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TOMO I. -DOMINCUh 30 DE MAIO DE 18IV2.

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Iodas. Litteralura, Bellas-Artes, Theatros e Critica

programa e condicções deste jornal encontrão-se na ultima pagina. G$0


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troque, imitando o trabalho do pássaro assim de-


Hí tfOIVO nominado, deu o nome a esse farrundim, pelo
de uma caliellelra. qual muitos de nossos avós ficarão pelo queixo t v

aehado dentro captivos e presos;.quando finalmente e nocadevi-


nosso i

Rio de Janeiro as infernaes. rótulas -mocoda-


nlms fizerão desesperar a mais de um
quéllê tempo, como ainda hoje coníessao alguns na^ra
Facto verídico em 1786. veteranos que por cá nos reslão; .moravamjmcebo
dos Ourives, perto da do Alecrim, um sacerdo e
uando o nosso bello Rio de Janeiro, mal estudioso, sobrinho de um «neravel
casadaJlha
ainda sob o domínio dos vice-reis, acces- habitante de uma das melhores velha, senhora que e a
conhecia asmodase seus infinitos seccâ, e cuja irmã mais
•sorios,
que alindão hoje tanta quasi todas as viuva, morava na rua AÒ Sucú-sarara,ruanome por
da Qui-
ioas lojas da corte com profusão, que era então conhecida a parte da
- Wfazendo as delicias das moças e moços landa entre a de S. José e a do Cano. _
mm O Paulo, este era o seu nome, sabia que
e velhos também; quando Ç»ü0^a§ao joven o dcenuado R
a chenos, pro- um intimo amigo de seu pai,
Fanha se encontrava pomada aw^jasjb^ filhas que nunca m^erao
curada então pelas nossas boas tinha duas lindíssimas
e preparavao com uma.ou na rua senão para irem a missa de madruga-
cas se perfumavão sua. pé
modernas da em Santa Rita, e acompanhadas de toda a .a-
mais vaidade, que actuaímente
se oeno
netiulias; quando o qüe.jo e apimenta re no a en tinha visto o bello
minavão do Reino porque s? do (cs Uma destas jovens porem
Portugal, Paulo, e apezar das empoe.radas rótulas de suas
tendido que era o de POW^g^ | vira casa
laes mais de uma vez o passar para
não faltava) nos vintíão ^í^m^f C« janèllas,
em rarissimas casas, Havia o.modesto do seu reverendissimo tio.
d.fita ouui Dão_:|
enfeitada Citham , em que era Naquelle tempo, como agora, cupido Riimtaa teve
melodias; quando as nossas b^|g'|§| descudava de fazer travessuras;
então não desdenbavão, em *gqs|Wggg seus sonhos, pensou em Paulo, nos seus lindos
banca seu buço ayelu-
depois do melhodico Mimiete tocar poixh rios, no seu olhar vivo, no
o ípuiar mm, mmm e reparou no garbo de seu fraque azul,
sas mãos movimentos rápidos S<»|*g
^MS<£^ bom botões de aço facejados, na sua bem talhada
dado
cujo í? iqw
nhos para produzirem esses estalidos,
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169-
dupliccs no seu ro- \ de fora da janella ás 5 horas da tarde desse dia
calça (Te ganga, è nos dias as filas , a qual
bissão còr de cauella, em uma palavra amou-o, einquc elle visse golpeada
esperanças....
e teve a indiscripção de o dizer á sua maninba, ficava sendo suas únicas
o contou á tia de Paulo, quando uma vez Em conseqüência da gota'Ao reverendissimo,
que erão diárias e matutinas,
esta senhora, que era da amizade da casa, lhes as visitas do esculapiotornou assiduo enfermeiro.
foi fazer uma visita em sua magestosa cadeiri- e o nosso Paulo se
nha/ circundada de uma escolta de mucambas, No outro dia entrou o respeitável licenciado e
sollicitude pelo nosso
em quem os cordões de ouro, os relicarios não foi recebido com muita
* augincntavão tanto o luzhnento, como a grande Paulo, que, oflerecendo-lhe assento, pediu-lhe
de de que ião uutadas, es- ao mesmo tempo venia para endireitar-lhe o
quantidade pornada
correndo-lhcs gela lesta e pescoço pescocinho que se tinha desmandado. feliz Paulo
Esta senhora, casualmente um dia em familia, O licenciado consentiu, e o nosso
noiou a conveniência de tím casamento entre viu as pontas da fita mãozinha do rabicho golpeadasU.
; e isto foi Nessa tarde uma se agitava por ora
Paulo e a filha do licenciado no largo de Santa Rila,
bastante para incendiar no joven pensamentos da rotula de um sobrado
tinha ainda a esse respeito. e dahi a um mez essa mesmamãozinhana igreja
qne^aão sobre a de Paulo, ani-
Como em todos os tempos, os estudantes sem- de Santa Rita descançava sagrada Estola do vi-
re- unidas e cobertas pela
pre forão da pelle do demo, e Paulo que não de bas em do tio padre e de ambas as
jeitava talo de alface, ficou logo em bicos gario, presença
canivetes assim que ouviu sua tia descrever a famílias. ' . .. . ,
Ritinha achara noivo dentro da cabelleira de
belleza encan:adofa de Ritinha.
Paulo, bem longe estava de cuidar em casar- seu pai!meu tempo, . minha , neta, me
se por procuração, e muito mais de encontrar As cabelleiras do
em sua tia, senhora toda sisuda, protecção para disse minha noivos avó que isto; me contou, traziao ísoi-
E naqueile tempo! vos; hoje os trazem cabelleiras, e bem le
uma declaração amorosa. a lua de inel,e quando
Ritinha não tinha pois meio algum de saber Íiz é a noiva que passada cia sua formosa cabelleira de
se Paulo desejava amal-a, e Paulo mal pensava o noivo já não usa
era elle o objeclo dos cuidados da bella pretendente, vai tomar outra em alguma reunião
que de amigos do tempo de solteiro c volta para casa
Ritinha. "termo* desengano de que, se as cabel-
Tudo estava nestes quando Paulo lo- dando o terrível
mou a resolução de se fazer entendido. Jeiras são feias em noivos que só deltas usão—
'casamento
Procurou os escravos do licenciado, e foi re- no acto do para çommettercm um
terror elles lhe mostrarão — verdadeiro cstellionalo, com maior razão é feia
pellido com o que no marido.
só com o pensamento de entregarem um bilhete a cabelleira alcoólica
á senhora moça. Como minha avó principiasse com suas disser-
Esmoreceu. tacõesphilosophicas, quenada vem ao casopre-
tal contr ar iodado, Paulo assim pas- sente, só escrevi este conto e o transmiUi ao
Soíirendo ter o de di-
sou algum tempo bem triste, até que concluiu Jornal das Senhoras, para impressogostinho —Já escrevi
os seus estudos e applicou-se ao commercio, zer, ainda que o não veja
Senhoras.
tendo de seguir essa vida por morte de seu pai, lambem para o Jornaidas
cuja foriuna teve de administrar. Escolastica P. de L.
Estas sympalhias são os nossos peccados.
Sempre com à idéa fixa, Paulo resolveu-se
¦
por fim a escrever á bella Ritinha, e procurou
por todos os meios entregar-lhe um bilhete.
-Teníandn. em vão mil meios todos frustra- O DIEILO B..43 DAMAS.
dós ocorreu-lhe uma idéa diabólica.
0 licenciado B...., tendo ido ver o reveren- I.
dissimo tio do nosso Paulo, lá em certo dia, ahi ---\

o encontrou também, e nessa occasiãó,altenden-


do Paulo somente á sua paixão, e vendo que o O valle de Carriedo é dos sítios mais romaii-
licenciado traziaamplacabelleira dacaixos (da-_ ticos da vertente septentrional das Austrias: bel- pa-
quelle tempo!) e que era curto da vista, saben- rece que n^lle se reunirão lodãTasnaturaes do
do mais que o seu primeiro cuidado ao chegar lezas para simultaneamente realisarem eo aromati- ideal
á casa era tiral-a e cobrir sua enciclopédica ca- poeta e do pintor. Vegetação vigorosa
beca com barrete de seda, e que de sua respei- ca, florestas virgens, ordenadas sobre amphithea- torrentes,
tavel cabelleira só cuidavão suas filhas; com co- tro de rochas variegadas; espumosas se -
ragem pois diabólica introduziu o bilhetinho nos que desde o cimo das montanhas precipilão
riçados da cabelleira, e entregou ao açrso o bom como artificiaes cascatas; jardins que a natureza
resultado do seu astucioso atrevimento. creou espontâneos, pensis, e fora do alcance da
for-
Neste bilhete confessava Paulo á Ritinha mão dos homens ; caminhos de phantasiosas as
o seu amor, sua paixão, o desejo que tinha mas, que remedão escadas assestadas para
ou
de vel-a e de pedil-a para esposa, e roga- nuvens, freqüentadas só pela corça selvática,
va-lhe que no caso afiirmativo dois golpes pelo contrabandista que conseguiu ser o seu in-
dados nas pontas da fita do rabicho da cabel- trepido companheiro: nada falta aquellafazer paiza-
um
letra prolectora seria o signal venturoso ratifi- gem, verdadeiramente meridional, para imagi-
cado pela sua delicada mãozinha, que devia estar dos quadros mais grandiosos que podem

Mü**
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—170

iculo admirável silencio, pôde interrogar a mãe, que para seu


tl,...se _Nq centro d'cstc èspect filho requeria baptiímio. . , (;l}n, n
ilSo os'olhos com a villa da Vega, graciosamente
a circunda, „ Quem és?... E d'onde vens minha filhai..»
collocada no meio, (to painel que clima —lhe perguntou com voz meiga. —-r-
o-tentando ainda hoje sob aquelle ameno
cnnobrecido pelos que em « Sou Joanna Valdés, mulherd'uinjudeo, que ca-
a, amêas do castello, vagueà n'éstá comarca: meu. marido nao e
o século XVI o habitarão. de lholico; mas eu não deixei de sêl-o, c venhoo-
N'uina serena tarde do mfcz de fevereiroruiu- ferecer a Deus este fructo que dei a luz quinze
a
156° divisava-se um cavâíleiro que passo findava no 1 !?l
do subia pela esearpada ladeira, qüe não fosses, teii filtif), tnha
de uma. Sm « ue chrislã
relvo.o rocio, sobre a qual o campanário a fsQSsa ius a sel-o, já que assim o pedes; porque as Imi-
ermida campeava: era esta consagrada muita veiier^ les sacrossantas do baptismo estão patentes a toda,
Seiihora de Ia Vega, padroeira cie nesse dia as humanas crealuras. »

cão e a sua feslcvidade amiuàl tinha ademoestado de novo os
dos si- Vm seyuida, lendo
concluído, como annunciavão os repiques se reco- campouezes, expòz-ll.esqueomemde cxp.arem
nos, e os magoles de gente rústica, que divino. seu erro e cegueira era abençoarem elles próprio.
ao
IhiâÒ ás pousadas, cantando seguidilhus de Vega, u menino, que acabavão de amaldiçoar,
O homem que subia o serro cia D. Fe.ix a, « Escolhei do meio de vos (proseguiu) padn-
senhor e donatário do solar e casa.es cl-essa yu »
honrado: morador nho e madrinha....
que com seu appelüdo era no sitio que Apenas o ministro do F.vangelho pronunciarao
ifaquelle torrão desde que nascera, teve de interromper com dor
fundara.. linha crês- estas palavras,
'•ido, assim dizermos seu pae
para .eu discurso (onciliador, vendo que os^aldeaos,
e prosperado, e vivido , sem eonhe.era recobrando deshumanos sentimentos, lhe davao
e
um inslante de desgraça ou melancolia;a ven- •,s costas todos a um tempo, ao retirarem-se
donzella asturiana, que puzera remate uespa- outras pragas cont a a presupos.a
tura d^elle, por ventura que nao teria nas ||uurànk
ternura lei«
nhas rival na belleza, como na graça-, e \ez üüe'é isto? (bradou indignado o sacerdote)
d'esposa, Havia porém quinze dias que pela todos abálào?... Nem- um ficará para envergo-
de matrimônio,
primeira, depois de cinco annos achava ausente nhar os mais?!-.. .Não haverá uma mulher.
¦ a formosa Francisca Fernandez se
ímamãe,queseapiadedesuu.rmae»n.]esus-
de seu nobre espozo. ,
co! oi
No momento em que D. Felix chegava a V. no instante em que este cari.ativo chauuimen
clamores
do cabeço altrahírão-lhc a aUeuçao os de caiu- to era pronunciado, sem Ppfe^llf
um troco
quesahião da ermida, e viu agilaria e que uma só cabeça para aquella banda seoUasse,
ponios encolerisados, e no meio^elles uma senhora pela parte opposia a essa
com uma checava
livrando-se unia mulher bastante moça porS viera D. Felix : m&m$$$$Ê&
creancanos braços. / o dizendo-.-Serei eu a n.adrmha d esse
a pastor,
«Fora, fora a feiticeira.... nao esta araria ""-Te
igreja para taes excommungados;)^practa\a..a eu o padrinho. „-acudi« D.Feliximi-
ca ca-
chusma empurrando a ínisera para .ora lando a desconhecida. hnn^ni t .hunian
^«^ão Fora de duvida que leve muita pa do St. de a
sou feiticeira nem eiçòmriiuhgaüa,mçrjs dule no rápido impulso da vontade
irmãos.... .Xcontestava a rapariga com—u- V . , üuc Vnas por minutos
foi prevenido pela
nes de sttpplicauic.-« Se o è meumaridi^çm Ssloísua íutura comadre: porem outro
hespaivhola e catholiu. ' também o i.zera appro-
por isso deixo de ser >• eI o mui humano,
e não cmjpecer-mt v.ra enlre as
como vós sois; podeis 1 formosa dama, pois que
venha requerer para meu filto^OxAaptisníü, que brilharem dois pre-
11as da mantilha elegante,
itiereee^anhtõ-coiuo vós merecestes...» ^__ :^s,coiUo^trcllasve.ad^pornuveraa
« Tiãõlia baptismo para os malditos...»-»^_-
« \ ai paia a devida e solemne
plicavão sem caridade os fanaücos. te bem.a menino Feliz Paulo\aldes foi nome no ,,ps o
cova dos feiticeiros; Salauaz que seu
Sl£pusado, -cripto Ia \ega, a par ao,
' naroGliial de Nossa Senhora de
mãe tinha de ceder a forra c D. Felix, e da Sra. Paula de los
A desveníurada í imre Malgo
rolrocedia-büiiháiido cm lagrimas n^°?nça^ - o nosso^cava-
airciao, ÍK Ãd^mais^pòdc.alcançar de sra linda e
via reproba ; n'este passo, um saceruot?. appai^u \lei «'aquella comadre, e se qinz obter per-
oceasião a respeito
como pelas muitas cãs demonstrava, m st d() seguinte es-
no batente da porta, < i-- S qoasi iSerfosa
revestido desobrepelliz mae ex, --
mado alli pelo alarido dos rústicos: a ¦,'. m^ ívH^.nt-Aockscerpressurosamentedaemi-
c a feiticeira,
sa correu a elle animada dvçspe-rança. a a Mxna | f acompanhando a senhora se recolhia,
sustidopor este incidente que complica o levava a Surou os magotes do povo que dcl-,
reprimiu o seu primeiro impulso, que logar da ok Xandü-scdê porá prova o regorismo
aquietar o tumulto; c chegou-se ao tj it;¦¦> r»s convidou-os para no dia seguinte
assistirem
algazarra para melhor indagar a cau.a baplisniô do novo afilhado: tao
ibánoofpelo
ciar o desenlace. Um minuto de alteucao po/o
tofofíomofanSt eds, sem reparo de se contra-
se pas^i- o grato offereci-
ecclèsiasticb pastor ao corrente do que c i eo [Em, acceitárào proinptos
va, e conhecendo sua obrigação melhor soltar um
11 o è depois de por entre dentesD. Felix
tropel de amotinados, fÇpvehend^-osdesuadU-o ei ,40 que caracterisava a turba. pa,-
reza para com a infeliz mulher. Restabelecido

f ,
\f§7
^-171 V

I E's a virgem da ílores.ta,


sou a convidar a jovenil madrinha, que nao pode indolente dorme a sésta
(
recusar-se a uma festa, dada em obséquio pila. Que
Separárão-se, notificando^se á reunião para o Junto á sombra d'um bambu;
dia immediato no castello de Ia Vega, e D. Felix Tu não tens da terra origem, A
veio a sua pousada.—Vinte e quatro horas depois E' do sol cândida virgem,
teve lugar o banquete; a linda madrinha fora Das do império do Peru.
obsequiada com honras quasi reaes no castello de
1a Vega, e D. Felix-írzcra dois descobrimentos Podia Urbino sonhar-te.
que consignaremos n'esle logar:— odeprimeiro,
los Mon-
Caravagio imaginar-te,
concernente a marque/a de laPuebla Sonhar-te Rubens também; ./
tes, dá qual soubera quanto cobiçara saber: era Qual uma uri do propheia
uma senhora da principaljmbreza de Madrtci, e O musulmano poeta
viuva: o segundo descobrimento dizia ímmedia- Sonhar-te junta do harém.
lamente respeito ao próprio D. Felix; advertira
D. Paula.
que se achava perdido de amores por E pódc o sultão irado
dontinua. Julgar-te unida á seu lado
>JÍ
Em doce sonho d'amor;
Epóde o louco pirata
Julgar-te em sua fragata,
..?*;.,<> Em sonhos ser teu senhor.
MWL O mundo pôde avistar-te
E acordado adorar-te,
Cantar-te vates lambem;
Pôde sim, anjo do Céo ;
MOREIS A E LINDA. Porem amar-te só eu,
Eu sozinho mais ninguém.
Morena e linda és um anjo,
Salomon,
E's. qual um celeste archanjo,
E's uma ethéiea visão;
E'$ qual um ente celeste
¦

ífc"
A .A'-
-:mcê Que em mil luzeiros se veste
Percorrendo a vastidão. Ditos esiiirituosos de Foiitenelle
E's morena e feiticeira
Dessa planície fagueira
De teu belo Andarahy;
Fs pura qual uma estrella,
Perguntando-lhe um dia a duqueza du Maine:
Que no Céo, argentea e* bella, «Que paridade havia entre um relógio euma
A brilhar bem sesurri.
mulher? » Respondeu: « O relógio marca as ho-
Tua falia é tão fagueira ras, e a mulher faz esquecel-as. »
Como o fallar dá palmeira
Em lindo alvor da manhã;
INessa trança lão lustrosa
Folga a brisa, e pressurosa
íteija-te-a faee-louçã. A mesma duqueza lhe perguntou outra vez!
4 Como é que tinha podido grangear tantos ami-
E's meiga qual uma fada gos, e não ter nem um só inimigo. «Porque sou
Que em serena madrugada sectário dos dois axiomas seguintes, respondeu
Vem em sonhos se mostrar, elle—de que tudo é possível, e que todo o inundo
E do sonho acalentado^ tem razão.
Um senthHão magoado,
Só nos resta ao despertar.
' ¦

'

-
..

Poética és como o sol


Quando em fulgente arrebol Outra senhora, lhe pediu que desse a razão
Rompe á força um Céo d'anil;
E's divina e és fagueira, porque gostava de trabalhar ás escuras. «Gosto
muito, é verdade, respondeu elle, da escuridão,
Qual uma virgem guerreira mas é quando vos não vejo.
Das silvas do meu Brasil.
E's morena a flor garrida ^_
Desabrochada, pendida
Sobre as-águas do Soarão;
Tua boca é graciosa, ; .Um de seus amigos lhe fallou um dia acerca
Como o botão d' uma rosa I de um negocio de que o tinha incumbido. «Peço-
Transportada do Japão. vos perdão, lhe disse elle, por não ter feito o que

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.* •172-

vcs promettí. < Conseguistes até, replicou o ami- narcha está de todo restabelecido, g|||^
tomaimo eu
dou os mais cordiaes parabéns,
go, o que eu desejava. « Ahi sim, respondeu Sem por, esta
e quinhão no vosso júbilo por f&Wjgfâ
Fontcnelie, não me esqueci de fazer o que me »
- Secundo resão as Folhinhas do
ordenastes.... mas csqueci-mev de que o tinha anno,) é hoio o 50° dia do mez de maio,
e também
o e
miugü da Páscoa do Espirito Santo. Que
feito, j .
Compilados por _____
L. de B. no Campo de Siuif Anna, da Honra, da Acclama-
cão, das mmm> °xeo,no das
me]hLS
umas .(le
mmratBhms barracas, quaes
mal ataviadas, que se
gosto mas outras-, tão melhor,
por dcnlro não estiverem nao lhespas-
CllROMi A BA §ElfIA^A. nao ve
sarei os umbraes!... mas quem vç ascaralaiimas^ a
coração, e talvez que estas levem
aqueilas. Até ver não é larde, e pouco terá que
esta
oviver quem por sime.mo não tor decidir
Apre com o tal meu fidus Achates! Ainda importante questão. de ¦
dia está em casa de Nosso Senhor Jcsus-Christo, Nas freguesias do Campo Grande e de §..|orir
e iá me bate á porta o meu velho Santos, que me calo hão de haver lambem nestes dias
fesla '¦'

vem lembrar a tarefa de chronista. E valha-mc moscas por cordas e mosquitos por arames;
mas
I)eus com a prebenda qüe desta feita é de duas
-

semanas, que, segundo reza toi livrinho com para crer. ^íi^^i^d^^MS^*"^^^ "
ouemuito lidamos na mocidade, e que passada
-•
dos
v
divertimentos
i
conheci- - I-
o
Eis programma
a idade das primicias,'dadeixamos no canto, fugin- dos da festa do Espirito Santo; e ora passemos
do-o como o demo cruz, o qual intitula-se
a tratar dos que já hou verão.
V

e é.tão velho como o dilu- D__.,,P]1 ¦ Í2xx;z


Thesouro de Meninos, — Comecemos pois pela sociedade Phil Eu- ...A- ::/"
vio, tem 14 dias, porque, como elle Ia diz-uma Ü

dias! Se noticiar-vos leEsi'a dá de


) • ' ¦;:.

semana tem sete pois sociedade, onde tanto se guela 1.

vasta cidade durante sete


quanto se passa nesta arclua, nao como de pés, no seu ultimo baile não^me encheu
longos dias é tarefa por demais que
durante as medidas, mas nec semper Lilia floret (ale ja
será a de particulàrisar quanto occorreu vejão lá como é bom ser procurada-
aturado as sei latim...,
quatorze dias, isto depois de haver tantos por um doutor que não é dos das dimask tqda- -..-..
rabugices do velho Santos que me pregou ^cantou soffrivelmenie,
me atirou tantos remoques por me via devo dizer-vos que de Therpsicore não perderão
sermões, que a e que os devotos
ter feito moita no domingo passado, chegando assignan- Vaf.'
era entre as
dizer que o desgosto geral No sabbado (29p Svlphide abriu também
tes e classificando a miníiafalta de-quebranta- ele suas portas aos seus muitos freqüentadores, que
mento de fé-palavras que por sem duvida se retirarão lá pela madrugada,
descontentes
pela maldizendo a velocidade do tempo, no_qne lhes
ouviu a alguém. Etão arrenegadafiquei que
isso me dei-
primeira vez parti com elle, e por tendo eu de achei razão, porque a reunião foi brilhante e
xou sem noticias a communicar-vos, num assás concorrida. >
recorrer ás dos periódicos, e ao que por — O Recreio Gampestre deu também o seu
mesma presenciei para relatar-vos o mais es-
baile E que baile encantador! quantos feiu-
sencial. . , eos' que magia:I que jardim delicioso! que
De feito o Santos teve razão de se queixar de ali foi tudo contentamen-
lhe multidàoencautadoral
mim pela falta que commetti; mas nãoo quiz to, tudo
laço prazer....
eu dar o meujbraço a torcer enião, que
positivamente a:;vos todas, pedindo-vos que me E-a donzella passeava.
perdoeis esse crime, que creio nao vem
classih- Ao lado do amante seu, .-. - ..
do Do baile pelo jardim,
cado no nosso código penal, criminal ou e a pro- ¦ ¦ -

Qual formoso cherubim,


.

hn-
cesso—e o peior é qüe quiz dizer amor,da tal sê-
eua me não ajudou, porque a respeito Pelas campinas do Céu. (1)
nhora justiça y^er^^JíaiUo-, comcega, quanto ella Ro dia 98 » aristocrático Cassino, rival de
nao lhe
seiacá do nosso sexo; mas como deé cego gloria do Campestre, se apresentou lambem ne-
ciuero graças-porque bordoada quando dio e fulgurante. Descrever sua grandeza e pro-
- não mata'aleijai.... mas deixemos o Santos em fusão, a magia das bellezas que o adornarão, e os
e entremos
santa paz e a tal mulherzinha-homem,os nossos re- lindos e vaporosos toilettes que Ia eu vi, seria um
em matéria como costumão dizer nunca acabar; o espaço que me é concedido
nresentantes da nação que supponho estão com se nesta folha é pouco para tanto. Este baile foi
vezes
paralisia na lingua, visto que a lão poucas
ao vos muito" concorrido, porque é usança dos amadores
teem reunido.... Rompamos marcha que serem mais assíduos do segundo baile em diante.
importa,
'1- e lá vou eu.... _ — O nosso theatro lyrico deixou campo aberto
Nesta quadra de defluxos e de constipaçoes ás sociedades cantantes e bailantes, até que sab-
foi S M o Imperador accommettido de umaíorle a semana bado nos deu o—Macbelh—que repetiu na quar-
defluxãô,que o privou de vir á corte
noticia do seu encom- ta-feira desta semana. A signora Zecchini, digao
passada. Ao espalhar-se a se eons- embora o que quizerem os seus desatíeiçoados,
modo o coração dos seus fieis subditos
tcrnoir felizmente porem o nosso adorado mo-
•¦•"""
(1) Gomes de Souza.

.X<i.

fe >ém \

Á,
¦*».' j«um
*

— 173
f
na explicação: em o outro numero serei
cantou bem, c cada vez vai a melhor, Mas! que perder
estas mais prolixa.
v:eb negro me encobre o coração ao traçar sce-
o
linhas!'... Lá pagou o tributo da Natureza
noçrapho que de ha pouco abordou as nossas CHARADA.
Hospitaleiras praias.... E como não, se....
"dia ~ " -^ÂA
Em vão querereis que ao 7™"" Das cinco sou a segunda y^ _^
Jamais a noite succeda, E a terceira sou do—ser s
Que ao braço da morte impia
Tudo que vive não ceda. (1) E das sete irmãas que tenho ( ^
Não sou menos procurada \
O Sr. Labocella lambem soííreu um forte ata-
o meu es-
que de aslhma, segundo me affirinou
eulapio, que com as febres da quadra, vive Assim fazia o estudante j
iruma dubadoura, e só me appareee por nula- Quando alguma conclusão f o
e se ainercic da De algum livro elle queria 1
grei Deus o ponha de todo bom,
alma do finado. Para sua illustração ]
— Mais feliz, porem, que quantos cantores
s< enographos e cantoras tem vindo ao Rio de
janeiro,o decantado iiigroinanlc Kerr Alexander, Despe essas vestes mundanas,
e acaldeiriaha,
que também esteve enlre a cruz fez elle ultima- Ah 1 sobe ao lugar que é teu.
continua nas suas feitiçarias. lá
Não deve existir na terra
mente bichas na garbosa Petropolis, em preseii-
ca de SS. MM. II. e nade um luzilo concurso de Quem para-um anjo nasceu.
Senhores
pessoasVa quem os mesmos Augustos as Bellona.
se dignarão de convidar para assistirem
'zas
proe-
do egrégio nigromante, depois das quaes
houve um esplendido baile. Bem me diz o velho
Santos que o feiticeiro falia com o diabo á meia
roí te. WSTfiKIOSDKLFLATA. (*)
No hotel de França, lá na mesma Pelro-
ires pessoas
polis, outro baile derão também servido e re-
respeitáveis, o qual foi muito bem Com o mundo começou uma luta que só
utíiò muila gente.... com o mundo mesmo acabará, não antes:
a do homem contra a natureza, a do espirito
E não me ia esquecendo do melhor?... contra a matéria, a da liberdade contra a
forte cabeça é a minhal —No domingo 25, as- fatalidade. A historia não é outra cousa que
a relação desta interminável lueta.
sislfHiO! acanhado theatro de S. Januário á re-
drama do insigne Sr. Mendes Michelkt, Historia de França.
prcãerítaèão do
Leal—Os Dous Renegados,—em que fez o papel
de Samuel o nosso João Gaelano. O drama foi NOVAS PERSONAGENS.
em geral muito bem desempenhado, e convida-
movos a todas para assistirdes á sua nova re- ão longe da quinta de Maza, em uma
ii esentação, logo que ella tenha lugar. pequena casa, cercada de lindos jar-
E que mais me resta a dizer-vos?... Por mais dins, morava o coronel Rojas com a
ira tos q\\Q dè á imaginação nada encontro de sua filha Emirèna: era o coronel, um
notável a mencionar-vos, a não ser que ã recon- .„ antigo veterano da guerra dá iiide-
truecão do theat o de S. Pedro progride rápida- pendência, cujos serviços eslavão sepultado» no
mente, e que esta obra que, a meu ver, é sob e- mais profundo esquecimento.
maneira magestosa, é mais um padrão de gloria São onze horas da noite, do dia assás fecundo
para aquelle que a dirige. em acontecimentos que já narrámos.
Dêusi) guarde, epermitta que em breve veja- O coronele sua filha, porém, ignorão aseou-
raios abertas ao publico as portas d'esse templo sas que nós lemos referido ao leitor; fechados
"•dá
ai té. . ' ¦, sempre em casa, longe de toda relação, servidos
apenas uma velha indígena da costa da Pa-
Er basta... que a não querer impingir-vos ai- tagonia, por a visita do Maza é a única que m-
o não é joven
gujnã noticia da meia noite, que próprio daquella casa.
do meu sexo, nada encontro nos meus aponta- terrompe o silencio
mentor àgnoMe-ser mencionado... Ferido por um desses pezares incuráveis, an-
te os quaes até o decorrer do tempo é inútil, o
Antes porem de dizer-vòs o adeus do costume, coronel Rojas falia pouco ; e essa negra desola-
vou offereccr-vos um presente que ainda vos não o consome, imprime em torno delle
fez esle jornal, cque eu o guardei para o fun por uma atmospheração que
glacial, que faz expirar nos la-
MM aqui melhor collocaclo. bios da joven Emirena o innocente sorriso dos
E' unia charada, um valicinio realisado!,.. seus désesete annos.
v não continuo a escrever mais para me não São pois nove horas da noite, no momento em
que acabamos de introduzir o leitor ao conheci-
(il Gomes de Sóaza. mento destaá novas personagens.

(*] Vide o n. 21, Á


WÈ ,-'«,
*.:.-:
$

\.t

17/i— . A
injustiça que preside sempre nos juízos das mu-
na sala
coronel e sua filha estão reunidos regular, cujos icresaue estão apaixonadas.... por issolexe
,le visitas; é esta uma habitação lun- sorriso irônico lhe animou «im instante as som-
moveis já usados, porem cuidadosamente o me- brias feições, e sacudiu a cabeça em ar de quem
Ts revclão o asseio da dona da casa ; de ílÍ7
"*""

SoVado no que ali ha, é um rico p.am. V Menina, tu não pensas no que dizes, nem
mula- mas -fa||as, porque queres
MáTe um magnífico vaso demilporcelana, dores, viçosas, assim o acreditas,
de
$ES ScZes, carregado dar pasto á tua impaciência 1
°TSlCnSnesa Com eíieito, Emirena e o. joven Maza, ama-
de costura, borda Emi- vW-sedesde osprimeiros diaseda adolescência;
ilencio, e o seu perlil suave c encan- Ügavãòrseiis corações pertencia
venáem ligeira cor de a^ffeiçáo que
uZ eslá assombrado por uma ainda. ao numero daquellas que plantadas no albor da
Sínco ia nue a faz mais interessante o vida comnosco crescem, arreigão-se, formando
Com ,«a lorestação esteja adiantada para narlè de nós mesmo, e liltrando toda a existen-
de uma
inver. o c«a traia um vestido branco, su- cia que nos anima.... era uma dessas affeiçoes
St ficvivel e vaporosa, estreitamente com uma lar- que nem o tempo, nem a períidia, nem demônio
cintura, aViim dos que perseguem os amores castos,
JSna £ e elegante po-
diao vence-la ou exterminada nos seus corações.
Poucos momentos se passarão ainda,eo joven
i.nlão0suas sedosas trancas nao acrnia.j^&jg se apresentou aos seus amigos; o seu
eaWa sem ser capitão
delineada testa: Emirena nobre rosto exprime tao bem as emoções quea
asilarão a sua alma, que ao apresentar-lhe
mão o coronel não pôde deixar de reconhece-lo,
e dbse-lhe:
E então, capitão, o que ha cie novo ? que
is;.s da nossa incultaPampa, ao seulmr!?.
• % 1! Pvolusiva das Porlenhas; reuni a isso, lhe aconteceu
Snda pe^àrb
Oh! não c nada, coronel, respondeu o
coroados de largas
seuscLSs Sra«de* olhos
<f .f pardos
<>,.e«ulares e nobres, sua moço, Nada4? procurando sorrir-se nao e
um aban- não senhor, isso possível;
llSiui^S&Oso, seu rosto me diz ocoutrario—temos algum gra-
J íüMll 1. candura <ees-ahi typo ""^-Teiíanfo0
!v o ve acontecimento.... :.'¦_ .
a sua fcnsibilidade.e occidental do Plala. Emirena que á entrada do capitão quer fingir
Hs mulheres da banda um ar frio e reservado, tão depressa ouve as
movimentos
ÜÜcena impaciência nos palavras de seu pai, e observa que o rosto de
dtí&S aTmais li?eiro f^fS^ enganada a Ramon denuncia penosas emoções, a bella me-
n n cabeça olha para a porta, mas at.ençao ao nina esquece tudo, e procurando o olhar do seu
toda
sua eSca o?na a prestar não adevmha ja um se- bem-amado parece dizer-lhe: '
sêu WmA: Quem Soííramos juntos. . .
^'SotnTcom as mãos nos bolsos do seu pa- Ramon sabe que golpe vai desfechar no cora-
"sseia ás vezes le- ção do coronel, e confuso não atina o começo ca
l,.ot o em silencio também, em, mj-re- fatal noticia que temia dar.... senta-se junto de
se íitão
SPa caSae seus olhos Emirena, o coronel em frente de ambos e em todos
,,ato de mulher que ^P^^e^m tres, mudos, £ irresolutos ficao si-
veo preto, nao ue
dé* pailidos,
nu? coberto de um espesso depois de ai- lencio. ,
";v nmeber as feições; o coronel, falia e.o coronel.
estremecia lodo O primeiro que
ns e«undos de abstracçãotrasbordava do co- Falle capitão; o senhor bem sabe que tu-
IpurnSido abafado lhe sobre o peito, se- do quanto é da sua família me interessa, talvez
í râo è dSva cahir a cabeça mais que os meus próprios negócios.... ataimlia
3ndo%e
gumav y
a mais absoluta prostração. __ está ligada ao meu caro Alsina, e para mim
nnntftmolar < que
uma segunda família. ^Aa\u
Vou satisfazer o meu amigo, responde Ma-
za, porem de ante-mão arme-se de coragem e
de resignação. v ¦* vivo, ..
sem pos-
E por ventura estaria eu
suir a niais estoica coragem*! semtevar a resig-
som amortecido d«s s,nf9*aafJJ exclamou: nacãO até o mais requintado ponto?... oh! alie,
veio! falle meu joven amigo ; mais uma gota de fel
^&ÊÊ^AÍIÍ1 ílo minhas amarguras ... e pouca cou-
reter contra o seu cos- na taça das
qi^o^dadeModerá sa falle; sou homem, sei soffrer! meu amigo,
M Conheço o caracter elevado do
¦

mme rtnn n nnroveitando o ensejo


mas a noticia que vou dar-lhe é terrívell excla-
Oh! já vejo que se trata de Alsiiua!
ma Rojas, e seu rosto se cobre de Vivida pailide/.
Emirena toma a palavra. '!
alguma P?^3; ^;°sa soc.ea SedadSé oe tão triste! E' alçuma má noticiado Dr. Aísina?!
de aqui vir?., a no
Ahi senhora, uma noticia bem infausta....

j^^a*---. ~
-175-

meu cunhado está no Ponton.... minha mana, era uma nodoa no seu nome.... era um oppro_
desembarquei-a hoje.... lá está cm casa! brio para a sua familia! Mas hoje, debaixo da
Ah! exclamou Emirena cruzando as mãos ívranuia de Rosas, cruzar as cadèas e ser agri-
sobre o peito. Piedade, meu Deus! meu Deus, lhoado é uma honra. São os martyres da revo- •-»=.

s vellai sobre elles!... E duas lagrimas lha cor- iução, cujos nomes
rem pelas faces. grava em letras de ouro o
Preso no Ponton ! repete Rojas depois de buril do historiador.... Entramos na senda dos
uma pausa. Mas tomo ?! perseguidos.... e quem sabe até onde chegará a
Atraiçoado! vendido! retorna Maza. vingança de Rosas!...
Miseráveis ! cobardes! dizia Rojas, Ire- Ah! que porvir! que porvir se prepara
mendo ligeiramente, e alisando os largos e rui- para essa triste-moçidade!... j]y ^
vos bigodes, encrespados de raiva. Seja qual for saberemos lutar!
! Depois essa cólera
pasmou, e uma lagrima ro- Yamos, disse Rojas levantando-se; vamos
lou nos olhos do velho soldado: e disse com voz
. mal segura pela emoção. ver a Sra. de Alsina !
•— AÍsina preso no Ponton! Alsina carregado O coronel, Emirena e Ramon, depressa atra-
de ferros e sumido\\\\m lobrego Ponton! Esse veSbárão o espaço que separava as duas quintas,
coração tão nobre, t|p generoso, tão leal para e D. Antoi^viu-se rodeada de amigos devota-
os seus amigos!... Essa cabeça tão intelligente, dos! recebendo os cuidados mais ternos que
tão bella, tão esperançosa para a pátria! esse mais supremas
homem tão virtuoso, abysmado no logar que a possue a familia, as consolações
horas infaustas
justiça fmmana marca como o purgatório do cri- que nos dispensa a amizade nas •Vi
me! Ah! Rosas! é esta a tua obra de restaura- dá vida!
cão ! é este o systema que tu proclamas—fede- Já era muito tarde quando separárão-seaquel-
fal! Oh! quanto seria bemdita do Eterno a mão
te atravessasse esse ímpio coração !... Ias duas famílias, que o infortúnio começou a li"
que reunir em um só
Rojas cruza os braços sobre o peito, e curva gar, e que o amor promettia
siía fronte pallida, onde o sabre hespanhol dei- laço com a união de Ramon e Emirena.
xou uma profunda cicatriz, como unia coroa de
martyrio—ao nobre guerreiro dé Maio. (Continua.)

Ramon e Emirena, mudos e contfistados, tro-


cão tristes olhares, e nem se atrevem os seus
lábios a um brando sorriso de amor!
Com este numero damos ás nossas assignantes
Ah! triste mocidade a nossa! tristes amores e valsa^intitulada—as la-
murchou! infelizes, uma simples pequena
que a poscripção pares
cujo leito nupcial foi pela mor parte a friaje ne- grimas da amizaoe—limitada offerenda, mas
gra sepultura! Constância inútil que só recebeu permitlí que demos este fiel testemunho de ve-
o galardão da morte! neração a memória da Exm. Sra. D. Emilia Dulce
Ah! quantos sonhos queridos esvaecidos pela Moncorvo de Figueredo, nossa sempre pranteada
mais acerba decepção! quanta suave esperança coilaboradora e amiga sincera. É sua á composi-
dissipada pelas balas dos soldados de Rosas! —tão triste, tão sentimental..., e
calcado ferros dos ção desta valsa
que de brilhante porvir pelos
ferozes lanceiros de Oribe!... Pobre mocidade! feita no meio de sua prospera e virtuosa existen- %
— Paciência, meu coronel! disse Ramon. Na cia, rodeada de amigas, das caricias de um terno
época presente, não ha garantia possivel contra esposo, de e galas...!
a perseguição política! iVoutro tempo era ura prazeres
de/.ar para o homem de honra ir ter écadêa.... Foi um anjo que subio ao seio de Deus.

IflL s ViiL

de «n lindo figurino de melhor


PUÕnã*. tonos os Dom»GOS; o primeirq numero do cada me* ™ò'acompanhado
brasileira, romances trancei cm mue.ca
to| em Paris, e os outros/seguintes de um engraçado lundu ou lerna modinha
moldes e padrões de bordados. a
„ w c* \r.rTrrcTrn' r-
e i,omp,
Coímp n.
n iu,
70. a.
A. *.
e *?
f. Desmarais n.>80, Monche n. 87
Subscreve-se para este. jornal nas casas dos Srs. Y\allerstei>
rua do Ouvidor; e na Typographia de Santos e Silva Júnior, rua da Carioca n."qualquer 32.
das casas monc.onadas.
Toda a qoauEsâaWcu é dirigida em carta fechada á Redactora em chele a
Províncias.
Prego da Assignatura : Por tres mezes 3U000 rs. na COrte, 4U000 rs. para as
Os trimestres contão-se cm Janeiro, Abril, .lullio e Outubro, e pagão-se adiantados.

Rio de Janeiro—Typographia de Santos & Silva Júnior, Rua da Carioca n. 32.


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