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Uso de enzimas para aumentar a qualidade nutricional de farinhas de origem


animal

Article in PubVet · August 2018


DOI: 10.31533/pubvet.v12n8a156.1-13

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6 authors, including:

Julia Marixara Sousa da Silva Alison Batista Vieira


Universidade Federal de Goiás Universidade Federal de Goiás
18 PUBLICATIONS 22 CITATIONS 31 PUBLICATIONS 64 CITATIONS

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Weslane Justina da Silva Cibele Silva Minafra

11 PUBLICATIONS 27 CITATIONS
Instituto Federal Goiano - Campus Rio Verde
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https://doi.org/10.31533/pubvet.v12n8a156.1-14

Uso de enzimas para aumentar a qualidade nutricional de farinhas de


origem animal
Júlia Marixara Sousa da Silva1* , Alison Batista Vieira Silva Gouveia2 , Weslane Justina da
Silva3 , Lorrayne Moraes de Paulo4 , Fabiana Ramos dos Santos5 , Cibele Silva Minafra5
1
Doutoranda da Universidade Federal de Goiás, Departamento de Zootecnia. Goiania –GO Brasil.
2
Mestrando do Instituto Federal Goiano; Departamento de Zootecnia. Rio Verde – GO Brasil.
3
Mestre do Instituto Federal Goiano; Departamento de Zootecnia. Rio Verde – GO Brasil.
4
Graduando do Instituto Federal Goiano; Departamento de Zootecnia. Rio Verde-GO Brasil. E-mail:
5
Docente do Instituto Federal Goiano; Departamento de Zooetcnia. Rio Verde – GO Brasil. E-mail: cibele.minafra@ifgoiano.edu.br
*Autor para correspondência: marixara13@gmail.com

RESUMO. O crescimento contínuo da indústria de alimentos resulta em uma grande


quantidade de resíduos provindos dos frigoríficos de abate animais. O processamento dessa
carne resulta em uma enorme quantidade de resíduos. A quantidade de resíduos produzidos
além de ser uma grande perda de coprodutos com amplo potencial para reuso na cadeia
produtiva, também causam sérios problemas de gestão, tanto do ponto de vista econômico
como ambiental. Um dos resíduos gerados são as farinhas de origem animal (FOA),
ingrediente rico em proteína, minerais e fonte energia em para rações de animais
monogástricos. O uso de enzimas se torna uma estratégia interessante, pois podem tornar
as FOA em ingrediente de maior valor nutricional. A suplementação enzimática beneficia
a digestão e a absorção dos ingredientes, e sua adição em farinhas de origem animal pode
melhorar a qualidade nutricional das rações e, consequentemente, o desempenho dos
frangos. Esta revisão apresenta uma discussão sobre as enzimas uteis para nutrição de
animais, principalmente as proteases utilizadas na hidrolise de resíduos proteicos, como as
FOA.
Palavras chave: alimentos, avicultura, enzimas, nutrição

Use of enzymes to increase the nutritional quality of animal meal for


feed production
ABSTRACT. The continued growth of the food industry results in a large amount of
animal slaughterhouse waste. The processing of this meat results in a huge amount of co-
product. The large amount of waste produced besides being a great loss of material with
great potential for reuse in the productive chain, also causes serious management problems,
both economic and environmental. One of the residues generated is animal meal (FOA), an
ingredient rich in proteins, minerals and energy source in rations of monogastric animals.
The use of enzymes becomes an interesting strategy because they can make FOA an
ingredient of greater nutritional value. Enzyme supplementation benefits the digestion and
absorption of the ingredients, and their addition in animal meal can improve the nutritional
quality of the rations and, consequently, the performance of the chickens. This review
presents a discussion on enzymes useful for animal nutrition, especially the proteases used
in the hydrolysis of protein residues, such as FOA.
Keywords: enzymes, foods, nutrition, poultry

PUBVET v.12, n.8, a156, p.1-14, Ago., 2018


Silva et al. 2

Uso de enzimas para aumentar la calidad nutricional de las harinas


de origen animal
RESUMEN. El crecimiento continuo de la industria de alimentos resulta en una gran
cantidad de residuos provenientes de las plantas de sacrificio animal. El procesamiento de
esta carne resulta en una enorme cantidad de residuos. La cantidad de residuos producidos
además de ser una gran pérdida de coproductos con vasto potencial para reutilización en la
cadena productiva, también causan serios problemas de gestión, tanto desde el punto de
vista económico como ambiental. Uno de los residuos generados son las harinas de origen
animal (HOA), ingrediente rico en proteína, minerales y fuente de energía para las raciones
de animales monogástricos. El uso de enzimas se vuelve una estrategia interesante, pues
pueden tornar las HOA en ingrediente de mayor valor nutricional. La suplementación
enzimática beneficia la digestión y la absorción de los ingredientes, y su adición en harinas
de origen animal puede mejorar la calidad nutricional de las raciones y, consecuentemente,
el desempeño de los pollos. Esta revisión presenta una discusión sobre las enzimas útiles
para la nutrición de animales, principalmente las proteasas utilizadas en la hidrolisis de
residuos proteicos, como las HOA.
Palabras clave: alimentos, avicultura, enzimas, nutrición

Introdução substituição parcial de FOA, com adição ou não


da enzima protease, concluíram que a utilização
As farinhas de origem animal (FOA) são
da FOA para frangos de corte de 1 a 21 dias de
importantes fontes de cálcio, fósforo, aminoácidos
idade se mostrou vantajosa, apresentaram um
e energia. O aproveitamento de coprodutos de
melhor ganho de peso e menor consumo de ração
origem animal na dieta de monogástricos visa não
e que a suplementação da enzima protease
somente a reduzir os custos da ração, como
melhorou a viabilidade.
também a ser uma fonte alternativa de proteína
(Carvalho et al., 2012). O presente trabalho centra-se em uma revisão
bibliográfica da qualidade das farinhas de origem
No entanto, a falta de padronização no
animal na fabricação rações para monogástricos, e
processo de fabricação pode ser um inconveniente
como as enzimas podem melhorar a
para o uso, pois acarreta variações nos teores dos
disponibilidade de nutrientes deste ingredientes
nutrientes e da energia, (Geraldes, 2014). Com
para atender as necessidades dos animais.
isso, o uso das FOA em rações é limitado pelo
conhecimento da origem do material e seu Farinhas de origem animal
processamento, fatores que afetam a
digestibilidade dos nutrientes por elas fornecidos. Os coprodutos de origem animal são definidos
Por isso, são importantes as tecnologias que como corpos inteiros ou partes de animais mortos
permitem a melhoria da digestibilidade destes e outros produtos provenientes de animais que não
ingredientes na ração de aves. se destinam ao consumo humano, incluindo
oocistos, embriões e sêmen. As principais fontes
Entre estas tecnologias, inclui-se a adição de dos coprodutos são o abate de animais destinados
enzimas exógenas às dietas preparadas com FOA, a consumo humano, a produção de alimentos de
uma vez que elas melhoram a eficiência de origem animal e o abate sanitário de animais
utilização dos nutrientes pelos animais (Tavernari (ABRA, 2016; Geraldes, 2014).
et al., 2014). Resultados de pesquisa têm mostrado
que o uso de enzimas exógenas melhora o Segundo a Associação Brasileira de
aproveitamento da proteína (Selle et al., 2010), da Reciclagem Animal (ABRA, 2016), as indústrias
energia (Stefanello et al., 2016), dos de reciclagem animal processaram 12,4 milhões
polissacarídeos não amiláceos (Zhang et al., 2014) de toneladas de coprodutos como vísceras, sangue
e ossos de bovinos, suínos e aves em 2014. Cerca
e do fósforo (Pereira et al., 2012) nas dietas de
de 5,3 milhões de toneladas de farinhas e gorduras
aves, contribuindo para minimizar a poluição
produzidas no Brasil são utilizadas como
ambiental (Alves-Campos et al., 2017).
ingredientes na fabricação de rações (aves, suínos,
Carvalho et al. (2012), avaliando dietas à base peixes e pets), de biodiesel, de produtos de higiene
de milho e soja para frangos de corte, com e cosméticos, de fertilizantes e de itens como

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vernizes e lubrificantes. A produção de carne e osso bovino, as especificações são de 8%


coprodutos de origem animal apresenta de umidade (máxima), 55% de proteína bruta
crescimento médio anual de 25,4%, o que mostra (mínima), 30% de digestibilidade em pepsina,
o potencial desses produtos, principalmente das 10% de extrato etéreo (mínimo) e de 28% de
farinhas de carne e ossos, responsáveis por 86% matéria mineral (máxima).
das vendas externas brasileiras. A concentração de
Tradicionalmente, a alimentação de frangos é
fabricação de farinhas e gorduras é proporcional à
composta por milho e baixa inclusão de farinhas
concentração de fábricas de produtos de origem
de origem animal, no entanto, com a evolução no
animal, como uma relação simbiótica da cadeia
ganho de peso dos frangos, há necessidade de
produtiva, beneficiando o meio ambiente daquelas
aumentar os níveis proteicos das dietas.
regiões.
Estes coprodutos de origem animal são muito
Para restringir a comercialização das FOA aos
importantes nos aspectos nutricionais,
setores de bovinocultura, seguindo a regra de
econômicos e de segurança alimentar. Porém,
outros países, com o intuito de prevenir a
quando se trata de coprodutos de origem animal,
encefalite espongiforme bovina (BSE), o
maior cuidado é necessário, pois em função do
Ministério da Agricultura, Pecuária e
processo produtivo, apresentam dificuldade de
Abastecimento (MAPA) criou instruções
padronização (Oliveira et al., 2014).
normativas como a IN n° 15 de 2004, que proíbe
em todo o território nacional a produção, As farinhas de origem animal (FOA) propiciam
comercialização e utilização de produtos dietas com níveis nutricionais mais elevados,
destinados à alimentação de ruminantes que sendo uma opção para suprir a deficiência de
contenham, em sua composição, proteínas e alguns aminoácidos nos farelos de origem vegetal
gorduras de origem animal (Brasil, 2003). Porém, (Ruis et al., 2013).
a legislação brasileira não impõe barreiras que Dessa forma, o efeito das farinhas de origem
dificultem ou proíbam a utilização das FOA para animal sobre o desempenho do animal pode ser
o uso na avicultura, desde que os abatedouros se modificado por vários fatores, entre os quais o
adaptem às normas de produção e inspeção processamento, a origem do coproduto utilizado e
higiênico-sanitárias impostas pela legislação em o uso de aditivos e antioxidantes (Aguiar et al.,
vigor (Amorin et al., 2015). 2014).
A melhor sistemática para garantir um mínimo A inclusão de até 8% de farinhas de origem
de controle sobre a produção do setor ainda é o animal nas rações, além de suprir a necessidade
levantamento das empresas com registro no proteica da ave, desempenha um papel importante
Sistema de Inspeção Federal (SIF). Essas na reciclagem de nutrientes e na preservação do
empresas “sifadas” são apenas uma parte do setor meio ambiente, quando se leva em consideração o
que ainda fica subestimado pela dificuldade de se teor poluente dos coprodutos de abatedouros.
obterem dados relativos às empresas registradas Assim, aproveitar os resíduos da indústria de
nos sistemas de inspeção estadual ou municipal. carnes para produção de farinhas de origem
Ainda não houve interligação desses sistemas ao animal (FOA) é de suma importância nos aspectos
sistema federal, o que inviabiliza um econômicos e ambientais (Rostagno et al., 2017).
levantamento preciso (ABRA, 2016).
A farinha de vísceras de aves, suínos e bovinos
O Compêndio Brasileiro de Alimentação são coprodutos provenientes de pedaços da
Animal (CBAA, 2013) apresenta as carcaça, pescoço, pés, ovos não desenvolvidos e
especificações de qualidade para as farinhas de vísceras, excluindo penas e casca de ovos quando
origem animal. Para farinha de vísceras de aves, se trata da farinha de vísceras pura. O método mais
os valores são de 8% de umidade (máxima), 55% utilizado para sua obtenção é o da cocção, em que
de proteína bruta (mínima), 60% de a matéria-prima é cozida a uma pressão de vapor
digestibilidade em pepsina, 10% de extrato etéreo de 110º a 130º, por de três a seis horas. Em
(mínimo) e de 15% de matéria mineral (máxima). seguida, é extraída a gordura do produto, seco e
Na farinha de vísceras suínas, a especificação é de triturado. Após, é cozido novamente com
8% de umidade (máxima), 55% de proteína bruta temperatura inicial de 100ºC, aumentado
(mínima), 85% de digestibilidade em pepsina, gradativamente para 125ºC, levando à evaporação
15% de extrato etéreo (mínimo) e de 33% de da água e separação da gordura por pressão ou
matéria mineral (máxima). Já para farinha de extração por solvente (Amaral et al., 2017).

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Silva et al. 4

As farinhas de vísceras de aves (FVA) são um considerada parte integrante da enzima (Krabbe &
coproduto dos frigoríficos de aves, constituído Lorandi, 2014).
basicamente pelo aparelho digestivo, pelas
Na nutrição dos animais, a suplementação das
vísceras comestíveis e carcaças condenadas de
dietas com enzimas tem como objetivo melhorar o
aves abatidas e pelas vísceras não comestíveis.
valor nutritivo das diferentes matérias-primas, o
Não devem conter penas, sendo, no entanto,
valor nutricional do produto final e atender às
permitida a inclusão de cabeças e de pés, desde
exigências do consumidor por um produto mais
que não altere a composição química média do
barato, seguro, saudável e mais favorável ao
produto (Bellaver & Zanotto, 2004).
ambiente (Aspevik et al., 2017).
A farinha de vísceras de suínos (FVS) é um
Aves e suínos produzem enzimas, as chamadas
produto resultante do cozimento de coprodutos de
enzimas endógenas, porém quando não produzem
origem suína, constituído por partes cárneas
determinada enzima ou a quantidade produzida
(vísceras) e ossos. A matéria-prima utilizada é
não é o suficiente para atuar na dieta ingerida,
coletada em estabelecimentos fiscalizados por
pode ser recomendada a utilização de enzimas
órgãos competentes como frigoríficos, açougues e
exógenas (Alves–Campos et al., 2017).
casas de carnes. Seu processamento ocorre
conforme normas do Ministério da Agricultura As enzimas exógenas não são organismos
sob orientação do Serviço de Inspeção Federal vivos, mas produtos de organismos vivos como
(SIF) (Ferroli & Librelotto, 2011). bactérias e fungos. São proteínas globulares de
estrutura terciária ou quaternária que atuam como
As farinhas de carne e ossos bovinas (FCOB)
catalisadores biológicos que aceleram as reações
podem ser utilizadas em níveis nos quais seu teor
químicas e têm alta especificidade, pois cada tipo
em cálcio funcione como limitante, isto é, alcance
de enzima atua sobre um composto ou substrato
o teor indicado na ração para a fase e a espécie em
associado, que se encaixa na enzima específica, de
questão (Matias et al., 2012). A matéria-prima
modo que os centros ativos coincidem
utilizada na produção da farinha de carne e ossos
perfeitamente, sendo capazes de abrir caminhos
é coletada em frigoríficos, açougues e casas de
para sua transformação (complexo enzima-
carnes, estando rigorosamente dentro das normas
substrato) (Magnago et al., 2015).
do Ministério da Agricultura, sob orientação do
Serviço de Inspeção Federal (SIF) (Fujihara et al., No organismo, as enzimas exógenas ingeridas
2015). complementam as enzimas produzidas pelo
próprio animal em quantidades insuficientes
Em função das características nutricionais, as
(amilases e proteases), fornece aos animais as
FOA são produtos que apresentam vantagens na
enzimas que eles não conseguem sintetizar
formulação de rações para animais, possibilitando
(celulases, queratinase) e eliminam os efeitos
um melhor aproveitamento na relação
negativos de fatores antinutricionais e a poluição
custo/benefício.
ambiental pela excreção fecal de nitrogênio e
As principais vantagens no uso das farinhas de fósforo (Zhang et al., 2014; Matias et al., 2015).
origem animal estão relacionadas aos nutrientes,
As enzimas exógenas aumentam a
minerais de alta disponibilidade, níveis proteicos,
digestibilidade de moléculas complexas,
otimização de custos, além de propiciar dietas com
especialmente em animais jovens que não têm
níveis nutricionais mais elevados. Além disso,
bom desenvolvimento do perfil enzimático
temos a palatabilidade, que se torna muito
intestinal (Scottá et al., 2016).
interessante para nutrição de pets com a melhoria
no odor, sabor e textura da dieta, deixando-a mais Diferentes tipos de complexos enzimáticos
palatável aos animais (Beski et al., 2015). (fitases, xilanases, amilases, celulases, proteases,
glucanases e etc.) estão disponíveis no mercado e
Enzimas na nutrição animal apresentam mais de uma atividade enzimática. As
enzimas exógenas são classificadas como aditivos
De acordo com a publicação oficial da
zootécnicos, pertencentes ao grupo funcional dos
Associação Americana Oficial de Controle de
aditivos zootécnicos digestivos, segundo a
Alimentos para consumo animal (AAFCO, 2006),
Instrução Normativa (IN) No 13 de 2004 (Brasil,
uma enzima é definida como uma proteína
2004).
composta por aminoácidos ou seus derivados, que
catalisa uma reação química específica. A O efeito da adição de enzimas e/ou complexos
necessidade de cofatores específicos é enzimáticos sobre as variáveis de produção e/ou

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metabolismo pode ser decorrente de uma série de carcaça das aves, apesar de ressaltarem que seus
fatores, sendo os principais, o tipo de dieta e a efeitos são mais pronunciados em dietas com
forma de suplementação da enzima (Barbosa et reduzidos níveis aminoacídicos ou proteicos,
al., 2014). possibilitando minimizar a excreção de nitrogênio,
fator de enorme importância ecológica (Oxenboll
As enzimas são incluídas nas rações pelos
et al., 2011).
métodos de “over the top” (por cima). Esta adição
aumenta o custo de formulação, pois se o animal As enzimas adicionadas a dietas de aves
estiver com suas exigências nutricionais supridas apresentam resultados, muitas vezes,
pela ração, à adição da enzima produzirá um inconsistentes e conflitantes, devido a vários
excesso de nutrientes que poderão ser convertidos fatores como diferenças no tipo de enzimas
em gordura ou não serão utilizados pelo animal e testadas, no planejamento experimental e nos
serão excretados. Outra forma de inclusão das nutrientes das dietas de controle negativo (Angel
enzimas é “on the top” com adição de enzimas et al., 2011), dificultando a interpretação precisa
exógenas em dietas com nutrientes reduzidos, a de cada enzima.
fim de ajustar o valor nutricional da dieta de
As fontes proteicas são ingredientes que
acordo com a exigência do animal sem elevar o
contribuem para o aumento do custo das dietas de
custo da ração. Há ainda a adição por
aves. Diante disso, torna-se necessária a utilização
superestimação de algum nutriente da dieta, sendo
de tecnologias que proporcionem o melhor
o mais comum o de energia metabolizável de um
aproveitamento nutricional deste ingrediente pelos
ou mais ingredientes da ração para a adição da
animais, caso das enzimas proteolíticas.
enzima exógena (Gewehr et al., 2014; Barbosa et
al., 2014). Proteases são hidrolases produzidas por plantas
ou microrganismos que têm classificação
As aves se beneficiam mais do uso de enzimas
diversificada pela diversidade de sua ação e de sua
exógenas por apresentar um sistema digestivo
estrutura. De acordo com o ponto de clivagem na
mais curto (Mavromichalis, 2012). A adição da
cadeia polipeptídica, as proteases ou peptidases
enzima pode melhorar o aproveitamento da
podem ser classificadas e subdividas em
energia do ingrediente assim como a
exopeptidases e endopeptidases (Souza et al.,
digestibilidade ileal aparente de aminoácidos dos
2015).
ingredientes (Romero et al., 2013).
As proteases atuam promovendo maior
Dessa forma, algumas pesquisas têm sido
digestibilidade da proteína e, como os ingredientes
conduzidas com o intuito de verificar a eficiência proteicos nas dietas de frangos têm valor de custo
das enzimas sobre a digestibilidade e de produção destes animais, seu melhor
metabolização de nutrientes dos ingredientes. aproveitamento resulta diretamente na redução de
Objetiva-se, nestas pesquisas, fornecer ao custo de produção (Alves-Campos et al., 2017).
nutricionista animal a possibilidade da formulação
de rações “on the top”, considerando o incremento Estudos têm descrito que as proteases
nutricional obtido com a utilização enzimática. endógenas sintetizadas e liberadas no trato
gastrointestinal podem ser suficientes para
O valor nutricional do farelo residual de milho aumentar a utilização da proteína da ração (Freitas
(FRM) sem e com a α-amilase foi determinado et al., 2011). Lemme et al. (2004) concluíram, que
com para frangos de corte com 14 dias por avaliando a digestibilidade da proteína bruta e
Valadares et al. (2016). Os autores determinaram aminoácidos das dietas das aves, que uma
que energia metabolizável aparente corrigida pelo quantidade considerável de proteína passa pelo
balanço de nitrogênio (EMAn) do FRM com e sem trato gastrointestinal sem ser completamente
enzima foram de 3241 e 3261kcal/kg, digerida.
respectivamente, não sendo observado nesta
As aves têm capacidade de sintetizar proteases,
pesquisa efeito individual da enzima sobre este
e o uso de proteases exógenas tem a finalidade de
parâmetro.
suplementar as enzimas endógenas. As proteínas
Segundo Araújo et al. (2007), a hidrólise das pouco digestíveis podem ter seu uso
proteínas resistentes ao processo digestivo das potencializado pela utilização de proteases,
enzimas das próprias aves proporciona redução da melhorando sua digestão, pois seu mau
proteína bruta da dieta, sem causar alteração no aproveitamento pode causar maior excreção de
desempenho zootécnico e no rendimento de nitrogênio, que é um nutriente caro e com

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Silva et al. 6

potencial poluidor, quando descartado de forma O uso de proteases durante o preparo das
incorreta (Souza et al., 2015; Opoku et al., 2015; rações com inclusão de FOA promove aumento da
Lemuchi et al., 2013). digestibilidade e solubilidade das proteínas.
Resultados favoráveis têm sido observados com a
As proteases exógenas são responsáveis pela
utilização de enzimas proteolíticas nas farinhas de
catálise das ligações peptídicas entre os
penas, entre elas, queratinases, que hidrolisam a
aminoácidos das proteínas, e sua adição inativa
queratina, que é insolúvel e indigestível por
fatores antinutricionais presentes em
animais (Schone et al., 2017).
determinados alimentos como lecitinas, proteínas
antigênicas e inibidores de tripsina, presentes, A suplementação das enzimas proteolíticas
particularmente, nas leguminosas, podendo exógenas, caso da protease, auxilia no aumento da
também auxiliar na atividade proteolítica das metabolizabilidade dos nutrientes presentes na
enzimas endógenas em animais jovens, maximizar ração (Dalólio et al., 2016), além de contribuir
a disponibilidade de aminoácidos, colaborando com a redução dos custos da dieta, possibilitando
com a energia metabolizável das rações e, por a utilização de alimentos com proteínas pouco
conseguinte, aprimorando o desempenho digestíveis como as FOA (Gomes et al., 2017).
zootécnico dos animais, reduzindo o custo de
Brito et al. (2006) observaram melhora de 6%
produção (Barbosa et al., 2014; Liu et al., 2013;
na metabolizabilidade do extrato etéreo com a
Silva et al., 2016).
utilização enzima protease em dietas de frango de
Há potencial para melhorar a utilização dos corte com FOA. Freitas et al. (2011), avaliando
aminoácidos das dietas pela suplementação de dietas com inclusão farinha de carne e ossos,
protease, reduzindo os custos de formulação nas encontraram melhores resultados de
dietas, já que os níveis de inclusão de certos metabolizabilidade da proteína bruta nos
nutrientes, como aminoácidos e minerais, podem tratamentos que continham a mesma inclusão da
ser reduzidos. Assim, as proteases são enzima protease.
recomendadas para adição às dietas de frangos de Por outro lado, Olukosi et al. (2015) não
corte, pois melhoram o desempenho, sendo seus encontraram efeito da adição da protease sobre a
efeitos mais pronunciados quando as dietas são metabolizabilidade da matéria seca em dietas à
formuladas com baixos níveis de aminoácidos base de milho e farelo de soja, tendo observado
essenciais ou de proteína total, de forma a ainda efeito negativo de energia metabolizável
minimizar as excreções de nitrogênio (Barbosa et sobre o coeficiente de metabolizabilidade na
al., 2014). matéria seca (CMMS).
É possível reduzir os níveis de aminoácidos
sintéticos suplementados nas dietas de frangos de Sistema de energia para aves
corte, considerando digestibilidade de até 40% A composição química dos alimentos é um dos
superior a real, quando se utiliza protease, não fatores que determinam seu valor nutricional,
afetando os parâmetros de desempenho, porém, para maior acurácia nas formulações, são
rendimento de carcaça e cortes para abates até os importantes a determinação do conteúdo e a
42 dias de idade (Vieira et al., 2016). disponibilidade dos nutrientes. Além do
conhecimento da composição química, um dos
Os efeitos da protease com adição de
aspectos mais importantes para se alcançar
200g/tonelada foram avaliados sobre os
sucesso em um programa de alimentação é o
coeficientes de metabolizabilidade dos nutrientes
fornecimento de energia em quantidade adequada.
em dietas contendo farinha de penas com enzima
A energia presente nos alimentos é um dos fatores
e matriz nutricional valorizada, com enzima e sem
limitantes do consumo, estando envolvida em
valorização, sem enzima e com valorização para
todos os processos produtivos das aves.
frangos de corte de um a 32 dias. Na fase inicial,
Determinar a quantidade de energia bruta contida
houve maior coeficiente de metabolizabilidade da
no alimento é uma prática fácil e rápida, não
proteína para as aves que consumiram ração com
estimando com precisão a quantidade de energia
valorização da matriz nutricional da enzima,
que o animal é capaz de aproveitar efetivamente
independentemente da adição de protease. Na fase
(Vieira et al., 2014).
final, níveis nutricionais reduzidos e enzima sem
valorização melhoraram os coeficientes de A medição e os sistemas de expressão da
metabolizabilidade dos nutrientes (Matias et al., energia dos alimentos têm sido alvo regular de
2015). revisão e discussão, dada à importância da correta

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Uso de enzimas na qualidade de farinhas de origem animal 7

avaliação do valor energético dos alimentos para alimento pelo trato gastrointestinal (TGI) foi
os sistemas de produção. absorvida e utilizada pelo animal. Entretanto,
parte do que é absorvido pode ser diretamente
A energia presente nos alimentos é o produto
excretado pela urina, ou pode ser metabolizado e
resultante da transformação dos nutrientes durante
gerar resíduos que podem também ser excretados
o metabolismo, fator importante na nutrição
por essa via, que, por sua vez, após descontarmos
animal (Frank et al., 2016), sendo a energia
as perdas urinárias e pela produção de gases (essa
metabolizável (EM) uma estimativa da energia
mais importante para ruminantes), temos a energia
dietética disponível para ser metabolizada pelo
metabolizável (EM), que é a energia efetivamente
tecido animal.
disponível para o metabolismo animal (Kras et al.,
A energia presente nos alimentos pode ser 2013).
definida como uma unidade de calor ou caloria,
Após descontarmos as perdas devidas ao
sendo uma caloria igual à quantidade de calor
incremento calórico, podemos, finalmente,
necessária para elevar um grama de água de 14 °C
observar a energia líquida (EL), que expressa à
para 15 °C. A caloria não pode ser considerada um
parcela que o animal vai realmente utilizar, seja
nutriente, mas o resultado da oxidação dos
para sua mantença (ou seja, as atividades
nutrientes durante o metabolismo animal,
essenciais para sobrevivência do animal, como as
principalmente da proteína, carboidratos, lipídeos
atividades metabólicas, manutenção da respiração,
e parte da fibra (Scottá et al., 2016).
batimentos cardíacos) ou para a produção, seja de
O estudo do metabolismo energético envolve carne, ovos, ou leite, no caso dos mamíferos
várias áreas de conhecimento, indo desde eventos (Emmans, 1994).
que ocorrem na célula até aqueles relacionados ao
A energia metabolizável aparente (EMA),
animal como um todo. A energia é liberada do
forma clássica da energia metabolizável (EM), é
alimento pelos processos metabólicos de oxidação
definida pela diferença entre a energia bruta
de seus constituintes orgânicos, portanto, não é
consumida na ração e a energia bruta excretada.
considerada nutriente. A energia produzida pela
Nas aves, a energia bruta excretada abrange a
oxidação fisiológica pode ser utilizada pelo animal
energia das fezes, urina e gases da digestão, sendo
para realização de trabalho, como atividade
esta última negligenciada para aves, como
muscular ou para geração de calor e para os
descreve o National Research Council
processos metabólicos (Sakomura et al., 2014).
(NRC,1994).
Teoricamente há uma partição da energia em
frangos de corte, que pretende explicar a Os animais se alimentam para suprir
compartimentalização utilizada nos sistemas de necessidades básicas, obter nutrientes que lhes
energia e também a complexidade das interações serão essenciais e, pela oxidação de alguns deles,
entre compartimentos, que se reflete nas produzir energia para manutenção dos processos
metodologias de determinação do valor energético vitais e produtivos. É importante compreender que
dos alimentos (Fernandes et al., 2017). o desempenho está diretamente relacionado com a
quantidade e a qualidade da dieta ingerida, uma
A energia bruta do alimento (EB), medida por vez que ela deverá garantir as necessidades do
combustão em bomba calorimétrica, depende do animal para mantença e para produção (Tavernari
número de ligações com átomos de carbono et al., 2014).
presentes em seus componentes. Apesar de
representar uma medida relativamente simples, Na formulação de rações para frangos de corte,
apenas uma parte da energia bruta é aproveitada a principal preocupação é fornecer energia e
pelo animal, em decorrência da habilidade de aminoácidos em quantidade adequada para as
digestão dos alimentos pelos animais. A aves. Para isso, há necessidade de conhecer o valor
variabilidade na digestibilidade e no metabolismo energético e a digestibilidade dos alimentos
entre alimentos exclui seu uso para formulação de (Santos et al., 2014).
rações ou comparação de alimentos (Andrade et
A ingestão de alimentos pelas aves é regulada
al., 2016).
pelo conteúdo de energia metabolizável aparente
Subtraídas as perdas fecais da EB, temos a (EMA) da dieta, pois estes animais comem para
energia aparente digestível (ED). O sistema de ED suprir suas exigências energéticas (Miranda et al.,
considera que toda energia que desapareceu 2017). No entanto, a variabilidade na composição
durante a passagem de certa quantidade de química dos alimentos, na digestibilidade e na

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Silva et al. 8

biodisponibilidade de seus nutrientes pode mesmos autores descrevem que o valor energético
influenciar os valores energéticos e resultar em da farinha de carne e osso bovino é igual a 2602
variações no valor de energia metabolizável kcal/kg. Ressalta-se que, com a variação no
aparente (Abreu & Lara, 2014). conteúdo nutricional das FOA, o valor energético
das farinhas pode ser variável, motivo pelo qual
Os valores de energia metabolizável dos
estes valores devem ser atualizados
alimentos podem variar de acordo com a
constantemente.
metodologia utilizada para determiná-la, a
retenção de nitrogênio, a espécie de ave, a idade Coeficientes de digestibilidade de aminoácidos
das aves, o processamento, a granulometria da e aproveitamento de energia
ração, o nível de inclusão do alimento testado, o
sexo das aves, o consumo de ração, a adição de Os aminoácidos são as unidades básicas que
enzimas exógenas à dieta, entre outros fatores, daí formam a proteína, nutriente fundamental da
a necessidade constante de avaliação dos valores alimentação dos animais. Os aminoácidos podem
de energia metabolizável dos alimentos nas mais ser encontrados em todos os alimentos, de origem
diferentes situações (Scottá et al., 2016). animal ou vegetal, que contenham proteína.
Entretanto, diferentemente das plantas, os animais
Em aves, por motivos fisiológicos e não podem sintetizar todos os aminoácidos para
anatômicos, a separação da excreta em fezes e atender as suas exigências, que são essenciais e
urina é relativamente complicada, requerendo uma limitantes e devem ser fornecidos na ração
modificação cirúrgica que exteriorize o ureter. (Nascimento et al., 2014).
Assim, a coleta de fezes e urina, ou excreta total,
é realizada conjuntamente, levando a uma Os aminoácidos, depois de absorvidos, serão
estimativa direta da energia metabolizável utilizados para a síntese das mais diferentes
aparente (EMA), uma vez que, como referido proteínas, necessárias para processos vitais dos
anteriormente, nem toda energia da excreta é animais e para a produção dos produtos de
interesse econômico. Os aminoácidos ingeridos
originada do alimento, sendo uma parte de origem
em excesso, em relação à exigência, serão
endógena originada da descamação de células
catabolizados pela remoção do grupo amino,
intestinais, hormônios, enzimas, entre outros. Se
resultando na produção de esqueleto carbônico,
essa perda energética endógena for medida e então
água, energia, amônia, ácido úrico e ureia. Estes
subtraída da EMA, tem-se a energia metabolizável três últimos são compostos poluidores e devem ter
verdadeira (EMV) (Koch et al., 2015). sua produção minimizada pela indústria ligada à
A energia metabolizável aparente corrigida cadeia produtiva de carne de frango (Oliveira et
pelo balanço de nitrogênio (EMAn) difere da al., 2014).
energia metabolizável aparente (EMA) pela A eficiência dos processos de digestão e
correção associada ao balanço de nitrogênio. Essa utilização dos aminoácidos depende da ação
correção baseia-se no fato de que, em aves em moduladora de hormônios, da ausência de fatores
crescimento, a proteína retida no organismo não antinutricionais nos alimentos, do nível de saúde
contribui para a energia das fezes e da urina intestinal e do equilíbrio na relação existente entre
(Andrade et al., 2016). os aminoácidos e a energia da dieta (Frank et al.,
Ao determinar a energia metabolizável das 2016).
aves, melhora-se a capacidade destes animais em Mais importante que a quantidade de proteína
aproveitar os nutrientes e energia fornecidos pelos dietética é a composição ou o perfil aminoacídico
alimentos, pois a digestibilidade de energia tende desta proteína, pois as aves não apresentam
a aumentar com o desenvolvimento do seu trato exigências nutricionais para proteína bruta (PB)
digestivo ao avançar da idade (Broch et al., 2015). em si, mas para cada um dos aminoácidos
essenciais que compõem a proteína dietética, além
Embora as FOA sejam ingredientes proteicos,
de necessitarem de um excedente de nitrogênio
pela elevada concentrações de extrato etéreo na
amino suficiente para a biossíntese de
sua composição centesimal contribuem
aminoácidos não essenciais (Vieira et al., 2014).
significativamente para EMA das dietas das aves.
As Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos Para predizer a qualidade proteica de alimento
(Rostagno et al., 2017) descrevem que o valor de origem animal, um dos métodos é a
EMA da farinha de vísceras suínas e de aves é solubilidade em Pepsina ou digestibilidade
iguais a 3241 e 2240 kcal/kg, respectivamente. Os proteica “in vitro”. Este método mantém

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Uso de enzimas na qualidade de farinhas de origem animal 9

correlação com os métodos “in vivo”, com a não foram reabsorvidos antes do íleo terminal.
vantagem de ter fácil e rápida execução a custo Quando consideramos perdas endógenas, o valor
reduzido (Brasil, 2009). de aminoácido digestível verdadeiro ou o
estandardizado é estimado. Esta informação é
Um dos avanços alcançados na nutrição animal
obtida através da coleta de animais em jejum ou
é a utilização do conhecimento do metabolismo
recebendo dietas isentas de proteínas (Borges et
proteico e a possibilidade de determinação de
al., 2005).
aminoácidos nos alimentos, assim, surgiram
formulações com base em aminoácidos totais. O conhecimento da digestibilidade de cada
Este sistema de formulação foi reavaliado em aminoácido é fundamental para se obter maior
diversas pesquisas, pois nem toda fração precisão na formulação de dietas, principalmente
aminoacídica da dieta é digerida, assim, parte dos com o uso de alimentos alternativos ou coprodutos
aminoácidos é excretada, tornando estas dietas de origem animal, visto haver grande variação na
poluentes e desvantajosas economicamente digestibilidade entre os aminoácidos e entre os
(Pessôa et al., 2012). alimentos (Agustini et al., 2015).
Desta forma, na formulação de rações é muito A digestibilidade dos aminoácidos e o teor de
importante o conhecimento da digestibilidade proteína das farinhas de origem animal dependem
proteica, pois essa informação conduz a melhores do processo de hidrólise aplicado, que varia de um
resultados nutricionais e também à redução da sistema para o outro, das matérias-primas
excreção de nutrientes pelos animais. A utilizadas, entre outros fatores que afetam a
digestibilidade é determinada pela diferença entre composição e a qualidade final do produto
a quantidade de aminoácidos consumida e a (Furuya et al., 2001; Araújo et al., 2007). Assim,
excretada e é identificada com base no local em os efeitos do processamento da FOA podem ir
que é realizada a coleta material, podendo ser pelo além da qualidade da proteína, aminoácidos e
método de coleta fecal ou ileal, sendo o último, a energia (Gomes et al., 2010), por isso,
melhor opção para estimar a digestibilidade dos investigações in vivo são mais precisas quando o
aminoácidos, já que o conteúdo ainda não sofreu intuito é determinar a digestibilidade verdadeira
interferência da microbiota do intestino grosso dos aminoácidos das FOA.
(Nunes et al., 2015).
Pretto et al. (2014) citam que, embora o
Na coleta total pode haver influências de processo de hidrolisação possa melhorar a
fatores além daqueles esperados para a digestibilidade das FOA, a quebra das ligações
digestibilidade de aminoácidos, como, por entre os aminoácidos que formam a proteína
exemplo, a influência da microbiota cecal, perdas proporciona reações entre os nutrientes,
endógenas e metabólicas, além da particularidade constituindo complexos ou provocando a
de que nas aves a excreção de urina e fezes ocorre desnaturação proteica, o que torna esses nutrientes
simultaneamente. A digestibilidade aparente mede indigestíveis, ocasionando redução no valor
a digestibilidade de aminoácidos, tanto energético dos alimentos. A qualidade proteica
proveniente da dieta quanto da perda endógena. Já das FOA pode sofrer alterações pelo fato de a
a digestibilidade ileal utiliza uma fórmula de proteína ser formada por aminoácidos, com
correção, desconsiderando os aminoácidos digestibilidade variável em função do
endógenos (Roosendaal & Wahlstrom, 2016). processamento térmico a que são submetidos
Por consequência, para melhor desempenho do (Nosworthy & House, 2016).
animal, os perfis de aminoácidos dos ingredientes É consenso entre os nutricionistas que
devem ter por base valores e aminoácidos conhecimento do conteúdo energético e
digestíveis. Assim, é importante conhecer o teor e coeficiente e digestibilidade dos aminoácidos
os coeficientes de digestibilidade dos aminoácidos proporcionam atendimento das exigências
dos alimentos utilizados nas formulações das nutricionais das aves e redução dos custos das
rações para as aves (Scottá et al., 2016). rações (Troni et al., 2016). Assim, a quantificação
A quantidade de aminoácido da ração que destes dados nas FOA com a adição de enzimas
desaparece no intestino delgado é denominada de proteolíticas pode se constituir num dado
aminoácido digestível aparente, que são relevante para a indústria avícola, possibilitando a
aminoácidos dietéticos não digeríveis e os inclusão de maiores níveis de FOA na dieta,
aminoácidos de origem endógena, que foram tornando-a mais sustentável econômica e
secretados dentro do trato gastrointestinal e que ambientalmente.

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Silva et al. 10

Considerações finais Andrade, R. C., Lara, L. J. C., Pompeu, M. A.,


Cardeal, P. C., Miranda, D. J. A. & Baião, N.
Não se pode fabricar uma ração de qualidade
C. 2016. Avaliação da correção da energia pelo
com ingrediente de má qualidade. As FOA
balanço de nitrogênio em alimentos para
devidamente gerenciadas trazem benefícios para
frangos de corte. Arquivo Brasileiro de
toda cadeia produtiva, e principalmente nos
Medicina Veterinária e Zootecnia, 68, 497-
aspectos ambientais e econômicos. O uso das
505.
enzimas é uma das tecnologias usadas para
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licença Creative Commons Atribuição 4.0 (CC-BY 4.0), a qual permite uso
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Polysaccharide Degradation in Different

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