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Jr 18.

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II Coríntios 4.7
"Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do
poder seja de Deus, e não de nós."
INTRODUÇÃO
O vaso é um recipiente normalmente côncavo que pode ser fabricado de
diversos materiais e ser utilizado para conter líquidos ou sólidos. O vaso é
de grande valia para o uso doméstico, ou comercial para o carregamento,
ou armazenamento de produtos a ser posteriormente utilizados.
Na Bíblia, o vaso acabou ganhando também um segundo significado. Ao
falar de vasos (especialmente no Novo Testamento), a Bíblia refere-se
muitas vezes aos crentes em Cristo Jesus que estão à sua disposição para
serem usados na obra de Deus.
Somos vasos escolhidos para diferentes obras, e portanto, vasos diferentes
entre si, no entanto, todos dependentes do único dono que nos leva para
onde quer e nos enche dos ingredientes que ele quer.
“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para
evangelistas, e outros para pastores e doutores,” (Efésios 4. 11)
DIVERSIDADE DE VASOS
Observe o que Paulo escreveu para Timóteo em II Timóteo 2.20: “Ora,
numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também
de pau e de barro; uns para honra, outros, porém, para desonra.”
Neste texto Paulo nos chama a atenção para a diversidade de vasos que
existem em uma casa, assim como o uso diferenciado de cada um deles.
O que diferencia um vaso de honra de um vaso de desonra não é o seu
material primário, o fator de ser de ouro, ou de pau, não faz diferença na
honra do vaso e sim, a forma como ele é utilizado.
Existem mansões em que o vaso sanitário é detalhado com ouro e prata,
mas que na sala de visitas, ou na varanda principal, tem vasos de barro e
de madeira para serem admirados pela sua forma artesanal.
Neste caso, qual dos dois é o vaso de honra, e qual é o de desonra? O de
barro, ou o de ouro?
Na obra de Deus não é diferente, tem mais valor aquele que se deixa usar
melhor.
CADA VASO, UM TRATAMENTO
“Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um
vaso para honra e outro para desonra? E que direis se Deus, querendo
mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita
paciência os vasos da ira, preparados para a perdição, para que também
desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que
para glória já dantes preparou,”
(Romanos 9.21-23) - No versículo 21, temos a essência do evangelho.
Apesar das diferentes formas de uso, somos todos de uma mesma massa,
ou seja, ninguém é melhor do que o seu próximo. - No versículo 22 vemos a
paciência de Deus demonstrada ao suportar os “vasos de ira”, os filhos da
perdição, vasos que dedicaram a sua existência ao pecado e a profanação
da obra de Deus. Paulo diz que Deus suportou com paciência para que
através disso, outros conhecessem o seu poder. - No versículo 23, Paulo
escreve dizendo que a paciência de Deus para com os vasos de ira, foi
porque o seu alvo era mostrar as riquezas da sua glória e misericórdia, para
com os vasos de misericórdia, ou seja, Deus tem um cuidado especial para
que os vasos obedientes, misericordiosos e fiéis conheçam as riquezas da
glória de Deus.
É impressionante a forma diferenciada com que Deus trata com cada vaso,
isso não se trata de acepção de pessoas, cada um de nós recebe de acordo
com o nosso trabalho e necessidade sendo acrescentadas as infinitas
misericórdias de Deus, pois se não fosse por elas, os vasos de ira já não
existiriam mais.
VASO ESCOLHIDO
Em Atos 9.15, Paulo foi chamado por Jesus de “Vaso Escolhido”.
A escolha de um vaso se dá quando a obra está necessitada de um
serviço e nenhum dos vasos presentes se dispõe a fazê-lo. Ao ser assunto
aos céus, Jesus deixou a ordem para que seus discípulos pregassem até os
confins da terra, porém, isso não aconteceu, ficaram concentrados em
Jerusalém e esqueceram as demais nações.
Permitido por Deus, Paulo desencadeou uma perseguição que espalhou
os discípulos levando-os a viajarem e pregarem em cidades distantes,
sendo assim, Deus escolheu fazer melhor uso daquele vaso de ira e
transformá-lo em um vaso de misericórdia.
Paulo foi aonde o discípulo não quiseram ir, e pregou em nações em que
os discípulos não quiseram entrar, portanto, foi um vaso especialmente
escolhido para a obra missionária.
LIMPANDO O VASO ESCOLHIDO
“Tira da prata as escórias, e sairá vaso para o fundidor;” (Pv. 25.4)
Em Jeremias 18 do 1 ao 6, o povo de Deus é comparado a vasos na mão
do oleiro, o oleiro projeta, forma, seca e limpa para que o vaso esteja pronto
para ser utilizado.
No caso de Paulo, temos a reforma de um vaso, ele foi feito por Deus, mas
desviou-se para o pecado manchando-se com as marcas do mundo. Neste
caso, o oleiro o pega novamente, tira as escórias (sujeiras que grudam no
corpo do vaso) e o limpa novamente para que ele esteja pronto para uso.
Em Isaías 66.20, o Senhor faz alusão aos vasos limpos em que os filhos de
Israel traziam as suas ofertas, ou seja, qualquer vaso para ser levado e
utilizado no templo deveria primeiro passar por um processo de purificação.
Esse processo se repete ainda hoje, não nos templos humanos em que
congregamos, mas no templo celestial, Deus primeiro purifica o vaso, o
santifica e só então, ele estará pronto para entrar nos céus, lavado e remido
no sangue de Jesus.
O TIPO DE VASO QUE DEUS USA
“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do
poder seja de Deus, e não de nós.” (II Coríntios 4.7)
Nos tempos antigos, era costume guardar as melhores jóias e riquezas
em vasos simples de barro. A idéia era a seguinte: uma vez que um ladrão
entrasse na casa, ele olharia primeiro para os vasos de ouro, prata e pedras
preciosas, pela beleza dos vasos, eles com certeza seriam os escolhidos
para serem roubados, enquanto isso, todo o dinheiro e jóias permaneciam
seguros em vasos sem aparência.
Da mesma forma, quando o anfitrião queria mostrar as suas jóias aos
convidados, eles ficavam atentos apenas na beleza das jóias e não perdiam
tempo admirando o vaso em que elas estavam guardadas, já que eram
vasos de barro comum e, portanto, sem beleza externa. Sendo assim, a
admiração e os elogios ficavam exclusivamente para o conteúdo do vaso e
não para o seu exterior.
Deus está à procura de vasos de barro, pessoas simples que possam
carregar dentro de si os dons de Deus sem querer chamar a atenção. Todos
querem ser de ouro e prata para ganhar elogios, tomar a glória de Deus e
ser estimado pelos admiradores, mas este não é o plano de Deus.
Deus não tem interesse em levantar super-homens, não é plano de Deus
nos encher de fama e fazer com que as pessoas corram para se
encontrarem conosco, o Senhor quer vasos de barro, vasos sem aparência
(não falo de ser feio e descuidado, e sim de ser humilde) para que apenas o
seu conteúdo seja admirado.
Que a sua chamada seja admirada, mas você não, que a sua adoração
seja admirada, mas você não, que os dons que há em vc sejam admirados,
mas você não. A glória que é de Deus fica para Deus, o louvor, a honra e os
elogios, deixe apenas para Deus, eu e você somos só pequenos vasos,
apenas vasos.
CONCLUSÃO
Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra; (I
Ts. 4.4)
Diante do que aprendemos neste estudo, devemos procurar ser um vaso
de valor, não o valor do mundo, mas o valor de Deus, que é a mansidão e
humildade.
Tendo esses dois ingredientes básicos, estaremos se encaminhando para
que Deus tire de nós toda a escória e nos escolha para guardar as suas
jóias de valor. Não precisa ser um vaso de ouro ou de prata, basta ser um
vaso de honra, pronto para fazer a vontade do nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo.
“Antes, santificai ao SENHOR Deus em vossos corações; e estai sempre
preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir
a razão da esperança que há em vós;” - (I Pe 3.15)
“De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra,
santificado e idôneo para uso do Senhor, e preparado para toda a boa obra.
Foge também das paixões da mocidade e segue a justiça, a fé, o amor, e a
paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor e rejeita as
questões loucas, e sem instrução, sabendo que produzem contendas. Ao
servo do Senhor não convém contender, mas sim, ser manso para com
todos, apto para ensinar, sofredor, Instruindo com mansidão os que
resistem, a ver se porventura Deus lhes dará arrependimento para
conhecerem a verdade, e tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços
do diabo, em que à vontade dele estão presos.” (II Tm 2. 21-26)

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