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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÌ

CAMPUS PROFESSOR BARROS ARAÚJO

ROZEANO DOS SANTOS TEIXEIRA

AVALIAÇÃO DE DUAS CULTIVARES DE ALHO CULTIVADO SOB DIFERENTES


FORMULAÇÕES DE ADUBAÇÃO EM AMBIENTE SEMIÁRIDO

PICOS – PI
2023
ROZEANO DOS SANTOS TEIXEIRA

AVALIAÇÃO DE DUAS CULTIVARES DE ALHO CULTIVADO SOB DIFERENTES


FORMULAÇÕES DE ADUBAÇÃO EM AMBIENTE SEMIÁRIDO

Projeto apresentado como requisito parcial


para obtenção de nota na disciplina TCC I do
curso de Engenharia Agronômica, da
Universidade Estadual do Piauí – UESPI ao
Prof. Dr. Wagner R. L. Soares Pessoa.

Orientador:
Prof. Dr. Francisco Reinaldo Rodrigues Leal

PICOS – PI
2023
RESUMO

Palavras-chaves:
ABSTRACT

Key words:
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 6
2. OBJETIVOS 8
2.1. Geral 8
2.1. Específicos 8
3. REFERENCIAL TEÓRICO 9
3.1. Cultura do alho (Allium sativum) 9
3.2. Clima Semiárido 10
3.3. Fotoperíodo e Temperatura 10
3.4. Tratos Culturais 11
3.5. Dormência 12
3.6. Adubação 12
3.7. Produção comercial de Alho 13
4. MATERIAL E MÉTODOS 14
5. RESULTADOS ESPERADOS 17
6. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO 18
7. ORÇAMENTO 19
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 21
6

1. INTRODUÇÃO

Sendo uma cultura que já representou grande relevância econômica no semiárido piauiense
em décadas passadas, o alho aos poucos vem tentando retomar sua posição de destaque com a
retomada do cultivo por pequenos agricultores. Tal resgate da cultura na região justifica-se
não só pela diversificação na geração de renda do pequeno produtor, mas também, pela
crescente demanda do mercado interno, sendo esta uma tentativa para a autossuficiência
(SOARES et al., 2015), já que a produção brasileira nos últimos três anos não atende nem
50% do mercado interno (FAGUNDES, 2021). Para tanto, tratos culturais simples como a
adubação, a qual não se aplicava a realidade passada destes produtores da região, vem sendo
conduzidas junto aos mesmos.
Até a década de 1990, o estado do Piauí se apresentava entre os maiores produtores de alho
da região Nordeste, com destaque para microrregião de Picos. A cultura nesta região entrou
em declínio por vários motivos, dentre elas o uso de sistema rudimentar de produção como
cultivos em leitos de rios (SANTOS et al., 2017) sem nenhum manejo de adubação. Em 2011
foram feitos os últimos registros de produção de alho no estado. Foram cerca de 45 toneladas
produzidas em 10 hectares nos municípios de Bocaina, Santo Antônio de Lisboa e Sussuapara
(IBGE, 2021), sendo esta uma produção bem abaixo da média (10,63 t/ha) nacional
(FAGUNDES, 2017).
Dentre os fatores para essa reduzida média atribui-se as práticas de agrotecnologia como a
adubação. Tal prática é fator primordial na produção de olerícolas, pois eleva a produtividade,
além de melhorar a qualidade dos produtos colhidos, exercendo funções no metabolismo
vegetal, influenciando o crescimento e a produção das plantas (MARCUSSI et al., 2004)
O fornecimento adequado de nutrientes, em quantidade e qualidade, assume grande
importância para a cultura do alho, visto que a maioria dos solos brasileiros é de baixa
fertilidade natural (RESENDE & CÍLIO FILHO, 2009). Nesse sentido, formulações de
adubação tem sido sugerida para a região, porém sem ter tido nenhum trabalho concluso para
efetivação da eficiência dos resultados destas.
A adequação no fornecimento de nutrientes para fins de maximizar a produtividade da
cultura e da qualidade do alho tem sido a solução para aumentar sua viabilidade econômica,
principalmente levando-se em consideração que a globalização da economia e o Mercosul
interferem significativamente na qualidade do alho comercializado e, consequentemente,
sobre a alicultura nacional (SOUZA & MACÊDO, 2009).
7

Observa-se que a cultura é exigente em Ca e Mg, sendo o P o elemento extraído em menor


quantidade, porém sua aplicação aumenta a produtividade e o tamanho do bulbo
(FILGUEIRA, 2008). No entanto, as aplicações de determinados nutrientes devem ser
realizadas com prudência pois, por exemplo, o N quando absorvido em excesso pela planta
promove o surgimento do pseudoperfilhamento (TRANI et. al., 2008). Já a adubação
potássica tem sido vista como uma possível forma de reduzir tal anomalia (BÜLL et al.,2001).
Para solos de fertilidade mediana a baixa e na falta de dados experimentais regionais,
Filgueira (2008) sugere para a cultura uma formulação NPK (kg/ha) de 20 – 300 a 500 – 80 a
120, respectivamente. Trabalhando a revitalização da cultura no Piauí, Resende et al. (2018)
sugeriu dosagens de 1500 kg/ha de NPK em plantio, na formulação 6-24-12, por ser a mais
encontrada na região, no entanto, sem haver resultados que indiquem a efetividade da
formulação para a cultura.
No estado do Piauí a formulação de adubação sugerida por órgãos de pesquisa, de acordo
com alguns trabalhos executados, não atendeu às necessidades nutricionais da cultura,
relacionando-se tal fato a falta de trabalhos experimentais na região que possam atestar uma
formulação eficiente, bem como a não consideração das características edafoclimáticas da
região.
Além disso, outro fator de influência a ser observado e que condicionam a escolha da época
de cultivo do alho, diz respeito à sua exigência ao fotoperíodo bem como da temperatura, pois
as diversas cultivares existentes (nobres e seminobres) diferem entre si quanto a esses dois
fatores (LOPES et. al., 2016).
Tendo como premissa a exigência da cultura no que diz respeito à sua nutrição e a
necessidade de identifica uma cultivar mais adaptada a região, o presente trabalho se propõe a
avaliar o efeito de diferentes formulações de adubação em duas cultivares de alho, como
forma de atender as necessidades nutricionais da cultura em situação edafoclimática do
semiárido piauiense.
8

2. OBJETIVOS

2.1. Geral

✔ Avaliar características agronômicas de três cultivares de alho semi-nobre submetidos

a diferentes formulações de adubação em situação edafoclimática do semiárido.


-
2.1. Específicos

✔ Identificar a formulação que proporcione melhores resultados das características

agronômicas das cultivares testadas;

✔ Identificar a cultivar de melhor desempenho produtivo;

✔ Identificar a melhor relação formulação x cultivar;

✔ Divulgar os resultados junto aos produtores de alho da região;

✔ Divulgar os resultados junto a Associação Piauiense de Produtores de Alho (APPA) e

Associação Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA).

✔ Publicação do trabalho
9

3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1. Cultura do alho (Allium sativum)

O alho (Allium sativum) é uma planta herbácea pertencente à família Alliaceae, e


apresenta reprodução assexuada por ser uma planta diploide, ou seja, é difícil de florescer e se
dissenar vegetativamente, além das condições inacessíveis para a produção de sementes
verdadeiras, devido a inexistência de órgãos reprodutivos acessíveis (SANTOS etal,.2022).

Suas folhas são lanceoladas, alongadas, estreitas e cerosas, com medidas que podem
atingir até 60 cm de altura, de acordo com a cultivar. As bainhas das folhas formam um
pseudocaule curto, em cuja parte inferior origina-se o bulbo, o caule verdadeiro é um disco
comprimido, sendo o ponto de partida das folhas e das raízes, que são pouco ramificadas e
com profundidade que pode atingir até os 50 cm dependendo da variedade (TRANI, 2009).
Mas sua principal característica é o bulbo que é fragmentado em bulbilhos que apresentam
cerca de 60% de água, 29% de carboidratos, 6,3% de proteínas e 0,1 % de lipídeos (PUIATTI
and FERREIRA, 2005).

Existem dois grupos de cultivares de alho, os alhos nobres e os alhos comuns ou


semi-nobres. Onde o que caracteriza os alhos nobre é a maior aceitação comercial, devido a
atração visual de seus bulbos arredondados, bulbilhos com película de coloração roxa intensa
e de número de bulbilhos que podem variar de 8 a 12 por bulbo. Já o grupo semi-nobre,
algumas cultivares apresentam grande número de bulbilhos muitas vezes excessivo, com
tamanho reduzido por bulbo e ovalados, de túnica branca ou de tom levemente arroxeada e
bulbilhos com película branca e levemente rósea. Sua comercialização é restrita a comércios
regionais, pois apresentam baixa aceitação no mercado formal (RESENDE, 2018).

Para se obter uma planta com exuberância, existe a necessidade de subdividir os


bulbilhos por tamanho, e suas qualidades como características sanitárias adequadas é livre de
doenças e anomalias fisiológica, a classificação por padrão é de acordo com o diâmetro
transversais, classificações: 7 com diâmetro de 56mm, 6 com 56 a 47 mm, 5 com 47 a 42 mm,
4 com 42 a 37 mm e 3 com 37 a 32 mm. Havendo melhor comercialização, Mahadeen (2011),
10

deve ser utilizado bulbilhos de maior tamanho, devido eles possuírem melhor emergência com
percentagem de 8,8%, em relação aos bulbilhos menores.

3.2. Clima Semiárido

O Semiárido brasileiro, é um espaço de característica hídricas que apresenta, em


média, precipitação acumulada inferior a 600 mm ano-1. Devido a baixas precipitações anuais,
possuí uma média de temperaturas 23º a 27º C, insolação média de 2800 h ano-1, evaporação
de 2.000 mm ano-1 e possui uma média em torno de 50% de umidade relativa do ar. No norte
da região, área que abrange a maior parte do semiárido, o período chuvoso ocorre entre os
meses de fevereiro a maio. Este setor se destaca por ter ocorrência das maiores secas. A
estação seca ocorre, na maior parte da região, entre os meses de agosto e outubro (DE
MOURA 2007).

Caracteristicamente, o Semiárido apresenta forte insolação, temperaturas relativamente


altas e regime de chuvas marcado pela escassez, irregularidade e concentração das
precipitações num curto período de tempo, devido essas condições climáticas, o semiárido
brasileiro tem uma hidrografia frágil, sendo incapaz de sustentar rios durante todo período do
ano com ressalva ao rio São Francisco, beneficiado pelas características hidrológica que
possui, assim favorecendo a sua manutenção por todo o ano (IBGE, 2017).

No semiárido nordestino essa inconstância climática, estar ligada as referentes secas,


sempre é sinônimo de dificuldades para as populações rurais do interior da região e tem sido
motivo de preocupação da sociedade e de instancias do governo com o passar dos anos. A
prova concreta dessa preocupação é a construção dos primeiros reservatórios hídricos no
semiárido nordestino, que datam do final do século XIX, durante o período imperial.
(MARENGO, 2011).

3.3. Fotoperíodo e Temperatura

Segundo Resende et al., (2003) o desenvolvimento dos bulbos, com relação a dias
maiores do que os favorável para determinada cultivar podem gerar valores crítico (JONES E
MANN. 1963; KIM etal.1979). Carvalho, 1975; PARK E LEE,1989, afirma que de acordo,
com a carência do fotoperíodo, não haverá formação normal dos bulbos e bulbilhos, tendo
apenas o crescimento vegetativo. Consequentemente, esse fator vai variar de acordo com as
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condições locais e de acordo com as cultivares e seu comportamento, sendo importante


verificar esses fatores, no momento que for realizado cultivo em determinada região
(MULLER E BIASI,1989).

Um dos fatores que alteram a bulbificação é a temperatura e o fotoperíodo, nas


cultivares de alho nobre (SOUZA; MACEDO, 2004). Esses fatores climáticos condicionam a
produtividade, consequentemente, a produtividade e o resultado econômico final da cultura”
(SOUZA; MACÊDO, 2009). Constatando que o fotoperíodo e a temperatura mudam de
regiao para região, não se pode aplicar os mesmos métodos de cultivo para todas as cultivares
de alho, pois sua exigência, diferem em regiões de climas diferentes (RESENDE et al., 2003).

A estimulação da síntese de giberelina, a qual está relacionada com a emergência e o


amad1urecimento da planta ao longo do seu ciclo, é ligada diretamente a baixas temperaturas.
A giberelina estimula o crescimento celular, durante a germinação por meio de divisão celular
e no desenvolvimento da planta pelo alongamento celular (HOOLEY, 1994). Por se tratar de
uma planta vinda de clima seco e ameno, do continente asiático, o alho precisa em torno do
seu desenvolvimento vegetativo, temperaturas entre 18 e 20º C. Durante o período de indução
e bulbificação, a cultura exige temperaturas mais baixas, entre 10 e 15º C. Más no final de seu
ciclo na fase de maturação, as temperaturas ideais está 20 e 25º C (RESENDE et al., 2017).

3.4. Tratos Culturais

De acordo com Mathias (2016), para obter excito na produção é preciso ter vários
cuidados, desde do início da preparação do solo até a escolha da semente. O alho semente é o
bulbilho, ou “dente de alho”, usado para propagação. Não se aconselha utilizar os bulbilhos da
própria lavoura, pois apresenta perdas de rendimento, devido a carência nutricional, pragas e
infecções virais. Para se formar um bom campo de produção de alho deve obter bulbilhos
livres de vírus. O bom desenvolvimento ocorre em regiões onde predomina temperatura entre
10 ºC e 15 ºC. A exigência pode ser compensada pela vernalização, processo no qual os
bulbos passam por refrigeração em câmara fria de 45 a 60 dias, a uma temperatura entre 3 ºC
e 5 ºC, antes do plantio.

É apropriado realizar o cultivo em solos leves, bem drenados e rico em matéria


orgânica, quando o solo é pesado, o ideal é cultivar em camalhões. O solo deve ter o pH entre
6 e 6,5, cada canteiro deve ter largura de 1 a 1,2 metros, pois facilita o manejo. Com relação
ao espaçamento, o recomendado para a cultura são o uso de fileiras com linhas simples com
12

espaçamento de 20 a 25 cm, com espaçamento entre plantas de 8 a 10 centímetros, em covas


de profundidade de 2 a 3 centímetros.

De acordo com Mathias (2016), a adubação, deve ser feita de acordo com a análise do
solo, se possível é recomendado o uso de cobertura morta com objetivo de manter a umidade
do solo, com isso favorecer o crescimento da planta, e de acordo com o crescimento dos
bulbos, reduzir a disponibilidade de água sessando a irrigação 20 dias antes da colheita.

Com relação a maturação do alho, vai variar de 3 a 9 meses, após o plantio, vai
depender da cultivar e da região. A colheita deve ser realizada em dias de sol e pela manhã,
logo após a colheita o alho ainda com folhas e raízes deve ser curado por 3 a 5 dias no sol,
variando de acordo com a intensidade luminosa e a temperatura da região, logo após20 a 50
dias na sombra em formato de transa ou em molhos, com a rama para cima deve-se separando
as folhas e raízes quando for embalado (MATHIAS, 2016).

3.5. Dormência

Segundo Landau (2020), em relação a dormência dos bulbilhos, logo após a formação
das folhas e da gema de brotação, eles entram em estado de dormência, com isso não podem
ser plantados após a colheita, devido esse seu mecanismo, entretanto, esse mesmo
mecanismo vai desaparecendo gradativamente a depender do tempo, da cultivar e das suas
condições de armazenamento, podendo ter um prazo de 70 dias após a colheita.

Outra característica é a sua incapacidade de retornar ao crescimento e não


exclusivamente pela ausência de crescimento, devido um embrião que pode ser estimulado
tanto no início do processo germinativo ou pode ser retardado devido alguns fatores da
própria semente, que são os fatores endógenos ou exógenos. (FERNANDES-DE-CAMPOS et
al., 2015; GILLESPIE AND VOLAIRE, 2017).

No alho a quebra da dormência, é realizada com o acondicionamento dos bulbilhos em


câmaras fria, que é feito quando o índice visual de dormência atinge 40%. Tal procedimento
estimula a síntese de citocininas e giberelinas, desse modo, o bulbilho-semente estará em
condições ótimas para seu desenvolvimento, brotará precocemente e será obtido plantas com
maior vigor e desenvoltura no campo (YURI et al., 2004).
13

3.6. ADUBAÇÃO
A nutrição de nutrientes pelo alho mostra uma relação bastante direta com o
crescimento e desenvolvimento da planta. O crescimento da cultura se inicia a partir dos 60
dias e concluísse aos 120 dias após o plantio, sendo que a bulbificação inicia-se por volta dos
70 dias, é se intensificando-se entre 90 até 130 dias após o plantio. Nas primeiras semanas
após a emergência, a folha de brotação utiliza somente as reservas presentes nos bulbilhos e
por isso a absorção de nutrientes do solo, é reduzido até os 45 dias. O nitrogênio e o potássio
são macronutrientes acumulados mais intensamente pelo alho, sendo os demais absorvidos em
menor quantidade, acompanhando a curva de crescimento da planta (RESENDE, F. V et al.,
2021).

A adubação química necessita ser aplicada diretamente nos canteiros e


incorporados. No caso de aplicação localizada, o adubo químico terá que ser colocado cerca
de 5 cm abaixo e ao lado dos sulcos de plantio, assim evitando o contato direto com os
bulbilhos (RESENDE, F. V et al., 2021).

Tem que se tomar cuidado com o nitrogênio (N), visto que este nutriente em
abundância pode provocar o pseudoperfilamento, principalmente em cultivares mais
susceptíveis a este distúrbio. Para essas cultivares, a adubação nitrogenada em cobertura
deverá ser dividida em duas etapas. A primeira é feita antes da separação dos bulbilhos ou do
início do estresse hídrico, ou seja até 20 - 30 dias após o plantio. A segunda etapa é realizada
com o regresso da segurança, após o fim do período de estresse hídrico, por volta de 60 dias
após o plantio. (RESENDE, F. V et al., 2021).

3.7. Produção comercial de Alho

Com relação ao consumo de alho pelos brasileiros foram cerca de 30 milhões de caixas
em 2019 e em 2020 teve um aumento para 36 milhões em 2020, correspondente um
acréscimo de 20%. Já a produção nos anos citados, avançou cerca de 23% saindo de 13,5
milhões de caixas no ano de 2019 para 16 milhões de caixas em 2020. Os estados de Minas
Gerais (6.500 hectares plantados), Goiás (3.500 hectares), Santa Catarina (2.200 hectares) e
Rio Grande do Sul (2.100hectares), são os principais e maiores produtores de alho no brasil.
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Apesar da Bahia e do Piauí, apresentar um avanço na produção de alho suas áreas são plantas
são inferiores a 1.000 hectares (ANAPA, 2021).

O manejo de cultivo do alho era parecido em todas as regiões brasileiras. No estado do


Piauí, o manejo de plantio era feito de forma rudimentares e ocorria no leito dos rios
guaribas, Riachão e Itaim, e a ocorrência de cheias, que ocorreram nos anos de 1972 a 1974,
ocasionaram grandes perdas, o que não aconteceria se fosse em uma cultura irrigada fora dos
leitos do rio (BARBOSA, 1976).

A alta produção de alho nobre no Brasil, é resultado do cultivo em outras regiões


como no Cerrado e no Semiárido que ainda é pouco feita, mas está crescendo aos poucos,
mérito do uso de alho-sementes livres de vírus e a vernalização. Entretanto, ainda existe uma
barreira a ser quebrada que é o alto custo de produção. Quando comparado a outros países
como Argentina e a China, onde segundo a OMC, fazem uso de práticas ilegais de
comercialização, devido a isso o custo de produção de alho no Brasil se torna muito mais
oneroso (FILHO and CAMARGO, 2017).

Apesar de existir um crescimento no cultivo do alho, a importação brasileira ainda é


bastante significante, deixando claro a carência em estudos voltados para adubação mineral no
cultivo do alho, auxiliando na máxima produção e procurando atender as exigências da
cultura. Por mais que seja uma planta de grandes qualidades condimentares, a quantidade de
alho importado no Brasil nos últimos três anos ficou entre 159 a 165 mil toneladas. A qual
representa uma média de 55% do consumo nacional, o que mostra o grande potencial do
avanço da cultura no país (GUGEL, 2020).
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4. MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho será realizado na área experimental da UESPI-Campus de Picos,


apresentando altitude de 389 m. A região apresenta clima predominantemente semi-úmido e
quente com temperaturas variando entre 22oC e 39oC (AGUIAR & CARVALHO, 2004).

O ensaio será um fatorial 3 x 2, sendo três formulações de adubação fatorando com


duas cultivares seminobre, sendo elas a Branco mineiro (PI) e Amarante Branco. O
delineamento será em blocos casualisados com 6 repetições, totalizando 30 parcelas. Serão
testadas quatro formulações de adubação de plantio, sendo os mesmos formulados em
variáveis da sugestão de Resende (2018) para a região. A testemunha (Formulação 1) será
formulada com as dosagens NPK (kg/ha): 80; 240 e 120, respectivamente, sugerida por
Resende et al., (2018). As demais formulações 2 (F2) e 3 (F3) com doses NPK (kg/ha) de:
120, 420 e 240 e 120, 540 e 360, respectivamente.

Será realizado análise química do solo da área em questão para se ter parâmetros de
observação dos valores de deficiência (caso ocorra) dos nutrientes.

Serão confeccionados seis canteiros com dimensões de 6 m de comprimento por 1m de


largura, perfazendo um total de 6 m2 de área por canteiro. Cada parcela ocupará 1 m2 de área.
O espaçamento entre plantas será de 0,12 m e entre linhas de 0,20 m, sendo semeadas 42
bubilhos por parcela.

As cultivares passarão pelo processo de vernalização durante um período de 30 dias à


temperatura de 2°C.

Após o plantio será feito uma cobertura morta em toda extensão da área dos canteiros como
forma de reduzir a incidência direta da luz no solo com intuito de proporcionar conforto
térmico ao sistema radicular, bem como evitar evaporação da umidade.

Além da adubação de plantio na dosagem dos tratamentos, serão feitas também adubações de
cobertura aos 20, 50 e 70 dias após plantio, em quantitativo equivalente ao tratamento.
Complementarmente será realizada uma adubação com sulfato de magnésio (MgSO4) na
dosagem de 300 kg/ha, no momento do plantio e nas adubações de cobertura, devido a cultura
ser exigente no elemento enxofre (FILGUEIRA, 2008).
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A irrigação será por microaspersão. Semanalmente os canteiros serão monitorados


para verificação de possíveis surgimento de pragas e/ou doenças. Será instalado na área um
termohigrometro para monitoramento das temperaturas máxima e mínima, bem como da
umidade do ar.

Para a avaliação dos parâmetros, serão coletadas apenas as plantas localizadas na parte
central das parcelas, de forma aleatória, desprezando as plantas nas bordas. Os parâmetros a
serem avaliados serão:

- Percentagem de emergência: número de plantas emergidas aos 10 e 20 dias após


semeio;
- Comprimento de folha (CF): aos 30, 60 e 90 dias pós-plantio será mensurado o
comprimento das 3 maiores folhas/planta com o auxílio de uma régua de 50 cm;
- Número de folhas (NF): aos 20 e 40 dias pós-plantio será contabilizado o número
total de folhas/plantas;
- Massa fresca da parte aérea (MAF): aos 30, 60, 90 dias pós-plantio será coletado a
parte área das plantas com posterior pesagem de sua massa aérea fresca, em
balança digital com capacidade de peso de 500 g;
- Diâmetro de bulbo (DB): aos 60 e 90 dias pós plantio e no ato da colheita
(100-120 dias), serão coletados os bulbos e determinado o diâmetro dos mesmo
com auxílio de um paquímetro digital;
- Peso dos bulbos (PB): aos 60 e 90 dias pós plantio e no ato da colheita (100-120
dias), serão coletados os bulbos e determinado seus pesos em balança digital com
capacidade de peso de 500 g. O material obtido (bulbos) no momento da colheita
(100-120 dias), passarão por um processo de cura (perda de umidade) ao ar livre,
durante 20-25 dias e só após tal processo será determinado seu peso.
- Produtividade: será obtido pelo peso médio dos bulbos por parcela/m2 e
extrapolado para ha.
- Classificação de bulbos: os bulbos serão classificados de acordo com seu tamanho
com o auxílio de um classificador de bulbos.
Os dados obtidos nos dois ensaios serão submetidos à análise de variância pelo teste F
e as médias submetidas ao teste de Tukey utilizando o software SISVAR (FERREIRA, 2019).
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5. RESULTADOS ESPERADOS

Espera-se com esse trabalho resultados positivos em relação a obtenção de uma


formulação de adubação que possa corresponder à necessidade nutricional real da cultura
levando em conta as características edafoclimáticas da região, bem como identificar a cultivar
de melhor desempenho agronômico, o que possibilitará a divulgação dos resultados aos
produtores da cultura na região, dando às mesmas condições de um melhor discernimento
para escolha da cultivar.

6. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
MESES / ANOS
2023 2024
ATIVIDADES
Ago Set Ou Nov Dez Jan Fev Ma Ab Ma jun J
t r r i
Revisão bibliográfica x x x x x x x x x x x x
18

Limpeza e preparo do solo x x x


Adubação x x
Obtenção das sementes x x x
Vernalização
Plantio x
Tratos culturais x x x x
Apresentação do TCC I x
Avaliação de parâmetros
Colheita x
Tabulação dos dados x
Analise estatísticas x

Redação e apresentação dos x


resultados
Relatório final x

7. ORÇAMENTO
ORÇAMENTO
PRODUTO UNIDADE VALOR TOTAL
UNITÁRIO
Alho semente 1584 0,3125 495,00
Estufa incubadora 1 16.682,40 16.682,40
Adubos químicos 16,128kg 257,39
Gasolina 30 5,20 174,00
Mão de obra 8 60,00 480,00
Fita métrica 50 m 32,00 32,00
Enxadas 2 53,9 107,8
Cobertura morta 6 sacos 5,00 30,00
Micro aspersores 9 5,68 51,12
Caixa D´água 10000 L 1 499,00 499,00
Mangueira-20mm 24m 1,08 25,92
Bomba Submersa 6,5 m³/ 1 5.800,58 5.800,58
hora
19

Canos de PVC-50 mm 4 unidades 72,64 290,56


Termo-higrômetro 1 38,9 38,9
Balança analítica 1 7.099 7.099,00
Sacos de plástico 120 unidades 0,3 36,00
Paquímetro Digital 1 36,9 36,9
Régua 1 12,00 12,00
Lápis 1 1,00 1,00
Folhas sem pauta 1 resma 26,00
analise de solo 1 107,00
Carrinho de mão 1 164,9 164,9
Pá 1 37,9 37,9
Serra 1 1,3 1,3
Filtro de disco-50 mm 1 249,00 249,00
Registro de 50 mm 1 31,03 31,03
Adaptador 3/4 3 3,7 11,1
Esterco Bovino 4 sacos 8,00 32,00
Notebook 1 2.500,00 2.500,00
TOTAL

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGUIAR, R. B. de.; GOMES, J. R. C. Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água


ANAPA. Associação Nacional dos Produtores de Alhos. Cultura do alho abre
oportunidades para produtores no Ceará. 2021. Disponível em:
https://anapa.com.br/cultura-do-alho-abre-oportunidades-para-produtores-no-ceara/. Acesso
em: 20 agost. 2023.
BÜLL, L.T.; VILLAS BOAS., R.L.; FERNANDES, D.M.; BERTANI, R.M.A. Fertilização
potássica na cultura do alho vernalizado. Scientia Agrícola, Piracicaba, v.5 8, n. 1, p.157-163,
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