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HAMARTIOLOGIA- PARTE I
l A
Origem do Pecado
A origem do pecado é considerada uma das mais profundas discussões da
filosofia e da teologia. É um problema que se impõe naturalmente à atenção do
homem, visto que o poder do mal é forte e universal, uma doença sempre
presente na vida e em todas as manifestações desta, e é matéria da experiência
diária na vida de todos os homens. É importante estudar sobre o pecado, pois as
consequências dele causou mudanças drásticas no homem e na sociedade,
deixando-os perdidos, necessitando se reencontrar.
l P
ressupostos iniciais a respeito da Origem do Pecado
Nos primórdios da igreja, não se falava definidamente da origem do pecado,
todavia a ideia predominante se originou na voluntária transgressão de uma
ordem direta de Deus e queda de Adão no paraíso, tornando-o de fato o
primeiro pecador.
l N
ão pode-se considerar Deus como o Autor
O decreto eterno de Deus evidentemente deu a certeza da entrada do pecado
no mundo, mas não faz dEle o seu autor responsável. Esta ideia é claramente
excluída pela Escritura. A bíblia, tanto no AT como no NT, registra várias palavras
que descrevem aspectos diferentes do pecado, na vida do indivíduo e na
sociedade. E tais palavras, procedem de uma mesma atitude básica: A rejeição
da vontade de Deus, em favor da vontade do próprio indivíduo. ( Isaías 59:1-2)
À luz do que fora dito, não é possível responsabilizar Deus pelo pecado e sim, o
Homem, não somente à Escritura, mas também à voz da consciência. "Assim,
cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus" (Rm 14:12).
l O Pecado Originou-se no Mundo Angélico
A Bíblia nos ensina que, na tentativa de investigar a origem do pecado,
devemos retornar à queda do homem, antes de Gn 3. Após cada criação, Deus
afirmava que era bom e após a criação do Homem Deus viu que era muito bom,
então, de onde surgiu o mal e o pecado? Deus criou um grande número de
anjos, e estes eram todos bons, quando saíram das mãos do seu Criador, Gn.1.31.
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Mas ocorreu uma queda no mundo angélico, queda na qual legiões de anjos se
apartaram de Deus. A ocasião exata dessa queda não é indicada, mas em Jo 8:44
Jesus fala do diabo como assassino desde o princípio, e em (1 Jo 3:8) diz João
que "o diabo peca desde o princípio". Sendo assim, o pecado original antecede a
queda do homem, ocorrendo na queda de Satanás.
Dois textos são usados para descrever a queda do Diabo: Is 14 e Ez 28. Em Ez.28,
existe uma analogia com o Rei de Tiro e a figura de Satanás. Isto pode ser uma
indicação da origem do pecado na vida de Satanás. O texto indica que foi o
orgulho que deu origem ao pecado do Diabo. Orgulho na tentativa de ser igual
ou superior a Deus, mesmo motivo usado para a tentação de Adão.
Todavia a exortação de Paulo a Timóteo, "Não seja neófito, para não suceder
que se ensoberbeça, e incorra na condenação do diabo”, (1 Tm 3.6), nos permite
concluir que foi o pecado do orgulho, de desejar ser como Deus em poder e
autoridade, a causa da queda angelical e que os líderes de Igreja não devem ir
por este caminho. E esta ideia parece achar corroboração em (Jd 6), onde se diz
que os que caíram “não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o
seu próprio domicílio”. Não estavam contentes com a sua parte, com o governo
e poder que lhes fora confiado.
Cuidado com o orgulho que nasce no coração, pois esta é a arma de Satanás
para a tentação do Homem.
l A Origem do Pecado na Raça Humana
Com respeito à origem do pecado na história da humanidade, a Bíblia ensina
que ele teve início com a transgressão de Adão no paraíso por meio de um ato
perfeitamente voluntário da parte do homem.
O tentador veio colocando-se em oposição a Deus, argumentando que o
homem poderia tornar-se semelhante a Deus. E Adão utilizando-se de seu livre
arbítrio (autodeterminação) se rendeu à tentação e cometeu o primeiro pecado,
comendo do fruto proibido.
O homem em Adão era uma espécie de matriz, pelo qual reproduziu suas
cópias em imperfeição; trazendo consigo corrupção moral permanente que,
dada a solidariedade da raça humana, teria efeito, não somente sobre Adão, mas
também sobre todos os seus descendentes.
E nesse sentido o pecado de Adão é o pecado de todos. É o que Paulo ensina
em Rm 5:12: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no
mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os
homens, porque todos pecaram”.
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A Queda envolveu mudanças radicais nas áreas que definem o ser humano e
sua cosmovisão: conhecimento (epistemologia), existência
(ontologia), ação (ética), e propósito (origem).
A partir daí, Deus chama a todos os homens à condição de pecadores culpados
em Adão. É o que Paulo quer dizer quando afirma: "Porque todos pecaram e
destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3:23) e ao citar o confronto interno do
Homem de realizar a vontade de Deus ou sujeitar-se a sua natureza pecadora,
dizendo "O bem que quero este não faço, o mal que detesto esse cometo [...]
Miserável homem que sou!"(Rm 7:19-24).
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