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OS CONCÍLIOS DA IGREJA (325 d.C.

)
Ário, presbítero de Alexandria, ensinava que Jesus seria uma emanação
ou expressão de Deus, mas que não podia ser identificado com o Deus
Altíssimo, que deveria ser visto como totalmente transcendental. Para Ário,
Jesus fora criado por Deus e se tornou o agente ativo da criação. Ele defendia
que “tempo houve em que Ele (Jesus) não existia”.
Ário dizia que Deus é puro e não poderia se contaminar com seu
contato, com a matéria, que é corrompida. Jesus Cristo, que foi criado dentro
do tempo, era a ponte sobre o abismo.
O concílio estava dividido em três partidos:
1. Jesus possuía essência diferente do Pai (Ário);
2. Jesus possuía a mesma essência que o Pai (Atanásio);
3. A essência de Jesus era semelhante à do Pai (Posição conciliatória).
Atanásio defendia a divindade de Cristo e de sua existência eterna.
Depois de um debate acirrado, o Concílio de Nicéia rejeitou a posição ariana. O
credo niceno, publicado depois das reuniões, não foi muito claro em definir a
natureza de Cristo e do Espírito Santo.

O CONCÍLIO DE CONSTANTINOPLA (381 d.C.) *entre os meses de maio e


junho
Uma das primeiras heresias relacionadas com o Espírito Santo foi o
Montanismo, surgido na metade do segundo século da era cristã, que
defendia um culto em torno da terceira pessoa da divindade.
Montano rejeitava: ¹As autoridades eclesiásticas, ²A hierarquia em torno
dos bispos e ³As estruturas das paróquias. Ele acreditava que a Igreja deveria
ser dirigida pelo Espírito Santo diretamente. Em seus cultos havia a
manifestação do falar em línguas estranhas.
O Credo de Niceia, resumidamente, diz: “Cremos em um só Deus, Pai
onipotente, criador de todas as coisas visíveis e invisíveis. E um só Senhor
Jesus Cristo, o Filho de Deus, gerado pelo Pai, unigênito, isto é, da substância
do Pai; [...] E no Espírito Santo.” Ou seja, Deus e Jesus existem e possuem a
mesma natureza divina, mas nada deixou estritamente claro sobre a terceira
pessoa da divindade, o Espírito Santo.
No século IV surgiu uma heresia preconizada por Macedônio, o
Macedonismo pregava contra a divindade do Espírito Santo. Ele negava a
personalidade do Espírito Santo, afirmando que Ele era os dons da graça
derramados sobre os homens.
O Concílio de Constantinopla acrescentou a seguinte explicação ao
Credo de Nicéia: “E no Espírito Santo, Senhor e Vivificador, que procede do
Pai, que com o Pai e o Filho conjuntamente é adorado e glorificado, que falou
através dos profetas”. Com esse acréscimo, mas tarde o Credo de
Nicéia+Concílio de Constantinopla passou a ser chamado de Credo Niceno-
Constantinopolitano.

O CONCÍLIO DE CALCEDÔNIA (451 d.C.)


Esse debate, sobre a humanidade e a divindade de Jesus, durou mais
de 300 anos, até que em 451 d.C., no Concílio de Calcedônia, foi definida a
relação entre as duas naturezas de Cristo.
O debate sobre a natureza de Cristo foi influenciado por duas escolas de
teologia:
1. Antioquia
2. Alexandria.
1.  Defendia a distinção absoluta das naturezas de Cristo. Êtiques
ensinava a fusão das duas naturezas de Cristo.
2.  Exaltava a divindade de Cristo em prejuízo da sua humanidade.
Apolinário defendia que Jesus não era completamente humano.
O Concílio de Calcedônia aconteceu em 451 d.C. e foram mais de 400
líderes presentes e eles declararam que Jesus era ao mesmo tempo Deus e
Homem.
“As duas naturezas são ‘inconfundíveis, imutáveis, indivisíveis,
inseparáveis’. (Wayne Grudem, Teologia sistemática, p. 996) Desse
modo, a salvação está garantida a quem professa a fé em Jesus,
porque seu sacrifício foi tanto que Deus Salvador quanto do homem
que identificado com a humanidade.” (ECKMAN, 2005)
Em um de seus livros São Teófilo de Antioquia diz: “Aparece aqui, pela
primeira vez na literatura cristã, a palavra Trindade aplicada a Deus. O fato de
Teófilo usá-la como um termo corrente faz pensar que não era seu autor.
“Ao contrário do que muitos pensam, o próprio imperados não tinha
interesse algum em ‘promulgar’ uma doutrina trinitária para a Igreja.
Se este fosse o seu intento, ele não precisaria convocar um concílio.
Bastava repetir o ato de quatro anos antes, quando promulgou o
decreto dominical, e assinar um edito ordenando a todos que
adorassem ao Deus triúno.” (SILVA, 2005)
É bom lembrar que o centro da discussão em Nicéia não era a a
Trindade, mas sim a natureza de Cristo em relação ao Pai. O credo Niceno não
diz nada sobre o Espírito Santo ser uma pessoa ou não.

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