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Hamartiologia

“Hamartiologi” é uma junção de duas palavras gregas, Hamartia e Logia.


Hamartia( Gr. Erra o Alvo) e Logia ( Estudo, tratado, disciplina), Logo
hamartiologia é o estudo sobre a natureza, origem e consequências do
pecado.

I ntrodução: Conhecer sobre a doutrina cristã do pecado, é muito


importante para o cristão, visto que este, ainda que salvo por Jesus
Cristo, continua sendo pecador. Estudemos, portanto, acerca da
doutrina cristã do pecado, pois cremos ser de grande utilidade para todos os
cristãos desejosos de obedecer a DEUS, com sua vida o mais distante
possível do pecado. Pecado é tudo que fazemos em desacordo com a
vontade de Deus, contrário à Sua Palavra, em desobediência aos seus
mandamentos. O pecado é um ato de rebeldia: "Todo aquele que pratica o
pecado, também transgride a lei, pois o pecado é a transgressão da lei" (1
João 3.4). Abrindo sua bíblia no capitulo 3 do livro do Gêneses, versículos
8 a 24, você há de ver relatadas as principais consequências do pecado do
homem; consequências que afetaram profundamente o seu relacionamento
com Deus, com o seu semelhante, com a natureza e com os demais seres
criados.

O que não é pecado?

A uma grande discrepância no que tange ao pecado. Em algumas igrejas,


certas coisas podem em outras não podem, em algumas Igrejas certas
coisas é denominada como “pecado” e em outras não. Então que é pecado e
o que não é? Para lhes responder a esta pergunta, precisamos sabermos o
que é doutrina e o que é costumes.
As doutrinas da Bíblia são santas, divinas, universais e imutáveis. As
doutrinas são ensinamentos com base e fundamento na Bíblia sagrada.
A doutrina é divina, pois está baseada na inspirada Palavra de Deus. Para
uma ideia ser doutrina bíblica é preciso que ela esteja exposta por todo o
texto sagrado. Nunca uma verdadeira doutrina é baseada em textos
isolados.
Os costumes em si são sociais, humanos, regionais e temporais, porque
ocorrem na esfera humana, sendo inúmeros deles gerados e influenciados
pelas etnias, tradições, religião, crendice, individualismo, humanismo,
estrangeirismo, fanatismo e ignorância.

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Nos demonstra que a doutrina Bíblica é superior a qualquer costume
humano. Porém, devemos sempre lembrar ´´UMA BOA DOUTRINA
GERA BONS COSTUMES``. Não devemos menosprezar e muito menos
ignorar aquilo que nos foi passado por homens de Deus. Devemos sim,
renovar, mas não inovar.
Na Igreja do Senhor, os costumes deverão ser diferentes, porque a Igreja do
Senhor é um povo diferente, em tudo, do mundo infenso a Deus. Ora, se a
Igreja foi chamada por Deus, para deixar o mundo e pertencer a Ele, como
será ela um povo diferente para Deus tendo os mesmos costumes e práticas
do mundo, de onde ela saiu? Logo se vê que há muito crente enganado por
aí! Era a Igreja que devia influenciar nos padrões de vida e costumes do
mundo, porque ela é “o sal da terra” e “a luz do mundo” (Mt 5.13,14), mas
o que vem ocorrendo é exatamente o contrário. Tudo indica que está se
cumprindo a sombria profecia de Jesus, em Mateus 13.3: “O Reino dos
céus é semelhante ao fermento que uma mulher toma e introduz em três
medidas de farinha, até que tudo esteja levedado” . Um povo santo deve
ter costumes bons e santos, como vemos principalmente nos Evangelhos e
nas Epístolas. O povo de Deus deve ser um povo diferente do mundo, no
sentido espiritual, moral e social.

O que é pecado?
Pecado é tudo que fazemos em desacordo com a vontade de Deus, contrário
à Sua Palavra, em desobediência aos seus mandamentos.

Conceito de pecado:
É a falta de conformidade com a lei de Deus, em estado, disposição ou
conduta. Para indicar isso, a Bíblia usa vários termos, tais como:

a) Pecado (Sl 51.2; Rm 6.2);

b) Desobediência (Hb 2.2);

c) Transgressão (Sl 51.1; Hb 2.2);

d) Iniqüidade {Sl 51.2; Mt 7.23);

e) Mal, maldade, malignidade (Pv 17.11; Rm 1.29

f) Perversidade (Pv 6.14; At 3.26);

g) Rebelião, rebeldia (1Sm 15.23; Jr 14.7);

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h) Engano (Sf 1.9; 2;Is 2.10);

i) Injustiça (Jr 22.13; Rm 1.18);

j) Erro, falta (Sl 19.12; Rm 1.27);

k) Impiedade (Pv 8.7; Rm 1.18);

l) Concupiscência (Is 57.5; 1Jo 2.16);

m) Depravidade, depravação (Ez 16.27,43,58).

O diabo quer que pequemos, afirmando que não estamos crescendo na


presença de Deus ou estamos falhando. Verdadeiro crescimento contra o
pecado é cooperar como Espírito Santo batalhando.

O pecado em vários contextos


Paulo escrevendo aos Gálatas usa vários termos, tais como:

Prostituição (s.f. Ação de prostituir. Comércio profissional do sexo. Fig.


Uso degradante de uma coisa).

Impureza (s.f. O que há de impuro, de estranho numa coisa: impureza do


ar. Falta de limpeza, de asseio; sordidez. Coisa impura. Fig. Impudicícia,
imoralidade: viver na impureza).

Lascívia (s.f. Comportamento de quem apresenta uma inclinação para os


prazeres do sexo. Luxúria; tendência para a lubricidade, para a
sensualidade exagerada. Despudor; característica daquilo que está
destinado à libidinagem ou do que possui uma inclinação para a
sensualidade. Característica, particularidade ou comportamento de lascivo).

Idolatria (s.f. Ação de cultuar ídolos; o culto que se faz aos ídolos.
Figurado. Excesso de amor; admiração demonstra de maneira exagerada.
Religião. O culto das imagens e/ou das esculturas de santos).

Feitiçarias (s.f. Prática de ações incomuns e realizada para conseguir


alguma coisa através de maneiras sobrenaturais. O ofício do feiticeiro;...).

Inimizades (s.f. Em que não há amizade; ausência de amizade; sentimento


de ódio ou malquerença direcionados a algo ou alguém. (Etm. do latim:
inimictas.atis).

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Porfias (argumentas; brigas; contendes; contestas; debates; discutes;
disputas; duras; insistes; lutas; perseveras; persistes; polemizas; questionas;
teimas; triscas; turras. Porfiar: v.i. Discutir; discutir intensamente).

Emulações (s.f. Ação ou efeito de emular. Sentimento que faz com que
uma pessoa tente se igualar ou superar alguma coisa ou outra pessoa....).

Iras (Causar ira a, agastar, irritar. vpr Encher-se de ira, encolerizar-se.)

Pelejas (s.f. Luta; combate realizado com ou sem armamentos.


Desentendimento; falta de concordância, de entendimento; em que há
zanga. Discussão; debate em que cada pessoa defende o seu ponto de
vista.)

Dissensões (s.f. Falta de entendimento ou divergência de opiniões entre


duas ou mais pessoas. Condição de disputa, litígio, desavença: as...)

Heresias (Doutrina contrária aos preceitos estabelecidos pela Igreja e


bíblia.)

Invejas (s.f. Sentimento de cobiça à vista da felicidade, da superioridade de


outrem: ter inveja de alguém. Sensação ou vontade indomável de possuir o
que pertence a outra pessoa.)

Homicídios (s.m. [Jurídico] Ato (voluntário ou involuntário) caracterizado


pela destruição da vida de uma outra pessoa; ação de assassinar outro ser
humano; assassínio ou assassinato.)

Bebedices (1 Bebedeira, embriaguez. 2 Vício de beber.)

Glutonarias (Gula; qualidade de glutão, de quem come exagerada e


excessivamente. Voracidade; apetite exagerado; grande vontade de comer.)

E coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes
vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus.

A origem do pecado
O Pecado se originou no Mundo Angélico. A Bíblia nos ensina que na
tentativa de investigar a origem do pecado devemos retornar à queda do
homem, na descrição de Gn 3 e fixar a atenção em algo que sucedeu no
mundo angélico. Deus criou um grande número de anjos, e estes eram
todos bons, quando saíram das mãos do seu Criador ,(Gn 1:31). Mas

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ocorreu uma queda no mundo angélico , queda na qual legiões de anjos se
apartaram de Deus. A ocasião exata dessa queda não é indicada, mas em
( Jo 8:44 ). Jesus fala do diabo como assassino desde o princípio e em (1 Jo
3:8 ) diz João que o Diabo peca desde o princípio.

Em Relação a Satanás O pecado foi achado em Satanás (Is 14.12-20; Ez


28.14,15). Esta afirmação é o mais próximo que a Bíblia chega de uma
indicação da origem do pecado. Antes, do homem pecar, Lúcifer já tinha
pecado. Satanás era integro e moralmente sadio, até que seu desejo egoísta
de se tornar maior que Deus dominou o seu ser. Por ter sido a primeira
criatura a ser dominada por seus desejos egoístas é chamado pai da mentira.
Satanás se voltou contra a verdade de que somente Deus é Deus, e, muitos
outros anjos acreditaram em sua mentira. Ele deseja ser adorado e
reconhecido como um deus. “... Ele (o diabo) foi homicida desde o
principio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade.
Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e
pai da mentira” (Jo 8.44). 3.3 – Em Relação a Anjos Alguns deles
seguiram a Satanás em seu pecado, o que demonstra que os mesmos são
livres para escolher a quem deseja servir.

Deus criou o pecado?


Não. Deus é amor. Deus não é a fonte do mal. Acontece que Ele deu ao
homem liberdade para decidir. Deu-lhe o livre-arbítrio. No Éden, Deus
estabeleceu o princípio da obediência. A obediência é necessária para que o
homem viva em comunhão com Seu Criador. Muitos hoje em dia dão
ouvidos ao diabo e desprezam as palavras de advertência do Criador. O
resultado é a morte eterna. (Gênesis 2.17; Romanos 6.23).

A origem do pecado na esfera humana


A Bíblia ensina que a origem do pecado na Historia da raça humana foi a
transgressão volutaria de Adão no Éden. O homem deu ouvido à insinuação
do tentador, de que, em se colocando em oposição a Deus, se tornaria
iguala a Deus. Tomando do fruto que Deus proibira, Adão caiu, abrindo a
porta de acesso ao pecado no mundo. Ele não somente pecou, como
também tornou-se servo do pecado.

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“ Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e
pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por
que todos pecaram.

“ Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens
para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça
sobre todos homens para a justificação que dá vida.

“ Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram


pecadores, assim também, por meio da obediência de um só muitos se
tornarão justos.” ( Rm 5. 12, 18, 19)

O primeiro indício da queda de Eva está no fato dela ter se deixado


parlamentar com Satanás; assim fazendo, ela foi abrindo o seu coração a
ponto de aceitar a insinuação do adversário, e desejar tornar-se igual a
Deus, portanto conhecedora do bem e do mal. Estas atitudes precederam os
cincos passos da queda.

1. Olhou - “Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer,


agradável aos olhos...” (v.6)
2. Desejou – “... árvore desejável para dar entendimento...” (v.6)
3. Tomou – “Tomou-lhe do fruto...” (v.6)
4. Comeu – “ ...comeu... e ele comeu” (v.6)

5.Morreu – “ ... no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (Gn


2.17)

A expressão “morrerás” usada no texto bíblico, fala tanto da morte


espiritual quanto física. Em ambos os sentidos esta palavra fala da
maneira em que se encontra o homem desde a sua queda.

Juízo em 4 fases:
1. Fase • Para a serpente
Punida por ter sido instrumento, pela vontade de Deus de mostrar
um tipo e profecia de maldição sobre o diabo e os poderes do mal,
para fazer do homem, reconhecedor de que há um castigo para o mal;
2. Fase • Para a mulher
A presença do pecado trouxe sofrimento, principalmente, no
momento crítico e penoso de conceber filhos, agravado pela
crueldade, loucura e sentimento de falta do homem e corrompendo as

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relações matrimoniais, tornando a mulher, em muitos lugares, até
escrava do homem (Ex. Índia e Ásia);

3. Fase • Para o homem


O trabalho com decepções e aflições, numa maldição e queda da
criação e da terra, com difíceis e duras condições de trabalho e a
morte física progressiva.

.
4. Fase Para o Diabo
Por ser ele o causador e influenciador do pecado na esfera humana.
Deus lhe Disse que da semente da mulher nascerá um que lhe
esmagaria a cabeça. Sendo assim a primeira profecia e promessa
bíblia ligada a Cristo Jesus.

Deus sabia que o homem havia de pecar?

Evidentemente Deus sabia que o homem haveria de pecar, pois Ele é


onisciente; porém, isto não é a mesma coisa que dizer que o homem foi
predestinado ao pecado por Deus, ou que Deus tenha sido o artífice da
queda do homem. O pecado já existia antes mesmo da queda, e quando
o homem o abraçou não o fez como se essa fosse a única opção que
tinha. Pecar ou não, era uma escolha do homem.

Por que Deus fez o homem com a capacidade


de pecar?

Á esta pergunda responde o Dr. Henry H. Halley:


“Podia haver criatura moral sem a capacidade de escolher? A liberdade
é um dom de Deus ao homem: liberdade de pensar, de escolher,
liberdade de consciência, ainda mesmo que o homem use essa liberdade
para rejeitar e desobedecer a Deus. Em certo desastre de trem, o
maquinista, que podia ter poupado a sua vida pulando fora do trem, não
se arredou do seu posto. Salvou, desse modo, os passageiros, mas
perdeu a sua vida. Os passageiros erigiram um monumento, não ao
trem, que só fez o que a sua maquina o forçou fazer, mas ao maquinista
que, voluntariamente, escolheu dar a vida para salvar os passageiros.
Que virtude haverá em obedecer a Deus, se em nossa natureza não
houver nenhuma inclinação para agir de outro modo? Porém, se de
nossa própria vontade, e contra o impulso firme de nossa natureza,
obedecemos a Deus, nisso há caráter” (Manual Bíblico)

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O processo para a prática do pecado voluntário

A prática de todo e qualquer pecado voluntário, levada a efeito pelo


ser humano, inclusive pelo crente em JESUS CRISTO, jamais acontece por
acaso ou inconscientemente, a não ser nos pecados involuntários,
aqueles que são cometidos, sem que a vontade o determine, ou seja, os
pecados alheios à vontade do homem.
A prática do pecado é, na realidade o final de um processo, ou de uma
caminhada de três passos, como podemos ver a seguir:
1, TENTAÇÃO, OU CONVITE, PARA A PRÁTICA DO PECADO.
2, CONSENTIMENTO PESSOAL PARA A PRÁTICA DO PECADO.
3, PRÁTICA DO PECADO.
Vejamos cada uma em particular.
TENTAÇÃO, OU CONVITE, PARA A PRÁTICA DO PECADO.
A tentação é o acontecimento inicial do processo que leva o homem à
prática do pecado.
A tentação é um convite ao ser humano, para praticar o pecado.
Sem que haja a tentação, jamais alguém chegará à prática do pecado.
Todo o pecado cometido por um ser humano tem seu nascedouro numa
tentação.
Toda a tentação para a prática do pecado sempre tem por trás o maior
inimigo do ser humano, que é o diabo.
A tentação para a prática do pecado, pode acontecer de duas formas:
01, DIRETAMENTE PELO DIABO.
O diabo pode tentar, diretamente, o homem atuando em sua inteligência,
através dos seus sentidos, Gên¨3:1-5; Mat¨4:1-11; Mar¨1:12-13; Luc¨4:1-
13.
02, ATRAVÉS DE UM SERVIDOR DO DIABO.
A tentação para a prática do pecado, também pode acontecer através de
um servo do diabo. O servo do diabo, pode ser uma pessoa incrédula,
At¨20:19
Porém, infelizmente, também pode ser um crente em JESUS CRISTO que
esteja momentaneamente em estado pecaminoso e, portanto, a serviço do
diabo, Mat¨16:21-23.
Porém, uma coisa é certa, jamais, qualquer tentação virá da parte de
DEUS, Tiago¨1:13.
O crente em JESUS CRISTO há de estar tranqüilo, no tocante à
experiência da tentação para a prática do pecado, tendo em sua mente,
o que declaramos a seguir:

A TENTAÇÃO, EM SI, PARA A PRÁTICA DO PECADO, NÃO É


PECADO.

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Se a tentação para a prática do pecado fosse pecado, JESUS CRISTO seria
pecador, já que foi tentado em tudo, como nós, Heb¨2:17-18, 4:14-15.
Porém, para o bem da humanidade, mas de um modo todo especial dos
salvos, ainda que duramente tentado, jamais JESUS CRISTO pecou,
João¨8:46; 2ªCor¨5:21; Heb¨4:14-15; 1ªPed¨2:21-23; 1ªJoão¨3:5.

2, CONSENTIMENTO PESSOAL PARA A PRÁTICA DO PECADO.


Após a tentação acontecer, a pessoa pode consentir ou não com o
convite, ou tentação, para a prática do pecado.
Quando uma pessoa consente com o convite para a prática do pecado,
está a um passo de cometer o pecado, o qual é alvo da tentação.
O consentimento para a prática do pecado é uma demonstração ou prova
da fragilidade humana.
Ainda que o pecado alvo da tentação não tenha sido praticado, mas haja no
coração o consentimento para a prática do pecado, este consentimento, em
si mesmo, já é pecado, por isso, o salmista clama a DEUS, Sal¨141:4.
Porém, o pecado é agravado quando passa, apenas, do consentimento à
execução ou à pratica do pecado, alvo da tentação, Prov¨14:14, 17:20.
Quando a pessoa, especialmente o crente em JESUS CRISTO, não
consente com a
tentação para a prática do pecado está, com toda a certeza, glorificando a
DEUS, Heb¨12:1, como JESUS CRISTO o glorificou, como podemos ver
nas
próximas passagens BÍBLICAS, Mat¨4:1-11; Mar¨1:12-13; Luc¨4:1-13.
3, PRÁTICA DO PECADO.
A prática do pecado, é a consumação da desobediência a DEUS, visto que,
ao invés de dar ouvidos a DEUS que ama, imensamente, o ser humano, dá
ouvidos e obedece ao ser que mais odeia, tanto o ser humano, Gên¨3:1-5;
Ef¨6:11; 1ªPed¨ 5:8, quanto ao próprio CRISTO, 2ªCor¨6:15.
A DIMENSÃO DO PECADO.
Há quem pense, creia e ensine que pecado não tem tamanho, ou seja,
todo o pecado é igual, entretanto, podemos verificar na BÍBLIA que não
é assim, havendo, portanto, à luz da justiça de DEUS várias graduações
de pecado, como veremos nos próximos exemplos, e passagens
BÍBLICAS:
Referindo-se a Sodoma e Gomorra, DEUS diz: “O seu pecado se tem
agravado muito”, Gên¨18:20.
Concernente ao bezerro de ouro, Moisés disse: “Vós cometestes grande
pecado” e “Este povo cometeu grande pecado”, Êx¨32:30-31.
Alguém pode pecar mais do que seus pais, Jer¨7:26, 16:12.
A iniquidade (pecado) pode multiplicar-se, Esd¨9:6.
Vejamos Mat¨10:14-15, 11:20-24; Luc¨10:10-15, se haverá mais rigor para
alguns, significa que, de uma forma ou de outra, seu pecado é maior.

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Vejamos também, Luc¨12:35-48¨(47-48).
No episódio da negação de JESUS, Pedro se aprofundou no pecado,
Mat¨26:74.
O pecado de Judas, segundo JESUS CRISTO, é maior do que o pecado de
Pilatos, João¨19:11.
Os pecadores podem agravar os seus pecados, 2ªTim¨3:13.
Quem conhece a VERDADE, ao pecar é pior (maior pecador, comete
pecado
maior) do que quem não a conhece, 2ªPed¨2:20. Há pecado para morte e
pecado que não é para morte (morte do corpo),
1ªJoão¨5:16-17.
Ananias e Safira cometeram pecado para morte, porque em consequência
do seu pecado, foram punidos com a morte, At¨5:1-11.
Há ainda o pecado da blasfêmia contra o ESPÍRITO SANTO, o maior de
todos os pecados, visto que, para o mesmo não há, qualquer,
possibilidade de perdão, Mat¨12:31-32; Mar¨3:28-29; Luc¨12:10.

O CRENTE E O PECADO.
Ainda que o salvo por JESUS CRISTO, esteja livre do castigo eterno,
não está livre da sua triste condição de pecador, pois, ainda que,
salvo por JESUS CRISTO, continua sendo pecador, 1ªJoão¨1:8-10.
Porém, é um pecador lavado e remido pelo sangue de JESUS CRISTO,
1ªCor¨6:11; Ef¨1:7; Col¨1:14; Tito¨2:14, 3:5.
Por isso mesmo, livre da condenação eterna, Rom¨8:1-2.
Entretanto, a exemplo de Paulo, o pecado está na sua natureza (carne),
sendo impossível livrar-se dessa triste condição, enquanto, ainda
nesta vida, Rom¨6:1-7:25.
Porém, para o salvo por JESUS CRISTO, há o recurso e ou a necessidade
do
reconhecimento, arrependimento, da confissão dos pecados, do pedido de
perdão e o consolo da certeza do perdão, dado por DEUS, em conseqüência
da
sua fé em JESUS CRISTO COMO ÚNICO E SUFICIENTE SALVADOR,
1ªJoão¨1:8-2:2.

Consequências do pecado
O pecado sujeitou o homem a três tipos de mortes:

1ª – a morte Física: e quando o corpo se separa da alma e do espírito;

2ª – a morte Espiritual: é a separação do homem de Deus, essa e a mais


comum quando o homem vive uma vida na terra sem a presença de Deus;

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3ª – a morte Eterna (Segunda Morte): é a separação eterna do homem
que morre sem Deus, as pessoas que não aceitam a Jesus recebem a
condenação eterna pelos seus pecados, a chamada Segunda Morte, “O
salário do pecado é a morte” (Rm 6.23).

A. Separação Espiritual: o homem e o Criador A Queda implica


diretamente na separação espiritual com Deus. Em função da entrada do
pecado no mundo, o homem está privado de desfrutar dessa bem-
aventurança, pois Deus não pode conviver, nem manter comunhão com o
pecado. Por essa razão afirma-se não existir mais comunhão direta entre
Deus e os homens. No relato de Gênesis, vemos que após cometerem uma
infração direta à Lei de Deus, tanto o homem como a mulher “esconderam-
se”. Isso implica que a comunhão com Deus havia sido quebrada.

B. Separação Psico-somática: o homem em si mesmo O homem, em


função do pecado, sofre da falta de unidade no que tange aos aspectos
imateriais do homem. Ou seja, o pecado desestabilizou a harmonia inicial
do homem, e devido a isso, não pode portar-se de maneira irrepreensível
diante da Lei de Deus, e do próprio Deus. E as conseqüências ainda podem
ser claramente observadas: A mulher passa a sofrer as dores do parto
(3.16), o homem a penar em sua labuta diária (3.19a) e a morte passa a
reinar na experiência humana (3.19b), sem contar que suas inclinações,
agora, propendem ao pecado, ao erro, à pratica do mal orientado contra
Deus.

C. Separação Sociológica: o homem do homem O homem não perde


apenas comunhão com Deus, e harmonia consigo mesmo, mas em função
do pecado o homem está separado do homem. Em Gênesis 3 podemos ler a
seguinte declaração: Então disse o homem: A mulher que me deste por
esposa, ela me deu da árvore, e eu comi (v.12) O primeiro conflito do
homem encontra-se no contexto matrimonial. Ou seja, entre homem e
mulher o conflito já estava anunciado na queda. Contudo, Deus ainda
profere punições para esse relacionamento: E à mulher disse: (...) o teu
desejo será para9 o teu marido, e ele te governará. E a Adão disse: Visto
que atendeste a voz de tua mulher, e comeste da árvore que eu te ordenara
não comesse...(16-17). O que se nota é que não existe mais harmonia
matrimonial, antes sobressai o conflito existente nessa relação, como
conseqüência do pecado. Entretanto, o relacionamento homem mulher não

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é o único prejudicado, mas qualquer espécie de relacionamento, pois em
Gn.4 podemos notar o ciúmes e o homicídio de Caim para com Abel.

D. Separação Antro-ecológica: o homem da natureza O relacionamento


do homem para com a natureza é também afetado, pois é necessário que o
homem viva em constante trabalho para sua sobrevivência (3.18-19).
Entretanto, esse trabalho é enfadonho agora, pois a terra precisa ser cuidada
para que de fruto. A idéia da preposição hebraica sugere que o desejo da
mulher será contra o marido.

E. Separação Ecológica: a natureza da natureza Por conseqüência do


pecado , a natureza passa a sofrer. Note que agora a “terra é maldita”,
“produzirá cardos e abrolhos” e esta sujeita à vaidade (Rm.8.20; cf.Is.11.6s;
65.25).

F. Separação Final: No meio do juízo adâmico, o Senhor Deus deu a


promessa da vitória sobre Satanás através da semente da mulher (Gn.3.15).
A promessa de bênção (1.28) por meio de um filho prometido é a chave da
teologia bíblica. Quando o Deus Pai não pode olhar para o Filho na cruz,
houve uma divisão catastrófica que pagou o preço de todo pecado e
destruiu a base do juízo. Na divisão na cruz, a solução de cada divisão da
Queda é providenciada e garantida. Agora, a reconciliação com Deus e a
cura parcial nos níveis psicológicos e sociais pode ser realizados através da
fé. E, no futuro, a cura e a restauração completa (até da natureza) ocorrerão.
A história ainda vai ver a salvação de Cristo, não por meio do esforço
humano, mas pela intervenção divina. Assim, eliminada a causa, cessam as
conseqüências.

Pecado Original x Pecado Atual


O pecado original, ou melhor, a origem do pecado na raça humana e os
pecados atuais têm relação entre si, mas não é o mesmo pecado. Já a morte
de Cristo foi à exigência satisfatória para livrar a humanidade do poder e
das conseqüências, tanto do pecado original quanto dos pecados atuais. A
origem do pecado para Irineu e para os pais da igreja latina estava no
pecado do primeiro homem (Adão), este foi chamado de pecado “original”,
pois se constituiu da desobediência voluntária e consciente do primeiro
homem, o pecado de Adão foi diferente do de Eva, ambos foram
voluntários, mas somente o de Adão foi consciente, enquanto Eva foi

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enganada. Essa transgressão (conforme Romanos. 5.12) passou para os
descendentes de Adão, modificando a natureza do ser humano, é o que
podemos chamar de natureza do pecado, ou inclinação pecaminosa, essa
natureza desviada esta presente em todo o gênero humano. O homem herda
a natureza pecaminosa de Adão, mas não é responsável pela queda dele,
portanto herda a natureza sem herdar a culpa. Sempre houve muita
controvérsia quanto à humanidade herdar essa natureza pecaminosa dos
seus pais, mas a Bíblia é clara quando diz que “todos pecaram” (Romanos.
3.23). Foi isso que o Apóstolo João quis dizer em 1° João 1. 8,9 fazendo
distinção entre “PECADO” e “PECADOS”. Nenhum homem pode dizer
que não tem “PECADO”, por causa da natureza adâmica herdada dos seus
pais, mesmo o homem mais justo traz em si o “DNA DO PECADO”
(Romanos. 5.12). Já os “PECADOS” fazem referência aos pecados atuais.

Os pecados atuais provêm do pecado de Adão que corrompeu totalmente a


natureza humana dos seus descendentes, esta natureza corrompida é a fonte
donde fluem os pecados atuais e diários. Os pecados atuais são aqueles que
os homens praticam durante a idade da plena consciência das
responsabilidades, e pleno controle das faculdades mentais.

É por isso que podemos afirmar que quem é de Deus não peca (1° João
5.18), porque não vivemos na prática diária dos pecados atuais, e ao mesmo
tempo afirmamos que somos pecadores, por causa da natureza adâmica
herdada (1° João 1. 8-10; 5.19). Essa natureza adâmica pode levar qualquer
crente por falta de vigilância a cair em um dos pecados atuais, mas desde
que o pecador confesse seus pecados, e se arrependa, ou seja, não torne a
praticá-los terá a defesa de Jesus Cristo, o justo advogado (1° João 1.8;
2.1). Os “Pecados Atuais” são aquelas ações externas que se executam
através do corpo. São todos os maus pensamentos conscientes. São pecados
individuais de fato. Estes pecados são conhecidos e classificados nos
escritos do Apóstolo Paulo aos Gálatas 5.19-21, eles também podem ser
praticados por comissão ou por omissão.

“ Se disermos que não temos PECADO, enganamo-nos a nós mesmo, e não


há verdade em nós. Se confessarmos os nossos PECADOS, ele é fiel e justo
para nos perdoar os pecados e nos justificar de toda a injustiça.” (1 Jo
1.8,9).

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A palavra pecado, no singular, citada no versículo 8, é uma referencia
precisa e direta ao pecado original, ou seja à natureza caída do homem;
enquanto que a palavra pecados, no plural, citada no versículo 9, refere-se
ao pecado atual, do nosso dia-a-dia.

Pecado imperdoável
Em atenção ao fato de que esse pecado nunca segue o arrependimento,
podemos assegurar que aqueles que julgam tê-lo cometido e se entristecem
por isso, e desejam as orações de outros em seu favor, na verdade nunca o
cometeram. É o Espirito Santo que conduz o homem ao arrependimento; se
alguém tivesse pecado contra Ele é obvio que Ele não incitaria ninguém ao
arrependimento, se o perdão completo não fosse atingível.

Como vencer o pecado?


a) Odiar o pecado (Ver conseqüências antes-Sl.97:10);
b) Fugir (Não brincar com o pecado-(1 Co.6:19; 2 Tm.2:22;1 Ts.5:22);
c) Ser otimista Quanto à vitória sobre ela (2 Tm.1:7; Hb.2:18; Jo.16:33).

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