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RESUMO DA SUPREMACIA DA IGREJA

MORTE DO IMPERADOR JULIANO:


 Em 26 de junho de 363 em um combate o imperador Juliano, após renuncia ao assédio de
Ctesifonte, retirou com seu exército e provavelmente foi ferido por um dos soldados do seu
próprio exército.
 A morte de Juliano causou grande alegria entre os cristãos.
 O seu sucessor, Gioviano, era um cristão, e anulou os atos do seu antecessor, mas
desaparece em fevereiro de 364.

REINADO DE VALENTE I:
 Sobe ao trono Valente I que se colocou neutro na disputa religiosa entre pagãos e cristãos.
 No oriente seu irmão Valente (364-378) fez o mesmo, a princípio se coloca a parte das
disputas teológicas, posteriormente toma partido dos arianos e impõe perseguição ao clero
contrário, revogando a perseguição em 377.
 Em agosto de 378 Valente afronta em Adrianópolis os bárbaros, vencendo a batalha, porém foi
acabou morrendo.

REINADO DE TEODÓSIO I:
 No mesmo ano Graziano e Teodósio enfrentem a questão religiosa com procedimentos
radicais, seja no confronto dos pagãos ou dos arianos, com uma política favorável aos ortodoxos.
 Anteriormente, em 378 Graciano publica a Sirmio um edito de tolerância para todos. Em Milão,
posteriormente revoga a disposição emitindo uma constituição contra as heresias.
 O Reinado de Teodósio significou a mudança no relacionamento do império com a igreja
cristã. Destruiu muitos templos pagãos e procurou assistir e reforçar a ortodoxia com leis e ações
ante heréticas.
 Em 28 de fevereiro de 380 publica o edito Cunctos Populos – Edito de Tessalônica.
“Todos os povos que é governado da administração da nossa clemencia devera praticar aquela
religião que o divino Pedro Apostolo transmitiu aos romanos.”
“É evidente que esta é a religião seguida do pontífice Damaso e de Pedro, bispo de Alexandria,
pessoa de apostólica santidade.”
 Teodósio aplicou uma concepção tipicamente ocidental a divisão da Igreja. Teodósio coloca
em evidência o Papa Damaso, que sucedeu a Libero em 366 em um contexto de conflito e
carnificina.
 A posição de Teodósio se compromete com a teologia nicena e trinitária e contra os rivais de
Roma.
 “Nós cremos na unitária divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo, segundo o conceito de
igual majestade da Santa Trindade.”
 Papa Damaso havia presidido o concílio de Roma em 377 no qual condenou a cristologia de
Apolinario e afirmou o concílio de Niceia com a inserção.
“Nós não separamos o Espírito Santo, mas juntos com o Pai e o Filho, oferecemos a eles uma
adoração conjunta enquanto completa em cada coisa, em potência, em honra, e majestade e em
divindade.”
 O Ocidente partidário do texto de Niceia, após a morte de Constanzo II em 361, havia
desenvolvido com tranquilidade. Valentino I não havia permitido que o episcopado apoiador de
Niceia entrasse nas mãos dos contrários.
 No Oriente os opositores da ortodoxia governativa sofriam duramente sobre o governo de
Valente. Entre os opositores se encontravam Basílio de Cesarea, Melezio de Antioquia.
 Entorno a Melezio se encontrava a maioria dos bispos orientais, entre eles os exegetas
Diodoro de Tardo e os capadócios Gregório de Nissa e Gregório Nazianzeno.
 O grupo capadociano da teologia trinitária prevalece juntamente com a maior parte dos bispos
orientais, rebatendo a única substância do Pai, do Filho e do Espírito Santo, mas falando de três
Hypostases pessoalmente distinta.

SÍNODO DE ALEXANDRIA ATANÁSIO:


 Em 362 no sínodo de Alexandria Atanásio havia procurado unir os dois pensamentos. Na
questão em que afirmava que havia uma hipóstases poderia referir a uma simples divindade das
três pessoas e que três hypostases não comportavam a separação das pessoas em três deuses
o fizesse do Filho e do Espírito Santo simples criaturas
 Sobre a base desta compreensão todos aqueles que condenaram Niceia e rejeitaram a
doutrina do Espírito Santo como criatura entram em comum acordo pela união na fé.
 A divisão dos partidários de Niceia tornou majoritariamente difícil a reconciliação com outros
grupos, seja aqueles que tratassem dos pneumáticos que professavam o credo de Niceia, mas
eram conventos que o Espírito Santo fosse uma criatura do Filho e priva de essência divina, seja
os arianos como Demofilo de Constantinopla ou os anomeiani como Eunomio.
 Os apolinaristas eram considerados ortodoxos sobre o tema da trinadade, mas duramente
adversário dos outros partidos em Antioquia.
 Diodoro havia utilizado a fórmula duas essências para distinguir a divindade de Cristo da sua
humanidade, e esta foi uma das expressões que provou o protesto dos Apolinaristas.
 O protesto da parte dos orientais sobre o cisma de Apolinario levaram a uma condenação
daqueles que sustentavam que Cristo obteve da Virgem Maria uma natureza humana incompleta.
CONCÍLIO DE ROMA:
 Sobre a trindade o concílio de Roma de 377 confirmou Niceia e negou que separasse o
Espírito Santo.
 Os pneumáticos de macedônia afirmavam a fé em Niceia e ao mesmo tempo negavam a
divindade do Espírito Santo.
 Os marcelianos e os eustazianos passaram a contar com o apoio do meleziano e
capadocianos onde afirmar: o Filho não é imanente no Pai, mas subsiste da eternidade para a
eternidade. Este posicionamento foi comunicada aos antioquenos juntamente com o edito de
teodosio que indicava em Damaso o critério de ortodoxia.

CONCÍLIO GERAL EM CONSTANTINOPLA:


 Teodosio levou a Igreja a um concílio geral em Constantinopla no ano de 381 que foi
reconhecido em 451 como o segundo concílio ecumênico da Igreja.
 Estavam presentes 150 bispos de todas as regiões orientais.
 O primeiro cânone ratificado determinava: a fé dos 318 padres conciliares que se reuniram em
Niceia.
 O cânone terceiro declarava: “O bispo de Constantinopla terá o primado de honra depois do
bispo de Roma, porque Constantinopla é a nova Roma.”
 O cânone quatro determinava: “que Massimo o Cínico não foi e não é bispo de Constantinopla
e qualquer ordenação proferida por ele não é validada.”
 O cânone quinto: tomo dos bispos ocidentais que receberam os de Antioquia que confessaram
a única divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
 Durante o concílio Melezio morre e Gregório de Nazianzeno assume a presidência e a sede de
Constantinopla. A ocupação de sede gerou discussão e discórdia quanto a sede de honra de
Antioquia e Constantinopla; em apoio a Gregório estavam os bispos ocidentais e os egipcianos e
macedônios.
 Os melezianos nomearam Flávio como bispo, causando um cisma entre as sedes por sete
anos.
 Nettario, não batizado e não aderente aos partidos, foi batizado e nomeado bispo.

CREDO DE CONSTANTINOPLA:
 O credo de Constantinopla não contem nenhum dos anátemas ante arianos, mas afirma o
artigo relativo ao Espírito Santo proclamado em Niceia: “E no Espírito Santo, que o Senhor dá
vida, que procede do Pai, que juntamente ao Pai e ao Filho deve ser adorado e glorificado, que
falou por meio dos profetas.”
 “desceu dos céus, do Espírito Santo e da Virgem Maria, foi crucificado por nós sobre Poncio
Pilatos, sofreu e foi sepultado, e ressuscitou ao terceiro dia segundo as escrituras, o qual o reino
não terá mais fim. O Espírito Santo o Senhor e doador da vida.”
 De calcedônia para Niceia foi retirado o termo as coisas do céu e as coisas da terra.
 Calcedônia contem outro artigo referente ao Pai: Criador do céu e da terra e de todas as
coisas visíveis e invisível omite Deus de Deus.
 Omite-se da mesma substância do Pai substitui-se por do Pai antes de todo o tempo.
 “e o seu reino não terá mais fim” – em contra posição aos marcelianos e apolinaristas.
 “do Espírito Santo e da Virgem Maria’ – termo ante Apolinarista.
 O texto condenava os Apolinaristas, os marcelianos e os melezianos e os pneumáticos.
 O Concílio confirma a consubstancialidade divida do Espírito Santo, em detrimento ao
pensamento de Eustazio de Sebaste que negava a divindade do Espirito Santo.
 O credo de Constantinopla se tornou essencial para o batismo e eucaristia.

CONSTANTINOPLA EVOCA QUATRO PONTOS IMPORTANTES:


a) A pessoa e obra do Espírito Santo são presentes segundo o fundamento bíblico. A fé trinitária
vem expressa sem palavras controversas

b) A posição do Filho vem declarada em modo diverso, em forma que evitam o tom marceliano de
Niceia, que foi explicitado do credo de Sardica em 342. Cristo vem descrito como “Unigênito Filho
de Deus, gerado do Pai antes de todos os séculos”, assim “unigênito” vem interpretado no velho
modo oriental.
 Antes que tivesse início o mundo e o tempo o Filho existe como pessoa distinta ao lado do Pai
e derivado dele. Em Niceia “o Filho de Deus, gerado do Pai, Unigênito, vale dizer da mesma
substância do Pai.” “antes do todos os séculos” vem entendido a ideia que a geração seja a
mesma da encarnação.
 O concílio de Roma em 377 havia adotado o termo que “Deus a palavra na sua potência, não
manifestado, mas nascido e não imanente no Pai assim para não ter uma existência real, mas
subsistente da eternidade e na eternidade”
 A negação que deveria ser mantido em relação que o Filho fosse uma “hypostase” distinta do
Pai foi retirada.

c) A expressão “e o seu reino não terá mais fim” é uma citação bíblica pensada para confrontar
Marcelo, o qual sustentava que o reino de Cristo fosse terreno e temporário até que tivesse sido
entregue ao Pai
 O termo “se encarnou por obra do Espírito Santo e da virgem Maria” teve o sentido teológico
para opor a Apolinario. Cristo é formado das duas naturezas, uma divina e outra humana. Em
oposição a Apolinário que afirmava uma só natureza encarnada de Deus na Palavra.
DISTINÇÃO ENTRE CAUSA RELIGIOSA E CIVIL:
 Ambrósio escreve a carta “Benedictus” no qual expõe o princípio de que a Igreja deve regular a
relação entre ela e o poder político. A Igreja dá ao poder político que cuide de seguir as decisões
conciliares, mas proclama o próprio direito de gozar da liberdade de fronte ao poder civil. Nesta
ótica, desde o início do novo momento, Constantino havia tentado integrar a Igreja no aparato
imperial e de certo modo considerou o verdadeiro chefe dele de fato e não de direito.
 Na Igreja boa parte dos bispos, especialmente os ocidentais, haviam declarado a necessidade
do princípio da distinção entre fé e poder público. Ao final do IV século os bispos se direcionam
na invocação do apoio imperial em coisas eclesiásticas, pretendendo a intervenção do braço
secular.

A DISPUTA AO ENTORNO DO ALTAR DA VITORIA: CONCEPÇÃO PAGÃ OU CRISTÃ:


 Em 382 Graciano decide retomar a luta contra a resistência pagã, tira da sala da cúria romana
o altar da Vitoria, privando o corpo governante da imunidade e das exceções concedidas e o
colégio sacerdotal da cidade, e a confiscar a suas rendas: suprime-se o título de Pontífice
Máximo.
 O Altar diante da estátua da Vitoria na sala do senado de Roma, querido por Augusto para
celebrar a vitória de Azio, era sinal e símbolo da ligação. O altar era uma prova tangível, para os
pagãos, da fidelidade do imperador a ala republicana e de lealdade de sua política.
 Os cristãos ao invés, por obedecendo as leis e os deveres de todos, se declaravam sobre
plano religioso cidadãos de um reino que superava e transcendia a cada realidade humana.
 No relacionamento político religiosa Ambrosio e Simmaco se colocam em distância com o
poder político. “Non congruunt igitur vestra nobiscum” escreve Ambrosio, que exprime não
somente uma visão, e sim uma prática política, mas também a concepção teológica e
antropológica ao significado da presença do homem na história, que tem distintamente os
pagão e cristãos.
 Para os cristãos Ambrosio é o porta voz, Deus é o centro absoluto e único do qual tudo
descende para depois sobressair, após se passado através da história.

NOVA ETAPA:
 No ano de 384 estourou uma revolta na Bretanha entre os grupos romanos: foi aclamado
imperador o general Magno Massimo e Graciano é preso em Lion, traído e morto em 25 de
agosto. Massimo foi batizado antes de se tornar imperador. E invade a Itália, Teodósio intervêm
com vistoria em Siscia e Petrovio. A vitória dava a Igreja um momento de cristalização.
 Do momento em que Massimo governou na Galia acontece pela primeira vez o fato de uma
autoridade civil condenar a morte homens reconhecidos como heréticos. Foi o caso de
Priscilliano, bispo de Avisa em Lusitânia, e dos seus companheiros.

 Após ter sido julgados como blasfemadores no concílio em Saragoza (380) e em Bordeaux
(384), Priciliano, é acusado pelos bispos de maniqueísmo. Massimo emitiu uma sentença de
condenação e a morte se realizou em Trevere 384. Martinho de Tours condena o ato,
sustentando que deveria condenar a doutrina e salvar a pessoa.
 Alinhamento ideológico: pagãos, judeus e arianos

A POLITICA RELIGIOSA IMPOSTA POR TRÊS AUGUSTOS NO ORIENTE:


a) Teodosio manteve-se de certa forma distante e neutral nas questões religiosa.
b) Massimo adepto a ortodoxia, tinha a intenção de interversão na Itália e portanto se
coloca contra os arianos e pagãos, como forma de alargar a potência
c) Valentiniano II estava na mão da corte Milanesa que se inclinava ao arianismo.

 Entre 383 e 389 a aristocracia pagã, socialmente, culturalmente e economicamente aguerrida,


combate na esperança de consolidar-se no poder, com armas apologéticas idênticas a utilizadas
por arianos e hebreus.

 Valentiniano II em janeiro de 386 consente a liberdade de culto aos arianos e ameaça com
pena de morte a quem opor-se.

 Em Milão em uma aberta oposição a corte, isto se deu por causa da basílica Portiana, situada
fora dos muros. Ambrósio, bispo local, em uma série de homilias e carta endereçada ao
imperador exprime o seu pensamento acerca do direito da Igreja e aquele das Civita romana, em
clara imposição sobre o pensamento do direito da Igreja e da autoridade civil

 O bispo afirma claramente que nas coisas de fé são os bispos que tem o dever de julgar os
imperadores e não vice versa, e que a Igreja não pode submeter-se ao soberano. Condena os
irmãos que para obter favor do soberano perderam o favor de Deus.

 “Nós damos a Cesar aquilo que é de Cesar. Mas a Igreja é de Deus não de Cesar” (homilia de
Ambrosio “Contra Auxentium” em 29 de março 386): “com isto nenhum nos acuse de faltar de
reverência ao imperador. De fato, nenhuma honra é maior que esta: que o imperador possa dizer-
se filho da Igreja. Porque o imperador faz parte também da Igreja, é na Igreja, não acima da
Igreja”

 De Hilário de Poitiers a Basílio, existiu uma linha que reivindicava a liberdade e independência
da Igreja no exercício da própria função e que antes de tudo, exigia a subordinação do
soberano a Igreja na questão espiritual.

 Em 494 Anastásio I formulará uma teoria do poder régio e da autoridade pontifícia, “dois
princípios” no qual a história é direta de Deus e que nele existe a legitimação, de onde deriva a
consequência, segundo o qual em questão religiosa o mesmo imperador é submisso a autoridade
do Papa de Roma.

 De 388 a 392 Teodosio reside no palácio de Milão. Reprendendo o contato depois de alguns
anos do imperador e o bispo da cidade.

DOIS EPISÓDIOS NESTE TEMPO ELEVA AS DISPUTAS ENTRE IMPERADOR E IGREJA:


a) Em Callinico, no rio Eufrate, no ano de 390 durante uma remoção, grupos de cristãos haviam
incendiado a sinagoga e um santuário dos valentinianos. Teodosio ordenou de procurar os
culpados e impõe ao bispo local de reconstruir com recursos próprios a sinagoga. Ambrósio em
uma carta protesta junto ao imperador e depois, afronta-o na Igreja diante do povo milanês, o
induz a retirar o procedimento.

 Após o ato o imperador emana uma série de disposições que favoreciam os cristãos e
desagradava a comunidade Ariana de Milão. Teodósio se submeteu a Igreja, é o primeiro
exemplo de um soberano que reconhece a subordinação as leis mais que as suas e um bispo que
reivindica o poder de julgar e de absolver os soberanos não somente pela conduta privada, mas
também pelos atos oficiais.

 Em 391 o imperador proíbe qualquer culto pagão na cidade de Roma e no mês de junho 391
ordena o fechamento dos tempos pagão na Alexandria e, em âmbito cristão, emana uma lei
contra os incrédulos da fé, estabelecendo a incapacidade deles de executar um testamento e
herança.

 Em 392 Valentiniano II se torna prisioneiro na Galia, e Arbogaste, general de origem barbara,


clama novo augusto Eugenio, após a morte de Valentiniano. Em novembro uma constituição de
Teodósio, que sinaliza o fim do paganismo ao menos na cidade, proibia cada ato de culto,
também doméstico, em todo o império, o que provocou forte reação em Roma.

 Eugenio que era cristão, ordena o restabelecimento do altar da Vitoria do senado. O momento
politicamente e religiosamente se torna tenso.

 No verão de 393 Eugenio e Arbogaste estão em Milão. O partido pagão repreende força, foram
abertos os templos e completado atos de culto, se celebravam as festas que estavam proibidas.
Foram feitas ameaças de represália contra a Igreja em particular a de Milão.
 Em 394 Eugenio entra em batalha contra Teodósio, que se realizou entre 5 e 6 de setembro,
em Aquileia; na batalha são mortos Eugenio, Arbogaste e Nicomaco. Teodósio é o vencedor do
combate.

 No ano de 395 Teodosio morre, deixando o império dividido entre os seus dois filhos: Onírio,
augusto do ocidente e Arcadio, augusto do Oriente. Após a morte de Teodósio se repreendem as
rebeliões e os saques proferidos dos bárbaros. No ano de 397 morre o bispo de Milão, Ambrósio.

Em resumo, o IV século foi dominado da figura de Constantino, a segunda parte foi


desenvolvida por uma série de personagens de notável estrutura, representantes das
grandes correntes políticas, social, cultural que animou a história deste período.

 Costanzo II, sustentando o arianismo, escolheu uma vida mediano, no qual o monoteísmo
veterotestamentário e o neoplatonismo prevaleceu sob o mistério trinitário

 Juliano e depois Simmaco e outros fundamentam a sua visão religiosa e política sobre o
politeísmo, em oposição a monarquia divina. O Deus superior reina sobre o mundo, mas existem
os deuses inferiores, do qual dependem as simples nações a governar

 Graciano, Teodósio, e entre eles os bispos Atanasio, Hilario, Gregório de Nazianzeno,


Damaso, Ambrosio; tiveram uma presença diversa e com argumentos contrastantes.

 A disputa por uma sociedade que reconheça uma dúplice autoridade, a civil e a eclesiástica,
qualquer uma delas que se executa no âmbito do seu poder.

 Portanto um tempo em que os imperadores cristãos interferiram nas questões religiosas para
defender a Igreja e para atribuir privilegio

 A dificuldade dos cristãos em encontrar um ponto de equilíbrio entre inserir-se no mundo sem
ser do mundo.

 Um projeto diverso daquele de Eusebio que pressupõe a distinção do político do religioso e a


reivindicação da autonomia da Igreja enquanto sociedade que tem um fim não contingente de
conduzir os homens a salvação.

CRISTÃOS E PAGANISMO NO IV E V SÉCULO:


 A mensagem cristã deve ser analisada sob duas formas:

a) com a manifestação que se empregam para rende-la operante e na linguagem no qual é


expresso.
b) de difusão do cristianismo e o poder, com o qual os atos do governo e com emanação
de leis dá um timbre a sociedade do tempo.

 A linguagem utilizada pelos pagãos e pelos cristãos, em particular na expressão culta, tiveram
larga zona comum, se fizeram transmitir de uma exigência própria do homem do tempo, usando
imagem e meios literários que que tradição rica lhe pudesse oferecer. Como exemplo a poesia de
Prudêncio, ou os epitáfios que se eram difundidos com inscrição que remetiam a ressurreição, a
vida eterna, a fé. Era o clima espiritual de uma sociedade na procura de um ponto de referimento
seguro.

Gregorio Nazianzeno acentua sobre dois pontos que assinalam na história da salvação:
 Passagem da idolatria a lei e a passagem da lei ao evangelho. São estados e mudança
radical que se operou não em um elo instantâneo. Outra colocação de Gregórioa se refere ao
movimento de justiça gradual – “se não fossemos contritos, mas persuadidos; porque o fruto da
constrição não é durável, ao contrário o fruto da persuasão é mais durável e seguro”. O primeiro é
obra daquele que usou a violência, o segundo é obra nossa; um do poder tirânico, outra da
bondade divina. Deus, portanto, não retêm o dever de fazer o bem aos homens, mas rende
benéfico aos homens.

 Os filhos de Teodósio logo não demoram em declarar que intendiam aplicar contra os pagãos
e heréticos as disposições emanadas do pai; e assim fizeram, somando ainda atos mais
rigorosos. As leis entraram em vigor nos anos imediatamente sucessivos a 395, proibindo o culto
pagão, impedindo, entre outros, a qualquer um de entrar nos templos;
 Privou-se os sacerdotes pagãos das imunidades e benefícios que obtinham, suprimiram-se os
subsídios destinados a manutenção idolátrica Os templos pagãos e lugares foram transformados
em igrejas com variações arquitetônicas, dizia eles: “Covo de todas as imposturas, de todos os
enganos, teses da esperteza dos sacerdotes para enganar os fiéis”. A proibição causa confronto
entre os cristãos e pagãos.

 Assim, a autoridade utiliza de todas as funções sociais da nova religião; por isso império se
reserva de usar os próprios meios para que a fé seja difundida e seja removido qualquer
obstáculo. O legislador não mira a uma conversão interior da consciência, mas a uma adesão
formal dos indivíduos, que em tal modo demonstram a sua submissão a lei.

 Os imperadores cristãos conceberam plenamente o termo da religião na linha de tendência


típica do direito romano. As leis de inspiração cristão não fizeram perder a justa prospectiva
histórica dos problemas, assim como a fixação da doutrina que desenvolveu através os grandes
concílios ecumênicos do IV e do V século O direito e a doutrina se impõem rapidamente no
confronto com o mundo e a Cultura tardo antiga e não diversamente fizeram sentir o seu peso e
influxo sobre a população barbara.

MOVIMENTO MONÁSTICO:
 O movimento monástico foi visto como a procura de uma ligação da terra com o céu, ou uma
forma de fazer com que o homem posso descobrir a sua verdade total. No âmbito cristão este
movimento tem início quando as perseguições estão em sua fase final e há um desenvolvimento
surpreendente quando a nova religião se torna a religião oficial.

 O modelo monástico é o modelo da perfeição possível dentro da cristandade. A forma mais


antiga consiste no eremita, o retiro no deserto, porque as primeiras manifestações de um tal
gênero de ascese nasceram no Egito, país rico de desertos. Onde a condição ambiental e
climática é diversa. (o conceito é refugiar-se)
 Os monges abandonam a vida ativa do mundo para dedicar-se aquela contemplativa e
ascética.

Existem três categorias de monges:


A) cenobitas, que vivem em cidades
B) Anacoretos que isolam-se em lugares desertos e distanciavam-se dos homens
C) Girovagos: vivem em dois ou três, algumas vezes mais números, e não depende de ninguém
“o fruto do seu trabalho é procurar juntos o alimento. Vivem em cidades ou vilas, e tudo que
vendem custam sempre mais, como se o trabalho deles e não ao suas vidas devessem ser
considerados santos. Se vestem com mangas longas, sapatos largos, hábito roxo. Visitam as
virgens, falam mal dos clérigos

 Quanto aos cenobitas São Jerônimo Escreve: “a primeira lei para eles é aquela de obedecer
aos superiores e fazer aquilo que lhe mandarem. São divididos em dez e em cem, de modo que
em cada grupo de dez tem um que preside. E em cada grupo de cem tem um que comanda.
Vivem separados na própria cela. Vivem de pão, legumes e ervas, temperados somente com sal.
O vinho o prende somente os velhos. É prescrito o trabalho quotidiano e o produto do trabalho
entregue chefe do grupo e depois ao ecônomo, o qual transfere ao padre geral cada mês.”

 Antônio (251-356) é o pai dos monges. Do médio Egito onde ele nasce e viveu, se difundiu o
movimento monástico. Com Pacomio, ainda no Egito, nasceu os cenobitas, fundando a sua
comunidade em uma vila abandonada a Tabennisi. Também na Síria aparecem o monaquismo,
não por germinação do egipciano, mas independentemente, depois na Palestina, na Ásia
menor, Capadócia e outras regiões.
 No IV século chega ao ocidente, onde o encontra por exemplo, em Milão, na África e na
Espanha, Gália. No início do século V nos monastérios havia 7000 monges em dois grupos: No
delta do rio Nilo 5.000 a 3500 monges. Em Constantinopla ou nas suas vizinhanças, ao final da
segunda década do V século se encontravam bem 85 monastérios, aos quais se devem somar
outros 39 que se encontravam entre Bósforo, na Calcedônia.

 O sentido da vida nos mosteiros emergia no sentido de alcançar a perfeição que é um dom de
Deus, e que a contemplação deve manifestar-se na ação e, portanto, revelar-se na história,
combatendo o mal (externo e interno).

 É contado que Antônio teria saído somente duas vezes do deserto, para ir a Alexandria. A
primeira durante a perseguição de Diocleciano, para confortar os confessores e expor-se ao
martírio se isto fosse o desejo de Deus. A segunda durante a controvérsia ariana para sustentar
com o seu prestigio os bispos católicos, defendendo com eles a ortodoxia.

 Para Basílio de Cesareia a vida monacal é ligada àquela da inteira comunidade, pelo qual a
escola, hospitais, orfanatos, fazem parte da integração do mosteiro.

 A vitória sobre o mundo que o monge, com ajuda de Deus, obtém não quer dizer uma vitória
de possessão política, ao menos onde mantem-se integra a fidelidade a vocação original. Ao
contrário, significa a afirmação das exigências de Deus e do homem, na história. Onde as frentes
que se abem seja em respeito aos erros doutrinais (paganismo e heresia) seja respeito a
prepotência política, também se coberta com o nome de cristã.

 Se aceita a ideia que o poder divino não tanto se manifesta de forma direta ao indivíduo
comum ou através instituições permanentemente estabelecidas, quanto é representado na terra a
um número limitado de agentes humanos excepcionais, com um relacionamento sobrenatural
especifico e estável.

 O monge era visto como alguém de grandes atributos pelos seus contemporâneos, pela
sabedoria e exercício ascético. Uma sabedoria que compreendia a capacidade de conhecer o
homem, no saber guardar até o íntimo do coração e por isto ajuda-lo A raiz do sentido monástico
está em uma profunda insatisfação do homem no confronto da realidade, uma tentativa na forma
mais extrema para a antiguidade de contrapor a personalidade a sociedade existente, com o seu
estado de: igualdade econômica, hierarquia social, religião, cultura.

 Um outro movimento foi o nascimento dos mosteiros femininos com diferença do sentido
masculino, houve um desenvolvimento na transmissão da cultura no ocidente, aos efeitos que
levavam a mulher a emancipação ou sentido da teologia mística. Estas mulheres separadas do
mundo testemunharam melhor a capacidade de elevação no sentido espiritual.

 Na vida clerical se via uma transformação com o tempo, após o IV século o clero está formado
por homens preparados intelectualmente e pastoralmente. Exemplo Ambrósio, Agostinho; são
homens cultos e influentes se prepara um episcopado de bom nível para depois evangelizar a
terra. Se tornaram os novos protagonistas de um tempo. O direito público os reconhecia como
uma classe a parte, os responsáveis por comunidades maiores foram assimilados como
dignitários de alto grau. Lhes era dado o intervir com juízo arbitral nas causas civis e as vezes
também penal.

 A função social dos bispos se estendia bem além dos limites anteriores. As ações
propriamente jurídicas deixavam espaço para a defesa dos humildes, proteção dos menos
favorecidos, aos prisioneiros, órfãos, viúvas. O direito de auxílio que era diretriz da religião pagã
havia passado a Igreja cristã. Também os padres passam a gozar de prestígio e privilégios.

 Os recursos financeiros se tornam mais largo com a disponibilidade de várias igrejas, recursos
que provinham de doações, doações de propriedade privada e a Igreja, ofertas voluntárias. Boa
parte do dinheiro era destinado aos pobres para distribuição de comida e vestiário, manutenção
de hospitais e outros benefícios. Construção de estrutura nas cidades, aquedutos, trabalho de
construção.

 Dividiu-se o bispado em várias categorias: Os cinco patriarcados – Roma, Constantinopla,


Alexandria, Antioquia e Jerusalém. (Justiniano).

A DISPUTA PATRIARCAL:
 Concilio de Niceia reconheceu três partições político administrativa no império: Roma,
Antioquia e Alexandria.

 Em 451 o concilio de calcedônia transformava o primado de honra em jurisdição: “Os padres


têm a bom direito reconhecido os seus privilégios a sede da antiga Roma, porque era a cidade
imperial”. Movidos por esta concepção os 150 bispos caríssimos a Deus acordaram igual
privilegio a sede da nova Roma, Constantinopla, retamente julgando que a cidade que é honrada
como residência do imperador e do senado deva gozar dos mesmos privilégios da antiga cidade
imperial.

 São Leão Magno, bispo de Roma, recusa o cânone calcedônia. Em uma carta ao imperador
Marciano afirmou que a ordem das coisas seculares e as divinas tem seu critério valido para
legitimar. O primeiro é a dignidade imperial da cidade, o critério segundo é a fundação apostólica
de uma sede episcopal.

 Salienta-se que para Leão Magno o relevo de importância política da cidade e não origem
apostólica da Igreja é mais ainda a fundação direto ou indireta da obra de Pedro, como
reconhecia o cânone 6 de Niceia. Deveria reconhecer primeiramente Roma e depois Alexandria,
onde Pedro havia enviado o seu discípulo Marco.

 Em 545 Justiniano sem mencionar o bispo da nova Roma, determina privilégios igual aquele
da antiga Roma, dando sanção jurídica ao cânone de calcedônia, impondo como lei no império.
Ao final do VI século o metropolita de Constantinopla assume o título de patriarca ecumênico.

 Em 691 se confirma o cânone determinando que Constantinopla havia os mesmos privilégios


da sede de Roma.

 Durante o transcorrer do tempo se acelera a separação entre o mundo cristão do oriente e do


ocidente. “a unidade romana característica da antiguidade sucede a divisão, não somente os
trabalhos dos teólogos que se opõe, mas todo o estilo da vida cristã que se diversifica: Instituição
eclesiástica, liturgia, ideal monástico, piedade popular, inserimento do cristianismo na vida
cotidiana, em todos os setores aparecem elementos divergentes”.

CORRENTE DE ALEXANDRIA:
 Foi caracterizada pela forte acentuação a unidade de Cristo – união do Verbo de Deus com o a
carne de Jesus

 Homem Jesus é Deus – o que aparece na carne de Jesus é Deus ou o Logos Divino
Calcedônia: “Deus, ou um da santa Trindade, sofreu por nós”. Teologia Logos-sarx (verbocarne)
Apolinário de Laudiceia (IV século): O Logos constituí com a carne uma unidade corpo-alma
natural. Assim Cristo não tem uma alma humana, o Logos prende o lugar da alma (se há,
portanto, um Deus com um corpo humano).

 Os representantes ortodoxos desta corrente, Atanásio de Alexandria (IV século) e sobretudo


Cirilo de Alexandria (V século) reconhecem a existência no Cristo de uma plena natureza
humana, com corpo e alma. Colocam acento sobre a indivisibilidade da unidade: divindade e
humanidade não são justapostas, mas formam uma única realidade.

 Cirilo afirma: “o verbo se tornou homem e não entrou no homem ou não assumiu o homem”
 Cirilo fala de uma “única natureza” do verbo encarnado. O termo natureza (physis) não tem
ainda o significado técnico posterior da “divindade” ou “humanidade” Não é união moral, mas o
homem Jesus é Deus.

CORRENTE DE ANTIOQUIA:
 Acentuada sobre a base da diversidade entre Deus e o homem. Sustenta autônoma
humanidade de Jesus. Cristologia Logos-anthropos (verbo-homem)

 Cristo do século de Adão – Cristo assume a totalidade do homem, e o logos habita no homem
Jesus como em um templo ou como um instrumento. Risco de uma interpretação de Jesus com
Deus somente em sentido moral (Deus aceita o homem Jesus) Considera a natureza própria do
mundo e pensa a partir do homem. Os antagonistas são Nestório (patriarca de Constantinopla)
corrente de Antioquia. Cirilo (patriarca da Alexandria) – corrente de Alexandria

 Os fiéis de Constantinopla foram divididos diante da corrente – Theotokos (mãe de Deus) O


título foi recusado por um grupo, o qual afirmava que Maria tinha gerado somente um homem
no qual habitava a divindade.

 Teodoro de Mopsuestia descrevia: “aquela que havia nascido de Maria, era Cristo, que era
seja Deus, seja Homem. Maria, portanto, devia ser chamada com mais precisão “geradora do
Cristo” (Christotokos). Deveria ser honorada como “portadora de Deus” (theodochos).

 Nestório condena o título de Theotokos – Cristo um simples homem. A preocupação de


Nestório era não misturar divindade com humanidade. Por isto recusava a expressão “Deus
nasceu de uma mulher” “Deus sofreu” contrapondo a fórmula “Maria gerou um homem, um
instrumento da divindade”Não negou a separação da divindade e humanidade de Cristo.
Considerou sobretudo a unidade pessoal.

 Cirilo se escandalizou e solicitou uma interpretação de Nestório. Cirilo afirmava: “Se a carne de
Jesus não é a carne de Deus, agora Ele não pode dar-nos a vida; se a sua morte na cruz não é a
morte de Deus, Ele não pode salvar-nos da morte”. No ano de 430 um concilio romano recusou o
pensamento de Nestório e pediu que se retratasse em dez dias ou seria excomungado.
Imperador Teodósio II convocou um concilio para Éfeso. Não foram convidados todos os bispos,
mas somente os metropolitas do Oriente, o qual lhes foi concedida a faculdade de fazer-se
acompanhar de alguns bispos da provincial e pelo ocidente somente a sede de Roma e
Cartaginês.

 O concílio teve início em 22 de junho com 150-160 bispos, sobretudo egipcianos, asiáticos e
palestinos. Além de Cirilo, os metropolitas Mennone de Éfeso e Juvenal de Jerusalém. O
imperador queria um acordo entre as duas correntes e pretendia que seu representante
Candidiano fosse o presidente do concilio.

 Cirilo com apoio de Roma havia assume a direção do concilio e rejeitou a direção de
Candidiano. Nestório recuso entrar no concilio até que não chegassem todos os bispos.

 O concílio, dirigido por Cirilo afirmou que a segunda carta de Cirilo a Nestório era em perfeita
sintonia com a fé de Niceia, enquanto a resposta de Nestório contradizia a fé de Nicéia.

 O concílio não pretendia opor-se a Niceia, nem o mesmo nível, por isto não emana nenhuma
nova definição, se limita a verificar se as afirmações concordam ou não com Niceia.

 Niceia definia que o Filho de Deu, desceu dos céus, sofreu, etc.

 O concilio depôs Nestório, com “uma carta endereçada ao novo judas” e retirava dele toda a
dignidade eclesiástica.

 Quatro dias após a abertura do concilio, em 26 de junho, chegaram os bispos da região de


Antioquia. Com a direção de Giovanni de Antioquia, abriram um contra concilio (cerca de 50
bispos contra os 150 do outro concilio) e depôs Cirilo O imperador declarou nulo o contra concilio,
proibiu aos bispos de deixar Éfeso e anunciou uma investigação da parte de um alto funcionário
No início de julho chegaram os legados romanos. O concilio foi retomado e foi comunicada a
decisão do concilio romano, aceitaram a deposição de Nestório.
 Giovanni de Antioquia, juntamente com trinta bispos foram excomungados.
 Se depôs seja Nestório quanto Cirilo que fugiu para Alexandria.
 Nestório se refugiou-se em um convento em Antioquia.
 Foi a vitória de uma teologia sobre a outra e a ruptura da comunhão dos patriarcados de
Antioquia e Alexandria.

 Em 433 após esforço de Teodósio II chegou a paz entre os dois patriarcados. Realizou-se uma
fórmula de união redigida pelos antioquenos e reconhecida pelos ortodoxos de Cirilo. Afirma a
“união das duas naturezas” e da “união incontestável”; confessa Maria como “mãe de Deus”.

 Cirilo renunciou a fórmula controversa da “única natureza do verbo feito carne”. As duas
correntes apesar da união na fórmula continuaram sustentando a sua visão teológica. A corrente
de Cirilo entendia “união das duas naturezas” no sentido que essas não formavam mais duas
naturezas, mas “uma só natureza” – Verbo encarnado.

 Eutique abade de um monastério de Constantinopla radicalizou a formula de Cirilo “única


natureza do verbo encarnado” Segundo o qual Cristo possui duas naturezas, mas não em duas
naturezas; o Logos assumiu uma natureza humana, mas as duas naturezas não conservaram a
sua integridade, bem que a humanidade foi absorvida da divindade, como uma gota de agua pelo
mar. Eutique encontrou apoio em Dioscoro (Alexandria) sucessor de Cirilo e encontrou no
patriarca de Constantinopla Flaviano seu mais duro opositor.

 Em 448 Flaviano condenou Eutique em um concilio reunido em Constantinopla. Flaviano pediu


a Eutique a confissão no único Cristo em duas naturezas permanentes. Eutique se recusou e
apelou contra Constantinopla a outras sedes episcopais.

 Papa Leão Magno (440-461) escreve uma carta doutrinal a Flaviano (Tomus Leonis) e
delineava a plena, permanente integridade das duas naturezas de Cristo. A carta apresenta um
forte acento soteriologico e explica que a nossa salvação depende do fato que Cristo pertence
inteiramente a nós, ao tempo e a Deus; assim pode assumir plenamente a nossa limitação e a
nossa mortalidade e nos doar ao mesmo tempo a libertação da carne para a vida em Deus.

 O imperador convoca um novo concilio em 449 para Éfeso com a presidência a Dioscoro. O
concilio teve início em 8 de agosto com 150 bispos provenientes fundamentalmente da região
cirílica, do Egito, Palestina e Ásia; também presentes representantes de Roma. Por vontade de
Dioscoro e do imperador as principais forças da disputa foram excluídas, foi permitido a Flaviano
de Constantinopla somente a intervenção como imputada. Dioscoro desafiou abertamente Roma,
quando da abertura em 8 de agosto, os legados romanos pediram para ler publicamente a carta
do Papa Leão Magno. Dioscoro se recusa, e foi uma grave ofensa a Roma. Dioscoro afirmava
que o cânone 7 de Éfeso havia expressamente vetado de retirar ou colocar artigos ao símbolo de
Niceia, sustentava que Flaviano, com sua formula de fé nas duas naturezas havia agregado a fé
de Niceia coisas que não se encontravam, desta forma Dioscoro conseguiu assegurar o apoio da
maioria dos presentes. A minoria resistiu e protestaram com Hilário diácono como líder. Dioscoro
fez abrir as portas da igreja e sair os opositores a sua decisão. Em 29 de setembro um concilio
romano condenou o ato de Dioscoro.

 A partir do IV século, Roma havia pretendido que, independentemente do número dos bispos
participantes, os concílios não haveria alguma autoridade se faltava o acordo do bispo de Roma.
Pela primeira vez na história se colocava de moro claro a questão da relação entre o bispo de
Roma e um concilio que era ecumênico.

 O papa protestava contra o concilio, o imperador responde que o bispo de Roma não deveria
se colocar no meio de contendas do Oriente.

CONCILIO DE CALCEDÔNIA (451):


 Imperador Marciano queria um concilio que anulasse Éfeso II, mas o Papa Leão era cético. Ele
queria que um eventual concilio se realizasse não no Oriente, mas na Itália e que houvesse uma
maioria de bispos provenientes do ocidente. A intenção do papa era imunizar o concilio das
tendências monofisistas (posição Alexandria – Cirilo)

 O Imperador convoca o concilio para Calcedônia. O papa solicita a direção do concilio O


concilio iniciou em 8 de outubro e durou mais de três semanas, finalizando em 1 de novembro.

 Foram 350 o número dos participantes, o de maior número de padres. Os legados romanos
pretendiam, em nome de Papa, que Dioscoro não participasse do concilio e não tivesse a palavra,
poderia sentar-se em um banco a parte, ameaçando em caso contrário de abandonar o concilio.

 Dioscoro foi condenado e deposto pelo concilio bem como também Eutique, enquanto Flaviano
foi reabilitado. Ordenou-se de ler publicamente a carta de Cirilo a Nestório. Em seguida publicou a
carta do Papa Leão Magno a Flaviano, os padres exclamaram: “Pedro falou pela boca de Leão” –
Esta é a nossa fé, Cirilo e Leão falou a mesma coisa

 Os comissários papais pediram que se redigisse uma nova formula de fé para retirar
incertezas. Os bispos negaram por dizer que Niceia bastava.
 O concilio contata simplesmente se as interpretações da fé concordam com a fé de Niceia e
condena o que contradiz, mas também não definiu nada de novo.
 A estrutura verbal de Niceia demonstrava a inclinação verso a unilateralidade da cristologia da
união, do momento que afirma que o Filho de Deus desceu do céu, sofreu, etc. enquanto não
exprimia no modo igualmente explicito a nível terminológico a distinção da divindade e
humanidade

 O concilio, após insistência dos legados, e ordem do imperador, cria uma comissão com 23
padres para emitir um rascunho da profissão de fé que inseria a formula das “duas naturezas”.
 Após três dias redigiu-se a fórmula que votada em 25 outubro foi aprovado por unanimidade.
 A fórmula de fé na primeira parte expõe o contexto da “consubstancialidade a nós” com um
“similar em tudo a nós, menos no pecado”. Na parte central a confissão do “único e mesmo Cristo
em duas naturezas”. A Segunda parte os dois polos “são sem confusão ou divisão”.

O CAMINHO HISTÓRICO QUE CONDUZ A CALCEDÔNIA EVIDÊNCIA DUAS COISAS:


a) sobretudo daquele da natureza e pessoa de Cristo, não se encontravam na filosofia, mas
deveriam ser sotoposto a um acurado e laborioso processo de lapidação. Inicialmente
demonstraram expostos o entendimento dos temos “omouios, hupostasis e physis”
b) as concepções que pareciam mais plausíveis a reflexão filosófica, como por exemplo o
arianismo, o modalismo trinitário., cristologia, apolinarismo. Sobretudo a fórmula de calcedônia é
na forma dialética uma renúncia a interpretação filosófica.

 Além das definições cristológica, o concilio emanou 28 cânones de natureza jurídica. A maior
parte dos cânones foi em referência a subordinação ao bispo dos clérigos e monges.
 Emanou normas contra os clérigos vacantes, que deveriam se submeter ao bispo e proibia a
ordenação que não era vinculada a uma diocese.
 O concilio reconhecia a autoridade magistério de Roma por parte dos concilio da antiguidade.
Roma é a Igreja no qual permanece o carisma dos apóstolos Pedro e Paulo.
 Emanou o cânone 28 que daquele momento em diante Constantinopla teria à jurisdição como
nova Roma.
 Concilio Romano já havia reconhecido as três sedes em 382. Roma, Alexandria e Antioquia. O
concilio fundava a pentarquia: Roma, Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém.

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