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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO COORDENADORIA


DE PROGRAMAS ESPECIAIS

CANA-DE-AÇÚCAR NA ALIMENTAÇÃO DE BUBALINOS


(Bubalus bubalis)
(RELATÓRIO FINAL – PIBIC)

ALUNA: MARIA VICTORIA VIEGAS DE MORAIS TEIXEIRA

SETEMBRO/2021
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO COORDENADORIA DE
PROGRAMAS ESPECIAIS

1. IDENTIFICAÇÃO

ALUNA: MARIA VICTORIA VIEGAS DE MORAIS TEIXEIRA


CURSO: BACHARELADO EM ZOOTECNIA
PROGRAMA: (X) PIBIC ( ) PIC ( ) PIBIC-EM
ORIENTADOR: RICARDO ALEXANDRE SILVA PESSOA
DEPARTAMENTO/UNIDADE ACADÊMICA: DEPARTAMENTO DE
ZOOTECNIA – UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO (SEDE)
RELATÓRIO: () PARCIAL (X) FINAL

2. TÍTULO DO PROJETO

CANA-DE-AÇÚCAR NA ALIMENTAÇÃO DE BUBALINOS


(Bubalus bubalis)

3. TÍTULO DO PLANO DE TRABALHO

SUBSTITUIÇÃO DO FARELO DE SOJA PELA LEVEDURA DE CANA-DE-


AÇÚCAR EM DIETAS PARA NOVILHAS BUBALINAS (Bubalus bubalis):
CONSUMO.
4. RESUMO DO RELATÓRIO

Objetivou-se avaliar o consumo de nutrientes em novilhas bubalinas da raça Murrah


alimentadas com cana-de-açúcar associadas a quatro níveis de substituição do farelo de soja
por levedura de cana-de-açúcar (LCA). Foram utilizadas 20 novilhas da raça Murrah com peso
corporal (PC) médio inicial de 157±1,9 kg. O experimento foi conduzido no Departamento de
Zootecnia da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Os tratamentos consistiram em 4
dietas de cana-de-açúcar associadas a 4 níveis de levedura de cana-de-açúcar (0, 33, 66 e
100%), fornecidas às 06h00 e 18h00 com livre acesso ao alimento. O experimento foi
constituído de 84 dias, havendo anteriormente 30 dias para adaptação dos animais. O
delineamento experimental adotado foi o inteiramente casualizado, com o peso corporal inicial
utilizado como co-variavel, com quatros tratamentos e cinco repetições. Os dados obtidos
foram submetidos à análise de variância e regressão, com significância considerada para
P<0,05. A substituição do farelo de soja pela levedura seca de cana-de-açúcar não resultou em
efeito significativo para o CMS, CMO, CPB e CCHOT. Ocorreu efeito linear crescente para o
consumo de CNF e linear decrescente para o consumo de FDN e EE. Portanto, de acordo com
o que foi observado, farelo de soja pode ser totalmente substituído pela levedura seca de cana-
de-açúcar na alimentação de novilhas bubalinas na proporção volumoso:concentrado de 50:50,
visto que não afetou o desempenho e consumo de matéria seca dos animais.

5. INTRODUÇÃO GERAL

A bubalinocultura no Brasil é uma atividade recente, talvez por este fato, cercada de
muitas dúvidas. O crescimento desse rebanho tem ocorrido principalmente nas Regiões Norte
e Sul do País e não tem sido acompanhado pelo aumento da qualidade dos animais. Mas o Brasil
oferece condições favoráveis à sua criação em todo o seu território, pois o búfalo adapta-se com
facilidade a diferentes ambientes, inclusive em várzeas e áreas baixas, por apresentar
rusticidade acentuada. Esses animais apresentam boa conversão alimentar, ótima fertilidade
(com manejo adequado superior a 90%), baixa taxa de mortalidade de bezerros, precocidade
reprodutiva, rápido ganho de peso (o que permite sua utilização em confinamentos),
longevidade e docilidade no manejo (PRADO FILHO, 2013).
De acordo com Arrigone et al., (2013), mais de 70% dos custos da produção animal são
representados pela alimentação, com isso, a busca pela utilização de alimentos alternativos de
baixo custo tem sido amplamente investigada visando a diminuição dos custos e assegurar a
sustentabilidade das produções (DE LISBOA SANTOS et al., 2014).
A cana-de-açúcar é uma gramínea rica em fibra de baixa degradação ruminal, com
baixos teores de proteína bruta (2 a 3% na matéria seca) e desbalanço de minerais (DE
CARVALHO et al., 2010; QUEIROZ et al., 2012). Desse modo, a cana-de-açúcar deve estar
associada ao concentrado, visando obter melhores resultados de desempenho dos ruminantes
(PINTO et al., 2010).
Vindo da cana-de-açúcar, a levedura seca de cana-de-açúcar (Saccharomyces
cerevisiae) é um coproduto proveniente do creme de levedura excedente do processo de
fermentação do etanol desta gramínea, que, depois de centrifugado e separado do vinho, é seco
por spray dried. Apresenta entre 5 e 15 bilhões de células inativas por grama de produto, as
quais possuem maior proporção de carboidratos em relação à proteína e parede celular espessa,
insolúvel e muito resistente à ação das enzimas do trato gastrointestinal (SANTOS, 2009). Com
isso, a levedura de cana-de-açúcar é considerado um alimento alternativo, podendo ser usado
na alimentação animal.
Se tratando de consumo de nutrientes, de acordo com Rodrigues (1998), é o principal
fator a limitar a produção de ruminantes. Portanto, maximizar o consumo de um animal é
fundamental no desenvolvimento de rações e estratégias de alimentação que otimizem a
rentabilidade da produção.

6. REVISÃO DE LITERATURA

6.1. Histórico e situação da Bubalinocultura no Brasil


No Brasil, os búfalos chegaram no fim do século XIX, oriundos da Europa, do Caribe
e da Ásia, e foram instalados inicialmente na região Norte, na Ilha de Marajó (estado do Pará);
depois se expandiram por toda a região e outras regiões do país. Inicialmente esses animais
foram trazidos apenas por curiosidade, sem nenhum interesse econômico e comercial
(BERNARDES, 1997; LOURENÇO JÚNIOR; GARCIA, 2008).

A criação de búfalos é uma atividade desenvolvida durante milhares de anos em quase


toda a Ásia, continente detentor da quase totalidade do efetivo bubalino mundial com cerca de
150 milhões de cabeças representando ao redor de 97% do total mundial. Nesses países o búfalo
ficou por longo tempo sendo utilizado como animal produtor de trabalho e leite, ainda assim,
com baixa produtividade e eficiência devidas o pobre desenvolvimento socioeconômico da
região (FILHO, 2013). Mesmo sendo uma cultura recente, o Brasil é o maior detentor do
rebanho da América do Sul, seguido por Venezuela, Argentina e Colômbia (ANDRGHETTO
et al., 2005). O rebanho bubalino no Brasil atingiu o número de 1.351.631 milhões de cabeças,
tendo como destaque a região Norte por possuir a maior concentração do rebanho, cerca de
66% do efetivo, o restante está distribuído entre as regiões Sudeste (13%), Nordeste (9%), Sul
(8%) e Centro-Oeste (4%). Os estados do Pará e Amapá juntos concentram cerca de 59,09% do
rebanho nacional no ano de 2017 (IBGE, 2017).

Em função de sua rusticidade, são animais bastante adaptados a solos de baixa


fertilidade, terrenos alagadiços, sendo capazes de converter alimentos fibrosos em proteínas de
alto valor (carne e leite), apresentando longevidade e possibilidade de ocupar áreas geográficas
não adequadas às demais espécies de ruminantes. Nos países latino-americanos, especialmente
no Brasil, sua contribuição nesses aspectos tem crescido nos últimos anos, e deverá se tornar
de grande importância, não só para as propriedades rurais como também para as empresas
produtoras e processadoras de alimentos (OLIVEIRA, 2005; MOREIRA et al.,1994).

6.2. Farelo de soja


Os alimentos concentrados apresentam menores teores de fibra e maior porcentagem de
carboidratos não fibrosos, os quais são rapidamente fermentados no rúmen, produzindo ácidos
graxos e células microbianas, os quais representam a principal fonte de energia e aminoácidos
para o ruminante (CABRAL et al., 2006).

A manipulação da relação entre alimentos volumosos e concentrados na dieta deve ser


realizada de forma criteriosa, pois índices elevados de concentrado podem alterar os processos
fermentativos e elevar ao máximo a eficiência de síntese microbiana, bem como a eficiência de
utilização dos nutrientes dietéticos, sendo uma ferramenta para que os animais atinjam maiores
índices de produtividade (ARRIGONI et al., 2013).

6.3. Levedura de cana-de-açúcar


A cana-de-açúcar não é nativa do Brasil, é originária da Ásia meridional, constituindo-
se de uma gramínea da espécie Saccharum spp. sendo muito cultivada em países tropicais e
subtropicais (SOARES et al., 2015).
O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, ao qual teve a produção
estimada em 694,6 milhões de toneladas na safra 2016/2017, apresentando incremento de
4,16% em relação à safra passada 2015/2016. A Companhia Nacional de Abastecimento
comumente quantifica a produção de cana-de-açúcar para dois destinos principais, sendo eles à
produção de etanol com 59,6% e 40,4% para fabricação do açúcar (CONAB, 2017).

O teor de proteína bruta (PB) deste produto é de aproximadamente 41% (MARTINS et


al., 2000; VALADARES FILHO et al., 2010; LIMA, 2010). Entretanto, dependendo das cepas
utilizadas no processo de fermentação e das técnicas de extração, é possível a obtenção de
levedura com cerca de até 42% de PB na MS. Salienta-se, que cerca de 20 a 30% do nitrogênio
total presente neste produto é constituído por nitrogênio não proteico (NNP), representado
basicamente por ácidos nucléicos, cerca de 8 a 12% do total (BUTOLO, 2002) e, apresenta
cerca de 100% de proteína degradável no rúmen (PDR) (MARCONDES, 2009; LIMA, 2010).

6.4. Consumo de nutrientes


A produção animal está estritamente relacionada com a nutrição, a qual depende
basicamente de quatro fatores: exigências nutricionais, composição e digestibilidade dos
alimentos e quantidade de nutrientes que o animal ingere. Dentre esses fatores, a ingestão de
matéria seca é apontada como sendo o fator mais importante e que determina a performance do
animal, pois é o primeiro ponto determinante da ingestão de nutrientes necessários ao
atendimento das exigências de mantença e de produção (NOLLER et al., 1996).

O consumo e a digestibilidade são parâmetros chaves em vários sistemas de formulação


de dietas para ruminantes. A medição desses parâmetros faz-se necessária, pois, possuem alta
correlação com a ingestão de matéria seca e eficiência na absorção e aproveitamento dos
nutrientes (MACEDO et al., 2007).

7. OBJETIVOS

Geral:

Avaliar o consumo de nutrientes em novilhas bubalinas alimentadas com levedura de


cana-de-açúcar em substituição ao farelo de soja no concentrado.

Específico:
Quatro níveis de levedura de cana-de-açúcar em substituição ao farelo de soja no
concentrado (0, 33, 66 e 100%) serão utilizados na alimentação de novilhas bubalinas com o
objetivo de avaliar o efeito sobre:

- O consumo de nutrientes.

8. METODOLOGIA

O experimento foi conduzido no Departamento de Zootecnia da Universidade Federal


Rural de Pernambuco. Foram utilizadas 20 novilhas da raça Murrah com peso corporal (PC)
médio inicial de 157±1,9 kg, mantidas em baias individuais cobertas, com piso de concreto,
dispostas com comedouro e com acesso irrestrito a água e mistura mineral.

A alimentação foi constituída por quatro níveis de substituição do farelo de soja por
levedura de cana-de-açúcar (0, 33, 66 e 100%) no concentrado associados à cana-de-açúcar
como volumoso na proporção de 50:50 (concentrado:volumoso), fornecidos ad libitum, às
06h00 e 18h00, permitindo-se aproximadamente 10% de sobras, baseada nos valores médios
de composição dos alimentos disponíveis (VALADARES FILHO et al., 2002).

Tabela 1. Composição química dos ingredientes das dietas experimentais


Itens Cana Milho Soja Trigo Levedura Ureia Mineral
Matéria seca 34 88,3 89,1 89,7 83,9 98,3 100
Matéria orgânica 97,2 97,7 92,7 92,3 91,62 99,9 0
Proteína bruta 2,7 8,9 49,7 17,7 21 265,4 0
Extrato etéreo 1,3 4 1,9 3,3 1,39 0 0
Fibra em detergente neutro 54,3 13,5 15,2 44,8 1,9 0 0
Fibra em detergente neutro
21,3 1,4 2 4,9 0 0 0
indigestível
Carboidrato não fibroso 38,9 71,3 25,9 26,5 67,3 0 0
Nutrientes digestíveis totais 60 85 81 70 78 0 0
Ca 0,24 0,03 0,33 0,16 0,33 0 13,2
P 0,08 0,25 0,57 0,95 0,57 0 8,8

Tabela 2. Proporção dos ingredientes e composição química das dietas experimentais


Níveis de Substituição %
Ingredientes (g/kg de MS)
0 33 66 100
Cana de açúcar 500 500 500 500
Farelo de Milho 130 130 130 130
Farelo de Soja 225 150 75 0
Farelo de Trigo 130 130 130 130
Levedura seca 0 66 132 198
Sal Mineral 15 15 15 15
Ureia/Sulfato de amônio (9:1) 0 9 18 27
Composição química
Matéria seca a 617 614 612 609
b
Matéria orgânica 942 942 941 941
b
Proteína bruta 160 160 161 161
b
Extrato estéreo 20 20 19 19
b
Fibra em detergente neutro 382 371 361 351
b
Fibra em detergente neutro indigestível 119 118 116 115
b
Carboidrato não fibroso 380 390 400 410
b
Nutrientes digestíveis totais 684 675 665 656
(a): g/kg de MM; (b): g/kg de MS

O experimento foi constituído de 84 dias, precedidos de 30 dias para adaptação dos


animais.

Diariamente foram feitas pesagens das quantidades das rações fornecidas e das sobras
de cada tratamento para avaliação do consumo. No momento da alimentação, durante todo o
experimento, foram amostrados o volumoso, os concentrados fornecidos e as sobras, as quais
foram acondicionadas em sacos plásticos e congeladas. Dessas amostras foram feitas compostas
semanais por animal para análise. Foram realizadas as análises de matéria seca (MS), matéria
mineral (MM), nitrogênio total (NT), extrato etéreo (EE), fibra em detergente neutro (FDN),
fibra em detergente ácido (FDA) e lignina (LIG), conforme descrito por Silva & Queiroz
(2002).

O delineamento experimental adotado foi o inteiramente casualizado, com o peso


corporal inicial utilizado como co-variavel, com quatro tratamentos e cinco repetições. Os
dados obtidos estão sendo submetidos à análise de variância e regressão, com significância
considerada para P<0,05. As análises estatísticas estão sendo realizadas utilizando-se o
procedimento GLM e REG do programa Statistical Analisys System (SAS, 1989). A
significância dos parâmetros estimados pelos modelos e os valores dos coeficientes de
determinação, foram utilizados como critério para escolha dos modelos de regressão.

9. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os níveis de substituição do farelo de soja pela levedura seca de cana-de-açúcar não


influenciaram (P>0,05) os consumos de MS, MO, PB e CHOT. Verificou-se efeito linear
crescente sobre o consumo de CNF (CCNF; P=0,0008). Foi observado efeito linear decrescente
para o consumo de FDNcp (CFDNcp; P=0,0259) e consumo de EE (CEE; P=0,0341) com a
substituição do FS pela levedura seca (tabela 3).

Tabela 3. Consumo de nutrientes de novilhas bubalinas alimentadas com a mistura de levedura seca de cana-de-
açúcar e ureia em substituição ao farelo de soja.
Níveis P-valor
Item (kg/dia) EPM
0% 33% 66% 100% Linear Quadrático
Matéria seca 5,142 5,310 5,213 5,235 0,142 0,730 0,542
Matéria orgânica 4,832 4,991 4,903 4,923 0,134 0,711 0,539
Proteína bruta 0,874 0,893 0,866 0,863 0,024 0,497 0,579
Extrato etéreo 0,107 0,108 0,103 0,101 0,003 0,034 0,540
Carboidratos
3,851 3,990 3,934 3,959 0,107 0,517 0,538
totais
CFDNCP2 1,903 1,952 1,841 1,754 0,053 0,025 0,207
CCNF3 1,948 2,038 2,093 2,204 0,059 0,000 0,828
EPM - Erro padrão da média
CMS - Consumo de matéria seca; CMO – Consumo de matéria orgânica; CPB – Consumo de proteína bruta; CEE
– Consumo de extrato etéreo; CCHOT – Consumo de carboidratos totais; CFDN cp – Consumo de fibra em
detergente neutro corrigida para cinzas e proteína; CCNF – Consumo de carboidrato não fibroso.

De acordo com o NRC (2001), a ingestão de MS e a composição da dieta são fatores


que determinam a quantidade de nutrientes disponíveis para o animal. A substituição total do
FS pela LCA não teve efeito significativo sobre o consumo de MS, MO e CHOT
provavelmente devido a semelhança na composição das dietas, justificando então que a
levedura é um ingrediente proteico que não apresenta limitações ao consumo total. Também
não foi observado diferença significativa no consumo de proteína bruta, sendo assim
justificado pela inclusão da ureia nas dietas que possuíam a levedura seca. O efeito linear
crescente sobre o consumo de CNF pode estar associado ao aumento desses carboidratos nas
dietas com a inclusão da levedura seca quando comparado ao farelo de soja. O consumo de
FDNcp reduziu em razão dessa fração do alimento ser menor na levedura do que no farelo de
soja e a redução do consumo de EE pode estar relacionada ao menor teor de gordura presente
na levedura.

O ganho médio diário (0,751±0,02 kg/dia) e a conversão alimentar (7,02±0,13 kg/kg)


das novilhas não foram influenciados (P>0,05) pela substituição do farelo de soja pela levedura
da cana-de-açúcar (tabela 4).
Tabela 4. Desempenho de novilhas bubalinas alimentadas com a mistura de levedura seca de cana-de-açúcar e
ureia em substituição ao farelo de soja.
Níveis P-valor
Item 100 EPM Quadrátic
0% 33% 66% Linear
% o
Peso inicial (Kg) 160 157 156 156 _ _ _
Peso final (Kg) 222 221 220 218 _ _ _
Ganho médio diário (kg/dia) 0,740 0,767 0,761 0,735 0,015 0,884 0,462
CMS/PC (kg/kg) 0,027 0,028 0,028 0,028 0,000 0,283 0,472
Conversão alimentar (kg/dia) 7,101 6,898 6,920 7,153 0,240 0,891 0,480
EPM - Erro padrão da média
PCI – Peso corporal inicial; PCF – Peso corporal final; GMD – Ganho médio diário; CMS/PC – Consumo de
matéria seca/Peso corporal; CA – Conversão alimentar.

A substituição do farelo de soja pela levedura seca de cana-de-açúcar não provocou


consequência sobre o peso corporal final e o ganho médio diário das novilhas, sendo justificado
pela semelhança na composição nutricional das dietas.

10. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

2020 2021

A S O N D J F M A M J J

Revisão de Literatura x x x x x x x x x x x x

Condução do experimento x
x x
Processamento de amostras x x x

Análises laboratoriais x x x x x x x x

Tabulação e análise dos dados x x x x x

Confecção de artigos x x x x

11. CONSIDERAÇÕES FINAIS


O farelo de soja pode ser inteiramente substituído pela levedura seca de cana-de-açúcar
na alimentação de novilhas bubalinas na proporção volumoso:concentrado de 50:50, visto que
não afeta o desempenho e consumo de matéria seca dos animais.

12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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