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Introdução
1Licenciado em Filosofia pelo Centro Universitário Newton Paiva, Belo Horizontes/ MG. Formado
em Teologia por Instituto Teológico Quadrangular, Joinville / SC. Pós-graduado em
Aconselhamento Cristão por REFIDIM, Joinville / SC. Pós-graduando em História da Igreja por
Centro Universitário Católica de Santa Catarina, Joinville / SC. Pastor (Ministro), na Igreja do
Evangelho Quadrangular em Joinville / SC. Prontuário 36000. Membro da diretoria do Conselho
de Pastores de Joinville / SC. Registro 47. Professor de teologia nas matérias de Introdução a
Teologia e História da Igreja. Casado com Mariane Pereira Henrique e pai de Iago Nathanael
Henrique. Email: nelson.henrique07@gmail.com
compreender nestas três frases: “O Verbo não é eterno nem tem a mesma
natureza do Pai. Foi criado no tempo por Deus Pai. Só por metáfora é que lhe
chamamos Filhos de Deus”. (ATANASIO, 2010, p.11) Ário e seus discípulos
tomaram essa ideia e separaram o Filho do Pai, tornando Jesus um tipo de
segundo deus (déutero theós). Essa controvérsia coloca a cristandade em um
mesmo patamar religioso dos panteões greco-romanos.
Com efeito, os hereges estavam dispostos a crer nos seus mitos, porém
rejeitavam a fé e costuravam as ideias pagãs. O autor do livro de Hebreus dirá:
“É pela fé que compreendemos que os mundos foram organizados por uma
palavra de Deus. Por isso é que o mundo visível não tem sua origem em coisas
manifestas.” (Hb 11, 3)
“O homem – diz Teófilo – deve ter a alma pura como límpido espelho.
Se a ferrugem corrói o espelho, não é mais possível ver nele refletido
o rosto humano: analogamente, se há culpa no homem, não lhe é
possível ver Deus.” (REALE, ANTISERI, 2017, p.420)
A fraqueza humana, no descuido da obediência, levou o gênero humano
ao fracasso espiritual. Tão somente o Verbo de Deus poderia, como diz Atanásio:
“Ele, o Verbo de Deus, acima de tudo, era o único, portanto, capaz de refazer
todas as coisas, de sofrer por todos, de ser em favor de todos digno embaixador
junto do Pai:” (ATANÁSIO, 2010, p. 133). Neste sentido, o Cristo encarnado
esvazia se de si mesmo para tomar a forma humana, a kenosis2 como diria
Paulo.
2Kenosis – Termo grego para esvazio. O apóstolo Paulo usou tal expressão quando escreveu
aos Filipenses (Fp 2,7) Foi utilizado ao longo dos séculos pelos padres da igreja e por teólogos
pós reforma.
Convém também explicitar que uma teologia herética, chamada
adocionismo, pensada Paulo de Samosata, colocava o Verbo tão somente como
homem em um primeiro momento, tornando-se divino por conta desta “adoção”
para uma missão especial. Essa doutrina foi “declarada herética pelo Sínodo de
Antioquia em 268.” (OLSON, 2001, p. 146).
‘O homem que origino toda esta tragédia e que deu nome à heresia –
Ário - tinha em si uma mistura de inextrincável de qualidades e defeitos,
fundidos no cadinho desse orgulho que encontramos sempre nos
grandes hereges. Nada nele era insignificante: nem a inteligência, nem
o caráter, nem a violência, nem a ambição [...] Por volta de 321, quando
rebentou a crise, era já um velho; devia ter perto de sessenta anos.’
Dizia ele: “Uma mulher pode ter um filho antes de tê-lo dado à luz?, e
disso tiravam conclusões estranhas.” (ROPS, 1988, p. 446,447)