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GRUPOS DE PERSEVERANÇA

Por José Cláudio da Silva*

Muitos têm perguntado: o que é um grupo de perseverança? Como funciona? É um grupo para
iniciantes? Quem deve participar? Quais os temas que devem ser abordados?

Vamos compreender lembrando os três momentos do Grupo de Oração:

O primeiro momento é o de preparação. Os servos que participam do núcleo de serviço devem


experimentar testemunhar e vivenciar a Efusão ou batismo no Espírito Santo. É
responsabilidade dos servos do núcleo a organização e preparação para não deixar para última
hora a distribuição dos serviços.

O segundo momento é o Grupo de Oração onde será aberto a todos os irmãos que sentirem o
desejo de participarem. É um momento onde os participantes experimentam a ação de Deus, e
suas vidas são transformadas pela Palavra de Deus e pelos grandes momentos de oração e
louvor.

O terceiro momento é o grupo de perseverança. Que será realizado em dia diferente do Grupo
de Oração. “Não basta despertar a fé e promover a experiência de Pentecostes. O fiel deve ser
conduzido ao crescimento e á formação. A evangelização querigmática deve levar à
evangelização catequética. O objetivo de toda evangelização é a formação da comunidade
cristã e ela só é formada com perseverança daqueles que foram evangelizados. Muitas vezes,
os Grupos de Oração são lugares por onde as pessoas chegam, passam, ficam algum tempo e
depois saem porque não encontram um alimento adequado à sua espiritualidade”. (Apostila
Grupo de Oração.)

Uma pessoa um dia me disse: “O Grupo de Oração é só isso?” No momento não entendi sua
pergunta, porque o Grupo de Oração para mim é um momento de encontro com Jesus. Depois
entendi que a pessoa necessitava de um alimento a mais para seu crescimento espiritual.

O grupo de perseverança não é para iniciantes e sim para aqueles que já fizeram seminários de
vida no Espírito Santo, Experiência de oração, estão fazendo Escola Permanente de Formação
e querem crescer na graça e no conhecimento do Senhor.

Como organizar um grupo de perseverança?

“Após a evangelização querigmática”… “as pessoas devem ser convidadas a participarem de


grupos menores, entre 20 e 30 participantes constantes, semanalmente, com dia e hora
definidos, onde serão formadas”. “Estes grupos devem ser acompanhados por servos
preparados para este serviço. O servo indicado para coordenar o grupo de perseverança deve:

“Ser pessoa de vida de oração bem ordenada, orante; ter visão clara do que é o grupo de
perseverança; ter carisma de pastoreio.” (Apostila Grupo de Oração.)

Um dos servos que participam do grupo de perseverança precisa participar do núcleo de


serviço do Grupo de Oração.
O grupo de perseverança tem fundamentação Bíblica.

“Eles eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na


fração do pão e nas orações” At 2,42.

Como diz a apostila do Módulo Básico (Grupo de Oração) os grupos de perseverança são
fundamentados em quatro princípios:

a)Doutrina dos apóstolos


b)Comunhão fraterna
c)Fração do pão
d)Oração
a)Doutrina dos apóstolos
A doutrina dos apóstolos é a doutrina da Igreja. Portanto, os grupos de perseverança devem
ser instruídos nos ensinamentos da Igreja, principalmente os contidos no Catecismo da Igreja
Católica,

Este ensino deve ser programado de tal forma que a doutrina seja ministrada de maneira
contínua, progressiva e sequencial, não aleatoriamente.

b)Comunhão fraterna
A meta é atingir o que se dizia dos cristãos: “entre eles não havia necessitados” At 4,34a. O
líder de cada grupo de perseverança deve promover ações que facilitem o relacionamento e o
conhecimento dos participantes.

c)Fração do pão
A eucaristia é o centro e o cume da espiritualidade cristã. O grupo de perseverança deve
incentivar a vivencia da Eucaristia e dos e dos demais sacramentos da Igreja. Nos grupos de
perseverança, o pão da Palavra deve ser alimento constante, portanto a “fração do pão”, a
partilha do pão, se reveste também da partilha da Palavra, sendo incentivada a leitura e a
reflexão partilhada das Sagradas Escrituras.

d)Oração.
O grupo de perseverança é parte do Grupo de Oração. Portanto, nele a oração deve ser como
é na própria RCC, com a manifestação dos carismas efusos. No grupo de perseverança, por ser
menor, há possibilidade dos exercícios dos dons de maneira mais aberta e possível para todos.

O Ministério de Formação nacional está elaborando um material com proposta de temas, que
será publicado no próximo ano, para os grupos de perseverança.

*José Cláudio da Silva é coordenador diocesano do Ministério de Formação da RCC Guaxupé e


membro do núcleo estadual do Ministério de Formação.
https://sites.google.com/site/trinauncaoapgorcc/apostila-03

Chamado
I-INTRODUÇÃO

1- Do pregador (nome, estado civil, grupo de oração)


(pedir oração)

2- Do ensino
a) Tema: CHAMADO
b) Itens:
b.1) Quem nos chama?
b.2) Por que nos chama?
b.3) Querígma e Catequese

3- Motivação

"É preciso começar com grande e firme resolução de dar-se inteiramente a Deus,
prometendo-lhe que queremos pertencer-lhe para sempre sem nenhuma reserva. Depois
renovar muitas vezes esta resolução." (S.Francisco de Sales)

II-DESENVOLVIMENTO

1- QUEM NOS CHAMA?

"As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço e elas me seguem." (Jo 10,27)
"Eu sou o bom pastor. O bom pastor expõem a sua vida pelas ovelhas." (Jo 10,11)

É o próprio Deus quem nos chama, nos convoca. A palavra convocar significa chamar para
ficar reunido, quando Deus nos chama, o faz para nos deixar unidos a Ele e aos irmãos.

Deus nos chama para sermos amados e alimentados por Ele, para recebermos a força que
vem do alto, para sermos Igreja. E como Igreja, após sermos amados, alimentados e
fortalecidos, sermos também enviados para a missão.

Lembre-se: Somente após você ser amado, alimentado e fortalecido é que será também
enviado para a missão.

É o próprio Deus quem nos chama, nos convoca. Ele nos convoca como comunidade,ou
seja, como Trindade Santa que é, Pai, Filho e Espírito Santo. Deus nos chama para sermos um
com a Trindade, com a Igreja e com toda sua história.

"Portanto, até que o Senhor venha em sua majestade e com Ele todos os anjos (cf. Mt
25,31) e, destruida a morte, todas as coisas Lhe forem sujeitas ( cf. 1 Cor 15,26-27), alguns
dentre seus discípulos peregrinam na terra, outros, terminada esta vida, são purificados,
enquanto que outros são glorificados, vendo "claramente o próprio Deus trino e uno, assim
como é"; todos, contudo, em grau e modo diverso, participamos da mesma caridade de Deus e
do próximo e cantamos o mesmo hino de glória ao nosso Deus. Pois todos quanto são de
Cristo, tendo o Seu Espírito, congregam-se numa só Igreja e n'Ele estão unidos entre si (cf. Ef
4,16)." (LG 49)

O chamado no Antigo Testamento

Deus no Antigo Tetamento chamou através da pessoa do Pai.

a) O chamado de Abraão

1. O Senhor disse a Abrão: “Deixa tua terra, tua família e a casa de teu pai e vai para a terra
que eu te mostrar.
2. Farei de ti uma grande nação; eu te abençoarei e exaltarei o teu nome, e tu serás uma
fonte de bênçãos.
3. Abençoarei aqueles que te abençoarem, e amaldiçoarei aqueles que te amaldiçoarem;
todas as famílias da terra serão benditas em ti.” (Gn 12,1-3)

A Renúncia

Deixa tua terra...

Deixa tua família...

Deixa a casa de teu pai...

A Promessa

Farei de ti uma grande nação...


Eu te abençoarei...

Eu exaltarei o seu nome

Tu serás uma fonte de bençãos

Abençoarei aqueles que te abençoarem...

Amaldiçoarei aqueles que te amaldiçoarem...

Todas as famílias da terra serão benditas em ti...

b) O chamado de Moisés
...em ediçã

O Chamado no Novo Testamento

Deus no Novo Testamento chamou através da pessoa do Filho.

No seguimento ao chamado de Jesus, observamos vários círculos concêntricos:

A multidão: Que um dia o aclamava, e logo depois pede a sua crucifixão (Mt 15,13);

5.000: Os que o seguem,porque lhes dá alimento que sacia sua fome (Mt 14, 20);

3.000: Os convertidos no dia de Pentecostes, que tiveram experiência do poder do Espírito


(At 2,38);

120: São os que oram juntamente com Maria, esperando a vinda do Espírito (At 1, 14-
15).Estão em oração, mas não fazem algo mais;

72: São os evangelizadores que percorrem as cidades e os paises levando a Boa Nova.
Pregadores incansaveis que estão cheios de zelo pelo Evangélio (Mt 4,23)

12: São os verdadeiros discípulos de Jesus, que se deixam moldar à imagem e semelhanç
de seu Mestre. Reproduzem o seu estilo de vida e põe em prática a palavra que escutam (1 Cor
15,49 e Lc 6,40);

3: Os preferidos: Pedro, Tiago e João, que o acompanham ao cume do tabor, mas também
na paixão em Getsêmani (Mt 17,1 e Mc 14,32-33);

1: O discípulo amado, que se recosta no peito do Mestre e não o abandona onde todos o
deixaram: a cruz (Jo 13,23 e Jo 19,26);

O desenho anterior é como um alvo em branco, no qual todos nós lançamos nossas
flechas. Onde posicionarias tua vida?

O Chamado na Igreja

Deus na Igreja chamou e chama através da pessoa do Espírito Santo.

a) Deus chamou

1. Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar.


2. De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda
a casa onde estavam sentados.
3. Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram
sobre cada um deles.
4. Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o
Espírito Santo lhes concedia que falassem.
5. Achavam-se então em Jerusalém judeus piedosos de todas as nações que há debaixo do
céu.
6. Ouvindo aquele ruído, reuniu-se muita gente e maravilhava-se de que cada um os ouvia
falar na sua própria língua.
7. Profundamente impressionados, manifestavam a sua admiração: Não são, porventura,
galileus todos estes que falam?
8. Como então todos nós os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna?
9. Partos, medos, elamitas; os que habitam a Macedônia, a Judéia, a Capadócia, o Ponto, a
Ásia,
10. a Frígia, a Panfília, o Egito e as províncias da Líbia próximas a Cirene; peregrinos
romanos,
11. judeus ou prosélitos, cretenses e árabes; ouvimo-los publicar em nossas línguas as
maravilhas de Deus!
12. Estavam, pois, todos atônitos e, sem saber o que pensar, perguntavam uns aos outros:
Que significam estas coisas?
13. Outros, porém, escarnecendo, diziam: Estão todos embriagados de vinho doce.
14. Pedro então, pondo-se de pé em companhia dos Onze, com voz forte lhes disse:
Homens da Judéia e vós todos que habitais em Jerusalém: seja-vos isto conhecido e prestai
atenção às minhas palavras.
15. Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, visto não ser ainda a hora
terceira do dia.
16. Mas cumpre-se o que foi dito pelo profeta Joel:
17. Acontecerá nos últimos dias - é Deus quem fala -, que derramarei do meu Espírito sobre
todo ser vivo: profetizarão os vossos filhos e as vossas filhas. Os vossos jovens terão visões, e
os vossos anciãos sonharão.
18. Sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei naqueles dias do meu
Espírito e profetizarão.
19. Farei aparecer prodígios em cima, no céu, e milagres embaixo, na terra: sangue fogo e
vapor de fumaça.
20. O sol se converterá em trevas e a lua em sangue, antes que venha o grande e glorioso
dia do Senhor.
21. E então todo o que invocar o nome do Senhor será salvo (Jl 3,1-5).
22. Israelitas, ouvi estas palavras: Jesus de Nazaré, homem de quem Deus tem dado
testemunho diante de vós com milagres, prodígios e sinais que Deus por ele realizou no meio
de vós como vós mesmos o sabeis,
23. depois de ter sido entregue, segundo determinado desígnio e presciência de Deus, vós
o matastes, crucificando-o por mãos de ímpios.
24. Mas Deus o ressuscitou, rompendo os grilhões da morte, porque não era possível que
ela o retivesse em seu poder.
25. Pois dele diz Davi: Eu via sempre o Senhor perto de mim, pois ele está à minha direita,
para que eu não seja abalado.
26. Alegrou-se por isso o meu coração e a minha língua exultou. Sim, também a minha
carne repousará na esperança,
27. pois não deixarás a minha alma na região dos mortos, nem permitirás que o teu santo
conheça a corrupção.
28. Fizeste-me conhecer os caminhos da vida, e me encherás de alegria com a visão de tua
face (Sl 15,8-11).
29. Irmãos, seja permitido dizer-vos com franqueza: do patriarca Davi dizemos que morreu
e foi sepultado, e o seu sepulcro está entre nós até o dia de hoje.
30. Mas ele era profeta e sabia que Deus lhe havia jurado que um dos seus descendentes
seria colocado no seu trono.
31. É, portanto, a ressurreição de Cristo que ele previu e anunciou por estas palavras: Ele
não foi abandonado na região dos mortos, e sua carne não conheceu a corrupção.
32. A este Jesus, Deus o ressuscitou: do que todos nós somos testemunhas.
33. Exaltado pela direita de Deus, havendo recebido do Pai o Espírito Santo prometido,
derramou-o como vós vedes e ouvis.
34. Pois Davi pessoalmente não subiu ao céu, todavia diz: O Senhor disse a meu Senhor:
Senta-te à minha direita
35. até que eu ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés (Sl 109,1).
36. Que toda a casa de Israel saiba, portanto, com a maior certeza de que este Jesus, que
vós crucificastes, Deus o constituiu Senhor e Cristo.
37. Ao ouvirem essas coisas, ficaram compungidos no íntimo do coração e indagaram de
Pedro e dos demais apóstolos: Que devemos fazer, irmãos?
38. Pedro lhes respondeu: Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de
Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.
39. Pois a promessa é para vós, para vossos filhos e para todos os que ouvirem de longe o
apelo do Senhor, nosso Deus.
40. Ainda com muitas outras palavras exortava-os, dizendo: Salvai-vos do meio dessa
geração perversa!
4l. Os que receberam a sua palavra foram batizados. E naquele dia elevou-se a mais ou
menos três mil o número dos adeptos.
42. Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, na reunião em comum, na fração do pão
e nas orações.
43. De todos eles se apoderou o temor, pois pelos apóstolos foram feitos também muitos
prodígios e milagres em Jerusalém e o temor estava em todos os corações.
44. Todos os fiéis viviam unidos e tinham tudo em comum.
45. Vendiam as suas propriedades e os seus bens, e dividiam-nos por todos, segundo a
necessidade de cada um.
46. Unidos de coração freqüentavam todos os dias o templo. Partiam o pão nas casas e
tomavam a comida com alegria e singeleza de coração,
47. louvando a Deus e cativando a simpatia de todo o povo. E o Senhor cada dia lhes
ajuntava outros que estavam a caminho da salvação. (At,2)

b) Deus chama

Fazer uma pregação querigmática usando a passagem acima, pois é uma forma de mostrar,
na prática, Deus chamando seu povo através de um servo do movimento eclesial Renovação
Carismática Católica.
2- PORQUE NOS CHAMA?

Sabemos que é Deus quem nos chama e o faz somente porque nos ama de uma forma
única e incondicional. Deus é Amor...fomos criados por amor e para o amor...por isto Deus nos
chama, para vivermos o Amor, com o Amor, no Amor e para o Amor.
Deus é fonte inesgotável que sacia nossa sede:

- Sede de amor
- Sede de vida
- Sede de luz
- Sede de caminho
- Sede de verdade
- Sede de paz
- Sede de santidade
- Sede de justiça

Sugestão: Dividir em grupos para desenvolver o tema: Do que mais Deus pode nos saciar a
sede? (Usar a Bíblia)

3- QUERÍGMA E CATEQUESE.
A evangelização como um todo é rica e tem três aspectos:

1. Profética: Palavra proclamada. O Anúncio verbal da Boa Nova. Todo anúncio através da
Palavra que a Igreja faz, entra na área de evangelização profética. Toda a Palavra proclamada,
toda palestra que damos com o objetivo de que conheçam e aceitem Jesus é EVANGELIZAÇÃO
PROFÉTICA.

2. Sacerdotal: Palavra celebrada. A forma mais bela que encontramos na evangelização


sacerdotal está na Liturgia Eucarística, onde está presente dois tipos de evangelização:
profética e sacerdotal

Ela é profética na liturgia da Palavra, é a primeira parte da celebração eucarística.


proclama-se a Palavra através do Evangelho, as cartas Paulinas, leituras do A.T.

A segunda parte da Eucaristia, forma a liturgia celebrada, a liturgia da Palavra celebrada,


vivida. Celebra-se a Palavra e realiza-se um memorial da Palavra. O memorial mais bonito por
excelência que temos na Eucaristia, onde se apresenta e se faz presente Jesus, vivo no
Sacramento da Eucaristia.

3. Régia: Palavra vivida. É a Palavra que se faz vida. É a palavra que eu vivo, é instaurar o
Reino de Deus. Viver a Palavra de Deus, é instaurar o Reino, onde a Palavra de Deus
transforma minha vida, minha sociedade, meu mundo econômico, político, social, financeiro,
cultural, educacional etc. Na evangelização a Palavra é vivida, é a instauração do Reino em nós.
Evangelização Profética:

- Querigma
- Catequese

Este dois aspectos são interdependentes mas são diferentes. Ambas as formas constituem
a evangelização profética. Não podemos ficar somente com a evangelização profética
querigmática, nem só com a evangelização profética catequética.

Não podemos dividí-las, nem separá-las, uma pressupõe a outra, não podemos dar uma só
coisa.

A proclamação querigmática nos leva à catequese como conseqüência, e esta não pode ser
dada sem antes assentar a base da proclamação querigmática primeiramente.

A proclamação querigmática é o primeiro anúncio de Jesus, é a primeira mensagem, a Boa


Nova de Jesus, é o próprio Jesus. A catequese é o ensino progressivo da fé. Deverá ser um
ensino constante, seguindo uma sequência progressiva.

O querigma é o forte badalo do sino e, o ressoar que vem depois é a catequese.

Querigma - Primeiro anúncio da Boa Nova.


Pelo querigma eu levo o evangelizado a nascer para a fé (Nicodemos)

Catequese - Ensino sistemático da fé.


Pela catequese eu levo o evangelizado a crescer na fé.

III-CONCLUSÃO

1- Resumo
2- Finalizar a formação
3- Chamado à ação
4- Oração final

Ajuda
Ajuda para o tema: Chamado

Apresentação do pregador

É muito necessário que o formador se apresente de forma clara e confiante, dizendo o seu
nome, estado civil, paróquia em que atua e pastoral em que atua.

Já que estamos falando de formação para a RCC, então você tem que dizer em que grupo
de oração você é servo e de qual paróquia. Cremos, não ser possível dar uma formação ou
pregação para a RCC, sem estar enserido na Igreja através de uma pastoral ou movimento...é o
que nós pensamos.
Apresentação do ensino

Esta apresentação tem que ser bem rápida e como preparação para a motivação.

Motivação

Finalidade: Mostrar a finalidade do estudo...porque o perseverante tem que ter aquele


estudo.
Aplicação prática na vida: Como o estudo pode ser aplicado na vida do perseverante.

A motivação deve ser feita através das frases de santos (as), com música, oração, louvor,
exercício dos carismas etc.

Oração: Senhor, estou aqui para atender ao seu chamado...me ajude a entender tudo o que
me for ensinado...e me mostre como aplicar os ensinamentos em minha vida...amém

CHAMADO

Não podemos nos esquecer que é sempre Deus quem chama e que este Deus é uno e trino,
ou seja, um único Deus, mas em três pessoas, constituindo assim uma comunidade na
Santíssima Trindade.
Deus nos chama simplismente por amor e para o Amor...foi pelo Amor que fomos criados e
n'Ele somos abençoados e recebemos vida.

Temos em nossas perseveranças pessoas chamadas por Deus de diversas formas...através


de retiros de conversão, seminários querigmáticos, participantes de grupos de oração que
sentiram ser o momento certo para serem servos, pessoas de outros grupos de oração que
não se adaptaram as normas e regra do outro grupo e querem fazer uma nova experiência,
pessoas de outros movimentos e pastorais que perceberam ter a identidade da RCC etc.

Temos também pessoas com diversos tipos de doênças no corpo, na alma e no espírito.
Pessoas que, após passarem por dez anos no espiritismo, fizeram um retiro de conversão
depois de três meses aceitaram ser perseverantes. Temos pessoas de fé morna que são as
mais difíceis de serem trabalhadas.

Por estes motivos é que a perseverança não pode ser um lugar apenas para formações e
sim um lugar também, e principalmente, para aproximarmos os perseverantes do amor de
Deus, e assim serem amados, alimentados e fortalecidos.

Nesta primeira apostila inteira, vamos aproximar o perseverante do amor de Deus.


3-Santidade
I-INTRODUÇÃO

1- Do pregador (nome, estado civil, grupo de oração)


(pedir oração)

2- Do ensino
a) Tema: SANTIDADE
b) Itens:
b.1) Santidade e Regras de Grupos de Oração.
b.2) Veneração.
b.3) Dinâmica (interpretação de texto)

3- Motivação

"Eu sou pequena demais para subir a rude escada da perfeição. Posso, apesar de minha
pequenez, aspirar à santidade". (Santa Terezinha do Menino Jesus)

II-DESENVOLVIMENTO

SANTIDADE E REGRAS DE GRUPOS DE ORAÇÃO

Talves seja o não diferenciar a santidade de normas e regras de grupos de oração um dos
maiores motivos de muitos servos permanecerem em seus pecados de estimação ou até
mesmo voltarem para vida velha.

Assim como o querigma deve vir antes da catequese, também a santidade, o aproximar o
perseverante do amor e Deus deve vir antes da normas e regras do grupo de oração.

Reflitamos as passagens bíblicas abaixo:

Mateus 23,27
Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Sois semelhantes aos sepulcros caiados: por fora
parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos, de cadáveres e de toda espécie de
podridão. (Falsidade).

Lucas 11,39
Disse-lhe o Senhor: Vós, fariseus, limpais o que está por fora do vaso e do prato, mas o
vosso interior está cheio de roubo e maldade! (Regras antes da santidade: Falso
comprometimento).

Mateus 23,26
Fariseu cego! Limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o que está
fora fique limpo. (Santidade antes das regras: Verdadeiro comprometimento).

Gálatas 5,1
É para que sejamos homens livres que Cristo nos libertou. Ficai, portanto, firmes e não vos
submetais outra vez ao jugo da escravidão. (Liberdade na santidade).

I Corintios 6,12
Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me
deixarei dominar por coisa alguma. (Livre arbítrio com responsabilidade e santidade).

Reflitamos agora a narração abaixo (história e nome fictícios):

José era um típico jovém da era moderna, cheio de vícios e de contaminações mundanas.
Certo dia, José foi convidado por alguns jovens, para fazer um retiro de converção, onde então,
foi-lhe apresentado Jesus Cristo.
José ficou maravilhado e dicidiu ser um servo daquele grupo de oração, ao qual foi aceito
de imediato em uma das células de perceverança. Em seu primeiro encontro na célula, José
ficou sabendo das normas e regras que aquele grupo tinha e nelas estava escrito que para ser
um servo ele deveria largar tudo que era mundano...infelizmente ele fumava, bebia e gostava
de "baladas". Mas a vontade de ser um servo era muito grande, então ele decidiu largar todas
as coisas do mundo em nome da sua vontade de ser servo.
Na primeira semana até que ele conseguiu, mas na segunda semana o vício foi mais forte e
ele deu uma "tragadinha" no cigarro. Pior foi na terceira semana onde ele ja estava fumando
como de costume e começou a beber como de costume também. Na quarta semana, José ja
não aguentava mais ficar sem uma "baladinha", então pegou seu carro e foi para uma cidade
bem distante e deliciou-se com o cigarro, bebidas, mulheres etc...tudo as escondidas...e assim
continuou.
Ao final de seis meses, José consegui o que tanto esperava, ser um servo daquele grupo de
oração que lhe havia apresentado Jesus Cristo. O mais interessante é que ele passou a ser um
dos pregadores do grupo.
Hoje, José prega em toda a diocese...as vezes chupa uma balinha antes da pregação para
quebrar o bafo de cigarro, ou até mesmo de bebida. De vez em quando ele é visto em outras
cidades curtindo uma "baladinhá"...mas ninguém se incomoda...talvés seja porque aqueles
que o veem, também fazem a mesma coisa.

Não basta apenas apresentar Jesus Cristo para as pessoas, mas se faz necessário introduzi-
las dentro de seu Sagrado Coração.

VENERAÇÃO

A razão pela qual uma pessoa ou uma coisa é objeto de culto pode ser-lhe intrínseca ou
extrínseca, anexa ou separada. No primeiro caso, o culto é absoluto; no segundo, relativo.

O culto absoluto dirige-se diretamente às pessoas, e o culto relativo é prestado às imagens


ou às relíquias, mas em razão das pessoas com as quais elas se relacionam, e é em última
análise a estas pessoas que as homenagens se dirigem.
Assim, o culto dirigido a Deus (adoração, latria) e o culto dirigido aos santos (veneração,
dulia) pode ser absoluto ou relativo. Há, pois, adoração absoluta e adoração relativa, e
veneração absoluta e veneração relativa.

Adoração absoluta:
- culto prestado a Cristo, (adoração absoluta, pois se dirige à Pessoa divina de Cristo);
- culto prestado ao Espírito Santo (adoração absoluta, pois se dirige à Pessoa divina do
Espírito Santo);
- culto prestado ao Pai (adoração absoluta, pois se dirige à Pessoa divina do Pai);
- culto prestado à Eucaristia (adoração absoluta, eis que sob as aparências de pão e vinho
está o próprio Jesus);
- culto prestado ao Sagrado Coração de Jesus, (adoração absoluta, pois há uma união
substancial entre Cristo e Seu Coração).

Adoração relativa:
- culto prestado a uma imagem de Cristo ou do Espírito Santo ou da Trindade (adoração
relativa, pois é dado à imagem imediatamente, a qual guarda relação com a Pessoa adorada
indiretamente);
- culto prestado à Cruz, (adoração relativa, pois não há uma união substancial entre Cristo e
a Cruz).

Por isso, o culto à Cruz prestado não pode ser absoluto, eis que se trata de cultuar
diretamente a Cruz e indiretamente Cristo que nela morreu para nos salvar. Entre Cristo e a
Cruz há uma relação, daí o culto a ela prestado ser relativo. Todavia, não se trata de mera
veneração relativa, pois a Deus (ainda que indiretamente, como é o caso), presta-se culto de
latria, culto de adoração. Em síntese, adora-se, sim, a Cruz, mas não da mesma forma que
adoramos a Eucaristia.

À Eucaristia prestamos adoração absoluta. À Cruz prestamos adoração relativa.

Veneração absoluta:
- culto prestado a Nossa Senhora, (veneração absoluta);
- culto prestado a São José ou qualquer outro santo, (veneração absoluta).

Veneração relativa:
- culto prestado a uma relíquia de um santo ou a uma imagem sua, (veneração relativa, uma
vez que se dirige apenas indiretamente ao santo e imediatamente tem como destinatário a
imagem ou a relíquia, que guardam relação – daí ser veneração relativa – com o santo).

Sugestão: Fazer uma pesquisa sobre relíquias e histórias de santos e santas e trazer no
próximo encontro.

DINÂMICA (INTERPRETAÇÃO DE TEXTO)


Dividir em equipes para fazer a interpretação dos textos abaixo.
As equipes pares ficam com o texto 1 e as equipes impares com o texto 2

a) Texto 1

Vocação: chamado de Deus


Vocacionados, são chamados antes de tudo à santidade
Vocação significa chamado: Alguém chama e alguém é chamado. Há uma ligação íntima
entre aquele que vocaciona e aquele que é vocacionado ou chamado. Quem vocaciona dá a
vocação e alimenta a chama do vocacionado.

A vocação, sem a qual nenhuma outra nos enriqueceria, é o chamado a existir, à vida. A
vida humana, segundo a Palavra revelada, é dom sagrado, precioso e sublime do amor de
Deus. Eis o que afirma a Bíblia: Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem e
semelhança". (Gen 1)

A Bíblia ratifica a Vocação à vida humana como Dom de Deus a cada pessoa e diz
categoricamente que "o Senhor Deus formou, pois, o homem do barro da terra, e inspirou-lhe
nas narinas um sopro de vida e o homem se tornou um ser vivente" (Gen 2,7).

A imagem bíblica deixa clara a procedência da vida humana, matéria trabalhada pelas mãos
do criador e pelo sopro vivificante do Espírito de Deus moldando à criatura humana em uma
unidade perfeita, distinta e diferente Dele, mas criada à sua imagem e semelhança.

Somos chamados à vida, ou seja, a sua, a minha, as nossas vidas são dons de Deus, nós
apenas as recebemos da gratuidade de seu amor. Mas... vida dada, vida recebida, o que fazer
com a vida? Só temos uma vida e precisamos usá-la bem.

É necessário canalizá-la, a partir da nossa liberdade, iluminada pela fé e em diálogo com a


Igreja, para objetivos que discernimos como "a vontade de Deus para nós" .Vocação é um
desígnio pessoal do amor de Deus para cada pessoa. Quando Deus nos chamou à vida, no seu
coração de Pai, Ele já guardava desde toda a Eternidade um estado de vida, uma graça para
enriquecer a pessoa e enviá-la à missão.

Vocação e missão se encontram estreitamente ligados. Por isso, o que importa é discernir a
vontade de Deus e abraçá-la. Se esta for o casamento, vamos assumí-la, se for o sacerdócio ou
a vida religiosa ou mesmo consagrados como casados, assumamos a postura de Maria: "Faça-
se em mim segundo a vossa Palavra"( Lc 1, 38 ).

Na grande vocação cristã há um chamado de Deus dirigido a todos: "sede santos porque eu
sou Santo". No Novo Testamento está escrito "a vontade de Deus é a vossa santificação".
Religiosos, padres e leigos vocacionados, são chamados antes de tudo à santidade.

Jesus nos ilumina para discernir a vontade de Deus, propondo o caminho do amor: "A
quem me ama eu me manifestarei". A vocação à santidade é para todos, ninguém está
excluído. No céu entra quem, aceitando o chamado de Deus, se deixa conduzir pelo Espírito
Santo e se assemelha, no coração e na prática da vida, a Jesus, aqui na terra.
Mas, vocação, no caminho da Igreja, é chamado de Deus, graça que enriquece o batizado e
o convida para uma consagração e uma missão. O primado do ser sobre o ter é o
reconhecimento do sentido da vida como o chamado do amor gratuito de Deus, como dom
livre e responsável de si mesmo aos outros em Cristo e na atitude evangélica de serviço de
Maria. Não fostes vós que me escolhestes mas eu que vos escolhi" (Jo 15,16).

b) Texto 2

No mês de novembro, uma das datas importantes do calendário litúrgico é a solenidade de


Todos os Santos. Os primeiros cristãos tinham uma forte convicção de que Jesus Cristo, o
Senhor, transmite-nos a santidade de Deus e santifica toda a humanidade. Esta convicção era
tão forte que os cristãos se chamavam de santos (At 26,10; Ef 3,8; Fil 4,21...). A celebração de
todos os santos situa-se neste contexto. Celebramos a santidade comum de todos aqueles
que, para além da morte, participam plenamente da Assembléia dos Santos, e com suas vestes
brancas, cantam hinos de louvor e ação de graças aos pés do Cordeiro (Apoc 7,2-14).
Mas a santidade não é só para os que já morreram. Todos somos chamados à santidade: "Esta
é a vontade de Deus, a vossa santificação" (1 Tes 4,3). Ela não é fruto do esforço humano, que
procura alcançar a Deus com suas forças, e até com heroísmo. É um Dom do amor de Deus
acompanhado da resposta do homem, que acolhe o dom, pois Cristo deu a sua vida pela nossa
santificação (Ef 5,25-26)

Jesus veio mostrar que o Amor de Deus por nós é incondicional: o Pai nos ama com o
mesmo amor que ama o Filho, e o Filho nos ama com o mesmo amor que ama o Pai. Não
devemos merecer nem ganhar este amor: é um dom , totalmente gratuito. É Deus quem toma
a iniciativa de vir ao nosso encontro, encarnando-se em nossa história. Em Jesus de Nazaré, o
Verbo de Deus se encarna e revela a face misericordiosa do Pai. Ele não exige que sejamos sem
falhas e limites. Simplesmente nos oferece sua misericórdia e nos pede que a acolhamos -
"Mas nisto Deus prova seu amor para Conosco: Cristo morreu por nós quando ainda éramos
pecadores" (Rom 5,8).

Isto significa que Deus, na sua misericórdia, nos chama à santidade. E o pecado não nos
impede de sermos santos. Jesus nos ensina que o homem que se reconhece pecador e que só
Deus salva está no caminho da Santidade (Lc 18,9-14). Deus ama o pecador. O pecado não
impede a Deus de nos amar, mas mostra que não amamos suficientemente a Deus: "E se não
formos fiéis, Ele ainda continuará fiel a nós, porque não pode negar a si mesmo" (2 Tm 2,13). O
Amor de Deus é sem limites, não conhece restrição, envolve tudo, é maior que qualquer
pecado: "Onde o pecado se multiplicou, a graça superabundou" (Rom 5,20). Assim, não somos
nós que fazemos a Santidade. Ela é dada por Deus, que nos santifica com nossos vícios,
pecados, traumas... Deus nos dá a graça de amarmos com nossa fragilidade, de fazermos o
bem agora, de servirmos ao irmão, de nos convertermos.

Deste modo, a Santidade não é fruto de um esforço de fazer perder o fôlego. É a


capacidade de ultrapassarmos nossas próprias condenações, de nos olharmos como olhar de
amor e ternura com que Deus nos olha, e continuarmos a fazer o bem no meio de nossa
fraqueza. É descer até as profundezas da humildade, reconhecendo a própria fraqueza e
pedindo a Deus a Graça da Santificação: "A minha graça te basta; o meu poder manifesta-se
plenamente na fraqueza, ... pois quando sou fraco, então é que sou forte" (2 Cor 12,9-10). A
força da Santidade vem na medida em que nos esvaziamos e damos espaço para o Espírito agir
e santificar-nos, pois santo é quem, ao saber acolhido incondicionalmente por Deus, aceita sua
fraqueza e deixa-se levar por Aquele que o ama.

Deste modo, neste mês em que celebramos a festa de Todos os Santos, vamos lembrar
também esta nossa vocação à santidade que deve se realizar a cada dia de nossas vidas, numa
atitude de acolhida à Graça de Deus e numa busca de viver de maneira coerente, como quem
acolhe a Graça. Vamos rezar pela multidão de santos e santas anônimos, que na rotina de seu
cotidiano constroem O Reino de Deus, tomando presente a Misericórdia na história pela
doação de suas vidas num serviço humilde, gratuito e escondido. E vamos pedir a Ele a graça
de, em meio as nossas fraquezas e pecados, sermos capazes de, cada vez mais, testemunhar a
santidade em nosso mundo.

III-CONCLUSÃO

1- Resumo
2- Finalizar a formação
3- Chamado à ação
4- Oração final
4-Discipulado
I-INTRODUÇÃO

1- Do pregador (nome, estado civil, grupo de oração)


(pedir oração)

2- Do ensino
a) Tema: DISCIPULADO
b) Itens:
b.1) Mestres e "O Mestre".
b.2) Um chamado para todos.
b.3) O discípulo perseverante.
b.4) Maria, a discípula mais perfeita do Senhor.

3- Motivação

II-DESENVOLVIMENTO

1- Mestres e "O Mestre"

Os mestres na antiguidade e os mestres de hoje

Dididir em equipes com o objetivo de criar várias listas de mestres do passado e do


presente, citando suas qualidades e defeitos.

Jesus o "Único Mestre"

“O caminho de formação do seguidor de Jesus lança suas raízes na natureza dinâmica da


pessoa e no convite pessoal de Jesus Cristo, que chama os seus por seu nome e estes o
seguem porque conhecem a sua voz. O Senhor despertava as aspirações profundas de seus
discípulos e os atraía a si, maravilhados. O seguimento é fruto de uma fascinação que
responde ao desejo de realização humana, ao desejo de vida plena. O discípulo é alguém
apaixonado por Cristo a quem reconhece como o mestre que o conduz e o acompanha.”
(Documento de Aparecida 277)

“Como discípulos de Jesus reconhecemos que Ele é o primeiro e maior evangelizador


enviado por Deus (cf. Lc 4,44) e, ao mesmo tempo, o Evangelho de Deus (cf. Rm 1,3). Cremos e
anunciamos “a boa nova de Jesus, Messias, Filho de Deus” (Mc 1,1). Como filhos obedientes á
voz do Pai queremos escutar a Jesus (cf. Lc 9,35) porque Ele é o único Mestre (cf. Mt 23,8).
Como seus discípulos sabemos que suas palavras são Espírito e Vida (cf. Jo 6,63.68). Com a
alegria da fé somos missionários para proclamar o Evangelho de Jesus Cristo e, n’Ele, a boa
nova da dignidade humana, da vida, da família, do trabalho, da ciência e da solidariedade com
a criação.” (Documento de Aparecida,103)
Fazer uma pregação querigmática usando o tema

2- Um chamado para todos

Todo Cristão é chamado a ser discípulo, aprender e entregar sua vida como aprendizado. E
que aprendizado? o de ser outro Cristo na terra; Porque o discípulo ele recebe instrução em
relação a quem lha dá. Portanto Jesus veio instruir a quem quisesse segui-lo, para que este
imitasse os seus passos e levasse a diante seus ensinamentos. Ser discípulo é muito mais do
que ouvir, é ouvir, compreender, aprender e viver.

A Igreja principal discípula

“A Igreja deve cumprir sua missão seguindo os passos de Jesus e adotando suas atitudes
(cf. Mt 9,35-36). Ele, sendo o Senhor, fez-se servo e obediente até a morte de cruz (cf. Fl 2,8);
sendo rico, escolheu ser pobre por nós (cf. 2 Cor 8,9), ensinando-nos o caminho de nossa
vocação de discípulos e missionários. No Evangelho aprendemos a sublime lição de ser pobres
seguindo a Jesus pobre (cf. Lc 6,20; 9,58), e a de anunciar o Evangelho da paz sem bolsa ou
alforje, sem colocar nossa confiança no dinheiro nem no poder deste mundo (cf. Lc 10,4 ss). Na
generosidade dos missionários se manifesta a generosidade de Deus, na gratuidade dos
apóstolos aparece a gratuidade do Evangelho.” (Documento de Aparecida, 30)

Chamados ao seguimento de Jesus Cristo

O chamado que Jesus, o Mestre faz, implica numa grande novidade. Na antiguidade, os
mestres convidavam seus discípulos a se vincular com algo transcendente e os mestres da Lei
propunham a adesão à Lei de Moisés. Jesus convida a nos encontrar com Ele e a que nos
vinculemos estreitamente a Ele porque é a fonte da vida (cf. Jo 15,1-5) e só Ele tem palavra de
vida eterna (cf. Jo 6,68). Na convivência cotidiana com Jesus e na confrontação com os
seguidores de outros mestres, os discípulos logo descobrem duas coisas originais no
relacionamento com Jesus. Por um lado, não foram eles que escolheram seu mestre foi Cristo
quem os escolheu. E por outro lado, eles não foram convocados para algo (purificar-se,
aprender a Lei...), mas para Alguém, escolhidos para se vincular intimamente a sua pessoa (cf.
Mc 1,17; 2,14). Jesus os escolheu para “que estivessem com Ele e para enviá-los a pregar” (Mc
3,14), para que o seguissem com a finalidade de “ser d’Ele” e fazer parte “dos seus” e
participar de sua missão. O discípulo experimenta que a vinculação íntima com Jesus no grupo
dos seus é participação da Vida saída das entranhas do Pai, é se formar para assumir seu estilo
de vida e suas motivações (cf. Lc 6,40b), viver seu destino e assumir sua missão de fazer novas
todas as coisas.

O Servo, o amigo e o irmão

Com a parábola da Videira e dos ramos (cf. Jo 15,1-8), Jesus revela o tipo de vínculo que
Ele oferece e que espera dos seus. Não quer um vínculo como “servos” (cf. Jo 8,33-36), porque
“o servo não conhece o que faz seu senhor” (jo 15,15). O servo não tem entrada na casa de seu
amo, muito menos em sua vida. Jesus quer que seu discípulo se vincule a Ele como “amigo” e
como “irmão”. O “amigo” ingressa em sua Vida, fazendo-a própria. O amigo escuta a Jesus,
conhece ao Pai e faz fluir sua Vida (Jesus Cristo) na própria existência (cf. Jo 15,14), marcando
o relacionamento com todos (cf. Jo 15,12). O “irmão” de Jesus (cf. Jo 20,17) participa da vida
do Ressuscitado, Filho do Pai celestial, porque Jesus e seu discípulo compartilham a mesma
vida que procede do Pai: Jesus, por natureza (cf. Jo 5,26; 10,30) e o discípulo, por participação
(cf. Jo 10,10). A conseqüência imediata deste tipo de vínculo é a condição de irmãos que os
membros de sua comunidade adquirem.

Familiares de Jesus

Jesus faz dos discípulos seus familiares, porque compartilha com eles a mesma vida que
procede do Pai e lhes pede, como discípulos, uma união íntima com Ele, obediência à Palavra
do Pai, para produzir frutos de amor em abundância. Dessa forma o testemunho de São João
no prólogo de seu Evangelho:”A todos aqueles que crêem em seu nome, deu-lhes a
capacidade para serem filhos de Deus”, e são filhos de Deus que “não nascem por via de
geração humana, nem porque o homem o deseje, mas sim nascem de Deus” (Jo 1,12-13).

Doar a vida

Como discípulos e missionários, somos chamados a intensificar nossa resposta de fé e a


anunciar que Cristo redimiu todos os pecados e males da humanidade, “no aspecto mais
paradóxico de seu mistério, a hora da cruz. O grito de Jesus: “Deus, meu, Deus, meu, por que
me abandonaste?” (Mc 15,34) não revela a angústia de um desesperado, mas a oração do
Filho que oferece a sua vida ao Pai no amor para a salvação de todos”.
A resposta a seu chamado exige entrar na dinâmica do Bom samaritano (cf. Lc 10,29-37),
que nos dá o imperativo de nos fazer próximos, especialmente com o que sofre, e gerar uma
sociedade sem excluídos, seguindo a prática de Jesus que come com publicanos e pecadores
(cf. Lc 5,29-32), que acolhe os pequenos e as crianças (cf. Mc 10,13-16), que cura os leprosos
(cf. Mc 1,40-45), que perdoa e liberta a mulher pecadora (cf. Lc 7,36-49; Jo 8,1-11), que fala
com a Samaritana (cf. Jo 4,1-26).” (Documento de Aparecida, 131-135)

Parecidos com o Mestre

“A admiração pela pessoa de Jesus, seu chamado e seu olhar de amor despertam uma
resposta consciente e livre desde o mais íntimo do coração do discípulo, uma adesão de toda
sua pessoa ao saber que Cristo o chama por seu nome (cf. Jo 10,3). É um “sim” que
compromete radicalmente a liberdade do discípulo a se entregar a Jesus, Caminho, Verdade e
Vida (cf. Jo 14,6). É uma resposta de amor a quem o amou primeiro “até o extremo” (cf. Jo
13,1). A resposta do discípulo amadurece neste amor de Jesus: “Te seguirei por onde quer que
vás” (Lc 9,57).

O Espírito Santo, com o qual o Pai nos presenteia, identifica-nos com Jesus-Caminho,
abrindo-nos a seu mistério de salvação para que sejamos seus filhos e irmãos uns dos outros;
identifica-nos com Jesus-Verdade, ensinando-nos a renunciar a nossas mentiras e ambições
pessoais, e nos identifica com Jesus-Vida, permitindo-nos abraçar seu plano de amor e nos
entregar para que outros “tenham vida n’Ele”.
Para ficar parecido verdadeiramente com o Mestre é necessário assumir a centralidade do
Mandamento do amor, que Ele quis chamar seu e novo: “Amem-se uns aos outros, como eu os
amei” (Jo 15,12). Este amor, com a medida de Jesus, com total dom de si, além de ser o
diferencial de cada cristão, não pode deixar de ser a característica de sua Igreja, comunidade
discípula de Cristo, cujo testemunho de caridade fraterna será o primeiro e principal anúncio,
“todos reconhecerão que sois meus discípulos” (Jo 13,35).

No seguimento de Jesus Cristo, aprendemos e praticamos as bem-aventuranças do Reino,


o estilo de vida do próprio Jesus: seu amor e obediência filial ao Pai, sua compaixão
entranhável frente à dor humana, sua proximidade aos pobres e aos pequenos, sua fidelidade
à missão encomendada, seu amor serviçal até a doação de sua vida. Hoje, contemplamos a
Jesus Cristo tal como os Evangelhos nos transmitiram para conhecer o que Ele fez e para
discernir o que nós devemos fazer nas atuais circunstâncias.

Identificar-se com Jesus Cristo é também compartilhar seu destino: “Onde eu estiver, aí
estará também o meu servo” (Jo 12,26). O cristão vive o mesmo destino do Senhor, inclusive
até a cruz: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, carregue a sua cruz e me siga”
(Mc 8,34). Estimula-nos o testemunho de tantos missionários e mártires de ontem e de hoje
em nossos povos que tem chegado a compartilhar a cruz de Cristo até a entrega de sua vida.

A Virgem Maria é a imagem esplêndida da conformação ao projeto trinitário que se


cumpre em Cristo. Desde a sua Concepção Imaculada até sua Assunção, recorda-nos que a
beleza do ser humano está toda no vínculo do amor com a Trindade, e que a plenitude de
nossa liberdade está na resposta positiva que lhe damos.”(Documento de Aparecida, 136-141)

Chamados a viver em comunhão

“Jesus, no início de seu ministério, escolhe os doze para viver em comunhão com Ele (cf.
Mc 3,14). Para favorecer a comunhão e avaliar a missão, Jesus lhes pede: “Venham só a um
lugar desabitado, para descansar um pouco” (Mc 6,31-320. Em outras oportunidades Jesus se
encontrará com eles para lhes explicar o mistério do Reino (cf. Mc 4,11.33-34). Jesus age da
mesma maneira com o grupo dos setenta e dos discípulos (cf. Lc 10,17-20). Ao que parece, o
encontro a sós indica que Jesus quer lhes falar ao coração (cf. Os 2,14). Também hoje o
encontro dos discípulos com Jesus na intimidade é indispensável para alimentar a vida
comunitária e a atividade missionária.

Os discípulos de Jesus são chamados a viver em comunhão com o Pai (1 Jo 1,30 e com seu
Filho morto e ressuscitado, na “comunhão no Espírito Santo” (1 Cor 13,13). O mistério da
Trindade é a fonte, o modelo e a meta do mistério da Igreja: “um povo reunido pela unidade
do Pai do Filho e do Espírito”, chamado em Cristo “como sacramento ou sinal e instrumento da
íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano”65. A comunhão dos fiéis e das
Igrejas locais do Povo de Deus se sustenta na comunhão com a Trindade.

A vocação ao discipulado missionário é con-vocação à comunhão em sua Igreja. Não há


discipulado sem comunhão. Diante da tentação, muito presente na cultura atual de ser
cristãos sem Igreja e das novas buscas espirituais individualistas, afirmamos que a fé em Jesus
Cristo nos chegou através da comunidade eclesial e ela “nos dá uma família, a família universal
de Deus na Igreja Católica. A fé nos liberta do isolamento do eu, porque nos conduz à
comunhão”66. Isto significa que uma dimensão constitutiva do acontecimento cristão é o fato
de pertencer a uma comunidade concreta na qual podemos viver uma experiência
permanente de discipulado e de comunhão com os sucessores dos Apóstolos e com o Papa.”
(Documento de Aparecida 154-156)

3- Os discípulos perseverantes

Atos 2,42

A Seis Relações do Discípulo

a) Com Deus, como Pai


b) Com Jesus, como Mestre
c) Com o Espírito Santo, como Guia
d) Com os demais, como irmãos
e) Com as coisas, com liberdade
f) Consigo mesmo, como pessoa

Fazer uma cura interior

4- Maria, a discípula mais perfeita do Senhor

Maria, discípula e missionária

“A máxima realização da existência cristã como um viver trinitário de “filhos no Filho” nos
é dada na Virgem Maria que, através de sua fé (cf. Lc 1,450 e obediência à vontade de Deus (cf.
Lc 1,38), assim como por sua constante meditação da Palavra e das ações de Jesus (cf. Lc
2,19.51), é a discípula mais perfeita do Senhor157. Interlocutora do Pai em seu projeto de
enviar seu verbo ao mundo para a salvação humana, com sua fé, Maria chega a ser o primeiro
membro da comunidade dos crentes em Cristo, e também se faz colaboradora no
renascimento espiritual dos discípulos. Sua figura de mulher livre e forte, emerge do Evangelho
conscientemente orientada para o verdadeiro seguimento de Cristo. Ela viveu completamente
toda a peregrinação da fé como mãe de Cristo e depois dos discípulos, sem que fosse livrada
da incompreensão e da busca constante do projeto do Pai. Alcançou, dessa forma, o fato de
estar ao pé da cruz em uma comunhão profunda, para entrar plenamente no mistério da
Aliança.

Com ela, providencialmente unida à plenitude dos tempos (cf. Gl 4,4) chega o
cumprimento da esperança dos pobres e do desejo de salvação. A Virgem de Nazaré teve uma
missão única na história da salvação, concebendo, educando e acompanhando seu filho até
seu sacrifício definitivo. Desde a cruz Jesus Cristo confiou a seus discípulos, representados por
João, o dom da maternidade de Maria, que nasce diretamente da hora pascal de Cristo: “E
desse momento em diante, o discípulo a recebeu em sua casa” (Jo 19,27). Perseverando junto
aos apóstolos à espera do Espírito (cf. At 1,13-14), ela cooperou com o nascimento da Igreja
missionária, imprimindo-lhe um selo mariano que a identifica profundamente. Como mãe de
tantos, fortalece os vínculos fraternos entre todos, estimula a reconciliação e o perdão e ajuda
os discípulos de Jesus Cristo a experimentarem como uma família, a família de Deus. Em Maria,
encontramo-nos com Cristo, com o Pai e com o Espírito Santo, assim como com os irmãos.”
(Documento de Aparecida 266-267)

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