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IGREJA, O CORPO ESPIRITUAL DE CRISTO

O termo “igreja” na Antiguidade, referia-se a um grupo de pessoas que se reuniam para deliberar a respeito dos
assuntos legislativos e políticos das cidades. Geralmente, essas assembléias eram abertas com orações e
sacrifícios às divindades locais. Era concedido, a cada cidadão que desejasse, o direito de se pronunciar ou
propor assuntos para o debate. No entanto, o termo era comum entre os gregos para designar qualquer reunião
ou assembléia. Com a ascensão do cristianismo, a palavra começou a ser empregada em sentido mais específico,
isto é, a Igreja do Deus vivo.
A Igreja é um organismo vivo, santo, dinâmico e ligado à cabeça, Cristo (Ef 1.22, 23). A igreja, portanto, vive em
duas dimensões: espiritual e social. Na dimensão espiritual, a igreja é universal, um organismo vivo, o corpo
místico de Cristo; mas na esfera social, ela é local, uma organização, uma agremiação de pessoas ligadas a um
sistema de crenças.

Eclesiologia é a disciplina da Teologia que estuda a igreja, sua fundação, símbolos e missão, conforme as
Escrituras. O vocábulo igreja é formado por duas palavras gregas: pelo prefixo ek, isto é, “a partir de”, “de dentro
de” ou “para fora de”; e, klēsis, que significa “chamada”, “convocação”, “convite”. Literalmente quer dizer
“chamados para fora”. Em Atos 19.39, ekklēsia é uma “assembléia reunida para fins políticos”; em Atos 7.38 é a
congregação ou assembléias dos israelitas, mas em 1Co 11.18, uma congregação cristã. O termo ainda é usado
para designar um “grupo local de cristãos” (Mt 18.17; At 5.11; Rm 16.1,5); a Igreja universal à qual todos os
servos de Cristo estão ligados (Mt 16.18; At 9.31; 1Co 12.28; Ef 1.22); e a Igreja de Deus ou de Cristo (1Co 10.32;
1Ts 2.14; Rm 16.16).

INTRODUÇÃO

“A Igreja é a herdeira da cruz”. Esta declaração de Thomas Adams, além de realçar a importância e a natureza da
Igreja de Cristo, deixa bem claro: a Igreja não surgiu de um projeto humano, mas do próprio Senhor.

I. O QUE É A IGREJA

Como definir a Igreja? William Gurnall assim o faz: “A Igreja não é nada mais do que Cristo manifestado”. Como
seus representantes, devemos nos empenhar em ter uma vida santa e irrepreensível, a fim de que os homens,
ao ver a nossa conduta, venham a glorificar a Cristo – o cabeça da Igreja.
1. Definição etimológica. A palavra igreja vem do hebraico qāhāl; e do grego ekklēsia. Ambas as palavras, do
texto sagrado, carregam o mesmo significado: reunião pública, ou assembléia regularmente convocada, cujo
objetivo é congregar-se para deliberar sobre o bem comum.
2. Definição teológica. Igreja é o conjunto daqueles que, aceitando a Cristo pela fé, são imediatamente
agregados em seu corpo espiritual como sua possessão, a fim de testemunhar acerca do Evangelho.
O mesmo termo é aplicado ao ajuntamento dos fiéis num determinado lugar para adorar a Deus. Com o tempo,
a palavra passou a designar o lugar de reunião dos crentes.

II. A FUNDAÇÃO DA IGREJA

Quando exatamente foi a Igreja fundada? Com o nascimento de Cristo? Com a declaração de Pedro em Cesaréia?
Ou com a ressurreição de Nosso Senhor? Embora a Igreja sempre houvesse sido uma realidade na presciência de
Deus, ela só passou a existir com o derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes (Ef 3.8-11).
III. OS FUNDAMENTOS DA IGREJA

1. A Palavra de Deus. Solidamente fundamentada na Palavra de Deus, a Igreja não é uma invenção dos
discípulos, mas o maior projeto de Deus. O Antigo Testamento revela que, em Cristo, todas as nações haveriam
de se congregar em Deus (Gn 12.1-3; Ag 2.7). O fundamento maior da Igreja é, sem dúvida alguma, a Palavra de
Deus (1Co 3.10; Ef 3.5; 2 Pe 3.15-17).
2. A Declaração de Cesaréia. Em Mateus 16, deparamo-nos com uma das mais concorridas passagens da Bíblia.
Os católicos, buscando alicerçar a autoridade papal, afirmam ser Pedro a pedra a que se refere o Senhor Jesus. Já
os protestantes asseveram: a pedra em questão não é o apóstolo, mas a declaração que este, inspirado pelo
Espírito Santo, fez a respeito da messianidade do Nazareno. Aliás, o próprio apóstolo Pedro afirma que a pedra é
Cristo (1Pe 2.4-8).
IV. A MISSÃO DA IGREJA

1. Glorificar a Deus. No Sermão da Montanha, exorta-nos o Cristo a agirmos de tal forma, a fim de que os
homens glorifiquem ao Pai Celeste (Mt 5.16).
2. Ser habitação do Espírito Santo (1Co 6.19). A Igreja é o templo espiritual de Deus; nela habita o Espírito de
Deus. Os que a procuram, têm de saber que Deus, de fato, está entre nós (1Co 14.25).
3. Tornar conhecida a sabedoria de Deus. Através da exposição das Sagradas Escrituras, pode a Igreja
demonstrar quão superior é a sabedoria divina (Ef 3.10,11).
4. Proclamar o Evangelho. A principal missão da Igreja acha-se mui clara no texto da Grande Comissão (Mt
28.18,19).
5. Edificar seus membros na Palavra. Através da Palavra de Deus vai a Igreja edificando os seus membros (Ef
4.11-13).

V. OS MEMBROS DA IGREJA
A Igreja é composta pelos salvos por Cristo oriundos de todas as nacionalidades.
1. Os judeus. Embora os primeiros cristãos fossem de origem judaica, não tiveram estes a primazia absoluta na
Igreja, conforme o demonstra Pedro (At 10.34).
2. Os gentios. Considerados pelos judeus como cachorrinhos (Mt 15.26), por estarem alijados da comunidade de
Israel (Ef 2.12), foram os gentios admitidos à família dos santos com pleno acesso às bênçãos espirituais.
3. A Igreja de Deus. Formada por judeus e gentios, a Igreja de Deus é vista como a Universal Assembléia dos
Santos (Hb 12.22-24).

UNIVERSAL LOCAL
1. Organismo. 1. Organização.
2. É invisível. 2. É visível.
3. Interdenominacional. 3. Denominacional.
4. Jesus é o único líder e cabeça. 4. Possui vários líderes.
5. Os nomes de seus membros estão 5. Os nomes de seus membros estão inscritos no rol da igreja
inscritos no livro da vida. local.
6. Possui vida orgânica. 6. Possui vida à medida que seus membros estão ligados à
cabeça, Cristo.
7. Não depende de rituais de culto, de 7. Dependem de cerimônias, templos, reconhecimento
templos, de reconhecimento social. oficiais; estatutos, etc.

VI. AS ORDENANÇAS DA IGREJA


1. Definição teológica. Por constituírem em ordenações explícitas de Nosso Senhor à sua Igreja, assim são
denominados o batismo em água e a santa ceia.
2. O batismo. Constitui o batismo um símbolo da morte e ressurreição de Cristo. Através do batismo, realizado
por imersão e em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt 28.18,19), o novo convertido declara
publicamente haver aceitado de forma plena, pela fé, o sacrifício de Cristo. De igual modo, testemunha já haver
morrido para o mundo e, agora, ressuscitado espiritualmente, vive em novidade de vida (Rm 6.4).
3. Santa Ceia. É a Santa Ceia a segunda ordenança observada pela Igreja (Mc 14.12-26). Seus elementos: o pão e
o vinho, simbolizam, respectivamente, o corpo e o sangue de Cristo oferecidos em resgate da humanidade (1Co
11.24,25).
Contém a Santa Ceia duas mensagens centrais:
a) Memorial: leva-nos a recordar o sacrifício vicário de Cristo.
b) Profética: alerta-nos quanto à vinda de Nosso Senhor Jesus para buscar a sua Igreja (1Co 11.26).

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