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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA E SOLOS - DEAS


DISCIPLINA: IRRIGAÇÃO E DRENAGEM

PROJETO DE IRRIGAÇÃO PARA A CULTURA DA SOJA DE UMA


PROPRIEDADE EM CORRENTINA - BA

Vitória da Conquista – BA
Novembro de 2021
CAROLAINE TELES PEREIRA
DIEGO LOPES
IGOR OLIVEIRA FERRAZ
ISLAN FERRAZ
MARCELY ADRIANE MAIA

PROJETO DE IRRIGAÇÃO PARA A CULTURA DA SOJA DE UMA


PROPRIEDADE EM CORRENTINA - BA

Trabalho realizado como requisito


avaliativo no período de letivo de 2020.2,
como forma de obtenção de
aprendizagem da disciplina Irrigação e
Drenagem, no curso de Engenharia
Agronômica, da disciplina Irrigação e
Drenagem da Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia - UESB. Sob
orientação do Profº Dr. Cristiano
Tagliaferre.

Vitória da Conquista - BA
Novembro de 2021
1. INTRODUÇÃO

No Brasil, o primeiro relato sobre o surgimento da soja através de seu cultivo


é de 1882, no estado da Bahia (BLACK, 2000). Em seguida, foi levada por imigrantes
japoneses para São Paulo, e somente, em 1914, a soja foi introduzida no estado do
Rio Grande do Sul, sendo este por fim, o lugar onde as variedades trazidas dos
Estados Unidos, melhor se adaptaram às condições edafoclimáticas, principalmente
em relação ao fotoperíodo (BONETTI, 1981).A expansão da soja continuou pelo
cerrado chegando até em estados do nordeste brasileiro, como o caso da Bahia,
Maranhão e do Piauí.
Desde a década de 90, a produção de soja aumentou quase seis vezes. A
produção saltou de 20 para 135 milhões de toneladas, a área plantada triplicou e a
produtividade duplicou.
Por conta dessa rápida ascensão da cultura ocorreu e ainda ocorre um
grande impacto ambiental, pois grandes áreas que antes eram vegetação nativa
foram derrubadas para a implantação da cultura, gerando assim um grande impacto
ambiental.
Para diminuir o impacto ambiental gerado pela exploração da cultura a saída
encontrada foi o investimento em novas tecnologias de produção, fazendo com que
se produzisse mais numa área menor, com isso o desmatamento seria diminuído
causando menos impacto além de garantir uma produção superior ao que se tinha
antes.
A soja (Glycine max (L.) Merrill) é uma das mais importantes culturas na
economia mundial. Seus grãos são muito usados pela agroindústria (produção de
óleo vegetal e rações para alimentação animal), indústria química e de alimentos.
Recentemente, vem crescendo também o uso como fonte alternativa de
biocombustível (COSTA NETO & ROSSI, 2000).
A implantação de programas de melhoramento de soja no Brasil possibilitou o
avanço da cultura para as regiões de baixas latitudes, através do desenvolvimento
de cultivares mais adaptados por meio da incorporação de genes que atrasam o
florescimento mesmo em condições de fotoperíodo indutor, conferindo a
característica de período juvenil longo (KIIHL & GARCIA, 1989).
Para ter uma boa produção é preciso levar em conta alguns estresse
abiotipos que influenciam diretamente sobre a produtividade da cultura, como por
exemplo a seca. Por conta de toda uma alteração climática global deve ser feita todo
um estudo sobre a melhor forma de garantir a produção mesmo em condições
adversas do clima. Um exemplo disso é o uso de irrigação nas culturas, garantindo a
produção mesmo em casos que a chuva não apareça como era prevista para aquele
período do ano, seguindo todos os históricos da área.
E para garantir um uso sustentável dos recursos hídricos o presente trabalho
apresentará duas tabelas com seus respectivos cálculos sobre o uso da irrigação
localizada e a aspersão.
Apesar dos efeitos do atual cenário brasileiro, estima-se na safra 2020/2021,
uma produtividade de grãos numa média de 5.526 Kg/ha, com expectativa de
aumento de 10,1% na segunda safra (CONAB, 2021).
Em contrapartida, segundo o INMET (2021), vêm constatando-se baixos
índices pluviométricos na Bahia nos últimos meses. Desse modo, no intuito de
subverter essa realidade deficitária, muitos agricultores buscam na irrigação a
alternativa de suprir a demanda do mercado.

2. OBJETIVO GERAL

Dimensionar um sistema de irrigação por aspersão economicamente viável e


eficaz para o cultivo de soja em uma área de uma propriedade localizada em
Correntina - BA.

3. JUSTIFICATIVA

Um problema muito frequente, que se encontra em propriedades é um


dimensionamento incorreto do sistema, e isso ocasiona fatores que afetam o
desenvolvimento e a qualidade do produto final, sendo esse um problema recorrente
em propriedades de cultivo com uma menor área.
Dentre as dificuldades que os produtores têm encontrado, destaca-se a falta
de informações específicas sobre o momento adequado de iniciar a irrigação e a
necessidade hídrica da cultura (SOARES et al., 2012)
Assim, o presente projeto propõe uma solução que viabiliza a difusão de um
sistema por aspersão no cultivo da soja de forma economicamente viável,
disponibilizando a inserção científica no campo, e desse modo auxiliando esses
produtores.
4. REFERENCIAL TEÓRICO

4.1. O cultivo da soja


A soja (Glycine max, (L.) Merril), teve a primeira referência a cerca de 5000
anos atrás, sendo citada pelo considerado pai da agricultura na China, o imperador
chinês Sheng-nung, o qual mencionou a soja como alimento. O imperador
descreveu que na época o grão era utilizado para a produção do tofu que é um leite
de soja coalhado, assim como utilizado como moeda de troca por mercadorias
(BONATO & BONATO, 1987).
Até aproximadamente 1894, término da guerra entre a China e o Japão, a
produção de soja ficou restrita à China. Apesar de ser conhecida e consumida pela
civilização oriental por milhares de anos, só foi introduzida na Europa no final do
século XV, como curiosidade, nos jardins botânicos da Inglaterra, França e
Alemanha. (EMBRAPA)
A soja é uma das mais importantes culturas na economia mundial. Sues grãos
são usados pela agroindústria (produção de óleo vegetal e rações para alimentação
animal), indústria química e de alimentos. Recentemente, vem crescendo também o
uso como fonte alternativa de biocombustível (COSTA NETO & ROSSI,2000).
No Brasil, o primeiro relato sobre o surgimento da soja através de seu cultivo
é de 1882, no estado da Bahia (BLACK, 2000). Em seguida, foi levada por
imigrantes japoneses para São Paulo, e somente, em 1914, a soja foi introduzida no
estado de Rio Grande do Sul, sendo este, o local onde as variedades trazidas dos
Estados Unidos, melhor se adaptaram às condições edafoclimáticas, principalmente
em relação ao fotoperíodo (BONETTI,1981).
Dentre as culturas de importância econômica, pode-se destacar a soja,
considerada a principal oleaginosa produzida no mundo, onde o Brasil configura-se
como o segundo maior produtor da mesma, sua importância no país é tão elevada
que a mesma representa a principal cultura em área e volume de produção no país
(Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, 2016). (BRUNO COSMO et al,
2019).
Na safra de 2014/2015 o Oeste baiano, onde praticamente quase toda a soja
do estado da Bahia é produzida, gerou em torno de 4,5% da produção total de soja
no país, cerca de quatro milhões de toneladas (MAPA, 2015).
A Bahia é um importante produtor de soja, ocupando a 6ª posição no ranking
nacional, com uma área de 1,6 milhão de hectares, em 2018, entre os cultivos de
sequeiro e irrigado. Desde 2001, a soja ocupa posição de destaque entre os
principais produtos agrícolas produzidos no estado. A soja é o carro chefe da
produção agrícola do Oeste da Bahia, ocupando, em 2018, 58,8% da área total
cultivada na região. Atualmente, a soja do Oeste corresponde a 5,3% da produção
nacional e 54,4% da produção do Nordeste. A região destaca-se pela atividade em
larga escala, realizada com empreendedorismo e alto nível de excelência nos
processos de produção, tornando-se modelo de crescimento agrícola e uso de
tecnologia avançada. (SEAGRI, 2019).
A oleaginosa obteve o maior aumento absoluto, subindo de R$ 5,9 bilhões em
2019 para R$ 10,3 bilhões em 2020, acréscimo da ordem de 74,5%. Os valores
totais da oleaginosa e também o acréscimo percebido entre um ano e outro são os
maiores desde o início da série histórica da PAM (em 1974), ou seja, de 46 anos.
(CANAL RURAL,2021).
De acordo com Alves Júnior et al. (2018), o emprego de pivôs na cultura da
soja é viável em regiões que apresentem oscilações e/ ou déficits de precipitação,
desde que se considere o sistema, ou seja, o aproveitamento do pivô central para
outras culturas, como a sucessão soja e milho segunda safra. Quanto ao método de
irrigação localizada não são encontradas muitas informações sobre sua aplicação na
cultura da soja em extensas áreas, Simeão et al. (2014), destaca que o sistema
pode ser aplicado considerando-se eficiência de aplicação e uso de água,
entretanto, não apresenta dados sobre viabilidade econômica e operacional de seu
uso.

4.2. O uso do sistema de irrigação por gotejamento na cultura da soja


Nesse contexto, o déficit hídrico na cultura da soja pode ser comprometedor
durante a fase de desenvolvimento ou reprodutiva, ocasionando redução da
produtividade. Yi et al. (2010), observaram que o estresse hídrico afeta diretamente
a capacidade das plantas de capturar os recursos necessários para a fotossíntese,
bem como a eficiência com a qual converte esses recursos em biomassa e produção
de grãos.
A água é vital para as plantas, pois é veículo de transporte, como seiva, de
nutrientes para todas as partes da planta. A irrigação por gotejamento consiste na
aplicação direta de água ao solo, na região próxima ao sistema radicular da planta,
em pequenas intensidades e em alta frequência com a finalidade de manter a
umidade do solo próximo à capacidade de campo. (GALETI, 1982).
O sistema de gotejamento apresenta maior eficiência quanto ao uso de água
e aplicação de fertilizante, como também baixo risco de contaminação de produtos
agrícolas, minimização dos riscos de escoamento superficial, percolação e
acumulação de sais próximo ao sistema radicular e significativo potencial econômico
de água em caso de incentivos financeiros (AYARS et al. 2015)
Além disso, a irrigação por gotejamento também pode ser utilizada abaixo da
superfície do solo, sendo conhecida como gotejamento subsuperficial. Esse sistema
não tem sido muito utilizado para a irrigação da cultura da soja no Brasil. Em outros
países, como os Estados Unidos, já existem grandes áreas cultivadas com soja
irrigadas pelo sistema de gotejamento subsuperficial (MELO et al., 2020; ORON et
al., 1999).
Por gotejamento, a água é aplicada de forma pontual na superfície do solo,
sendo a proporção da área molhada de 20 a 80% da área total. Instalando-se os
gotejadores sobre a linha, na linha, numa extensão da linha, ou manufaturados junto
com variam em função da variação dos emissores, variação da pressão por perda
de carga e desnível geométrico, como também de possíveis obstruções nos
emissores (ANDRADE, 2006; SILVA et al., 2015; ZAGO, 2017).
Devido apresentar diâmetro de orifícios bastantes pequenos, o sistema de
irrigação por gotejamento exige que haja um eficiente processo de filtragem da água
(BERNARDO, 2008). Em vista disso, têm sido desenvolvidas novas tecnologias
tanto para prevenir, quanto para limpar caso o sistema já esteja obstruído. Em
relação à prevenção, pode ser utilizado sistema de filtragem da água (tela, disco ou
areia) na qual faz parte do próprio sistema, para evitar futuro entupimento dos
gotejadores. Já em relação à limpeza, existem diversos produtos químicos como
cloro e alguns ácidos.
Estudos realizados com a cultura da soja têm demonstrado que a economia
de água, o aumento da produtividade e a melhoria na qualidade do grão podem ser
atingidos utilizando-se a irrigação por gotejamento associada à fertirrigação
(HOWELL,1997). Além disso, no gotejamento, por não haver o molhamento das
folhas, minimiza problemas fitossanitários (MAROUELLI; SILVA, 2002).
Com o aumento dos preços dos insumos e com a escassez dos recursos
hídricos. Esses ganhos com eficiência devem ser obtidos com a melhoria nas
práticas de manejo e tecnologia. Com a expansão do plantio de soja em regiões
mais áridas e com solos menos férteis, a solução de forma segura é a utilização da
irrigação de forma eficiente (BERGONCI et al., 2001).
O sistema de irrigação para ser considerado economicamente viável é
necessário que os benefícios econômicos obtidos, ou seja, as receitas líquidas
geradas pela sua utilização sejam positivas e superiores quando comparadas a
outro sistema de irrigação em estudo ou a produção em sequeiro. Portanto, o
benefício monetário gerado pela elevação da produtividade deve ser maior que a
elevação no custo de produção ocasionada pela implantação e operacionalização do
sistema de irrigação (ARÊDES et al., 2009).

5. METODOLOGIA

O presente trabalho se desenvolverá na região de Correntina, que se localiza


no Território do Oeste da Bahia, tendo como coordenadas geográficas o paralelo de
13°20’25’’ latitude Sul e o meridiano de 44°38’35” de longitude Oeste. O clima de
Correntina é caracterizado como tropical com estação seca (Classificação climática
de Koppen-Geiger: Aw). Possui uma precipitação média de 1.200 mm anuais,
segundo a estação meteorológica de Correntina - BA.

5.1 Dados da propriedade:


Propriedade: Sitio Renascer
Localidade: Correntina - BAHIA
Area total: 3,0 Hectares

5.2. Dados da região:


Clima: Tropical com estação seca
Precipitação média anual: 1200 mm
Temperatura Média: °C
Temperatura Máxima: 35ºC
Temperatura Mínima: 17ºC
Altitude Média: 575 m
Classificação do Solo: RQo – Neossolos Quartzarenicos Orticos
Textura de Solo: Textura arenosa

5.3. Dados da cultura:


Nome: Soja
Cultivar: BRS 7980
Florescimento: 32 a 34 dias
Ciclo total: 85 a 90 dias
Espaçamento: 1,0 x 0,5 m
População: 300 a 320 mil plantas por hectare
Tipo de crescimento: indeterminado
Forma de Plantio: Semeadura
Profundidade Efetiva do Sistema Radicular: 54 cm
Coeficiente da Cultura: 1,2

5.4. Dados da Irrigação


Tipo de Irrigação: Gotejamento
Fonte de Água: Poço
Fonte de Energia: Elétrica
Sistema: fixo
Área a Ser Irrigada: 3,0 ha-1
Vazão do Emissor: m³/h
Quantidade de Setores: 3 setores
Espaçamento entre emissores: 0,4m
Números de gotejadores:
Qualidade da Água: C1
Outorga da Água: 1,58m³/h
Tempo de utilização: 1 2h dia-1

5.5. Fita gotejadora autocompensante


Marca: Rivulis
Modelo: D500 – 16mm/15 mil;
Pressão: 1,4 bar = 14 m.c.a.;
Vazão: 1,0 L.h-1;
Comprimento máximo da lateral a uma pressão de entrada de 1,4 bar: 238m;
Eficiência de aplicação: 95%.
Será utilizada a irrigação por faixa contínua, pois o espaçamento entre plantas são
de 20 cm.

6. CÁLCULOS
Número de unidades operacionais
Foram estabelecidas o número de 6 unidades operacionais, por conta do tamanho
da área, sendo 1 por hectare.
Espaçamento entre emissores
A fita gotejadora a ser utilizada terão os emissores espaçados
6.1. Número de emissores por planta
Sp
NEP=
Se
Em que:
Sp = espaçamento entre plantas;
Se = espaçamento entre emissores.
0,2
NEP=
0,4
NEP=0,5
Será utilizado um emissor para cada duas planta.

6.2. Evapotranspiração
Determinou-se a evapotranspiração de referência pelo método Hargreaves
(Bernanardo et al., 2006) utilizando as temperaturas disponíveis o site Agritempo.
ETo=0,0023 ×(Tmed +17,8)× (Tmax−Tmin )0,5 × Ra× 0,408
Em que,
ETo = evapotranspiração potencial de referência, em mm.dia-1;
Tmed = temperatura média diária, em ºC;
Tmax = temperatura máxima diária, em ºC;
Tmin = temperatura mínima diária, em ºC
Ra = radiação no topo da atmosfera, MJ m-2 dia-1.
Para os valores da radiação do topo da atmosfera foram encontrados no livro
“Manual de Irrigação” por Bernardo, 2006.
Tabela 1: evapotranspiração mensal para a região de Correntina - BA através do método de Hargreaves
Fevereir Març Mai Setembr
  Janeiro o o Abril o Junho Julho Agosto o Outubro Novembro Dezembro
Tmin 20 20 20 20 19 17 17 17 19 21 21 20
Tme
d 24,5 25 24,5 24,5 24 23 23 23,5 25,5 26,5 25,5 24,5
Tmax 29 30 29 29 29 29 29 30 32 32 30 29
Ra 40,1 39,6 37,7 34 30,2 28,1 28,9 32,1 36 38,6 39,8 40
4,4855 5,32200
Eto 4,77523 5,03 4,489 4,05 3,75 3,73 3,833 4 5,27412 6 4,85155 4,76332

Evapotranspiração potencial da cultura (ETpc) segundo Bernardo et al., 2006.


ETpc=ETo∗Kc
Sabendo-se, que o Kc é o coeficiente da cultura. Com valor igual a 1,15.
ETpc=5,32∗1,2
ETpc=6,38 mm . dia−1

6.3. Irrigação real necessária


IRN=TR∗ETpc
TR = Turno de rega;
ETpc = Evapotranspiração potencial da cultura;
IRN=1∗6,38
IRN=6,38 mm. dia−1

6.4. Irrigação total necessária


IRN
ITN =
ea
6,38
ITN =
0,95
ITN =6,71mm . dia−1

6.5. Volume de água aplicado em cada planta, por irrigação


Vp=ITN∗Sp∗Sf
Onde:
Vp = volume por planta;
Sp = espaçamento entre plantas;
Sf = espaçamento entre fileira.
Vp=6,71∗0,20∗0,8
Vp=1,07 mm. dia−1

6.6. Tempo de funcionamento por posição


Vp
Ta=
NEP∗p
Sabe-se que:
Ta = tempo de operação por setor;
Vp = volume por planta;
q = vazão média por emissor;
NEP = número de emissores por planta.
1,07
Ta=
0,5∗1,0
Ta=2,14horas
Ta=2 h 08 min

6.7. Vazão necessária


A . Np. qa
Qs=2,778∗ ( Nu . Sp . Sf )
Sendo que,
Qs = vazão necessária;
A = área total a ser irrigada;
Np = número de emissor por planta;
qa = vazão média por emissor;
Nu = número de unidades operacionais;
Sp = espaçamento entre plantas;
Sf = espaçamento entre fileiras

Qs=2,778∗ ( 3.0,5 .1,0


6.0,2.0,8 )
Qs=1,56 L . s−1
Qs=5.616 L . h−1

Abaixo está sendo apresentado o croqui do projeto composto por seis unidades
operacionais irrigando uma por vez.
O sistema será composto por seis linhas de derivação de 57,83 m, 72 linhas laterais
em cada unidade operacional e duas linhas principais de 86,75 m de comprimento.
As linhas laterais para cada setor serão de 86,75m. Sendo que, em cada setor terá
15.624 emissores, havendo 217 emissores por linha.

6.8. Dimensionamento das linhas laterais


Variação da pressão permitida
Para definir a variação de pressão do setor utilizamos a variação máxima de 30% da
pressão de operação do emissor, 20% para a linha lateral e 10% para linha de
derivação.
DHs=0,3∗HaSendo que:
DHs = variação máxima de pressão permitida;
Ha = pressão de serviço dos emissores.
DHs=0,3∗14=4,2 m. c . a.
DHl = variação máxima de pressão permitida na linha lateral
DHl=0,2∗14=2,86 m. c . a .
DHd = variação máxima de pressão permitida na linha de derivação
DHd=0,1∗14=1,4 m. c . a .
6.9. Vazão por lateral
Ql=NEL∗Qa
Sendo que,
Ql = Vazão da linha lateral
NEL = número de emissores de linha lateral
qa = Vazão do emissor
Ql = 217 * 1,0
Ql = 217 L.h-1
Ql = 0,0602 L.s-1
6.10. Perda de carga nas linhas laterais
Para determinação da perda de carga contínua nas linhas laterais utilizou a seguinte
fórmula:
1,852
Q
J=1,21∗10 ∗
C
10
( ) ∗D
−4,87

Sendo que,
J = Perda da carga unitária
Q = Vazão da linha lateral
C = Coeficiente da linha lateral
D = Diâmetro da linha lateral
1,852
0,0602
J=1,21∗1010∗ ( 144 ) ∗13−4,87

J = 0,02514 m.m
0,5
( m−1 )
F=
2N
[ 1
2 N −1 m+ 1
+
6 N2 ]
Sendo que,
F = Fator de Christiansen
N = Número de emissores
m = Expoente do termo velocidade na fórmula
0,5
( 1,852−1 )
F=
2∗217 1
[
2∗217−1 1,852+ 1
+
6∗217 2 ]
F = 0,3524

∆ H =J∗L∗F∗¿
Sendo que,
ΔH = Perda de carga total
J = Perda de carga unitária
L = Comprimento da linha lateral
F = Fator de Christiansen
C = Coeficiente de rugosidade
Cg = Coeficiente
ΔH = 0,02514 * 86,75*0,3524*(1,94)
ΔH = 1,49 m.c.a

Para as linhas laterais serão utilizados fita gotejadora de polietileno de 17mm.

6.11. Pressão no início da linha lateral


Pin=Ps+0,75 ⋅ ΔH ± 0,4˙ ⋅ ΔZ Sendo que,
Pin = pressão no inicio da linha lateral
Ps = pressão de serviço do emissor
ΔH = perda de carga da linha lateral
ΔZ = desnível da linha principal
Pin=14 +0,75 ⋅1,49+0,4˙ ⋅0
Pin 16,2 m.c.a

6.12. Dimensionamento da linha de derivação


Variação de pressão permitida na linha de derivação
DHd=0,3 ⋅ Ha− DNI Sendo que,
Dhd = Variação máxima de pressão permitida
Ha = pressão de serviço do emissor
DNI = perda de carga total da linha lateral
DHd=0,3 ⋅14−1,49
DHd = 2,71 m.c.a.

Vazão na entrada da linha de derivação


Qd=nl⋅ q Sendo que,
Qd = vazão da linha de derivação
nl = número de linhas laterais
q = vazão da linha lateral
Qd = 432*0,0602
Qd = 4,32 L.s-1 ou,
Qd = 0,007224 m³.s-1

Perda de carga na linha de derivação


J=1,21 ⋅1010 ⋅( Q/ C )^1,852 ⋅ D −4,87
J=1,21 ⋅1010 ⋅( 4,32/ 144 )^1,852 ⋅ 50 −4,87
J=0,0973

F= 2∙432/2∙432−1 [ 1/1,852+1 + (1,852−1)^0,5 6∙432^2 ]


F=1,18

ΔH=J ⋅ L⋅ F ⋅( C/ Cg )^1,852
ΔH=0,073 ⋅ 86,75⋅ 1,18⋅( 140/ 100 )^1,852
ΔH=18,57 mca

P=Pl+Pd+ ΔZ
Pl = pressão da linha lateal
Pd = perda de carga total da linha de derivação
ΔZ = desnível da linha de derivação
P=16,2+18,52+0
P = 34,72 m.c.a.

6.13. Dimensionamento da linha principal


A linha principal terá 86,75m e conduzirá uma vazão de 4,32 L.s-1.

Diâmetro da linha principal


Foi utilizado o método da velocidade média (entre 1,0 a 2,0 m.s-1) para
dimensionar a linha principal.
V=(4 ⋅Q/ Π ⋅ D²2)
V=(4 ⋅0.00432/ 3,14 ⋅ 50²)
V=0,022 m.s-1

Perda de carda da linha principal


J=1,21 ⋅1010 ⋅( Q/ C )^1,852 ⋅ D −4,87
J=1,21 ⋅1010 ⋅( 4,32/ 144 )^1,852 ⋅ 50 −4,87
J=0,0973

Perda de carga da linha de recalque


J=1,21 ⋅1010 ⋅( Q/ C )^1,852 ⋅ D −4,87
J=1,21 ⋅1010 ⋅( 4,32/ 144 )^1,852 ⋅ 50 −4,87
J=0,0973
Cabeçal de controle
O cabeçal de controle será composto por: filtro de areia; registros; injetor de
fertilizantes. Considerou-se uma perda de carga de 10 m.c.a.

Altura manométrica
Hm=Pin+hfp˙ +DNp ˙ +hfr˙ +DNr ˙ +hfs˙ +hfloc ˙
Hm=16,2+0˙ +0 ˙ +0˙ +0 ˙ +0˙ +0 ˙
Hm=16,2 m.c.a
Qs = 7,02 m³.h-1

7. Potência da bomba
Pot= (4,32 x16,2/ 75 x0,70)
Pot=(69,98/52,5)
Pot= 1,33 +25%
Pot=1,66 c.v
Pot = 2 c.v

Motobomba Schneider BC-92S 1C 2,0CV 110/220V Monofásica.

8. Tabela de custos

Quantidad
Material Unidade de medida Valor unitário (R$) Valor total (R$)
e
Motobomba BC-
und 1 R$ 1.658,00 R$ 1.658,00
92S
Tubo PVC 50mm Barras de 6 m 68 R$ 39,90 R$ 2.713,20
Tubo polietileno 13
Bobinas de 500 m 75 R$ 482,00 R$ 36.150,00
mm
Início de linha und 432 R$ 3,62 R$ 1.563,84
Final de linha und 432 R$ 0,80 R$ 345,60
Filtro de areia und 1 R$ 1.750,00 R$ 1.750,00
Registros 50 mm und 9 R$ 28,99 R$ 260,91
Venturi und 1 R$17,60 R$ 17,60
Tê 50 mm und 3 R$ 5,98 R$ 17,94
Tê 4 saídas 50 mm und 2 R$ 5,66 R$ 11,32
Joelho 50 mm und 2 R$ 6,20 R$ 12,40
Cap und 6 R$ 3,61 R$ 21,66
Tubo de cola PVC und 9 R$ 3,75 R$ 33,75
Lixa und 6 R$ 1,20 R$ 7,20
Total de Custos (R$) R$ 44.563,42

REFERÊNCIAS
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ANEXOS

Catálogo do gotejador

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