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Ética e Moral

Aula 2
Teologia para Leigos
Diocese de Santo André

Professor Fernando
2020
Ética e Moral
Aula 2: Pecado e Reconciliação

O que é pecado?

Tem pecado que não tem perdão?

Como funciona a Reconciliação?


Ética e Moral
1) O que é o Pecado?

Segundo o Catecismo de Igreja Católica:


1849. O pecado é uma falta contra a razão, a verdade, a
reta consciência. É uma falha contra o verdadeiro amor
para com Deus e para com o próximo, por causa de um
apego perverso a certos bens. Fere a natureza do homem e
atenta contra a solidariedade humana. Foi definido por
Santo Agostinho como “uma palavra, um ato ou um desejo
contrários à Lei eterna”.
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1850. O pecado é uma ofensa a Deus: “Pequei contra Vós, só
contra Vós, e fiz o mal diante dos vossos olhos” (Sl 51,6). O
pecado é contrário ao amor que Deus nos tem e afasta d'Ele os
nossos corações. É, como o primeiro pecado, uma
desobediência, uma revolta contra Deus, pela vontade dos
homens se tornarem “como deuses”, conhecendo e
determinando o que é bem e o que é mal (Gn 3,5). Assim, o
pecado é “o amor de si próprio levado até ao desprezo de
Deus” (Santo Agostinho). Por esta exaltação orgulhosa de si
mesmo, o pecado é diametralmente oposto à obediência de
Jesus, que realizou a salvação (Fl 2,6-9).
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1851. É precisamente na paixão, em que a misericórdia de
Cristo o vai vencer, que o pecado manifesta melhor a sua
violência e a sua multiplicidade: incredulidade, ódio
assassino, rejeição e escárnio por parte dos chefes e do povo,
cobardia de Pilatos e crueldade dos soldados, traição de
Judas tão dura para Jesus, negação de Pedro e abandono dos
discípulos. No entanto, mesmo na hora das trevas e do
príncipe deste mundo (Jo 14, 30), o sacrifício de Cristo torna-
se secretamente a fonte de onde brotará, inesgotável, o
perdão dos nossos pecados.
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São João Paulo II, no seu livro “CRUZANDO O LIMIAR DA
ESPERANÇA”, dá uma lição de otimismo ético: “Evangelho
é, antes de mais nada, a alegria da criação. Deus, que, ao
criar, vê que aquilo que cria é bom (Gn 1,25) é fonte de alegria
para todas as criaturas, e em sumo grau para o homem. Deus
Criador parece estar dizendo ao mundo criado por ele: ‘é bom
que existas!’ E esta sua alegria se transmite especialmente
mediante a Boa-Nova, segundo a qual o bem no mundo é
maior do que todo o mal que nele existe. O mal, com efeito,
não é nem fundamental nem definitivo. Também neste ponto
o cristianismo se distingue nitidamente de toda forma de
pessimismo existencial”
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Ora revestido com os traços de “tabu”, “mancha”, “desordem”,
”transgressão”, ora com traços mais de “culpabilidade”, o pecado
sempre marcou sua presença ao longo da história da
humanidade. Esta presença, contudo, se reveste de tonalidades
diferentes, de acordo com as respectivas culturas e os tempos. Há
períodos e contextos culturais em que ele se apresenta como
realidade premente e atemorizadora. Em outras, ele mal se faz
percebido. Mas, com certeza pode-se afirmar que ele nunca
esteve tão desacreditado como em nossos dias.
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a) O descrédito do pecado e suas razões
Muitos são os sintomas que apontam para o descrédito do pecado:
comportamentos que, ou ignoram, ou frontalmente se contrapõem às
normas morais; decréscimo visível de consciência de culpa;
decréscimo visível de frequência ao sacramento da penitência.
Num nível mais superficial e moralizante o sintoma é levado para a má
vontade das pessoas, ou, no máximo, à falta de evangelização. Num
nível mais profundo, somos levados a refletir que tipo de sociedade
com escalas de valores influenciado por fatores sociais, culturais,
antropológicos e teológicos deturpados pela modernidade.
.
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O pecado acontece:

a) na dimensão ética: na responsabilidade da ação


propriamente desintegradora humana pela vida; de uma
negatividade na prática humana em relação à vida.

b) na dimensão religiosa: recriar e reconstruir a vida pelo


critério do Reino de Deus.
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Pecado na Bíblia

→ Antigo Testamento: o pecado acontece na questão da Aliança


(Deus Conosco). O pecado aparece no reverso da salvação, isto é,
a opção do ser humano fracassa ou atrasa o Projeto de Deus.
Portanto, o pecado é a ruptura ou a negação da Aliança.
Exs.: Jr 3,1-5; Ez 4,24
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→ Novo Testamento – nos sinóticos

a) O pecado está no coração do ser humano (interioridade):


Mc 7,14-23; Mt 15,10-20).
b) Se mede pela ofensa ao outro ( ser-humano); não amar ao
outro (Mt 10, 37-39; Mt 13, 44-50 opção radical).
Viver o pecado: as vaidades ( Mc 12, 38-39); a mentira e a
hipocrisia (Mc 12, 38-39; Lc 12, l; 23.3); orgulho ( Lc 16, 15; 18,
9-14); Mc 7, 20-22 (lista de pecados).
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→ Teologia Paulina: é a força que me separa de Deus (Rm 5,21;
6,21-23); me leva para a morte (Rm 5,12.7.21); lista de pecados:
(1 Cor 5, 10-11; Gal 5, 19-21; Ef 4. 31).

→ João: o pecados dos pecados: é a situação da vida que leva


afasta de Deus: 1Jo 3, 8. A vida do pecador pela ação diabólica,
vive nas trevas (Jo 3,20)
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A raiz do pecado → sai do coração humano, realidade subjetiva do
pecado; no nível pessoal e se cristaliza nas estruturas (sociedade
como todo).
Pecar é fechar-se e não aceitar a erupção do Projeto de Deus; ao
futuro de Deus dentro da história. É resistir a atividade libertadora
que concretiza o Reino. Esta resistência se dá a nível pessoal,
comunitário, social, histórico. Ocorre a negação da condição
fraternal (a vontade de Deus). O pecado é concebido por uma
relação do homem com o homem; do homem com Deus.
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O pecado tem duas realidades:

a) pecado objetivo: estabelecido nas estruturas da sociedade;


práticas da sociedade dominante. Ex.: preconceito; leis (contra
a vida); estrutura econômica; estrutura política; modismo.
b) Pecado subjetivo: omissão (não enfrentar a situação);
introjecção (adere e não tem mais senso crítico para absorver o
reino de Deus); reprodução (aproveitando estas estruturas,
aceita, tolera, justifica).
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Quais são os passos que leva a construção da Reconciliação?

1º Analisar a realidade: Ter conhecimento da realidade com


lucidez crítica e as causas; partir do real e não da fantasia;
atitudes que levem a indignação.

2º Conversão: oposição ao que não é projeto de Deus;


erradicar a situação de pecado. Não se pode chegar somente
ao conhecimento, mas também a conscientização.
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3º Perdão: verdade e justiça. (em nível de gratuidade e pela fé)

4º Práxis transformadora. Mt 25

A confissão se encontra no nível de consciência das pessoas.

Deus em sua misericórdia, perdoa os pecados e apaga-os da


história. Aonde o ser humano não consegue, Deus Ele mesmo fez
isso em Cristo Jesus.
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A confissão se encontra no nível de consciência das pessoas.

Deus em sua misericórdia, perdoa os pecados e apaga-os da


história. Aonde o ser humano não consegue, Deus Ele mesmo fez
isso em Cristo Jesus.
Jesus sofreu e morreu por todos os humanos, levando sobre si os
nossos pecados.
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RESUMINDO
1870."Deus encerrou todos na desobediência, para a todos
fazer misericórdia" (Rm 11,32).
1871.O pecado é "uma palavra, um ato ou um desejo
contrário à lei eterna". É uma ofensa a Deus. Insurge-se
contra Deus numa desobediência contrária à obediência de
Cristo.
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1872.O pecado é um ato contrário à razão. Fere a


natureza do homem e ofende a solidariedade humana.

1873.A raiz de todos os pecados está no coração do


homem. As espécies e a gravidade dos mesmos
medem-se principalmente segundo seu objeto.
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1874.Escolher deliberadamente, isto é, sabendo e
querendo, uma coisa gravemente contrária à lei divina e ao
fim último do homem é cometer pecado mortal. Este
destrói em nós a caridade, sem a qual é impossível a bem-
aventurança eterna. Caso não haja arrependimento, o
pecado mortal acarreta a morte eterna.
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1875.O pecado venial constitui uma desordem moral
reparável pela caridade, que ele deixa subsistir em nós.

1876.A repetição dos pecados, mesmo veniais, produz


os vícios, entre os quais avultam os pecados capitais.
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Fim

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