Você está na página 1de 4

EDIFICANDO ALTARES, ARMANDO TENDAS E ABRINDO POÇOS

A vida de Abraão, Isaque e Jacó foi caracterizada por três elementos: o altar, a tenda e o poço.
“Então, levantou ali um altar e, tendo invocado o nome do SENHOR, armou a sua tenda; e os servos de Isaque abriram
ali um poço” Gn 26.25
Esses elementos são simbólicos e nos falam de uma vida plena, inteiramente consagrada a Deus e cheia do Seu mover.
1. Edificando Altares

O altar nos fala de consagração e de entrega de tudo diante de Deus. Em última análise, o altar aponta para a cruz.

a. A nova vida começa no altar – Gn 8.20

O dilúvio simboliza a morte pelo batismo, e a saída da arca, ressureição. Em sua nova vida, o primeiro ato de Noé foi
levantar um altar e oferta ao Senhor. Portanto, do mesmo modo, em nossa vida com Cristo, precisamos ter consagração
plena e prática.

b. O altar se baseia da revelação de Deus – Gn 12.7

A consagração acontece em função da revelação. Se não virmos o Senhor, não poderemos edificar um altar, pois sem
revelação não há altar. Como poderemos oferecer tudo a Deus?
Consagração não é o mesmo que santificação. Santificar-se é separar-se do mundo, do que é impuro. Consagrar-se é
dedicar-se à obra de Deus, separar tempo para realiza-la, buscando Seu reino em primeiro lugar. Deus e Sua obra devem
ser prioridade para nós.
Depois de ver o Senhor, Isaías disse: “Eis-me aqui, envia-me a mim” (Is 6.8)
Depois que Paulo viu Jesus, ele perguntou: “... que farei Senhor?” (At 22.10)
Somente quando temos um encontro com Deus é que podemos edificar-lhe um altar.

c. Altar nos fala de separação – Gn 12.8

O primeiro móvel do tabernáculo era um altar. Ele era a fronteira entre a casa de Deus e o mundo. Para se chegar diante
de Deus, era preciso, antes passar pelo altar.

A oferta que se fazia nele era, antes de tudo, o holocausto, e o alvo era que toda a oferta fosse: consumida ali.

Durante sua peregrinação, Abraão edificou um altar em Betel e Ai. Betel quer dizer “Casa de Deus” e Ai significa “um
montão de ruínas”. Isso mostra que, para Deus, o mundo já é um lugar arruinado e, entre ele e a casa do Senhor deve
existir um altar. É a fronteira de separação.

O altar é um estilo de vida e não podemos edificar uma igreja de discípulos sem crentes que tenham um altar edificado
no coração. O altar edificado com pedras é um símbolo de uma consagração que deve acontecer em nosso coração. Ele
mostra o que é prioridade para nós, aquilo a que nos dedicamos.

d. O altar, às vezes, deve ser reconstruído – Gn 13.4


Nossa vida é feita de fases e ciclos e, a cada novo ciclo, é necessário edificarmos um novo altar ao Senhor. A cada novo
desafio, novos níveis de consagração são necessários para que sejamos úteis para Deus.

Pode acontecer, também, de a consagração ser quebrada. Isso não ocorre, necessariamente, porque pecamos. A
santificação, sim, é quebrada pelo pecado, mas a consagração é rompida quando saímos do lugar onde deveríamos
estar.

Abraão teve um incidente em sua vida: ele deveria ficar em Canaã, mas caiu e foi viver no Egito. Contudo, depois de
restaurado, ele voltou para o mesmo ponto onde estava antes da queda e edificou novamente um altar ao Senhor no
mesmo lugar.

É maravilhoso saber que podemos edificar um altar pela segunda vez ao Senhor. Isso se chama restauração e seu
resultado é que o fogo de Deus cai do céu.

“Então, Elias disse a todo o povo: Chegai-vos a mim. E todo o povo se chegou a ele; Elias restaurou o altar do SENHOR,
que estava em ruínas. Então, caiu fogo do SENHOR, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e a terra, e ainda
lambeu a água que estava no rego” 1Rs 18.30, 38

2. Armando tendas – Gn 33.7

A tenda simboliza comunhão com Deus, uma vida diante d’Ele em adoração e intimidade.

Somos peregrinos neste mundo, pois nossa pátria não é aqui, quando nascemos de novo, nos tornamos cidadãos do
Reino de Deus. Segundo Paulo, somos embaixadores do céu e estamos aqui de passagem, apenas para representar
nosso Rei e nosso reino.

Em Êxodo, lemos que Moisés levantava sua tenda fora do arraial e, aquele lugar, o Senhor falava com ele.

a. A tenda nos fala do mover de Deus; prédios falam de mover humano – Hb 11.9-10

A tenda não é uma habitação fixa, mas móvel. Ela é altamente flexível e, assim, estamos sempre prontos para partir e
seguir o Senhor aonde Ele for.

Em todas as épocas há um mover de Deus e, nos dias de Abraão, o mover era habitar em tendas.

b. Tenda nos fala de mobilidade e flexibilidade; prédios nos falam de imobilidade

Para podermos seguir o mover de Deus, precisamos estar sempre disponíveis. Não fincamos alicerces neste mundo;
estamos sempre prontos para nos movermos com Deus.

c. A tenda nos fala de intimidade; prédios nos falam de impessoalidade

De certa forma, um prédio é um local solene e formal, o que, em vez de gerar intimidade, nos intimida, gera
distanciamento. A tenda, por outro lado, é um lugar aconchegante.

3. Abrindo poços – Jr 2.13

Naqueles dias, ter um poço era vital, pois não haveria como sobreviver em uma terra árida e com poucos rios como
aquela sem uma fonte de água viva.
Em Isaías 47, lemos que as águas saem do limiar do templo, ou seja, do altar. Em Apocalipse 22.1, está escrito que um
rio sai do trono de Deus. O fluir de Deus é fruto do altar e da tenda, pois onde há consagração, haverá um rio, e onde há
um trono erguido, ali haverá uma fonte de vida.

Pessoas consagradas que têm um altar edificado em sua vida, passam por lugares áridos e levam o rio de Deus até eles,
transformando-os num manancial de vida.

Todavia, acontece algo em relação ao poço: quando escavamos nossa vida para que o poço do Espírito flua, é certo que
teremos a experiência de Isaque em Gênesis 26.12-33.

“Semeou Isaque naquela terra e, no mesmo ano, recolheu cento por um, porque o SENHOR o abençoava. Enriqueceu-
se o homem, prosperou, ficou riquíssimo; possuía ovelhas e bois e grande número de servos, de maneira que os
filisteus lhe tinham inveja. E, por isso, lhe entulharam todos os poços que os servos de seu pai haviam cavado, nos dias
de Abraão, enchendo-os de terra. Disse Abimeleque a Isaque: Aparta-te de nós, porque já és muito mais poderoso do
que nós. Então, Isaque saiu dali e se acampou no vale de Gerar, onde habitou” Gn 26.12-17

a. Isaque foi abençoado e prosperou (v. 12-14)

Sempre que o poço de Deus fluir em sua vida, seremos abençoados por Ele, tanto com prosperidade financeira quanto
espiritual. Porém, isso sempre atrairá inveja. A inveja da benção foi o que levou Caim a matar Abel, e Esaú a perseguir
Jacó. O sucesso sempre suscita inveja.

b. Os invejosos tentarão entulhar os poços (v.15)

Sabendo que a benção é fruto do fluir do poço de águas vivas de Deus em nossa vida, aqueles que estão tomados de
inveja tentarão bloquear esse fluir com entulhos.
Entulho é tudo aquilo que um dia foi útil, mas que agora se tornou desnecessário.

c. Os invejosos se separarão de nós (v. 16)

Há um princípio de separação na Palavra de Deus. Há um tempo em que Abel deve se separar de Caim, em que Abraão
deve se separar de Ló, e Isaque deve se separar de Ismael, em que Jacó deve se separar de Esaú, Davi deve se separar
de Saul e, Paulo, de Barnabé.

d. Os invejosos contenderão conosco (v.17)

Depois de se separar de Abimeleque, Isaque mudou-se para Gerar, mas o problema da inveja continua.

e. Eseque – Gn 26.19-20

Isaque voltou a cavar poços e ao primeiro ele chamou Eseque, que quer dizer “contenda”. O poço era de água nascente,
ou água viva, como está no original, mas é interessante que os filisteus disseram que o poço era deles.

Quando entramos em um mover de Deus, sempre haverá aqueles que dirão que o que experimentamos não é nosso,
mas que o mover pertence a eles. Talvez isso aconteça porque, no passado, tenham bebido daquela fonte, mas depois
a abandonaram e, quando veem outros, bebendo daqueles mesmo poço, ficam enciumados.

f. Sitna – Gn 26.21

O segundo poço foi chamado de Sitna, que significa “inimizade”. Parece incrível que o mover de Deus possa produzir
inimizade, mas este é o fato: se Deus move através de nós, a inveja pode chegar ao ponto de inimizade e até perseguição.
g. Reobote – Gn 26.22

O terceiro poço recebeu o nome de Reobote, que quer dizer “amplidão, um grande espaço”. No terceiro poço não
contenderam porque já era notório que a benção do Senhor era com Isaque.

Do mesmo modo, nós também teremos a mesma experiência. Haverá um momento que o mover de Deus será tão
inquestionável que todos terão de reconhecer que Deus é conosco.

h. Berseba – Gn 26.23-28

Precisamos perseverar no mover de Deus até que cheguemos ao último poço: Berseba. Abimeleque e o povo
perceberam que Deus era com Isaque e, por isso, fizeram com ele uma aliança de paz. Depois disso, deram ao poço o
nome de Seba, que significa “aliança ou juramento”.

O alvo final de Deus é que todos reconheçam a Sua benção em nosso meio. Quando houver o reconhecimento,
precisaremos nos abrir para eles e permitir que entrem na aliança. É isso o que nos leva ao nível mais elevado do mover
de Deus, um grande despertamento espiritual.

Você também pode gostar