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CONCÍLIO DE JERUSALÉM: At 15, 4-21

GNOSTICISMO

A gnose (conhecimento superior) é uma forma de teologia que promete salvação


pela compreensão dos enigmas do céu e da terra. Tentavam explicar a fé e seus
mistérios através de certas filosofias. Os gnósticos viam a Deus mais como uma
verdade a ser conhecida do que uma pessoa a ser amada.

O gnosticismo resultou do sincretismo das religiões orientais com o judaísmo e o


cristianismo. Tras em si uma aversão pela simplicidade do evangelho e da tentativa
de explicar a origem do mal. Para Irineu na Adversus Haereses, Simão o Mago quis
ser a manifestação da divindade até então desconhecida.

Os gnósticos interpretavam alegoricamente as Escrituras. Adotavam a forma social


de comunidade religiosa e de escolas filosóficas, aninhando-se nas comunidades
cristãs em formas de convertículos secretos.

Os principais centros do gnosticismo foram: Alexandria, Antioquia e Roma. Suas


idéias continuaram vivas no maniqueísmo, no mandeísmos e nas seitas medievais
dos paulicianos, bogomilos e cátaros.

MARCIONISMO

Marcião, que era filho do Bispo de Sinope, foi excomungado pelo próprio Pai.

Chegou em Roma em 139 como proprietário de navios; uniu-se á comunidade cristã


e rompeu com ela em 144.

Elementos principais do marcionismo:

- Afinidades com o dualismo gnóstico: existência de um Deus justo e cheio de ira,


Javé, identificado com o demiurgo, e de um Deus de amor e de toda consolação, o
Deus do Evangelho; O Deus bom assumiu um corpo aparente em Cristo; desprezo
pela matéria.

- Rígido anti-judaísmo: Separação do cristianismo de qualquer ligação com o


judaísmo.

- Repúdio integral do AT: Para Marcião AT e NT estão em plena contradição;


- Rigorismo ético: Abstenção de todas as obras do Deus criador, especialmente o
matrimônio, a carne e o vinho.

MANIQUEÍSMO

Manes ou Mani, foi educado no mandeísmo e conheceu o cristianismo por


intermédio de Marcião e Bardesanes: reconhecia sua dependência dos pais da justiça
– Zoroastro, Buda e Jesus Cristo -, mas entendia superar tais religiões ou seitas por
meio da ação missionária; pregou na Índia e na Pérsia, onde foi crucificado por
instigação da casta sacerdotal, em 277.

Elementos principais do maniqueísmo:

- Dualismo: dois seres primordiais: um bom, o pai da grandeza, e outro mau.

- Emanação de dois reinos de eons – luz e treva -, dentre os quais surgem o homem e
o demônio primordiais; o mundo atual, que é mau, origina-se da mistura dos dois
reinos.

- Redenção : libertação dos fragmentos de luz confinados na matéria; Jesus Cristo


como um eon celeste que assumiu um corpo aparente.

- A doutrina de Jesus Cristo foi mal compreendida e falsificada. Mani é o próprio


Paraclito, que revelou os três segredos:

1 – Segredo da boca: abstinência das palavras e prazeres impuros.

2 – Segredo das mãos: abstinência dos trabalhos.

3 – Segredo do coração: Abstinência do matrimônio.

- Ao completar-se a separação dos reinos, o mundo visível seria transformado em


ruínas (um incêncio deveria durar 1468 anos)

- Hierarquia: Sucessor de Mani, doutores, bispo, presbíteros e diáconos.

- Festa da cátedra: execução de mani e sua ascensão ao céu.

MONTANISMO

Montano nutria a expectativa de uma nova era iminente no mundo – a Era do


Espírito Santo – e o núcleo de sua doutrina consistira na expectativa escatológica.
Montano era neófito, anteriormente sacerdote de Cibele (divindade pagã) e em 172
apresentou-se como profeta e reformador, coma pretensão de ser instrumento do
Paraclito.

Anunciava o fim do mundo e falava que a preparação para tal evento exigia:

- Proibição severa das segundas núpcias e até desprezo do matrimônio.

- Jejum mais rigoroso

- Xerofagia: Uso exclusivo de alimentos secos, sem carne ou bebidas.

- Proibição de fugir da perseguição

- Recomendação para se oferecer ao martírio

- Negação da absolvição para os pecados graves (homicídio, fornicação ou adultério)

- Para as virgens e viúvas o uso de véu durante a liturgia.

QUILIASMA

A corrente quiliástica expressava a esperança de um reino messiânico terreno de mil


anos. Para esta corrente satã seria acorrentado e os justos reinariam por mil anos
com Cristo (reino onde predominaria a justiça e a paz); depois, solto o diabo e
vencido uma segunda vez, haveria uma ressurreição geral.

DONATISMO

Donato foi um bispo do norte da África, no início do século IV. Ele pregava aquela
moral rigorista, semelhança de Montano. Donato era contra o retorno dos lapsos.
Para ele todos os que haviam fraquejado na fé deviam ficar de fora da Igreja
definitivamente. Mais: os donatistas não aceitavam os sacramentos administrados
por um padre ou bispo em pecado. Tais sacramentos seriam inválidos. O padre devia
estar sempre em estado de graça.

CONCÍLIOS ECUMÊNICOS DA IGREJA ANTIGA

1 – CONCÍLIO DE NICÉIA (325)

Convocação: Imperador Constantino

Local: Nicéia
Duração: Dois meses e doze dias

Participação: 300 Bispos (Segundo Atanásio)

+ de 250 (Segundo Eusébio de Cesaréia)

Papa Silvestre não participou por estar muito idoso. É a partir daí que vem o costume
do Bispo de Roma se fazer representar nestes concílios.

Condenações: Nicéia condena o Arianismo (O Bispo Ário estava presente). Para Ário
na Trindade Divina, o Filho ou Logos é INFERIOR e SUBORDINADO ao Pai e foi CRIADO
no Tempo. Resumindo o Arianismo negava a divindade de Cristo. Para Ario Cristo era
o mais perfeito de todos os seres. Isso de certa maneira tinha virado uma moda
dentro do Império ao ponto de quando as pessoas se encontravam pelas ruas se
cumprimentavam e diziam: O Pai é maior que o Filho. Ário fundamenta sua afirmação
no texto do Evangelho de São João 14, 8 quando o próprio Jesus diz: “O Pai é maior
do que Eu”. Para Ário com essa afirmação Jesus não era Deus e sim simplesmente
uma criatura.

O primeiro a se levantar contra é Atanasio de Alexandria, ainda leigo, depois ele se


torna Bispo e um grande santo da Igreja. Ele vai dizer que quando Jesus diz que era
inferior ao Pai, não pode ser entendido de maneira absoluta, pois neste caso sim
Jesus falava de sua condição humana. Atanasio também lembra que as frases bíblicas
não podem ser tiradas de seu contexto.

Afirmação: O Credo de Niceia afirma a consubstancialidade do Pai e do Filho, e a


verdadeira divindade de Jesus.

Deus de Deus, Luz da Luz,

Deus verdadeiro de Deus verdadeiro

Gerado, não criado,

Consubstancial ao Pai,

Por ele todas as coisas foram feitos e pos nós homens, e por nossa salvação

Desceu dos céus.

O credo niceno foi combatido durante 55 anos no Oriente; sua recepção se tornará
definitiva quando do Concílio de Constantinopla.
Mesmo condenado Ário ganhou novos seguidores. O que Constantino fez a favor da
Igreja, fez a favor do arianismo, ao ponto de que o Papa Libério sofreu muito e viu a
maioria dos bispos passar para o Arianismo, bispos estes que chegaram a eleger Ario
como Patriarca de Constantinopla, porém Ario morre durante os preparativos de sua
posse, ficando sem adeptos essa doutrina vai perdendo sua força, mas resiste ainda
por dois séculos, porém a seitas nos dias de hoje que negam a divindade de Cristo,
como por exemplo, os Testemunhas de Jeová.

2 - Concílio de Constantinopla

Imperador Teodósio I

Ano: 381

Participação: 150 bispos do Oriente. Nenhum Bispo ocidental participa, porém


designaram aquela assembléia como sínodo ecumênico.

Contexto: Em 362 o Sínodo de Alexandria, presidido por Atanasio, condena


novamente Ário, assim como os seguidores de Pneumatômacos de Macedônio,
patriarca de Constantinopla, por suas teorias acerca do Espírito Santo como um dos
espírito enviados para servir (Hb 1, 14), e uma criatura do Filho, ou seja, para
Macedônio o Espírito Santo não era Deus e sim uma criatura de Deus.

Afirmação: O concílio de Constantinopla adota e proclama a divindade do Espírito


Santo.

Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho;

E com o Pai e o Filho é adorado e glorificado:

Ele que falou pelos profetas.

No que diz respeito a questão da procedência/processão do Espírito, note-se que


Agostinho (354-430) morreu sem conhecer as decisões do Concílio de Constantinopla
I , embora no seu De Trinitate tenha falado sobre o mesmo assunto, mas não
exatamente da mesma maneira. Agostinho conhecia a posição teológica de Hilário de
Poitiers e de Santo Ambrósio e preocupado em salvaguardar a consubstancialidade
das três pessoas e divindade de Jesus, afirma claramente que o ESPÍRITO SANTO
PROCEDE DO PAI E DO FILHO. Sua formulação evita que a Trindade fosse vista como
Tríade cujos elementos seriam desiguais. Por outro lado essa formulação será o
motivo de uma divisão na Igreja que existe até os dias de hoje. Para os orientais Deus
é a única fonte de divindade, e o Filho e o Espírito Santo são segundo a fórmula de
Irineu de Lião (grego, mas Bispo na Igreja Latina, as duas mãos de Deus no mundo.

Concílios de Niceia e Constantinopla

Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso,


Criador do céu e da terra,
de todas as coisas visíveis e invisíveis.
Creio em um só Senhor, Jesus Cristo,
Filho Unigênito de Deus,
gerado do Pai antes de todos os séculos
Deus de Deus, Luz da luz,
verdadeiro Deus de verdadeiro Deus,
gerado, não feito,
da mesma substância do Pai.
Por Ele todas as coisas foram feitas.
E, por nós, homens,
e para a nossa salvação,
desceu dos céus:
Se encarnou pelo Espírito Santo,
no seio da Virgem Maria,
e se fez homem.
Também por nós foi crucificado
sob Pôncio Pilatos;
padeceu e foi sepultado.
Ressuscitou dos mortos ao terceiro dia,
conforme as Escrituras;
E subiu aos céus,
onde está assentado à direita de Deus Pai.
Donde há de vir, em glória,
para julgar os vivos e os mortos;
e o Seu reino não terá fim.
Creio no Espírito Santo,
Senhor e fonte de vida,
que procede do Pai;
e com o Pai e o Filho
é adorado e glorificado:
Ele falou pelos profetas.
Creio na Igreja
Una, Santa, Católica e Apostólica
Confesso um só batismo para remissão dos pecados.
Espero a ressurreição dos mortos;
E a vida do mundo vindouro.
Amém.

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