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INTRODUÇÃO

Porque, por um homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte, assim também, a morte
passou a todos os homens. por isso todos pecaram Rm 5.12

O que é pecado?
Como se manifesta?
Como entrou no mundo?

Estas perguntas têm deixado muitos pesadores perplexos, pois somente a Bíblia tem a resposta
completa e satisfatória. Os homens não regenerados sentem uma inclinação maligna para o pecado, e só a
graça de Deus poderá transformar esta natureza, fazendo deles, novas criaturas em Cristo Jesus.
A questão do pecado tem sido alvo de muitas teorias, algumas delas negam taxativamente a realidade
do pecado. Outras o tornam inconsequente, algo natural à vida humana. Porém, a Bíblia não compartilha
dessas infundadas ideias, ela declara que todos pecaram e carecem da glória de Deus Rm 3.23.
A Bíblia ensina que o homem deixou entrar o pecado neste mundo. Ele abusou tanto de sua liberdade
como dos seus poderes pessoais: escolheu o mal e rejeitou o bem.
O pecado não é apenas uma transgressão da lei de Deus, mas uma afronta à santidade do Todo-
Poderoso. Que exige sejamos santos em toda nossa maneira de viver.

...E o sangue de Jesus Cristo,... nos purifica de todo o pecado 1Jo 1.7

QUE DEUS NOS LIVRE:

...Da covardia que teme novas verdades,

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LIÇÃO 1
A IMPORTÂNCIA DA HAMARTIOLOGIA

👉 O que é Hamartiologia?
👉 Qual é a importância da Hamartiologia?
👉 Porque é tão importante estudamos a Hamartiologia?

Etimologia da palavra HAMARTIOLOGIA

O termo Hamartiologia vem do grego e significa Doutrina do Pecado. Hamartiologia - é a ciência


que se ocupa em estudar origem do pecado juntamente com todos os seus aspectos sombrios e sua natureza
de destruição tanto aplicada no mundo físico como no espiritual. Neste livro, portanto veremos a luz do
contexto das Escrituras Sagradas as disposições hostis do pecado em relação a Deus, às coisas e aos seres.
Do outro lado, mostraremos o plano da redenção apresentado por Deus e executado por meio de Jesus Cristo,
para salvação da humanidade que fora atingido pelos efeitos maléficos do pecado e suas consequências.
Está escrito que Deus ao completar a obra da criação, declarou que tudo era muito bom. Observando
mesmo ligeiramente, chegamos à convicção de que muitas coisas que agora existem não são boas – o mal, a
impiedade, a opressão, a luta, a guerra, a morte, e o sofrimento. E naturalmente surge a pergunta: Como
entrou o mal no mundo? – pergunta que têm deixado perplexos muitos pensadores. A Bíblia oferece a
resposta de Deus e ainda mais informa-nos o que o pecado realmente é: melhor ainda, apresenta-nos o
remédio para o pecado.
O nosso conhecimento sobre o pecado ajuda-nos a entender as demais doutrinas bíblicas. A
compreensão da natureza do pecado renova nossa sensibilidade espiritual, gera santidade na vida do crente
levando-o a crer que a vida deve ser vivida na esperança, certa de um futuro além do pecado e da morte.

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A ORIGEM DO PECADO

👉 A onde se originou o pecado?


👉 Como se originou o pecado?
👉 Quando se originou o pecado?

1. Ponto de vista Filosófico

Existem dois pontos de vistas filosóficos, que foram empregados nos conceitos dos filósofos não
cristãos, e dos filósofos que eram cristãos, para definir o que viria ser ou se transformar naquilo que seria
pecado. Agostinho definia o pecado como: o que é dito ou feito ou desejado contra a lei eterna, entendendo
como lei eterna à vontade divina que é dirigida para a conservação da ordem do mundo e para fazer de forma
que o homem deseje mais o bem maior e menos o bem menor.
Para S. Tomás de Aquino a transgressão da lei moral vista como mandamento divino, seria então dar
origem ao pecado. Tomás explicou que o pecado original consiste na ausência de retidão ou justiça, privação
essa causada pela queda. Nesse caso, a transmissão do impulso pecaminoso ocorre em um vácuo de bem, não
dependendo da prática de algum ato externo e esse vácuo logo é preenchido por atos pecaminosos.
Emanuel Kant observou que não se deve confundir a questão da sua origem temporal de uma coisa.
Nesse caso, para Emanuel Kant o pecado seria definido como uma fraqueza inerente à natureza humana,
alterada no comportamento após a queda. Mas isso explicaria o pecado depois de Adão, quando segundo este
conceito este comportamento teria mudado. As que foram apresentadas nos conceitos de Agostinho e de
Aquino, com uma coisa de origem racional que, seria o problema da origem do pecado. Nesse caso, segundo
Kant [e também a própria Bíblia] a origem do pecado não foi ou seria um fato ou ato isolado, e sim, uma
atitude deliberada em fazer para ser. Outros filósofos apresentaram também suas opiniões, mas apenas
mencionamos estas por estarem mais relacionadas a pensamentos cristãos.

A Crença Popular

Alguns filósofos e teólogos procuraram dar uma explicação mais simples e popular em relação ao
pecado, que consequentemente trouxe o problema do mal dizendo que: o mal seria a ausência de todo bem,
isso no fundo, negava por extensão a existência do mal. O mal segundo se dizia, é apenas a ausência do bem,
tal como as trevas são a ausência da luz. Agostinho e S. Tomas de Aquino propuseram esse ponto de vista,
mas isso parece um tanto lógico, para solucionar o problema do mal físico e moral.
Mas que diríamos com relação ao mal metafísico ou espiritual?
Esse é sem dúvida um dos grandes problemas para nossa imaginação que talvez não possa ser
solucionado a luz da lógica: mas sim, pode ser compreendida no campo da fé 1Co 2.10; 1Tm 2.9.

2. A Origem do Pecado - Ponto de vista Bíblico

No tocante como se originou o primeiro pecado e quais foram os elementos empregados nessa
composição, devemos ferir a exegese de dois pontos importantes: O primeiro destes dois pontos é o ATÉ
que marca uma linha divisória entre o antes e o depois na vida do primeiro ser que iria pecar: o diabo. O
segundo ponto a ser analisado aqui é, o ACHOU que descreve o momento fatal da queda de Satanás quando
cometeu o primeiro pecado de sua vida e da história tanto do mundo espiritual como do mundo material. No
capítulo três deste livro, estudaremos mais detalhadamente sobre isso quando focalizaremos a queda do
diabo, dos anjos, dos demônios, do homem e sua mulher.
No primeiro caso, antes deste até na vida de Satanás, ele era um perfeito como é descrito nas
palavras do primeiro caso. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, ATÉ... Que se...
ACHOU iniquidade em ti Ez 28.15. Aqui está, portanto a origem do pecado quando se originou e porque e
quem o originou. Entretanto, quando foi dada a luz ao pecado, este já se manifestava como sendo um efeito
produzido por uma grande causa. Em Ez 28.16, mostra-nos tanto a causa como o efeito que produziram o
primeiro pecado. Leiamos cuidadosamente, ferindo a exegese de cada palavra, pois somente assim teremos

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uma maior compreensão do significado do pensamento. Vejamos a passagem bíblica que fala deste assunto:
Na multiplicação do teu comércio se encheu o teu interior de violência [a causa], e pecaste [o efeito]. A
violência sempre nasce dentro de um coração orgulhoso, que deseja ser, fazer e ter aquilo que não lhe
pertence e este foi sem dúvida o ponto marcante na vida daquele querubim ungido, quando pronunciou a
seguinte frase: eu subirei. A presente frase partindo de um coração já atingido pelo orgulho indicava
oposição declarada contra Deus. Assim o orgulho ocasionou a queda do primeiro ser que pecou.
As Escrituras descrevem que foi um sutil o toque de orgulho que levou o querubim ungido a cometer
o primeiro pecado. A partir daí uma vez por outra, é sempre usado um até nas Escrituras que marca uma
queda de um grande personagem.
Uzias rei de Judá reinou 55 anos em Jerusalém. E Deus o fez prosperar em todos os seus atos de
maneira que:...voou a sua fama até muito longe, porque foi maravilhosamente ajudado ATÉ que se tornou
grande. No versículo seguinte que temos nesta seção, mostra claramente a fonte de seu fracasso. Assim
descreve o escritor sagrado: Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração, ATÉ se corromper...
2Cr 26.15-16. O orgulho do diabo foi gerado por sua formosura e então ele achou que deveria ser admirado
como Deus que é extremamente formoso em grau supremo. Quis, portanto, por esta causa ser semelhante ao
Altíssimo. Ele mesmo falou isso sem nenhuma reserva dizendo: Eu sou Deus, sobre a cadeira de Deus me
assento no meio dos mares. Historicamente falando, o personagem aqui descrito seria o monarca Itobal II,
que era o rei de Tiro quando o profeta Ezequiel fez este vaticínio. Mas a predição não pode literalmente se
referir a ele, pois este monarca nunca esteve no Éden - Jardim de Deus. Metaforicamente falando esta
passagem, portanto, descreve a queda de um querubim ungido quando este se encontrava no jardim mineral
de Deus e não no jardim vegetal habitado por Adão e sua companheira.
Em Is 14.14, ele faz as mesmas alegações, que fizera aqui em Ezequiel, dizendo: Subirei acima das
mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. Segundo alguns comentaristas este monarca aqui descrito
por Isaias, seria Nabonido ou Belsazar, o último rei da Babilônia. Outros estudiosos acham impossível a
identificação de Satanás com o rei da Babilônia, visto ser este um ser humano descrito como sendo pai cujos
filhos seriam preparados para a matança Is 14.21. Com efeito, porem, Jesus fez alusão a Judas Iscariotes
como sendo um diabo Jo 6.70. Não é muito, pois que os seus agentes sejam tomados como sendo o próprio
Satanás. Isto é, aqueles que voluntariamente se tornaram filhos da perdição, ainda que contrário a santa
vontade de Deus. Do ponto de vista divino de Observação, o pecado teve inicio no passado, sendo que sem
dúvida seu mentor intelectual foi Satanás. Pelo que segundo se diz, o pecado teve inicio no coração de
Lúcifer ocasionado pelo orgulho, pois quando ele disse em seu coração: EU SUBIREI, então o pecado teve
inicio em seu coração e por extensão no universo. O profeta Isaias em Is 14.13-14 descreve detalhadamente
esta atitude de oposição contra Deus. Ele menciona [5 eus] pronunciados por este príncipe das trevas em sua
exaltação contra Deus:

 Eu subirei aos céus;


 Exaltarei o meu [o dele] trono;
 No monte da congregação [angelical?] me assentarei;
 Subirei acima das mais altas nuvens;
 Serei semelhante ao Altíssimo;

Agora, as razões que apresentamos acima neste argumento, tornam-se causa e efeito Is 14.13; Ez
28.2; 1Tm 3.6. Sua introdução no mundo, porém foi feita por um homem [Adão] Gn 3; Rm 5.12. Embora
pelas alegações de proibições do Criador em Gn 2.17, podemos perceber sem sombra de dúvidas que,
mesmo antes de Adão pecar, o pecado já estava presente no universo, pela declaração de Gn 2.17 quando
Deus disse: Da arvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás, porque no dia em que dela comeres,
certamente morrerás.
Pela presença e pelas alegações do tentador no Jardim do Éden, ele ali já estava. É certo que o mal
estava ali também pela presença da árvore da ciência do bem e do mal Gn 2.9. O pecado do diabo
ocasionado pelo orgulho assume um aspecto de perversidade do coração, da mente, da disposição e da
vontade. Isso sucedeu verdadeiramente conforme já verificamos no caso do primeiro pecado, e se aplica
igualmente a todos os demais pecados.

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A NATUREZA DO PECADO

Qual é a natureza do pecado?

Por natureza do pecado segundo se diz, entende-se como qualquer falta que fere a santidade de Deus,
quer em ato, atitude ou estado ou natureza. As Escrituras põem em relevo dois pontos principais ou
qualidades morais: a Santidade e o seu antagonista, o Pecado. Pode-se dizer que na esfera moral, o primeiro
corresponde ao Bem e o segundo ao Mal. Todos os demais princípios e qualidades morais podem ser
classificados de maneira a se identificar com um desses dois grupos. E por isso mesmo o pecado como sua
antítese, recebe na Bíblia atenção ampla e adequada, em seu escopo geral sem nenhuma exceção, as
Escrituras descrevem o pecado como sendo de natureza má em todos os seus aspectos.
Visto ser o pecado de natureza má e evidentemente nociva, este desperta aversão a ira da parte de
Deus. Porém, este estado de ira de Deus contra o pecado é retratado como ferindo somente os ímpios.
Embora Deus ame ao pecador, contudo ele aborrece o pecado, e por causa deste, seu estado de ira recai sobre
aquele que peca e continua pecando, sem se voltar para o arrependimento. Nesse caso, a ira divina se
manifesta cada dia, o Senhor é longânimo para ira, isto é, seus passos são lentos quando seguem nessa
direção Nm 14.18; Ne 9.17; Sl 103.8, mas quando observa coisas que lhe desagrada ou vê manifestar-se o
pecado, sua ira se manifesta Nm 11.1; Rm 1.18; Tg 2.16. E ninguém pode subsistir a ela Sl 76.8; Ap 6.16-
17, Em razão do antagonismo existente entre o pecado e a ira divina esta é despertada de forma versátil em
caráter destruidor.
Quando se aplica o conceito geral das Escrituras Sagradas, pecado é fracasso, é erro, é iniquidade,
é transgressão, é contravenção, é falta de lei, é injustiça. Em sentido lato é sempre citado no singular, para
denotar aquele princípio pecaminoso que produz a morte tanto física quanto espiritual. O pecado é então
personificado como: o grande tirano que impõe tristeza, desespero e morte, levando a criatura humana para
uma região tenebrosa. Onde ele permanecerá triste e inativo Mt 4.16, Assim sendo, a sua característica
primordial desde o princípio, em todos os seus aspectos ele é orientado contra Deus. A serpente infringiu
esse princípio, como se depreende desde Gn 3 no pensamento humano e também angelical, o pecado tornou-
se a falta de conformidade com a natureza do supremo Ser que é Deus.

Pecado no sentido religioso significa: errar o alvo.

O nosso alvo é Cristo, e quando desviamos nosso olhar dele erramos o alvo.
Olhando para Jesus, autor e consumador da fé... Hb 12.2

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A REALIDADE DO PECADO

Discussão Filosófica Sobre o Pecado

Alguns filósofos discutem a questão do mau moral, sugerindo que essa força esteja intrinsecamente
ligada à vida. Outros pensam que o mal teve uma origem voluntária, isto é, se originou na livre escolha do
homem. Há ainda, os que querem abrandar a realidade do pecado e seus funestos resultados. Vejamos alguns
exemplos:

👉 Ateísmo. Esta teoria nega que o pecado seja real, assim como a existência de Deus. Há uma relação negativa
entre pecado e Deus, visto que o pecado, afeta diretamente a sua santidade. Uma vez que o ateísmo nega
existência de Deus, também nega a realidade do pecado.

👉 Gnosticismo. Ensinam que existe um principio eterno do mal e sustentam que no homem o espírito
representa o principio do bem, e o corpo, o do mal. Ora, é impossível que haja fora de Deus algo que seja
eterno e independente, a Bíblia declara que o mal tem um caráter ético. Por isso, tratar o pecado como uma
coisa puramente física significa negar seu caráter ético e espiritual. O gnosticismo tenta fugir da ideia real do
pecado ensinando inclusive, que o corpo por ser mal, deve ser destruído pelo ascetismo e licenciosidade.
Uma tremenda mentira de Satanás!

👉 Determinismo. Os adeptos desta teoria ensinam que o livre-arbítrio simplesmente não existe: quem faz o
bem não possui qualquer mérito e quem faz o mal não pode ser condenado. Ao contrário disso, a Bíblia
ensina que o homem é livre para escolher entre o bem e o mal, o homem não pode ser tratado como vítima da
fatalidade ou casualidade quando peca. Para os deterministas, o homem por ser escravo das circunstâncias,
deve ser alvo de compaixão e não de castigo.

👉 Hedonismo. Esta falsa teoria afirma que tudo que causa prazer deve ser praticado. Os hedonistas não se
preocupam com o certo ou errado, eles dizem: Se o sexo dá prazer porque evita-lo? O hedonismo em sua
versão mais moderna prega que, não se devem reprimir os desejos físicos e sim dar vazão a todos eles. Em
nome dessa ideologia, estimula-se a experiência sexual entre os jovens e a liberdade para satisfazer os vícios.
Segundo a Bíblia, o prazer sexual no casamento é perfeitamente normal, mas fora dele, constitui-se pecado.
Na realidade, os prazeres da carne manifestos como: glutonaria, bebedice, licenciosidade e outros, são
duramente refutados pela Palavra de Deus Rm 16.18.

👉 Ciência Cristã. Esta seita nega a realidade do pecado. Declara que o pecado não é algo positivo, mas
simplesmente e ausência do bem. Nega que o pecado tenha existência real e afirmam que é apenas um erro
da mente moral. O homem pensa que o pecado é real, por conseguinte seu pensamento necessita de correção.
Mas, depois de examinar o pecado e a ruína que são mais do que reais no mundo, parece que esse tal erro da
mente mortal é tão terrível como aquilo que toda gente conhece por pecado! As Escrituras denunciam o
pecado como uma violação positiva da lei de Deus, como uma verdadeira ofensa que merece castigo real
num inferno real.

👉 A Evolução. Considera o pecado como herança do animalismo primitivo do homem, desse modo, em lugar
de exortar a gente a deixar o homem velho, ou o antigo Adão. Os proponentes dessa teoria deveriam
admoestá-los a que: deixassem o velho macaco ou o velho Tigre. Como já vimos à teoria da evolução é
antibíblica. Além disso: os animais não pecam, eles vivem segundo sua natureza, e não experimentam
nenhum sentido de culpa por seu comportamento. O Dr Leander Keyser comenta: Se a luta egoísta e
sangrenta pela existência no reino animal for o método de progresso que trouxe o homem à existência, por
que deverá ser um mal que o homem continue nessa rota sangrenta? É certo que o homem tem uma natureza
física, porém essa parte inferior de seu ser foi criação de Deus e é plano de Deus que esteja sujeita a uma
inteligência divinamente iluminada.

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A Palavra de Deus não titubeia: Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal Is 5.20.

A fonte do pecado

Deus é o Criador de todas as coisas, entretanto não é responsável pela manifestação do pecado. Veja
o que diz a Palavra de Deus: longe de Deus a impiedade e do Todo-Poderoso a perversidade (Jó 34.10).
Portanto, constitui-se blasfêmia contra Deus atribuir-lhe a autoria do pecado. Na verdade, o pecado é um ato
livre das criaturas de Deus, uma vez que elas são seres morais dotadas da capacidade de perceber o certo e o
errado. O homem é um agente moral livre para decidir o que fazer da sua vida.
A origem do pecado no Universo. O pecado originou-se nas regiões celestiais quando o Diabo,
querubim que servia na presença de Deus, encheu-se de arrogância e desejou usurpar o trono do Criador Is
14.13-14. Por sua livre vontade escolheu o caminho do pecado, o que motivou sua destituição das suas
funções celestiais, condenação, e execração eterna.
A origem do pecado na raça humana. A Bíblia ensina que o pecado de Adão afetou muito mais
que a ele próprio Rm 5.12-21; 1Co 15.21-22. Esta transgressão de Adão é chamada de pecado original, esse
pecado do primeiro homem, Adão passou a fazer parte da natureza humana. O pecado de Adão fê-lo
culpado, e sua culpa foi automaticamente imputada a toda a sua descendência Rm 5.12-19; Ef 2.3; 1Co
15.22.

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COMO A BÍBLIA DESCREVE O PECADO

A Bíblia emprega vários vocábulos no Antigo e no


Novo Testamento para definir o pecado.

Palavras que descrevem o pecado, no hebraico (hb) e no grego (gr).

a) Chata’th (hb) e hamartia (gr). Estes termos dão o sentido de desvio do rumo, como o arqueiro que
atira suas flechas e erra o alvo.
b) Avon (hb) e adikia (gr). Aqui o sentido indica falta de integridade, alguém que se desvia do seu
caminho original.
c) Pesha (hb) e parabasis (gr). O pecado é visto como uma revolta; uma insubordinação à autoridade
legítima de Deus, ou rompimento de um pacto ou aliança.
d) Resha (hb) e paraptoma (gr). Significam fuga culposa da lei.
Todas essas palavras falam do pecado com sentido ético, pois envolvem relações sociais e espirituais.

Expressões bíblicas que descrevem o pecado

a) Toda iniquidade é pecado 1Jo 5.17. Deus não classifica tipos ou tamanho de pecados como fazem
os sistemas sociais. Para o Altíssimo todo pecado constitui-se numa afronta a sua santidade.
b) Todo pecado é transgressão da lei 1Jo 3.4. Transgredir significa infringir, violar, quebrar a lei,
passar dos limites. Todo e qualquer mandamento divino deve ser obedecido, pois, desobedecê-lo significa
transgredi-lo.
c) Tudo o que não é de fé é pecado Rm 14.23. Duvidar da Palavra de Deus constitui-se pecado, assim
como, rejeitar o Salvador e negar suas promessas, Jesus disse: Do pecado, porque não creem em mim Jo
16.9.

O ensino do Novo Testamento. O pecado é descrito como -

O Novo Testamento descreve o pecado como:

👉 Errar o alvo
👉 Dívida
👉 Desordem
👉 Desobediência
👉 Transgressão
👉 Queda derrota
👉 Impiedade
👉 Erro

👉 Errar o alvo, que expressa à mesma ideia que a conhecida palavra do Antigo Testamento. Pois o nosso
alvo é Cristo Hb 12.2.

👉 Dívida. Mt 6.12 O homem deve (a palavra deve vem de dívida a Deus a guarda dos seus
mandamentos) todo pecado cometido é contração de uma dívida. Incapaz de pagá-la, a única esperança
do homem é ser perdoado, ou obter remissão da dívida.

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👉 Desordem. O pecado é iniquidade (literalmente desordem 1Jo 3.4. O pecador é um rebelde e um
idólatra porque deliberadamente quebra um mandamento, ao escolher sua própria vontade em vez de
escolher a vontade de Deus. pior ainda, está-se convertido em lei para si mesmo e dessa maneira,
fazendo do eu uma divindade. O pecado começou no coração daquele exaltado anjo que disse: eu farei,
em oposição à vontade de Deus Is 14.13-14. O anticristo é proeminentemente sem-lei (tradução literal
de iníquo), porque se exalta a si mesmo sobre tudo que é adorado ou que é chamado Deus 2Ts 2.4-9. O
pecado é essencialmente obstinação que é essencialmente pecado.
👉 O pecado destronaria a Deus, o pecado assassinaria Deus. Na Cruz do Filho de Deus, poderiam ter sido
escritas estas palavras: O pecado fez isto!
👉 Desobediência. Literalmente, ouvir mal, ouvir com falta de atenção Hb 2.2. Vede, pois como ouvis Lc
8.18.
👉 Transgressão. Literalmente, ir além do limite Rm 4.15. Os mandamentos de Deus são cercas por assim
dizer, que impedem ao homem entrar em território perigoso e dessa maneira sofrer prejuízo para sua
alma.
👉 Queda. Ou falta, ou cair Ef 1.7 no grego, donde a conhecida expressão, cair no pecado. Pecar é cair de
um padrão de conduta.
👉 Derrota. É o significado literal de palavra queda em Rm 11.12. Ao rejeitar a Cristo, a nação judaica
sofreu uma derrota e perdeu o propósito de Deus.
👉 Impiedade. De uma palavra que significa sem adoração, ou reverência Rm 1.18; 2Tm 2.16. O homem
ímpio é o que dá pouca ou nenhuma importância a Deus e as coisas sagradas. Estas não produzem nele
nenhum sentimento de temor e reverência. Ele está sem Deus porque não quer saber de Deus.
👉 O erro. Hb 9.7. Descreve aqueles pecados cometidos como fruto da ignorância e dessa maneira se
diferenciam daqueles pecados cometidos presunçosamente, apesar da luz esclarecedora. O homem que
desaforadamente decide fazer o mal incorre em maior grau de culpa do que aquele que é apanhado em
falta, a que foi levado por sua debilidade.

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LIÇÃO 2
A ORIGEM DO MAL

Uma das maiores questões a ser resolvidas para os filósofos e teólogos de todos os tempos, é o
problema do mal. Necessariamente são usadas duas palavras nas Escrituras em relação ao mal com sentidos
completamente distintos. No primeiro, refere-se ao mal no sentido mais rudimentar do termo de origem
completamente maligna; No segundo, é quando se diz que Deus cria o mal conforme diz em Is 45.7: Eu
formo a luz, e crio as trevas, eu faço a paz, e crio o mal, eu o Senhor, faço todas estas coisas. No original
hebraica a palavra usada aqui para o mal é RA e, necessariamente não significa pecado, mas quer dizer,
tristeza ou aflição que pode levar uma pessoa ao arrependimento 2Co 7.10, também muitas vezes não se sabe
a origem dessa espécie de mal Is 47.11. Se existe um Deus Todo-Poderoso e Onisciente, por que Ele
permitiu que tanta maldade e tanta agonia, possam existir neste mundo? Se perguntarmos todos tem sido
apresentado de muitas maneiras e respondido com as mais diferentes respostas, o mistério do mal.
Para os filósofos existem dois tipos de males: o físico e o metafísico; o físico é apenas uma
consequência do mal maior que seria o metafísico. O mal chamado físico e moral, que domina o mundo
humano, é coisa bem patente aos olhos de todos. Basta lembrar o sofrimento e a morte, bem como a
ignorância e a concupiscência – em sua atual intensidade, cada dia mais as pessoas afastam-se da razão
natura. Ao pensar nisso, Epicuro, filosofo grego que vem citado através de suas ideias em At 17.18, chegou a
por em dúvida o poder absoluto de Deus em relação ao mistério do mal dizendo: Ou Deus quer remover a
maldade deste mundo, mas não pode, ou ele pode, mas não quer, ou ele não pode e nem quer, ou finalmente,
ele tanto pode como quer fazê-lo. Se ele tem vontade, mas não o poder, isso mostra fraqueza, o que é
contrário à natureza de Deus. Se ele tem o poder, mas não à vontade, isso mostra indiferença, e isso também
é contrário à sua natureza. Se ele não pode e nem quer, então é impotente quanto a sua natureza, e
consequentemente, não pode ser Deus.
E se Ele pode e quer então de onde vem o mal, ou por que ele não o impede?

Quando o Mal Terá Fim

Alguns filósofos cristãos também questionam o problema do mal, discutindo e indagando: porque
Deus que é Onisciente permitiu a entrada da serpente no jardim para tentar o primeiro casal?
E semelhantemente, quando será que o mal terá seu fim?
Nós nunca devemos julgar a Deus e sua maneira de proceder dentro de certos critérios estabelecidos
pela própria imaginação humana. Deus é Todo-Poderoso, como também Todo-Bondoso e Ele pode e quer
remover o mal. E Adão e sua mulher não foram tentados acima de sua capacidade 1Co 10.13. Tanto a
filosofia como a teologia tem manifestado suas diferentes opiniões concernentes ao problema do mal, mas na
maioria desses casos, faltou ser empregado o fator tempo. Para todo e qualquer propósito tem um tempo
determinado e consequentemente, existe um tempo para o extermínio do mal, um dia esse tempo chegará:
por que o mal pertence ao tempo – o bem é que pertence a eternidade.
Deus através de Cristo aniquilará todo e qualquer sistema, esquema ou influência do mal. O mal
surgiu por causa do pecado e haverá um dia no estado eterno, quando o pecado não mais existirá e com ele
será banido todo o mal Jo 1.29; Ap 21.4.

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O PECADO ORIGINAL

Os teólogos da Era Medieval consideravam o pecado de Adão, como sendo o pecado original. Talvez
baseado na expressão de Paulo quando diz: ...por um homem [Adão] entrou o pecado no mundo Rm 5.12;
entretanto, no conceito dos teólogos protestantes, o que parece está também de acordo com o pensamento
geral das Escrituras, o pecado original seria o pecado de Lúcifer – o resplandecente. O de Adão seria então a
transgressão, porque mesmo antes de Adão pecar, o mal já existia Gn 2.17. Depois destes, segundo este
conceito, todos os demais são chamados atuais. Estes se dividem em mortais e veniais, conforme a gravidade
da transgressão e o grau e voluntariedade e deliberação. Os teólogos medievais já citados neste argumento,
também os classificam em formais. Toda a transgressão deliberada e materiais: transgressão sem
consentimento ou sem conhecimento.

Os pecados capitais são divididos em sete principais fontes de atos pecaminosos, que são:

👉 Orgulho,
👉 Avareza,
👉 Luxúria,
👉 Ira,
👉 Gula,
👉 Inveja,
👉 Preguiça.

Eles foram chamados de capitais, segundo este conceito de classificá-los, porque estes atos têm
geralmente sua raiz no orgulho.
O pecado venial é o que não é considerado mortal e é praticado segundo os teólogos da Era
Medieval, por desobediência em matéria leve ou por não ter pleno conhecimento. Segundo se opinam o
pecado venial, embora prepare o caminho para o pecado mortal e seja o maior mal depois do pecado mortal,
ainda não destrói completamente a amizade da alma com Deus. É uma enfermidade da alma e não a morte.

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A EXTENSÃO DO PECADO

Desde os tempos imemoráveis quando o diabo pecou até a morte de Cristo na cruz, podemos dividir
o avanço do pecado em seis etapas a saber:

Do pecado do diabo até aos


De Adão a Noé De Abraão até a Lei
anjos
Do pecado dos anjos até Adão De Noé até Abraão Da Lei até Cristo

Do Éden Mineral ao Éden Vegetal. Do Éden Mineral descrito em Ezequiel 28 até a tentação dos
anjos, temos um espaço de tempo que não fora revelado nas Escrituras. Após ter pecado Satanás se voltara
agora para os seres celestiais e conseguiu a adesão de um terço destes seres angelicais Ap 12.4. Do Éden
Mineral que vem citado em Ezequiel 28 temos a primeira destas seis etapas. O pecado do diabo afetou a si
mesmo e depois o mundo angelical. O príncipe das trevas fomentou a primeira rebelião contra Deus e suas
hostes, dando início uma nova forma no mundo tenebroso que acabara de ser por ele criado, a fim de agregar
nele seus sequazes que aderiram as suas ideias sombrias na revolta contra Deus, nas esferas de seu domínio.

Dos Anjos até Adão. Após arruinar o mundo angelical, conquistando um terço dos anjos de Deus e
os lançando para o campo de destruição, Satanás idealiza a queda do homem e de sua mulher no Jardim do
Éden.

De Adão até o Dilúvio. Depois do fracasso do homem, e as consequências que acabamos de


mencionar acima, o pecado avança numa escala ascendente. Entra o mal, a morte, a discórdia, o fratricídio, a
vingança desmedida, a depravação que leva ao dilúvio. Depois do dilúvio, Deus começa uma nova ação num
ponto da história, com Noé.

De Noé até Abraão. De Noé até Abraão, a dispensação do governo humano teve início até Abraão,
passou-se a gerações, quando Deus estabelece uma nova dispensação: a patriarcal ou segundo alguns, a da
promessa. Esta dispensação perdurou até Moisés, quando a lei foi dada por Deus aos filhos de Israel. Deus
estabelece um novo Pacto com Abraão e seus descendentes – o da circuncisão que servia como sinal de Deus
em Abraão e seus descendentes, como sinal de separação dos povos gentílicos e das contaminações de seus
pecados. Os rabinos judaicos costumam dizer: Os povos que vieram antes de Abraão não eram judeus. Adão
que desobedeceu a Deus era uma pessoa comum, no pior dos casos Noé honrado em seu tempo, era uma
pessoa comum no melhor dos casos.

De Abraão até a Lei. A Bíblia nos informa que houve um período da preparação de Abraão até
Moisés quando as Escrituras dizem: ...a lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo
Jo 1. 17. Isto é, Deus levantou Abraão, Isaque e Jacó e depois destes seus filhos. Os patriarcas como
representantes legais de sua graça ali oculta e depois manifestada em Cristo e por Cristo. A partir de Moisés
até Jesus quando perdurou o período da lei, os sacrifícios ali estabelecidos jamais foram suficientes com
todas as suas ordenanças e exigências deter o avanço das forças do pecado. Mesmo havendo determinadas
alternativas oferecidas por parte de Deus, Paulo diz em Rm 5.14, que: ...a morte reinou desde Adão até
Moisés, até sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão.

Da Lei até Cristo. Durante este período conforme já tivemos a oportunidade de expor acima, o
pecado se desenvolveu em forma crescente, as alternativas que a lei oferecia em relação ao pecado para
expiação do mesmo, somente os encobriam. isto é: cobria mas não tirava, no caso de Cristo que não cobre –
mas tira o pecado (Jo 1.29), Em Romanos 5.12-14, 21, Paulo fala do avanço do pecado em processo de
multiplicação dizendo: Pelo que, como por um homem [Adão] entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a
morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.

13
AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO

Sete Pragas Ocasionadas Pelo Pecado

Podemos observar em Gênesis Cap. 3, sete pragas ocasionadas pelo pecado, que vieram cair sobre o
homem e que foram sofridas por Cristo:

Na Queda ..................................................... Em Cristo

👉 A Dor Gn 3.6.....................................................s 53.11


👉 A Sujeição Gn 3.16 ......................................... Gl 4.4
👉 A Maldição Gn 3.17 ........................................ Gl 3.13
👉 A Tristeza Gn 3.17............................................ s 53.13
👉 Os Espinhos Gn 3.18.......................................Mt 27.29
Tipos Distintos de Morte
👉 O Suor Gn 3.19 ............................................... Lc 22.44
👉 A Morte Gn 3.19 .............................................. Fp 2.8

Pelo que, por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim
a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram Rm 5.12
Porque o salário do pecado é a morte... Rm 6.23

MORTE FÍSICA

MORTE ESPIRITUAL MORTE ETERNA

👉 Morte Física. O texto que melhor elucida é 2Sm 14.14, que diz: Porque morreremos e seremos como águas
derramadas na terra, que não se ajuntam mais. O que acontece com o corpo morto quando é sepultado?
Depois de alguns dias terá se desfeito e esvaído como águas derramadas na terra. É isso que a morte física
acarreta literalmente.
👉 Morte Espiritual. Este tipo tem dois sentidos na perspectiva bíblica: negativo e positivo. No sentido
negativo, a morte pode ser identificada pela expressão bíblica morte no pecado. É um estado de separação da
comunhão com Deus. Significa estar debaixo do pecado, sob o seu domínio Ef 2.1,5, o seu efeito é presente
e futuro. No presente, refere-se a uma condição temporal de quem está separado da vida de Deus Ef 4.18. No
futuro, refere-se ao estado de eterna separação de Deus o que acontecerá no Juízo Final Mt 25.46. No sentido
positivo é a morte espiritual experimentada pelo crente em relação ao mundo. Isto é: a sua pena do pecado
foi cancelada e agora vive livre do domínio do pecado Rm 6.14. Quanto ao futuro, o cristão autêntico terá a
vida eterna. Ou seja: a redenção do corpo do pecado Ap 21.27; 22.15.
👉 Morte Eterna. É chamada a segunda morte, porque a primeira é física Ap 2.11. Identificada como punição
do pecado Rm 6.23, também denominado castigo eterno. É a eterna separação da presença de Deus – a
impossibilidade de arrependimento e perdão Mt 25.46. Os ímpios depois de julgados receberão a punição da
rejeição que fizeram à graça de Deus e serão lançados no Geena (Lago de Fogo) Ap 20.14-15; Mt 5.22,29-
30; 23.14-15,33. Restringe-se apenas aos ímpios At 24.15. Esse tipo de morte tem sido alvo de falsas teorias
que rejeitam o ensino real da Bíblia.

O Que o Pecado Afetou?


Afetou as regiões celestes

As consequências trazidas pelo pecado produziram prejuízos incalculáveis em todas as dimensões da


existência. A grande catástrofe da queda de Satanás trouxe grande ruína tanto no universo físico como no

14
espiritual. O grande inimigo de Deus e dos homens, abriu uma grande cisão na região setentrional [região
norte] do céu, onde existe um vazio Jó 26.7; Is 14.13-15. O pecado e queda de Satanás afetaram os céus,
infestando as regiões celestes com seres caídos. Eles ali existem como inimigos de todo o bem, eles são
vistos nestas regiões fazendo guerra aos santos. Suas disposições hostis opõem-se a Deus e aos homens Ap
12.7. Com a queda deste terrível ser, ele passa a conquistar um terço dos anjos de Deus, os quais depois se
dividiram em dois grupos distintos em relação a sua posição e serviço.

Em relação à terra
E a Adão disse: Porquanto deste ouvido a voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei
dizendo: Não comerás dela: maldita é a terra por causa de ti... Gn 3.17. No principio Deus criou tudo muito
bom. Mas após o pecado de Adão, a terra perdeu seu estado original de configuração. E vem sobre ela a
segunda maldição pronunciada por Deus em relação ao pecado. Ela trata da mudança operada na própria
terra.

Em relação ao reino animal


Como consequência do pecado do homem, o reino animal sofreu alterações nítidas em sua estrutura
e comportamento. Ele trouxe sobre eles um sentimento de ferocidade e de destruição. As feras passaram a
perseguirem os homens e de igual modo, os homens as feras Gn 9.1-3; Jz 14.5; 2Rs 2.24; Ez 14.21. O reino
animal sofreu as consequências do pecado do homem e assim tanto a natureza humana como a dos animais
foi afetada, mas durante a glória do Milênio a exemplo do reino vegetal, a ferocidade das feras será também
removida Is 11.6.

Em relação à raça humana


Pelo que, por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim a morte passou a
todos os homens por isso que todos pecaram Rm 5.12. O pecado praticado pelo primeiro homem, Adão,
furtou da humanidade a verdadeira vida e liberdade, impondo sobre ele o silêncio da morte, pois por causa de
Adão,... a morte passou a todos os homens No contexto geral das Escrituras, por meio do pecado o homem
se tornou o recipiente de uma natureza depravada e a expressão inevitável da mesma, é a depravação de
caráter e conduta. Parece que o pecado permeou todo o universo, incluindo cada reino na criação e afetando
cada raça e espécie entre as criaturas, com resultados funestos.

15
VÁRIOS TIPOS DE TRANSGRESSÕES E DE TRANSGRESSORES

No Antigo Testamento, especialmente no Livro de Levítico, encontramos vários sacrifícios que eram
oferecidos em favor de diversas classes de pecadores, entretanto outras transgressões eram punidas sem
misericórdias com pena de morte. Mas as que restavam sacrifícios foram estas no Pentateuco, mais
especialmente no livro de Levítico elas são descritas assim:
Um sacerdote ungido. Se o sacerdote ungido pecar para escândalo do povo, oferecerá pelo seu
pecado que pecou, um novilho sem mancha ao Senhor, por expiação do pecado Lv 4.3.
A congregação. Mas se toda a congregação de Israel errar, e o negócio for oculto aos olhos da
congregação, e se o fizerem contra algum dos mandamentos do Senhor, aquilo que se não deve fazer e forem
culpados. E o pecado em que pecaram for notório, então a congregação oferecerá um novilho por expiação
do pecado, e trará diante da tenda da congregação Lv 4.13-14.
Um príncipe. Quando um príncipe pecar, e por erro obrar contra algum de todos os mandamentos do
Senhor seu Deus, naquilo que se deve fazer e assim for culpado. Ou se o seu pecado no qual pecou lhe for
notificado, então trará por sua oferta um bode tirado de entre as cabras, macho sem mancha Lv 4.22-23.
Qualquer pessoa. E se qualquer outra pessoa do povo da terra pecar por erro, fazendo contra algum
dos mandamentos do Senhor, aquilo que se não deve fazer, e assim for culpada. Ou se o seu pecado no qual
pecou, lhe for notificado, então trará por sua oferta uma cabra fêmea sem mancha pelo seu pecado que pecou
Lv 4.27-28.

O pecado destas pessoas (ou coletivamente) acima mencionadas era arguido de acordo com aquilo
que regulamentava a lei divina. Esse pecado sendo arguido assim desta forma indicava no pensamento de
Deus, que cada criatura deveria receber aquilo que merecia. Mas ninguém ficava sem castigo. Algumas
passagens das Escrituras tornarão este ponto mais claro. Nos elementos doutrinários do Senhor Jesus ele
afirmou: Em verdade vos digo que, no dia do juízo, haverá menos rigor para Sodoma e Gomorra do que para
aquela cidade Mt 10.15. A passagem de Lc 12.47-48. Onde se diz: E o servo que soube a vontade do seu
Senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites. Mas o que a
não soube, e fez coisas dignas de açoites, com poucos açoites será castigado. E, a qualquer que muito for
dado, muito se lhe pedirá...

16
LIÇÃO 3
A CULPA E O JUÍZO DO PECADO

👉 No dia em que dela comeres certamente morreras Gn 2.17


👉 O salário do pecado é a morte Rm 6.23

A Pecaminosidade de Toda a Raça Humana

A Bíblia faz varias declarações a respeito da universalidade do pecado. Vejamos alguns exemplos do
Antigo Testamento: não há homem que não peque 1Rs 8.46, porque à tua vista não há justo nenhum vivente
Sl 143.2, quem pode dizer: Purifiquei o meu coração, limpo estou do meu pecado?
No Novo Testamento, este ensino é bastante enfatizado pelos apóstolos: Não há um justo, nenhum
sequer, não há quem faça o bem, nenhum sequer Rm 3.10-12, pois todos pecaram e carecem da glória de
Deus Rm 3.23, Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos e a verdade não
está em nós 1Jo 1.8.
A imputação do pecado. Imputar o pecado significa atribuir a alguém alguma falta ou transgressão,
ou seja, creditar na conta de alguém. A Bíblia diz que o pecado de Adão foi imputado a seus descendentes.
Por isso, as Escrituras encerram todos debaixo do pecado, todos pecaram Rm 5.12-21.
A culpa do pecado. Logo após Adão e Eva terem pecado, a Bíblia diz que seus olhos foram abertos,
ou seja, tiveram consciência de suas culpas: então foram abertos os olhos de ambos, e conhecerem que
estavam nus Gn 3.7. A culpa é convicção na consciência, pela violação voluntária da Lei. O transgressor é
conscientizado pela consciência ou pela Lei que o seu ato exige expiação. A serpente disse a Eva que, se ele
e seu marido comessem do fruto proibido, seus olhos se abririam e seriam como Deus, sabendo o bem o mal
Gn 3.5. Porém, ao invés de sentirem-se como Deus, experimentaram um tremendo sentimento de culpa.
Perderam a comunhão com Deus e logo a seguir, iniciou-se o terrível conflito entre a carne e o espírito Rm
7.14-24.
O juízo contra o pecado. Trata-se da penalidade ou punição do pecado. A punição do pecado é
inevitável Êx 20.5, ele representa um débito do pecador para com Deus que deve ser irremediavelmente
quitado. O preço estipulado para o pagamento desta dívida é muito alto: O salário do pecado é a morte Rm
6.23. Levando em conta o que a Bíblia diz sobre a justiça e santidade de Deus, o pecado deverá ser punido
com rigor. A lei exige a punição do pecado e do pecador: A cada um retribuis segundo as suas obras Sl
62.12. A penalidade do pecado visa a vindicação da justiça divina, isto é, Deus requer juízo contra o pecado.

17
Teologia

OS GEMIDOS CAUSADOS PELO PECADO

Nesta seção do presente capítulo, estudaremos quantos gemidos foram impostos nas coisas e nos
seres por causa do pecado, todas estas entidades esperam de Deus que, um dia o mal termine e venha sobre
todos nos um estado de retidão, justiça e equidade. Coisa estas, que somente atuarão em grau de perfeição
suprema, onde existir a completa ausência do pecado.

1. O gemido da Terra. A terra geme e pranteia, o Líbano se envergonha e se murcha, Saron se


tornou como um deserto, e Basã e Carmelo foram sacudidos Is 33.9. Na Bíblia encontramos – um livro de
aspecto tristonho [onde as tribos de Israel começam a se destruir a si mesmas – Juízes. Um capítulo
tristonho, onde não encontramos nenhuma palavra de otimismo [Sl 88]. E no presente texto o versículo mais
tristonho da Bíblia, Convém observar que, não estamos falando aqui de partes tristes da Bíblia, porque a
bíblia foi escrita para debelar toda e qualquer tristeza, embora tenha (...a tristeza segundo Deus opera
arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende...) 2Co 7.10, e sim, de partes que em si
mesmas, descrevem coisas com aspectos tristonhos. Quando analisamos o contexto antes e depois, três destas
partes da Bíblia nos leva a descobrirmos que este aspecto de tristeza encontrado em ambos, tem uma só
origem: A causa do pecado. Este gemido da terra começou desde o dia quando ela foi amaldiçoada por causa
do pecado. Ela então passou a gemer e a prantear.

2. O gemido da Criação. Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de
parto até agora Rm 8.22. O gemido da criação é um gemido doloroso. Numa Era futura que será o Milênio,
Deus libertará sua criação da escravidão que o pecado lhe impõe, conforme é descrito pelo profeta Isaías em
Is 11.6-9, que diz: E morará o lobo com o cordeiro e o leopardo com o cabrito se deitará e o bezerro o filho
de leão e a ovelha viverão juntos, e um menino pequeno os guiará. A vaca e a ursa pastarão juntas, e seus
filhos juntos se deitarão e o leão comerá palha com o boi. E brincará a criança de peito sobre a toca do
áspide, e o já desmamado meterá a sua mão na cova do basilisco. Não se fará mal nem dano algum em todo o
monte da minha santidade, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o
mar. Outros profetas descrevem também esse tempo quando Deus removerá a maldição da terra e da criação
inteira em termos de grande amor.

3. O gemido da Igreja. E não só ela [a criação], mas nós mesmos, que temos as primícias do
Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo Rm
8.23. Porque também nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos carregados não porque queremos ser
despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida 1Co 5.4. O gemido constante de cada
crente e por extensão de toda a Igreja, é esperado o momento da redenção do nosso corpo, conforme está
declarado por Paulo no texto em foco, que temos aqui nesta seção. Enquanto estivermos aqui neste mundo
estamos a perigo, porque ainda não alcançamos a redenção do nosso corpo, mas somente a redenção das
nossas almas. Todos nós gememos esperando aquele grande dia, quando ao lado de Cristo nas nuvens
cantaremos o hino triunfal, seguido do grande brado que Paulo apenas escreveu na introdução, quando disse:
Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, que isto que é mortal se revista da
imortalidade. E quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade e isto que é mortal se revestir
da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória 1Co 15.53-54.

4. O gemido do Espírito Santo. E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas,
porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com
gemidos inexprimíveis Rm 8.26. O termo derivado dos vocábulos gregos para [para o lado de], e kaleo
[chamar, convocar], dando o sentido geral de alguém chamado para ajudar ao lado do outrem. Passou para
o Novo Testamento, para representar a pessoa do Espírito Santo em relação a sua missão consoladora e
ajudadora da Igreja. A palavra traduzida por ajuda é extremamente significativa. É formada por três palavras
gregas – duas preposições e uma raiz verbal que quer dizer segurar. Nesse caso, o gemido do Espírito Santo é
causado por causa da Igreja. Em alguns momentos de provações em que o pecado tão de perto nos rodeia,
podemos ver alguém ao nosso lado e até pensamos, mesmo por uma questão de temor e respeito, que este
alguém seja o Pai ou o Filho, ou até mesmo um anjo da corte celestial, sem lembrarmos que é o Espírito
Santo que está ao nosso lado, gemendo com gemidos inexprimíveis, ajudando-nos em nossas fraquezas.

18
QUEM PECA O CORPO, A ALMA, OU O ESPÍRITO?

👉 Quem peca o Corpo, a Alma, ou o Espírito?

Por conseguinte, o pecado afetou em cheio a constituição completa do homem:


Corpo, Alma e Espírito.

E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo, e todo o vosso


[espírito], e [alma], e [corpo], sejam plenamente conservados
Irrepreensíveis, para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo
1Ts 5.23

Há o Pecado da CARNE

Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pelo
pecado, Deus enviando o seu Filho em semelhança da carne do
pecado, pelo pecado condenou [o pecado na carne] Rm 8.3

O apóstolo faz neste texto, alusão ao sombrio poder do pecado, a ponto de enfermar a própria lei e,
não somente isso, mas de enfermar também o próprio Filho de Deus, Jesus nosso Senhor Is 53.10. E por
meio do corpo de Cristo condenou o pecado na sua própria carne – carne de Cristo, pois somente assim seu
aguilhão mortal, que era a própria morte, fora banido. Cristo, portanto cruzou a linha da morte e foi atingido
por seu aguilhão – a morte. Pedro diz que Cristo,... padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos,
para levar-nos a Deus... 1Pe 3.18. O pecado tinha atingido a toda criatura: Porque todos pecaram..., afirma o
apóstolo Paulo e Isaías 1.6, diz que o pecado afetou o homem: ...desde a planta do pé até a cabeça. Em Gl
5.19-21, Paulo descreve as obras [pecados] da carne, em oposição aquelas qualidades morais que fazem parte
do fruto do Espírito dizendo: Porque as obras da carne são manifestas, as quais são:

Idolatria Inimizades Emulações Pelejas Heresias Homicídios Glutonarias


Feitiçaria Porfias Iras Dissensões Invejas Bebedices -

Depois vem a conclusão: ... e coisas semelhantes a estas.... Quando abrimos um dicionário
correspondente à língua em que a Bíblia está escrita, nos assombramos com a significação destas palavras
descritas aqui nesta seção, elas são usadas somente no campo da destruição, seja moral ou espiritual. Seu
sentido somente aponta para o mundo mal. O que é inverso ao Fruto do Espírito que vem logo a seguir:
caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança, somente apontam para
o campo do bem. Muitas doenças e moléstias são de fatos causados pelo pecado, existem outras doenças e
males que são provas de Deus e outras fazem parte do curso natural da vida.

Há o Pecado da ALMA

Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha: [a alma
que pecar, essa morrerá Ez 18.4. De acordo com os ensinamentos de Jesus quando em relação ao coração do
homem, e este tomado como sinônimo da alma torna-se ponto pacífico o que declara o Mestre em Mc 7.21-
22, que diz: Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as
prostituições, os homicídios, os frutos do mau, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a
blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro (da alma) e contaminam o homem.

Há Pecado do ESPÍRITO

Ora amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda imundícia... [do espírito],
aperfeiçoando a santificação no temor de Deus 2Co 7.1.

19
Muitos teólogos procuram separar através de estudos e interpretações paralelas, o pecado do espírito.
Afirmando que o pecado quando praticado, somente atinge o corpo e a alma: mas isso não se coaduna com a
tese e argumento principal das Escrituras. Por exemplo; se o homem permitir que o orgulho o domine ele tem
um:

 Espírito altivo Pv 16.18


 Um espírito perverso Is 19.14
 Um espírito rebelde Sl 106.33
 Um espírito impaciente Pv 14.29
 Um espírito perturbado Gn 41.18
 Um espírito de inveja Nm 5.14

Há, portanto, o pecado do corpo, da alma e do espírito, por cuja razão é exigida a santificação de
ambos num contexto geral, quando diz:

...todo o vosso [espírito], e [alma], e [corpo], sejam plenamente conservados


Irrepreensíveis, para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo...
1Ts 5.23

20
A ORIGEM DA TENTAÇÃO

O que é Tentação?
1. Conceito. Tentação é ato ou efeito de tentar, disposição de animo para a prática de coisas
diferentes ou censuráveis. Biblicamente podemos dizer que é o conveniente ao pecado.
2. O significado na epístola. Em Tiago, tentações têm o significado de perseguições, lutas e
provações pelas quais o crente pode passar.

A tentação tem três origens ou fontes:

1. Da parte da carne.

a) Tentação humana. A Bíblia nos diz que: não veio sobre vós tentação, senão humana 1Co 10.13.
Neste texto, podemos entender que tentação humana quer dizer a que é própria da natureza carnal do homem
Rm 7.5-8; Gl 5.13,19. Ela tem seu aspecto mal, pernicioso, incitador ao pecado.
b) O significado da carne. A carne é o centro dos desejos pecaminosos Rm 13.14; Gl 5.16,24, dela
vem o pecado e suas paixões Rm 7.5; Gl 5.17-21, na carne não habita coisa boa Rm 7.18. Devemos salientar
que o termo carne aqui, não se refere ao corpo, que não tem nada de mal em si mesmo, mas à natureza carnal
herdada de nossos pais. O corpo do crente é templo do Espírito santo 1Co 6.19-20.

2. Da parte do mundo.

O mundo como fonte de tentação, não é o mundo físico criado por Deus. O Dicionário da Bíblia de
Davis diz que a palavra mundo emprega-se frequentemente para designar os seus habitantes, como em Sl 9.8,
Is 13.11; Jó 3.16. O Dicionário teológico referindo-se ao mundo, diz que: No campo da teologia, é o sistema
que se opõe de forma persistente e sistemática ao Reino de Deus. João exorta a que não amemos o mundo,
nem o que no mundo há. Porque tudo o que há no mundo: a concupiscência da carne, a concupiscência dos
olhos e a soberba da vida não é do Pai, mas do mundo 1Jo 2.15-16. Tudo isso é fonte de tentação.

3. Da parte do Diabo.

É a fonte mais cruel da tentação. Seu caráter é sempre destrutivo.

a) Jesus foi tentado. É a fonte mais terrível e avassaladora da tentação. Dela não escapou nem
mesmo nosso Senhor Jesus Cristo. Após o batismo em água, ele foi conduzido pelo Espírito para ser tentado
pelo diabo Mt 4.1; Mc 1.13; Lc 4.2. Foi o único que não caiu em pecado Hb 4.15.
b) Homens de Deus foram tentados. Homens de Deus, do porte de Abraão, Sansão, Davi, e tantos
outros, foram tentados pelo Adversário (Satanás) a fazerem o que não era da vontade de Deus, com sérios
prejuízos para suas vidas.
c) Os homens comuns são tentados. Os homens são tentados a praticar toda espécie de males, crimes,
violência, estupros, brigas, ciúmes, guerras, mentiras, calúnias, roubos, etc.
d) Os crentes são tentados. Até os crentes em Jesus são vítimas da ação do maligno, quando causam
prejuízos à Igreja do Senhor, com escândalos, calúnias, invejas, divisões, rebeliões, busca pelo poder,
politicagem religiosa, e tantas outras coisas ruins.

21
COMO VENCER A TENTAÇÃO

Sete Passos Para A Vitória na Tentação

Saber utilizar a Palavra de Deus.


Nosso Senhor Jesus Cristo quando foi tentado, não deu chance ao Diabo para conversar muito com
Ele. A cada insinuação do maligno, ele usava a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus Ef 6.17b,
dizendo: Está escrito... Mt 4.4,7,10. Por isso é preciso ler a Bíblia, para usar a Palavra na hora certa.
Através da oração
Jesus nos mandou orar sem cessar para não cairmos em tentação Lc 22.40; 1Ts 5.17. A maioria dos
crentes hoje não ora. Certo pregador disse: O Diabo ri da nossa sabedoria, zomba das nossas pregações, mas
treme diante de nossas orações.

Através da vigilância
Jesus enfatizou a importância da vigilância para não cairmos em tentação Mt 26.41.

Através da disciplina pessoal


Falando sobre o atleta cristão, Paulo diz que aquele que luta de tudo se abstém 1Co 9.25. Em
seguida, afirma: Antes, subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que pregando aos outros, eu mesmo
não venha de alguma maneira a ficar reprovado 1Co 9.27. Muitos caem, por exemplo, na tentação do sexo
porque não sabem controlar seus instintos.

Resistindo ao Diabo
O inimigo sabe qual é o ponto fraco de cada crente, mas, com determinação e resistência, no
Espírito, é possível ser vitorioso 1Pe 5.8-9; Tg 5.17. José hebreu, mesmo pagando terrível preço, não se
deixou vencer pelo pecado do adultério. Foi vencedor e exaltado por Deus.

Buscando a santificação
É preciso que o crente viva, separação integral para Deus Hb 12.14; 1Pe 1.15.

Ocupando a mente com as coisas espirituais


Isso se consegue através da oração, jejum, estudo da Bíblia e leitura de bons livros. Servindo,
evangelizando, louvando participando da obra do Senhor, santificando a mente, a vida e o corpo 1Ts 4.3-7.
A tentação, no seu sentido mais comum, é um processo terrível da parte do homem, do mundo e do
Diabo. Cuja finalidade é destruir a fé, a santidade, a comunhão com Deus, levando o crente a pecar. Para
vencer, é preciso fazer como Jesus, que usou a Espada do Espírito – a Palavra. É preciso usar as armas que
Deus colocou à disposição de Seus servos. Em Cristo, somos mais que vencedores Rm 8.37.

22
LIÇÃO 4
A CLASSIFICAÇÃO DO PECADO
Os Nomes e Graus de Pecados

Não queremos classificar vários tipos de pecados, no sentido de mais ou menos rigorosos. Isso é
feito do ponto de vista social e também alguns ensinos teológicos alienados de Deus, têm procurado de
alguma maneira amenizar a natureza maligna do pecado com suas interpretações e sim, do ponto de vista
bíblico teológico ou sistematizado. Pois do ponto de vista divino de observação toda iniquidade é pecado.
Mas devemos também ter em mente que as Escrituras reconhecem a existência de diferentes graus de culpa.
A Bíblia também reconhece vários graus de sofrimento, de acordo com as obras que cada um praticou Ez
32.17. Ela reconhece a diferença entre a culpa de pecados cometidos devido à ignorância e os praticados à
plena luz da consciência. Neste sentido o grau de culpa corresponde ao grau de conhecimento que a pessoa
tem.

O pecado de Adão foi grande:


O que para nós hoje seria pequeno?
Comer apenas um fruto, não seria quebrantar todos os mandamentos de Deus escritos no Decálogo.
Entretanto, aqui existe a diferença entre Um Ato isolado e Uma Atitude deliberada. No seu caso, portanto,
foi uma atitude de transgressão [ir além do limite] da ordem que recebera do Criador. Adão recebera apenas
uma ordem por parte de Deus e a transgrediu mesmo sem ser enganado: cedeu de olhos abertos e por isso
caiu em transgressão 1Tm 2.14.

Atos e Atitudes

De acordo com os rabinos, as Escrituras descrevem cerca de 374 atos ou atitudes em que uma pessoa
pode vir a transgredir a lei divina. Torna-se impossível, portanto, mencioná-los todos aqui neste argumento,
mas, contudo procuraremos mostrar pelo menos aqueles que ficaram mais conhecidos por sua agressividade
a moral conservadora e a santidade divina.

Pecado contra o Espírito Santo

Existem certos ensinamentos que descrevem o que viria a ser pecado contra o Espírito Santo. Seis
pecados em geral, foram enumerados pelos teólogos da Era Medieval, que podem ser considerados [por eles]
de modo especial, contra o Espírito Santo. Embora se diferencie do pecado que Jesus Cristo descreveu como
sendo contra o Espírito Santo. Os seis pecados são os seguintes: Desesperar da própria salvação, confiar
presunçosamente na misericórdia de Deus, atacar as verdades aceitas pela Igreja, invejar o bem espiritual dos
outros, permanecer, obstinadamente em estado mortal. E, por fim, a impenitência final. Estes seis pecados
segundo os teólogos medievais endurecem o pecador contra o auxilio do Espírito Santo e torna difícil o
arrependimento.

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A QUEDA ORIGINAL E AS OPINIÕES DOS ESTUDIOSOS

👉 Como foi a queda original


👉 Quais são as opiniões dos estudiosos

Várias Teorias Sobre a Queda


Existem várias teorias e interpretações diversificadas oferecidas no tocante a queda do homem e de
sua esposa. Algumas dessas teorias são oferecidas tanto pelos teólogos como por filósofos de todos os
tempos. Com efeito, porém, as que mais se destacaram foram estas que iremos mencioná-las a seguir. Santo
Agostinho e outros estudiosos das Escrituras de seus dias, relatam que já em seus tempos havia três opiniões
diferentes dobre Gn 2, no que diz respeito ao Paraíso que Deus criara para habitação do primeiro casal.
Dizendo que alguns tomavam o Paraíso em sentido literal, conforme é descrito ali sem nenhuma outra
interpretação espiritual ou fantasiosa. Outros, em sentido espiritual, com aplicação alérgica e um terceiro
grupo, o concebia em sentido literal, porém com sentido simbólico. Santo Agostinho, por exemplo, tornou-se
seguidor dessa terceira opinião.

Interpretação Literal
Em Gn 2.8-14, fala do surgimento do jardim do Éden nos seguintes termos: E plantou o Senhor Deus
um jardim no Éden, da banda do oriente e pôs ali o homem que tinha formado. E o Senhor Deus fez brotar da
terra toda árvore agradável à vista, e boa para comida e a árvore da vida no meio do jardim e a árvore da
ciência do bem e do mal. E saia um rio do Éden para regar o jardim e dali se dividia e se tornava em quatro
braços. O nome do primeiro é Pisom: este é o que rodeia toda a terra de Havilá, onde há ouro. E o ouro dessa
terra é bom, ali há o bdelio, e a pedra sardônica. E o nome do segundo rio é Giom: este é o que rodeia a terra
de Cusí. E o nome do terceiro é Tigre: este é o que vai para a banda do oriente da Assíria. E o quarto é
Eufrates. Dado a localização geográfica nos tempos modernos dos rios, cujas nascentes procediam na
antiguidade no jardim do Éden, reforça em muito a interpretação literal com relação ao jardim que serviu
como primeiro lar de Adão e de sua esposa.

Interpretação Alegórica
A interpretação puramente alegórica ou simbólica vê na queda, a imagem de certas experiências
psicológicas ou morais universalmente humanas, não próprias, portanto, do estado original do homem é
nesse sentido que para muitos, a narrativa da queda é um mito. Conforme Gunkel e outros, se trata da
passagem do individuo humano do estado de inocência, que caracteriza sua infância inconsciente e
despreocupada, para o estado adulto, caracterizando pelo conhecimento do sexo e pela consciência da
falibilidade humana. Conforme essa explicação, porém, não haveria nenhuma queda, mas tratar-se-ia do
desenvolvimento normal, natural e necessário do homem, além disso, Gn 2.19-23 mostram que para o autor
o primeiro homem antes da queda, não era de modo nenhum uma criança.
Outros colocam o sentido da narrativa da queda no plano religioso, a saber, na descoberta do homem
de estar separado de Deus, pela sua própria vontade. Mas a caracterização de Abel Enoque e Noé como
justos, evidência que, segundo o autor nem todos os homens tem pecado pessoal, o que essa explicação
supõe; se para o hagiógrafo Abel e Noé sofreram as consequências da queda (a morte), então isso deve ser
porque ele considera a queda como um fato não puramente individual, mas coletivo, tendo consequência
também para quem nela não teve culpa pessoal. Outros ainda veem na queda um fenômeno social, ao
desenvolvimento da cultura material. Mas Gn 4.19-22 exclui que em Gn 3 o autor tenha pensado no
progresso material do homem.

No Pensamento Judaico
O pensamento puramente judaico é o que o hagiógrafo considerou a queda como um fato não apenas
psicológico ou moral, mas também histórico. Segue claramente do caráter etnológico de sua narrativa: ele
pretende dar uma explicação da triste sorte do homem, da sua luta penosa pela existência, do estado
submisso da mulher, das dores do parto e, finalmente da morte. Como está convencido de que Deus criou
tudo bom Gn 2;1.31, deve ser havido, entre o inicio tão feliz e atualidade tão sombria, uma causa de todo o
mal e, como o mal abrange todos os homens, é preciso colocar essa causa no principio da história da
humanidade. Esse raciocínio abstrato, porém, tomou no hagiógrafo uma forma concreta em função de sua

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historiologia genealógica e pela aplicação do principio da retribuição coletiva. Todo povo e todo grupo de
população era reduzido a um ancestral, cujo caráter e comportamento determinou a sorte de seus
descendentes Gn 4.14; 9.25 16.12; 19.37. Assim, toda a humanidade descende de um só homem primordial,
o homem, cuja queda foi fatal para toda a sua descendência. O hagiógrafo descrevendo a queda pensou
realmente nesta descendência, provam-no Gn 3.15,20. Levando ainda em conta o caráter, a parte polêmica, a
parte mitológica e folclórica de elementos como o paraíso, a árvore do conhecimento do bem e do mal, e a
serpente. Podemos definir o gênero da narrativa da queda como um mito histórico, isto é, como uma
formulação dramática de um fato religioso (não apenas de um ponto de doutrina), neste caso, um fato da
história da salvação. Essa dramatização, no estilo daquele tempo, lançou mão de concepções religiosas e
historiográficas existentes. Como gênero literário, a narrativa da queda pode ser comparada com a imagem
que os profetas esboçam da felicidade dos tempos messiânicos.
Esta interpretação que acabamos de expor está pôr demais distanciada dos ensinamentos restantes
das Escrituras, com relação à árvore da ciência do bem e do mal, e da queda do homem ali no Paraíso.

A Árvore da Ciência do Bem e do Mal

No tocante a isso existem por parte dos comentadores, muitas opiniões nos seguintes
pontos: Tratava-se realmente de uma árvore no sentido literal? Ou foi simplesmente uma
figura de retórica que fora usado pelo escritor sagrado, para representar o mal? Seu fruto foi
de fato um fruto literal que Adão e Eva comeram e que depois de o terem ingerido, seu poder
o teria então os transformando de santos em pecadores? Estas, e outras perguntas são feitas e
por causa delas muitas interpretações têm surgido no campo religioso.

Pensando numa Árvore Literal


Pensando que tratava de uma árvore literal, muitos gostavam de determinar a sua qualidade.
Algumas tradições judaicas estão a favor de uma espécie de vide, outros de uma oliveira ou de uma espiga
do tamanho de uma árvore, enquanto que os gregos pensavam numa figueira. E nos autores latinos
encontramos opiniões que fosse uma macieira, provavelmente por causa de Cantares de Salomão 8.5. Para
outros, o jogo de palavras: malum = o mal e malus = macieira. Tratando-se de uma evolução semântica de
pomum, que primeiro significa fruto de árvore em geral, e no latim posterior se tornou à palavra maçã, que
se tratava de fato, de uma macieira, cujo fruto seria então uma maçã. Por causa da semelhança existente entre
as palavras latinas malum [maçã] e malus [mal], a tradição popular na idade Média, identificou essa árvore
como a macieira. Na opinião dos intérpretes escolásticos, a Árvore do bem e do mal foi chamada assim, por
causa das consequências resultadas do comer seu fruto. A consequência deste ato foi à expulsão do Paraíso e
a condenação a uma vida dura que devia terminar com a morte. Dentro da ortodoxia católica, pode-se admitir
que seja simples figura literária para designar uma realidade, isto é, uma proibição divina para nós ainda
desconhecida.

A Árvore do Conhecimento
A Árvore da ciência do bem e do mal deve ser entendida como sendo uma árvore literal. Esta árvore
aparece em Gn 2.8,17; 3.3,5-6,11-13, e nunca mais em nenhuma outra parte da Bíblia, onde se fala da
história do pecado ela aparece. Parece que, depois da promessa divina da vinda do Redentor em Gn 3.15, ela
se secou! Porque a partir daí, somente aparece a árvore da vida. De acordo com as provas evidenciadas
demonstradas na criação inteira, que foi literal e não figurativa essa árvore era também uma arvore literal.
Seu fruto era um fruto literal. A diferença era que aquela árvore era uma árvore especial como especial era
também a árvore da vida. A narrativa não se refere, portanto, ao despertar da consciência ou da inteligência
através de um contato sexual de Adão e de sua esposa, como erroneamente tem sido sugerido por alguns.
O homem mesmo antes de pecar, já tinha consciência moral das concepções da vida, para sua
procriação e que estas, ele as possuía antes do pecado. Existem determinadas substâncias nocivas que, se
forem ingeridas pelo homem produzirá sua morte física instantaneamente. Outras substâncias, tais como
drogas alucinógenas, bebidas alcoólicas e coisas assim, trarão para o ser humano a perda de comunhão com
seu Criador, o que significa morte espiritual no sentido religioso. Estas coisas são coisas materiais, quer
dizer, literais no mais rudimentar dos sentidos, entretanto, pode e a experiência tem comprovado que pode
provocar todos os males que acima mencionados e muito mais, na vida daqueles que transgredirem a
proibições de Deus reveladas na sua Lei e nas palavras de seu Filho Jesus Cristo.

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O PECADO E A REDENÇÃO DO HOMEM

Deus Procura o Homem Após o Fracasso

Embora criados em estado de perfeita felicidade e em constante contato com Deus, Adão e sua
mulher transgrediram a única proibição recebida. O primeiro efeito sensível do pecado foi à revolta das
faculdades inferiores que se manifestou pela vergonha de sua nudez e seguiram em desabalada carreira
fugindo da santidade divina. Por isso fizeram tangas de folhas de figueira e procuraram esconder-se da
presença de Deus. Adão alegou como desculpa o procedimento de Eva que, por sua vez, lançou a
responsabilidade sobre a serpente. Mas em todo esse drama, podemos observar o grande cuidado de Deus em
procurar o homem e sua mulher, mesmo depois do fracasso. Certamente havia no jardim um lugar de
encontro entre Deus e o casal. Agora, quando pela viração do dia, Deus ali chegando não os encontrou como
das outras vezes. Adão confessa que de fato ouvira a voz do Criador, mas fugiu com medo por entre as
árvores a fim de se esconder Gn. 3.8. Nos vs. 7-15, vemos o interesse de Deus em salvar o homem com sua
mulher ao castiga-los, manifestou Deus sua misericórdia com a promessa de um Redentor.

1. Deus veste o casal. O primeiro efeito sensível do pecado foi à revolta das faculdades inferiores
que se manifestou pela vergonha de sua nudez. Por isso: ...coseram folhas de figueira, e fizeram para si
aventais. Aqui, está novamente à presença de Deus manifestando sua misericórdia novamente em relação ao
casal que acabaram de perder suas vestes espirituais, por causa do pecado. Agora, novamente há um ato
bondoso de Deus em cobrir a nudez do casal conforme está descrito pelo escritor sagrado: E fez o Senhor
Deus a Adão e a sua mulher túnicas de peles, e os vestiu. Para que isso acontecesse foi necessário que: um
cordeiro ou cordeiros fosses morto ali e a morte daquele animal inocente apontava para a morte de Cristo. O
Cordeiro de Deus, que por meio de sua expiação cobre toda a nudez espiritual e no sentido moral influi
também contra a nudez propositada do ser humano Ap 3.17-18.

2. Deus entrega a terra a Adão. O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar
a terra de que fora tomado Gn 3.23. Nos vs. 17-19, Deus impõe a Adão e a sua mulher os castigos de suas
culpas. Para Eva Deus disse: Multiplicarei grandemente a tua dor e a tua conceição, com dor terás filhos e o
teu desejo será para o teu marido e ele te dominará. E Adão disse: porquanto deste ouvido à voz de tua
mulher e comeste da arvore de que te ordenei dizendo. Maldita é a terra por causa de ti, com dor comerás
dela todos os dias da tua vida. Espinho e cardo te produzirá e comerás a erva do campo. No suor do teu rosto
comerás o teu pão, até que te tornes a terra. Nestes trechos que acabamos de lê, vemos o cuidado por parte de
Deus instruindo a Adão e sua mulher a procriação e sua sobrevivência. Isso sem dúvida mostra proteção
divina para a vida de ambos com promessas para o futuro.

3. Deus dá semente à Eva. E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua
semente, esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar Gn 3.15. Todos os estudiosos da Bíblia sabem a
quem esta promessa de Deus feita à Eva no jardim se refere: é a Cristo. Ele seria, portanto, a semente da
mulher que num futuro distante, no calvário, esmagaria A CABEÇA da serpente, que em sentido extenso
seria Satanás.

4. Todos pecaram. As Escrituras declaram que todos pecaram, isto é, por meio de Adão todos foram
atingidos pelo pecado. Mas, elas também declaram que, por meio de Cristo Jesus todos podem ser salvos.
Cristo quando veio a este mundo, veio por causa dos homens e quando morreu, morreu em favor de todos os
homens. A Bíblia afirma que ele ...morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas
para aquele que por eles morreu e ressuscitou 2Co 5.14, doravante, diz Paulo em 1Co 15.22: Porque, assim
como todos morrem em adão, assim também todos serão vivificados em Cristo. A condição imposta por
Deus em todo este processo, é somente crê que Jesus Cristo é seu Filho e que ele é o caminho e a verdade e a
vida, e que ninguém poderá entrar no céu, a não ser por meio de Jesus Cristo e de sua morte na cruz. Fora
disso não existem nem caminho para o céu e nem nome para redenção, Cristo é o único mediador entre Deus
e os homens.

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ADÃO FOI SALVO?

No tocante a salvação Adão depois de seu fracasso, as Escrituras mostram todas as provas e
evidências desse delito, porém, ao mesmo tempo mostram serem elas fracas e insuficientes quando
comparadas ao supremo sacrifício de Cristo como propiciação dos pecados. Nesse sacrifício, existe por parte
de Deus uma oferta a todos e, a morte de Cristo desde a fundação do mundo deve ter sentido especial. E
Deus oferece uma oportunidade para todo aquele que crê no valor expiatório da morte de Cristo. Se Cristo já
tinha morrido no eterno querer de Deus desde a fundação do mundo, que antecede a criação de Adão e de sua
mulher, esta oferta por parte de Deus já se encontrava em evidência quando o homem pecou. Jesus durante
sua vida terrena mostrou o grande perigo de sua rejeição, dizendo: Por isso vos disse que morrereis em
vossos pecados, porque se não crerdes que eu sou, morrereis em vossos pecados Jo 8.24. Certamente desde
os tempos imemoráveis quando somente existia o Deus Trino e Uno, Cristo já era parte do plano divino na
obra da redenção.
Em o Novo Testamento, Jesus retratou a vida humana ideal como a vida de comunhão com Deus.
Jesus localizava a fonte do pecado no íntimo dos homens. Dessa maneira Jesus aprofundou muito o senso da
culpa, o padrão elevadíssimo de sua própria vida tornou-se a medida da obrigação humana, e ao mesmo
tempo o critério do julgamento contra o pecado nas três divisões maiores da pessoa humana: espírito, alma e
corpo. Mas mostrou que sua redenção é completa para justificar o homem no seu todo dando lhe a promessa
da vida presente e da que há de vir. No caso de Adão e de sua mulher não existe exceção por parte de Deus e,
existem vários pontos [além dos motivos que citamos neste capítulo] que nos levam a aceitar a redenção de
Adão, mesmo que estes não apresentem maiores esclarecimentos no tocante a isto, mas podem ser analisados
através do método de dedução, quando estes são visualizados no contexto da misericórdia divina.
Analisaremos alguns destes pontos e depois chegaremos uma conclusão dentro do nosso próprio raciocínio.
Pressupõe-se em Gn. 3.9-21 o arrependimento e perdão de Adão, ainda que isso não esteja explicito. É certo
que algumas observações registradas de Adão e Eva indicam que de início se evadiram da responsabilidade
pessoal por terem comido do fruto proibido. Adão lançou a culpa sobre Eva e essa condenou a serpente.
Cremos que mediante as medidas disciplinares tomadas pelo Senhor, isso trouxe tristeza segundo Deus ao
casal e isso certamente produziu arrependimento para salvação 2Co 7.10.
Um dos pontos importantes que liga Adão à Cristo é a genealogia da humanidade que fora feita por
Lucas em seu Evangelho capítulo 3. O de Mateus 1 é puramente judaica – começando por Cristo, passando
por Davi e desce até Abraão. Agora, ligaremos a palavra filho de... partindo de Cristo e indo até a Adão –
onde se diz que ele é filho de Deus. E o mesmo Jesus começava a ser de quase trinta anos, sendo (como se
cuidava) filho de... Adão e Adão de Deus Lc 3.23,38. O pecado é a falta de comunhão, Adão perdeu esse elo
entre si e Deus quando desobedeceu a sua ordem divina, entretanto, Deus o procurou para lhe mostrar o
caminho da cruz de Cristo Gn 3.15. Cremos que na mente de Adão e de sua mulher, soava constantemente o
som das palavras do Criador com respeito a esta promessa, que envolvia a semente da mulher que era Cristo.
Então Adão entendeu que, aquela semente era divina, mas que do ponto de vista humana de observação, ela
seria cumprida por intermédio dele e de sua mulher, através da sucessão das famílias nas gerações que se
seguiam. O que lhe levou evidentemente a procurar orientar seus filhos nos retos caminhos do Senhor Gn
4.4,26.
Então aqui surge a pergunta feita e respondida pela própria Bíblia: Quem do imundo tirará o puro? [é
a pergunta]: agora vem a resposta: Ninguém Jó 14.4. Cristo se humanizou, ligou sua origem humana a
origem da humanidade, sua genealogia desce de Maria até Davi e de Davi até Abraão. Mas não para aí, ela
segue de Abraão até Adão, onde esse se liga diretamente como filho de Deus. Nesse caso se Adão depois de
sua queda, não tivesse alcançado a redenção divina por parte de Deus – com base já no sacrifício de Cristo
jamais nosso Senhor viria de tal pessoa, visto que Adão seria imundo e não poderia ligar sua descendência a
Cristo que é puro.
A Bíblia diz em Pv 28.13: O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que confessa
e deixa alcançará misericórdia. Em Jó 31.33, se declara que Adão a principio encobriu suas transgressões,
ocultando o seu delito no seu seio [parafraseado], mas depois as Escrituras revelam – ali mesmo em Gn 3,
que quando foi arguido por Deus, Adão confessor que de fato tinha comido do fruto, induzido pela mulher.
Nesse sentido ele confessa suas transgressões - e as deixa. Nunca mais ele entraria no jardim para comer
novamente daquele fruto proibido abrindo-se assim o caminho do mesmo alcançar misericórdia.
A sabedoria do Criador exige que ele não destrua sua obra, o arquiteto não constrói para demolir e o
prazer de Deus de acordo com sua natureza e seus princípios eternos, era não ver sua obra destruída sendo

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lançada para o nada da existência. A Bíblia do começo ao fim, fala do pecado de Adão, mas Jamais falou
uma vez se quer em termos reais de sua perdição eterna. Não devemos arranjar uma salvação qualquer para
Adão, mas seu caso é diferente do de Judas Iscariotes, que era um filho da perdição e, portanto, devemos
olhar seu caso por uma outra ótica embasada na misericórdia daquele que o criou.
Adão era uma figura daquele que havia de vir. No entanto a morte reinou desde Adão até Moisés, até
sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia
de vir Rm 5.14. Em 1Co 15.45-49, Paulo faz uma comparação entre Adão e Cristo, dizendo: Assim está
também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente: o último Adão [Cristo] em espírito
vivificante. Mas não é o primeiro o espiritual, senão o animal depois o espiritual. O primeiro homem da terra
é terreno, o segundo homem [Cristo]. É Senhor do céu. Qual o terreno, tais são também os terrenos e qual o
celestial, tais também os celestiais. E assim como trouxemos a imagem do terreno, assim traremos também a
imagem do celestial. Ora, jamais o Espírito Santo inspiraria a Paulo para tal ilustração entre Cristo e Adão se
este tivesse permanecido na perdição eterna, sem retorno à misericórdia de Deus. Como seria então
permitido se dizer: Adão... é a figura daquele que havia de vir, isto é, Cristo.

Um casamento perfeito.

Quando Jesus foi arguido pelos fariseus com relação ao divorcio, ele toma como exemplo de união
perfeita, Adão e sua mulher, dizendo: Não tendes lido que aquele que os fez [Adão e Eva] no princípio
macho e fêmea os fez, e disse: Portanto deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão numa só
carne? Mt 19.4-5
Estas palavras de Jesus nos levam a entender que, no lar de Adão e sua esposa mesmo depois da
queda de ambos, continuou o temor seguido pela adoração. Lemos logo a seguir que Abel era temente a
Deus, e que Enos neto de Adão, começou a invocar o nome do Senhor Gn 4.26. Isso não podia acontecer por
acaso, mas certamente foi por meio da orientação de Adão e de sua esposa.

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EVA FOI SALVA?

Esta é outra pergunta que se encontra ligada diretamente ao mesmo procedimento de Adão. Em 1Tm
2.13-15, Paulo liga a palavra salvação em relação à Eva, quando diz: Porque primeiro foi formado Adão,
depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão. Salvar-se-á,
porém, dando à luz filhos. Quando analisamos o pensamento de Paulo aqui num cômputo geral, podemos
deduzir que a salvação de Eva, dependia de sua posteridade através da qual viria a semente prometida em Gn
3.15, que seria o Cristo. ... Nascido de mulher, nascido sob a lei Gl 4.4. Quando Caim nasceu, Eva até
pensou que fosse aquela semente que esmagaria a cabeça da serpente, dizendo: Alcancei do Senhor um varão
Gn 4.1. Mas tal não foi a sua surpresa: Caim não era a semente prometida, porque Caim... era do maligno
1Jo 3.12 e foi também esmagado pela serpente. Então Eva transferiu a sua atenção para seu segundo filho
Abel. Mas foi morto por seu irmão. E quando nasceu Sete, que quer dizer compensação ou renovo, que
também significa um dos nomes de Cristo, Eva bradou dizendo: ...Deus me deu outra semente em lugar de
Abel, porquanto Caim o matou Gn 4.25. Evidentemente dali de Sete, partiram as famílias adâmicas até Noé,
onde essas famílias são destruídas pelo Dilúvio a através dos três filhos de Noé [Sem, Cão e Jafé], têm
novamente uma expansão das famílias na face de toda a Terra. Depois Deus elege a Abraão descendente de
Noé, por meio de Sem, como família escolhida para sua adoração e que através da mesma, viesse o Cristo,
que seria a semente da mulher. A promessa do nascimento de Cristo envolveria duas mulheres a primeira
seria Eva, como mãe da humanidade, a segunda seria Maria, como mãe do Salvador da humanidade. Eva
quer dizer a mãe da vida, seria a mãe de Cristo que é a vida por extensão, enquanto que Maria seria sua mãe
biológica no sentido mais literal do termo. Nesse caso, a redenção de Eva seria assegurada devido à extensão
da promessa de Deus em relação a seu Filho Gn 3.15; Lc 1.28,30,42,48; 1Tm 2.14-15.
A guia de esclarecimento, queremos informar ao leitor que, no presente argumento não procuramos
isentar Adão e sua esposa da culpa do pecado. Apenas mostramos como Deus agiu depois do pecado e queda
do homem ali no jardim. Não pode existir justificação fora do sacrifício de Cristo que morreu na cruz com
esta [e para] finalidade. Com efeito, porém devemos ter em mente que, Cristo já tinha se oferecido a Deus
como propiciação dos pecados da humanidade. E Deus através de Cristo sempre perdoou e ofereceu o seu
perdão à todo aquele que nele crê Jo 3.16. Cristo é o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.

Amém !

29
BIBLIOGRAFIA

 BAP – Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD.


 Bíblia de Estudo Anotada, MUNDO CRISTÃO.
 Bíblia de Estudo Tohmpson, VIDA.
 Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD.
 Bíblia de Tradução Almeida, Revista e Corrigida, CPAD.
 Conhecendo as Doutrinas da Bíblia, Myer Pearlan, VIDA.
 Noções do Grego Bíblico, Lourenço Stelio Rega, VIDA NOVA
 Dicionário da Língua Portuguesa, FÊNIX.
 Comentário Bíblico, Elienai Cabral, CPAD
 Comentário Bíblico, Elienaldo Renovato de Lima, CPAD.
 O Pecado sua Origem e Manifestação, Silva Severino Pedro da.
 Esboço de Hamartiologia, Josiel Saraiva Lima, FAESP.

– O Autor –

Josiel Saraiva Lima

Formado Bacharel em Teologia Pela

ATENÇÃO!

Fica proibida a reprodução total ou parcial desta obra


sem prévia autorização por escrito do autor.

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Prova de Hamartiologia

Aluno (a):......................................................................................................Data........../............../................

Marque com um X na alternativa correta

1. O que significa o termo Hamartiologia?


□ Vem do latim e significa Perdão
□ Vem do hebraico e significa Expiação
□ Vem do grego e significa Doutrina da Salvação
□ Vem do grego e significa Doutrina do Pecado
□ Hamartiologia significa O Pecado Original
2. Quais são os sete pecados capitais?
□ Orgulho, Avareza, Luxúria, Ira, Gula, Inveja e Preguiça
□ Orgulho, Homicídio, Idolatria, Mentira, Inveja, Soberba e Ira
□ Orgulho, Mentira, Soberba, Desobediência, Desordem, Idolatria
□ Desobediência, Soberba e Mentira
□ O pecado capital foi à soberba de Lúcifer
3. Quais são as sete pagas ocasionadas pelo pecado?
□ Dor, Sujeição, Maldição, Tristeza, Espinhos, Suor e a Morte
□ Morte, Maldição, Tristeza, Miséria, Pobreza, Sofrimento e Doença
□ Morte, Dor, Sofrimento, Maldição, Condenação, Suor e Doença
□ Morte Física, Morte Espiritual e Morte Eterna
□ O pecado não trouxe pragas, mas somente a condenação
4. Quais são as três fontes da Tentação?
□ A carne, o mundo e o pecado
□ A carne, o mundo e o diabo
□ A carne, a concupiscência, e o diabo
□ Satanás, o mundo e a concupiscência
□ A concupiscência gera o pecado e o pecado gera a morte
5. Adão e Eva foram Salvos?
□ Sim
□ Não.

Observação: Só existe uma alternativa correta em cada questão, e cada questão vale 1 Ponto.

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