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Graduando em Engenharia Agrícola, Bolsista PBIC-UEG, Campus de Ciências Exatas e
Tecnológicas de Anápolis, e-mail: hiagoflf@hotmail.com.
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Graduanda em Engenharia Agrícola, Bolsista PIBIC/CNPq. Campus de Ciências Exatas e
Tecnológicas de Anápolis, e-mail: Elaine.f.m.freitas@hotmail.com.
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Mestre em Engenharia Agrícola, Campus de Ciências Exatas e Tecnológicas de Anápolis,
Anápolis-GO
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Docente do curso de Engenharia Agrícola, Campus de Ciências Exatas e Tecnológicas de Anápolis,
Anápolis-GO
INTRODUÇÃO
20 a 22 de outubro de 2015
O crescimento e a produção em resposta ao N têm sido bastante pesquisados em muitas
espécies vegetais cultivadas e algumas silvestres. No tomateiro, a elevação no nível de N fornecido
às plantas aumenta o peso de matéria seca das raízes, do caule, das folhas e dos frutos, a altura da
planta, o número de folhas, a área foliar, o florescimento, a frutificação e a produtividade. Em
condições de campo, a nutrição ótima dessa cultura pode ser alcançada quando a quantidade
aplicada de fertilizantes nitrogenados for igual à alta demanda que ocorre durante o período de
crescimento dos frutos (Huett e Dettmann, 1988, Singh e Sharma, 1999).
Almeida (2011) ressalta que o nitrogênio (N) é um dos nutrientes mais exigidos para a
cultura, sendo que a quantidade adequada a ser aplicada varia de acordo com o desenvolvimento
fisiológico da planta. Por isso, deve-se ter atenção redobrada nos cálculos de adubação, pois a sua
aplicação em excesso provoca o crescimento vegetativo exagerado, reduz a produtividade e atrasa a
maturação dos frutos. Por outro lado, a deficiência de N pode deixar a planta suscetível ao ataque de
patógenos, insetos e causar clorose generalizada das folhas (REIS et al., 2006).
Uma adubação nitrogenada realizada de forma adequada acarreta no maior potencial
produtivo do tomate cereja. Isso acontece porque o nitrogênio é um elemento essencial para as
plantas, tendo maior efeito sobre as taxas de crescimento e absorção que os demais elementos
essências para o seu bom desenvolvimento (FERREIRA et al., 2003).
OBJETIVOS
METODOLOGIA
LOCAL DO EXPERIMENTO
O experimento foi conduzido no ambiente protegido (casa de vegetação) na Universidade
Estadual de Goiás - UEG, Campus Anápolis de Ciências Exatas e Tecnológicas – CCET, na cidade
de Anápolis, GO. A área está localizada a 16º20’34”S e 48º52’51”O, a 997 m de altitude (MOURA
et al., 2005). O clima segundo a classificação de koopen é do tipo Aw, tropical de savanas com
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características climáticas quentes, úmidas com regime pluvial bem definido, com temperatura e
precipitação média anual de 25°C e 1750 mm respectivamente (SEPIN, 2009).
O ambiente protegido tem formato de túnel alto com estrutura metálica e dimensões 7x12
m, pé direito de 3,5 m, altura central de 4,4 m e lateral com tela de polietileno transparente.
A cultivar de tomate cereja que utilizamos nesse trabalho foi a BRS Zamir que apresenta
crescimento indeterminado, excelente cobertura foliar, cachos bem formados (45-50 frutos). Os
frutos maduros são alongados (média de 10-15 gramas) apresentam teor de sólidos solúveis de 7-
11ºBrix, a colheita se inicia aos 80 dias após transplante (EMBRAPA, 2013).
DELINEAMENTO EXPERIMENTAL
O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente ao acaso, com quatro
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repetições. As parcelas constituídas por duas plantas, sendo uma em cada vaso, receberam os
tratamentos constituídos por seis doses de N: 0, 80, 160, 240, 320 e 400 kg.ha -1. A fonte de N que
utilizamos foi a uréia.
A adubação nitrogenada foi parcelada em seis aplicações: durante o transplante foi
aplicado 10% e 15% aos 14, 28, 42, 56, 70, 84, 98 e 112 dias após transplantio (DAT), em cobertura
ao lado das plantas em meia lua (FERREIRA et al., 2011).
Foram feitas as avaliações da altura das plantas utilizando trena métrica, e foram avaliados
após a colheita, a produção e a produtividade da cultura do tomate cereja para cada parcela
experimental.
A colheita dos frutos foi realizada de forma manual, a partir dos 80 dias após o transplante,
conforme a maturação fisiológica completa, vermelho uniforme, de acordo com as normas para
classificação da Ceagesp (2004) o fruto está maduro quando apresenta mais de 90% da sua
coloração final. Após a colheita, os frutos foram levados para o laboratório de Engenharia Agrícola
da CCET.
ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os dados coletados, para as variáveis: altura de plantas, produção e produtividade foram
submetidos às análises de variância, conforme delineamento experimental, aplicando-se teste de F a
5% de probabilidade (BANZATTO e KRONKA, 2006). As doses de nitrogênio por se tratarem de
dados quantitativos foram avaliadas por meio de estudos de regressão (CHARNET et. al., 2008;
BANZATTO e KRONKA, 2006). Foi utilizado para a realização das análises estatísticas o
Software SISVAR (FERREIRA, 2010) e R.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com relação à altura das plantas foi possível observar que houve diferença significativa
das mesmas (p < 0.05), em relação às doses de N aplicadas ao longo dos dias de avaliação (Tabela
1).
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TABELA 1 - Análise de variância da altura de planta do tomate cereja BRS Zamir.
Fator de Variação Grau de Liberdade Quadrado Médio
Dose de (N) 5 1426,57*
Resíduo (a) 18 61,41
Dia 4 78539,59*
Resíduo (b) 12 28,11
Dose * Dia 20 638,14*
Resíduo (c) 60 36,15
Total 119
*significativo a 5% de probabilidade; CV: (a) 7,91%; (b) 5,35%; (c) 6,07%.
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Figura 1 - Altura do tomateiro BRS Zamir, para dose 0 kg.ha-1 N (a), 80 kg.ha-1 N (b), 160 kg.ha-1 N (c), 240
kg.ha-1 N (d), 320 kg.ha-1 N (e), 400 kg.ha-1 N (f), aos 14, 28, 42, 56 e 70 DAT.
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TABELA 2 - Análise de variância da estimativa de produção (g/planta) e do número médio de
frutos por planto do tomateiro cereja BRS Zamir.
Fonte de Variação Grau de Liberdade Produção Nº frutos/planta
Dose de N 5 380.905,43* 50,163*
Resíduo (a) 18 26.423,72 2,873
Total 23 103.484,97 51,714
*significativo a 5% de probabilidade; CV (produção) 23,34%; CV (número de frutos) 12,17%.
FIGURA 2 - Produção dos frutos por planta (a) e número médio de frutos por planta (b) de tomate cereja
BRS Zamir cultivado sobre diferentes doses de N, em ambiente protegido.
A produção encontrada para cada dose de N foi de 253, 495, 631, 790, 870, 1140 g.planta-1
respectivamente. De 0 para 80, de 80 para 160, de 160 para 240, de 240 para 320 e de 320 para 400
kg.ha-1 de N respectivamente, o incremento da produção foi de 95%, 27%, 25%, 10% e 31%, a
partir da primeira dose de N, observa-se uma grande resposta do mesmo na produção. Ferreira et al.
(2006) observaram que o aumento da dose de N proporcionou incremento da produção total dos
frutos.
Feltrin et al. (2005), trabalhando em casa de vegetação com fertirrigação, obtiveram
produção de frutos de 3,8 kg/planta para a cultivar Swett Million (tipo cereja), produtividade
superior à observada no presente estudo.
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NÚMERO DE FRUTOS POR PLANTA
De acordo com a Tabela 1, a estimativa do número de frutos por planta apresentou
diferença significativa de acordo com a dose de N avaliadas (p<0,05). Os mesmos apresentaram um
aumento no número de frutos à medida que se aumentou as doses de N caracterizando um
comportamento linear (Figura 1b). Adams et al. (1973) também encontraram aumento no número
de frutos por planta e, conseqüentemente, na produtividade do tomateiro com a aplicação de N.
Na análise do número de fruto por planta, foi ajustado o desempenho linear, com valores
médios de números de frutos por planta superiores a 89%, 111%, 121%,143% e 125% nas doses de
80, 160, 240, 320 e 400 kg.ha-1 respectivamente, em relação à testemunha.
A média de frutos encontrados neste trabalho para números de frutos por planta foi de (51
frutos), sendo estes superiores aos encontrados por Andriolo e Winter (2004) e também por Fandi et
al., (2010), que obtiveram produção de 22 e 29 frutos por plantas, respectivamente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
AGRADECIMENTOS
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REFERÊNCIAS
ADAMS, P.; WINSOR, G. W.; DONALD, J. D. The effects of nitrogen, potassium, and sub-
irrigation on the yield, quality and composition of single-truss tomatoes. Journal of Horticultural
Science e Biotechnology, v.48, p.123-133, 1973.
BANZATTO, D.A.; KRONKA, S. N. Experimentação Agrícola. São Paulo, Funep. 2006, 237p.
FAO. FAOSTAT 2013. Disponível em: <http://faostat.fao.org>. Acesso em: 19 Dez. 2014.
FERREIRA, D. F. SisVar: sistema de análise de variância para dados balanceados, versão 5.3.
Lavras: DEX/ UFLA, 2010. Software estatístico.
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FERREIRA, M. M. M.; FONTES, P. C. R. Índice de nitrogênio nas folhas de tomateira em função
do nitrogênio e da adubação orgânica. Revista Agroambiente, Boa Vista, v.5, n.2, p.106-112, 2011.
FONTES, P. C. R.; SILVA, D. J. H. Produção de tomate de mesa. 1. ed. Viçosa: Aprenda Fácil,
2002, 193p.
GOIÁS. Instituto Mauro Borges. Estatísticas municipais (series históricas). Goiânia, GO. 2013.
Disponível em: <http://www.imb.go.gov.br/>. Acesso em: 18. Dez. 2014.
HAAG, P. H.; OLIVEIRA, G. D. de; BARBOSA, V.; SILVA NETO, J. M. de. Marcha de absorção
dos nutrientes pelo tomateiro (Lycopersicum esculentum Mill.) destinado ao processamento
industrial. In: HAAG, H.P.; MINAMI, K. Nutrição mineral de hortaliças. Campinas: Fundação
Cargill, p.447-474, 1981.
HUETT, D. O.; DETTMANN, E. B. Effect of nitrogen on growth, fruit quality and nutrient uptake
of tomatoes grown in sand culture. Australian Journal of Experimental Agriculture, v.28, p.391-
399, 1988.
REIS, A. R.; FURLANI JUNIOR, E.; BUZETTI, S.; ANDREOTTI, M. Diagnóstico da exigência
do cafeeiro em nitrogênio pela utilização do medidor portátil de clorofila. Bragantia, Campinas,
v.65, n.1, p.163-171, 2006.
SINGH, A. K.; SHARMA, J. P. Studies on the effect of variety and level of nitrogen on plant
growth and development and yield of tomato hybrids (Lycopersicon esculentum Mill.). Annals of
Agricultural Research, v.20, p.502-503, 1999.
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