Você está na página 1de 11

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ADAMANTINA - UNIFAI

GABRIEL SANTOS DE SOUZA

POSSIBILIDADES DA EXPANSÃO DA LAVOURA DE SOJA NA REGIÃO


DE ADAMANTINA- SP

Adamantina/SP
2022
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ADAMANTINA - UNIFAI

Gabriel Santos de Souza- RA: 0979-19

POSSIBILIDADES DA EXPANSÃO DA LAVOURA DE SOJA NA REGIÃO


DE ADAMANTINA- SP

Trabalho apresentado como requisito


parcial para obtenção de nota na
disciplina de Metodologia de Pesquisa no
Curso de Engenharia Agonômica do
Centro Universitário de Adamantina
(UNIFAI).

Orientador: Prof. Paulo Sérgio da Silva

Adamantina/SP
2022
1 Assunto Geral

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) elaborou um


relatório sobre produção anual de oleaginosas em que aponta que o Brasil vai
expandir a área plantada de soja para atingir 42,5 milhões de hectares (ha) na safra
2022/23.
A soja é uma cultura que exige muitos nutrientes, especialmente o nitrogênio,
sendo que este é principalmente obtido por meio da Fixação Biológica de Nitrogênio
(FBN).
No estado de São Paulo, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), em 13 mesorregiões ocorre o cultivo regular de soja sendo elas:
Assis, Itapetininga, Araçatuba, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Bauru, ,
Presidente Prudente, Campinas, Araraquara, Macro Metropolitana Paulista, Marília,
Piracicaba e Vale do Paraíba Paulista (I HIRAKURI et al., 2020).
No Oeste Paulista a cultura da soja vem ganhando importância como uma
opção na rotação de cultura, especialmente em áreas de reforma de pastagens e
canaviais, pelos benefícios que a mesma propõe ao solo como fixação de
Nitrogênio.
Isso porque, a soja é uma cultura que exige muitos nutrientes, especialmente
o nitrogênio, sendo que este é principalmente obtido por meio da Fixação Biológica
de Nitrogênio (FBN), sendo que no caso da soja esse processo é realizado
predominantemente por bactérias do gênero Bradyrhizobium e Azospirillum
brasilense, as quais fornecem nitrogênio de maneira eficiente para a planta,
podendo chegar a níveis bem altos, até mesmo 90% do requerido (HUNGRIA et al.,
2005).
Além disso, a escolha das sementes e a forma da semeadura são essenciais,
pois o foco do produtor é a produtividade final, isto é, um bom retorno econômico.
Por isso, diversos estudos têm sido realizados, especialmente por
Universidades da região para verificar quais cultivares melhor se adaptam ao clima e
ao solo da Nova alta Paulista.
2 Delimitação do Assunto
Como a soja a cada ano apresenta maior demanda pelo consumo humano,
sobretudo para a exportação, essa cultura vem ganhando cada vez mais espaço entre os
produtos da Nova Alta Paulista.
De acordo com dados do Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística- IBGE
(2020 apud HIRAKURI et al. 2020) nas regiões de Presidente Prudente, Araçatuba e
Marília que estão situadas mais ao oeste de São Paulo a produção canavieira ainda
predomina, mas a soja, teve pequena expansão de área sendo que na safra
2017/2018, a soja alcançou nas microrregiões de Presidente Prudente, Araçatuba e
Marília, respectivamente, 47,1 mil ha, 44,1 mil ha e 8,3 mil há.
De acordo com Nakayama (2020) durante as décadas de 1980 e 1990, alguns
produtores investiram na produção da soja na região de Adamantina- SP, mas por
causa do clima, não obtiveram tanto sucesso e essa situação tem mudado, com a
disponibilização de novas cultivares pelas empresas de produção de sementes.
Por isso, a região de Adamantina- SP, tem grande potencial para a expansão
dessa lavoura, uma vez que na cidade de Adamantina há o Polo Regional da
Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA).

3 Problema de estudo
Como o consumo de soja mundial é bem grande e a cada ano se busca
expandir a área plantada, temos como problema de estudo a seguinte questão:
quais as possibilidades para a expansão da soja na região de Adamantina- SP e os
reflexos econômicos, sociais e sustentáveis que essa cultura pode trazer?
4 Revisão Bibliográfica
Alambert (2010) aponta que a produção de soja é muito importante para a
demanda externa que está crescente, especialmente na China e na Índia que são os
países mais populosos do mundo e por isso, precisam de soja ou de farelo de soja
para produzir rações para atender as demandas das populações desses países por
proteína animal, além da produção de biocombustíveis no país que cresce a cada
ano por causa do apelo sustentável e ecológico para a substituição de combustíveis
fósseis.
De acordo com Alambert (2010, p. 8) “utilizando-se de dados históricos de
temperatura e insolação, pode-se inferir quais regiões tem maior potencial de
produção e direcionar recursos e esforços visando atingir a produtividade potencial”.
Nesse sentido, o autor afirma que:
No Brasil, o desenvolvimento de variedades geneticamente adaptadas às
diferentes condições de clima, solo e latitude proporcionaram o cultivo desta
leguminosa em todas as regiões do país e, em quase todos os estados é
explorada. O melhor exemplo desta conquista genética - tornar uma planta
original de latitudes elevadas produtiva em médias e baixas latitudes - é o
Mato Grosso, hoje maior estado produtor e também detentor da melhor
produtividade média. O segundo e o terceiro estados com maiores áreas
plantados - Paraná e Rio Grande do Sul - estão na Região Sul onde a soja
foi inicialmente cultivada comercialmente. Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas
26 Gerais e Bahia são os demais principais estados produtores
(ALAMBERT, 2010, p. 25-26).

Florêncio (2017) aponta os fatores que formam a produtividade e as


estratégias que buscam maior rentabilidade do sistema caracterizando aspectos de
fenologia, crescimento e produtividade de variedades de soja cultivadas em
diferentes grupos de maturação nos municípios de Leme e Piracicaba- SP e
segundo o autor:

A produtividade de uma cultura é definida pela interação entre o genótipo da


planta, o ambiente de produção e o manejo. A produtividade está
diretamente relacionada com o acúmulo de matéria seca, por isso conhecer
práticas culturais compatíveis com a produção econômica visando o
acúmulo de matéria seca é fundamental para aumentar os rendimentos de
grãos. As principais práticas de manejo que devem ser consideradas são
época de semeadura recomendada para a região de produção; a escolha
dos cultivares mais adaptados; o uso de espaçamentos e densidades
adequados; o monitoramento e controle das plantas daninhas, pragas e
doenças e a redução das possíveis perdas de colheita (FLORÊNCIO, 2017,
p. 15).
Claramente a soja exige muitos cuidados, desde a escolha do solo até a
colheita, pois sendo uma cultura tão importante para o país e como a tendência é
que as áreas plantadas aumentem a cada ano, quanto maior a produtividade, melhor
para a economia.
Atualmente, devido aos avanços tecnológicos a soja pode ser cultivada em
diferentes tipos de solo e sobre isso, Gomes (2019), onde a respeito do crescimento
da produção da soja a autora cita que:
A cultura da soja apresentou crescimento nas últimas décadas, o que deixa
evidente o progresso alcançado pela cultura no cenário do agronegócio
brasileiro. Desta forma, pode-se dizer que neste período ocorreram
mudanças significativas na exploração da cultura, na qual os avanços
tecnológicos possibilitaram o cultivo comercial das espécies em regiões de
baixa latitude (GOMES, 2019, p. 15)

Com isso, se percebe a importância da evolução das pesquisas para a


produção de soja, pois segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados
Unidos-USDA (2022), o Brasil é o principal produtor de soja no mundo, sendo
responsável por 33% de toda a produção mundial.
Por isso, na região de Adamantina- SP, o cultivo de soja está sendo
incentivado, pois com as novas tecnologias o que antes não propiciava um bom
desenvolvimento desse cultivo, mudou nos dias atuais e de acordo com Nakayama
(2020, p. 1):
a região da Alta Paulista é caracterizada pela baixa altitude, altas
temperaturas e risco de veranicos, que são os períodos secos no início do
verão. Isso atrapalhava o desenvolvimento e a produtividade da soja. Esta
situação tem se modificado com a disponibilização de novas cultivares pelas
empresas de produção de sementes.

Como se percebe, a possibilidade de se expandir a lavoura de soja na região é boa,


basta haver incentivos para tal.
5 Justificativa
O presente estudo justifica-se por tratar de tema que efetivamente necessita
de aprofundamento, uma vez que são poucos os estudos que abordam o cultivo da
soja na região de Adamantina- SP.

6 Objetivos
Objetivo Geral
- Analisar a possibilidade da expansão da soja na região de Adamantina- SP, mostrando os
reflexos econômicos, sociais e ambientais dessa cultura e como os materiais influenciam o
plantio nas condições de solo e de clima.
Objetivos específicos

 Realizar diagnóstico da situação do cultivo de soja Adamantina e região;


 Mostrar como está a produção de soja em Adamantina- SP e região e as
possibilidades de expansão;
 Apresentar as vantagens e desvantagens em termos de meio ambiente, geração
de renda e emprego que o cultivo de soja traz para a região.

7 hipótese
A pesquisa tem como hipótese que o estudo e análise da possibilidade de
expansão do cultivo de soja na região de Adamantina- SP permitirá recomendar
ações para sua melhoria através da divulgação por órgãos governamentais,
universidades, entre outros.
8 Procedimentos Metodológicos
A pesquisa se embasará na análise bibliográfica vinculada à temática com a
respectiva análise das informações. Emprega-se, outrossim, a indução-dedução de
modo a relacionar os temas com a realidade local e estabelecer propostas de
conclusões, além da análise de informações de órgãos públicos, análise e propostas
de resultados. Segundo Gil (2008), “a principal vantagem da pesquisa bibliográfica
reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos
muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente”.
O trabalho também utilizará os estudos de disciplinas cursadas, de trabalhos
de campo e entrevistas para coleta de dados e informações na região de
Adamantina- SP. Depois disso, haverá o registro das atividades, acompanhado de
registros fotográficos. Hasse (2009) sugere que “a fotografia nunca é apenas um
registro mecânico da realidade, ela é um fenômeno histórico, uma construção
cultural e social, traduz um poder inerente àquele que fotografa, aquele que a usa, a
maneira como a usa, as suas finalidades e interesses.”
Esses levantamentos servirão para se analisar a possibilidade de expansão
do cultivo da soja e os reflexos na economia de forma a mostrar as soluções que os
produtores encontraram para que o cultivo dessa leguminosa tenha sucesso e se
expanda ainda mais.
9 Cronograma de Atividades
ANO MESES MESTRADO
2022 Novembro - Aulas
- Contato com orientador

Dezembro - Elaboração do projeto


2023 Fevereiro - Aulas
- Elaboração do projeto

Março - Aulas
- Início do projeto
Abril - Aulas
- Execução do projeto
- Reunião com o
orientador
Maio - Aulas
- Execução do projeto
Junho - Aulas
- Execução do projeto
Julho - Reunião com o
orientador

Agosto - Aulas

Setembro - Pesquisa bibliográfica e


Coleta de dados
Outubro - Início da finalização

Novembro - Finalização do projeto


- Reunião com o
orientador
Dezembro - Apresentação
10 Referências
ALAMBERT, Marcelo Rodrigues. Estimação Estocástica de Parâmetros
Produtivos da Soja: uso do modelo PPDSO em um estudo de caso em
Piracicaba/SP. Dissertação de Mestrado em Agronomia - Escola Superior de
Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2010.

FLORENCIO, Victor Hugo Rodrigues. Caracterização de variedades cultivadas de


soja de diferentes grupos de maturação em função dos atributos morfológicos,
fenológicos e a produtividade. Dissertação de Mestrado em Fitotecnia- Escola
Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. Universidade de São Paulo, 2017.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social.6. ed. – São


Paulo: Atlas, 2008, p 50-71.

GOMES, Maynara Santos. Fertilização nitrogenada: produção, produtividade e


trocas gasosas da soja cultivada em latossolo amarelo em casa de vegetação.
Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Universidade Federal Rural da Amazônia,
Belém, 2019.

HASSE, Manuela. Play Time: Desporto, Fotografia e a Re-creação do Mundo. In:


Jorge Crespo Estudos em Homenagem. Editora: 100 Luz. Lisboa 2009.

HIRAKURI, Marcelo Hiroshi; CONTE, Osmar; PRANDO, André Mateus; ALVADI,


Cesar de Castro; BALBINOT JÚNIOR, Antônio. Diagnóstico da Produção de Soja
nas Macrorregiões Sojícolas 2 e 3. Embrapa soja, Londrina- PR, 2020.

HUNGRIA, M. et al. The importance of nitrogen fixation to soybean cropping in


South America. In: WERNER, D. & NEWTON, W., ed. Nitrogen fixation in
agriculture, forestry, ecology, and the environment. Dordrecht, Springer, 2005. p. 25-
42.

NAKAYAMA, FERNANDO T. DESEMPENHO SOBRE CULTIVO DE SOJA E MILHO


NO OESTE PAULISTA É APRESENTADO PARA PRODUTORES EM
ADAMANTINA. REPORTAGEM PUBLICADA NO G1 EM 26 FEV. 2020.

USDA- Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Área plantada da soja


continuará em expansão em 2022/23, mas em ritmo mais lento. Reportagem
publicada em 18 de abr. de 2022 pela Avicultura Industrial.
1

Você também pode gostar