Você está na página 1de 27

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO

GRANDE DO SUL

Campus Ibirubá

LUCAS COSSUL

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

MONITORAMENTO DE PRAGAS E DOENÇAS DA CULTURA DA SOJA E


ACOMPANHAMENTO NA UNIDADE DE BENEFICIAMENTO DE SEMENTES

Ibirubá

2016
LUCAS COSSUL

MONITORAMENTO DE PRAGAS E DOENÇAS DA CULTURA DA SOJA E


ACOMPANHAMENTO NA UNIDADE DE BENEFICIAMENTO DE SEMENTES

Relatório de Estágio, apresentado como


requisito parcial da obtenção do grau Técnico
em Agropecuária, pelo Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Rio
Grande do Sul - Campus Ibirubá.

Orientador: Marcos Paulo Ludwig.

Ibirubá

2016
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................................3

2. DESENVOLVIMENTO.......................................................................................................4

2.1. DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO.........................................................................4

2.2. CULTURA DA SOJA.........................................................................................................5

2.2.1. Pragas da soja..................................................................................................................7

2.2.1.1. Lagarta falsa-medideira (Chrysodeixis includens)........................................................8

2.2.1.2. Percevejos....................................................................................................................10

2.2.1.3. Tamanduá-da-soja (Sternechus subsignatus)..............................................................12

2.2.1.4. Trípes (Caliothrips phaseoli).......................................................................................13

2.2.2. Doenças da soja.............................................................................................................14

2.2.2.1. Ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi)...............................................................15

2.2.2.2. Podridão radicular de fitóftora (Phytophthora sojae)................................................17

2.2.2.3. Podridão parda da haste (Cadophora gregata)..........................................................18

2.2.2.4. DFC’s...........................................................................................................................19

2.2.2.4.1. O crestamento foliar de cercospora e mancha púrpura da semente (C. kikuchii), e a


septoriose ou mancha-parda (S. glycines).................................................................................19

2.2.2.4.2. Antracnose (C. truncatum)........................................................................................21

2.3. ACOMPANHAMENTO DA UBS DA EMPRESA..........................................................22

3. CONCLUSÃO.....................................................................................................................24

REFERÊNCIAS......................................................................................................................25
3

1. INTRODUÇÃO

O estágio foi realizado na matriz da empresa Grandespe Sementes e Agronegócios, em


Linha Arroio Angico, localizada no interior de Tapera (Figura 1). A empresa desenvolve
atividades do agronegócio, tais como produção, recebimento e venda de grãos e produção,
beneficiamento e comercialização de sementes, oferecendo assistência técnica de agrônomos
e técnicos agrícolas. Também é representante de fertilizantes e de defensivos agrícolas, onde
atua nesta última em parceria com as empresas Produza - Rizzardi & Webber Ltda e Futura
Agrícola. Já na unidade do Salto do Jacuí, possui uma destilaria de aguardente de cana-de-
açúcar, o qual é comercializado por todo o estado.
O estágio foi realizado no período de 10 de fevereiro a 24 de março de 2016,
totalizando 210 horas, sendo supervisionado pelo Eng. Agrônomo Gustavo Augusto Stärlick.
Durante o estágio, foram realizadas vistorias a campo das áreas de soja da empresa,
visitas técnicas às áreas de soja de produtores, juntamente com o técnico da Produza, e visitas
de acompanhamento na UBS (Unidade de Beneficiamento de Sementes), a qual estava
beneficiando sementes de trigo. Nas visitas às áreas de soja, foram feitas identificações e
monitoramento de pragas e doenças da cultura, com posterior diagnóstico técnico e
recomendações aos produtores ou planejamento agronômico da área. No acompanhamento da
UBS, foram vistas as etapas e equipamentos pelos quais as sementes de trigo passam durante
o processo de beneficiamento da empresa.
4

2. DESENVOLVIMENTO

2.1. DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO

Segundo informações institucionais, a Grandespe Sementes e Agronegócios foi


fundada no dia 29 de junho de 1956, quando Elio Stärlick realizou o plantio mecanizado de
sua primeira lavoura de trigo, localizada no interior do município de Tapera, na Linha Arroio
Angico. Em uma referência à data de fundação, a empresa recebeu o nome de GRAPE –
Granja São Pedro.
Na década de 70, com o avanço da agricultura e a crescente demanda por postos de
recebimento e comercialização de grãos, a empresa instalou em sua propriedade uma unidade
de recebimento de grãos. Nesta época, em 1973, a empresa começou a produzir sementes de
soja e trigo, prática que desenvolve até hoje, tendo estas sementes colhidas de lavouras
próprias da empresa, localizadas nos municípios de Tapera, Salto do Jacuí, Cruz Alta e Santa
Bárbara do Sul, e também de produtores parceiros.
Atualmente, na parte de sementes, a Elio Stärlick & Filhos Ltda atua na multiplicação e
comercialização de novas cultivares, sendo parceira de diversas entidades. Além do Rio
Grande do Sul, as sementes produzidas são comercializadas com os estados de Santa Catarina,
Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, através de representantes comerciais.
Na década de 80, a empresa investiu na instalação de uma destilaria de aguardente de
cana-de-açúcar, localizada no município do Salto do Jacuí – RS e, partir daí, a denominação
passou a ser GRADESPE – Granja e Destilaria São Pedro.
Já em 1998, a empresa muda de nome novamente, passando a ser chamada de
GRANDESPE, denominação que segue até hoje.
Atualmente, a matriz da Grandespe está localizada no município de Tapera, ainda
possuindo 3 filiais em Ibirubá, 1 em Jacuizinho, 1 em Cruz Alta, 3 em Boa Vista do Incra, 1
em Salto do Jacuí e 1 em Espumoso, sendo uma empresa que detém grande área de
abrangência na região.
5

Figura 1 – Sede da empresa Grandespe Sementes e Agronegócios, Linha Arroio Angico, Tapera, RS.

Fonte: GRANDESPE (s/a)

2.2. CULTURA DA SOJA

A soja atualmente cultivada com o intuito de produzir grãos no Brasil, a Glycine max,
é uma planta herbácea incluída na classe Magnoliopsida, ordem Fabales, família Fabaceae,
subfamília Faboideae, gênero Glycine L., espécie max (NUNES, 2013).
Esta soja é muito diferente dos ancestrais que lhe deram origem: espécies de plantas
rasteiras que se desenvolviam na costa leste da Ásia, principalmente ao longo do Rio
Amarelo, na China (VIDOR et al., 2004).
Com o passar dos anos, cruzamentos naturais e artificiais possibilitaram a exploração
agrícola da cultura para a produção de grãos, esta agora em território brasileiro possuindo
ciclos entre 100 e 160 dias e estatura entre 80 e 150 cm (dependendo de diversos fatores);
folhas trifolioladas (exceto as duas cotiledonares e o par de folhas no nó acima destas, que são
simples); caule ramoso (variando em intensidade quanto ao cultivar) e híspido; flores com
fecundação autógama e de coloração branca, roxa ou púrpura; sistema radicular pivotante e
com grande número de raízes secundárias; legume (vagem) levemente arqueado, peludo e
com coloração que varia de verde a amarelo-palha, cinza ou preto ao longo do
desenvolvimento da cultura, podendo conter de 1 a 5 grãos lisos, ovais, globosos ou elípticos,
com tegumento amarelo claro e hilo preto, cinza ou marrom (NUNES, 2013).
Quanto à classificação dos estádios fenológicos da cultura, estes são de extrema
importância para a identificação do ciclo da cultivar e de períodos críticos de controle de
6

pragas, plantas daninhas e doenças, assim podendo ser feita uma programação prévia dos
tratos culturais. E também, por introduzirem um termo global e detalhado para a identificação
das fases da cultura, facilitam muito o trabalho de pesquisadores, por exemplo, os quais
possuem assim uma linguagem padrão para ser usada em seus artigos.
Os estádios da soja se subdividem em vegetativo (representado pela letra V) e
reprodutivo (representado pela letra R), estes seguidos de números conforme o
desenvolvimento, com exceção dos estádios VE, VC e Vn.
Segundo Yorinori (1996), os estádios da cultura da soja são os seguintes, destacados
na Figura 2:

I. Fase Vegetativa
VC. Da emergência a cotilédones abertos.
V1. Primeiro nó; folhas unifolioladas abertas.
V2. Segundo nó; primeiro trifólio aberto.
V3. Terceiro nó; segundo trifólio aberto.
Vn. Enésimo (último) nó com trifólio aberto, antes da floração.

II. Fase Reprodutiva (Observação na haste principal)


R1. Início da floração: até 50% das plantas com flor.
R2. Floração plena: maioria dos racemos com flores abertas.
R3. Final da floração: flores e vagens com até 1,5cm.
R4. Maioria das vagens no terço superior com 2-4cm.
R5.1. Grãos perceptíveis ao tato a 10% da granação.
R5.2. Maioria das vagens com granação de 10-25%.
R5.3. Maioria das vagens entre 25 e 50% de granação.
R5.4. Maioria das vagens entre 50 e 75% de granação.
R5.5. Maioria das vagens entre 75 e 100% de granação.
R6. Vagens com granação de 100% e folhas verdes.
R7.1. Início a 50% de amarelecimento de folhas e vagens.
R7.2. Entre 51 e 75% de folhas e vagens amarelas.
R7.3. Mais de 76% das folhas e vagens amarelas.
R8.1. Início a 50% de desfolha.
R8.2. Mais de 50% de desfolha à pré-colheita.
R9. Ponto de maturação de colheita.
7

Figura 2 – Esquema do ciclo vegetativo contendo as fases mais importantes das plantas de soja. 
Fonte: BAYER (2016)

2.2.1. Pragas da soja

Durante o estágio, o monitoramento de pragas foi realizado semanalmente nas áreas da


empresa, e basicamente neste mesmo período nas áreas dos produtores clientes, ou quando
estes últimos solicitavam a visita técnica. Nas visitas às áreas da empresa, o principal objetivo
foi avaliar a incidência de pragas e avaliar uma possível aplicação; já nas visitas aos
produtores, acrescentava-se a este objetivo, sanar as dúvidas do produtor a respeito do assunto
e sobre demais questões do manejo da cultura. Os métodos usados para o monitoramento das
áreas foram o pano-de-batida e a avaliação visual das plantas, mas com destaque para o pano-
de-batida, o qual consiste em um pano de 1 m de comprimento preso em duas varas e que
deve ser estendido entre meio a duas fileiras de soja (Figura 3). E após ser estendido, as
plantas ao longo de sua extensão são sacudidas para que e os insetos que caiam sobre o pano
possam ser identificados e contabilizados. A contagem tinha por finalidade quantificar as
pragas na área e realizar a recomendação, e as pragas mais encontradas foram lagartas falsas-
medideiras e percevejos, além de tamanduás-da-soja e trípes.
8

Figura 3 – Pano de batida estendido em meio a duas fileiras de soja. 


Fonte: LANDGRAF (2015)

2.2.1.1. Lagarta falsa-medideira (Chrysodeixis includens)

As lagartas são verdes com linhas brancas longitudinais e podem chegar a 5 cm de


comprimento. Elas possuem três pares de pernas torácicas, geralmente escuras, dois pares
abdominais e um anal, sendo chamadas de “medideiras” porque andam em movimentos do
tipo “mede-palmo” (Figura 4, B) (MOREIRA e ARAGÃO, 2009).
Nos estádios ou instares iniciais de desenvolvimento, as lagartas são conhecidas como
“fiozinhos” (Figura 4, A), apresentando coloração verde clara e, para alimentarem-se, apenas
raspam as folhas e deixam para trás uma membrana translúcida na folha (MOREIRA e
ARAGÃO, 2009).
Com o seu crescimento, passam a fazer pequenos buracos no limbo, alimentando-se
sempre da folha e nunca das nervuras, - característica marcante desta lagarta -, podendo
causar severa desfolha. Outro diferencial da lagarta falsa-medideira é a sua grande fertilidade
e capacidade de reprodução, bem como o fato de permanecer geralmente nas partes mais
baixas da planta, no terço médio e inferior. Além disso, diferentemente das lagartas
helicoverpas e spodopteras, que se alimentam de folhas e vagens, estas se alimentam apenas
das folhas. Somente em casos esporádicos, com populações muito elevadas por área, a falsa-
medideira pode alimentar-se das vagens.
9

Ao atingir a fase de pupa, o inseto envolve-se com fios de seda geralmente na face
inferior das folhas, sendo estas pupas verdes no início (Figura 4, C) e gradualmente tornando-
se marrons, até o atingimento da fase adulta (MOREIRA E ARAGÃO, 2009).
Nesta safra 2015/16, conforme as áreas acompanhadas, a falsa-medideira foi a lagarta
mais encontrada e a que causou maiores danos na cultura da soja. Em áreas monitoradas,
foram encontradas até 60 lagartas por pano de batida, o que é extremamente elevado, sendo
que a empresa recomendava o controle quando eram encontradas entre 2 e 3 lagartas por pano
de batida, dependendo do estádio da soja.
É possível afirmar que esta grande incidência da C. includens nas últimas safras deve
se à aplicação exagerada de inseticidas nas fases iniciais da cultura e ao uso de fungicidas não
seletivos para o controle da ferrugem asiática da soja, que afetaram negativamente as
populações dos inimigos naturais da lagarta, como as vespinhas (Copidosoma sp.) e,
especialmente, as doenças fúngicas, como a doença branca (Nomuraea rileyi) e a doença
marrom (Pandora sp. e Zoophthora sp.) (LANTMANN, 2014).
Aliado a isso, nas últimas safras, têm sido observado veranicos e altas temperaturas,
que também são condições favoráveis ao desenvolvimento da falsa-medideira (LANTMANN,
2014).
Quanto ao controle da lagarta, o mais eficiente é o uso de cultivares resistentes, com a
tecnologia Intacta. Já nas cultivares não resistentes, o controle químico demonstrou-se
importante, sendo recomendado principalmente o inseticida Premio®
(CLORANTRANILIPROLE), na dose de 50 ml/ha, que apresentou um efeito desejado no
controle, observado no monitoramento pós-aplicação.

A B C

Figura 4 – Lagarta falsa-medideira “fiozinho” (A), adulta (B) e na fase inicial de pupa (C).

Fonte: COSSUL (2016)


10

2.2.1.2. Percevejos

Os percevejos são insetos sugadores que apresentam grande potencial de dano à


cultura da soja. Estes sugam os ramos, hastes e vagens em formação e os grãos, injetando
toxinas e inoculando fungos que podem causar doenças (SARAN, 2012).
Quando sugam os ramos e hastes provocam a retenção foliar (distúrbio fisiológico
conhecido como “planta louca”), que além de gerar uma planta improdutiva, dificulta a
colheita; quando se alimentam das vagens em formação, provocam vagens chochas e secas
sem formação de grãos; e quando atingem diretamente os grãos provocam murchamento, má-
formação e manchas, fazendo com que estes fiquem menores, enrugados, chochos e mais
escuros, afetando a produtividade e a qualidade das sementes (SARAN, 2012).
Na soja, a colonização de percevejos se inicia geralmente no final da fase vegetativa e
início da fase reprodutiva (R1 e R2) com a migração destes dos hospedeiros alternativos. A
partir da fase R3, inicia-se a reprodução nas lavouras e um expressivo aumento do número de
ninfas, sendo que a maior suscetibilidade da lavoura ao ataque ocorre na fase R4 (final do
desenvolvimento das vagens) e fase R5.1 (início de enchimento dos grãos), quando há um
aumento das populações. Este período crítico estende se até a fase R6 (grão verde ou vagem
cheia), quando os percevejos atingem o pico populacional, e tendem a decrescer a partir da
fase R7 (início da maturidade), quando começam a se esgotar as fontes de alimento (seiva).
Na fase R8 (desfolha natural) até R9 (maturidade plena) ocorre o acúmulo de insetos em
algumas plantas com atraso fisiológico e a dispersão para plantas hospedeiras alternativas
(CORRÊA-FERREIRA e PANIZZI, 1999).
Nas áreas de soja da Grandespe que são destinadas para produção de sementes, o
monitoramento de percevejos foi mais cuidadoso, visando sempre controlar este tipo de praga,
pois seus danos na semente afetam a germinação e o vigor.
Segundo VIDOR et al. (2004), o controle de percevejos deve ser iniciado quando
forem encontrados 4 percevejos adultos ou ninfas com mais de 0,5 cm por pano-de-batida; ou,
em campos de produção de sementes, 2 percevejos por pano-de-batida. No entanto, hoje o
controle é realizado com um menor número de insetos por pano-de-batida e, além disso, os
percevejos são difíceis de serem coletados no pano-de-batida. Assim, nas áreas monitoradas
no estágio, a incidência de percevejos também foi estimada conforme a avaliação visual das
plantas.
11

O controle de percevejos, tanto nas áreas da empresa quanto nas áreas monitoradas de
produtores, foi realizado com a aplicação de inseticidas do grupo dos Acefatos,
principalmente – com destaque para o Perito 970 SG®, na dose de 700 a 800 g do produto
comercial/ha –; ou com a mistura de Trinca Caps® (LAMBDA-CIALOTRINA) +
Imidacloprid Nortox® (IMIDACLOPRID), nas dosagens de 30 e 200 ml do produto
comercial/ha, respectivamente. Ambas as aplicações apresentaram um controle satisfatório,
aferidas no monitoramento pós-aplicação.
As espécies de percevejo encontradas no estágio foram três: o percevejo marrom
(Euschistus heros), a principal espécie atualmente, encontrada em praticamente toda área
monitorada; os percevejos barriga-verde (Dichelops melacanthus e Dichelops furcatus),
encontrados em menor incidência; e o percevejo-asa-preta ou percevejo-edessa (Edessa
meditabunda), encontrado em apenas uma área.
O percevejo marrom mede cerca de 1,3 cm de comprimento, possui “chifres”
(expansões laterais do protórax) pontiagudos e cor marrom-escura, com uma mancha branca
no dorso (Figura 5, A) (SARAN, 2012).
Já o termo percevejo barriga-verde é designado para duas espécies: para o Dichelops
melacanthus e para o Dichelops furcatus. Apesar do D. melacanthus ser mais encontrado nas
regiões Sudeste e Centro-Oeste e o D. furcatus mais encontrado aqui na Região Sul do Brasil,
o D. melacanthus foi a espécie encontrada nas áreas monitoradas (Figura 5, B). Ambos os
insetos possuem cerca de 1 cm de comprimento, coloração marrom na região dorsal e abdome
verde, sendo que o que as difere é a coloração do par de espinhos que há nas laterais do
protórax das duas. No D. furcatus, a cor dos espinhos é a mesma da cabeça, enquanto que no
D. melacanthus a coloração das pontas dos espinhos é mais escura em relação à cabeça
(MOREIRA e ARAGÃO, 2009).
E por fim, o percevejo-asa-preta ou edessa mede entre 1,1 e 1,4 cm de comprimento,
tendo coloração verde, com exceção das asas, que são escuras, e das antenas e pernas, que
podem ser amareladas ou castanhas, como pode ser visto na Figura 5, C (SARAN, 2012).
12

A B C

Figura 5 – Percevejos adultos das espécies marrom (A), barriga-verde (Dichelops melacanthus)
(B) e asa-preta ou edessa (C) em folhas de soja.
Fonte: COSSUL (2016)

2.2.1.3. Tamanduá-da-soja (Sternechus subsignatus)

Nesta safra 2015/16, a incidência de tamanduás-da-soja foi muito alta, sendo que em
quase toda área foram encontrados danos do inseto, larvas ou o próprio tamanduá.
O adulto (Figura 6, B) é um besouro que mede 1 cm de comprimento e possui
coloração preta com listras amarelas no dorso da cabeça e nas asas (CAMPO et al., 2000).
Neste estágio, para se alimentar, raspa a haste, ramos e pecíolos das plantas, desfiando os
tecidos no local do ataque (MOREIRA e ARAGÃO, 2009).
Após completar o seu desenvolvimento no interior da “galha”, local onde a fêmea põe
o ovo que dá origem à larva (Figura 6, A), esta última se movimenta para o solo, onde hiberna
em câmaras de 5 a 10 cm de profundidade, por mais ou menos 7 meses, até se tornar uma
pupa, que permanece em período pupal de 3 a 4 semanas, depois disso emergindo do solo na
fase adulta, completando o ciclo biológico que dura um ano (GASSEN, 2001).
Geralmente, o ataque ocorre em reboleiras e é mais comum em locais de plantio direto
e onde não se realiza rotação de culturas (MOREIRA e ARAGÃO, 2009). Neste sentido, para
evitar o ataque da praga, a rotação de culturas com espécies não hospedeiras, como o milho (o
inseto só ataca Fabáceas), é a técnica mais eficiente para o seu manejo; mas sempre associada
a outras estratégias, como plantas-iscas (soja ao lado de milho, por exemplo), para realizar o
controle químico na planta-isca e evitar que o tamanduá persista na área, ou o próprio controle
químico nas áreas de bordadura (aonde o inseto chega primeiro, pois vem voando) (CAMPO
et al., 2000). No controle químico, o princípio ativo indicado e que apresenta melhor controle
13

é o FIPRONIL, na dose de 32 g do ingrediente ativo por ha. Porém, dosagens a campo e a


porcentagem de controle com aplicações de inseticidas deste grupo não puderam ser
presenciadas no estágio devido ao período deste, que ocorreu a partir de fevereiro, época em
que já há poucos insetos adultos e muitas larvas nas plantas, as quais não apresentam forma de
controle viável.

A B
Figura 6 – Larva do tamanduá-da-soja (A) e adulto da espécie (B).
Fonte: COSSUL (2016)

2.2.1.4. Trípes (Caliothrips phaseoli)

Os trípes são pequenos insetos, medindo de 1 a 2 mm de comprimento, que na fase


adulta possuem cor marrom ou preta (Figura 7) e nas etapas juvenis (larvas ou ninfas), cor
amarela alaranjada, sendo que nesse último período permanecem predominantemente na parte
inferior das folhas e causam os maiores danos (CAMPO et al., 2000).
Estes insetos, favorecidos por períodos de estresse hídrico (seca), possuem um
aparelho bucal raspador capaz de perfurar as folhas, o que lhes permite a absorção de seiva
para alimentação, o que gera pequenas manchas esbranquiçadas (células vazias) nas folhas da
planta, que ficam com aspecto prateado ou cinzento e logo tomam uma cor bronzeada
(MOREIRA e ARAGÃO, 2009). Como consequência destas lesões, há um aumento na perda
de água através das folhas e uma possível via de ingresso de agentes causais de doenças
(fungos, vírus, bactérias) (MASSARO, 2013).
Geralmente os trípes não causam reduções de produtividade da cultura, porém,
pesquisadores argentinos estipulam que em grandes populações, estes podem reduzir a
produtividade de uma área de soja entre 31 e 38% (MASSARO, 2013). E segundo o mesmo
autor, o controle químico é o método mais eficiente para o controle da praga.
14

Nas áreas monitoradas, não houve a necessidade de aplicações de inseticidas


específicos para a praga, visto que em nenhuma a população de trípes estava em um nível
crítico.

Figura 7 – Trípes adultos pousados em um automóvel ao lado de uma área de soja.


Fonte: COSSUL (2016)

2.2.2. Doenças da soja

Durante o estágio, o monitoramento de doenças foi feito conjuntamente ao de pragas,


tanto nas áreas da empresa quanto nas propriedades de clientes. E para a avaliação do índice
de doenças nas plantas, foi feita uma avaliação visual das partes da cultura atacadas por cada
uma, em alguns casos com o auxílio de uma lupa para melhor visualização (Figura 8).
As doenças da soja que foram observadas com maior incidência no período de estágio
foram a ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi), em praticamente toda área observada, a
podridão radicular de fitóftora (Phytophthora sojae) e a podridão parda da haste (Cadophora
gregata). Em menor frequência, foram encontradas também doenças como o crestamento
foliar de cercospora (Cercospora kikuchii), a mancha parda (Septoria glycines), e a antracnose
(Colletotrichum truncatum), todas estas sendo consideradas como DFC’s.
15

Figura 8 – Avaliação de ferrugem asiática em folha de soja com auxílio de lupa.


Fonte: COSSUL (2016)

2.2.2.1. Ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi)

A ferrugem asiática, causada pelo fungo Phakopsora pachyrizi, é considerada uma das
doenças mais destrutivas e a que causa maiores danos em várias espécies de plantas da família
Fabácea, na qual se destaca a soja. Danos de sua incidência na cultura da soja ao redor do
mundo apontam perdas de até 90% da produtividade (ALMEIDA et al., in KIMATI et al.,
2005).
As condições ideais ao desenvolvimento da ferrugem asiática são temperaturas entre
21-28º C e um período de molhamento foliar entre 10-12 horas, sendo que alguns autores
ainda apontam a baixa incidência de luz como uma destas condições (ALMEIDA et al., in
KIMATI et al., 2005).
Os sintomas da doença (Figura 9) são encontrados primeiramente nas folhas do
baixeiro, próximas ao solo, onde há menor incidência de luz e maior umidade, além de ser
uma área mais difícil para o alcance de fungicidas pelo arranjo das cultivares, fatores que
favorecem o desenvolvimento do fungo. E conforme aumenta a densidade das lesões, ocorre o
amarelecimento e queda prematura das folhas (desfolha), estas últimas podendo secar e
continuarem presas à planta (REIS et al., 2006). Quanto mais cedo ocorrer a desfolha, menor
será o tamanho dos grãos e, por consequência, menor o rendimento e a qualidade destes, pois
as folhas, que deveriam, a partir da produção de fotoassimilados, continuar nutrindo as
sementes, não estão mais presentes.
16

Quanto ao controle do fungo, conforme Henning et al. (2005), o químico é o mais


viável; mas além deste controle, é importante evitar a semeadura nas épocas mais favoráveis à
doença (safrinha, por exemplo), selecionar cultivares mais precoces, eliminar plantas
voluntárias de soja na entressafra e, fundamentalmente, monitorar periodicamente a lavoura.
Ademais, hoje também se encontram no mercado cultivares com níveis parciais de resistência
ao P. pachyrhizi, os quais são uma boa opção por tornar possível um maior intervalo entre as
aplicações de fungicida.
Nas visitas a campo, a incidência de ferrugem asiática foi medida a partir da avaliação
visual das folhas (começando pelas do baixeiro), em sua parte inferior, com ou sem auxílio de
uma lupa, para a possível identificação dos sintomas e do estado das urédias (se estavam
controladas ou esporulando). Percebeu-se que nas áreas em que os produtores tiveram um
manejo mais cuidadoso da doença, respeitando e não deixando estender-se o período de
carência residual dos fungicidas; realizando a primeira aplicação na época correta; utilizando
os produtos mais atuais, que possuem melhor eficiência, ou misturas adequadas; pulverizando
a calda com qualidade, nos horários mais adequados do dia e com boa vazão; a incidência de
P. pachyrhizi foi mínima. Dentre estes pontos, notou-se que a primeira aplicação é essencial
para o controle posterior, assim esta não podendo ser muito atrasada e/ou com fungicidas de
eficiência baixa; e que o fungicida que apresentou melhor eficiência segundo os produtores e
o próprio agrônomo supervisor foi o Fox® (TRIFLOXISTROBINA + PROTIOCONAZOL),
na dose de 400 ml do produto comercial por ha. A eficiência desta dosagem pode ser
verificada no monitoramento pós-aplicação.
Nas áreas de soja da empresa, o controle da ferrugem asiática foi realizado levando em
consideração um período em torno de 15 dias entre cada aplicação de fungicida. Mas durante
o desenvolvimento da cultura, eram feitas sempre avaliações da sanidade da lavoura e, caso
fosse necessário adiantar uma aplicação devido à severidade da doença, esta era programada;
e caso, no final do ciclo, alguma aplicação programada não seria mais necessária pelo estado
são da área, está era cancelada.
17

Figura 9 – Sintomas de ataque severo da ferrugem asiática em uma folha de soja.

Fonte: COSSUL (2016)

2.2.2.2. Podridão radicular de fitóftora (Phytophthora sojae)

A safra 2015/16 mostrou algumas condições ideais para o desenvolvimento desta


doença. Devido às chuvas, grande parte dos produtores teve que realizar a semeadura em
solos encharcados, com elevada umidade, condição ideal para a instalação do fungo nas
plantas.
Os sintomas da doença podem aparecer em qualquer fase da cultura, mas a instalação
do fungo na planta ocorre sempre nos estádios iniciais. Em plantas adultas, os sintomas têm
início com a murcha de plantas e clorose das folhas, estas que com a evolução da doença
secam e mantêm-se presas aos pecíolos (HENNING et al., 2005). A haste e os ramos laterais
apresentam apodrecimento de coloração marrom-escura, que progride de baixo para cima na
planta (Figura 10), afetando vários nós e, internamente, exibindo uma coloração escura,
podendo ser vista ao quebrá-la (ALMEIDA et al., in KIMATI et al., 2005).
Quanto aos métodos de controle da doença, segundo Henning et al. (2005), o principal
é realizar a semeadura com cultivares resistentes, mas também se possível evitar esta prática
quando o solo estiver muito úmido e melhorar as condições de drenagem deste. Uma vez a
doença instalada, medidas de controle não são mais viáveis.
A importância da resistência das cultivares no controle da podridão radicular de
fitóftora foi presenciada em uma área da Grandespe na qual foi implantada a cultivar BMX
Vanguarda, susceptível à doença. Na área, semeada com o solo úmido, foi possível a
identificação de diversas plantas apresentando os sintomas do ataque de Phytophthora sojae.
18

Figura 10 – Planta atacada pelo Phytophthora sojae.


Fonte: COSSUL (2016)

2.2.2.3. Podridão parda da haste (Cadophora gregata)

Devido às condições de desenvolvimento semelhantes às da Phytophtora, a ocorrência


desta doença também foi favorecida pelas características da safra 2015/16. A semeadura teve
que ser realizada muitas vezes em solos com teores de umidade muito elevados, o que
propicia a instalação do fungo na planta.
Os sintomas apresentados pela doença são o escurecimento marrom-escuro da medula
da haste e da raiz, acompanhado de súbita clorose e necrose internerval das folhas (folha
“carijó”) - o que pode ser observado na Figura 11 -, seguida da queda precoce destas
(HENNING et al., 2005), resultando na diminuição do tamanho e perda de qualidade dos
grãos. Deve se ressalvar que a doença não apresenta sintomas externos na haste e nas raízes.
Quanto ao controle da podridão parda, a principal tática é o uso de cultivares
resistentes, seguida da rotação de culturas; esta durante, no mínimo, três anos, pois o agente
causal da doença sobrevive nos restos culturais de soja e no solo também (HENNING et al.,
2005). Uma vez a doença instalada, esta é irreversível, sendo assim muito importantes as
táticas de controle para impedir a infecção do fungo, desde a semeadura.
Em diversas áreas de soja avaliadas foram encontradas plantas com sintomas de
podridão parda da haste.
19

Figura 11 – Sintomas da podridão parda da haste nas folhas.


Fonte: COSSUL (2016)

2.2.2.4. DFC’s

São consideradas doenças de final de ciclo (DFC’s) o crestamento foliar de cercospora


e a mancha púrpura da semente, causados pelo patógeno Cercospora kikuchii, a septoriose ou
mancha-parda, causada pelo fungo Septoria glycines, e a antracnose, causada pelo
Colletotrichum truncatum. Quanto às duas primeiras doenças, estas são consideradas um
complexo, visto que apresentam sintomas semelhantes nas folhas, são favorecidas por
temperaturas entre 25 e 35º C, alta umidade relativa e longos períodos de molhamento foliar
(CARREGAL e SILVA, 2015).

2.2.2.4.1. O crestamento foliar de cercospora e mancha púrpura da semente (C. kikuchii), e a


septoriose ou mancha-parda (S. glycines)

Segundo Carregal e Silva (2015), mesmo sendo consideradas doenças de final de


ciclo, estas duas podem ocorrer em qualquer estádio fenológico; mas, normalmente, a
septoriose, ocorre por primeiro.
20

O fungo de ambas as doenças pode ser disseminado por sementes infectadas, pela ação
do vento e por implementos agrícolas contaminados, sendo que podem sobreviver em restos
culturais, sementes, hospedeiros alternativos e soja tiguera (ALMEIDA et al., in KIMATI et
al., 2005). E conforme o mesmo autor, devido à disseminação dos esporos ser eficiente
através do vento, os sintomas de ambas as doenças ocorrem de forma generalizada no campo,
podendo causar reduções na produtividade de até 30% cada uma.
Deve se ressaltar também que a prática de controle mais utilizada para estas doenças é
a aplicação de fungicidas, estes com o objetivo principal de controle à ferrugem asiática, mas
que na maioria das vezes também possuem efeito satisfatório no controle de tais. Porém, o
ideal é um conjunto de práticas de manejo, tais como o uso de sementes sadias e tratadas,
adubação equilibrada (principalmente em relação ao potássio), rotação de culturas com
espécies não hospedeiras, eliminação da soja tiguera e de hospedeiros alternativos e evitar a
alta população de plantas (ALMEIDA et al., in KIMATI et al., 2005).
Os sintomas do fungo C. kikuchii são o crestamento foliar de cercospora e a mancha
púrpura da semente, sendo que o crestamento foliar inicia nas bordas dos folíolos, geralmente
após o enchimento de grãos, e não apresenta formato definido, formando grandes manchas
escuras necróticas que causam a desfolha precoce (CARREGAL e SILVA, 2015). Nas
vagens, evidencia-se a presença da mancha púrpura com a formação de pontuações vermelhas
que evoluem para manchas castanho-avermelhadas, através de onde o fungo atinge a semente,
causando a mancha púrpura do tegumento, que afeta a qualidade desta (HENNING et al.,
2005).
O crestamento foliar de cercospora e a mancha púrpura da semente puderam ser
identificados em uma área de BMX Magna da empresa, no município de Cruz Alta, a partir da
avaliação visual das folhas e de alguns grãos (Figura 12).

A B

Figura 12 – Sintomas de Cercospora kikuchii nas folhas (A) e em grão de soja (B).
21

Fonte: COSSUL (2016)


A Septoriose ou mancha-parda (S. glycines) foi possível de ser identificada na mesma
área onde se encontraram sintomas do crestamento foliar de cercospora e da mancha púrpura
da semente, no município de Cruz Alta, conforme a avaliação visual das folhas (Figura13).

Figura 13 – Sintomas da mancha parda em folha de soja.


Fonte: COSSUL (2016)

2.2.2.4.2. Antracnose (C. truncatum)

Segundo Almeida et al., in Kimati et al. (2005), esta doença não é encontrada com
muita frequência em nossa região, sendo mais comum no cerrado brasileiro; e é favorecida
por altas temperaturas aliadas a altos níveis pluviométricos e elevada densidade de semeadura.
A doença pode causar morte de plântulas, necrose dos pecíolos e manchas nas folhas,
hastes e vagens, podendo atacar a planta em todos os estádios de desenvolvimento
(HENNING et al., 2005). E conforme os mesmos autores, quando o fungo ataca as vagens nos
estádios R3-R4, tornando-as retorcidas e com coloração escura, o inóculo da doença é
transmitido às sementes – que ficam com manchas de coloração castanho-escura –, estas se
tornando um meio de disseminação da doença às plântulas que originarão, resultando no
tombamento destas após a emergência. Outro meio de sobrevivência do fungo é nos restos
culturais também infectados.
22

Somente em algumas áreas monitoradas no estágio foram identificados sintomas de


antracnose, nas vagens (Figura 14) e pecíolos. Entretanto, em quantidades muito baixas, o que
não foi motivo de preocupação.

Figura 14 – Sintomas de antracnose em vagens de soja.


Fonte: COSSUL (2016)

2.3. ACOMPANHAMENTO DA UBS DA EMPRESA

O beneficiamento é uma das últimas etapas do processo de produção de sementes. É


na unidade de beneficiamento de sementes que o produto adquire, após a retirada de
contaminantes (sementes imaturas, rachadas e partidas, sementes de plantas daninhas,
material inerte e fragmentos de plantas), qualidades físicas, fisiológicas e sanitárias
necessárias para ser comercializada (SILVA et al., 1995).
As etapas que uma semente de trigo passa no beneficiamento de sementes da empresa
estão relatadas na Figura 15, sendo as seguintes:
23

Figura 15 – Fluxograma da UBS da empresa para o beneficiamento de sementes de trigo.


Fonte: COSSUL (2016)

Estas etapas somente foram acompanhadas superficialmente, sem muito


aprofundamento dos processos que as sementes passam em cada uma. Isto devido ao período
de estágio, no qual apenas algumas etapas puderam ser presenciadas (armazenamento,
limpeza, mesa de gravidade, ensacamento e armazenamento final). As demais etapas
(recepção, moega, pré-limpeza e secagem) foram realizadas logo após a colheita do trigo,
entre os meses de outubro e novembro da última safra (2015), período o qual o estágio não
englobou.
24

3. CONCLUSÃO

Com a realização do estágio, tornou-se possível compreender como funciona uma


empresa de agronegócios, presenciando o seu dia a dia nas diferentes atividades propostas,
como visitas técnicas a produtores, acompanhamento da UBS e monitoramento de áreas da
própria empresa, isto sempre com enfoque na cultura da soja.
O estágio se mostrou importante para aplicar os conhecimentos teóricos vistos em sala
de aula na prática a campo, assim agregando conhecimento e experiência ao grau técnico.
Também possibilitou observar as ações de representantes da empresa, fazendo com que fosse
presenciada uma postura profissional, na qual pude me inspirar.
E por fim, o estágio supervisionado foi de grande valor para minha vida técnica, pois
nele pude interagir com produtores, técnicos e agrônomos, a partir dos quais se tornou
possível absorver conhecimentos variados, os quais com certeza foram muito benéficos à
minha formação com qualidade e capacitação para futura atuação como técnico agrícola.
25

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, A. M. R.; FERREIRA, L. P.; YORINORI, J. T.; SILVA, J. F. V.; HENNING, A.


A.; GODOY, C. V.; COSTAMILAN, L. M.; MEYER, M. C. Doenças da soja (Glycine
max), Capítulo 64. In KIMATI, H.; AMORIM, L.; REZENDE, J. A. M.; BERGAMIN
FILHO, A.; CAMARGO, L. E. A. Manual de Fitopatologia: Doenças das Plantas
Cultivadas. Universidade de São Paulo, Volume 2, 4ª edição, 2005. 663 p.
BAYER. Manejo Integrado de Doenças. FOX – De primeira sem dúvida, s/d. 1 foto. Color.;
832 x 413. Disponível em: <http://deprimeirasemduvida.com.br/mid>. Acessado em
05/05/2016.
CAMPO, Clara Beatriz Hoffmann; MOSCARDI, Flávio; FERREIRA, Beatriz S. Corrêa;
OLIVEIRA, Lenita Jacob; GÓMEZ, Daniel Ricardo Sosa; PANIZZI, Antonio Ricardo;
CORSO, Ivan Carlos; GAZZONI, Décio Luiz; OLIVEIRA, Edilson Bassoli de. Pragas da
soja no Brasil e seu manejo integrado: Pragas que atacam plântulas, hastes e pecíolos.
EMBRAPA, 2000. Disponível em:
<https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/circtec30_000g46xpyyv02wx5ok0iuqaq
kbbpq943.pdf>. Acessado em 20/06/2016.
CARREGAL, Luís Henrique; SILVA, Juliana Resende Campos. Encarte técnico da soja:
Doenças. Revista Cultivar, 2015. 8p.
CORRÊA-FERREIRA, Beatriz S.; PANIZZI, Antônio R. Percevejos da Soja e seu Manejo.
EMBRAPA Soja, 1999. Disponível em: <
https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/circTec24_000g4vbbaaq02wx5ok0dkla0s
1m9l51b.pdf>. Acessado em 10/10/2016.
GASSEN, Dirceu. O tamanduá-da-soja, Sternechus subsignatus. Agrolink, 2001.
Disponível em: <http://agrolink.com.br/colunistas/ColunaDetalhe.aspx?CodColuna=212>.
Acessado em 20/06/2016.
GRANDESPE SEMENTES. A Empresa, s/d. Disponível em:
<http://www.grandespe.com.br/empresa>. Acessado em 05/05/2016.
HENNING, Ademir Assis; ALMEIDA, Álvaro Manuel Rodrigues; GODOY, Cláudia Vieira;
SEIXAS, Claudine Dinali Santos; YORINORI, José Tadashi; COSTAMILAN, Leila Maria;
FERREIRA, Léo Pires; MEYER, Maurício Conrado; SOARES, Rafael Moreira; DIAS,
Waldir Pereira. Manual de identificação de doenças de soja. EMBRAPA SOJA, Londrina –
PR, 2005. Disponível em: <http://www.agrolink.com.br/downloads/doen%C3%A7as%20da
%20soja.pdf>. Acessado em 20/06/2016.
LANDGRAF, Lebna. MIP reduz aplicação de inseticidas na soja, EMBRAPA SOJA, 2015.
1 foto. Color.: 640 x 853. Disponível em:
<https://www.embrapa.br/web/mobile/noticias/-/noticia/2447598/mip-reduz-aplicacao-de-
inseticidas-na-soja>. Acessado em 01/10/2016.
LANTMANN, Áureo. O aumento da falsa-medideira na soja. Projeto Soja Brasil, 2014.
Disponível em: <http://www.projetosojabrasil.com.br/artigo-falsa-medideira/>. Acessado em
05/05/2016.
26

MASSARO, Rubén A. Tripes em Soja. Crop Life Latin America, 2013. Disponível em:
<http://www.croplifela.org/pt/a-praga-do-mes.html>. Acessado em 20/06/2016.

MOREIRA, Henrique José da Costa; ARAGÃO, Flávio Damasceno. Manual de pragas da


soja. Campinas, SP. FMC Produtos Agrícolas, 2009. Disponível em:
<http://www.agrolink.com.br/downloads/Manual_de_pragas_de_soja%20(1).pdf>. Acessado
em 10/05/2016.

NUNES, José Luis da Silva. Características da Soja (Glycine Max). Agrolink, 2013.
Disponível em: <http://www.agrolink.com.br/culturas/soja/caracteristicas.aspx>. Acessado
em 05/05/2016.
REIS, Erlei Melo; BRESOLIN, Andrea C. R.; CARMONA, Marcelo. Doenças da Soja I:
Ferrugem Asiática, 2006. 78p.
SARAN, Paulo Edimar. Manual de Identificação de percevejos da soja. FMC Agricultural
Products, 2012. Disponível em: <
http://www.percevejos.com.br/wp-content/themes/somax/images/MANUAL_percevejos_2_1.
pdf>. Acessado em 10/05/2016.
SILVA, J. S.; PARIZZI, F. C.; SOBRINHO, J. C. Beneficiamento de Grãos. Cap 13, p.1-17,
1995.
VIDOR, Caio; FONTOURA, José Ubirajara Garcia; MACEDO, Jamil ; NAPOLEÃO,
Baldonedo Arthur; MIN, Tien. Cultivo da soja: A Soja no Brasil. EMBRAPA Soja, 2004.
Disponível em: <http://www.cnpso.embrapa.br/producaosoja/SojanoBrasil.htm>. Acessado
em 05/05/2016.
VIDOR, Caio; FONTOURA, José Ubirajara Garcia; MACEDO, Jamil ; NAPOLEÃO,
Baldonedo Arthur; MIN, Tien. Cultivo da soja: Manejo de Insetos-Pragas. EMBRAPA Soja,
2004. Disponível em: <http://www.cnpso.embrapa.br/producaosoja/manejoi.htm>. Acessado
em 10/05/2016.
YORINORI, José Tadashi. Estádios de desenvolvimento da soja. Embrapa Soja, 1996.
Disponível em: <http://www.cnpso.embrapa.br/alerta/ver_alerta.php?cod_pagina_sa=69>.
Acessado em 05/05/2016.

Você também pode gostar