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Curso de Pregação

Curso de Pregação
O conceito bíblico sobre “pregaçã o” é mais bem determinado por meio
dum exame do sentido dos termos hebraicos e gregos originais. O
termo grego ke·rýs·so, geralmente traduzido por “pregar”, basicamente
significa ‘fazer proclamaçã o como arauto, ser um arauto, oficiar como
arauto, proclamar (como conquistador)’. Ke·rýs·so corresponde até
certo ponto ao hebraico ba·sá r, que significa “portar novas; anunciar;
agir como portador de novas”.
I

ntrodução:
Pregar a palavra de Deus nã o é uma tarefa tã o difícil como se pensam,
mas como tudo na vida, você deve se dedicar pra aprender a como
fazer, assim também deve ser a pregaçã o. Há quem acredite que nã o
devemos nos preocupar em preparar nossas mensagens e nã o
devemos nos capacitar para pregar, mas sim, apenas subir no pú lpito e
deixar acontecer esperando que o Espírito Santo faça todo o trabalho!

Eu discordo plenamente dessa atitude, até porque os maiores


pregadores da histó ria nã o agiam assim, eles se preparavam, eles
ensaiavam suas mensagens, eles escreviam suas pregaçõ es. O príncipe
dos pregadores, Charles Spurgeon, viveu na época onde os sermõ es
eram escritos e lidos diante da igreja. Imagine os grandes pregadores
como Jonatas Edwards, Spurgeon, John Wesley e vá rios outros…
Sentando em uma mesa para escrever suas pregaçõ es. Eles com certeza
faziam vá rias correçõ es no decorrer do sermã o. Apagavam e escreviam
novamente até ficarem satisfeitos com a mensagem! E no dia em que
essa mensagem seria lida diante da igreja, ela estaria muito mais
poderosa, mais convincente, mais persuasiva do que o primeiro
esboço.

Lecionador: Cremilson de Jesus


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Curso de Pregação
O pró prio Senhor Jesus estudou muito pra se tornar um pregador. Ele
era chamado de Rabi ou Rabino e até mesmo de Mestre. Esses nã o sã o
elogios, sã o títulos dados a quem tem diploma, documento que prova a
formaçã o.

Entã o nó s devemos abraçar a teologia, a leitura bíblica e todo estudo


que nos aperfeiçoe pra se tornar um melhor pregador. Imagine que
somos soldados de Cristo, todo soldado precisa treinar e se preparar
para a batalha! Um soldado sem habilidades nã o serve pra muita coisa.

E antes que você me diga que devemos depender 100% do Espírito


Santo, eu digo que isso é evidente, mas nã o significa que devemos
deixar todo o trabalho pra Ele; você nã o pode simplesmente subir no
altar e dizer: Vai lá Deus, faça seu trabalho! Afinal, o Senhor nos deu
intelecto e condiçõ es de nos aperfeiçoar, devemos usar desse mérito
que temos e procurar fazer sempre o melhor para Deus.

“Maldito aquele que fizer a obra do SENHOR relaxadamente!”


(Jeremias 48:10).

Quem deve Pregar?


Antes de Cristo ser assunto aos céus, ele deixou uma ordem para a
Igreja que o Evangelista Marcos escreveu:

E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.


( Mc 16:15)
A ordem é para a Igreja e quem é a Igreja? Somos nó s! Entã o essa nã o é
apenas uma incumbência do Pastor, do Evangelista, do Presbítero, etc.
Essa responsabilidade é de todos nó s que aceitamos a Jesus Cristo.
O Proposito da Pregação
O sermã o tem por fim persuadir, convencer. Se nã o for assim, nã o e
pregaçã o bíblica. A pregaçã o visa resultados como qualquer agricultor
espera que a semente plantada germine e dê frutos (Veja At.6.27-29).

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Em ú ltima aná lise, o alvo do pregador é sempre salvar ou edificar seus
ouvintes. Ele sabe que a principal obra é a do Espirito: convencer o
homem “do pecado, da justiça do juízo” (Jo. 16.8-11). Mas o pregador
de se sentir corresponsá vel por essa obra pelo fato de compreender
que Deus se serve de instrumentos humanos para realizá -la.

O pregador deve pregar como se tudo dependesse dele, porém ora, crê
e espera como quem sabe que na verdade, tudo depende de Deus.

Cinco (5) coisas que um pregador não deve


fazer:
1- Pregar sem ter um alvo ou objetivo a ser alcançado.

Sã o pregaçõ es sem sentidos, sem sintonia, sem unicidade de textos,


uma verdadeira “salada de frustras”.

2- Viver sempre improvisando ou preparando sermões de


ultima hora ou não, nunca meditar.

Sã o aqueles que acham desnecessá rio a leitura diá ria das escrituras,
que pregam sem estudar, sem fazer um estudo preciso e minucioso.
Achando que o Espirito Santo vai falar na hora que ele abrir a bíblia pra
pregar. Que nã o gostam de ler a bíblia. A palavra é alimento Espiritual
Mateus 4.4

3- Abandonar o texto

Pregar a Palavra nã o consiste em ler um texto bíblico e imediatamente


abandoná -lo para em seguida falar da pró pria experiência, dos sonhos,
visõ es e conquistas espirituais e seculares. Por mais que tenha algo de
interessante, nada deve substituir a exposiçã o da Palavra. A exposiçã o
da Palavra por sua vez nã o deve ser confundida com a narraçã o de
vá rias histó rias sem vínculo algum com a passagem em pauta. Iniciar,
por exemplo, com a pará bola do filho pró digo e completar com a cura
do cego de Jericó e concluir com a mulher samaritana sem fazer a
devida contextualizaçã o e aplicaçã o prá tica. Começar em gêneses e de

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repente, já tá em apocalipse. Isto feito pouco se aproveita. A falta de
objetivo na pregaçã o dificulta a compreensã o por parte dos ouvintes.
Esse tipo de pregaçã o tem sido muito favorá vel à s conversaçõ es
paralelas na igreja.

4- Pregar “muito” e orar pouco, exigir muito e não fazer nem


um pouco

A oraçã o tem um papel fundamental na vida do pregador, pois, é


através da oraçã o que Deus te direcionara qual a mensagem a ser
pregada, a oraçã o determinara a eficá cia do seu sermã o.

5- O uso exacerbado de manias como: Glórias a Deus, Aleluia


etc.

Usa-se isso para preencher a falta de argumentos, sã o aqueles que para


cada palavra falam um “aleluia” ou um “gló ria a Deus”, passando assim
para a plateia uma total insegurança.

Duas (2) coisas que um pregador deve


fazer:
1- Vida com Deus em ordem

Aquele que deseja ser um pregador deve saber que terá muita
responsabilidade sobre si. Isso porque o pregador tem muito maior
conhecimento sobre as verdades de Deus e, por isso, tem muito mais
responsabilidade de ser um praticante delas. O pregador nã o é alguém
que apenas comunica a mensagem de Deus, antes, ele a vive. Por isso,
para ser um grande pregador é essencial que a vida do pregador esteja
em ordem. É preciso ter comunhã o constante com Deus, proximidade
com o Pai, pois Deus é a fonte de onde o pregador tira as suas
mensagens. Um pregador sem uma vida cheia do Espírito Santo
fatalmente pregará mensagens vazias e ficará envergonhado. Por isso,
vale alertar que as disciplinas espirituais como oraçã o, meditaçã o na

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palavra, jejum, comunhã o, serviço, etc. Precisam fazer parte da vida do
pregador

2- Estudar a Bíblia todos os dias

A fonte das mensagens do pregador é Deus. E Deus deixou a Sua


Palavra como a base do trabalho do pregador. Por isso, para ser um
bom pregador é preciso muita, mas muita Bíblia. A vida de um bom
pregador deve conter o estudo sistemá tico da Bíblia, ou seja, o estudo
da Palavra deve fazer parte da rotina do dia a dia dele, mesmo que nã o
tenha uma mensagem para preparar naquele momento. O estudo da
Bíblia prepara o coraçã o do pregador para viver na presença de Deus e
também para entregar a mensagem de Deus com unçã o e poder
quando for solicitado pelo Senhor. Daí a importâ ncia de estar sempre
preparado.

Como montar uma pregação


1° Escolher o texto base:

A primeira coisa que você vai fazer é escolher o texto, você vai ler o
texto, vai analisar o texto, vai observar o contexto politico, o contexto
espiritual, o contexto histó rico, o contexto social, se possível o contexto
geográ fico. Junto com o texto analisar os detalhes, observar ponto por
ponto. Junto com a leitura do texto um caderno ao lado para fazer as
anotaçõ es, analisar esse texto com um auxilio de um dicioná rio bíblico,
de comentá rios bíblicos, para lhe dar mais precisã o na compreensã o do
texto.

2° Escolher qual tipo de pregação você vai pregar

Existem vá rios tipos de pregaçã o, entretanto destacarei as três (3)


principais:

1- A pregação expositiva

É na verdade a pregaçã o que se resume na exposiçã o do texto


escolhido, pregar expositivamente a palavra, a pregaçã o tem que está

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enraizada na palavra, para isso é necessá rio conhecer muito bem o
texto.

Um sermã o expositivo é aquele que toma o ponto principal de uma


passagem da Escritura, faz dele o ponto principal do sermã o e o aplica
à vida de hoje.

Em outras palavras, um sermã o expositivo expõ e o significado de uma


passagem da Escritura e mostra a sua relevâ ncia para a vida dos
ouvintes. É isso.

Titulo: Nosso Senhor Singular Mateus 14:14-21

Introdução

1. O cará cter humano de Jesus

2. Sua conduta perante os homens

Todo crente deve procurar possuir o cará cter Jesus Cristo em sua
conduta

Quais aspectos revelam o cará cter de Jesus?

O texto que acabamos de ler revela três (3) aspectos do cará cter de
Jesus

Desenvolvimento

I. A compaixão de Jesus

1. Demonstrada em seu interesse pela multidã o (v.14)

2. Demonstrada em seu serviço à multidã o (v.14)

O segundo aspecto do cará cter de Jesus é...

II. A ternura de Jesus

1. Demonstrada em sua resposta graciosa aos discípulos (vv.15,16)

2. Demonstrada em seu trato paciente com os discípulos (vv.17,18)

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O terceiro aspecto do cará cter de Jesus é...

III. O poder de Jesus

1. Manifesto na alimentaçã o da multidã o (vv.19-21)

Devemos alimentar os famintos com o pã o da Palavra de Deus...

2. Exercido mediante o serviço dos discípulos (vv.14-21)

Conclusão

Devemos possuir o cará cter de Jesus...

1. Como Jesus devemos ser compassivos em nosso cará cter

2. Como Jesus devemos ser ternos em nosso cará cter

3. Devemos usar o poder que o Pai nos deu para levar a Palavra de
Deus aos perdidos

2- A pregação textual

A Pregaçã o textual é aquela cujas divisõ es principais derivam de um


texto bíblico, constituído de uma porçã o breve da Bíblia. O tema é
extraído do pró prio texto, e por isso o esboço das divisõ es deve
manter-se estritamente dentro dos limites do texto.

O sermã o textual pode ainda ser construído sobre as implicaçõ es do


texto como um todo. O sermã o textual é na sua essência bem
semelhante ao sermã o expositivo, contudo é mais centrado no texto.

Características de um sermão textual

a) Deve girar em torno de uma ú nica ideia principal da passagem, e as


divisõ es principais devem desenvolver essa ideia.

b) As divisõ es podem consistir em verdades sugeridas pelo texto.

c) As divisõ es devem, preferencialmente e quando possível, vir em


sequência ló gica e cronoló gica.

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d) As pró prias palavras do texto podem formar as divisõ es principais
da pregaçã o, desde que elas se refiram à ideia principal.

Titulo: O Único Caminho para Deus Joã o 14:6

Introdução

1. Dizem que há muitos caminhos para Deus

2. A Bíblia diz que há caminhos que sã o caminhos de morte

Só há um Caminho que conduz a Deus

Qual é o Ú nico Caminho para Deus?

A Bíblia informa com clareza qual é o Caminho

Desenvolvimento

I. Jesus é o Caminho

1. Jesus nã o é "um" caminho

2. Jesus é "o" Caminho

A Bíblia também informa quem é a Verdade

II. Jesus é a Verdade

1. Se Jesus é a Verdade, podemos confiar nele

2. Há muitas mentiras, mas uma ú nica Verdade

A bíblia também informa quem é a Vida

III. Jesus é a Vida

1. Jesus pode nos dar a vida eterna

2. Jesus é o Autor da vida (At.3:15)

Só Jesus pode nos levar a Deus. Nã o há outro Caminho.

Conclusão

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1. Jesus é o Caminho

2. Jesus é a Verdade

3. Jesus é a Vida

3- A pregação temática

É aquele onde a divisã o faz-se pelo tema. Todas as divisõ es devem


derivar do tema.

A pregaçã o temá tica concentra-se no seu respectivo tema, todos os


textos e exemplos verbalizados pelo pregador deve ter unicidade com
o tema do sermã o. A introduçã o, o desenvolvimento e a conclusã o da
mensagem devem ficar presos e fiéis ao tema. Um sermã o temá tico
pode certamente ser expositivo, na medida em que faça uso correto e
cuidadoso dos textos. Combinados, e tudo entrelaçado em torno do
assunto.

Um tema, por exemplo, poderia ser a fé cristã . A pregaçã o, entã o nã o se


basearia em apenas um texto bíblico, mas em diversos versículos da
Bíblia, pois a palavra fé se prolifera por toda a Escritura. A pregaçã o
baseada neste tema poderia expor a fé dos patriarcas, a fé dos má rtires,
à fé dos apó stolos, e assim por diante.

Exemplo:

Titulo: O Poder de Deus Hb.7:25, Jd.24, Hb.2:18, Ef.3:20 6

Introdução

1.Deus é um Ser Poderoso

2.A Capacidade de Deus nã o tem limites

Deus pode fazer tudo o que deseja porque para Ele nada é impossível

Quais sã o as obras poderosas que Deus pode fazer?

Vamos examinar quatro obras poderosas que Deus pode fazer

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Desenvolvimento

I. Deus pode salvar (Hb.7:25)

1.Porque Jesus é o Fiador

2.Porque Jesus é Sacerdote Eterno

Qual a segunda obra poderosa que Deus pode fazer?

II. Deus pode guardar (Jd.24)

1.Porque Deus é Poderoso

2.Porque Deus é Salvador

Qual a terceira obra poderosa que Deus pode fazer?

III. Deus pode socorrer (Hb.2:18)

1.Porque Jesus também sofreu

2.Porque Jesus também é Poderoso

Qual a quarta obra poderosa que Deus pode fazer?

IV Deus pode fazer além do que pedimos (Ef.3:20).

1.Porque Deus é infinitamente Poderoso para fazer

2.Porque o seu poder opera em nó s

Conclusão

Nã o há poder maior do que aquele que Deus usa em favor do seu povo.
Essas obras demonstram o poder de Deus:

1. Para salvar,

2. Guardar o salvo eternamente,

3. Socorrê-lo em suas necessidades,

4. Operar em seu favor com muita graça.

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3° Preparar a pregação

Toda pregaçã o seja ela qual for, está baseada em três (3) pilares, que
sã o:

1- Introdução

É de suma importâ ncia entender que, a introduçã o ela é na pratica a


primeira coisa a ser verbalizada, a primeira coisa a ser falada, pois,
ninguém começa a sua pregaçã o contando a conclusã o, isso é no campo
da pratica, toda via no campo teó rico, na teoria, na hora de preparar a
pregaçã o, no momento de montar a mensagem a introduçã o deve ser a
ultima coisa a ser feita na mensagem. Pois, a introduçã o ela é um
resumo daquilo que você quer falar.

Como você pode fazer uma introduçã o daquilo que você ainda nã o sabe
o que vai falar? Entã o primeiro se monta a pregaçã o depois que a
mensagem está concluída, aí sim se faz a introduçã o concernente
à quilo que você vai abordar na mensagem.

A introduçã o ela pode ser feita de diversas formas, você contar na sua
introduçã o a historia que leva até o texto escolhido por você, ou seja,
por que chegamos a esse texto. É fundamental você contar a histó ria
que vem antes do texto, até chegar ao texto escolhido. A introduçã o
deve ser clara, pragmá tica, objetiva e rá pida. Nã o pode ser longa para
nã o causar enfado nos ouvintes. A introduçã o é o momento da
pregaçã o onde você tem por finalidade prender a atençã o dos irmã os.
Você pode também recontar o texto, se, por exemplo, o texto escolhido
por você for uma historia, um acontecimento, um milagre que Jesus
operou você vai recontar a historia dando detalhes, por que Jesus
estava ali, qual o lugar que ele estava, que horas era, dando alguns
detalhes para enriquecer o seu sermã o. É nessa hora que você recorrer
ao dicioná rio, aos comentá rios bíblicos etc.

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A introduçã o ela tem por finalidade chamar a atençã o dos ouvintes
para o assunto que vai ser apresentado e também para o pregador.
Tem que ser apropriado e deve estar relacionado com o texto
escolhido, mas cuidado para nã o antecipar o sermã o. Neste momento
o pregador vai se familiarizar com o auditó rio, cuidado especial teve
ser tomado quanto ao entusiasmo, pois o povo pode ainda estar frio.
Deve ser breve, é muito importante, pois é a primeira impressã o
produzida nos ouvintes.

2- Desenvolvimento

É a parte mais importante da mensagem. Ela deve conter a sequência


das ideias a serem apresentadas. No desenvolvimento da mensagem,
podemos ter:

a) Divisões (1º, 2º, 3º, etc.). As Divisõ es sã o o corpo da pregaçã o.


Sã o as verdades espirituais divididas em partes sequenciais,
distintas, mas interligadas ao tema da mensagem.

Características das divisões principais:

1. Devem ter unidade de pensamento.


2. Elas ajudam o pregador a lembrar-se dos pontos principais da
mensagem.
3. Elas ajudam os ouvintes a recordarem-se dos aspectos
principais da mensagem.
4. Elas devem ser distintas umas das outras.
5. Elas devem ter origem no tema da mensagem e desenvolvê-la
progressivamente até o clímax da pregaçã o.
6. Cada divisã o deve ter apenas uma ideia ou ensino.
7. O nú mero das divisõ es deve, sempre que puder, ser o menor
possível. (três ou quatro pontos principais).

b) Transição de um ponto para outro. Deve ser progressivo até


ao clímax da pregaçã o. Deve-se evitar o excesso de floreios, de rodeios,

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ou de “conversa fiada”. Pois dispersa a atençã o dos ouvintes da ideia
principal.

3- Conclusão

A conclusã o é o fechamento do sermã o e deve ser bem feita, um


sermã o com encerramento abrupto é desaconselhá vel. A conclusã o
deve ser breve e objetiva. É um resumo do sermã o, uma recapitulaçã o
e reafirmaçã o dos argumentos apresentados. Durante a conclusã o
pode efetuar um convite de acordo com a mensagem transmitida.

Métodos de Memorização
Existem quatro (4) métodos pelos quais eu Cremilson, uso para
memorizar os meus sermõ es, que sã o:

1-Escrever o sermão

Eu tenho todos os meus sermõ es escritos, isso é bom, pois, traz


habilidade ao pregador em escrever, ter um estilo sempre correto,
perfeito e atraente, visto que emprega as palavras com bastante
cuidado e segurança. Conserva melhor a unidade do sermã o, evitando
assim que o pregador vá para o pú lpito nervoso e preocupado com o
que vai falar. Pode citar os textos bíblicos com bastante precisã o e
gasta segurança.

2- Ler o sermão

Possui muitas vantagens como exposto no método anterior, tem mais


vantagem porque exercita a desenvolver a memó ria, e deixa o
pregador mais tranquilo no tocante ao que vai verbalizar.

3- Decorar o sermão

A decoraçã o do sermã o é um fator determinante para o pregador, pois,


lhe proporcionara mais segurança na hora da transmissã o da
mensagem.

4- Recitar o sermão

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A importâ ncia de recitar o sermã o, ou seja, pregar pra você mesmo,
ensaiar assim com os cantores e grupos ensaiam antes de cantar a
musica, é fundamental, pois, da pra você analisar os erros, verificar o
que pode ser mudado, o que pode ser acrescentado e assim preparar
um sermã o com mais qualidade e desenvoltura.

Pregação na pratica
1° Ler o texto

Você já viu o pregador subir ao pú lpito e ele atropela o texto que vai
pregar? Ele ler o texto atabalhoadamente, quando você ver tal coisa o
que é que você pensa? Ele nã o se preparou, ele nã o conhece nem o
texto. Ele nã o investiu tempo, talvez ele pense o seguinte o que importa
aqui nã o é o texto que eu estou lendo, é o que eu vou falar depois,
entretanto precisamos entender que a parte mais importante de um
sermã o é o texto, pois, só vai ser sermã o se ele expuser o texto que ele
leu. A recomendaçã o é que se leia o texto uma vez, duas vezes, cinco
vezes, dez vezes, vinte vezes, deixe que esse texto entre em você, se
possível decore o texto, leia com entusiasmo, leia com motivaçã o, para
que quando as pessoas te olhem digam: “Esse homem tem alguma
coisa pra nos dizer”.

2° Explicar o texto

Calvino dizia que pregaçã o é explicaçã o das escrituras, se você nã o


explicar o texto você nã o pregou. Já viu aquele pregador que ler o texto
depois vai embora do texto e nunca mais volta, ele “viaja”, ele faz
“viagens internacionais”, ele faz “viagens especiais”, e você pergunta
meu Deus por que ele escolheu esse texto. Você conhece aquele tipo de
pregador que diz já tenho o sermã o e só falta o texto agora? O sermã o
emana do texto, o sermã o é a explicaçã o do texto, para isso usamos
uma palavra técnica chamada de “Exegese” que vem do prefixo “Exes”
que significa tirar do texto o que estar no texto, cave o texto, descubra

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o texto, esse é o papel do pregador ir pra o texto, perguntar ao texto,
mergulhar no texto, descobrir as riquezas dos textos, trazer isso a tona.

3° Aplicar o texto

john stott, escreveu um livro importantíssimo “Entre dois mundos”, e


ele disse que pregaçã o é a uniã o desses dois mundos, o texto antigo
com o ouvinte contemporâ neo. Se você nã o conectar o texto ao ouvinte
você nã o pregou. Pregaçã o nã o é um discurso diante do auditó rio,
pregaçã o é uma palavra ao auditó rio. A pessoa precisa entender que é
com você que eu estou falando. Aplicar é dizer o que aquele texto nos
ensina, o que nó s devemos fazer a partir de agora, qual atitude a ser
tomada, e quais as consequências para quem nã o fizer aquilo que a
bíblia através daquele texto está ensinando. Se por exemplo você
estiver falando de oraçã o, você vai aplicar pra Igreja, o acontece
quando oramos, qual a importâ ncia da oraçã o, você vai motivar a Igreja
a orar, você vai falar quais as consequências de quem nã o tem uma
vida de oraçã o. Eu vou contar toda historia da oraçã o, quem foi o
primeiro a orar, só para no final exortar os irmã os que orem mais. E
por que eu conto essa historia bíblica? Por que a aplicaçã o ela só
funciona com a bíblia, a bíblia é que lhe da autoridade para aquilo que
você está aplicando. Fazer uma aplicaçã o é nada mais nada menos do
que, da uma exortaçã o, uma admoestaçã o, um conselho, isso é uma
aplicaçã o. Entretanto ela só funciona com a base bíblica. Se eu pegar o
microfone e dizer aos irmã os: “ Irmã os vocês precisam orar mais”, nã o
vai ter efeito nenhum. Mais se eu pegar o microfone e dizer: que Jesus
subia o monte e fica lá horas orando, virava anoite orando, entã o agora
eu tenho uma autoridade que é a palavra de Deus, pra olhar para os
irmã os e dizer vocês precisam orar mais. Sai muito mais forte a
aplicaçã o com a histó ria por trá s.

Como vencer o medo e a timidez


Transformando o inimigo em seu melhor amigo

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Curso de Pregação
O medo de falar em pú blico ele nã o existe, pois, é uma previsã o,
pergunte as pessoas que tem medo de falar em pú blico quais sã o os
seus medos. Normalmente as pessoas que tem medo de falar em
pú blico, o maior inimigo dessas pessoas é o pró prio pú blico, o medo do
que o pú blico vai achar, o medo do que o pú blico vai dizer, qual será a
aprovaçã o do pú blico. As pessoas nã o tem medo de falar em pú blico, as
pessoas tem medo de errar em pú blico. É tã o serio que existem pessoas
que enterram seus talentos, por que nã o conseguem falar em pú blico,
ou por que nã o foram bem na sua primeira pregaçã o.

Uma pesquisa nos Estados Unidos das Américas, diz que um dos
maiores medos do ser humano é falar em pú blico o ser humano tem
mais medo de falar em pú blico do que medo da pró pria morte. E diante
do medo você tem duas opçõ es ou você luta ou você foge.

Eu Cremilson, no meu inicio ministerial enfrentei um grande desafio,


sempre fui uma pessoa introvertida, nã o sabia falar em pú blico, fica
nervoso, tremendo, com medo, lembro-me da minha primeira
oportunidade para falar em pú blico, foi em um circulo de oraçã o com
aproximadamente umas cinquenta (50) pessoas, tudo estava indo
muito bem, até que a irmã que estava dirigindo o circulo de oraçã o
falou: “ A missionaria vai orar pelos pedidos de oraçã o na caixa e o
irmã ozinho de camiseta listrada( Que era eu), vai orar pelo termino do
trabalho”. O nervosismo bateu, fiquei branco, fiquei gelado, nã o sabia o
que dizer, minhas pernas começaram a tremer, eu tinha dias de
convertido, acabado de vim do mundo, nã o sabia orar, nã o sabia o que
falar, enquanto a missionaria orava pelos pedidos de oraçã o eu estava
mais nervoso ainda, pois, sabia que depois dela eu já entraria orando,
quando ela terminou a oraçã o, era pra eu entrar orando, mais aí minha
voz travou, ficou aquele silencio de uns 5 minutos, o irmã o que estava
ao meu lado nã o parava de balançar a minha mã o, como quem dizia:
“Pode iniciar a oraçã o”. Até que entã o resolvi abrir a minha boca, e nã o
saia palavras da minha boca, a ú nica coisa que conseguir falar foi:
“Hum... ó Deus, Hum... ó Pai”, Dez (10) minutos se passaram lá estou eu:
“Hum... ó Deus, Hum... ó Pai”. Até que um “enviado” de Deus começou a

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Curso de Pregação
falar: “ Amém! Amém! Graças a Deus!”. Foi difícil para mim, fiquei com
muita vergonha.

Depois tive a oportunidade pregar pela primeira vez, aí eu já morava


em Rio das Ostras, congregava na Assembleia do saudoso Pr. Suélio
Pereira Gomes, na escola bíblica dominical no termino ele falou
comigo: “O irmã o Cremilon, prepara a palavra, pois, você vai pregar a
noite”, muito embora já tinha um (1) ano de convertido, fiquei muito
nervoso, muito preocupado, sem saber o que falar, sem saber como
pregar, como preparar uma pregaçã o, fui pra casa estudar, naquele dia
nã o conseguir comer, estava tã o tenso que a fome fugiu de mim, fiquei
até as 18:00 h, orando e estudando, preparei um negocio que chamei
de “esboço”, naquela noite eu estava convicto de que iria falar sobre
Elias e Elizeu, pois bem, naquele culto eu nã o conseguir cultuar, fui ao
banheiro inú meras vezes, as pernas batiam uma na outra de tã o
tremula que estava, as minhas mã o tremiam tanto que até parecia que
eu estava com mal de Parkinson. Até que chegou a minha vez de
pregar, conseguir com muita dificuldade cumprimentar a igreja,
agradecer ao pastor, pois bem, iniciei a pregaçã o nã o conseguir pregar
mais do que Dez (10) que mais pareciam uma hora de tã o lento que
passaram, no meio da pregaçã o deu um branco, esqueci o nome de
quem eu estava pregando, fiquei falando: “ Aí o profeta, aí o profeta...”,
depois de uns cinco (5) minutos um evangelista que estava na tribuna
falou: “É Elizeu, meu amigo”. Nesse momento os jovens começaram a
rir de mim, que só fez aumentar meu nervosismo, comecei a trocar
tudo, chamando Elias de Elizeu e Elizeu de Elias, sai daquele culto
dizendo que nunca mais pregaria, que Deus nã o tinha me chamado
para aquele ministério, achei que meu ministério era qualquer coisa
menos pregaçã o. Toda via, com o passar do tempo, fui desenvolvendo
o ministério da pregaçã o e hoje Deus já me deu a oportunidade de
pregar em vá rios estados do País, em inú meras cidades desse Brasil, já
palestrei para mais de dois mil (2.000) jovens. Como superei tudo isso?
Como conseguir vencer esse problema? Eu venci tudo isso usando

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Curso de Pregação
alguns métodos, abaixo darei sete (7) dicas de como vencer o medo e o
nervosismo:

1- Preparar e Decorar as frases introdutórias

Você tem que ter na sua mente pronta e decorada algumas frases de
agradecimento, pois, a primeira coisa que você faz ao pegar o
microfone é saudar a Igreja, exemplo: Saldo os irmã os com a paz do
Senhor, ou Graça e Paz. Depois disso o ideal é iniciar os
agradecimentos, exemplos: Eu quero agradecer a Deus por esta rica
oportunidade, segundo, depois de agradecer a Deus, você deve
agradecer ao presidente ou ao anjo da igreja pela confiança de lhe
franquear o pú lpito da sua igreja, terceiro se for o caso agradecer a
pessoa que lhe fez o convite. Por que decorar? Por que pode dar o
branco, decorando você nã o vai esquecer, isso vai ajudar muito
principalmente se você for tímido. Por que essa primeira parte é o seu
ponto de contato com o pú blico, é o seu primeiro contato com os
ouvintes.

2- Fale devagar

Ponha na sua cabeça, você tem que falar devagar, nã o tenha pressa
nenhuma, por mais que o Pastor lhe deu só 10 minutos. Entã o pegou o
microfone e está com as frases de agradecimentos decoradas, comece a
falar devagar, pois, quando você fala devagar o seu celebro ele começa
a se acalmar, você da tempo para o seu cérebro raciocinar, esses
minutos iniciais sã o importantíssimo para que a sua tençã o e
nervosismo se abaixe, para que a adrenalina do corpo se abaixe, da
tempo do seu coraçã o desacelerar, pois quando você pega o microfone
você está no ponto mais alto da timidez, entã o se você falar devagar a
sua timidez vai abaixando, você vai perdendo a timidez. Observe que
todos os pregadores ou a maior parte deles começam o seu sermã o
calminho, devagar, pausadamente, paulatinamente, gradativamente,
aos poucos.

3- Se interagir com o público

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Curso de Pregação
Você já decorou as frases de agradecimentos, você já começou a falar
devagar, agora você precisa se interagir com o pú blico. Quais sã o as
formas de se interagir? Pode ser através de um elogio, exemplo: Que
pú blico lindo, que bom que você está aqui irmã o, diga para seu irmã o
que bom que você veio. Obs. nã o ficar toda hora mandar dizer coisa ao
irmã o que está ao lado para nã o se tornar enfadonho. Pois, você está ali
para pregar e nã o fazer os irmã os interagir entre eles.

Pode ser também através de perguntas, você pode perguntar quantos


estã o desejosos de ouvir a palavra, quem está feliz com Cristo. Pois, as
perguntas ao pú blico faram com que o pú blico se interaja com você
fazendo assim a sua timidez vai à zero. Pois o pú blico de inimigo
tornasse seu amigo.

4- Fale com você mesmo

Essa é uma ó tima técnica de treinamento para perder a timidez, treine


a sua mensagem, falando pra você mesmo, enfrente ao espelho, como
já falei antes acima, ensaie a sua pregaçã o assim como o cantor ensaia
o louvor. Essa técnica lhe proporcionara mais segurança para falar.

5- Preparação

Se prepare espiritualmente orando, consagrando, jejuando, lendo a


palavra, prepare-se também intelectualmente. Leia releia leia
novamente, leia o contexto, quantas vezes for necessá ria, e faça as
anotaçõ es dos pontos principais. Você precisa conhecer muito bem o
assunto que você vai abordar, se você nã o se preparar falar, se você
nã o souber o que vai falar isso só faz aumentar o seu nervosismo.

6- Convicção

Evite justificativas negativas como: Nã o vou conseguir, nã o sei, nã o sou


nada, nã o estou preparado, nã o sei falar, pois, assim você se sentirá
incapaz diante dos seus ouvintes. Isso de forma alguma te ajudara a
vencer o medo e a timidez. Tenha convicçã o, Deus te escolheu para
aquele momento, Deus te chamou para esse ministério, entã o nunca

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Curso de Pregação
encare aquela oportunidade como um momento de sofrimento, de
angustia, de dor pra sua vida, mais encare como uma oportunidade,
como um proposito de Deus na sua vida, você está ali, Deus te colocou
ali, fale com convicçã o, com clareza, com certeza, com segurança, com
firmeza, acredite na sua vocaçã o, acredite na sua chamada vá em
frente.

7- Investimento Ministerial
O investimento é fundamental para a perca do medo e timidez.
Invista na sua chamada, compre bons livros, dicioná rios,
comentá rios bíblicos, bíblias, aulas, faça cursos. Quanto mais
capacitado você estiver, mais seguro você estará diante dos seus
ouvintes.

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