando
com sementes de tomate em diferentes tipos de
bandejas, obsevaram que após 14 dias desde a
semeadura, as plântulas não apresentavam diferença
Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.11, n.5, p.41-45, dez. 2017
entre sua fitomassa seca, com valores médios de 0,01 g,
valores muito abaixo do presente trabalho.
Em pimenta malagueta, Mengarda & Lopes (2012),
encontraram valores médios de 1,2 g de massa fresca e
0,07 g para massa seca total dos tratamentos.
Trabalhando com pimentão, Santos et al. (2010)
encontraram valores entre 0,07 a 0,17 g de massa seca da
parte aérea. Já Silva & Lopes (2012) encontraram valores
de massa seca da parte aérea acima de 0,66 g, resultados
esses muito acima os do presente trabalho.
Na Tabela 2 apresentam-se os dados de pH e da
condutividade elétrica dos substratos. No geral, observa-
se que para fins da avaliação da biometria das mudas, o
substrato Bioplant® proporcionou os melhores resultados
(Tabela 1), provavelmente devido ao seu pH de 6,5
(Tabela 2), concordando com Yara Brasil (2017), o qual
afirmou que o pH ideal para desenvolvimento das
variedades de tomate é entre 6,0 e 6,5. Albuquerque
(2009) defende que obtém-se a maior capacidade de
absorção dos nutrientes quando a taxa de pH se
aproxima de 7. No entanto, à medida que o pH diminui,
observa-se queda na capacidade de absorção, o que pode
ter ocorrido nos substratos Top Garden® e Top Strato®
que apresentaram valores de pH inferiores a 5,8.
Fernandes (2005) trabalhando com produtividade e
qualidade dos frutos do tomateiro do grupo cereja
cultivado em substratos à base de areia, encontrou
valores de pH de 5,5 a 5,9, concluindo que os maiores
valores (5,8 e 5,9) propiciaram bons resultados nas
avaliações nutricionais realizadas.
Tabela 2. pH e Condutividade Elétrica (CE) de cada
substrato
Substratos pH CE (dS m-1)
T1 – Top Garden® 5,8 0,5
T2 – Bioplant® 6,5 0,7
T3 – Top Strato® 5,8 0,3
Bioplant® apresentou maior valor da condutividade
elétrica (0,7 dS m-1), o que foi refletido nas avaliações
realizadas da biometria das mudas (Tabela 1), pois
segundo Kämpf (2000), a medida da condutividade
elétrica fornece uma estimativa do conteúdo de sais
solúveis de um meio de crescimento, em função de que
íons dissolvidos na água conduzem corrente elétrica na
proporção direta de sua concentração, e quanto maior
esse valor, melhor o crescimento das plantas. Valores de
pH superiores aos obtidos no presente trabalho foram
relatados por Fernandes (2005) que encontrou valores
entre 1,0 e 2,3 dS m-1 de CE em substrato à base de areia
para cultivo de mudas de tomate tipo cereja, e concluiu
que quanto maior o valor da CE maior o valor dos
nutrientes analisados. No presente trabalho nenhum dos
tratamentos atingiu referido valor.
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 Conclusões
1. Os substratos comerciais testados não afetaram a
germinação das sementes de tomateiro tipo cereja.
2. O substrato Biopant® proporciona melhor
desenvolvimento de mudas da espécie, sendo esse o
recomendado para o cultivo da cultura.
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