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OS PAIS APOLOGISTAS DA IGREJA.

INTRODUÇÃO.
Os Pais Apologistas da Igreja, são aqueles que tinham por objetivo defender a Igreja nos primeiros séculos da era cristã,
contra o Estado e autoridades, e o povo de modo geral, visto que a Igreja era por este tempo perseguida.

Os Apologistas defendiam a Igreja contra as acusações de ateismo, canibalismo , incesto e outras práticas anti-sociais que
lhes eram atribuídas por seus opositores.

Em contra-partida desenvolveu-se uma perspectiva de demonstração de que o Cristianismo era equilibrado e são, ao
contrário das outras religiões pagãs e o culto ao Estado, imposto pelos Imperadores Romanos. Há que se mencionar que
os Apologistas defendiam o Cristianismo, contra o próprio Judaísmo reinante no princípio da Igreja cristã.
Admite-se que os Apologistas expunham o Cristianismo em termos de filosofia e não de teologia, visto que naquela época a
diferença entre os dois sistemas não podia ainda ser realizada. No entretanto, devemos ter em mente que

( a ) os Pais estavam escrevendo apologias, e não tratados doutrinários;

( b ) as verdades ressaltadas pelos Pais constituem hoje, parte essencial do sistema de doutrinas cristãs;

( c ) os escritos dos Pais continham elementos cristãos positivos.

Há que se considerar que segundo a Literatura emprega, alguns dos Pais Apologistas da Igreja, são considerados Anti-
gnósticos, por alguns autores, e vice-versa.
OS APOLOGISTAS OCIDENTAIS.
1 - JUSTINO MÁRTIR ( 100 - 165 ).
Filho de pais pagãos; filósofo; convertido ao Cristianismo;martirizado em 165.
Justino revela ter lido Mateus e João em Éfeso, e posteriormente em Roma, leu Marcos e Lucas. Cita
principalmente Mateus e Lucas. Menciona os Evangelhos como Memórias dos Apostólos.
Justino dizia : "O mundo vive das orações dos cristãos e da obediência dos cristãos à lei do Estado. Os cristãos
preservam o mundo e, por outro lado, por causa dos cristãos Deus também preserva o mundo".

Escritos entre 151 e 163 :


- I Apologia ( endereçada ao Imperador Antonino Pio )
- II Apologia ( endereçada ao Imperador Marco Aurélio )
- Diálogo com Trifo, o Judeu.
Nos seus escritos Justino exortava os Imperadores Romanos a serem justos para com os cristãos, mostrando que
eles não são ateus ou idólatras. Também procura convencer os judeus da messianidade de Jesus Cristo.

Principais ensinamentos :
- A filosofia cristã era universal.
- A vida e a moralidade superiores de Cristo, tinham sido previstas pelas profecias do Antigo Testamento.
- A messianidade de Jesus Cristo.
- A relação entre o declínio da lei do velho concerto e o surgimento do Evangelho.
- A identificação do Logos, Cristo, com Deus.
- A chamada dos gentios como povo de Deus.
- Afirmava a preexistência da alma, bem como na oportunidade de salvação, mesmo após a morte física.
2 - TACIANO ( II SÉCULO ).
Estudioso oriental; possivelmente discípulo de Justino.

Escritos :
- Discurso aos Helenos.
- Diatessaron.

Principais ensinamentos :
- O Cristianismo é superior a filosofia e a religião gregas.

A importância dos seus escritos é que o primeiro é dirigido ao povo grego. E a sua segunda obra é a mais
antiga harmonia dos Evangelhos, de que se tem notícia. Em grego, escrita por volta de 170. É um atestado
de que os 4 Evangelhos já eram conhecidos naquela época.
3 - ATENÁGORAS. ( Fins do II século ).
Professor em Atenas; convertido ao Cristianismo. Seu escrito "Súplica pelos Cristãos", defende o
Cristianisno e os cristãos contra as acusações de incesto e canibalismo; demonstra também que as
entidades pagãs são simples criaturas humanas. Apresentou a sua apologia ao Imperador Marco Aurélio.
Argumantava em favor da existência de Deus, baseado em noçoes monoteístas, em diversos poetas e
filósofos gregos. Combinava idéias religiosas e filosóficas, em se tratando da ressurreição dos mortos.

4 - TEÓFILO DE ANTIOQUIA.
Convertido ao Cristianismo. Seu escrito, datado de 180, "Apologia A Autólico", é composto de 3 livros:
- discute a natureza e superioridade de Deus;
- compara a fragilidade da religião pagã com o Cristianismo;
- responde às objeções de Autólico à fé cristã.
Teófilo de Antioquia é o primeiro Pai da Igreja a usar a palavra "trias" para "trindade".
OS APOLOGISTAS
ORIENTAIS.
1 - TERTULIANO ( 160 - 230 ).
Principal apologista ocidental; nascido em Cartago; conhecedor de grego e latim; culto; advogado; ensinou oratória e advogou
em Roma; convertido ao Cristanismo.

Escritos :
- "Apologeticum".
- "Adversus Praxeas".
- "De Anima".
- "De Baptismate".

Principais ensinamentos :
- doutrina teológica da Trindade, usando este termo para descrever a doutrina.
- doutrina traducionista da transmissão da alma dos pais para o filho, num processo de reprodução.
-afirmava que os pecados cometidos depois do batismo, eram pecados mortais.
- afirmou os primeiros indícios da doutrina do pecado original, dizendo que o mal tornou-se um elemento natural no homem,
desde o nascimento, de geração em geração.
-enfatizava o fato que o Logos dos cristãos é uma Pessoa independente,dotado de substância real, gerada por Deus.
- afirmava que o Logos é da mesma substância do Pai, embora diferente quanto a existência. O Pai é substância inteira, o Filho
é parte, por ter sido gerado ( teoria subordinacionista ).
- ele enfatizou o fato de que as três pessoas da Deidade são uma só substância, suscetível de número, contudo sem divisão.
- afirmava a perfeita humanidade de Cristo, fazendo distinção clara entre as suas duas naturezas, cada uma das quais reteve a
sua individualidade, sem fusão, mas com conjunção entre o divino e o humano.
- não enfatizava a necessidade de satisfação penal, mas apenas arrependimento por parte do pecador, que obtém a salvação
através do batismo. Por meio de jejuns e penitências, o pecador pode escapar da punição eterna. ( o sacramento da penitência)
OS PAIS ANTI-GNÓSTICOS DA IGREJA.
1 - IRINEU ( 130 - 200 ).
Nascido em Esmirna; ouvinte de Policarpo, discípulo de João. Bispo de Lyon, na Gália, em 180.

Escritos :
- "Demonstração da Pregação".
- "Contra Heresias".
Suas obras são escritas em grego. Escreve contra o gnosticismo reinante naquela época. Em "Demonstração da Pregação", uma
espécie de catecismo, enfatiza Cristo como cumprindo as profecias do A. T.

Principais ensinamentos :
- ensinava que a história da salvação era estruturada conforme 3(três) pactos ou alianças : a lei escrita no coração do homem ( 10
pacto); o Decálogo ( 20 pacto) e restauração da lei original, a lei do amor, por Cristo ( 30 pacto).
- afirmava que o Logos existira desde toda a eternidade, sendo instrumento da revelação do Pai.
- mediante a encarnação, o Logos se fez o Cristo histórico, e daí em diante, verdadeiro Deus e verdadeiro homem ( contra o
gnosticismo ).
- afirmava a doutrina da recapitulação : o Cristo plenamente divino tornou-se plenamente homem a fim de resumir em Si mesmo
toda a humanidade. A desobediência do primeiro Adão é restaurada na obediência do segundo Adão.
- enfatizou a necessidade da fé como pré-requisito para o batismo, resultando numa vida santa, havendo portanto a regeneração, a
lavagem dos pecados e uma nova vida.
- enfatizava que a fé levava a observância dos mandamentos de Cristo, sendo suficiente para tornar o homem justo diante de
Deus.
- ensinava que o Espírito de Deus dotava o crente de nova vida, produzindo esta fruto de justiça na forma de boas obras.
- argumentava que se os apóstolos tinham segredos a transmitir, estes deveriam ser entregues àqueles que seriam nomeados
bispos ( ênfase na sucessão apostólica ).
2 - CIPRIANO( 200 - 285 ).
Filho de família pagã rica; culto;professor de retórica; convertido ao Cristianismo em 246; bispo de Cartago. Sua
principal obra foi "A Unidade da Igreja Católica". Era dirigida contra os separatistas Novacionistas, que
estavam interessados na destruição da unidade da Igreja.
Em Cipriano, encontramos expressões como "Não é cristão aquele que não está na igreja de Cristo"; "não pode
ter Deus como Pai aquele que não tem a igreja como mãe"; "não há salvação fora da igreja".

Principais ensinamentos :
- a unidade da igreja era episcopal, e não teológica, expressando-se no mandato de Cristo e de Pedro.(
sucessão apostólica ).
- argumentava fortemente a respeito da co-relação entre o batismo no Espírito Santo e a regeneração no
batismo com água.
- ensinava que a Ceia era um sacrifício do corpo e do sangue de Cristo, oferecido pelo sacerdote no lugar de
Cristo ( doutrina da missa, doutrina da transubstanciação ).
3 - CLEMENTE DE ALEXANDRIA ( 155 - 225 ).
Nasceu em Atenas, filho de pais pagãos; filósofo, discípulo de Panteno.
Escritos :
- "Exortação aos Gentios".
- "Tutor".
- "Seleções".
Nos seus escritos procura demonstrar a superioridade do Cristianismo como verdadeira filosofia, superior a filosofia grega. Cristo
é apresentado como O Mestre que deixou seus ensinamentos para a vida cristã.

Principais ensinamentos :
- enfatizava que tudo de verdadeiro na sabedoria grega deveria ser empregado no Cristianismo.
- enfatizou a subsistência pessoal do Logos, Sua unidade com o Pai e Sua geração eterna; entretanto o Logos é representado
como razão divina subordinado ao Pai.
- ensinava que na encarnação o Logos tomou a natureza humana inteiramente, corpo e alma, tornando-se homem real, o Deus-
homem, embora tivesse necessidades físicas, apenas para que a sua Sua humanidade não fosse negada, além de ser incapaz
de emoções de alegria e tristeza.
- enfatizava Cristo como Legislador e Mestre, e caminho para a imortalidade, aludindo à auto-rendição de Cristo como resgate,
mas não como propiciação pelo pecado da humanidade.
- reconhecia o livre arbítrio do homem, capacitando-o a voltar-se para o bem e aceitar a salvação oferecida em Jesus Cristo.
- ensinava que o batismo é o início da nova vida na Igreja, incluindo o perdão de pecados.
- ensinava dois estágios de vida cristã : um superior outro inferior. No primeiro o homem alcança a santidade, sob a influência do
temor e da esperança; no segundo, o temor é eliminado pelo amor perfeito.
- ensinava que a eucaristia daria participação na imortalidade, pois quem comungava, entrava em companheirismo com Cristo e
com o Divino Espírito Santo.
- ensinava que o processo de purificação iniciado na vida do pecador na terra, prossegue após a morte.
- afirmava que os pagãos tinham oportunidade de arrepender-se no Hades, e a sua provação só terminava no juízo final.
4 - ORÍGENES ( 185 - 254 ).
Discípulo de Clemente, e seu sucessor na direção da Escola de Alexandria. Nasceu num lar cristão, precoce desde a infância e
asceta.Estudioso do neo-platonismo, dos sistemas heréticos, inclusive o gnosticismo. Erudito, um dos principais Pais da Igreja.
No final da sua vida, foi condenado por heresia. Segundo uma estimativa, escreveu cerca de seis mil pergaminhos. Poucos
homens tem escrito tanto, têm sido tão admirados, tão desprezados e atacados por outros.

Escritos :
- Hexapla.
- Contra Celso.
- Os Princípios.
Nos seus escritos, enfatiza a mudança de vida que o Cristianismo produz nos seus adeptos, a constante busca da verdade pelos
cristãos, e a pureza e influência de Jesus Cristo. Em "Os Princípios", Orígenes desenvolve o primeiro grande tratado de teologia
sistemática dos cristãos. A sua obra "Hexapla", constitue-se de várias versões hebraicas e gregas do V.T., arrumadas em colunas
paralelas.

Principais ensinamentos :
- ensinava a preexistência da alma humana, que errara numa vida anterior e estava colocada neste mundo num corpo humano,
como processo de purificação.
- defendia a restauração plena de todas as coisas, inclusive Satanás e seus anjos, que seriam alcançados pela graça de Deus.
- afirmava que a alma de Cristo era preexistente, já unida ao Logos;isto resultou na mistura do divino e humano em Cristo, de tal
modo que não podia manter a integridade das duas naturezas em Cristo.
- reconhecia que a salvação dos crentes dependia dos sofrimentos e da morte de Cristo, que se ofereceu a Satanás como um
resgate, enganando-o.
- ensinava a reencarnação, num mundo espiritual onde as almas têm oportunidade de continuar aprendendo e tendo
oportunidade de salvação, e não no nosso mundo físico.
5 - HIPÓLITO ( 160 - 236 ).
Apologista e autor cristão romano. Discípulo de Irineu. Alguns historiadores o consideram o primeiro
antipapa, visto que se opôs ao papa Calisto. Faleceu na ilha da Sardenha, para onde foi exilado por
Maximino.

Suas obras incluíam escritos contra os grupos heréticos, particularmente os gnósticos. Escreveu um
tratado doutrinário, intitulado "O Anticristo". Escreveu um comentário exegético sobre o livro de Daniel,
sendo a mais antiga obra proveniente da Igreja primitiva. Sua principal obra intitula-se "Tradição
Apostólica", com muitos esclarecimentos quanto à liturgia romana.
O que aconteceu no Concílio
de Niceia?

O Concílio I de Nicéia é o
primeiro Concílio Ecumênico,
que significa universal, já que
dele participaram bispos de
todas as regiões onde em que
havia cristãos.
O Concílio I de Nicéia é o primeiro Concílio
Ecumênico, que significa universal, já que dele
participaram bispos de todas as regiões onde em que
havia cristãos. Teve lugar quando a Igreja já tinha
conseguido a paz estável e dispunha de liberdade
para reunir-se abertamente. Aconteceu do 20 de
maio ao 25 de julho de 325. Dele participaram alguns
bispos que ainda tinham no seu corpo os sinais dos
castigos que tinham sofrido por serem fiéis nas
perseguições passadas, que eram recentes.

Nesses momentos ela estava sofrendo as


consequências da pregação de Ario, um padre que
negava a verdadeira divindade de Jesus Cristo.
Desde o ano de 318 Ário enfrentava-se com seu
bispo Alexandre de Alexandria, e fora excomungado
no sínodo de todos os bispos do Egito. Ário fugira e
estava em Nicomédia, junto ao bispo Eusébio, que
era seu amigo. Entre os Padres Conciliares
encontravam-se as figuras eclesiais de maior
importância no momento.
O que essa heresia ensinava:

1. Deus é ímpar e não-gerado (agennetos). Fora de Deus, tudo o mais foi


criado através da vontade de Deus.

2. O logos (Cristo) é um intermediário entre Deus e o homem. Ele começou


antes do tempo, mas não seria eterno, ou seja, havia um tempo em que o logos
não existia, embora Deus já existisse, sendo assim, ele seria um ser evoterno.

3. O logos foi criado por Deus, ele também nasceu (gennetos), o que aponta
para uma filiação por adoção.

4. O logos encarnado (Jesus Cristo), é assim, inferior a Deus.


Entre os Padres Conciliares encontravam-se as figuras eclesiais de maior
importância no momento. Estava Osio, Bispo de Córdoba, que, ao que parece, foi
quem presidiu as sessões. Assistiram também Alexandre de Alexandria, ajudado
pelo diácono Atanásio, Marcelo de Ancira, Macário de Jerusalém, Leôncio de
Cesárea de Capadócia, Eustácio de Antioquia, e alguns presbíteros
representantes do Bispo de Roma, que não pode estar presente devido à idade
avançada.

Além de Ário, também participaram seus amigos Eusébio de Cesárea, Eusébio de


Nicomedia e outros. Em total participaram ao redor de 300 bispos.
Os Padres Conciliares, para evitar as consequências de uma confusão tão grave,
decidiram redigir, baseados no Credo batismal da Igreja de Cesaréia, um símbolo
de fé que fosse o reflexo, de forma sintética e clara, da confissão genuína da fé
recebida e admitida pelos cristãos desde as origens.

Nele consta que Jesus Cristo é:

"da substância do Pai, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus


verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado e não criado,
homoousios tou Patrou (consubstancial ao Pai)".

Todos os Padres Conciliares, menos os dois Bispos, no dia 19 de junho de 325,


autenticaram esse Credo, que é o Símbolo de Niceno.
Além desta questão fundamental, em Nicéia fixou-se a celebração da Páscoa
no primeiro domingo depois da primeira lua cheia da primavera, seguindo a
práxis habitual na Igreja de Roma e em outras. Também foram tratadas
algumas questões disciplinares de menor importância, pois eram referentes ao
funcionamento interno da Igreja.
Concílio de Constantinopla I (381 d.C.)

O Concílio de Constantinopla, foi convocado pelo imperador


romano Teodósio, o concílio reuniu-se na Igreja de Santa Irene,
de maio a junho de 381, sendo esse, o segundo concílio
universal da igreja, e o primeiro dos três que foram realizados em
Constantinopla.
Assunto: Condenação da Heresia de Macedônio que negava a
igualdade do Espirito Santo com o Pai e o Filho. Ele dizia; que o
espirito era criatura de Deus, pois que acreditava que o Filho
criatura do Pai tinha o Espírito Santo na conta de criatura do
Filho; seria um dos espíritos servidores (cf. Hb 1,14), diferente da
função Angelical apenas por gradação. S. Atanásio, ao combater
o arianismo, defendeu também a divindade e a
consubstancialidade do Espírito Santo. Por isto, um sínodo
realizado em Alexandria em 362 reconheceu e confirmou a
Divindade do Espírito Santo. Isto, porém, não bastou para
dissipar os erros: de Macedônio, Bispo ariano de Constantinopla
deposto em 360, era ferrenho adversário da Divindade do
Espírito e sua divindade, reunindo, em torno de si um bom
número de discípulos, que se chamavam macedonianos ou
pneumatômacos (pneuma = espírito; máchomai = combater).
Vários outros Sínodos rejeitaram a doutrina de Macedônio; o
mesmo foi feito pelos padres capadócios.
o pronunciamento definitivo se deve ao Concílio de Constantinopla I realizado em 381: 150 padres,
orientais e ocidentais, depois do afastamento de 36 macedonianos, condenaram o macedonianismo e,
para explicitar claramente à fé católica, retomaram o artigo 32 do Símbolo de fé Niceno, que rezava
apenas:

“Cremos no Espírito Santo”; foram-lhe acrescentadas as


palavras: “Senhor e Fonte de Vida, que procede do Pai, (mais
tarde se definirá “e do filho”) adorado e glorificado
juntamente com o Pai e o Filho, e falou pelos Profetas”.
O CÂNON BÍBLICO

1. O QUE É CÂNON BÍBLICO


"Cânon Bíblico" é a lista de todos os livros da Bíblia. Cânon, do
grego kanón = regra, medida ► catálogo.

"Cânon" vem de "cana" que era usada como metro, medida. Daí
a palavra passou a ser usada também como norma, regra de
verdade ou de fé.

Os livros da Bíblia foram chamados "canônicos" a partir do


século IV, porque foram reconhecidos como normativos para a fé
e a vida dos fiéis.
Existem, para o AT, dois cânones:

O Cânon Alexandrino (ou longo) com 46 livros, presente


na Bíblia Católica;

O Cânon Palestinense (ou curto) com 39 livros, presente


nas Bíblias Hebraica e Protestante.

Para o NT, o cânon é o mesmo para católicos e


protestantes, com 27 livros.
Tendo em vista a aceitação ou não no Cânon, os livros da Bíblia são chamados
de Protocanônicos ou Deuterocanônicos.

Protocanônicos - são os livros que estão nas três Bíblias (hebraica, católica e
protestante). Isto é, aqueles livros que foram considerados inspirados por Deus,
sempre e por todos.

Deuterocanônicos - são os livros cuja inspiração foi objeto de debates e que são aceitos
por uns e rejeitados por outros. Encontram-se somente na Bíblia Católica.
São os seguintes livros:

AT - Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, 1 livro dos Macabeus, 2 livro dos


Macabeus e Baruc.
E alguns textos:
Ester 10,4-16,24; Daniel 3,24-90; 13-14.
• Foram estipulados os seguintes critérios:

• 1) o livro sagrado não pode ter sido escrito fora da terra de Israel;

• 2) ... não em língua aramaica ou grega, mas somente em hebraico;

• 3) ... não depois de Esdras (458-428 a.C.);

• 4) .. não em contradição com a Torá ou Lei de Moisés.


• Ora acontece que os Apóstolos e Evangelistas, ao escreverem o Novo
Testamento em grego, citavam o Antigo Testamento, usando a tradução
grega de Alexandria, mesmo quando esta diferia do texto hebraico; tenham-
se em vista Mt 1,23 (► Is 7,14); Hb 10,5 (► SI 39/40,7); Hb 10,37s (Hab
2,3s), At 15,16s (► Am 9,11 s).

• O texto grego tornou-se a forma comum entre os cristãos; em consequência


o Cânon amplo, incluindo os sete livros e os fragmentos citados, passou para
o uso dos cristãos.

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