Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Nos próximos 30 minutos, quero compartilhar com vocês duas dádivas especiais que
vocês podem conceder a seus missionários ao ministrar a eles por meio de amor e
orientação. Essas dádivas são entender plenamente o propósito deles como
missionários e aprender a planejar para alcançar esse propósito.
Essas dádivas não apenas os abençoarão durante a missão mas também por toda a vida
deles, depois que tiverem terminado a missão sob sua liderança. Essas dádivas os
tornarão melhores maridos e esposas, pais e mães, vizinhos, líderes da Igreja,
empregadores, empregados e pessoas.
Convido-os a serem pacientes com seus missionários à medida que eles aprendem a
tirar proveito dessas duas dádivas. Como uma criança que está aprendendo a andar,
um jovem que está aprendendo a jogar futebol ou alguém que está aprendendo a tocar
um instrumento musical, leva tempo para aprender a usar essas dádivas de modo
natural. Lembrem-se de que o aprendizado inclui praticar, falhar e então praticar
novamente.
“Estimado missionário,
Após Sua ressurreição, Jesus Cristo apareceu a Seus discípulos e ordenou a eles:
‘[Fazei discípulos de]’ (ver nota de rodapé a de Mateus 28:19) ‘todas as nações,
batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar
todas as coisas que eu vos tenho mandado’ (Mateus 28:19–20).
Você foi chamado por revelação por intermédio dos servos escolhidos de Deus para
auxiliar os apóstolos nessa grande obra de levar o evangelho de Jesus Cristo ao mundo
a fim de ‘fazer discípulos de todas as nações’.”2
Achei que seria útil analisar cronologicamente a declaração feita pelo Senhor acerca
de Seu propósito ao longo da história revelada. Não temos tempo para ler todas as
passagens relevantes, mas leremos o suficiente para ver que nosso indispensável
propósito missionário foi declarado desde o princípio dos tempos.
Livro de Moisés
Livro de Mórmon
Novo Testamento
Passamos então para o Novo Testamento, quando o Salvador mortal, antes de sofrer e
morrer por nossos pecados, declarou: “Aquele que não nascer da água e do Espírito
não pode entrar no reino de Deus”.6
O evangelho de Marcos termina com um mandamento similar: “Ide por todo o mundo,
pregai o evangelho a toda criatura”.8
Lucas termina seu relato do evangelho com uma mensagem bem semelhante proferida
pelo Salvador ressuscitado: “Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo
padecesse, e ao terceiro dia ressuscitasse dos mortos; e em seu nome se pregasse o
arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações”.9
No último capítulo de João, ouvimos a instrução muito pessoal dada pelo Salvador ao
apóstolo Pedro, quando o Senhor perguntou a ele: “Amas-me (…)?” Pedro respondeu:
“Tu sabes que te amo”. Essa pergunta e resposta ocorreram três vezes, e a resposta do
Senhor para cada uma delas foi “apascenta os meus cordeiros”, “apascenta as minhas
ovelhas” e “apascenta as minhas ovelhas”.10
Livro de Mórmon
Doutrina e Convênios
Vamos adiantar-nos agora até o século 19, quando a plenitude do evangelho de Jesus
Cristo, também conhecida como a doutrina de Cristo, foi restaurada. O profeta Joseph
Smith tinha 23 anos quando terminou a tradução do Livro de Mórmon, em junho de
1829. Nos poucos meses antes do término, nove seções de Doutrina e Convênios
continham chamados para o trabalho missionário. Cinco das seções — 4, 6, 11, 12 e
14 — começam essencialmente com o mesmo versículo: “Uma obra maravilhosa está
para iniciar-se entre os filhos dos homens”.
A Igreja foi organizada na quarta-feira, dia 6 de abril de 1830. Seis meses depois,
quatro revelações referentes ao trabalho missionário foram recebidas. Uma delas, a
seção 31, é uma das primeiras seções em Doutrina e Convênios contendo mais
detalhes sobre o trabalho missionário. Muitas outras seções destacam o nosso
propósito missionário e o mandamento de fazer discípulos de todas as nações.13
No entanto, também deve ficar claro que, no outro extremo do espectro, antes da
apresentação do manual Pregar Meu Evangelho em 2004, alguns presidentes de
missão se sentiam pouco à vontade em prover sequer um vislumbre do que os
missionários poderiam realizar por meio de um planejamento cuidadoso com foco nas
necessidades das pessoas e do estabelecimento de metas adequadas. Em outras
ocasiões, alguns líderes de missão e missionários chegavam a ter pavor de qualquer
forma de planejamento e estabelecimento de metas. Achavam erroneamente que o
planejamento e o estabelecimento de metas eram uma abordagem empresarial ou um
método indevido de pressionar as pessoas.
Entendam que o devido planejamento e o estabelecimento de metas são essenciais
para ajudar a estabelecer a Igreja por meio de um crescimento real. Seria justo dizer
que onde não há visão, metas, nem prestação de contas, geralmente há muito pouco
sucesso ou crescimento.
Além dos capítulos 1 e 3 do manual Pregar Meu Evangelho, nenhum outro capítulo
foi mais trabalhado em espírito de oração do que o capítulo 8, “Como posso usar o
tempo com sabedoria?” Os líderes de missão que aprenderem a ensinar o capítulo 8
com o devido equilíbrio entre o planejamento para atender às necessidades das
pessoas que seus missionários encontram e ensinam e o devido estabelecimento de
metas, abençoarão os missionários, os ramos, as alas e as missões por muitos anos
pela frente.
Em primeiro lugar, para aumentar a fé que seus missionários têm, sugiro que usem
como modelo e exemplo os missionários bem-sucedidos do Livro de Mórmon, como
Amon e os filhos de Mosias.
Uma experiência pessoal que tive há vários anos demonstrou profundamente para
mim a importância da fé, do planejamento, do estabelecimento de metas, dos convites
e da implementação dos planos, para ajudar as pessoas que nossos missionários
encontram e ensinam.
Há muitos anos, quando eu servia como jovem bispo na Califórnia, duas excelentes
missionárias de San Francisco estavam ensinando um casal muito influente, seu filho,
que frequentava a Universidade Stanford, e a filha, que estava no Ensino Médio. O pai
era consultor jurídico da empresa Standard Oil, agora Chevron. As missionárias
ensinaram todas as lições, mas, de repente, houve uma imensa oposição. Aquele
maravilhoso casal estivera frequentando uma igreja cristã local e tinha se
comprometido a fazer uma grande doação monetária para a construção de um novo
local de adoração. Quando os amigos descobriram que a família estava recebendo as
missionárias, inundaram a família com literatura contrária à Igreja. Amigos influentes
telefonaram para eles e os visitaram.
Depois que saímos da casa deles, as sísteres exclamaram: “Você foi maravilhoso!” Eu
respondi: “Não, vocês foram maravilhosas. Vocês percebem o que fizeram?
Ensinaram o evangelho a eles e os convidaram a ler o Livro de Mórmon”. E foi o que
a família fez. “Vocês ensinaram-lhes a orar a respeito de sua mensagem. Eles
aceitaram esse convite, colocaram-no em prática e, como resultado, puderam receber
suas próprias respostas do céu — respostas tão poderosas que eles não puderam negar
que sabiam ser verdade. Vocês ensinaram vigorosamente a respeito do dízimo e eles
adquiriram um testemunho desse princípio. Ensinaram a Palavra de Sabedoria e
permitiram que eles colocassem a vida deles em harmonia com esse princípio.”
Também cumprimentei as missionárias por terem pedido que duas fiéis irmãs da
Sociedade de Socorro visitassem a família e os acompanhassem à reunião
sacramental.
Os batismos que não fazem discípulos não estabelecem a Igreja com alas e ramos
fortes e não conduzem ao templo, deixando de cumprir o propósito do Pai Celestial
para Seus filhos.
Durante o tempo que passamos juntos, oramos, estudamos e trocamos ideias sobre
como poderíamos ensinar visando a conversão. Ambos tivemos a bênção de ver
alguns dos primeiros conversos já frequentarem o templo. Também vimos algumas
pessoas que tinham sido batizadas se afastarem. Era claro que onde um forte
compromisso era combinado com um ensino vigoroso, os conversos que cumpriam
esses compromissos tinham maior probabilidade de fazer e cumprir os convênios que
ensinávamos, e outros também.
Néfi ensinou: ‘E agora, meus amados irmãos, depois de haverdes entrado neste
caminho estreito e apertado, eu perguntaria se tudo terá sido feito. Eis que vos digo:
Não; (…) deveis, pois, prosseguir com firmeza em Cristo (…) [e perseverar] até o
fim, [e] eis que assim diz o Pai: Tereis vida eterna’ (2 Néfi 31:19–20).
Conclusão
A dádiva da vida eterna é o maior de todos os dons de Deus. Suas outras dádivas
incluem as duas que vocês podem compartilhar com seus missionários: a dádiva de
conhecer o propósito deles e colocá-lo em prática, e a dádiva de planejar e estabelecer
metas para cumprir esse propósito.
Como mencionei, quando seus missionários receberem e utilizarem essas dádivas, isso
vai abençoá-los na missão e durante toda a vida deles.
Reflitam um pouco sobre o fato de que vocês terão uns quatrocentos ou quinhentos
missionários que servirão em sua missão nos próximos três anos. Quando eles se
casarem e tiverem seus próprios filhos, o número de pessoas que serão abençoadas
pelo fato de seus missionários terem aprendido a importância de identificar seu
propósito e de usar o planejamento e o estabelecimento de metas para cumprir esse
propósito aumentará exponencialmente.
Intellectual Reserve, Inc. Todos os direitos reservados. Versão: 6/19. Tradução de Purpose and
©•2019
Planning. Portuguese. PD60009169•059© 2018 Intellectual Reserve, Inc. Todos os direitos reservados. Versão: 4/18.