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ENCONTROS PARA COORDENADORES DE GRUPO DE ORAÇÃO

1. Apaixonados por Jesus


2. O nosso fundamento é a Adoraçã o
3. O chamado e o voluntá rio
4. Grupo de Oraçã o, o amor de Deus em Açã o
5. Missã o do Coordenador
6. Se vivemos pelo Espírito, andemos de acordo com o Espírito (Gl 5,25)

OBSERVAÇÃ O: apresentar os temas institucionais

TEMA I

Por Kátia Roldi Zavaris


Grupo de Oraçã o Vida Nova, Vitó ria-ES
Presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL

APAIXONADOS POR JESUS

No dia oito de setembro de 2014, a presidência do Conselho Nacional


da RCCBRASIL se retirou em Curitiba para orar e escutar o Senhor no intuito de
permanecer plenamente obediente à Sua vontade e aos Seus planos para a RCC
do Brasil. Foi um dia de intensa oraçã o diante de Jesus Sacramentado, onde Ele
falou profundamente aos coraçõ es dos presentes.

Primeiramente, veio a Palavra em Miquéias, capítulo 5, versículos de


1 a 3 que ao ser proclamada, evidenciou a palavra GOVERNAR. A partir desta
palavra, iniciou-se um momento de meditaçã o, aprofundamento, partilha e
oraçã o. E o Senhor disse: Eu desejo que vocês governem com paixão por mim, Eu
sou o Cristo! Apaixonem-se por mim! Eu desejo que vocês sejam apaixonados por
mim, que sou o Cristo. E alertou que “Governar por si mesmo é não estar em
comunhão com a espiritualidade”.

O Senhor enfatizou que a base da governança da RCC é a paixã o


profunda por Ele. Ser inteiramente apaixonado por Jesus Cristo significa também
olhar para o irmã o, vendo o Cristo nele e desejando sempre o melhor para ele.
Amá -lo, compreendê-lo e corrigi-lo fraternalmente, nã o sendo instrumento de
divisã o, inveja e egoísmo. Enfim, desejar sempre que o outro cresça porque o
amor a Cristo nos aproxima da Santíssima Trindade, cujo centro é a unidade e o
amor puro e verdadeiro.

Em seguida, fomos conduzidos pelo Senhor a uma nova experiência


do Seu amor e Ele nos mostrou que nã o devemos ser apaixonados pelas causas,
pelas estruturas ou por qualquer outra coisa que Ele nos inspire, mas que
devemos direcionar e ter como ponto principal de nossa governança, o amor e a
paixã o por Ele. “Não pelas causas. Essas coisas, Eu as trarei a vocês, estou dando a
vocês”, disse o Senhor. E começamos entã o a recordar de todas as realizaçõ es que
Ele tem concedido à Renovaçã o ao longo do tempo. Entretanto, é o amor por Ele
que deve mover a vida de cada um de nó s e a vida do movimento e assim,
permitir que Ele conceda a graça, abra os caminhos e faça nascer testemunhas de
Suas açõ es. “Deus é amor!” (IJo 4,16)

E o Senhor repetiu: Busquem primeiro a Mim e não as minhas causas,


apaixonem-se por Mim. Não são as causas que vos trarão vida e sim o meu Espírito
Santo. Busquem a vida de oração, Eu vos peço, busquem a vida de oração. Portanto,
o Senhor insistiu para que tenhamos uma vida contínua de oraçã o e uma
frequência aos sacramentos. Orar é estar com Deus. A consequência do chamado
é a santidade de vida. Como nos mostrou Santa Teresa D’Á vila, a vida de oraçã o
nos leva ao castelo interior, ao encontro pessoal com Jesus Cristo.

Eu desejo que vocês voltem ao primeiro amor! Eu desejo que vocês


retornem ao primeiro amor, para experimentarem o amor apaixonado que tenho
por cada um de vocês. Porque só nessa dimensão do amor que eu tenho por cada
um é que vocês terão condição de amar apaixonadamente a Mim e a todos aqueles
aos quais Eu vos enviar, afirmou o Senhor. A missã o da Renovaçã o é, portanto,
levar as pessoas a amarem a Jesus Cristo através do Batismo no Espírito Santo
que conduz a uma intensa experiência do Seu amor e a descoberta do verdadeiro
sentido da vida.

O Senhor também nos chamou a ficarmos atentos a dois pontos


cruciais: a falta de conversã o e o distanciamento Dele. A falta de conversã o
provoca um distanciamento, que leva à letargia e ao arrefecimento espiritual.
Isto leva à desuniã o e ao desentendimento dentro da vida cotidiana do
movimento.

E o Senhor afirmou que estava dando para a RCC do Brasil uma unçã o
muito especial do Seu Espírito Santo. E disse também que a hora da colheita se
aproxima e que a colheita deveria ser muita rá pida. Isto quer dizer: a
evangelizaçã o deve acontecer de forma rá pida e eficaz, tendo cuidado para nã o
nos desviarmos do Seu plano ao longo do caminho. Ele pediu que nã o tirá ssemos
os nossos olhos dos Grupos de Oraçã o e disse: “Lá está a terra da semeadura do
Meu Amor!”. O Grupo de Oraçã o é o amor de Deus em açã o! É o tesouro da RCC.

MAIS VISUALIZAÇÕ ES e PROFECIAS durante a Escuta:

1. O Senhor abria uma nova janela para a RCCBRASIL e, através dela,


entrava um vento muito fresco que ocupava todos os espaços do movimento, um
novo ar do Seu Espírito. Além desse novo ar, o Senhor dizia que derramava sobre
a RCC uma alegria incontida em servi-Lo. Estou dissipando do meio de vós o
Espírito de tristeza. Eu desejo saciar toda a sede do meu povo, vocês precisam estar
em minha presença e precisam dar testemunho, disse o Senhor.
2. O Senhor mostrava um caminho que levava a um campo onde havia
vá rias carniças com abutres que vinham para comê-las. Ele pedia que fô ssemos
até à s carniças porque elas nã o estavam totalmente destruídas, eram carnes
mortas, mas com esse novo sopro elas voltariam à vida. E repetiu, Levem o meu
Espírito a estas carnes mortas! Eu desejo que vocês resgatem pessoas que estão
mortas na vida espiritual. Eu darei vida nova a essas pessoas.

3. O Senhor mostrava o Seu sangue sendo derramado da Cruz e


percorrendo todo o Brasil. O Seu sangue purificava toda a extensã o do nosso
territó rio nacional, libertando, curando e protegendo.

Através dessa escuta, o Senhor confirmou a necessidade de se ter uma


vida orante, de voltar ao primeiro amor e de ser completamente apaixonado por
Ele. E afirmou que derramava um ar fresco do Seu Espírito sobre a Renovaçã o
Carismá tica Cató lica do Brasil. Ele reforçou que é tempo de conversã o de vida,
que a colheita se aproxima e o papel de cada um de nó s é resgatar as almas para
Ele, tendo como primeiro campo de missã o, os Grupos de Oraçã o.

Enfim, Deus fala e age através do Dom da Profecia, das Visualizaçõ es,
do Discernimento e de vá rias outras formas. Portanto, os frutos dessa Escuta
Profética realizada pela Presidência do Movimento sã o direcionamentos
preciosos para a vida pessoal e a vida do Movimento. Ser apaixonado por Jesus,
retornar ao primeiro amor para ter novamente o fervor espiritual de que o
mundo carece, sã o os pontos fortes de toda essa Revelaçã o Privada que nada
destoa do apelo que o Espírito Santo tem feito através do Sagrado Magistério da
Igreja, de modo particular, desde o Concílio Vaticano II, primavera para a Igreja.
TEMA II
Por Pe. Antonio José Afonso da Costa
Pároco de Nossa Senhora de Fátima - Todos os Santos - Rio de Janeiro
Assistente eclesiástico da RCC na Arquidiocese do Rio de Janeiro

O NOSSO FUNDAMENTO É A ADORAÇÃO

O PAI PROCURA ADORADORES

O dia 1º de junho de 2014 tornou-se um momento histó rico para a


Renovaçã o Carismá tica Cató lica. Nesse dia, no Está dio Olímpico de Roma, o papa
Francisco reuniu-se com representantes da RCC vindos de vá rias partes do
mundo, para um encontro de celebraçã o e oraçã o. Perguntado a respeito do que
desejava da RCC, o Santo Padre respondeu muito concretamente:

“...evangelizaçã o, ecumenismo espiritual, cuidado dos pobres e dos necessitados


e acolhimento dos marginalizados. E tudo isto com base na adoraçã o! O
fundamento da renovaçã o é adorar a Deus!”

Eis as prioridades do papa para a RCC! Certamente sã o as prioridades de


Deus para nó s: evangelizaçã o (uma evangelizaçã o “descomplicada”, que anuncia
Jesus Cristo vivo – o querigma – e que traz mudança para a vida das pessoas);
ecumenismo espiritual (apreciar junto com os irmã os cristã os de outras
comunidades nã o cató licas os dons que o Espírito Santo concede a todos nó s –
oraçã o, Palavra de Deus como direçã o de vida, louvor centralizado em Jesus
Cristo Senhor); cuidado com os pobres e marginalizados (acolher nos nossos
grupos aqueles que vivem nas “periferias da existência” – empobrecidos
financeira e socialmente, mas também empobrecidos da alma, pessoas feridas no
seu equilíbrio psíquico e emocional. Aqueles que ninguém quer, esses Jesus quer!
Esses, nó s queremos, e amamos!). E tudo isso fundamentado na ADORAÇÃ O.

O fundamento de uma construçã o é aquilo que, mesmo sem ser visto (pois
muitas vezes está afundado na terra), sustenta todo o peso da obra. Uma
construçã o bem projetada cresce em proporçã o ao seu fundamento; se o alicerce
é frá gil, ainda que a obra seja levantada, corre o risco de ruir e transformar-se em
escombros. Contudo, se o fundamento é firme, nã o há motivo para medo.
Precisamos aprender a crescer, cuidando em primeiro lugar de lançar firme
fundamento para aquilo que será feito. Segundo o papa Francisco, o alicerce de
toda a RCC deve ser do tipo mais está vel, capaz de suportar a grandeza da obra
que Deus deseja realizar em tantas e tantas vidas:

O FUNDAMENTO DA RENOVAÇÃ O É ADORAR A DEUS

Para muitas pessoas, a palavra ADORAÇÃ O parece designar apenas uma


forma de oraçã o em meio a tantas outras (louvor, sú plica, intercessã o, ...).
Contudo, se nos ativermos ao ensino bíblico, veremos que adoraçã o é muito mais
do que um momento em nossa prá tica de oraçã o; adoraçã o é um estilo de vida!
Esse estilo de vida, esse modo de relacionar-se com Deus, marca profundamente
o cará ter do adorador e transborda no seu modo de orar, de falar secretamente
com Deus. A adoraçã o acaba por tornar-se a tô nica, o tom, da sua vida de oraçã o.
E essa, por sua vez, transborda numa vida cada vez mais atenta à conduçã o do
Espírito Santo.

No capítulo 4 do evangelho de Joã o, vemos o Senhor Jesus Cristo demorar-


se em diá logo com uma mulher samaritana. Num primeiro momento, a conversa
avança confusa, visto que ambos parecem falar de coisas distintas. Contudo, no
versículo 16, Jesus entra discretamente na intimidade daquela mulher, que nã o
tem mais como esconder-se do Mestre que a interpela. Ainda assim, numa nova
tentativa, ela foge para um assunto considerado polêmico entre judeus e
samaritanos: onde deveria ser prestada adoraçã o a Deus, no monte do Templo,
em Jerusalém, ou no monte Garizim, na Samaria?

Jesus, entã o, surpreende-nos com sua resposta. Ele sabia que já era
oferecida adoraçã o a Deus, tanto no Templo, quanto no monte Garizim.
Conhecedor dos mistérios do coraçã o de Deus, Ele sabia que o Pai procura,
deseja ardentemente, nã o apenas adoraçã o, mú sica e brados: Ele procura
adoradores! Assim disse o Salvador:

“Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores hã o de


adorar o Pai em espírito e verdade, e sã o esses adoradores que o Pai deseja”. (Jo
4, 23)

Deus deseja adoradores! Ele deseja filhos que o conheçam e que confiem
em seus cuidados amorosos e que, por isso, reconheçam que o Senhor é digno de
incondicional rendiçã o. É realmente surpreendente que a Escritura nos ensine
que pode haver adoraçã o, ainda que esta nã o saia de um coraçã o adorador. Sim,
Deus pode ouvir nossos câ nticos, nossas palavras bem elaboradas, e ainda assim
nã o ter o nosso coraçã o. Um dia, através do profeta Isaías, o Senhor queixou-se
do seu povo:

“Esse povo vem a mim apenas com palavras e me honra só com os lá bios,
enquanto seu coraçã o está longe de mim e o temor que ele me testemunha é
convencional e rotineiro...”. (Is 29, 13)

Com esse lamento, repetido pelo Senhor Jesus (Mt 15, 8-9), nosso Deus
reclama nã o possuir a ú nica coisa que realmente lhe importa, nosso coraçã o. O
verdadeiro adorador luta por manter o seu coraçã o perto do Senhor, batendo no
seu ritmo, obedecendo a Sua vontade, dia a dia, passo a passo.

Se vasculharmos a Bíblia à procura das palavras que melhor combinam


com o conceito de ‘adoraçã o’ ou ‘adorador’, vamos encontrar algumas expressõ es
que se repetem e que parecem expressar as características de um coraçã o
adorador, da adoraçã o como estilo de vida. Entre essas palavras e expressõ es,
podemos destacar as seguintes:
Reverência – Temor do Senhor – Rendiçã o – Submissã o – Estar à disposiçã o –
Arrependimento – Sede de Deus – Temor de Deus

Poderíamos, através dessas expressõ es, encontrar o perfil de um


verdadeiro adorador. Olhe para elas, mais uma vez, e procure discernir qual a
intensidade desses traços de cará ter em sua vida.

A partir dessas pistas bíblicas, vamos tentar pintar o retrato do coraçã o


de alguém para o qual a adoraçã o é um estilo de vida:

- O verdadeiro adorador possui coraçã o de servo; sua disponibilidade para com o


Senhor envolve todos os momentos e ambientes em que vive: “Portanto, quer
comais, quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a gló ria de
Deus” (ICor 10, 31). O Concílio Vaticano II ainda nos recorda: “Assim, os leigos,
como adoradores, agindo santamente em toda parte, consagram a Deus o pró prio
mundo” (LG 34).

- Submisso à vontade de Deus, que ele busca conhecer através das circunstâ ncias
de cada dia, o verdadeiro adorador nã o se entrega ao ativismo, à agitaçã o ou à
ansiedade. Ele sabe que mais importante do que fazer muitas coisas é fazer a
vontade de Deus; dizer SIM à quilo que Deus lhe pede particularmente, a cada
nova jornada. Diz a Escritura que fomos criados “em Jesus Cristo para as boas
obras, que Deus de antemã o preparou para que nó s as praticá ssemos” (Ef 2, 10).
Nosso coraçã o deve estar de tal modo sintonizado com o coraçã o de Deus, que
sejamos capazes de discernir, aqui e agora, quais boas obras Ele espera que nó s
pratiquemos em seu Nome e da sua maneira.

- O verdadeiro adorador possui um santo temor de Deus. Temor de Deus é um


dos dons do Espírito Santo; talvez, em nossos tempos, peçamos muito pouco esse
dom. Mas a Bíblia afirma que “o temor do Senhor é o princípio da sabedoria”. Ou
seja: para que possamos agir com consistência, prudência e retidã o; para que
saibamos que passo dar a cada instante, é preciso que, em primeiro lugar,
estejamos vivendo em “temor do Senhor”. Certamente que isso nã o significa que
tenhamos medo de Deus, como se dele pudéssemos esperar algo de mau. Ao
contrá rio, o temor do Senhor é o medo de perder-se dele, de ferir o seu coraçã o,
de quebrar as obras de suas mã os. Aquele que vive em temor do Senhor se
aproxima das obras de Deus com reverência e delicadeza. Ele sabe que a mã o do
Senhor está sobre suas criaturas, e que o Espírito do Deus vivo coloca todas as
coisas em movimento. Por isso, ele evita julgar precipitadamente, maldizer,
“apagar o pavio que ainda fumega”. O adorador se aproxima de pessoas e
situaçõ es com prudência, para nã o feri-las e nã o destruir, assim, o que Deus já
está fazendo nos coraçõ es e nas coisas. O verdadeiro adorador “dá tempo ao
Espírito Santo”, para que Ele possa agir livremente. Quando você se aproxima
das pessoas, ou quando se envolve em qualquer situaçã o, suas atitudes e
palavras expressam temor do Senhor, ou seja, a certeza confiante de que Deus
está agindo e nã o podemos nos interpor a Ele? Ou suas atitudes revelam
precipitaçã o, desespero, atropelando, assim, a obra de Deus?
- O adorador é um sedento! Nosso Mestre e Senhor, Jesus, morreu pregado ao
madeiro da cruz experimentando uma profunda sede. Até o ú ltimo instante,
Jesus foi sedento! Certamente sua sede nã o foi apenas ou principalmente sede
física. Ele tinha fome e sede de fazer a vontade do Pai. O adorador deseja
corresponder a Deus todo o tempo; sua palavra para com o Senhor é sempre um
SIM generoso. Movido por essa sede, o adorador enfrenta, e vence!, a cruz, a dor,
a solidã o. Dizer ‘sim’ a Deus, ainda que em pequenas coisas, nos faz dar um passo
em direçã o a uma mais profunda concordâ ncia com o coraçã o do Pai. “Todo
aquele que faz a vontade do meu Pai que está nos céus, esse é meu irmã o, minha
irmã e minha mã e” (Mt 12, 50). Sede de Deus, sede de fazer a sua vontade, sede
de viver na terra o querer do Pai do céu, isso nos faz semelhantes a Jesus, que
ofereceu o sacrifício da perfeita adoraçã o no altar da Cruz.

- O verdadeiro adorador vive com o coraçã o quebrantado. Ele sabe o quã o


dependente é de Deus e reconhece que muitas vezes se debate na sua
autossuficiência. Por isso, o adorador experimenta constantemente a graça do
arrependimento. Tudo na vida cristã começa ou recomeça pelo arrependimento.
Enquanto procuramos culpados, unindo-nos à quele que a Bíblia chama de “o
acusador” (Ap 12, 10), estamos prisioneiros de nossa cegueira de nó s mesmos. O
Catecismo da Igreja Cató lica afirma que “a adoraçã o liberta o homem de se fechar
em si mesmo, da escravidã o do pecado e da idolatria do mundo” (2097). Quando
vivemos em permanente ‘estado de adoraçã o’, reconhecemos o quanto nos
afastamos dos propó sitos de Deus e aceitamos as reivindicaçõ es do ‘velho
homem’ que habita em nó s, o qual constantemente clama por seus direitos, dos
quais o ‘novo homem’ deve saber abrir mã o. O adorador, como Davi, sabe orar
dizendo “eu reconheço a minha iniquidade, diante de mim está sempre o meu
pecado” (Sl 50, 5).

- O adorador vive com o coraçã o cheio de profunda gratidã o a Deus. Ele sabe que
tudo que é e tudo que tem lhe vêm da parte do Senhor. Suas vitó rias nunca sã o
somente suas; sã o de Deus e daqueles que Deus colocou ao seu lado. Portanto, o
adorador sabe expressar gratidã o, nã o somente ao Senhor, mas também à queles
que o Senhor lhe confiou. Essa gratidã o é o antídoto contra o pecado da idolatria.
Se pudéssemos definir esse erro em poucas palavras, poderíamos dizer que
‘idolatria’ é a paixã o pelas obras de nossas mã os, que arranca do Senhor o lugar
de comprometimento exclusivo, que devemos somente a Ele. O idó latra dá mais
valor à quilo que suas mã os sã o capazes de realizar do que à quilo que Deus está
fazendo em seu íntimo; substitui o relacionamento com Deus por um
“relacionamento” com as coisas, inclusive aquelas que sã o feitas para Deus. É
verdade! Podemos ser idó latras quando substituímos um relacionamento vital
com Deus por um trabalho ou atividade, ainda que sejam feitos para Ele!
Contudo, se nosso serviço é fruto de uma profunda gratidã o a Deus pelo que Ele é
e faz em nó s, nã o seremos assolados pela idolatria. A pessoa grata nã o precisa
que alguém lhe ordene servir a Deus, pois ela nã o saberia fazer de outro modo.
Aquele que se sente agradecido nã o se nega a servir ao Senhor.

A liturgia da Missa, no início do prefá cio da oraçã o eucarística, nos oferece


uma belíssima liçã o. Ao proclamar o diá logo previsto com a assembleia, o
sacerdote, em determinado momento, diz:
Demos graças ao Senhor nosso Deus!

Ao que, todo o povo responde:

É nosso dever e nossa salvaçã o!

Dar graças a Deus, agradecer, nã o é somente nosso dever; é também


nossa salvaçã o! Quem aprende a agradecer, se salva. Quem nã o sabe agradecer,
se perde na amargura, no negativismo. Uma pessoa ingrata acaba por tornar-se
viciada em reclamaçõ es, críticas, pessimismo, afastando de si todas as demais
pessoas. Gratidã o nos renova intimamente, levando-nos a uma visã o positiva da
vida e das pessoas.

Agora, lembremos as palavras do papa Francisco:

O FUNDAMENTO DA RENOVAÇÃ O É ADORAR A DEUS!

Compreendemos que adoraçã o é mais do que deter-se alguns minutos em


oraçã o. Sem dú vida que esses instante sã o preciosos, pois selam nosso tempo e
nossa vida com o compromisso de uma dedicaçã o exclusiva ao Senhor, pelo qual
interrompemos outras atividades para servir no segredo de um amoroso diá logo.
Contudo, a oraçã o de adoraçã o deve transbordar ao ponto de nos tornar
adoradores, ou seja, pessoas transformadas pelo Adorado. Seria maravilhoso que
nossos grupos de oraçã o fossem escolas de adoraçã o, ou seja, lugares onde nos
encorajá ssemos uns aos outros a render a Deus nossa gratidã o, nosso
reconhecimento e, aos poucos, fossemos sendo forjados profundamente em
nosso cará ter. É bom que haja espaço em nossos grupos para diversas formas de
oraçã o: o louvor pelas maravilhas operadas pelo Senhor; a intercessã o pelos
sofredores; a petiçã o por nossas necessidades, que devem ser supridas em
Cristo. Mas é ainda melhor que o ‘tom’ de nossas oraçõ es seja um tom alto,
marcado pela adoraçã o submissa, rendida, reverente, sedenta. Afinal, de todas as
formas de oraçã o, a adoraçã o é a ú nica que durará para sempre. Como nos diz a
Escritura:

“Vi uma grande multidã o, que ninguém podia contar, de toda naçã o, tribo,
povo e língua: conservavam-se em pé diante do trono e diante do Cordeiro, de
vestes brancas e palmas na mã o, e bradavam em alta voz: ‘A salvaçã o é obra do
nosso Deus, que está assentado no trono, e do Cordeiro’. E todos os Anjos
estavam ao redor do trono, dos Anciã os e dos quatro Seres Vivos; prostravam-se
de face em terra diante do trono e adoravam a Deus, dizendo: ‘Amém, louvor,
gló ria, sabedoria, açã o de graças, honra, poder e força ao nosso Deus pelos
séculos dos séculos! Amém’.” (Ap 7, 9-12)
TEMA III

Por Marizete Martins Nunes do Nascimento


Grupo de Oraçã o Vinde e Vede – Goiâ nia-GO
Coordenadora da Comissã o de Formaçã o da RCCBRASIL

O SERVO CHAMADO E O SERVO VOLUNTÁRIO

INTRODUÇÃO

O SERVO POR EXCELÊNCIA

O nosso modelo de servo é Jesus Cristo. O livro de Isaías apresenta quadros de


Cristo como um Servo (Isaías 42; 49; 50; 52,13-53,12; 61).

A advertência de Isaías 42,1-4, citada em Mateus 12,18-21, é bem significante


para se entender corretamente a natureza de Jesus Cristo: "Eis meu Servo que
eu amparo, meu eleito ao qual dou toda a minha afeição, faço repousar sobre
Ele o meu Espírito, para que leve às nações a verdadeira religião. Ele não
grita, nunca eleva a voz, não clama nas ruas. Não quebrará o caniço rachado,
não extinguirá a mecha que ainda fumega. Anunciará com toda franqueza a
verdadeira religião; não desanimará, nem desfalecerá, até que tenha
estabelecido a verdadeira religião sobre a terra, e até que as ilhas desejem
seus ensinamentos." (Isaías 42,1-4).

As características acima servem de modelo para nó s.

Ele é um servo. O Senhor admira muito esta pessoa pois ela é quem ele ampara,
que foi por ele eleita, em quem derrama toda sua afeiçã o, a quem dá o seu
Espírito. Que interessante que a pessoa que o Senhor mais eleva é um servo!

Ele tem o Espírito. Em outros trechos também Isaías identifica Jesus como
aquele que tem o Espírito (Is 11,2; 61,1). Lembremo-nos do fato que no seu
batismo Jesus recebeu o Espírito em forma corpó rea de pomba (Mt 3,16-17).

Jesus promove justiça (a verdadeira religião). Três dos quatro versículos


deste trecho mencionam como ele traz, faz e estabelece a justiça. A missã o dele é
declarar, modelar, e promover a verdade de Deus.

Cristo é quieto. O poder dele nã o é exercitado com barulho, mas de uma forma
sossegada e humilde. Este servo rejeita todos os métodos sensacionalistas do
mundo; ele nunca chama atençã o para si. Ele consegue agir desta forma porque
ele tem verdadeira confiança e força -ele nã o fica ansioso duvidando da sua
capacidade para cumprir a sua missã o. Com o verdadeiro poder que ele sabe que
tem, nã o sente necessidade de estabelecer seu domínio de uma forma arrogante
e dominadora.

Ele é manso. A cana em si é bastante frá gil, mas uma cana rachada nã o suporta
peso algum. No entanto, Jesus consegue sustentar pessoas que se encontram até
mesmo nestas condiçõ es extremamente fracas. Com a gente mais debilitada,
Jesus demonstra compaixã o e nã o desgosto.

Jesus é perseverante. Ele nã o reflete nenhum sinal de desâ nimo ou fraqueza. Ao


invés de desfalecer, Jesus encara missõ es difíceis com a confiança no Pai e com a
maior tenacidade.

DESENVOLVIMENTO

O SERVO CHAMADO

Conforme Jo 15,16-17, para ser servo precisa primeiramente ser escolhido pelo
Senhor, pois nã o somos nó s que O escolhemos, mas ele que escolhe a nó s, é o
CHAMADO, que acontece de forma sobrenatural na vida do servo (ISam 16,6-13).
Nesse caso é escolha divina.

Logo apó s o chamado, o servo é constituído, ungido, plenificado com o Espírito


Santo, para o serviço que o Senhor o chamou, é outorgada a ele a força do Alto
para o exercício da missã o a que foi chamado.

Apó s a unçã o do Alto (sacerdotal, profética e real), o servo é enviado para


produzir frutos de santidade e de serviços ao reino de Deus, com autoridade
alicerçada na caridade.

Daí, vamos meditar algumas peculiaridades que ocorrem na vida do servo.

Nós devemos servir. Nã o existe como medir o serviço e sacrifício de Jesus. Ele
desceu da gló ria excelsa para a cruz vergonhosa (Fl 2,5-11). Ele insistiu conosco
que o padrã o do reino dele seja totalmente diferente que a regra nos impérios
mundanos (Mc 10,42-45). Nã o devemos disputar lugares de destaque, mas sim,
oportunidades para servir um ao outro. Nunca devemos pensar no jeito em que
estamos sendo tratados, mas devemos nos preocupar com o bem-estar dos
nossos irmã os (Fl 2,3-4). A humildade exigida para manter esta postura é tã o
difícil conseguir que temos que meditar na vida de Cristo constantemente para
realizá -la. Vamos valorizar ao má ximo o simples serviço humilde.

Nós devemos deixar o Espírito de Deus habitar cada vez mais em nós. Assim
como Jesus recebeu o Espírito sem limitaçõ es, devemos crescer para tornarmo-
nos cada vez mais a morada de Deus por seu Espírito (Ef 2,21-22). Mas o Espírito
nã o habita num templo indigno (Ez 8-11; 1Cor 6,19-20) e por isso temos que
tirar do nosso corpo todo tipo de pecado. Devemos deixar a palavra de Deus, que
é a espada do Espírito (Ef 6,17), nos moldar, sempre nos esforçando para nos
adaptarmos a fim de imitar a mensagem escrita. À medida que o Espírito de Deus
transforma nossas vidas parecemos com Cristo.

Nós devemos promover a justiça. Para realizar esta meta temos que nos
esforçar na busca da justiça e na continuidade nela em nossa pró pria vida (Mt
6,33; 1Tim 6,11; 2Tim 2,22). Honestidade e integridade têm que ser as regras
fundamentais da nossa conduta. Mas temos que fazer mais do que isso. Como
Jesus devemos pregar e anunciar a palavra da justiça que divulga o caminho pelo
qual o homem volta a ser justo perante o Senhor. O comprometimento que nosso
Senhor tem com o estabelecimento da justiça na terra nos dá nosso alvo
supremo. Nã o devemos nos cansar do trabalho de promover o evangelho da paz.

Devemos agir conforme a maneira quieta de Jesus. Durante sua vida aqui na
terra ele nã o gritou, nem clamou, nem ergueu sua voz nas ruas. Frequentemente
Jesus pediu para que ninguém falasse de um determinado milagre (Mc 1,44-45;
5,43), chamou alguém a parte para curá -lo (Mc 7,33), até curou antes da
multidã o se reunir (Mc 9,25). Nó s devemos rejeitar os métodos sensacionalistas
e a ênfase na propaganda. Os métodos de vender produtos nã o sã o as técnicas
para converter uma pessoa de coraçã o para Cristo. Precisamos ensinar a palavra
de uma forma íntegra.

Devemos imitar a mansidão de Jesus. Paulo, em 2Tim 2,24-26, explica a


postura que devemos ter ao corrigir o outro. Nó s temos que ter cautela a nã o
afastar pessoas do Senhor em nossas tentativas para corrigi-las. Jesus mostrou
bastante ternura com os fracos, mas falou bem forte com os líderes religiosos
que estavam cheios de orgulho. Vamos analisar nossa maneira de admoestar
pessoas e tentar imitar nosso Senhor.

É imperativo a nossa perseverança. Há vá rios motivos para desâ nimo, mas


temos que ter a má xima determinaçã o para nunca desistir. Em Jesus na terra
vemos que nem a rejeiçã o, nem a perseguiçã o, nem a falta de sucesso, nem a
canseira, conseguiram afastá -lo da missã o que ele veio para cumprir. O
comprometimento que ele tinha com a vontade do Pai superou todo obstá culo
(Mt 26,39). Nó s precisamos da mesma tenacidade: "Meus amados irmãos, sede
firmes e inabaláveis, aplicando-vos cada vez mais à obra do Senhor. Sabeis
que o vosso trabalho no Senhor não é em vão" (1Cor 15,58).

O SERVO VOLUNTÁRIO

O servo voluntá rio nã o foi escolhido, chama-se pessoalmente, portanto, nem


constituído pelo Senhor, por isso nã o produz frutos que permaneçam. Age por
curiosidade, baseado na açã o de outras pessoas, aspirando sempre aquilo que é
aparentemente mais elevado, à s vezes com capacitaçã o natural, mas sem a
capacitaçã o sobrenatural (unçã o). Visa sempre um interesse pessoal (segundas
intençõ es), sem reta intençã o. Tem brilho efêmero e passa rapidamente pelos
á trios do Senhor (Eclo 3,22-24).

Pela experiência na caminhada, podem-se apontar algumas diferenças entre o


servo chamado e o voluntá rio:

SERVO CHAMADO SERVO VOLUNTÁRIO

1. Busca fazer a vontade de Deus (Gen 1. Quer sempre fazer as coisas do jeito
12,1-3; Mt 9,9); que pensa. Nunca quer estar errado,
vive sempre em competição com os
outros;

2. Trabalha junto com Deus, tudo que 2. Trabalha para Deus, até mais que o
vai fazer, primeiramente: Ora, servo chamado, mas da sua
Escuta e Age; maneira. (Ex.: ajuda uma pessoa,
mas nã o pergunta a forma que ela
desejaria);

3. Usa meios corretos, busca fazer as 3. Nã o se importa com os meios,


coisas na Justiça, com Retidã o e com atropela, fere, desrespeita as
Amor; pessoas, nã o tem consideraçã o com
os outros, e tudo que faz é melhor
do que os outros;

4. Sabe conciliar as coisas, está sempre 4. Gosta sempre de ser elogiado, e


atento com a forma em que a obra quanto mais é elogiado, mais busca
está sendo conduzida; outras atividades para fazer;

5. Está sempre feliz em qualquer tipo 5. Trabalha sem saber se está ou nã o


de serviço e sente-se realizado na obra; agradando a Deus;

6. Cumpre sua missã o até o fim e 6. Desiste das coisas com facilidade,
depois de cumpri-la dá lugar a pois está sempre atarefado (Ex.:
outros; quando é convidado para pregar...);

7. Acolhe sempre as pessoas, suas 7. Nã o se importa com os


ideias, opiniõ es, propostas, sentimentos e nem com as opiniõ es
sentimentos e quando percebe que o dos outros, se irrita quando alguém
irmã o está com algum problema busca dá uma ideia nova, discute muito se
ajudá -lo (Mt 18,4-5); as suas ideias ou sugestõ es nã o
forem aceitas, ameaça até abandonar
a missã o que lhe é confiada;

8. Está sempre pronto para seguir o 8. Fica sempre incomodado com os


"Senhor", enfrentando novas situaçõ es dons dos outros;
e praticando constantemente a
Renú ncia (Mt 16,24-25);

9. Sempre reparte as tarefas ou 9. Nunca divide as tarefas ou


atividades com os outros; atividades com os outros, sempre
quer fazê-las sozinho;
10. Quando erra, nunca justifica seus 10. Sempre dá desculpa pelos seus
erros, mas pede perdã o e continua erros, nunca admite que está
procurando acertar; errado, e cai até na mentira para
justificá -los;

11. Nunca busca os seus pró prios 11. Só se preocupa com os seus
interesses, mas sempre o do pró prios interesses (sem reta
pró ximo. intençã o).

PROMESSAS AO SERVO UNGIDO

Quando o servo é ungido para a missã o ele está capacitado por Deus para fazer
algo para Deus.

Entã o acompanham a sua caminhada as seguintes promessas:

1. Ele vai adiante de ti – Ex 13,21.

2. Endireitará os caminhos tortuosos – Ex 14,21-22; Is 40,3-4.

3. Quebra as portas de bronze – Jz 16,3; Ap 3,8.

4. Despedaça as trancas de ferro – At 5,18-20; At 12,6-11.

5. Dar-te-á do tesouro escondido (espiritual) Jo 15,16.

CONCLUSÃO

O nosso modelo de servo é Jesus Cristo, Suas açõ es precisam ser nossas metas de
vida, sendo que nã o se pode deixar levar por aparências, pois no reino de Deus,
para darmos frutos, somos escolhidos e constituídos (ungidos). Nã o adianta
querer superficialmente, sem reta intençã o, pois Deus vê o coraçã o.

Cuidemos para que a RCC nã o seja tomada pelas pessoas encantadas com a
superficialidade e portadoras de segundas intençõ es. Deixemos Deus mostrar os
chamados, previamente escolhidos por Ele, que vivem e andam segundo o
Espírito Santo, para que assumam as coordenaçõ es de serviços e os pró prios
serviços do movimento.
TEMA IV
Por Adriano José Mendes
Grupo de Oraçã o Deus é Luz, Brusque-SC
Coordenador Estadual de Santa Catarina

GRUPO DE ORAÇÃO, O AMOR DE DEUS EM AÇÃO

Ler Evangelho de Mc 2,1-12


Esta palavra nos apresenta um belíssimo Grupo de Oraçã o - G.O., onde uma
multidã o estava reunida para ouvir a palavra, experimentar o Amor e a
misericó rdia do Senhor, louvar o Senhor e colocar em prá tica o Dom
extraordiná rio, expectante, a Fé Carismá tica.

Sabemos que o G.O. sã o 03 momentos distintos:


1 – Nú cleo de serviço
2 – Reuniã o de Oraçã o (Grupo Aberto)
3 – Grupo de Perseverança

Nos três momentos, é a manifestaçã o do Amor de Deus em Açã o.

O que é Amor?

Em I Cor 13,4-8 nos define o que Deus considera Amor, e que devemos colocar
em prá tica em nossos Grupos de Oraçã o

Em I Jo 4,16 afirma (Nó s conhecemos e cremos no Amor que Deus tem para
conosco. Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus
nele).

O Aurélio (dicioná rio da língua portuguesa) nos afirma que Açã o significa – ato
ou efeito de agir, de atuar, atuaçã o, ato, manifestaçã o de uma força

O Tema desta pregaçã o é (Grupo de Oraçã o, o Amor de Deus em Açã o)

Isto significa que o G.O. foi sonhado e gerado por Deus, no seu infinito amor, no
derramamento ilimitado do seu Espírito, onde conforme o Aurélio (age, atua,
manifesta a sua força), tornando o G.O. um local da expectativa e do
cumprimento da promessa do Senhor na vidas dos irmã os.

A palavra em Mc 2 nos apresenta um belíssimo G.O. como já foi dito, onde com
certeza foi muito bem preparado, organizado, planejado, pois foi em uma casa
(vers. 1 e 2).
Este é o papel do Nú cleo de serviço, que é parte integrante da dinâ mica do Grupo
de Oraçã o da RCC, que deve reunir-se semanalmente, Coordenador(a) do Grupo,
representantes de ministérios e servos convidados, para planejar, preparar,
organizar, avaliar, ouvir o Senhor (pois o Senhor gosta de ser consultado, cf. Is
65,1 e Jr 33,3) para nos revelar através de seu Espírito o que está em seu
coração.
O Nú cleo de serviço é o momento da experiência de Pentecostes, onde cada
membro transbordando de graças se tornará canal eficaz da reuniã o (Grupo de
Oraçã o) seguinte.
É no nú cleo que brota a pregaçã o e a torrente de graças, que supera as
expectativas de todo o povo. Nessa reuniã o deve acontecer o Ciclo Carismá tico,
uma autêntica prá tica dos carismas (oraçã o de louvor, oraçã o em línguas,
silêncio, experiência com os carismas - escuta profética, palavras de ciência e de
sabedoria etc).

O nú cleo é essencial para a unidade e fidelidade da RCC. Ele é a instâ ncia de


pastoreio e de discernimento por excelência do Grupo de Oraçã o, sendo o
primeiro responsá vel por cada ovelha confiada pelo Senhor ao Grupo, assim
como pela escuta profética para direcionar o povo conforme a vontade de Deus.

A palavra em Mc 2, também nos apresenta o segundo momento do G.O., (a


reuniã o de oraçã o – o Grupo de Oraçã o)

ESTAVA REUNIDA UMA GRANDE MULTIDÃO.....

Momento em que a multidã o é evangelizada, experimenta a Açã o de Deus,


testemunha os carismas e tem o coraçã o tocado.

O Grupo de Oraçã o é marcado pela espontaneidade da oraçã o (louvor, açã o de


graças, ato penitencial, entrega, escuta, oraçã o com a Palavra, cura e libertaçã o
etc), é um espaço privilegiado para que o Batismo no Espírito Santo ocorra
verdadeiramente e vidas sejam transformadas, impactadas pelo poder e açã o do
Espírito Santo.
O Grupo de Oraçã o é, assim, a principal expressã o da RCC, a célula fundamental
do Movimento. TUDO NA RCC CONVERGE PARA OS SEUS GRUPOS DE
ORAÇÃO.

Doc. de Aparecida no n. 362 afirma:


Esperamos um Novo Pentecostes que nos livre do cansaço, da desilusão, da
acomodação ao ambiente; esperamos uma vinda do Espírito que renove nossa
alegria e nossa esperança. Por isso, é imperioso assegurar calorosos espaços de
oração comunitária que alimentem o fogo de um ardor incontido e tornem possível
um atraente testemunho de unidade “para que o mundo creia” (Jo 17,21)

Explorar bem este nú mero 362 do Documento de Aparecida – calorosos espaços


de oração comunitária (nossos Grupos de Oração) onde ocorre o Novo
Pentecostes

Em Mc 2 também nos apresenta algo que deve ocorrer constantemente em


nossos G.O., A CURA, no Evangelho foi de um paralítico.

A palavra nos afirma que Jesus fiou maravilhado com a fé daqueles homens, e nos
Vers. 10 e 11, nos apresenta Jesus afirmando “Ora, para que conheçais o poder
concedido ao Filho do homem sobre a terra (disse ao paralítico), Eu te
ordeno: levanta-te , toma o teu leito e vai para casa.

Fé é a base da vida espiritual, é o alimento fundamental para o coraçã o humano,


para o coraçã o do carismá tico, para o coraçã o do cristã o e para o coraçã o do
coordenador(a) de G.O.

Porta Fidei n. 10 – Fé é decidir estar com o Senhor, para viver com Ele.
n. 15 – É companheira de vida, que permite perceber, com um olhar
novo, as maravilhas que Deus realiza por nós.
Fé é de fato, uma porta para o sobrenatural de Deus em nossas vidas, em nossos
G.O., em nossa razão e missão.

Através da fé, colocamos em prá tica em nossa missã o de coordenador(a), em


nossos G.O., os carismas com parresia, coragem e eficá cia.

No Grupo de Oraçã o orienta-se os participantes a buscar a cura e libertaçã o para


si e para os seus, em Jesus Cristo, Senhor vivo e ressuscitado, o mesmo que curou
o paralítico, o mesmo de ontem, hoje e por toda a eternidade (Heb 13,8), e que
continuará realizando milagres, prodígios e sinais em cada um que crê (Mc 9,23
– tudo é possível ao que crê).

É importante saber que o dom da cura pertence ao seu doador, ou seja, o Espírito
Santo, e que este de maneira especial, libera a cura em qualquer momento do
G.O., pois Ele age como quer, quando quer e na hora em que quiser.

Para que a cura ocorra no G.O., os participantes devem ser motivados a


experimentar todos os dons, aprender a orar um pelos outros, sem se preocupar
de estar exercendo algum tipo de ministério. É preciso fazer experiência de orar
uns pelos outros, conforme nos ensina Sã o Tiago (Orai uns pelos outros para
serdes curados) Tg 5,16b.

Os Coordenadores de Grupos de Oraçã o sã o chamados a terem o desejo do


transbordamento dos Carismas no Grupo, levando a assembleia a se entregar ao
Espírito Santo.

A Cura e libertaçã o no G.O. pode ocorrer quando o Coordenador, movido pelo


dom da fé, convoca todos a um grande arrependimento, quebrantamento da
dureza do coraçã o, uma renú ncia ou entrega, onde com certeza o Senhor ouvirá .

O Senhor também realiza curas no momento de silêncio e escuta, apó s oraçã o


depois da pregaçã o da palavra, onde sã o proclamadas curas através de palavra
de ciência.

Para a Gló ria do Senhor o G.O. é o local mais privilegiado para a manifestaçã o do
dom da cura, assim como manifestou-se na vida do paralítico.

O Papa Francisco na Exortaçã o Apostó lica Evangelli Gaudium (A Alegria do


Evangelho) no n. 99 nos solicita:
Aos cristãos de todas as comunidades do mundo, quero pedir-lhes de modo especial
um testemunho de comunhão fraterna, que se torne Fascinante e Resplandecente.
Que todos possam admirar como vos preocupeis uns pelos outros, como
mutuamente vos encorajais, animais e ajudais.

Nossos G.O. precisam ser Fascinantes (atrair irresistivelmente, encantar, seduzir,


deslumbrar) com a manifestaçã o dos dons, carismas e frutos do Espírito Santo.

Resplandecente – (radioso, brilhar, destaca-se com excelência, refletir a Gló ria do


Senhor);

Que todos se admirem como nos preocupamos e cuidamos dos irmã os


machucados, feridos que chegam em nossos G.O., assim como aqueles 04 homens
que foram capazes de retirar o telhado da casa para descer o paralítico e
apresentá -lo ao Senhor, que o perdoou e o curou.

Finalizar lendo Col 3,23-24 – “Tudo o que fizerdes, fazei-o de bom coração,
como para o Senhor e não para os homens, certos de que recebereis, como
recompensa, a herança das mãos do Senhor. Servi a Cristo, Senhor”.

Oraçã o:
Apresentar ao Senhor as deficiências, fraquezas, limitaçõ es na condiçã o de
Coordenador(a).
Clamar por cura e libertaçã o de traumas, medos, complexo de inferioridade, de
nã o se valorizar, bloqueios de nã o aceitar o chamado do Senhor à coordenaçã o,
por curas físicas, emocionais e espirituais.
TEMA V

Por Frederico Mastroangelo Simões Marques


Grupo de Oraçã o Imaculado Coraçã o de Maria , Coraçã o de Maria-BA
Coordenador Nacional do Ministério de Formaçã o

MISSÃO DO COORDENADOR

I - INTRODUÇÃO

Na Sagrada Escritura Paulo orienta a Comunidade de Corinto a respeito dos


dons: “Na Igreja Deus constituiu primeiramente os apóstolos, em segundo lugar os
profetas, em terceiro lugar os doutores, depois os que têm o dom de milagres, o
dom de curar, de socorrer, de governar, de falar diversas língua”[1]. Sabe-se que
nesta Comunidade os dons carismá ticos fluíam com facilidade, ao ponto de ser
preciso Paulo orientar a Comunidade acerca dos usos dos dons, neste contexto,
Paulo cita, entre os dons constituídos por Deus na Igreja o dom de governar, ou
seja, a Coordenaçã o é um Ministério de governo, um chamado de Deus.
O chamado para uma Coordenaçã o é por um tempo breve, já um Ministério,
normalmente é para a vida toda, durante o exercício do nosso chamado
precisamos dar o melhor possível.
O Senhor que nos conhece sabe que neste tempo é preciso uma pessoa
como nó s a frente de um serviço, é do jeito que somos que ELE nos chama. O
escolhido para uma Coordenaçã o é revestido de uma graça especial, ou seja, a
graça de estado. Percebe-se na pessoa uma visã o ampliada.
O Coordenador do GO está cuidando da Célula fundamental da Renovaçã o
Carismá tica Cató lica, onde tudo no nosso Movimento deve acontecer. Pode-se
dizer que ele coordena a instâ ncia mais importante da RCC. Ele tem contato
direto com as ovelhas, trata-se de uma Coordenaçã o mais pastoral do que
administrativa.

II – MISSÃO DO COORDENADOR

O Coordenador é aquele escolhido por Deus para estar à frente de uma


parcela do Seu Povo. Sendo por Deus escolhido, faz-se necessá rio colocar em
prá tica a Sua vontade nesta missã o e, para isto, o chamado é revestido com a
Força do Alto. É preciso contar sempre com o Espírito Santo, ser dependente
Dele.
Enquanto Coordenador muitas funçõ es nos compete dentre elas, algumas
essenciais nã o devem ser por nó s esquecidas. A seguir apresentaremos algumas
funçõ es essenciais do Coordenador que nã o possuem prioridades uma em
relaçã o à s outras, a sequência abaixo foi assim escolhida por questã o de
organizaçã o.

1. Montar um Núcleo
Conforme a apostila 03 do Mó dulo Bá sico (Grupo de Oraçã o) nos
apresenta, o GO é composto de três momentos e, o primeiro deles é o Nú cleo de
Serviço. O Coordenador do GO precisa montar o seu Nú cleo e, para tal, a leitura
do livreto “Orientaçõ es para nú cleos de Grupo de Oraçã o” é muito importante. O
mesmo apresenta valiosas orientaçõ es que nã o podem passar despercebidas. “O
Nú cleo é essencial para a unidade e fidelidade do Grupo de Oraçã o à identidade e
espiritualidade da RCC” [2]
O Coordenador do GO nã o deve trabalhar sozinho e sim em conjunto, ele
nã o é o faz tudo, ao contrá rio, ele deve delegar funçõ es e, ao longo do percurso,
acompanhar o andamento das coisas, sempre zelando pela unidade, lembrando
que a Reuniã o de Oraçã o é o transbordar da Reuniã o de Nú cleo e que nesta,
todas as açõ es do GO devem ser planejadas e avaliadas.
[1] Cf. I Cor 12, 28
[2] Comissã o Nacional de Formaçã o RCCBRASIL – Orientaçõ es para nú cleos de
Grupos de Oraçã o da Renovaçã o Carismá tica Cató lica do Brasil, 2014, p.5
2. Ser um guardião do Louvor
Em todas as Reuniõ es do GO se faz necessá rio ter muita Oraçã o, nas suas
diversas formas, principalmente a Oraçã o de Louvor. Esta nunca deve faltar nos
lá bios de um “bom Carismá tico”.
“Louvar quer dizer exaltar, elogiar, glorificar, aplaudir, aprovar. Louvar é,
portanto, ratificar, expressar a nossa aprovaçã o a respeito de alguma coisa” [3].
O Coordenador que fez uma Experiência com o Senhor, que entende que o
Plano de Deus para sua vida é um plano de Amor, louva a Deus sempre, em todas
as circunstâ ncias, mesmo em meio à s dificuldades, sabe que Deus o ama e que
tudo que ELE faz é bom, acredita que ELE é capaz de mudar situaçõ es, por isto,
louva em todos os momentos. Este testemunho de vida do Coordenador,
garantindo o louvor nos Encontros do GO, ajudará os demais a louvar a Deus
sempre mais e mais.
3. Administrar
“Que os homens nos considerem, pois, como simples operários de Cristo e
administradores dos mistérios de Deus. Ora, o que se exige dos administradores é
que sejam fieis” [4].
Dentre outras definiçõ es podemos pontuar administrar como governar,
dirigir. Para tanto, se faz necessá rio planejar, organizar. Nã o é possível dirigir
sem saber aonde se quer chegar. Na funçã o de administrar o planejamento é
muito importante e, alguns aspectos sã o fundamentais para um bom
planejamento: visã o do passado (o que foi feito até o momento), do presente
(visã o clara e objetiva dos desafios e possibilidades) e de futuro (traçar metas).
Nã o se pode planejar desconsiderando o que já foi planejado em coordenaçõ es
anteriores, é preciso levar isto em consideraçã o e verificar dentre as metas
traçadas quais foram alcançadas e quais ainda permanecem. A partir daí ver
quais sã o os objetivos atuais, buscando assim novas metas.
Uma boa administraçã o no GO passa por planejar a partir do que Deus tem
inspirado ao nosso Movimento neste tempo, para isto, faz-se necessá rio
trabalhar com os “Direcionamentos da RCCBRASIL rumo ao Jubileu”. Ali, baseado
em sete pilares, encontram-se as açõ es que devem ser colocadas em prá tica no
GO.
Para administrar bem é preciso ter intimidade com o Senhor, ser
conduzido pelo Espírito Santo, como planejar em Deus se nã o sou íntimo Dele, se
nã o O escuto em meu Coraçã o?
Uma boa administraçã o passa também por uma administraçã o financeira.
Logo, é preciso arrecadar os recursos necessá rios. Muitas coisas para serem
implementadas requer dinheiro, nã o estamos falando em promover evento com
o ú nico intuito de arrecadar dinheiro, mas precisamos arrecadar recursos para
que o objetivo da Missã o seja alcançado. Estes recursos precisam ser bem
administrados, nã o pode se gastar de forma aleató ria aquilo que o Senhor nos
concedeu através dos Irmã os. Precisa-se ser transparente para com as
prestaçõ es de contas. Nesta á rea os Coordenadores precisam trabalhar em
conjunto com seus respectivos tesoureiros, e se faz necessá rio um conselho fiscal
atuante que ajuda no gerenciamento dos recursos.
4. Liderar
O Líder é pessoa capaz de fazer os outros colocarem em comum o que têm e
o que sã o em prol de uma causa ou de um projeto. O líder é aquele que exerce
uma influência especial sobre determinado grupo, levando-o a alcançar metas de
benefício permanente, é preciso ter cuidado para que esta influência sobre os
Irmã os nã o seja negativa, para tirar proveito pró prio. O líder é o que precede os
outros nos serviços e tarefas, está a serviço de todos, é o servo dos servos, é o
que se ocupa do povo. Um bom líder aprende com Jesus a servir.
[3] Merlin Carothers – O Poder do louvor. Ed Betâ nia, p. 8
[4] Cf. I Cor 4, 1-2

“A força de um líder está em encontrar Aquele que é a verdade e a


reproduzir esta verdade dentro de si e nos seus relacionamentos.” [5]. O líder vai
ao encontro de Jesus, vive conforme os Seus ensinamentos para assim ajudar os
liderados a viver também.
“Aquilo que o mundo tem hoje particular necessidade é o testemunho
credível de quantos, iluminados na mente e no coraçã o pela Palavra do Senhor,
sã o capazes de abrir o coraçã o e a mente de muitos outros ao desejo de Deus”
[6]. O líder precisa lutar contra o pecado e dá este testemunho pedido a nó s pelo
Papa Emérito.

5. Pastorear
“Amas-me mais do que estes? (...) Apascenta os meus cordeiros”. [7]
Aquele que ama mais a Jesus é convidado a pastorear uma parcela do rebanho do
Senhor, pastorear segundo o pró prio Jesus que se coloca como porta, que doa a
vida pelas suas ovelhas conforme Jo 10, 1-11.
Precisamos acolher, visitar, telefonar, ir ao encontro. Enfim, devemos nos
preocupar com nossos Irmã os, fornecer alimento bom, defendê-los dos lobos.
Para tal, precisamos conhecer as nossas ovelhas, faz-se necessá rio tempo
disponível para pastorear as Ovelhas que o Senhor confiou ao Coordenador do
GO.
Quase toda Reuniã o de Oraçã o aparecem pessoas novas e, ao final do ano,
quantos sã o os membros do GO? Caso mantenha o mesmo nú mero do início do
ano, para onde estã o indo os que chegam pela primeira vez ou, se estes estã o
caminhando, onde os outros ficaram? Quando a pessoa se sente acolhida, amada,
valorizada, tende a permanecer, pois encontrou uma comunidade de amor que
“apresenta” Jesus.
Para um pastoreio efetivo, um cadastro dos Membros do GO ajuda. É
importante ter registrado o nome, telefone, endereço, data de nascimento, qual
caminhada a pessoa já fez na Igreja e no Movimento. O cadastro devidamente
alimentado nos ajuda a perceber quem tem faltado os encontros do GO, quem
precisa ser visitado, quem deve ser convidado para determinadas formaçõ es etc.
É um serviço para o Ministério de Promoçã o Humana.
6. Evangelizar
Evangelizar é uma das principais funçõ es do coordenador. A palavra
Evangelizar significa anunciar e promover o anú ncio da Boa-Nova de Jesus
Cristo, por meio de obras e palavras, oportuna e inoportunamente, tornar Deus
conhecido, fazer Jesus acontecer na vida das pessoas, apresentá -Lo sempre.
Temos ouvido muitas má s notícias nos tempos atuais. Porém, temos uma ó tima
notícia para divulgar: JESUS ESTÁ VIVO! Faz-se necessá rio divulgar esta boa
notícia nos dias de hoje, levar os irmã os a uma experiência com a Pessoa de
Jesus.
O Catecismo da Igreja Cató lica, § 429, nos ensina: “Deste conhecimento
amoroso de Cristo brota o desejo de O anunciar, de evangelizar”. Todo aquele
que tem um Encontro pessoal com Jesus deseja proporcionar Este encontro para
outros.
O Coordenador do GO contribui para que uma Evangelizaçã o eficaz
aconteça em seu campo de missã o, cuida para que o Anú ncio Querigmá tico da
Palavra aconteça a cada Reuniã o de Oraçã o, bem como em alguns encontros de
Evangelizaçã o que o Senhor inspirar.
7. Formar
Por fim, como uma ú ltima missã o do Coordenador, porém, nã o menos
importante temos o Formar que significa alinhar, por em ordem, dar forma. Se
existe algo em nosso meio que nã o está alinhado ou que esteja fora da ordem,
precisamos investir na Formaçã o. Ela orienta a caminhada.
[5] Bento XVI – Aos Movimentos e Novas Comunidades/2006
[6] Bento XVI, Porta Fidei, 15
[7] Cf. Jo 21, 15

A formaçã o NÃ O ENQUADRA O ESPÍRITO. Uma das funçõ es do Espírito


Santo é ensinar e recordar (cf. Jo 14,26), seria uma incoerência de o Espírito
fazer algo que, em consequência disto, Ele ficasse “enquadrado”.
Existe uma diferença muito grande entre o GO que investe e aquele que nã o
investe na formaçã o. O GO que investe leva os seus membros a viver bem a
identidade do Nosso Movimento: Batismo no Espírito Santo, Prá tica dos
Carismas e Vida Fraterna, cada dia vã o chegando outras pessoas ao grupo de
oraçã o.
A formação não é o privilégio de uns poucos, mas sim um direito e um
dever para todos [8].
Se tratando de Formaçã o, devemos conhecer aquilo que o nosso
Movimento, em nível de Brasil, nos apresenta hoje como Processo Formativo
para os seus membros. Segue abaixo um diagrama que contempla todo o
Processo:
QUERIGMA
(SVE/ Exp. Oração/ FORMAÇÕES
Aprof. Dons ESPECÍFICAS DOS
MINISTÉRIOS
Grupos de Perseverança

MÓDULO BÁSICO DE
FORMAÇÃO
(Inclui a Formação Humana)

Nota-se que este processo Formativo é composto de três ciclos, que se


inicia com o anú ncio, querigma (Evangelizaçã o), para depois vir a
formaçã o(Catequese).
No primeiro Ciclo, o querigmá tico, também chamado de fase inicial, se
aplica o Seminá rio de Vida no Espírito Santo, que deve ser bem preparado e
ministrado semanalmente com o acompanhamento de servos do pastoreio em
pequenos grupos de partilha. O querigma sendo anunciado de forma
sequenciada, aplicado em nove semanas, privilegia as pregaçõ es e os momentos
de partilha, os pastores (servos do pastoreio) devem cuidar bem das suas
ovelhas. A Experiência de Oraçã o, aplicada em final de semana, que se retoma os
pontos do querigma, momento forte de Oraçã o e Encontro com o Senhor, esta
nã o substitui o Seminá rio de Vida no Espírito, e, por fim, o Aprofundamento de
Dons, em final de semana, também com momentos fortes de Oraçã o. Em algumas
realidades se aplica primeiro a Experiência de Oraçã o para depois o Seminá rio
de Vida No Espírito Santo. Porém, o Aprofundamento de Dons deve acontecer
sempre apó s a aplicaçã o dos dois primeiros.
Terminada esta primeira etapa, vamos para a aplicaçã o do Mó dulo Bá sico,
que sã o onze apostilas, as oito da antiga Paulo Apó stolo, agora intercaladas pelas
três da Formaçã o humana. Aqui devemos ter Formaçõ es Carismá ticas, que leve
os Formandos ao Encontro com Jesus, Jesus que revela o Pai e Comunica o
Espírito Santo. Neste período de formaçã o e crescimento os Irmã os vã o
conhecendo melhor o Nosso Movimento, se identificando mais ainda com Ele.
Aqui deve-se fazer o discernimento do Ministério em que estas pessoas
participantes do processo formativo deverã o servir.
[8] Papa Joã o Paulo II – Exortaçã o Apostó lica Christifideles Laici, 63

Por fim, vamos para a ú ltima etapa do Processo Formativo que é a


formaçã o específica de ministérios. Depois de discernido o Ministério de Serviço
dos Irmã os, estes sã o encaminhados para estas Formaçõ es específicas onde, cada
Ministério aplica a sua Formaçã o, o que irá preparar os Irmã os para o serviço.
Nota-se no diagrama que ao longo deste processo existe o Grupo de
Perseverança (GP), momento Formativo que tem o objetivo de contemplar
alguns temas que todo Cristã o deve conhecer, mas, que nã o estã o do Mó dulo
Bá sico. O GP pode ser iniciado apó s a Experiência de Oraçã o, quando esta vem
depois do SVES e, em paralelo a ele aplica-se o Aprofundamento de Dons bem
como o Mó dulo Bá sico. O GP deve ser aplicado ao nível de grupo de oraçã o, ou
em alguns casos em nível de Paró quia reunindo os GO pró ximos, semanal ou
quinzenalmente.
O Coordenador do GO, buscando capacitar pessoas para o serviço, deve
trabalhar para que todo o Processo Formativo aconteça no GO, quanto mais
pró ximo a Formaçã o chegar dos membros do GO melhor. Caso nã o seja possível
aplicar o Mó dulo Bá sico no GO, o Coordenador é responsá vel por enviar suas
Ovelhas para as Formaçõ es na Sede da Diocese. É possível a pessoa passar pelo
GP em seu grupo de oraçã o e, a cada dois meses, por exemplo, vai a sede da
Diocese, ou Setor, participar do Mó dulo Bá sico. Para o grupo de oraçã o que aplica
o mó dulo bá sico nesta mesma estrutura de final de semana, vale a mesma
orientaçã o, com a diferença de que no final de semana do Mó dulo Bá sico os que
estã o no processo nã o precisaram se deslocar para a Sede da Diocese. Por fim,
caso o grupo de oraçã o aplique o Mó dulo Bá sico semanalmente, um ensino por
encontro, neste caso, o conteú do da perseverança poderá ser intercalado ao
conteú do do Mó dulo Bá sico, desde que a intercalaçã o seja entre apostilas, isto é,
nã o se deve interromper uma apostila do Mó dulo Bá sico no meio para intercalar
com o conteú do do GP. Deve-se concluir cada apostila do mó dulo bá sico para
intercalar com o GP.

III - CONCLUSÃO

Fomos chamados pelo Senhor, Ele nos confere a graça necessá ria para
servi-Lo cada vez melhor, Ele mesmo vai conosco onde nos enviar.
Coordenador do GO nã o deve Coordenar sozinho, precisa montar seu
nú cleo, ele deve administrar, liderar, pastorear, evangelizar e formar.
Dentro da missã o de Formar ele precisa se empenhar para que todo o
processo aconteça em seu GO, enquanto isto nã o for possível, ele deve
encaminhar as ovelhas para as respectivas formaçõ es no local mais pró ximo.
Por fim, irmãos, vivei com alegria. Tendei à perfeição, animai-vos, tende um
só coração, vivei em paz, e o Deus de amor e paz estará convosco (2Cor 13,11).
TEMA VI

Pregação no ENF 2015


Marizete Martins Nunes do Nascimento

SE VIVEMOS PELO ESPÍRITO ANDEMOS DE ACORDO COM O ESPÍRITO

Quando paramos para refletir sobre este tema que Deus nos inspira a viver neste
Ano de 2015, podemos aprofundar nosso olhar nã o somente para uma visã o
espiritual, mas também olhar o contexto literá rio e histó rico desta carta de Sã o
Paulo aos Gá latas.

É interessante perceber que Paulo escreve aos Gá latas respondendo a algumas


questõ es sobre o cristianismo primitivo. E que questõ es eram essas? Aqueles
pagã os que se convertem a fé de que Jesus é o Cristo precisam viver de acordo
com alguns preceitos da lei judaica? Esses que se convertem precisam continuar
com as prescriçõ es alimentares do judaísmo? Têm a obrigaçã o de fazerem a
circuncisã o?

É importante ressaltar que para alguns judeus, como os fariseus legalistas,


acreditavam que era necessá rio cumprir esses preceitos para serem salvos, e que
se nã o cumprissem eram considerados os pecadores, estariam condenados.
Portanto nesta visã o, o que justifica é a lei.

Nos escritos de Paulo aos Gá latas, ele vem afirmar que o que justifica é a graça e
nã o a lei. Assim, o cristã o deve depender da graça de Deus e nã o cair na tentaçã o
de achar que pode salvar-se a si mesmo. Refletindo encontramos mais clareza
para compreender o que é viver pelo Espírito, e o que é andar de acordo com Ele.

Com certeza o Senhor deseja que sejamos conduzidos pelo Espírito e nã o por
atitudes legalistas que muitas vezes nos levam ao moralismo, enquanto podemos
mergulhar na graça de Deus. Para sermos bem claro, mergulhar no “batismo no
Espírito Santo”.

O que é batismo no Espírito Santo? Retomar o que é o Batismo no Espírito Santo,


para nó s que somos Renovaçã o Carismá tica é uma dá diva neste tempo, porque
estaremos atualizando nossa identidade enquanto movimento.

“O batismo no Espírito Santo é uma experiência transformadora de vida com o


amor de Deus derramado no coraçã o da pessoa pelo Espírito Santo, recebido
através de sua submissã o ao senhorio de Jesus Cristo. Ele atualiza o batismo e o
crisma sacramentais, aprofunda a comunhã o com Deus e com os outros cristã os,
reaviva o fervor evangelístico e equipa a pessoa com carismas para o serviço e a
missã o”.1

1
In Batismo no Espírito Santo, Comissã o Doutrinal do ICCRS – Serviços para a Renovaçã o Carismá tica
Cató lica Internacional. RCCBRASIL, 2.013, p. 15.
Nessa experiência (pela infusã o e efusã o do Espírito Santo) renovam-se em nó s
os dons Efusos e Infusos.

Os dons infusos ou de santificaçã o sã o instrumentos poderosos de Deus para a


construçã o da santidade em nossas vidas.

DONS INFUSOS (de santificaçã o): 7 dons – É FORÇA DE DEUS NO HOMEM

1. Fortaleza - por esse dom, Deus nos propicia a coragem necessá ria para
enfrentarmos as tentaçõ es, vulnerabilidade diante das circunstâ ncias da vida e
também firmeza de cará ter nas perseguiçõ es e tribulaçõ es causadas por nosso
testemunho cristã o.

2. Sabedoria - É um dom que vem do alto e flui através do Espírito Santo que
rege a Igreja de Deus sobre a terra. Nos permite entender, experimentar e
saborear as coisas divinas, para poder julgá -las retamente.

3. Temor de Deus - Santo Anastá cio a este respeito desse dom dizia: "A quem
devo temer mais, a um homem mortal ou a Deus, por quem foram criadas todas
as coisas?". Nã o esqueçamos, portanto, de pedir ao Deus Espírito Santo a graça
de estarmos em sintonia diá ria com os preceitos do Criador. Por este divino dom,
torna-se Deus a pessoa mais importante em nossa vida, onde a alma docemente
afasta-se do erro pelo temor em ofendê-Lo com seus pecados.

4. Piedade - É uma graça de Deus na alma que proporciona salutares frutos de


oraçã o e prá ticas de piedade ensinadas pela Santa Igreja.

4. Ciência - torna-nos capazes de aperfeiçoar a inteligência, onde as verdades


reveladas e as ciências humanas perdem a sua inerente complexibilidade. Todo o
saber vem de Deus. Se temos talentos, deles nã o nos devemos orgulhar, porque
de Deus é que os recebemos. Se o mundo nos admira, bate aplausos aos nossos
trabalhos, a Deus é que pertence esta gló ria, a Deus, que é o doador de todos os
bens.

5. Entendimento (Inteligência) - Torna nossa inteligência capaz de entender


intuitivamente as verdades reveladas e naturais, de acordo com o fim
sobrenatural que possuem.

6. Conselho - Permite à alma o reto discernimento e santas atitudes em


determinadas circunstâ ncias. Ajuda-nos a sermos bons conselheiros, guiando o
irmã o pelo caminho do bem.

AS VIRTUDES – SÃ O A FORÇA NO INTERIOR DO HOMEM PARA FAZER O BEM

VIRTUDES TEOLOGAIS: fé, esperança e caridade.

VIRTUDES CARDEAIS:

1 - Prudência
É o reto agir, o bom senso, o equilíbrio. Cuida do lado prá tico da vida, da açã o
correta e busca os meios para agir bem. O prudente é previdente e providente. É
pessoa que abandona as preocupaçõ es e abraça as soluçõ es. Deixa as ilusõ es e
opta pelas decisõ es. Rejeita as omissõ es e se empenha nas ocupaçõ es. O lema dos
prudentes é: “Ocupaçã o sim, preocupaçã o nã o.” A prudência coloca sua atençã o
na preparaçã o dos fatos e eventos e nunca na precipitaçã o nem no amadorismo
ou improvisaçã o. Ciência sem prudência é um perigo.

2 - Temperança

É o auto-controle, auto-domínio, renú ncia, moderaçã o. A temperança ordena


afetos, domestica os instintos, sublima as paixõ es, organiza a sexualidade,
modera os impulsos e apetites. Abre o caminho para a continência, a castidade, a
sobriedade, o desapego. A temperança nã o permite que sejamos escravos, mas
livres e libertadores e nos encaminha para o cumprimento dos deveres e para a
maturidade humana. Sem renú ncia nã o há maturidade. Grande fruto da renú ncia
é a alegria e a paz.

3 - Fortaleza

Faz-nos fortes no bem, na fé, no amor. Leva-nos a perseverar nas coisas difíceis e
á rduas, a resistir à mediocridade, a evitar rotina e omissõ es. Pela fortaleza
vencemos a apatia, a acomodaçã o e abraçamos os desafios e a profecia. É virtude
dos profetas, dos heró is, dos má rtires e dos pobres. A fortaleza dos má rtires e a
ousadia dos apó stolos, como também a força dos pequenos e dos fracos é um
sinal do dom da fortaleza na vida humana e na histó ria da Igreja. Hoje a fortaleza
nos leva a enfrentar a depressã o, o stress, o câ ncer, a AIDS, os golpes da vida.
Grandes sã o os conflitos humanos, porém maior é a força para superá -los. A vida
é luta renhida e a fé é um combate espiritual. “Coragem, Eu venci o mundo!” (Jo
16,33).

4 - Justiça

Regula nossa convivência, possibilita o bem comum, defende a dignidade


humana, respeita os direitos humanos. É da justiça que brota a paz. Sem a justiça
nem o amor é possível. É a virtude da vida comunitá ria e social que se rege pelo
respeito à igualdade da dignidade das pessoas. Da justiça vem a gratidã o, a
religiã o, a veracidade. Nã o se pode construir o castelo da caridade sobre as
ruínas da justiça. Pelo contrá rio, o primeiro passo do amor é a justiça, porque
amar é querer o bem do outro. A justiça é imortal (Sab 1,15). Esta virtude trata
de nossos direitos e nossos deveres e diz respeito ao outro, à comunidade e à
sociedade.

O exercício dos dons infusos e das virtudes produzem no homem os frutos do


Espírito Santo sã o:
1. caridade,
2. alegria,
3. paz,
4. paciência,
5. Longanimidade (qualidade do que é longâ nime; firmeza de â nimo;
coragem; resignaçã o; magnanimidade),
6. Bondade,
7. Benignidade (beneficência, benevolência, complacência, comprazimento,
condescendência e delicadeza),
8. Mansidã o,
9. Fidelidade,
10. Modéstia (Que nã o possui nem demonstra vaidade em relaçã o a si mesmo,
à s suas pró prias conquistas etc.; despretensã o)
11. Continência (comportamento muito contido; moderaçã o nos gestos,
palavras e atos; autodomínio, comedimento )
12. Castidade (significa pureza sexual. Para ser casta, a pessoa deve ser
moralmente limpa em pensamentos, palavras e atos. Significa nã o ter nenhuma
relaçã o sexual antes do casamento. Também significa completa fidelidade entre
marido e mulher no casamento.)

Os dons efusos do Espírito Santo sã o dons extraordiná rios dados pelo Espírito
aos batizados, sã o também conhecidos como dons de serviço, pois servem para a
evangelizaçã o e o pastoreio da Igreja.

Para servir o outro o Senhor nos plenifica com os dons efusos, que brotam em
cada cristã o para o serviço à comunidade:
- sabedoria;
- ciência;
- fé carismá tica
- curar as doenças;
- milagres;
- profecia;
- discernimento dos espíritos;
- línguas;
- interpretaçã o das línguas;

Portanto, para Viver no Espírito Santo precisa-se da fé na graça de Deus; estado


de comunhã o com Deus e dependência de sua orientaçã o;

1 “E vó s outros está veis mortos por vossas faltas, pelos pecados” - Ef 2,1

4 “a fim de que a justiça, prescrita pela lei, fosse realizada em nó s, que vivemos
nã o segundo a carne, mas segundo o espírito.” Rom 8,4

O Andar no Espírito Santo trata-se da prá tica diá ria da vida no Espírito Santo;
andar, falar, pensar e agir segundo a vontade de Deus, no temor do Senhor,
segundo a direçã o do Espírito Santo (“16 O Espírito mesmo dá testemunho ao
nosso espírito de que somos filhos de Deus.” Rm 8.16)

O termo “andar” é utilizado na literatura secular a partir do século I a.C. para se


referir à conduta ou modo de vida. Assim entendemos que o modo de vida do
cristã o é “andar segundo o Espírito”, ou seja, ter uma Vida Nova no Espírito.
Percebamos que isso implica em coerência de vida. Com certeza é momento de
conversã o, de arrependimento sincero.

I. Andar: peripateo (grego) seguir pegadas; portar-se, conduzir-se,


comportar-se.

II. Andar pressupõ e caminho (“6 Jesus lhe respondeu: Eu sou o


caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senã o por mim.” Jo 14.6) e
passos ou pegadas (“21 Ora, é para isto que fostes chamados. Também Cristo
padeceu por vó s, deixando-vos exemplo para que sigais os seus passos.” 1Pe
2.21).

Viver e andar: “Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito” (Gl 5.25).

Obra de Deus/dever do homem: Deus fez pelos seres humanos o que seria
impossível — ele reabilitou o homem à sua comunhã o, perdoou os pecados e deu
seu Espírito Santo; mediante esta açã o da graça, o cristã o deve se submeter à
vontade de Deus e viver segundo a vontade de Deus.

I. O viver é estado de graça — é dado gratuitamente por Deus.


II. O andar é prá tica de obediência diá ria e crescente à vontade de
Deus.
III. Obedecer: derivado de ob-(para frente) e -audire (ouvir), isto é,
ouvir e seguir.

Neste processo maravilhoso que o Senhor nos coloca, podemos nos fundamentar
na fala de papa Francisco quando nos diz: “Não é fácil, todos nós sabemos, a
coerência na vida entre a fé e o testemunho; mas devemos ir em frente e realizar
em nossas vidas esta coerência cotidiana. ‘Este é um Cristão’, não tanto pelo que
diz, mas pelo que faz, pelo modo como se comporta”. Afinal, viver e andar no
Espírito é o mesmo que afirmar: temos que ter coerência de vida.

Coerência de vida é:

• Palavras x Testemunho

• Prática exterior x Verdade interior

• O que se ensina x o que se vive

• Anúncio x comportamento
• Prática dos carismas x vida comunitária

• Dimensão espiritual x Dimensão social

f. Compare:

I. “Eu sou o caminho” (Jo 14.6) — “andai nele” e (Cl 2.6).

II. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14.6) — o Espírito guia,
convence e vivifica (Jo 16.8).

REFLEXÃO

a. Jesus: “O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras


que eu vos disse sã o espírito e vida” (Jo 6.63).

b. Compare:

I. Ordem negativa: “Nã o extingais o Espírito”(1Ts 5.19); “Nã o entristeçais


o Espírito”(Ef 4.32).

III. Ordem positiva: “Andai no Espírito” (Gl 5.16) ; “ todos os que sã o


guiados pelo Espírito de Deus,... sã o filhos de Deus” (Rm 8.14).

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