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SETEMBRO/2021
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO COORDENADORIA DE
PROGRAMAS ESPECIAIS
1. IDENTIFICAÇÃO
2. TÍTULO DO PROJETO
5. INTRODUÇÃO GERAL
A bubalinocultura no Brasil é uma atividade recente, talvez por este fato, cercada de
muitas dúvidas. O crescimento desse rebanho tem ocorrido principalmente nas Regiões Norte
e Sul do País e não tem sido acompanhado pelo aumento da qualidade dos animais. Mas o Brasil
oferece condições favoráveis à sua criação em todo o seu território, pois o búfalo adapta-se com
facilidade a diferentes ambientes, inclusive em várzeas e áreas baixas, por apresentar
rusticidade acentuada. Esses animais apresentam boa conversão alimentar, ótima fertilidade
(com manejo adequado superior a 90%), baixa taxa de mortalidade de bezerros, precocidade
reprodutiva, rápido ganho de peso (o que permite sua utilização em confinamentos),
longevidade e docilidade no manejo (PRADO FILHO, 2013).
De acordo com Arrigone et al., (2013), mais de 70% dos custos da produção animal são
representados pela alimentação, com isso, a busca pela utilização de alimentos alternativos de
baixo custo tem sido amplamente investigada visando a diminuição dos custos e assegurar a
sustentabilidade das produções (DE LISBOA SANTOS et al., 2014).
A cana-de-açúcar é uma gramínea rica em fibra de baixa degradação ruminal, com
baixos teores de proteína bruta (2 a 3% na matéria seca) e desbalanço de minerais (DE
CARVALHO et al., 2010; QUEIROZ et al., 2012). Desse modo, a cana-de-açúcar deve estar
associada ao concentrado, visando obter melhores resultados de desempenho dos ruminantes
(PINTO et al., 2010).
Vindo da cana-de-açúcar, a levedura seca de cana-de-açúcar (Saccharomyces
cerevisiae) é um coproduto proveniente do creme de levedura excedente do processo de
fermentação do etanol desta gramínea, que, depois de centrifugado e separado do vinho, é seco
por spray dried. Apresenta entre 5 e 15 bilhões de células inativas por grama de produto, as
quais possuem maior proporção de carboidratos em relação à proteína e parede celular espessa,
insolúvel e muito resistente à ação das enzimas do trato gastrointestinal (SANTOS, 2009). Com
isso, a levedura de cana-de-açúcar é considerado um alimento alternativo, podendo ser usado
na alimentação animal.
Se tratando de consumo de nutrientes, de acordo com Rodrigues (1998), é o principal
fator a limitar a produção de ruminantes. Portanto, maximizar o consumo de um animal é
fundamental no desenvolvimento de rações e estratégias de alimentação que otimizem a
rentabilidade da produção.
6. REVISÃO DE LITERATURA
7. OBJETIVOS
Geral:
Específico:
Quatro níveis de levedura de cana-de-açúcar em substituição ao farelo de soja no
concentrado (0, 33, 66 e 100%) serão utilizados na alimentação de novilhas bubalinas com o
objetivo de avaliar o efeito sobre:
- O consumo de nutrientes.
8. METODOLOGIA
A alimentação foi constituída por quatro níveis de substituição do farelo de soja por
levedura de cana-de-açúcar (0, 33, 66 e 100%) no concentrado associados à cana-de-açúcar
como volumoso na proporção de 50:50 (concentrado:volumoso), fornecidos ad libitum, às
06h00 e 18h00, permitindo-se aproximadamente 10% de sobras, baseada nos valores médios
de composição dos alimentos disponíveis (VALADARES FILHO et al., 2002).
Diariamente foram feitas pesagens das quantidades das rações fornecidas e das sobras
de cada tratamento para avaliação do consumo. No momento da alimentação, durante todo o
experimento, foram amostrados o volumoso, os concentrados fornecidos e as sobras, as quais
foram acondicionadas em sacos plásticos e congeladas. Dessas amostras foram feitas compostas
semanais por animal para análise. Foram realizadas as análises de matéria seca (MS), matéria
mineral (MM), nitrogênio total (NT), extrato etéreo (EE), fibra em detergente neutro (FDN),
fibra em detergente ácido (FDA) e lignina (LIG), conforme descrito por Silva & Queiroz
(2002).
9. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Tabela 3. Consumo de nutrientes de novilhas bubalinas alimentadas com a mistura de levedura seca de cana-de-
açúcar e ureia em substituição ao farelo de soja.
Níveis P-valor
Item (kg/dia) EPM
0% 33% 66% 100% Linear Quadrático
Matéria seca 5,142 5,310 5,213 5,235 0,142 0,730 0,542
Matéria orgânica 4,832 4,991 4,903 4,923 0,134 0,711 0,539
Proteína bruta 0,874 0,893 0,866 0,863 0,024 0,497 0,579
Extrato etéreo 0,107 0,108 0,103 0,101 0,003 0,034 0,540
Carboidratos
3,851 3,990 3,934 3,959 0,107 0,517 0,538
totais
CFDNCP2 1,903 1,952 1,841 1,754 0,053 0,025 0,207
CCNF3 1,948 2,038 2,093 2,204 0,059 0,000 0,828
EPM - Erro padrão da média
CMS - Consumo de matéria seca; CMO – Consumo de matéria orgânica; CPB – Consumo de proteína bruta; CEE
– Consumo de extrato etéreo; CCHOT – Consumo de carboidratos totais; CFDN cp – Consumo de fibra em
detergente neutro corrigida para cinzas e proteína; CCNF – Consumo de carboidrato não fibroso.
2020 2021
A S O N D J F M A M J J
Revisão de Literatura x x x x x x x x x x x x
Condução do experimento x
x x
Processamento de amostras x x x
Análises laboratoriais x x x x x x x x
Confecção de artigos x x x x
BERNADES, W. Bubalinocultura leiteira no Brasil: tendências, parcerias e fomento. 1997. Palestra no evento
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