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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA


INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO MARANHÃO
CAMPUS CAXIAS
DIRETORIA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

ALIMENTOS PROTEICOS PARA AVES E SUÍNOS

CAXIAS-MA
JUNHO/2022
ANDRESSA DA SILVA SOUSA

FELIPE RODRIGUES CUNHA

JALLYSON NEVES PACHECO

SHEILA MESQUITA NUNES

THÁTILLA DAS NEVES DA SILVA NASCIMENTO

VINICIUS DAMASCENO FALCÃO

ALIMENTOS PROTEICOS PARA AVES E SUÍNOS

Trabalho apresentado ao o curso de Bacharelado


em Zootecnia do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Maranhão, Campus
Caxias, como requisito da disciplina de Nutrição de
Não ruminantes.

Orientador(a):

CAXIAS-MA
JUNHO/2022
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 1
2. REFERENCIAL TEÓRICO 2
2.1 Alimentos protéicos para aves e suínos de origem animal
2.2 Alimentos protéicos para aves e suínos de origem vegetal

2.3 Alimentos protéicos para aves e suínos alternativo: Leveduras

3. O clima e nutrição: influencia no desempenho de Não Ruminantes


3.1 Aves
3.2 Suínos
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1

1. INTRODUÇÃO

A busca constante pelo avanço da nutrição animal, visando adequação


nas exigências nutricionais de cada espécie, categoria e ambiente de uma criação é
uma das alternativas para melhor satisfazê-los. Destacando que nas dietas o
nutriente mais rico é a proteína, que produz os aminoácidos necessários para
manter o metabolismo animal. Entretanto, ainda é um desafio para profissionais
atuantes na área zootécnica determinar o nível ótimo de proteína que permita um
melhor desempenho e ao mesmo tempo um bom retorno econômico.

As proteínas são nutrientes orgânicos nitrogenados presentes em todas as


células vivas; portanto, são essenciais à vida de todo animal. Todos os animais
necessitam receber uma quantidade de proteína e, além disso, para o homem,
suínos, aves, cães entre outros, a quantidade é tão importante quanto a qualidade.
O mesmo não acontece com os bovinos, ovinos e equinos. A proteína forma o
principal constituinte do organismo do animal, sendo, pois, indispensável para o
crescimento, a reprodução e a produção. As proteínas de origem vegetal diferem
entre si das de origem animal.

O termo proteína bruta está caindo em desuso, sendo então chamada de


proteína ideal, que compreende como o exato balanceamento de aminoácidos, que
atende as exigências absolutas de todos os aminoácidos para manutenção corporal
e o máximo desempenho, reduzindo assim o uso de aminoácidos como fonte de
energia e consequentemente diminuindo a excreção do nitrogênio.

Na nutrição de aves muito tem se estudado alimentos alternativos que


possam substituir os principais ingredientes das dietas utilizadas. Nas rações de
aves de corte e postura, a fonte principal de proteína da dieta é composta pelo farelo
de soja, sendo este um alimento de alto custo das rações. Dessa forma, busca-se
alternativas, como subprodutos para substituir, a fim de reduzir o custo das dietas
(BATISTA et al., 2020).

O presente trabalho trata-se de uma revisão, cujo tema principal é a utilização


de alimentos protéicos nas dietas de aves e suínos, com o objetivo de mostrar
alguns alimentos que são e podem ser utilizados para suprir a necessidade de
proteína no metabolismo de animais não ruminantes.
2

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Alimentos para aves e suínos de origem animal


a) Farinha de penas hidrolisadas

A farinha de penas hidrolisadas é um produto resultante da cocção, sob


pressão, de penas limpas e não decompostas, obtidas como resíduo do abate de
aves. Este produto deve ser isento de materiais estranhos e microrganismos
patogênicos (BRASIL, 2009). Possui, também, alto teor de proteínas brutas e, por
isso, tem sido de grande interesse para a nutrição animal, sendo usado em rações,
como parte da fonte protéica, porém sua proteína é de baixa qualidade.

De acordo com Branco et al. (2001) a farinha de penas é um produto rico em


proteína, na sua maior parte não degradável no rúmen, e em aminoácidos
sulfurados. No entanto, pesquisas têm demonstrado que, devido à sua baixa
digestibilidade, a concentração de nitrogênio amoniacal no rúmen pode
comprometer a eficiência de síntese de proteína pelos microorganismos.

Nascimento (2000) e Branco et al. (2003) citam que a baixa digestibilidade e


insolubilidade da farinha de penas têm sido atribuídas às pontes de hidrogênio,
interações hidrofóbicas dentro da molécula de queratina e pontes de enxofre
presentes na cistina, que contribuem para manter a maior estabilidade da proteína,
quando atacada por enzimas.

A farinha de penas crua utilizada como única fonte protéica pode trazer
grandes danos à criação de animais, devido à baixa disponibilidade de seus
nutrientes. Dessa forma, o processamento ao qual a farinha de penas é submetida
deve ser adequado para que se obtenha uma farinha de alta qualidade. A qualidade
antes, durante e depois do processamento é de fundamental importância para o
aproveitamento dos resíduos na confecção das farinhas. O tempo de estocagem das
penas antes do processamento é um fator de grande importância, tendo em vista
que, se processadas em fase de decomposição, o produto pode prejudicar o
desempenho dos animais pelo aparecimento de enterites (ROCHA e SILVA, 2004).

Para a alimentação animal, a farinha de penas deverá passar por um


processamento em que as penas são hidrolisadas para tornar os seus nutrientes
3

com maior disponibilidade aos animais, fator este diretamente ligado a qualidade
deste produto. Vários são os trabalhos que avaliaram o tipo e o tempo de
processamento das penas, e suas respectivas influências na qualidade final das
farinhas (ROCHA e SILVA, 2004; HOLANDA, 2009).

O teor de proteína e de digestibilidade dos aminoácidos das farinhas de


penas, dependem basicamente da temperatura, do tempo de cocção e da secagem
do material. Estes processos variam de um sistema para o outro, alterando
significativamente a qualidade das farinhas de penas. A qualidade deste produto
depende ainda, das proporções das matérias-primas brutas processadas, afetando
significativamente a composição final do material (SILVA et al., 2000; LATSHAW,
1990).

b) Farinha de vísceras

A farinha de vísceras é obtida da cocção de vísceras de aves, sendo


permitida a inclusão de cabeças e pés. Não deve conter penas, resíduos de
incubatórios e outras matérias estranhas na sua composição, nem mesmo, devem
apresentar contaminação com casca de ovo. A farinha de vísceras, por ser
resultante do processamento de resíduos e possuir gordura em sua composição,
pode deteriorar-se com facilidade, tornando-se importante a realização de análises
laboratoriais de acidez e índice de peróxido para avaliar a conservação. Também é
necessário análise de digestibilidade para avaliação da qualidade do processamento
da farinha. A presença de muito sangue fará com que ela apresente digestibilidade
elevada, mas não indica que a farinha está bem processada (Polinutri, 2007).

A farinha de vísceras é rica em proteína e aminoácidos totais, contudo os


níveis de aminoácidos digestíveis se aproximam dos valores encontrados no farelo
de soja. (Rostagno et al., 2005). Portanto recomenda-se que quando for introduzir
farinhas de vísceras nas rações de aves, deve levar em consideração os níveis de
aminoácidos digestíveis e não os totais, para que não cause nenhum tipo de
deficiência aminoacídica e assim afete o desempenho das aves.

Portando a utilização de farinhas de vísceras na ração de aves proporciona


uma influência benéfica nos aspectos econômico, ambiental e nutricional. Seu uso
4

na formulação das dietas é mais facilitado por conterem aminoácidos, energia, cálcio
e fósforo em quantidades satisfatórias.

c) Farinha de resíduo camarão

A farinha de resíduo de camarão é um produto seco, obtido a partir do resíduo


restante do beneficiamento do camarão, podendo conter pedaços ou até mesmo,
camarões inteiros. Por ser proveniente de um resíduo sua composição é bastante
variável devido a alguns fatores, tais como: diferença entre as espécies de camarão,
e fonte e/ou método de processamento, por exemplo.

Khempaka et al. (2011), encontraram valores de 36,69% para proteína bruta,


10,28% de extrato etéreo, 19,49% de fibra bruta (a fibra bruta aparece sob forma de
quitina), 4,92% de cálcio e fósforo total de 1,20%. Demonstrando que a farinha de
resíduo possui rica composição química.

Também tem se estudado o aproveitamento do resíduo de camarão como


fonte protéica no balanceamento de dietas. Empregando a FRC em pesquisas com
relação à nutrição animal, Pereira-da-Silva et al. (2000), avaliaram respostas da
Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) à atratividade e palatabilidade da farinha de
camarão e afirmaram que este resíduo possui alta atrato-palatabilidade para os
peixes sendo indicada sua utilização neste tipo de produção animal, pois melhora o
consumo de ração. Em uma criação animal mais exótica, Rodrigues et al. (2004),
observaram que a farinha da cabeça de camarão com energia metabolizável
verdadeira de 3247 kcal/kg.

Aplicada à avicultura Cunha et al. (2006), analisando o desempenho e


características de carcaça de frangos de corte alimentados com dietas contendo
farinha de resíduos de camarões (Litopeneaus vannamei), observaram que a
inclusão da farinha de cabeças de camarão, este proveniente de cultivo,
proporcionou efeito quadrático (p<0,05) sobre o ganho de peso das aves e que os
melhores níveis de inclusão da Farinha de cabeças de camarão foram: 5,46%,
6,16% e 5,87% para os períodos de 1 a 21, 22 a 42 e 1 a 42 dias de idade,
respectivamente. Níveis maiores da farinha de resíduo de camarão, até 40% em
substituição à fonte proteica da dieta, foram utilizados por Rosenfeld et al. (1997) e
não observaram efeito deletério sobre o desempenho animal, comprovando que
5

FRC pode ser utilizada inclusa parcialmente em substituição do farelo de soja em


dietas para frangos de corte.

e) Farinha de Carne e Ossos

A farinha de carne e ossos é um coproduto produzido por graxarias ou


frigoríficos, originado da extração de gorduras a partir de ossos e outros tecidos da
carcaça de animais, tais como bovinos, suínos, ovinos, caprinos, equinos, entre
outros. Estes materiais impróprios para consumo humano devem passar por
processo de moagem, cozimento, prensagem para extração da gordura e por uma
segunda moagem. É importante que os materiais não entrem no processamento
contendo sangue, cascos, chifres e pelos (GOES et al., 2013).

Uma desvantagem da farinha de carne e ossos é a alta variação na


composição nutricional, onde os valores de PB, por exemplo, podem variar entre
35% e 60%. Por outro lado, tem a vantagem de ser uma fonte alternativa com alta
energia, fósforo, cálcio, vitamina B12, aminoácidos essenciais e ainda conta com o
benefício ter alto valor biológico e de ser altamente palatável (PICKLER, 2018).

Estudos mostram que a utilização de farinha de carne e ossos na dieta de


aves pode ser mais eficiente do que o uso farelo de soja. Onde os resultados
confirmam melhor desempenho em relação ao ganho de peso diário e a conversão
alimentar das aves (PONTES et al., 2017).

O desempenho de suínos alimentados com farinha de carne e ossos com


nível de inclusão de 10% em substituição ao farelo de soja, para animais em fases
de crescimento e terminação mostra-se muito satisfatório para desempenho de
características de carcaça (ZANOTTO et al., 2019).

A recomendação de substituição do farelo de soja por farinha de carne e


ossos é de até 9% para aves, de no máximo 5% para suínos em fases de
crescimento e engorda, entre 10 a 15% para animais em fases de gestação e
lactação (GOES et al., 2013).

f) Farinha de Peixe

É o produto seco e triturado, obtido de peixes inteiros ou de pedaços de


peixes, dos quais foi extraída ou não parcela de óleo. Se o teor de sal for superior a
6

3%, esta qualidade deve constar no rótulo da embalagem, em nenhum caso é


permitido um teor de sal superior a 7%.
O teor de proteínas sempre é elevado e as quantidades de metionina e
triptofano são particularmente significativas. Ademais, os índices de vitamina B12
são apreciáveis, bem como possuem fatores não identificados de crescimento.
Apresenta acima de 58% de PB na matéria seca, é rica em cálcio e fósforo e é bem
balanceada em aminoácidos.
É recomendado para ruminantes, suínos e aves de 2 a 5% da ração, podendo
transmitir cheiro de peixe ao leite, carne e ovos e apresentar baixa palatabilidade em
animais ruminantes.
g) Farinha de Sangue
A farinha de sangue é constituída basicamente da cocção e desidratação do
sangue coletado sobretudo em abatedouros de bovinos e suínos. O processo de
fabricação para a obtenção das farinhas de sangue consegue a coagulação da
seroalbumina através de um aquecimento lento. ( GOES et al.,2013).Do ponto de
vista do teor de aminoácidos, trata-se de uma farinha rica em lisina, triptofano,
fenilalanina e treonina, sendo limitada em isoleucina. (GOES et al., 2013).

Trata-se de um subproduto animal mais rico em proteína bruta (91% na


matéria seca), mas é de baixa qualidade, por ser deficiente em aminoácidos
essenciais, como é o caso da isoleucina. A farinha de sangue é pobre em vitaminas,
apresenta baixa palatabilidade para todas as espécies e escurece a ração.
Recomenda-se para aves e suínos jovens de 1 a 2% da ração, para poedeiras de 6
a 7%, e para suínos em crescimento de 5 a 8%. ( GOES et al.,2013).

A farinha de sangue é um alimento com alto teor de proteína bruta. Quando


bem processada, possui teores elevados de aminoácidos que o tornam um
ingrediente de grande utilidade para a nutrição animal.  GOES et al.,2013). Por outro
lado, é pobre em outros aminoácidos essenciais, devendo o equilíbrio nutricional ser
considerado quando utilizado em níveis elevados nas rações. GOES et al.,2013).

2.2 Alimentos para aves e suínos de origem vegetal

Farelo de Soja
7

A soja (Glycine max (L.) Merr.) é uma leguminosa cultivada em diversos


países do mundo e que possui sua origem na região asiática, mais precisamente no
Centro antigo da China. A referência mais antiga da cultura da soja data de 2.838
A.C no herbário PEN TS’ AO KANG UM, escrito pelo Imperador Shen Nung. No
entanto, esta planta só foi domesticada em XI A.C e começou a ser difundida no
mundo por pesquisadores europeus entre os séculos XVI e XIX. Na América, a
primeira referência à cultura da soja foi em 1.804 nos Estados Unidos e no Brasil foi
introduzida em 1.882 na Bahia (EMBRAPA).

O farelo de soja é um dos alimentos mais importantes na alimentação de aves


e suínos, sendo a principal fonte de proteína utilizada em rações de países como
Brasil, Estados Unidos e Argentina. Pode ser e, principalmente, de aminoácidos de
alta digestibilidade, mas deve também ser considerada como uma fonte de energia,
essencial para manter o metabolismo animal e a alta produtividade de aves e suínos
(Ibáñez et al., 2020). O farelo de soja é a fonte de proteína mais valiosa com
aminoácidos equilibrados contribuindo com cerca de 50% da exigência de proteína
bruta na formulação de ração de aves e suínos (Ibáñez et al., 2020).

Nas últimas décadas, a produção de soja obteve grandes avanços,


devido ao grande aumento da área plantada e pela aplicação de novas
tecnologias e técnicas de manejo avançadas que permitiram o grande
crescimento na produtividade desta leguminosa, que possuem grande
importância para a economia brasileira (Freitas et al., 2011). A soja é uma
leguminosa de fácil adaptação em quase todo o mundo, possui alta produção
e facilidade de cultivo. Constitui-se de uma boa alternativa de alimento de proteína
de alta qualidade e elevada quantidade de energia,apresentando cerca de 17 a 18%
de óleo e 35 a 37% de proteína bruta de elevado valor biológico, com
composição em aminoácidos essenciais favorável à alimentação de aves e
suínos, mas deficiente em metionina e treonina (Bellaver et al., 2002).

Na nutrição de aves a soja está presente principalmente na forma de farelo de


soja e do óleo de soja. O farelo de soja (FS) é produzido a partir da expansão da
soja, através da extração por hexano, desse processo também é produzida a micela.
Para recuperar parte do hexano ainda presente no farelo e desativar os fatores
antinutricionais, o farelo de soja é levado ao “toaster”, em seguida, é peletizado para
8

compactar o farelo e facilitar armazenagem e transporte (BRITO et al, 2006). Este


farelo pode ser obtido com ou sem a presença de casca e obtido após o processo
de moagem dos grãos para a extração do óleo que é destinado tanto para a
alimentação humana quanto para a formulação de rações. No processamento da
soja, o farelo representa aproximadamente dois terços dos farelos proteicos
consumidos na alimentação animal, sendo assim torna-se a fonte primária de
proteína na alimentação de frangos de corte (Coca-Sinova et al., 2008).

No entanto, a participação desses ingredientes protéicos nas rações de


animais monogástricos apresenta limitações em virtude dos fatores antinutricionais,
que dificultam a atuação de enzimas digestivas, podem alterar a morfologia intestinal
e interferir na digestibilidade e absorção dos nutrientes (OLIVEIRA et al., 2000). Na
soja integral, os fatores antinutricionais mais destacados são os inibidores de
proteases, as lectinas, proteínas alergênicas e as saponinas

. Em função desses fatores, a sua utilização nas rações de frangos é


dependente de processamento térmico. Nesse sentido, a necessidade de
processamento impulsionou o desenvolvimento de vários métodos, como a tostagem
e extrusão, assim como maior controle de qualidade nas análises para verificar se o
processamento ocorreu de maneira adequada, inativando os fatores sem afetar a
qualidade protéica da soja ( LEITE et al, 2012). Os inibidores de proteases são
proteínas de ampla distribuição no reino vegetal, capazes de inibir as atividades da
tripsina, quimotripsina, amilase e carboxipeptidase. A pesquisa de inibidores de
proteases foi centrada, principalmente, nos inibidores de tripsina encontrados nas
sementes de leguminosas, mais especificamente na soja, os quais foram
responsabilizados pelo baixo valor nutritivo de leguminosas cruas (SILVA & SILVA,
2000). A descoberta desses inibidores de proteases estimulou pesquisas sobre a
ação em animais experimentais, devido a sua interferência na nutrição animal. Os
efeitos dos inibidores de proteases em animais alimentados com leguminosa crua
são complexos e, em animais monogástricos, são observadas, principalmente,
alterações metabólicas do pâncreas (aumento da secreção enzimática, hipertrofia e

hiperplasia) atribuídas à presença de inibidores de tripsina na alimentação à base de

leguminosas ( LEITE et al, 2012).


9

As saponinas são glicosídeos presentes em plantas, que se caracterizam


pelo sabor amargo, capacidade de formar espuma em soluções aquosas, provocar
hemólise e ainda de se complexarem a esteróides, incluindo os presentes nas
membranas das células animais (NUNES et al., 2001). .as aves podem ser mais
sensíveis a saponina que outros monogástricos. Segundo NUNES et al., (2001) aves
alimentadas com dietas contendo 0,3% de saponina apresentam redução na taxa de
crescimento, enquanto que esse mesmo nível utilizado em dietas de suínos, não
produziu efeito negativo ( LEITE et al, 2012).

Em função desses fatores antinutricionais a soja integral não pode ser


utilizada na alimentação de monogástricos. Desta forma, o uso da soja integral na
alimentação de aves tem sido limitado pela necessidade de processamento térmico
para inativação dos compostos antinutricionais (BRUM et al., 2006).

Tabela. Composição Química, Digestibilidade dos Alimentos para Aves e


Suínos (na matéria natural) cont

Soja, Farelo 44% PB (Média -1DP)

Fonte: Adaptado de Rostagno., 2017.


10

Fonte: Adaptado de Rostagno., 2017.

¹DIE = Digestibilidade Ileal Estandardizada.


²Valores estimados usando dados de Li et al., (2011).
*Nitrogênio Essencial Aves e Suínos calculado como porcentagem do Nitrogênio
Total.

Fonte: Adaptado de Rostagno., 2017.

Farelo de Algodão
O algodoeiro pertence ao gênero Gossypium que apresenta diversas
espécies distribuídas em regiões áridas e semiáridas, pertence à família das
malváceas e é a principal fonte de fibra têxtil do mundo, tanto a fibra principal
produto, como os subprodutos (sementes, línter, óleo, torta, farelo, cascas) atendem
11

segmentos de importância socioeconômica, como o farmacêutico-hospitalar, têxtil e


a nutricional, humana e animal, podendo ainda ser usado como adubo orgânico
(CARNEIRO, 2009). Os farelos obtidos por prensagem mecânica, são menos
proteicos, mais fibrosos e possuem maior teor de óleo residual e coloração marrom,
quando comparados aos obtidos por solvente, com menor teor de óleo residual e de
cor amarelo-claro dourado (BUTOLO, 2002). Na região Nordeste, quando o farelo de
algodão é obtido somente por prensagem, é conhecido como torta de algodão.

No Brasil, o processamento do caroço de algodão para extração do óleo


produz dois tipos de farelo de algodão, Farelo de Algodão tipo 40, que apresenta
menor teor de fibra e alto teor de proteína, indicando uma separação das cascas
durante o processamento e o Farelo de Algodão tipo 30, com altos teores de fibra e
baixos teores de proteína (BARBOSA e GATTÁS, 2004).

O farelo de algodão se constitui na terceira fonte protéica de origem vegetal


de maior produção mundial, perdendo apenas para o farelo de soja e para o farelo
de canola (Swik e Tan, 1995). Comparando-se com as fontes protéicas de origem
animal e também ao farelo de soja, principal fonte protéica vegetal utilizada nas
rações de peixes, o farelo de algodão apresenta preço reduzido. Segundo a FAO
(1996) este farelo está entre as fontes de origem vegetal mais disponíveis
mundialmente. Apresenta preço relativamente reduzido, bom conteúdo protéico e
bom perfil de aminoácidos, com níveis de proteína bruta variando de 26,0 a 54,0%.
Segundo Ezequiel (2002), a proteína desse farelo varia de 38,0 a 48,0%, sendo
frequentemente comercializado no Brasil com 38,0%.

Dentre os diversos ingredientes proteicos utilizados na alimentação animal,


Souza (2003) relata que o farelo de algodão é o terceiro mais produzido no mundo,
perdendo apenas para o farelo de soja e de canola. Nos últimos anos, a utilização
do farelo de algodão como fonte proteica na nutrição de não ruminantes tem
despertado o interesse dos pesquisadores para a realização de uma avaliação mais
ampla da composição e dos efeitos deste alimento sobre o desempenho zootécnico
e econômico (NAGALAKSHMI et al., 2007; PIMENTEL et al., 2007; CARVALHO et
al., 2012; SAMAY, 2012)

O farelo de algodão, por ser considerado proteico, rico em fibras e apresentar


teores de energia metabolizável correspondente a cerca de 60 a 70% do valor
12

energético do farelo de soja, quando usado na formulação de ração para aves


poderá necessitar de suplementação com óleo de soja (SOUZA, 2003). Apesar do
farelo de algodão apresentar boa percentagem relativa de proteína bruta, não possui
bom perfil aminoacídicos, mostrando-se deficiente principalmente em lisina
(NAGALAKSHMI et al., 2007). Quando comparado ao farelo de soja, que possui
cerca de 30% do valor de lisina digestível, em função de seu menor conteúdo de
lisina total e da formação de complexo lisina-gossipol (SOUZA, 2003), o que reduz a
digestibilidade da proteína e, consequentemente, seu valor nutritivo.

Nas tabelas brasileiras de composição de alimentos para aves e suínos


(ROSTAGNO et al., 2017), pode-se encontrar o farelo de algodão 30% (torta ou
resíduo de algodão) e 40%, contendo valores médios de 29 e 39% de PB; 24,93 e
13,97% de FB e 1.666 e 1.947 kcal/kg energia metabolizável (EM) para aves,
respectivamente. Segundo Nagalakshmi et al. (2007), os valores de EM do farelo de
algodão variam de 1.901 a 2.811 kcal/kg e, geralmente, o subproduto produzido
mecanicamente apresenta menor valor energético para os animais do que o
produzido por solvente, o que poderia ser atribuído a sua maior quantidade de fibra.

Para frangos de corte recomenda-se uma inclusão máxima de farelo de


algodão nas rações de 10% na fase inicial e de 15% nas fases de engorda e abate.
O nível de gossipol não deve superar 15 ppm para a fase inicial e 30 ppm para as
fases subseqüentes. Se a correção pelo uso de sulfato ferroso for devidamente
realizada, níveis maiores de gossipol livre (até 100 ppm e até 200 ppm para as fases
inicial e de engorda) são tolerados (ROSTAGNO et al., 2017).

Tabela - Composição Química, Digestibilidade dos Alimentos para Aves e Suínos


13

1
DIE = Digestibilidade Ileal Estandardizada.
2
Valores estimados usando dados de Li et al., (2011).
*Nitrogênio Essencial Aves e Suínos calculado como porcentagem do nitrogênio
Total

Farelo de amendoim

Da família das leguminosas, o amendoim é originário do Brasil e de países


fronteiriços: Paraguai, Bolívia e Norte da Argentina. O amendoim é um produto
consumido mundialmente. Cerca de 8 milhões de toneladas anuais de grãos
14

destinam-se ao consumo como alimento “in natura” ou industrializado, e 15 a 18


milhões são esmagados para fabricação de óleo comestível.

A riqueza nutritiva das tortas depende em geral da qualidade das sementes e


do método utilizado na extração do óleo. Se as tortas provêm da extração pelo
método a frio, tornam-se mais nutritivas do que as conseguidas pelo aquecimento ou
com o uso de solventes, pois o aquecimento pode desnaturar algumas proteínas as
tornando indisponíveis para os animais.

O farelo de amendoim é um importante coproduto para a formulação de dietas


de animais. Seus altos teores de proteína e energia, o tem colocado lado a lado com
o farelo e caroço de algodão para ser o principal substituto da soja como fonte
proteica na ração. Também é favorecido pelo baixo custo por tonelada, sendo o frete
a principal variável que encarece esse custo. Ademais de acordo com Costa et al.
(2001), dietas à base de farelo de milho e farelo de amendoim são deficientes em
lisina, metionina e treonina, porém, essas deficiências podem ser supridas usando-
se formas sintéticas desses aminoácidos. Os seus fatores antinutricionais são:
inibidores de tripsina, agentes goitrogênicos e saponinas, no entanto, estes fatores
são termolábeis, ou seja, são sensíveis a altas temperaturas. Sendo assim, estes
fatores antinutricionais são inativados no processamento do amendoim nas
indústrias que geram o farelo, quando submetidos a elevadas temperaturas, em um
processo bem similar ao que acontece com o farelo de soja (GOES et al., 2013).

O farelo de amendoim é uma das alternativas mais interessantes de substituição


do farelo de soja na dieta animal, pois este produto proteico possui uma composição
bromatológica semelhante ao farelo de soja (SANTOS, 2017).

Para aves o nível prático recomendado de inclusão de farelo de amendoim na


ração é em média 5%, enquanto o nível máximo permitido é de 10%. Na
alimentação de suínos os níveis de substituição recomendados são semelhantes
aos das aves, com nível prático de 6% e nível máximo também de 10% de inclusão
(ROSTAGNO et al., 2017).

A exemplo de outras leguminosas, o farelo de amendoim ainda apresenta


alguns fatores antinutricionais. São encontrados em sua constituição os inibidores de
15

tripsina, os goitrogênios e as saponinas, mas podem perder as suas propriedades a


determinadas temperaturas.

A presença da aflatoxina

O armazenamento inadequado de amendoins pode levar aos chamados


Aflatoxina, uma substância que é tóxica para humanos e animais. O teor de umidade
varia entre 9% e 35%, favorecendo o crescimento do fungo Aspergillus flavus,
responsável pela síntese desta substância, em sementes e subprodutos. Os fungos
do campo contaminam os grãos conforme necessário durante o plantio ambiente
com umidade relativa superior a 80%. Para a contaminação pelos fungos requerem
menos umidade, portanto, são qualidade do grão após a colheita. As principais
toxinas de interesse econômico são: B1, B2, G1 e G2. Estas toxinas são
habitualmente encontradas associadas em vários alimentos e rações, em diferentes
proporções. Ademais, a aflatoxina B1 é geralmente predominante, sendo também a
mais tóxica.

A aflatoxina causa necrose aguda, cirrose e carcinoma de fígado em diversas


espécies animais. Nenhuma espécie animal é resistente aos efeitos tóxicos da
aflatoxina, dessa forma afetando também os humanos. A toxicidade pode ser
influenciada por fatores ambientais, quantidade e duração de exposição, idade,
estado de saúde e nutricional. A aflatoxina B1 é potencialmente carcinogênica em
muitas espécies, incluindo primatas, pássaros, peixes e roedores. Em geral, o fígado
é o primeiro órgão afetado.

Existem processos de desintoxicação, como o uso de luz UV, e a


descontaminação, como a inativação da aflatoxina com amônio, é mais eficaz e mais
barato. Outras possibilidades para evitar efeitos negativos do envenenamento
devido à presença de micotoxinas nos alimentos, sua descontaminação e inibe a
absorção de micotoxinas do trato digestivo dos animais. A melhor e mais econômica
forma é prevenir, evitar os alimentos contaminados com micotoxinas. Nesse sentido,
é fundamental que grãos tenham teor de umidade ideal para armazenamento.
Outros pontos a se observar é a qualidade do grão. Pois grãos quebrados, mofados
e queimados favorecem o desenvolvimento de fungos e outros microrganismos.
16

O farelo de amendoim pode ser incluído nas dietas de poedeiras até o nível de
5%, sem consequências aparentes exceto uma sensível diminuição da resistência
da casca do ovo (PESTI, 2004).

Tabela x: composição do farelo de amendoim

Farelo de canola

A canola (Brassica napus L. var oleífera) é uma oleaginosa de inverno,


originada do melhoramento genético da colza. Com a possibilidade da utilização do
farelo de canola para alimentação de aves e suínos, permite um aproveitamento de
um subproduto da indústria, que pode reduzir a dependência em do farelo de soja
como fonte protéica.

É o produto que resulta de uma moagem da semente de canoa para extração


do óleo. Logo após o resíduo que resulta sofre um tratamento para remover o
restante do solvente, aplicando o vapor no farelo. O processo final e a secagem são
conduzidos em caldeiras e o farelo emerge livre do solvente contendo ainda 1,5% de
óleo e uma umidade entre 8 a 10%. É resfriado e logo após é granulado com uma
consistência uniforme, então é peletizado ou enviado para estocagem. O farelo de
canola é uma alternativa de alimento proteico de alta qualidade, que pode ser
utilizado na alimentação de aves, suínos, peixes, ovinos e bovinos ( Gopinger et al.,
2015).

Com um dos subprodutos industriais o farelo de canola apresenta uma grande


variabilidade na sua composição e no seu valor nutricional, conforme a tabela x.

Tabela x: Composição do farelo de canola

Principais Componentes
(%)
Média n D Mé n D
P dia P
Matéria Seca 89, 3 1, Mat. Orgânica (MO) 82, - -
5 8 16 9
17

Proteína Bruta (PB) 36, 3 2, Coef. Dig. MO 71, - -


2 7 24 Suínos 0
Amido 5,1 4 1, MO Dig. Suínos 58, - -
0 27 9
Fibra Bruta (FB) 10, 1 0, MO Não Dig. Suínos 24, - -
9 4 81 0
Coef. Dig. FB Suínos - - - Extrato Etéreo (EE) 2,5 3 1,
5 1 3
2
FDN 25, 2 4, Coef. Dig. EE Aves 72, 2 3,
1 1 76 5 5
4
Coef. Dig. FDN - - - EE Dig. Aves 1,8 - -
Suínos 5
FDA 8,4 3 11 Coef. Dig. EE 72, 2 3,
5 ,1 Suínos 5 5
3
Coef. Dig. FDA - - - EE Dig. Suínos 1,8 - -
Suínos 5
Ext. Não Nitro. (ENN) 33, - - Ácido Linoléico - - -
3
Coef. Dig.ENN Aves 27, - - Ácido Linolênico - - -
9
ENN Dig. Aves 9,2 - -
9
ENN Não Dig.+ FB 34, - -
Aves 9
Fonte: Adaptado de Rostagno., 2017.

Segundo Gopinger (2015) o conteúdo de proteína bruta no farelo de canola


está relacionado com o teor de óleo residual e pode variar de 34 a 37%, também
pode influenciar no valor energético do farelo de canola. Mas os baixos valores de
energia digestível e metabolizável encontrados no farelo, deve ser por conta
principalmente dos altos níveis de fibra, podendo ser até duas vezes maiores que a
do farelo de soja. Além do mais, o farelo de canola apresenta um bom perfil de
aminoácidos, semelhante a outras fontes de proteína vegetal, entretanto a
quantidade de lisina é reduzida e apresenta alto nível de metionina e cistina. Possui
baixos teores de glucosinolatos e ácido erúcico, substâncias antinutricionais que
afetam o desempenho das aves.

O uso de farelo canola na alimentação de aves e suínos

Quando se utiliza farelo de canola nas dietas de frangos de corte como fonte
proteica, tem que levar em consideração aspectos de que sua utilização não tenha
efeitos desejáveis sobre o ganho de peso, a conversão alimentar e a palatabilidade
da dieta.

Alguns estudos mostraram a possibilidade de utilizar o farelo de canola na


dieta de frango de corte em até 30% sem efeitos no desempenho, sendo uma dieta
formulada com base nos aminoácidos digestíveis. As dietas com farelo de canola
promovem um menor ganho de peso, mas geralmente a conversão alimentar é
pouco afetada, essa redução de peso pode está relacionada com o desequilíbrio de
lisina: arginina em dietas com altos níveis de farelo de canola, o seu uso em grande
18

quantidade é limitado devido ao baixo conteúdo de energia e alto teor de fibra em


relação ao farelo de soja (XAVIER et al., 2015).

Alguns experimentos mostraram que o farelo de canola pode substituir em até


80% o farelo de soja das dietas para suínos em fases de crescimento e terminação
sem causar prejuízos ao desempenho zootécnico dos animais, desde que os níveis
nutricionais da dieta sejam mantidos adequados. Porém não é recomendado a
substituição total na dieta.

Farelo de girassol

O farelo de girassol é uma excelente fonte proteica para dieta animal, sendo
um subproduto resultante da moagem da semente girassol (Hellianthus annus L.) e
apresenta uma boa palatabilidade. A composição do subproduto é dependente de
fatores, como a quantidade de casca removida, variedade genética da planta, o tipo
de solo, dentre outros (BRIEGA et al., 2018).

Na dieta de não ruminantes o farelo de girassol é limitado por fatores


antinutricionais e também por possuir altas teores de fibra e fitato, esses fatores
dificultam a digestão e a absorção dos nutrientes durante a passagem pelo trato
digestório dos animais, afetando diretamente o desempenho produtivo.

Características do aspecto nutricional do farelo de girassol como altos teores


de fibra e baixos teores de lisina, deixam evidentes que para o uso em rações de
aves, as amostras de farelo de girassol devem ser pobres em fibra, peletizadas para
facilitar a sua armazenagem pela baixa densidade, testadas quanto à solubilidade da
proteína e quando misturado nas dietas, suplementadas com óleo e lisina. Para aves
é permitida a inclusão de até 15% na dieta de farelo de girassol na substituição do
farelo (PINHEIRO,2021).

As indicações da utilização do girassol na alimentação dos suínos aparecem


tradicionalmente também através da utilização do farelo com suplementação de
lisina ou propriamente do grão. Para suínos o nível de inclusão é de até 20% de
incremento na substituição do farelo de soja (PINHEIRO,2021).
19

Tabela x: Composição do farelo de girassol

Principais Componentes(%)
Média n D Méd n D
P ia P
Matéria Seca 89, 2 0, Mat. Orgânica (MO) 83,5 - -
6 2 92
Proteína Bruta (PB) 33, 2 5, Coef. Dig. MO 49,4 - -
4 3 39 Suínos
Amido 4,3 2 0, MO Dig. Suínos 41,3 - -
8 88
Fibra Bruta (FB) 24, 5 3, MO Não Dig. Suínos 42,2 - -
7 06
Coef. Dig. FB Suínos - - - Extrato Etéreo (EE) 1,98 1 0,
3 5
3
FDN 40, 7 3, Coef. Dig. EE Aves 60,0 1 -
7 56
Coef. Dig. FDN - - - EE Dig. Aves 1,19 - -
Suínos
FDA 26, 7 4, Coef. Dig. EE Suínos 20,0 1 -
3 37
Coef. Dig. FDA - - - EE Dig. Suínos 0,40 - -
Suínos
Ext. Não Nitro. (ENN) 23, - - Ácido Linoléico - - -
3
Coef. Dig.ENN Aves 48, - - Ácido Linolênico - - -
5
ENN Dig. Aves 11, - -
3
ENN Não Dig.+ FB 36, - -
Aves 7
Fonte: Adaptado de Rostagno., 2017.

Fatores limitantes para uso do girassol na alimentação animal

O ácido clorogênico presente nas sementes interfere na absorção de


aminoácidos específicos. Os PNA's (polissacarídeos não amiláceos), como celulose,
hemicelulose, quitina e pectina, podendo diminuir o desempenho animal,
prejudicando a permanência do alimento no trato gastrointestinal, prejudicando a
digestibilidade dos nutrientes. O fitato que pode formar complexos orgânicos com
minerais, como cálcio, zinco, manganês, cobre e ferro, dificultando a disponibilidade
para animais não ruminantes.

Quando se utiliza como única fonte protéica o farelo de girassol, é importante


a adição de lisina para que se obtenha um bom desempenho por parte de aves e
suínos.

Farelo de mamona

A mamona (Ricinus communis) é uma planta da família Euphorbiaceae,


provavelmente originária da Ásia. É uma cultura bem adaptada a altas temperaturas
e sol forte, e o advento do biodiesel consolidou a tendência de expansão do cultivo
na maioria dos estados semiáridos do Brasil, produzindo um excedente de
subprodutos que podem ser utilizados na alimentação animal. No entanto, deve-se
levar em consideração que este ingrediente contém em sua composição os
compostos antinutricionais, ricina, ricinina e o fator alergênico CB1-A (Beltrão, 2002).
20

De acordo com Rostagno et al. (2017) O valor médio da farinha de mamona é


39,2% de proteína bruta. Portanto, o pó de mamona desintoxicado tem potencial de
aplicação na alimentação de suínos principalmente devido ao seu teor de proteína.

A alergia à mamona é um risco ocupacional para os trabalhadores da indústria


de extração de petróleo e os moradores do entorno da indústria, que são
diretamente expostos à poeira levada pelo vento. Mesmo durante a aplicação de
subprodutos da mamona como fertilizante ou durante o preparo de rações, por
inalação de produtos. O farelo de rícino desintoxicante tem potencial para uso na
alimentação das aves deve-se principalmente ao seu teor de proteína. A Região
Nordeste é uma das principais e maior produtora de mamona, sendo responsável
por mais de 90% da produção nacional (SEVERINO et al., 2006).

O acervo do processamento das sementes da mamona é de 50% de óleo e 50%


de farelo, sendo que este, para ser utilizado na alimentação animal, deve ser
submetido ao processo de destoxificação (BELTRÃO, 2002). No processo de
extração de óleo por prensagem, o subproduto é chamado de torta e na extração por
solvente é obtido o farelo, que apresenta um alto e baixo teor residual de óleo.

Fatores antinutricionais do farelo de mamona

São encontrados alguns fatores antinutricionais tóxicos contidos na torta e farelo,


como a ricina (proteína), ricinina (alcalóide) e CB-1A (complexo alergênico) de
acordo com SEVERINO (2005).

Os sintomas mais comuns são vômitos, diarreia aquosa que evolui para
sanguinolenta, pode ocorrer anorexia, fraqueza, hipertermia, decúbito, taquicardia,
sialorreia, coma, convulsões, palidez, dispneia, polidipsia ou anúria, icterícia e
vocalizações (Aslani, 2007). Os sintomas se desenvolvem após 6h da ingestão, a
duração varia de 1,5 a 5,5 dias, podendo levar o animal a óbito.

Ricina

As proteínas deste grupo são capazes de entrar nas células e se ligar a


ribossomos, paralisando a síntese de proteínas e causando morte da célula. Isto
ocorre porque a ricina é uma proteína que tem um sítio receptor específico para um
açúcar ou uma unidade de oligossacarídeo (SEVERINO, 2005).
21

Ricinina

A ricinina é um alcalóide que pode ser encontrado em todas as partes e em todas


as fases de desenvolvimento da planta, diferentemente da ricina. O teor de ricinina é
de 1,3% nas folhas, 2,5% em plântulas estioladas, 0,03% no endosperma da
semente e 0,15% na casca da semente, variando muito entre partes da planta.

Albuminas 2S

O complexo alergênico CB-1A (“Castor Bean Allergen”) é formado por um


complexo de proteínas e polissacarídeos, não tóxico, termicamente estável, porém
com ação altamente alergênica. Está presente nas sementes (em torno de 3% a
6%), no pólen e em partes vegetativas da planta.

Comparando-o em termos de proteína, o farelo de mamona é um dos subprodutos


com potencial e que tem um teor de proteína aproximadamente equivalente ao do
farelo de soja, podendo vir a substituí-lo.

Tabela x: composição do farelo de mamona

2.3 Alimentos protéicos para aves e suínos alternativo:

Leveduras

As leveduras são microrganismos unicelulares com fisiologia semelhante aos


fungos, apresenta várias espécies sendo a principal Saccharomyces cerevisiae,
podendo apresentar mais de 2000 cepas. Quando utilizadas de maneira correta
podem otimizar a saúde intestinal e substituir parcialmente a fonte de proteína.

Desde a época em que a cultura de cana-de-açúcar foi implantada no país,


nenhuma atenção foi dada aos seus subprodutos. Dentre os principais subprodutos
destacam-se o bagaço, a vinhaça, a torta de filtro e as leveduras (CORTEZ et al.,
1992).

O destino dado a essas leveduras são de extrema importância ao que tange à


preservação do meio ambiente, principalmente o ambiente aquático, pois as
leveduras são altamente poluentes e a utilização das mesmas na alimentação
22

animal, seria uma forma econômica e ecológica de escoar esse subproduto (SILVA,
2009).

Silva (2009) elenca os principais motivos pelo quais o uso de leveduras tem
sido bem-sucedido quando essas são incluídas na alimentação de aves e suínos,
sendo eles: bom balanço de aminoácidos, fonte de vitaminas do complexo B,
proteína de alto valor biológico e fonte de nucleotídeo o que a torna uma excelente
fonte de economia de energia pelo organismo. Além disso, proporciona melhor
qualidade de rações peletizadas, possui alto teor de ácido glutâmico, aumenta as
vilosidades intestinais otimizando a absorção e proporcionando maior integridade
intestinal, além de possuir um alto poder adsorvente de toxinas.

As leveduras são pobres em vitamina-A, a presença da parede celular da


levedura seca proporciona menor digestibilidade a esse produto. As carências
acabam limitando o uso das leveduras na alimentação animal, como a deficiência
em triptofano e metionina.
23

Fonte: Adaptado de Rostagno., 2017.

3. O clima e nutrição: influencia no desempenho de Não Ruminantes

3.1 Aves
O frango de corte é um animal doméstico geneticamente aprimorado para
rápido crescimento, com o mais eficiente desempenho já conhecido. Entretanto, sua
capacidade termorreguladora continuou deficiente para enfrentar grandes desafios
das altas temperaturas. (LAGANÁ, 2009)

A termorregulação é mais preocupante à medida que a ave se desenvolve,


especialmente nas linhagens mais pesadas, pois a área superficial necessária para
a dissipação de calor diminui proporcionalmente com a idade e com o seu peso
corporal.

Durante a noite, as condições de manutenção da normotermia são mais


favoráveis para os frangos, sendo que isso favorece os mecanismos de ingestão de
alimento pelas aves. No decorrer do dia, com o aumento da temperatura ambiente,
as aves entram em processo de hipertermia, com redução do apetite e,
consequentemente, redução na ingestão de ração. Concluiu-se que a redução no
ganho de peso em aves submetidas a estresse por calor foi de 50% em relação às
aves em condições de termoneutralidade. Observou-se que em frangos houve uma
24

redução progressiva do peso, ganho de peso, ingestão de alimento e na eficiência


alimentar quando foram submetidos a aumentos de temperatura ambiental. Após
duas semanas de exposição crônica ao calor, a ingestão de alimentos diminuiu mais
de 3% por cada aumento de grau entre 22 e 32 °C. (LAGANÁ, 2009)

A proteína é o componente que mais se destaca na ração, tanto em termos


de custo como em nível de importância para o desenvolvimento do animal, obtendo
um papel essencial no organismo (NASCIMENTO; SILVA, 2014). Há várias
hipóteses sobre o aumento ou a diminuição do fornecimento de proteína bruta aos
animais.

Awad et al (2019) estudando a redução do incremento calórico para frangos


de corte através do nível de proteína bruta suplementando com aminoácidos,
concluíram que independentemente da suplementação de aminoácidos ou do nível
de redução de proteína bruta o desempenho das aves foi afetado negativamente
quando estas são submetidas a estresse térmico. Recomendaram redução de
proteína bruta quando as aves são expostas a condições de estresse térmico
moderados, mas não crônicos.

Santos (2012) realizando pesquisa sobre o nível de proteína bruta em


ambientes termo neutros e de temperaturas elevadas, recomendou em ambiente
termo neutro 19,8% de proteína bruta na ração, enquanto em ambientes quentes a
proteína pode ser reduzida para 17,6% com a implementação de metionina + cistina
dos 22 aos 45 dias de idade.

3.2 Suínos

Os produtores de suínos têm buscado formas de maximizar a expressão do


potencial genético de animais selecionados para deposição de carne magra, por
meio de avanços nos conhecimentos de fisiologia, nutrição e sanidade dos animais.
Entretanto, o ambiente térmico tem sido, muitas vezes, desconsiderado, apesar de
ser limitante ao processo produtivo. Com isso, pesquisas têm sido realizadas
visando avaliar a influência do ambiente térmico sobre o desempenho dos animais e
buscar alternativas que tornem o ambiente favorável ao sistema de criação de
suínos (Cristina et al. 2006).
25

Por serem animais homeotérmicos, os suínos apresentam máximo desempenho


quando mantidos em ambiente térmico confortável, representado por uma faixa de
temperatura em que os processos termorregulatórios são mínimos, com utilização
total da energia líquida para deposição de tecidos (Orlando et al., 2001). Quando
submetidos, porém, a ambientes de alta temperatura, os suínos tendem a perder a
eficiência de utilização da energia disponível à medida que acionam mecanismos de
termorregulação para redução do impacto do ambiente quente sobre seu organismo
(Kerr et al., 2003).

As altas temperaturas estão associadas à piora no desempenho de suínos,


principalmente pela redução no consumo de alimentos e pelo custo energético,
associado aos processos de termorregulação. O ambiente térmico e o tipo de
manejo alimentar, associado à fase em que o animal se encontra, podem influenciar
a prioridade de deposição de tecido magro ou gorduroso. Curtis (1983) relatou que
suínos pesados têm sido mais sensíveis ao estresse por calor e que o consumo de
alimento de animais pesando menos de 20 kg pode ser muito menos influenciado
pela temperatura que animais mais velhos, evidenciando que as respostas às
condições ambientais podem depender do peso do animal. Suínos em crescimento e
terminação são mais sujeitos aos efeitos do estresse térmico, sobretudo às elevadas
temperaturas na maioria das regiões brasileiras (Fialho et al., 2001). Quiniou et al.
(2000) observaram que relação direta entre temperatura, consumo de ração e peso
vivo e concluíram que os animais mais pesados são mais sensíveis à temperaturas
elevadas.Na fase de crescimento, a alta temperatura influencia negativamente o
ganho de peso de suínos, mantendo a deposição de proteína na carcaça. Esse
efeito do estresse térmico sobre o ganho de peso não está limitado à redução do
consumo de ração (MANNO et al, 2006).

Além das possíveis modificações do meio no sentido de amenizar os


problemas advindos do estresse térmico, como construções mais adequadas,
densidade animal ideal, controle de ventilação, tipo de piso e manejo da
alimentação, será aqui destacada a melhor adequação das dietas, que age como
principal coadjuvante no processo.
26

O incremento calórico (IC) é constituído basicamente do calor de fermentação


e da energia gasta no processo de fermentação, assim como o calor resultante do
metabolismo dos nutrientes. Sabe-se que o IC aumenta com quantidade de alimento
consumido e é inversamente proporcional à concentração energética da dieta,
devendo-se ressaltar que o aumento do teor de fibra proporciona maior IC e que
dietas que contém óleos e, ou, gorduras resultam em baixo IC.

O alto poder de incremento calórico das proteinas, na forma em que são


fornecidas pelos ingredientes das rações (intactas), é devido a série de reações
complexas exigidas no seu metabolismo. Portanto, o IC é reduzido em uma dieta
quando aminoácidos sintéticos substituem parte da proteína do alimento. Ainda com
o intuito de minimizar a produção de calor pelo organismo em épocas quentes,
podem ser utilizados óleos e, ou, gorduras nas rações para suínos.Os alimentos
fibrosos induzem a um alto IC, sendo, então, melhor utilizados pelos suinos quando
esses estiverem expostos a baixas temperaturas ambientais.

Como já mencionado, em períodos de altas temperaturas (verão intenso),


com a diminuição no consumo de alimentos, menor quantidade de nutrientes (g/dia)
estará disponível para os suínos. Assim, deve ser aumentada, proporcionalmente, a
concentração dos nutrientes da ração (% da mistura), de forma a atender a
demanda metabólica pelos suínos nesse ambiente. Esta prática, amplamente
utilizada, é chamada de aumento da densidade da dieta.Analogia inversa deverá ser
feita em períodos de baixa temperatura ambiental, em que o aumento no consumo
de alimentos requer diminuição da densidade da dieta.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As farinhas de origem animal são ótimas fontes de nutrientes para os animais,


porém devem ser devidamente processadas, respeitando - se os padrões de boas
práticas de fabricação e os padrões para cada ingrediente, evitando - se misturas
indevidas, para que sejam de boa qualidade e fiquem nos padrões de aceitação pela
indústria de rações.
27

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