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Como pregar?
ÍNDICE
APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO
A VIDA DO PREGADOR
A PREGAÇÃO
A MENSAGEM (O SERMÃO)
TIPOS DE SERMÃO
AS PARTES DE UM SERMÃO
A TRANSMISSÃO DA MENSAGEM
ORIENTAÇÕES PARA PREGADORES
PENSAMENTOS SOBRE PREGAÇÃO
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
A todos discípulos do Rev. Elerson.
À sua família,
especialmente Rebecah, sua filha.
Aos pregadores do Evangelho.
“E como pregarão, se não forem enviados?
Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!”
Romanos 10.15
APRESENTAÇÃO
Lembro-me como se fosse agora, quando o Pr. Elerson iniciou o Curso de Pregação no
dia 24 de maio de 1997, concluindo em 20 de setembro do mesmo ano. Formamos ali
uma equipe de aproximadamente vinte pessoas. Todos estavam ávidos por aprender a
pregar como seu pastor.
Quem já ouviu o Pr. Elerson pregar reconhecia sua eloquência e o poder de Deus que
agia através de sua vida. Sua metodologia e dedicação eram inigualáveis.
Infelizmente um acidente encerrou sua vida no dia 28 de Maio de 1998. Deixou muitos
discípulos, que hoje dão continuidade a este ministério tão valoroso.
O objetivo desta publicação é resgatar o legado de um grande pregador do evangelho.
Como discípulo, quero cumprir e ensinar o que aprendi com meu mestre.
O objetivo deste curso é melhor servir ao Senhor da Seara que nos tem chamado e
enviado a pregar. É muito bom saber, como alguém já disse, que quando Deus chama,
Ele capacita. Quando capacita, ele envia, Quando envia, ele supre: e quando supre ele
respalda. Cremos que assim será conosco!
A Igreja precisa urgentemente de obreiros e o mundo aguarda ansiosamente que se lhe
preguem a mensagem do Reino. Será que Deus poderá de fato, contar conosco? Nessa
inspiração que oramos para que Deus use esse pequeno curso para incendiar o nosso
coração com o amor à Palavra e às almas perdidas.
Que o Espirito Santo que desceu em Pentecostes e que usou todos os grandes
pregadores da história se digne de nos usar para a glória do santo e glorioso nome de
Jesus.
Nos laços do Calvário.
Uma boa pregação deve ter por traz um bom pregador. Por isso, devemos nos
preocupar com algumas exigências bíblicas que o pregador do Evangelho deve
preencher para ser um vaso de bênçãos nas mãos do Senhor.
Como ser um bom pregador?
Vejamos ’10 mandamentos’ para ser um bom pregador:
O QUE É PREGAR?
Podemos começar perguntando: o que é a pregação? Pregação é a comunicação ou a
transmissão oral das verdades Divinas com o fim de persuadir.
Nesta definição estão implícitos os seguintes elementos: a MATÉRIA, o MÉTODO e o
PROPÓSITO da pregação.
2- O MÉTODO da Pregação:
O método da Pregação é a comunicação oral. Isso não exclui, é claro, a possibilidade
da pregação com a vida ou o testemunho, mas aqui estamos tratando da pregação oral
de sermões ou mensagens bíblicas.
O método oral da pregação exige duas coisas indispensáveis:
a) O pregador (pessoa)
A Escritura declara que o homem é o instrumento da pregação (Rm. 10.14-17) e
desde o início da Igreja, essa pregação, executada por um ser humano, tem sido
um dos principais métodos de Deus para alcançara a humanidade com a
verdade. Leia: Atos 2.14 e 41; 3.19-20 e 4.4.
b) Os ouvintes (o auditório, a congregação)
Na preparação e na transmissão do sermão o pregador deve ter em mente o
“público” para o qual entregará a mensagem. Não pode perder de vista a
característica especifica de cada tipo de pessoas aos quais pregará a Palavra.
Jesus disse que os discípulos, e porque não dizer pregadores, seriam
“pescadores de homens”. Todo bom pescador sabe das diferenças básicas de
cada qualidade de peixe e as iscas próprias para cada uma delas. Assim
também deve acontecer com o pregador.
3- O PROPÓSITO da Pregação:
O sermão tem por fim persuadir, convencer. Se não for assim, não e pregação bíblica.
A pregação visa resultados como qualquer agricultor espera que a semente plantada
germine e dê frutos (Veja At.6.27-29).
Em última análise, o alvo do pregador é sempre salvar ou edificar seus ouvintes. Ele
sabe que a principal obra é a do Espirito: convencer o homem “do pecado, da justiça
do juízo” (Jo. 16.8-11).
O pregador deve sentir-se corresponsável por essa obra pelo fato de compreender que
Deus se serve de instrumentos humanos para realizá-la.
O pregador deve pregar como se tudo dependesse dele, porém ora, crê e espera como
quem sabe que na verdade, tudo depende de Deus.
A MENSAGEM (O SERMÃO)
Nesse terceiro capítulo nosso objetivo é falar não mais da pessoa do pregador ou da
Pregação em si (o ato de pregar), mas da mensagem, do sermão que esse pregador
anunciará.
Dividiremos esse capitulo em 3 partes: O preparo, o sermão em si e a transmissão da
mensagem.
O PREPARO DA MENSAGEM
Existem três aspectos a serem abordados quanto ao preparo em que o pregador deverá
se empenhar até chegar a hora da transmissão de sua mensagem:
a) O Preparo Constante
A vida toda do pregador deve ser um preparo constante para aquele momento único e
precioso no qual estará pregando a Palavra. Ele sabe que sua vida fala ou “prega” mais
alto. Sabe que de sua piedade pessoal, da sua “unção” (sem excluir é claro, o principal
- a Graça de Deus) pode depender todo o sucesso da sua empreitada. O preparo
constante passa pela vida de oração do pregador, seu jejum, sua meditação na Palavra e
a vigilância no seu testemunho pessoal de vida.
b) O Preparo Específico
Não existe pregação bíblica sem que se tenha um texto bíblico como base. A verdadeira
pregação bíblica, como já vimos, é a exposição da verdade divina contida na
Palavra de Deus.
O texto bíblico é o que dá autoridade à mensagem, é o que nos capacita a dizer: “assim
diz o Senhor”.
Algumas coisas simples, mais importantes quanto à escolha do texto sobre o qual
vamos pregar:
-Faça a escolha do texto debaixo de oração sincera e fervorosa, de preferência,
a partir de sua vida devocional (que tenha falado ao seu próprio coração).
-Prefira textos claros, que contenham um pensamento completo, de
compreensão e assimilação mais fácil. Se o pregador tem dúvidas, não terá
certeza para transmitir à congregação.
-Escolha os textos, tanto no Antigo como no Novo Testamento. Faça isso com
objetividade. Não procure responder perguntas que ninguém está fazendo.
Procure mensagens que tragam lições pertinentes, estímulo, que aponte soluções
para os problemas. Enfim, que venham para exortar, edificar e consolar (1 Co.
14.3).
c) A Interpretação do Texto
Algumas dicas para interpretar o texto bíblico corretamente:
-O texto deve ser interpretado honesta e eticamente. Devemos aceitar o que o
escritor está querendo dizer. Muitas vezes o texto é torcido a fim de confirmar o
ponto de vista do pregador.
-O texto deve ser interpretado com cuidado teológico. Precisa ter cuidado com
o sentido das palavras em si, como no caso de Mc. 9.44,45 e Lc. 12.49.
-O texto pode ser interpretado com criatividade. Desde que não distorça seu
sentido original, pode-se criar maneiras novas de interpretar a Bíblia.
-Se possível, procure conhecer um pouco das línguas originais da Bíblia para
compreender melhor o sentido de alguns termos.
Por exemplo, a palavra MUNDO com três significados diferentes:
-cosmo, universo, tudo o que existe (Jo. 1.10).
-social, os homens, a humanidade (Jo. 3.16).
-ético, sistema, influências (I João 2.15).
TIPOS DE SERMÃO
1- O Sermão EXPOSITIVO
Consiste na exposição mais completa possível de um texto seguido da aplicação,
persuasão, argumentação e exortação.
Uma das principais características desse tipo de sermão é que ele visa extrair e expor
os principais pontos do capítulo, parágrafo (perícope) ou ainda do livro da Bíblia do
qual se está tratando.
Para pregar expositivamente, deve-se procurar conhecer profundamente o texto
abordado, seu contexto dentro do livro, etc.
O sermão expositivo não dispensa a introdução e conclusão coerentes.
2- O Sermão TEXTUAL
No sermão textual, emprega-se geralmente uma passagem bíblica curta. O texto é
analisado e resolvido em suas partes e a estrutura do sermão pode basear-se em
divisões naturais (as que o próprio texto sugere, oferece).
O sermão textual pode ainda ser construído sobre as implicações do texto como um
todo. O sermão textual é na sua essência bem semelhante ao sermão expositivo, contudo
é mais centrado no texto.
3- O Sermão TÓPICO
Quanto ao Sermão Tópico, pode-se dizer que não mantém necessariamente uma relação
analítica com uma passagem específica das Escrituras.
O Sermão Tópico trabalha sobre um determinado tema, buscando argumentos em vários
textos da Bíblia. Seria como um ‘estudo bíblico’ (guardadas as devidas proporções).
Também pode ser chamado de Sermão Temático.
O pastor Ricardo Gondin faz uma “defesa” do sermão expositivo cuja tese básica
concordamos:
- O sermão expositivo não quer dizer necessariamente que tem de se expor todo
o texto, verso por verso, mas expor o conteúdo dele, trazer à luz a Palavra de
Deus.
- Pregar expositivamente nos liberta, porque nos faz pregar somente aquilo que
Deus quer de falar. Pregar expositivamente esvazia tensões.
- Pregar expositivamente exige maior preparo ao pregador, demandando mais
cuidado e estudo das Escrituras.
- Martin Lloyd Jones pregou 12 anos em Romanos todos os domingos e não
conseguiu terminar... A bíblia é fonte inesgotável. Como a mulher samaritana
disse à Jesus: o poço é fundo...!
Pregar expositivamente é uma coisa que pode demandar um bom tempo de treinamento
e preparo. Ê uma “arte” que vai se aprendendo com o passar do tempo.
AS PARTES DE UM SERMÃO
1- O Tema do Sermão
O tema é parte do sermão que define a verdade principal a ser explicada. O tema é o
sermão resumido, e o sermão é o tema ampliado. O tema é às vezes chamado de
“proposição”.
A escolha do tema dependerá inteiramente do pregador e do texto abordado. O tema, ao
ser anunciado antecipadamente, promove lucidez de pensamento e facilita a boa
compreensão da verdade divina apresentada.
O tema pode ser o fundamento de todo o sermão, nesse caso ele seria para o sermão o
que o alicerce é para o edifício. Organizado corretamente, o tema possibilita ao
pregador organizar seu material e tomo da sua ideia dominante.
O tema não é a parte mais importante de um sermão e nem mesmo uma exigência
fundamental, mas quando se escolhe pregar a partir de um tema é preciso tomar alguns
cuidados como, por exemplo, com os títulos extravagantes ou irreverentes.
Exemplos:
* “Jesus se encontra com a prostituta”
* “Deve o marido bater na mulher?”
* “Festa, vinho e muita alegria”
O tema para ser positivo deve ter algumas características. Dentre outras, ele precisa de
brevidade (deve ser condensado e eficaz), resumindo em 15 a 20 palavras a ideia
completa do que se haverá de pregar.
Veja o exemplo de um bom tema, baseado em João 3.5:
Novo Nascimento:
essencial à entrada no Reino de Deus.
2- A Introdução do Sermão
A introdução, ou o “exórdio” do sermão é o processo pelo qual o pregador procura
preparar a mente dos ouvintes e prender-lhes o interesse na mensagem que vai
proclamar. Na introdução o pregador conquistará ou perderá a atenção de seu auditório.
Uma mensagem bem começada, já é “meio caminho andado”.
Alguns OBJETIVOS da Introdução:
a) Conquistar a boa vontade dos ouvintes.
É bem possível que na congregação haja pessoas que por um motivo ou outro,
não se simpatizem com o pregador ou com a mensagem que ele vai entregar.
A introdução, portanto, deve ser apresentada de tal modo que, se possível,
consiga a boa vontade de todos.
b) Despertar o interesse pelo tema.
Além da falta de simpatia de certos ouvintes, outras condições podem agir
contra a atenção adequada à mensagem. Indiferença a alguma das verdades
bíblicas, condições de ventilação, iluminação inadequada, uma porta que
bate, uma criança que chora ou faz graça e outras coisas, contribuem para a
falta de atenção dos ouvintes.
Contudo, os hinos, a oração e a leitura bíblica que precedem o sermão, podem
predispor uma boa parcela da congregação a uma atitude receptiva à mensagem.
3- A Divisão do Sermão
A divisão ou o corpo do sermão é sua parte principal. Ela é para o sermão o que é o
esqueleto é para o corpo humano, a estrutura sobre o qual o corpo se apoia.
As Divisões do Sermão têm por finalidade manter o pregador dentro dos limites do seu
tema, facilitar ao auditório o processo lógico da sequência dos pensamentos do
pregador e ajudar a memória do próprio pregador.
Essa divisão é geralmente feita através de pontos ou tópicos e subpontos ou subtópicos.
A divisão do sermão é muito importante por algumas razões:
- auxilia na construção do plano do sermão;
- facilita a análise da proposição principal do sermão;
- facilita a memorização dos pontos principais do sermão, evitando
divagações e prolixidade;
- ajuda os ouvintes a acompanhar a discussão do assunto como também
recordar o sermão.
Algumas características da Divisão:
a) Deve ser lógica;
b) Deve visar a unidade do sermão;
c) Deve estar relacionada com o texto ou com o tema, conforme a espécie de
sermão;
d) Um ponto principal não deve repetir nem incluir a matéria do outro;
e) Deve haver uma relação lógica e paralela entre um ponto e outro;
f) A transição entre um ponto e outro deve ser feita de maneira sutil e
agradável.
4- A Conclusão do Sermão
A conclusão é o clímax do sermão, na qual o objetivo constante do pregador atinge seu
alvo em forma de uma impressão vigorosa.
Uma boa conclusão pode, às vezes, suprir as deficiências de outras partes do sermão ou
servir para aumentar seu impacto. Por isso ela é sem dúvida, o elemento mais poderoso
de todo o sermão.
As formas de conclusão mais utilizadas são:
a) Recapitulação
Usa-se geralmente esse tipo, quando a mensagem consiste numa série de
argumentos ou ideias, exigindo dos ouvintes muita atenção à linha de
pensamento do pregador. Deve ser feita de forma que o pregador, ao resumir
e recapitular os pontos principais da sua mensagem não a “pregue de novo”.
b) Ilustração
Às vezes pode-se levar as ideias ou verdades do sermão mais eficazmente a
um clímax por meio de uma ilustração poderosa ou oportuna. Não
recomenda-se usar muitas ilustrações num mesmo sermão. Deve usar na
conclusão, caso não tenha feito nenhuma ilustração anteriormente durante a
explanação da mensagem.
c) A Aplicação ou Apelo
A medida que a mensagem se aproxima da conclusão, ela deve levar os
ouvintes a perguntarem a si mesmos: “o que essa verdade tem a ver,
comigo?”. Um erro, contudo, seria pensar que o sermão deva terminar com
um apelo emocional ou patético. Pelo contrário, um final natural, simples e
calmo geralmente é muito mais impressionante e eficaz.
Convém notar ainda que é mais fácil a congregação aceitar repreensões e
advertências solenes quando feitas com ternura e amor, do que em forma de
denúncias trovejantes.
d) Motivação
Na conclusão, muitas vezes não devemos somente impor uma obrigação
moral aos ouvintes, mas também proporcionar um incentivo para
responderem pessoalmente ao desafio apresentado.
Princípios para o preparo da Conclusão:
a) Deve ser Breve
Sendo longa, impacienta o auditório e anula o efeito do sermão. Corno diz
A.W. Blackwood em seu livro ‘a preparação de sermões’:
“O pregador começa a andar ás voltas e o povo a inquietar-se,
talvez com vontade de dizer o que disse uma escocesa idosa, numa
circunstâncias dessas: o reverendo acabou, mas não quer parar!
Confia ao teu povo, logo no começo, a alegre expectativa do fim -
de outra forma o sermão parecerá longo, porquanto um só minuto a
mais na conclusão pode criar um sentimento de mal-estar. Por que
queres tornar- te maçante?”.
b) Deve ser Simples
Com uma linguagem simples, clara e objetiva, ao mesmo tempo penetrante e
vigorosa.
d) Deve ser previamente escolhida
Tanto a conclusão como qualquer parte do sermão, não deve ser improvisada
(a não ser que sinta a direção do Espirito para isso), para que o pregador não
corra o risco de colocar a perder toda a sua mensagem.
5- O Apelo
Após a entrega da mensagem, Deus merece uma resposta de seu povo. Através do
Apelo, os ouvintes têm oportunidade de dar um retorno ao Senhor, confirmando o
recebimento da Palavra.
O objetivo aqui é abordar aspectos também importantes para a pregação, mas que
talvez não se encaixem em nenhum dos tópicos anteriormente apresentados.
Vejamos alguns conselhos importantes para pregadores:
3- A duração da mensagem
Não há regras fixas quanto a esse assunto, mas o discernimento e o bom senso do
pregador devem ser aplicados. Não há uniformidade quanto à duração na história da
pregação. Sempre houve pregadores que ‘falavam muito’ e outros que ‘falavam pouco’.
Parece-nos que o assunto era considerado do ponto de vista da eficácia. Não importa o
tempo que o pregador usará, se ele consegue manter a atenção dos ouvintes e ser eficaz
na transmissão da mensagem.
O comprimento do sermão deve variar de acordo com o caráter do culto, a
personalidade e eficácia do pregador e a disposição e concentração dos ouvintes.
Como e difícil equacionar todos esses dados, aconselha-se a ter como limite máximo
25 ou 30 minutos.
4- O uso de ilustrações
Quais os motivos para se usar ilustrações? Primeiro por causa do interesse humano. Ela
tem o poder de prender os ouvintes. Ela esclarece e exemplifica a verdade. O próprio
Jesus falava por parábolas e usava fatos para lançar luz sobre uma verdade e para
tornar atraentes as coisas do céu para as pessoas da terra. Por exemplo, para falar
acerca da providência Divina, usa a imagem de aves, lírios, coisas para comer, coisas
para vestir (Mateus 6.25-34).
As ilustrações devem ser claras e tratadas com beleza e elegância, para não incorrerem
no risco de serem fúteis e grosseiras.
As fontes de ilustrações são diversas: a própria Bíblia, a historia, a vida, o dia-a-dia.
Quando um principiante pergunta: “onde posso encontrar ilustrações?”, muitos
pregadores experimentados responderão: “em toda a parte! Use seus olhos”.
Algumas dicas importantes: limite o número de ilustrações (tudo demais não é bom),
procure ser variado, evite “alimentos enlatados” (do tipo extraído de livros de
ilustrações). Muito cuidado com alusões pessoais, nunca fazer insinuações nem usar
pessoas do auditório como exemplo para não correr risco de ser mal interpretado.
5- O perigo do plágio
Plágio é o uso impróprio de material de outro. A palavra plágio, informa Blacwood,
“vem literalmente de uma palavra latina relacionada com rapto e o latim vem da raiz
grega que significa ‘oblíquo, curvo, tortuoso, traiçoeiro’. Essas coisas não combinam
com o devido caráter do pregador”.
Ser plagiário é perigoso. John R.W. Stott disse, porém, uma coisa interessante: “copiar
de um é plagio, copiar de mil é pesquisa”, ou seja, se você pesquisa, se lê,
provavelmente não e fará uma “cópia” do que outros disseram ou escreveram.
Quando vai se usar algo de outra pessoa, é uma exigência ética, que se cite “a fonte”,
mas procure sempre ser original. Como dizia Goethe: “a originalidade no consiste em
dizer algo novo, mas em dizer algo antigo de forma nova”.
6- Autenticidade e estilo
É comum e normal, no início da vida de pregação, que o pregador se “inspire” ou se
“assemelhe” em outra pessoa, em alguém admirado. No entanto, com o passar do
tempo, ele deverá desenvolver seu próprio estilo. É um fracasso quando tentamos
copiar modelos, porque somos todos diferentes. Cada pessoa é uma pessoa única,
incomparável; cada um tem temperamento, personalidade e se sairá melhor
desenvolvendo um estilo próprio.
7- Organização e Método
Duas boas dicas, uma para facilitar a preparação de mensagens e outra para evitar que
se repita uma mensagem no mesmo lugar é “escrever” sua história como pregador.
Primeiro, o pregador deve ter uma “estufa” de sermões. Deve formar o hábito de anotar
mensagens, fazer observações bíblicas, anotar pensamentos em agendas, usar
rascunhos, etc., ou seja, tudo o que seja uma possível semente para um futuro sermão
deve ser guardado nessa estufa.
Segundo, no próprio sermão ou em outro lugar, o pregador deve anotar a data e o local
onde pregou aquela mensagem. Este é também um excelente hábito.
PENSAMENTOS SOBRE PREGAÇÃO
A importância da Pregação
“Dê-me cem pregadores que nada temam a nau ser o pecado e que nada desejem a
não
ser Deus, sejam eles clérigos ou leigos; eles sozinhos, abalarão as portas do inferno
e estabelecerão o Reino de Deus na terra”.
João Wesley
“De bom grado vou confirmar com meu sangue a verdade sobre a qual tenho escrito
e pregado”.
John Huss,
quando atava na fogueira para ser morto.
“Tudo em Cristo, pelo Espírito Santo, para glória de Deus, tudo o mais não é nada”.
J. A. Stewart
“A pregação apostólica não se caracteriza por uma fala impecável, nem por
floreados literários, nem por expressões inteligentes, mas opera através de
‘demonstração do Espírito e de poder’”.
Arthur Wallis
“Se o próprio Cristo só iniciou sua pregação depois de ter sido ungido, nenhum
jovem deve pregar enquanto não tiver recebido a unção do Espírito Santo”.
F.B. Meyer
“(A unção) faz das nossas palavras um bálsamo de Gileade para uma pessoa
necessitada de conforto ou flechas pontiagudas na consciência de um rebelde
obstinado”.
H. A. Bonnar
Pregação e Oração
“Pela fé e pela oração, fortaleça as mãos frouxas e firme os joelhos vacilantes. Você
ora e jejua? Importune o trono da graça e seja persistente em oração. Só assim
receberá a misericórdia de Deus”.
João Wesley
“Corações que não choram nunca poderão ser arautos da Paixão de Cristo”.
Dr. J. H. Jowett
“O aposento da oração! Que lugar abençoado! O Espírito paira sobre ele. Pois todas
as realizações da graça provém do ventre da oração”.
Harold Brokke
A primeira parte do ide ordenado por Jesus é pregar o evangelho (Mateus 28.20). Mas
então surge a pergunta: “como pregarão se não forem enviados?” (Romanos 10.15).
A capacitação de pregadores é urgente para a grande demanda de pessoas carentes de
ouvir o evangelho. Jesus mesmo disse que não faltam almas e sim pregadores, por isso
precisamos de mais trabalhadores para a seara que é grande (Mateus 9.38).
Rogamos a Deus que levante uma geração de pregadores fiéis à Palavra de Deus para
alimentar multidões famintas pelo evangelho.
Como toda arte, para pregar é preciso exercício. Quanto mais você pregar, mas vai
crescer, buscando sempre fazer o melhor.
BIBLIOGRAFIA