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CRATO - CEARÁ

Comunidade de Malhada, Um Socialismo Caboclo


Educação e Participação (Ronald )
Seu Jéfresson: 0 Bastio da Ecologia (Cunha)
Réquien Para Nove Poetas Independentes (Leila
Miccolis)
DOENCA E SUBDESENVOLVIMENTO (Marcos da Cunha)
Poemas e Informes
ANO I-Cr$ 200,00
wwwwm m mwwww w wmwww ww wm mmww ww w

Falha Téenica
o indiozinho pitu

saiu para caçar

lá pras matas de pará

EXORIA a world corporation

caçou ele

com um tiro certeiro

TacoSU
dSVA
EMT PA
só perceberam

que não era jacaré

uaido a rainha da u i ç a

duCar reclamou do brilho do couro

dos sapatos

Cláudio Gomes
XWO: STENIO DINIZ
São Paulo

rão; rejeitar as modas importadas do Sul ou

EDITORIAL- LEONEL ARARIPE| do Bxterior, pois que n0 correspondem abso


lutamente à nosa realidade nordestina.
Esse imenso campesinato morrendo à mín-
gua, duas vezes escravizado (pelos países do
A poesia de Patativa tem o sabor daque moderna, embora o pessoal naquele tempo fos Norte e pelo Sul do Brasil), dispensa qualquer
les versOS provençais. Atravessando séculos de se bem «existencial».
agonia de poetas solitários: tanta a urgência,
estilos e pensamentos os mais diversos, um pou- A verdadeira poesia do classissímo (veja
que verso n o tem tempo para «ficção», e vai
co de Provenga se encontra bem ali, no rinc o nossa definição do mesmo abaixo) não são os
de Assar , onde o bardo eultiva sua roça e can
logo gritando cheio de raiva um nã0 à explo.
inumeros tratados cartesianos metrificados,
.ta os seus versos nordestinos, dor de seu povo,
raçao.
mas a poesia provençal.
dizer camponês. Saudade se tem do terrível ESsa poesia, a de Provençe, com seus va.
Guilherme Peiteu («tanlas fotei.. .»), do bri lores já antecipa toda a literatura renascentis
patativa de todos os ares,
guento Bertrand de Born, do zangado Peire ta e neoclassica, que ao nosso ver teve a maior
poemas de todas as rimas,
Gardenal e do simpático Arnaut Daniel, que a expanssao nos Swifts, Erasmos, Rabelais e mui
massavam o ar» e «amavam Laura» («amas salve
L'aura») la pelos idos de mile-tantos. Bons
tos outros, cujo engajamento socialé direto
chegando a zanga sem arrodeios, em formidá araçá-zul-seco.
tempos préburgueses. Cardenal xingava o cle. veis «discursos abstratos». agreste, sertão, caatinga.
ro e os homens no poder, com a leve aleunha cantiga do mundo,
que precisamos agora é de uma litera-
de ladrões. Não havia ainda o existencialismo tura que retome ave
os «lugares-comuns» classicos, RAPHAEL
nem a angústia neurótica-faniquitica da poesia e para tanto mestres como Patativa nos ajud-

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PAGINA2 MARÇO/ABRIL DE 81

Comunidade de Malkada: Um Socialismo Cabocla o trabalho de erploração do torreno consegui


do junt0 ao Ministeiio da Agricultura. Vale es
clarecer que este terreno foi conesguido não co
mo um presente dado pelo MA, mas, sim, foi
A Comunidade de Malhada fica a cerca de 11 um terreno de 64 Ha que o Ministério da Agri- reivindicado pela Associação. 0 plano para o
km. da cidade do Crato, perto do Distrito de cultura emprestou por vinte anos à Associação, cultivo desta, é de se fazer uma roça cornunitá
Ponta da Serra. Tres ruas de casas, totalizan- A Associação que funciona no Núcleo de ria, como lucro repartido igualmente com os
do 24 casas, com plantações de árvores frutí Malhada é jurídica, públicada no Diário Oficial moradores do núcleo, ficando 10% para a As
feras, uma igreja e uma escola, formam a Co e registrada em cartório, Funciona, ainda, uma SOciação.
munidade. Vinte e quatro familias formam uma Dona Vilani resumiu o projeto: «no nosso
Cooperativa Associativista em forma de uma
populaçao de mais de cem habitantes, A escc ceso, em relação ao terreno que nós vamos cul-
venda (bodega), onde os moradores compram
la atende a mais de cem alunos, entre morado. tivar, a gente vai fazer um plano de trabalhar-
generos de primeira necessidade a preço de
mos para a gente mesmo. Nao há empregos, en
Tes da comunidade e alunos das regiões circun
vizinhas. O Jornal Folha de Piqui, através de
custo tão a solução é trabalhar e produzir para si
Normando Rodrigues, Roberto Oliveira e Car- coOPERATIVA E ASsoCIAÇÃO mesmo. Quem plantar, ganha igualmente. Ou
los Raphacl, esteve visitando a Comunidade de A Cooperativa foi fundada em 1973, fru trabalha todo mundo junto ou não trabalha de
Malhadae na conversa que teve com Dona Vi to do lucro de uma roça comunitária. Na ven- Jeito nenhum».
lani, presidente da Associaço que foi criada da todos compram mais barato, porem tem que
por seus habitantes, comprovou o processo co comprar a vista pois como Dona Vilani expli
munitário que esta AssOciaçao vem desencade cou, foi o fiado que faliu a cooperativa uma vez
ando junto com seus membros,

FORMAÇÃO DA COMUNIDADE
Por volta de 1939/60, o Pe. Frederico Nie
e, agora, eles não querem cair no mesmo erro.
A Cooperativa foi reorganizada quando foi cri.
ada a Associaç o Comunitária Pe. Frederico
(este é o seu nome juridico), De sete sõcios
Drama da seca
rhoetf um alemão que chegou ao Brasil em com uma taxa de cortina
passaram para trinta e um e
Abriuse a
grande
1939, fugindo da ordem de recrutamento do e Cry 3.000,0 para cada sÖcio, eles puderam re do teatro do nordeste
xéreito nazista, com uma verba doada pela
começar. apareceu a seca assassina
greja alem, construiu uma igrejinha e uma O sistema de trabalho no atendimento da e secou todo o campestre
cscola em um terreno de dois ha. que recebeu venda é de revezamento. Todo dia duas pesso
de José Viturino da Costa Vilar, Em troca o as diferentes são designadas pela diretoria de Relincha o cavalo com sede
Pe. Frederico reformou a casa de Viturino. e com fome muge o gado
No Associaço para o trabalho de balco, enqua
momento o Pe. Frederico não requereu o regis to os demais se dividem em outros afazeres. o homenm muda de nome
tro de posse da terra doada. Fato que majs Mensalmente há reunião da Associação, de forte para aflagelado
tarde criou um sério coflito entre a comunida- onde são debatidos os problemas e se colocam Chora criança com fome
de
e o proprictario que adquiru as terras que sugestoes para planos de trabalh0s, mas de a e o pal sem tin0 clama
perteciam a Viturino e sua esposa, a Sra. Ma cordo com os problemas surgidos as reuniões já tive nome de forte
ria Augusta Sicbra Vilar, podem ser semanalmente ou todo dia. mas hoje perdi a fama
O Nuclco foi cercado por arames farpa As principais reivindicações pedidas pelos
dos, dando-lhe um aspecto de «campo de con (só passa Morreu o belo cavalo
Cntraiio napAsta». C proprictário gge querin moradores são: transporte dliário um
Dele só resta a scla
tomar o terrcno, alegando ser o dono legal da
às/segunlas-fera) ; milhongrio pa os prp
fegsores que ganham, atualmemie, da Prefeitu morreu a galinha e os galos
terra, chegou ao cçmulo quando despejou dein- ra, a irrisória quantia de Cry 2.300,00 por e a minha vaca amarela
tro da Comunidadc, gado e
animais de cr1açao, mës; assistência médica poço profundo. Morreu o meu filho Pedrinho
tornando o nucleo em um curral. Nessa época Através das lutas, organizada_ pela Asso-
a Associação já havia sido criada e na luta que ciação, värias melhorias jä foram obtidas para isto é que me consome
depois de tão sabidinho
se
travou na justiça, a comunidade ganhou por
usocapiao, Ainda hoje existe a cerca em três
a comunidade. Foi conseguido energia cong eu vejo morrer de fome
trução de fossas e cacimbas, a causa na justi
los do terreno, dividindo a0 extremo a comu- ça e o terreno do Ministério da Agricultura. Só resta Paulo e Maria
nidade da propricdade do «corenel». A própria organização da Associação foi José também já morreu
O Pe. Frederico jamais chegou a interfc um trabaho lento, portanto podemos enumerar Levanta vamos Amélia
rir no processo de organização comunitária dos como uma vitória. Uma vitória construída sob Se não morre tu e eu
moradores do Núclco. Segundo D, Vilani, ele 0 alicerce de muita fraternidade e democracia,
nem sequcr participava das reuniões, pois n o E vão de estrada a fora
pois tudo em relação as decisões da Associa- SIem direção e sem destino
qucria, na posição de Assistente Religioso, to ção é decidido pelo voto da maioria. Dona Vila
mar poição paternalista. Limitava-se, nos ser- na mão um saco e uma cuia
ni citou exemplos e nas costas um menino
mões das missas que celebrava, a orientar o A n o passado a gente precisou de duas
povo a se organizar para melhor lutar pelos professoras e uma servente e quando se foi es É triste ver o nordestino
seus direitos. colher quem iria ocupar as vagas na escola, foi nesta situação
A Diocese, através de um setor da Funda- ouvido a opinão de todos os moradores so foi causa uma maldita
ção Pe. Ibiapina, auxiliou os moradores quando por de seca
escolhido quando houve a votação. viver sem lar e sem pão
cles começaram a e organi1zar e partiram para Esse ano a gente perdeu um beneficio : a
a vivência comunitária, mas Dona Vilani fri escola estava precisando de uma professora e Longe do torrão natal
sou que essa participação é atualmente indire o MOBRAL nos ofereceu uma que tinha vindo de voltar não tem esperança
ta, resumindo se em uma missa mensal e a aju- de um curso em Fortaleza. Quando consulta em um desprezo total
da particular do vigário que celebra ali. mos os associados eles disseram: nós queremos sem crédito e sem confiança
Os atuais moradores do Núcleo de Malha- uma professora da comunidade», e essa opinião
da eram rendeiros, meeiros e quarteiroS dos
Mas quando sabe a notícia
prevaleceu». que no Nordeste já choveu
grandes proprietários da região. Hoje grande A diretoria da Associação é formada pelo volta pela mesma trilha
parte deles estão alistados no Bolsão da Seca. presidente, vice, 1° e 2 tesoureiro, 1° e 2° se
Dona Vilani reclama, porém, da e esquece do que já sofreu
deseriminaçao cretário, diretor de terras e conselho fiscal. Do.
com as mulheres, pois naão são aceitas conmo na Vilani é a presidente já na segunda gestão. João Aquino Camponês de Aratama,
trabalhadoras na Frente de Emergência. Até distrito de Assaré/CE. Foi candidato a
final deste ano, eles ainda vão trabalhar c/ os PLANOS
prefeito pelo Partido do_ Trabalhadores
letifundiários, mas apartir daí eles vão eultivar Por ora está havendo, comunitariamente, PT no pleito de 82.

Café Itaytera. O Café Que a Gente Gosta


Exijdosl dormecedor CAE JTAYTEBA ompacotadoa vúcuo compensado. --Rende mais e tem subor total
FONÉ
=
`: "521-151iE 521-2629 CRATo CEÅRA.
Falh cde Piaui MARÇO/ABRIL, DE 84 PAGINA3

Precisamos Pensar
EDUCAÇÃO E CALAZANS CALLoU
.

Cinemas fecham, teatros capitalistas sur


PARTICIPAÇÃO gem, festivais sub1nergidos ras crateras do
tempo, Roupas e etiquetas a desfilarem
passarelas elitistas da cidade, Artistas de gran
nas

Todas as pessoas são unânimes em afirmar des valores que sempre colocaram o nome desse
que a educação no Brasil está em crise, que nós cidade em diversas páginas publicadas, são
enfrentamos uma situação difícil na árca edu- marginalizados por uma minoria dominante

cacional, mas poucos tem realmente tentadoo que manda e desmanda que desfaze não faz.
visualizar a verdadeira dimensão da crise na e* Tai o cultura de nossa cidade. Taí o exemplo
ducação. Alguns responsabilizam o professor, belo e colorido dessas pessoas que julgam's
outros os alunos e, outros tantos, a lei 5692 DD autosuficientes; autosuficientes é a puta que
que implantou a reforma no Brasil com o en o pariu, isso sim.
sino profissionalizante. Atualmente em nossa cidade existem gru
pos com cabeças jovens que pensam em melho
Mas será que a crise educacional brasileira um pouco Os pontejros da cul.
está localizada ai? Será que ela não provém de rar ou consertar
uma crise maior, a crise econömica e política tura do Crato. Mas para que isso ocorra, infe
lizmente é preciso de dinheiro e isso é o mais
que entrentamos hoje? Para respondermosa
estas perguntas é necessário que verifiquemos
«dificil». E assim mesmo entre aspas, porque
dinheiro para cachaça, gasolina, mulheres, e s
que a educação no é um sistema, mas um sub- porte, existe. E porque para a cultura de uma
sistema que assume as características do siste- região que tem tradição nacional não existe es
ma social-econômico envolvente. se tal de dinheiro? Precisamos de uma resposS
Vivemos uma realidade conflitante. uma so ta ou não precisamos?
ciedade onde existem possuidores dos meios de O educador tem redimensionado seu papel, Outro absurdo que existe nessa nossa
produçao e não possuidores, onde, em função não mais como reprodutor dos valores burgue- «capital», é o caso das fontes naturais de água.
da apropríação destes meios, se dá a explora" des O Crato é rico em água, mas como hoje em nos-
ses, mas
como um elemento que participa e so paí_ tudo é política, nossas nascentes sao des
çao daqueles, que nao sendo proprietärios, ven-
dem sua força de trabalho e produzem, não a
nuda a realidade ao alunato, possibilitando, ao
viadas para irrigar as terras dos nobres bur
mesmo, uma conciëncia clara das contradições.
mas o que quer o gueses e o pov o que foda"se de sede. Temos
quilo que hes e necessário, Tornar o aluno coparticipante do processo edu-
capital. São obrigados, consequentemente, a as
cacional, é colocá-lo como participante conscl- um exemplo claro: é o caso do tanco localiza
sumir uma postura que os nega como pesso0as, ente e ativo do processo histórico, capaz de do no lameiro. Esse tanque tempos atrás era
que é acentuada através da separação entre transformar a realidade, que o astixia e sufo quem gerava energia elétrica para o Crato. Ho-
trabalho intelectual e trabalho produtivo. ca, numa realidade que o promova como pessoa, je poderia ser transformado num ponto turís
Essa negação se dá através do processo e mais um monumento histórico-cultu"
capaz de usufruir da riqueza que ele produz. tico, era
ducacional que é instituída pela classe dominan
0 cea a s a , qUem no1e vai
Estas mudanças são derivadas da organe
te, para exercer essa dominaçao, pols é atraves

da educação, que assumimos valores que


sãão
zação dos trabalhadores assalariados que pos Contra-se esse monumento. Existem três m o
tancão:
dos proprietários para viabilizar uma maior tula, através de sua força, um maior espaço dificações que fizeram em
«prol» do
dentro da sociedade brasileira e, nós professo primeiramente sua passagem foi bloqueada
produtividade.
Portanto, viabilizar um sistema educacio res, como assalaiados que somos, necessitamos por um muro.nobre; segundo, sua água está
nal para o governo dos patrões, n o é o profun nos envolver nesta uta e o faremOs na medida sendo desviada para umedecer um certo terre-
do aclaramento dos conflitos inerentes a noSsa em que reivindicarmos melhorias para nossa no nobre; terceiro, sua arquitetura está tendo
sociedade, nem tão pouco valorizar nossas c a classe. Assim fazendo, transporemos as barre: certos prejuízos tato pelo lado da corrosão
racteristicas culturais mas, antes, quebrar os como também pelo lado da destruição manual.
ras impostas pelo sistema educacional, tornan isso pode continuar?.
laços que nos ligam a nossOs valores para que do-o mais real, pois mais engajado nas classes Agora responda,
possamos assimilar os seus e ficarmos frágeis assalariadas que formam o grande universo da Aqui em nossa cidade atualmente existem
três faculdades Uma de Economia, uma de Di
diante da dominaço. A educação transrorma & escola oficial.
reito e outra de Filosofia. Quer dizer que por
Competencia no produzir mais, de acordo com ano em média de umas 500 pessoas ou mais re-
Os interesses dos dominadores. A liberdade e Nós que somos professores, somos respon
vista de forma individualista, como o fazer e a saveis ou não por uma humanização da educa cebem seus diplomas (que por sinal não é lá
gir sem limites e não como a superação do pre essas coisas). Em uma desas faculdades al-
ção, voltando-a mais para os interesses dos o-
sente em direção a um futuro mais promissor. guns dos componentes do Folha de Piqui ten
Quando questionados pelos alunos u professo"
primidos e explorados, possibilitando uma sa
da. da miséria. em que vivemos. Para tanto, é taram vender esse jorna. Esses caras percorre
de Os
res, o sistema cuida de reprimi-los, enquanto necessário um maior conhecimento do meio no ram sete. salas de aula a
fim divulga-lo.
aqueles qu aceitam as normas es- qual nos inserimos e uma vigilância constante alunos receberem os divulgadores passIvamen-
gue premia te. Esses. divulgadores por sua vez aprescnta-
tabelecidas. em relação aos desdobramentos da luta política
ram os objetivos desse jornal oultural em ní
que se dá a nivel da sociedade global.
Mas, as pressões exercidas pelos trabalha- tida voze com uma dial tica primária, a fim de
dores, tornadas possiveis pela ma1or concentra- Ronald de Figueiredo e Albuquerque Contiuua na página 4
criouas possibilidades necessá
gao da riqueza, trabalha
rias a percepção clara, por parte dos
dores na educaçao, das contradiçoes internas
de sociedade possibilitando a emergëncia de cri
ticas cada vez mais radicais ao sistema, pro-
vendo o educando da necessária clareza da si
APO LO
De J. Apolinário
ÓIA S& Filhos
tuação vivida, de dominado e explorado, marg
nalizado do processo de decisão politica. A con
clencia que surge irrompe pela participação Folha de Piqui MEqunte, charme& bom gosto, para quem exije omelkore joas
destes segmentos nas lutas sindicais, nos movi
mentos de base que se estendem, se ampliam
atingem a escola.
e
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PAGINA 4 MARÇO/ABRIL, DE 84
Folka cde Piaená
vores, como os animais, no entanto a gente fi

SEU JEFRESSON ca magoado de ter a responsabilidade de defen


der e ver a onda de desocupados, invadindo,
queimando, destruindo; chora a gente! não

O Bastião da Ecologia do Cariri faz chorar?

«Todo esses campo é beleza por tudo, se o


pau é torto é beleza, se não é torto é beleza,
Todo esse campo é beleza por tudo, lismo e uma convicção, que há muito já desa- tudo é beleza.
se o pau é torto é beleza, pareceu entre nós, a sua silhueta de barba e ca-
belos longos e grisalhos, Ihe empresta a figura, Eu proibo a entrada (de estranhos) pa
se não é torto é beleza, de um personagem biblico, transportado das ra não caçarem, nem de espingarda, nem de
paginas da História, para os dias atuais, tra" baladeiras, nem de nada. Eu, meus filhos, meus
tudo é beleza».
duzndose numa mensagem de esperança. netos, não temos o direito de caçar, o exemplo
damos por nós próprios. Nem o pai nem o filho,
Seu
A impressão que tivemos ao longo de n exemplo de profunda identificação
com a natureza e de defesa do reduto ecológi
nem o neto caça; o que eu quero e conservar,
bate papo informal, com Seu Jeferson da Fran- da maneira que eles (caçadores) querem é des
co por ele criado, no nosso modo de entender truir.
ca Alencar,
foi a presença marcante de homem,
que nos seus 86 anos, ainda transmite um idea
o caracteriza como sendo um dos defensorez3
nativos da ecologia da Região; daí porque o in- «Meu pai deu o exemplo e hoje eu _reco
titulamos o BASTLÃO DA ECOLOGIA DO nheço que destruir nem um passarinho. Todos
CARIRI. têm o seu direito, todos tem a sua necessidade
dentro do campo, da vida e de protejer a nossa
Há 55 anos o Sr. Jeferson, mora no Sitio causa; comendo os insetos que os alimentam e
PRECISAMOS... Continuação da página 3 Fundão (400 tarefas) herdado de seu pai Ab nos salvando (assim) de mais doenças. Todos
don
que todos pudessem entender (apesar de esta
da Franca Alencar e Alicride Oliveira Alen"
car sitio este localizado no sopé da Chapada
Os direitos à vida são por igual.
rem
dialogando com pessoas cursando um grau
superior). Pois bem, isso foi repetido em todas
do Araripe, o qual encontra-se enm
sua malorla
coberto por vegetação arbórea pOssuindo uma
«Daqui prá frente gostaria de ver o sítio mais
conservado ainda, que agora, prestando ater
as sete
salas, veja o que aconteceu: Os divul parte de fruteiras que vem sofrendo um pro* ção, não vendendo, não deixando que destruam,
gadores n o conseguiram vender um só jornal Cesso de sucessã0 ecologica, pela vegetação na não fazer corte de madeira, como ainda não fiz;
Conclusão: se em uma faculdade que é compos- tiva, em face de haver sido desviada uma te- se meus filhos quisessem continuariam conscr
ta por pessoas tidas por lei com um grau supe. Jha dagua, que outrora possibilitava a irriga- vando, mas sei que não far o. O filho hoje é
rior aconteceu isso, o que acontecerá com as çao das fruteiras. pai e o pai hoje é filho. Para ver o sítio con
Dessoas de um grau primário ou secundário
servado eu o venderia hoje».
Uma outra conclusão: Eles podem no terem sitio poSsui um Engenho de Madeira, on
gostado do jornal, mas esse argumento é um de apenas a Moenda é de ferro, elemento vivo Lançamos aqui do Folha de Piqui um apelo
tanto quanto vago, por que eles nao chegaram da istória do Engenho de Rapadura no Cari a populaçao, no sentido de se empenharem nu
a ler, e quem leu por ai a fora elugiou bastan- ri Cearense; abandonado as intempéries do ma campanha que eulminasse na compra do sí
inalMorai da História,
Dre em todos o s espectos oCrato
voltados a está pn-
uma cul
fahnn aceim o s atra avandvualu o
processo produtivo primário no Nordeste do
tio pelas Autoridades) Governamentais e a

tura. transtormaçao do mesino em uma Estação E-


Apesar da boa vontade de certas
pessoas Brasil.
e grupos. cológica Regional.
Nos perguntamOs, o que leva um homem Finalizando vejamos a idéia de Seu Jefer-
«Crato capital da cultura», precisamos re
fletir muito em cima dessa frase. a esse grau de convívio Ecológico? Seguramen son sobre eleições:
te nao pretendemos apresentar respostas cor
clusivas, que parecem, por demais desnecessá- «Eleição direta! seria uma senvergonhice,
OBS: Na introdução desse artigo contém idéi rias, quando pretendemos apresentar e apre nós ainda marchar mais um ano, cinco anos de
ias escritas dos filósofos da noite: João Silvio, ciar o que nos têm a dizer o Sr. Jeferson. governo, botado uns pelos outros, seria uma
Reginaldo e Talmaturgo. «Procuro sempre defender, não só as ár.
desclassificação para o Brasil todo.

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F a l h de iaui MARCO/ABRIL DE 84 PAGINA 5

SERENO Sariema em-riba ESFINGE


no céu existem abutres. bem me quéops
existem migalhas no ahao.
entre as penas sustentando o võo
pralapacando mal me quéfren
miquerinos?
e as moscas sobre o que foi trigo
Bariema em-riba pralapancando
existem muitas atmosferas. eu no polígono das secas
a da feira, a da serra,
água de açude cacimba você no delta do nilo
a da fabrica, a do mar. anhambu mameleiro iditiando
envolvendo todos os ares mameleiroentrelaçante en sou o aro da roda
trabalha uma imensa energia, garça-socó biélaia voce, tangente do círculo
a transformar em doce mel o faxeiro-espinho angicante
o que a vida autofabrica eu Bou o rei do agreste
entre a pena e a mosca você, rainha do egito.
LEONEL ARARIPE
(claros espaços solares).
um trabalho que transcende TTAGO ARARIPE
o mastigar cotidiano
das graunas e das pessoas. o00
sao gotas de seda
-o00-
que alargam e tecem
uma Jonga história
feita de grandes minutos, Fragmento
nascente e buliçOsa
qual uma estrela grande miséria campeia
do campo até a cidade
Sábado à Noite
de fim-de-tarde.
preciosa magia nesta erise que aperreia sempre noite de cio,
de um Merlin,
é triste ver a verdade
mago louco, diretor que nestes versos revelo, De alegria, de carnaval,
Do chope, linguiça e mineral,
desta empresa que negocia com o tempo pois com um grande flagelo
que o sol do nordeste cobre, Do bêbado, do viciado.
OS nossos cabelos, E como se fôssemos flôres
enquanto usamos o pentee
muito desgostoso fico,
O rico fica mais rico E os sábados abelhas,
diante do espelho.
coisas tantas de um todo irreal e o pobre fica mais pobre. Corações, canções, ilusões,
Amores e sonhos
que o nosso medo procura
por na enciclopédia, PATATIVA DO ASSARÉ Noite adentro, sem horas
Em vibrante ritmo de alegria
como o pelo do leão.
E sábado à noite.
PAULINHO DE TARSO De utopia, de fantasia, orgia
-000- DOetacuscipuloe artesa.
operário da patavra.
é sábado da linda mõça

O'n datua
encontrei
Desnuda, crua, multisensual
Breve amor de fim de semana
Folia das madrugadas
a estátua da liberdade Em noites claras, caladas.
de noite Folia de patamar
numa praia do caribe Depois da bebedeira.
deixou a américa de mansinho São quatro horas da manh
ponio em seu lugar uma imitação E o domingo já ameaça chegar.
GERALDo URANO l a . . . fösse eu um deus
erla sempre sabado.
XILO: STENIO DINIZz
-o00- Ha... fÖsse eu o sol
Seria sempre noite
-000- E eu te faria lua
Mesmo com a certeza
Que a noite seria sempre tua
já faz tempo.
ah! quanto tempo.
que a vida era um infeliz devorar LUCIDEZ WILTON (Dede)
de arroz
integral em tijelas de barro
e de comer de hatxis cortaranm os peitos das mães
(que os caretas chamavam de pauzinhos e ficam0s sem leite
chinêses). a s sombras das árvorès já não são -000-
já faz tempo. assim tão frias
ah! quanto tempo.
no olhar de revolta
que os dias eram diálogos relevantes entupiram ag nascentes da serra
ramakrshna. macrobiótica. d. juan. cogumelos. e estamos com a boca seca na suplica da paxao
(a natureza ainda é o maior barrato). -carne seca e rapadura não noss no desfeixo da vida
e dormir cedo prá o dia amanhecer feliz. satisfazem como antes no luar do sertãoo
corre o vento feliz
corre o cheiro de fome
p.s.: nem sempre o poema expressa exatamen" viramos nômades errantes corre a morte entre as m os
te a idéia do poeta. e desde então andamos feito
jumento
ORLANDO RAFAEL DIAS RAPHAEL ROSANGELA (Didi)

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0 Despertar de Uma Consciência Ecológica Noticas Noficias Noticias
Os naturalistas do século passado, já pos
suiam um «pensar ecologico, em regra geral, FRANCISco CUNHA
atribui-se a Ernest Heackel em 1866, 0 lança- Em dezcmbro houve o lançamento do livro
Rasgos D'Alma», coletânea de poemas de Ci
mento do nome EECOLOGLA (Oicos casa
cero Jorge, Tancredo Löbo c Hermano Roldão.
logos tratar em parte), hoje entendida como
sendo a ciëncia que estuda as interrelações dos Entendemos que para deter esta Civiliza- Os três integram o Grupo Raízes, que exerce
seres vivos entre si e destes com o ambiente. ção Perdulária, necessário se faz a Militância um importante papel dentro da militância ar
Vale a pena saientar, que o escritor america- Ecológica, radical, porque revolucionaria; mas tística cratense.
n o - Henry David Thoreou em carta a um não sectária, a qual é fruto da irracionalidade.
amigo, no dia 1° de janeiro de 1858 escrevia o00-
«Mr. Hoar ainda está em Concard, assistindo Aqui defendemos a Ecologia «con» o ho
Botânica, Ecología etc.. .». mem e naão a Ecologia «para» o homem. Dife Em janeiro, na Loja Bolart, Rosemberg
rimos a Ecologia com o homem como sendo a Cariry lançou o seu útimo livro «8 de Seca
Mário Guimarães Ferri, se pronuncia da Ecologia construida com o pouco em que das SS» - poemas ilustrados por Audifax Rios

Beguinte forma: «Ora, se alguém já em 1858 pecanaridades locais e a Ecologia para o ho. selo «Nação Cariri Editora».
mem, (ou Ecologia pré-fabricada) como aque
assistia a um curso de Ecologia, é porque, obvi.
amente, não só a palavra existia, pelo menos u a n e n t a d a em uma visao antropocentri
Na ocasião foi também lançada a Revista
Nação Cariri, com uma amostra de desen hos
oito anos antes de sua supOsta criação por Hae VOada
bel prazer.
unica e exclusivamente para o seu
do plástico Römulo Melo, (Campina
artista
ckel, a própria disciplina Ecologia já tinha um Grande-PB) enriquecendo o evento.
desenvolvimento tal que permitia a realização
de um curso em seu ämbito». Necessário se faz combater a Ecologia Ro. -o00-
mantica, porque enquanto Romântica, camu
No entanto, embora que fundamental, não a tod0 um processo de dominaço e de opres-
são sustentácula desta Civilização Perdulária,
Também com livro na praça, opoeta Jer
pretendemos tratar de prioridade de publica- ferson Albuquerque. A obra, intitulada «sáti-
ção ou mesmo do academicismo Ecológico, mas que aí esta e embora n o consciente, mas com Karimai
as e
sonhos», e lustrada por Luis
tão somente apresentarmos pontos de vista, Varios atrativos artificosos leva a humanidade sobre ela assim tecemos o comentário: O autor
Ecologia Bngajado num reala um final apocalíptico. revela um lirismo e uma atenção á vida que se
quanto a uma
processo de desenvolvimento.
Mas com uma visão otmista, que julgamos consubstancia na própria estrutura do poema,
alegres do seu tempo de menino em Pacatuba,
a necessidade da Mi-
Entendemos que no basta, a constatação na0 ser ingenua, impõese dos tempos dos «coronéis» ou simplesmente
de uma natureza agredida e de uma civilização tancla Ecologica, que não se pretende perfei poemas íricos, em que diante da natureza o
desta to ta, mas como proposta real de desenvolvimen- poeta percebe o Homem e sua Luta.
agressora, mas o que o partejamento
mada de consciencia, leve os homens ao questi. to, sujeita a modificações, e mesmo a contes
efe. tação; mas que fundamentase em bases sól
onamento e em consequencia a uma açao -o0o-
iva e duradoura. No nosso modo de entendeer das.
a Ecologia antes de ser uma ciencia palavres Esta Ecologia Engajada, poderia vir mes- De Assaré recebemos a notícia da criaço
ca,verbOsa, que se perca na sonoridade da_ pa mo a defender a derrubada de árvores, desde do Centro de Cultura Popular Patativa do As
cons
lavras; precisa ser questionada, vindo a
abastecer e sa- incentivar arte
tituirse em uma Flosofia de Vida. que necessário se fizesse para sare, que tem como objetivo a
ciar a fome dos homens e vinhessea contestar aí. O Centro já está funcionando a todo vapor
o plantio de árvores, quando estes, mascaras e sua inauguraç o foi em Março, de 16 a 19,
sem uma estrutura de dominaçao como n o quando se comemorou também os 75 anos de
exemplo a seguir: «Qual a importäncia de plan Patativa. Intensos festejos foram programados,
tar árvores exóticas em palacetes e impedir o contando inclusive com a participação de gru
LITERARIA o cultivo da terra nos latifundios destes pro-
famin-
pos culturais de várias cidades cearenses.
prietarios de feudos, por uma população
ta e segregada do processo de desenvolvimento.
JIRICO (L. ARARIPE) -000
Nordeste O Centro de Estudos Supletivos está dan-
O escritor cratense Leonel Araripe prome Daí, porque entendemos que
precisa de uma Ecologia Emgajada, voltada pa-
o

do o maior apoio aos grupos culturais do Cra


te para Junho o lançamento do seu esperado
livro JIRICO. Acreditamos que a prosa bras ra seu povo e não para Os interesses alienige to, que de agora em diante tem a sua disposi
de m a ção o auditório (para apresentação de peças
leira não recebe contribuiçao assim desde nas, que aqui se instalam com pompa
Grande Sertão: Veredas», de Guimar es Ro gestade, a reinar sobre suditos fiéis e produ teatrais, por exemplo), e os diversos egipa-
ataca por duas tivos. mentos do CES, como as instalações do mesmo
sa. O romance, segundo 0 autor,
pela invença0, matr2 da chamada «arte para exposição de trabalhos (pintura, fotogra
v1as: m a i o r representan.
Lançamos aqui um convite aqueles que em fia, escultura etc.). E o CES divulga qualquer
de vanguarda»
te no e que
«Finnegan's temo
Wake» de Joyce, e pelo mais punham a Bandeira da Ecologia e gostariam
a
otícia dos grupos culturais no seu programa
de rádio, as quartas e sextas no periodo de 9:00
cruel grito de rancor inebriente»,. Observa
a de somar esforços, no sentido de aprofundar
Nor" hs às 9:30 hs.
trabaiho discussão sobre as reais necessidades do
primeira via Wetlington. Marques: «O buscar so
de descolonizaçao começa por noS mesmoS.
na deste e de seu povo e paralelamente Dentro também da programação do CES,
nossa nguagem, na noSsa Iorma de pensar, luções que venham a se eonstituir em parcela. para estimular mais ainda a circulação de «in
Semi
escrever e julgar os outros. A'revoluçao para de contribuição aos prcblemas do Tröpico formaçã0 cultural» está a divulgação da Ban-
fora dos literatos tem que iniciar
den" árido do Nordeste do Brasi. da. Municipal, projeção de flmes e slides edu-
chegar
tro dos literatos, mutaçao em «palavras-oihos» ativos nos bairros e a promoção de concursos
mais que são o Este é um éonvite para o Despertar de v entre grupos folclóricos da região.
que veem mais, que mostram
ser interpretadas ma Consciência Ecológica. Ocasionalmente, cursos intensivos sobre
que são e que jamais podem
Descolonizar a linearidade, cinema, teatro, artes plásticas e diagramação
diferentemente. Correspondência serão sempre bem vin-
quebrar com todas as estruturas que por si- já são oferecidos.
bem
das, contatos podero ser feitos com a redação
são burguesas, atitude de interpretaçao
luckasiana de «literature engajee». do Jornal.

Bar e Restaurante Quero Você's


Visite-noos Estrada do Lameiro - Crato Ceará
Folha de Mias MARÇO/ABRIL DE 81 PAGINA7

DE LA PARA CÁ
Recebemos, Acusamos & Somos Gratos
oratos
LIVROS & REVISTAS
dos anos 70/80. O endcreço da Revista Cx.
Postal 140 38.100.
BOCA MALDITA (Edições Trote, 1982)- D'LIRA, n° 0 - «Revista de arte, politica,
literatura ctc». Com um cxelente nível cultural
Livro de poemas de Tanussi Cardoso, que Berna
tem costas uma grande militância que veni
nas eimportantes colaborações. Rua Brás
o grupo «Bandidos d» dino, 54/710 Juiz de Fora/MG-36.100.
desde quando integrava
no «Bazar dos Baratos», gru
do
-VIVA A POESIA, n° 9 - Revista e corres
grupo
Ceu». Hoje atua
po que apresenta shows artísticos
em vários homönimo de Joinvile/sc. Contatos
de Assuntos
estados do Brasil. Junto com Leila Miccolis, to pondëncia, aos cuidados do Dpto.
Trote. Seu endereço: Culturais da Furj Caixa Postal D120.
-

ca pra frente a Editora - EDUCAÇÃO, r° 2 - Revista que trata


Rua Barata Ribeiro, 52/402- Copacabana
-

tema com muita seriedade. Destacam03 e x


Rio. do com o educador Paulo Frei-
Ainda por intermédio de Tanussi, recebe celente reportagem
tempo» de Solan- re. Veio de Fortaleza.
mos «a mulher que matava
o
reunindo crõnicas, contose ensaios, DISTRIBUIÇ O: Questão fundamental pa
ge Rocha, alternatIvo
e«parque solidão», romance de J. L. Camelo. ra a sobrevivëncia do processo
Livreto de Roberto Massoni que traz uma s e
EMCO Ambos
-
da Editora Trote.
DROGA (Edições Ex-Cenflores, 1983)
ria análise da problemática que envolve autor,
leitor. Caixa Postal 7348 São
De Marcelo Dolabela, onde, com uma escrita distribuidor e
Paulo- 01051.
fragmentária, o
autor brinca poeticamente
com imagens. Rua Tupis, 207- Belo Hori
as GRUPO CANTO- Antologia do Grupo Se.
zonte-MG. Canto, reunindo poemas de Cláudio Gomes
Adaxi. Correspondên-
- A REVOLUÇAÃO- Coletânea de autores verino do Ramo e Sérgio
cia: Caixa Postal 52309 -São Paulo/SP
gauchos (com um uruguaio de contrabando).
Centro Cultural José Hernán- 08101.
Euma obra do
equem Fara ore, Paetas ndepeadentes dez. Av. Daltro Filho, 629 Bloco 4 --Apto. 304
- Sant'ana do Livramento/RS -97570. JORNAIS & FOLHETOS
Leila Miceolis / Rio de Janeiro - FUZIS LEPORINOS e AS DUAS IRM
Num movimento que tem poucos anos de a O primeiro é de poemas e o segundo é um con- OTROBONINHO (N°s 54 a 5 6 ) - Mini
to, Ambos de Eutáquio Gorgone. Rua Manoel Jornal vindo de São José dos Campos, sob a di-
tuação, como a poesia independente, nove mortos reção de Paulino Rolim de Moura. O endereço
já é número bastante significativo, um dado a ser Joaquim, 35-Caxambu/MG -3744O.
GIRASOL MARGINAL - Poesias de Li- é:Cx Postal 345-S. J. Campos/SP -12200.
considerado por quem se proponha a fazer uma ra Neto. Um poeta de profunda visão social e - CORREIO DO SUL - Informativo que e
história do movimento. Pesa. Até o ano passado
eram sete: nimero cabalístic0 misterioso, mági | que promete despontar no cenário nacional. 0dita excelente coluna iterária. Escrevam para
José de Souza Pinto, o Zanoto. Av. Navarra,
co, sete: conta de mentiroso (quem dera!). En- -endereço do Lira é: Av. Tristão Gonçalves, 702
Centro-Fortaleza/CE - 60.000. 300- Varginha-37.100.
tão, em 1983, aconteceram os dois outros: Paulo O SOL QUE O SOL FAZIA - Livro de - BRASTLANDIA- Jornal publicado pela
Veras, no imicio do ano, e, agor'a, Ana Cristina.
César, cuja maior parte do trabalho encontra.se
Jenner Dunkl que traz poemas de uma sensibi Agua D'Aldeia Editora. Abre espaço para cul-
Lura poesia. Rua Parapu, 1857-Vila Bra-
de lidade muita profunda. Editado pela Litera E e
esparsa, tendo deixado apenas quatro livros ditores. Intercâmbio para: Av. Nova Cantare silândia/SP.
poesia: «Cena de Abrii» e «Correspondência Com- | 02330. JORNAL DA TATURANA (N°s29 e 300)
pleta» (T9). <Luvas de Pclica» (Inglaterra, n o ra, 1428- Apto. 51-Säo Paulo/SP-
vembro/80), e «A teus Pés» (Ed. Brasiliense, SP,
PONTO DE BALA- Denise Teixeira Vi. -Indispensável publicaçao que traz poesia,
1982). Desses nove poetas, três se suicidaram, ana, a autora deste livro, é -uma poetisa de prosa e quadrinhos de alta qualidade. Seus edi-
talento e uma agitadora cultural. Edi: tores são: Cláudio Feldman e Moacir Torres.
dois foram vitimas de brutais assassinatos, três. grande Santo
males fulminantes, uma de desastre automo ta «leiamigo», que divulga os alternativos do
o Cartas para Rua sto. Andre, T0U
de Brasil. Escrevam para a Caixa Postal 1l.052 André/SP- 09.000.
bilístico. - Rio/RJ - 22022. A B R E A LAS (N°s 15 a 19).-sú
Este artigo é para homenageá-los, e eu o fa- edita poemas. E uma publicação da Articultura.
O EVANGELHO DA ILUMINAÇÃO
-

co chamado um a um, invocando-os nominalmen- Rua Batista Oliveira, 370/503-Juiz de Fora


Livro de Poemas de Márcio Catunda, onde a
te: TORQUATO Pereira Araújo NETO (Teresi natureza, a paz e muita contemplação est c - MG -36.100.
na, 9/11/44 Rio, 10/11/72), LETÍCIA Marid MO. das Rel. ExterioresMANDACARU (N°s 15 a 17)-Jornal
Rio,28/4/78), presentes. EndereçO: Min.
REIRA DE SOUZA (Rio, 2/2/48 (Itamaraty ) -Instituto Rio mimeografado que traz poesia, prosa e infor.
Branco- Brasí
GUILERME MANDARO (Vassouras RJ, 1951 lia/DF - 70.000. mação. Solicite sua assinatura (anual, Cr$
Rio, meeados/79), HENRIQUE DO VALLE (Rio, à Cx. Postal 1881 Recife/PE- 50000.
21/3/60 -POA/RS, 29/2/81), IOLETA de DIMENVSAO (Revista de Poesia)-E U 600,)
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beraba essa ótima publicação. O número 7 ini- - Informe deste concei-
Lourdes FORMIGA Maia (Pombal/PB, 1951- cia uma série sobre a poesia brasileira, trazen- tuado restaurante cultural. Rua Con Ramalho,
João Pessoa PB, 21/8/82), GERALDO ALVER do um breve relato sobre as vanguardas, des 873 Bela Vista/SP 01325.
GA Cabral (Guarabira/PB, 25/3/66 - SP, 25/ O CATOLE (N°s 61 e 62)) - Jornal edita
de o modernismo de 22 a poesia independente
8/82), José Pires BARROZO FILHO (Friburgo/ do por Dias da Silva e Batista de Lima. Rua
RJ, 28/3/38- Niterói/RJ, 12/10/82). PAULO
Roberto da Trindade V¾RAS (Parnaíba/PI, 23/
Mons. Vital Gurgel, 626Jardim das Olivei
ras-Fortaleza/CE - 60000.
JANELA TRIDIMENSIONAL
3/53 Fortaleza/CE, 23/3/83), ANA CRISTI - LABUTA, N° 4 4 - Jornal político de Fran.
NA (Rio, 2/6/52- Rio, 29/10/83). ca/SP. Voltou a circular depois de onze meses
Os egipcios constunmavam deixar perto ae Quem é vivo sempre aparece de inatividade.
seus mortos queridos objetos que eles precisariamn mas, dependendo do morto, INFORMATIVO NACIONAL DOS POE
este exemplo mi- ocorre o mesmo processo
para travessia póstuma. Sigo
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TAS, POETISAS E PROSADORES (N 1)
lenar: que eles partam levando poemas, para que Sob a direção de Andrade Sucupira, é de Vile
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Doença e
SubdesenvolvimentO Manifesto Carinial
(Um Círculo Vicioso
A Saúde de um povo c sun cconomia
pendem uma dn outra. Qunndo as docnças sño
de cconômica-socinl e só depois freando a nntalida-
de de maneira espontânen ou deliberada, Em
(Uma Doença Verde )|
frequentes, a produtividade dimiiui, e pot is outros paíscs onde não ocorreram mudanças re- O Cariri é doença fértil.
uma
So, 0s snlarios, as condiçoes de
habitaçao e o volucionárias, as tentativas de substituflas Do alto da
Serra do Araripe descortina-se
nível de instrução são atingidos»,. Esta foi uma lo controle de natalidade não reduziram a pe na- uma doença verde em um vale verde. O Cariri
declaração de F. Herrera (Presidente do Ban talidade,
co Interamericano de Reconstruçño), assim co
nem
diminuiram _a fome. Apesar dis sopra bonanças póstempegtades _anos oitenta.
O Crato é o coração do século. E
mo se constitui na tcoria do «círeulo vicioso»
s0,
tem
o uso
generalizado de anticoncepcionais, um capitulo
dessa história feita a mão com muito suor.
transformado em técnica
se útil para
cntre saude, trabalho, produço Caririal. Somos
alimentar,
instrução e saude, apregoado pela Organização
transformar a procriaço
consciente em filo Os
testa8-de-ferro.
Somos
da América
Mundial de Saúde (OMS). Inspirados nessa
sofia social. Na India, em
consequëncia dos es Afrolatíndia. Kiriris & memória
Violeiros de «mei de fêra» entoam a kirimbau.
cassos resultados obtidos com as «pílulas» e
os
tese, teóricos acharam que controlando um dos dispositivos intrauterinos, recorre-se à esterili- citadina de heróis e revoluções. O panorama de
elos dessa corrente seria quebrado a circulari 76 fontes e vales imensose mil verdes.
dade do subdesenvolvimento num ponto, o ni-
zação cirúrgica dos homens ((vesectomia), que
se define como voluntária, mas que se O Cratoriri é uma proposta harmoniosa/
vel da saude. Para tal, seria bastante aumen- «recom* melódica feito sanfona, viola e surdo, berim
pensa» com dois quilog de arroz, uma mochila,
tar o número de médic0s e desenvolver a «as- um balde de plástico, um guarda-sol, enlatados bau: sugar a cana como alternativa.
sistëncía sanítária,
«Nesse caso, as Arte de filosofar a fome com a estética pi-
doenças do
minantes seriam vencidas e com isso aumen"
e até bilhetes de
loteria.
Finalmente, é impossível que o «círculo vi qui.
taria a produtividade do trabalho, multiplicar cioso» entre doença e subdesenvolvimento Somos piquizeiros e antropofágos. Assumi
se-iam os recursos agricolas, a fome seria redu- eco- dos e glorificados. Feliz casamento entre a na-
zida e o «circulo vicioso» transformado em bem
nomico, teorizado pela OMS, possa ser rompi
do, considerando o nível saúde como prioritá tureza e o homem. Nossas raízes são as do pi
estar crescente. rio. Além disso, tal teoria não explica os gra quizeiro. Nossos frutos, o piqui.
Reizado & rock'n'roll e coisa que o valha.
A experiencia histórica tem ves fenômenos sanitários de alguns paises al
que não há relação direta entre
demonstrado
número de mé- tamente industrializados, e no que diz respei- Zambumba e os irmãos Anicetos. O couro, a
dicos e nível sanitário de um país. Assim a cor. to ao Terceiro Mundo esquece as causas co feira, o barro cru (Dona Ciça dixit). Pra não
muns, quer das deficiências sanitárias, quer do dizer que não falamos do barro.
relação da mortalidade infantil é muito mais
Crato, 1817. Revolução inútil. Mas viva a
clevada
com a renda «per capita», com os con- próprio subdesenvolvimento.
Nao mais se questiona que a dependência Dona Bárbara braba na praça selvicola a0s
sumos alimentares, com o nível de instrução, do
material e cultural do estrangeiro, os sistemas alencares de então.
que com o número de médicos.
injustos e arcaicos de propriedade da terra, o Exportar essa doença, exportá-la sob for-
Sabemos que as graves condições sanitá- ma 'de material poético.
rias do Terceiro Mundo atraso na instrução e distribuição desigual das
nao vem somente doriquezas, freiam o desenvolvimento . E o sertão vira mar na terra da pouca
eatraso histórico», mas do relacionamento neo-
a
industria
utilizaçao racional doS recursOS naturais e água.
colonista com
as metropoles,ue
que sejam efetivados programas básicosmpru
de sa
humanos e a participaço do povo no
progresso
Cariri é uma doença mortal, e dela já
de sua sOCiedade. morremos todos.
ude dentro de uma politica nacionalista. De ma
neira que forças econômicas procuram deslo- Caso a Medicina aceite a afirmação de que -000
Assinam os vates ufanos e nativistas
« 0 processo revolucionário é intrinsicamente o
ä SSNIRIA sanitária do Terceiro Mundo da Província de Villa Cariry, antiga Missão do
da luta contra a mortalidade para a luta con- melhor programa de saúde pública», terá um Piqui
tra a natalidade. papel próprio e insubstituível, não limitando-se
apenas a0 controle da natalidade, à cura de do
A exigência justa de transfornmar a pro- entes e ao registro dos öbitos. A função da Me
criação de ato quase casual em decisão consc: dicina deve ser antes de tudo, analisar a influ-
ente e responsável, e a necessidade vital de as
Begurar o equilibrio mundial entre desenvolvi
encia das relações sociais sobre as doenças, as
sim como estimular a participação do povo na
FOLHA DE PIQUI
mento demográfico e produção alimentar, infe. mudança das situações causadoras da doença. Av. Teodorico Teles, 442
lizmente são usadas para esconder motivações Crato Ceará 63.100
menos nobres: a preocupação com as mudan- Francisco Marcos da Cunha
ças no equilíbrio político internacional.
Médico -
n° 03
EXPEDI ENTE
ano I - março e abril de 84
vezes, cssas motivações surgem de ma- «Sugiro para leitura:
neira explícita em alguns projetos. No convi-
Medicina e Política DIRETORES RESPONSÁVEIS
Giovanni Berlinguer Carlos Raphael Dias
te americano da «Campanha para o Controle Cebes Hucitac Calazans Callou
da Explosão Demográfica, lë-se: «Um mundo
com países subdesenvolvidos será um mundo
São Paulo- 1983. DIVULGAÇÃO E VENDAS
Wilton Dedê
de caos, revoltas e guerras..)Não podemos
ter o luxo de meia dúzia de Vietns, nem sequer PUBLICDADE
de um só mais (. . .). O interesse nacional ex MED O Roberto Oliveira
ge que façamos todo o possível para ajudar os O homem cria a arma DIAGRAMAÇÃO
países subdesenvolvidos a controlarem suas po A arma destrói o homem.
Carlos Raphael Dias
pulações. O homem cria a máquina CONSELHO EDITORIAL
A máquina destrói o homem.
Normando Rodrigues, Marcos da
A hipótese de que os males atuais do Ter" Cunha, Ronald Albuquerque, Rober
Quando um dia o homem
cciro Mundo (e o futuro do mundo inteiro). to Oliveira, Jackson Bantim,
sejam consequéncia da excessiva proliferação, vencer a máquina
nel Araripe e Fco. Cunha.
Leo
Vou chorar
e amplamente difundid0 e corresponde ao de
E entre máquinas. COLABORADORES
senvolvimento das teses Malthusianas, já re- morrer esmagado Stenio Diniz, João Aquino, Pauli
futadas por Karl Marx. O marxismo afirma o O velorlo nao quero ver máquinas
nho de Tarso, Geraldo Mérkur, Pa
quero sentir sobre o caixão
contrário: o planejamento familiar não é a pre tativa do Assaré. Tiago
condição, mas consequéncia natural e deseja
a mao de obra do homem Araripe,
que eria o homem Leila Miccolis, Orlando Rafael e
da do desenvolvimento econômico e eultural. Wilson Bernardo e Didi.
Também a experiëncia recente demonstra que mas que chora
quando ver máquinas. Composto e Impresso na
há grandes países que resolveram os proble-
EMPRESA GR LTDA. Crato
mas alimentares transformando antes a base WILSON BERNARDO -Ceará

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